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SESI-SP arte Guia do professor   Açã o A rte -Edu caç ão do Sesi-SP Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso Curadoria de Eric Lapie | Curadoria cientíca de Claudio Giorgione

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SESI-SP arte

Guia do professor  Ação Arte-Educação do Sesi-SP

Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso

Curadoria de Eric Lapie | Curadoria científica de Claudio Giorgione

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Referência nacional na difusão de cultura, o projeto  Ação Arte-Educação doSesi-SP cria alternativas à construção do conhecimento, desenvolve temáticas queestão no centro e no entorno das propostas artísticas de sua agenda de espetáculose eventos culturais e que envolvem e influenciam o cotidiano das pessoas. Umasociedade plural, aberta e solidária passa por uma educação assertiva, propositiva,que aborda aspectos da contemporaneidade em atividades dinâmicas, que pressupõemcooperação entre aprendizes e mediadores.

O material educativo da exposição Leonardo da Vinci: a Natureza da Invenção   e do

espetáculo teatral O Homem de La Mancha  foi unificado como forma de abordar osconteúdos traçando paralelos entre atividades artísticas e ideias afins, oportunidadeque a participação em tais eventos proporciona, além de representar uma experiênciade convergência temática sem igual.

Na exposição é desvendado o lado engenhoso e projetista de Leonardo da Vinci,um dos grandes nomes da Renascença, enquanto o espetáculo de teatro musicalreconta a história do ingênuo e aventureiro Dom Quixote, com concepção cênicafortemente inspirada nos trabalhos de Arthur Bispo do Rosário, artista que viveumais de 40 anos em uma instituição psiquiátrica, onde executou a maior parte desua obra, hoje absolutamente celebrada e respeitada. De um lado, Leonardo é apersonificação da objetividade científica, do pleno domínio da razão; do outro, DomQuixote, assim como Bispo do Rosário, vive em delírio, em constante ilusão.

 A construçãodo saber

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Leonardo da Vinci:a Natureza da Invenção A vida em sociedade, em qualquer época e lugar,

pressupõe uma linha limítrofe que contorna usos,costumes e normas de convivência. Tudo que ultrapassa

ou transita além dessa que pode ser chamada de fronteira danormalidade corre o risco de ter suas qualidades enquadradas nascategorias da genialidade ou da loucura.

O visionário Leonardo da Vinci (1452-1519), o célebre personagemnada convencional Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de CervantesSaavedra (1547-1616), e o lunático artista Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) trafegaram com desenvoltura por essa zona desconhecida para agrande maioria das pessoas – chamadas de normais apenas por convenção–, um território de criatividade por natureza própria. Leonardo, comocientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor,arquiteto, botânico, poeta e músico, dominava conceitos específicos

de áreas muito distintas; Dom Quixote materializava seus arroubosdelirantes, suas visões ensandecidas; e Bispo do Rosário inventariava omundo enquanto preparava-se para representar os homens e as coisasexistentes diante de Deus no dia do Juízo Final.

Leonardo traduziu sua extrema habilidade de enxergar longena forma de projetos engenhosos e obras de arte icônicas – pinturase esculturas; o homem de La Mancha, o cavaleiro andante de elmo,armadura, lança e espada, empreendeu bravas batalhas imaginárias para

vencer os gigantes, que eram, na verdade, moinhos de vento; e o Bispodesfiou lençóis e roupas para com os fios relacionar nomes de pessoas elugares, em uma espécie de cartografia, composta por mais de mil peçasfeitas com objetos do cotidiano.

Iguais e diferentes

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Interpretação da realidade e representação do sonho

Platão (c. 427 a.C.-347 a.C.) já manifestara sua crença na existência de uma espécie diferentede intuição, ao que denominou loucura divina, algo como a farinha para a massa do pão quecresce com o fermento da criatividade.

Tudo no mundo é mistério, não se sabe sequer a razão da existência, há mais perguntasdo que respostas por mais que avance a ciência e a tecnologia. A extensão do talento deLeonardo da Vinci é um desses mistérios insondáveis, tão grande quanto sua genialidade.

Leonardo teve de enfrentar preconceito, ignorância, obtusidade, crendice, superstição,mas sua maneira muito particular de ver o mundo – perspicaz, detalhista, preciso, meticuloso,

persistente – fez dele alguém muito além do seu tempo. Sua capacidade de vislumbrar aquiloque ninguém enxergava deu origem à sua extraordinária reputação como artista e inventor.Leonardo era genial porque percebia tudo com rara lucidez, nitidez, profundidade, via oque sempre esteve ali, na natureza – o movimento da água, dos pássaros, as metamorfosesdos seres vivos e as infinitas formas naturais –, e podia ser visto por qualquer um, mas sóesse observador obsessivo e desenhista rigoroso conseguiu captar, reproduzir e aplicar emengenhos fabulosos para sua época.

Não é o que acontece na vida hoje e sempre? As coisas estão e sempre estiveram alipara serem vistas. Seria preciso ter olhos de Leonardo da Vinci para percebê-las e interpretá-

las? Qual é o teor de genialidade e de loucura contido no ato de ver algo que ninguém vê,principalmente quando sempre esteve ali?

E quanto a essa visão particular de mundo, como expressá-la? Escrevendo? Filmando?Pintando? Encenando? Leonardo desenhava magistralmente, seus esboços, mais do que detalhes,continham emoção, drama. Muitos de seus croquis e maquetes não eram propriamente paraserem executados, eram propostas conceituais, tendo em vista a dificuldade em executá-lasem sua época. Nesse rol de ideias, muitas delas eram tão inovadoras que se tornaram basilaresem diferentes ramos do conhecimento – matemática, ciências, engenharia, arquitetura,

medicina, artes visuais, botânica, literatura e música. Esse ser humano múltiplo, inquieto,ativo, visionário, um cavaleiro em busca de seus moinhos de vento, como o homem de LaMancha, avançou em áreas do saber até então inexploradas ou consideradas tabus porqueacreditava, sabia que seria possível realizar os projetos de sua imaginação, que apresentavamuma lógica própria e se baseavam em muito estudo e observação.

O que você diria? “Impossível!” Isso deve ter sido o que exclamaram os contemporâneos de Leonardo da Vinci diante de muitos de seus mirabolantes projetos. Seu espírito inventivo influenciou gerações de estudiososem diferentes áreas, como as ciências e as artes. Seus projetos e engenhos superaram a imaginação do homem deseu tempo. Como você reage diante das novas tecnologias? O que diriam seus alunos diante de algo absolutamentenovo e desconhecido? Divida a turma em grupos, cada um deve inventar algo – objeto tecnológico ou arqueológico,inseto, país ou pessoa, por exemplo. Todos têm o mesmo tempo para fazer a defesa de suas invenções. Vale destacarcaracterísticas físicas, psicológicas, sociais, valores e defeitos, origens e possíveis desdobramentos futuros.

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Na divisa entre razão e intuição, no limiar da lucidez eda insanidade, nas margens entre a consciência e o delírio,encontram-se diversos paradoxos: conhecimento x realização,engenharia x arte, intelecto x imaginação, criatividade xtecnologia. Inspiração divina, fenômeno a ser estudado emelhor compreendido, fato é que transitar além da fronteirada normalidade permitiu a Leonardo idealizar dentre dezenasde artefatos, ferramentas, peças e engenhos, por exemplo, umamaneira de voar com um aparelho que, ao girar rápido umaespécie de asa na forma helicoidal, conseguiria sustentação econtrole no ar.

Pronto, de sua mente febril, fonte abundante deinovação, surgiu o helicóptero, fruto de intensa observação

da natureza, como o cair das folhas das árvores e outrasformas aerodinâmicas. A máquina futurística se materializouem um conceito utilizado pelas gerações seguintes, conceitoelaborado pela mente privilegiada do gênio renascentista. Essee outros tesouros foram guardados em forma de rascunhos ecodificações e são um legado inestimável a ser reverenciadopor gerações.

Um homem com tal natureza desbravadora de limites de

pensamento e sensibilidade conseguiu ainda produzir váriosdos ícones da história das artes visuais – Mona Lisa, de 1517; AÚltima Ceia, de 1498; Homem Vitruviano, de 1490; e A Anunciação,de 1475, dentre dezenas de obras-primas cuja repercussão ereconhecimento superaram suas produções científicas.

 Voar... Seria mesmo só  para os pássaros?

Formule algumas questões para si e para os alunos: O que te faz voar?O que te impulsiona? O que te realiza? O que te faz pensar? O que te fazdiferente? Para onde isso te leva? O que te faz flutuar? Voar ou cair? Tudo quesobe, desce? O que te prende ao chão?

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Quando o impossível não existe A compreensão das raízes da genialidade, desse núcleo originário, foi objeto de estudos, tema de

investigação psicológica no início do século XX. Havia consenso de que certos males psíquicos podiam, porassim dizer, soltar a imaginação – quando um intelecto acima da média se une a um temperamento em algumgrau psicopático, cria-se assim as condições essenciais para o surgimento de uma genialidade efetiva, aquelaque muda o mundo. O filósofo e psicólogo americano William James (1842-1910) constatou em suas pesquisasque pessoas com essa configuração perseguiam obsessivamente suas ideias, seus pensamentos e projetos paraseu próprio bem ou mal.

Excentricidades ou sintomas de psicopatia? É justo exigir de alguém genial que não tenha nenhum desviopsicológico ou transtorno mental? Afinal, como ensina a sabedoria popular, de gênio e de louco, todo mundotem um pouco. Pitágoras (c. 570 a.C.-c. 496 a.C.), que deu sua contribuição à geometria básica, defendia ummodo de vida radicalmente vegetariano, um de seus princípios era a proibição completa de tocar ou comerfeijão. Nikola Tesla (1856-1943), cientista e coinventor da eletricidade, recusava-se a tocar em qualquer coisasuja, também não tocava em cabelos, brincos de pérola ou em qualquer objeto de formato redondo, além deser obcecado pelo número 3.

 Alberto Santos Dumont (1873-1932) nasceu numa família abastada e teve a melhor educação possível,

estudou em Paris. Apaixonado leitor dos romances de Julio Verne (1828-1905) – Cinco Semanas em Balão, DaTerra à Lua, Vinte Mil Léguas Submarinas e Volta ao Mundo em Oitenta Dias, entre outros –, foi influenciadopela leitura a tal ponto de incentivá-lo no espírito inventivo que empolgou várias gerações. Cada vez maisinteressado pela ciência aeronáutica e satisfeito com a dirigibilidade de seus balões, Santos Dumont, em 19de outubro de 1901, disputou e venceu o prêmio Deutsch de la Meurthe, cujo itinerário consistia na circum-navegação da Torre Eiffel no prazo de 30 minutos. Ele dividiu o prêmio de 100 mil francos entre os pobresde Paris e os mecânicos que trabalharam na construção dos aparelhos voadores. Na sua época os relógiosportáteis eram de bolso, e o aviador precisava das mãos livres para checar seus mecanismos em pleno voo. Assim, Santos Dumont desenhou o relógio de pulso e o deu ao famoso relojoeiro francês Louis Cartier (1875-1942), que em março de 1904 apresentou-lhe o primeiro relógio de pulso do mundo, batizado de Santos, compulseira de couro.

Embaralhando da Vinci: Homem de múltiplas habilidades, matemático, cientista, engenheiro, arquiteto, inventor, anatomista,pintor, escultor, botânico, poeta e músico, na Renascença, Leonardo da Vinci driblava os plagiadores escrevendo frases com aspalavras em ordem inversa. Quem olhasse suas anotações não conseguiria entender a bagunça da tinta sobre o papel. Quaisquerque fossem seus motivos, ele gostava da grafia reversa; a maioria de seus diários está dessa maneira. Experimente com os alunos o

exercício dadaísta de criação literária e escrita espontânea chamado cadavre exquis, em que alguém começa um texto, esconde o queescreveu e passa o papel em branco para outra pessoa continuar a escrita, e assim por diante. Proponha duas situações: uma comum tema que todos conheçam e outra sem tema definido. Descubra quantos significados diferentes pode ganhar um mesmo texto.

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O pelotense Joaquim da Costa Fonseca Filho (1909-1968)era mecânico e aviador, autodidata, idealista, um homem devanguarda que foi considerado louco por querer fazer valer suasideias muito à frente de sua época, quando o avanço tecnológicorecém se firmava no Sudeste do Brasil. Ele queria construir umônibus e chegou a fabricar duas máquinas voadoras, uma delastestada e aprovada para voo pelo Ministério da Aeronáutica nadécada de 1930, quando no país só havia bondes. Procurou apoionos órgãos governamentais para implantar a primeira fábrica deaviões totalmente brasileira, porém, seu projeto foi rejeitado. Atualmente, a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, estuda a

possibilidade de dar seu nome ao aeroporto local em homenagemao cidadão, um reconhecimento que ele nunca recebeu em vida. A canção transcrita abaixo,  Joquim, foi composta pelo músico Vitor Ramil (1962) para exaltá-lo e mitificá-lo. Consulte letra emúsica em http://letras.mus.br/vitor-ramil/249958/

O louco do chapéuazul, um cientista  brasileiro

Traduzindo a canção:  Essa música é uma versão de  Joey, de Bob Dylan, quetraça o perfil de um bandido nova-iorquino, Joey Gallo (1929-1972). A versão de

 Vitor Ramil,  Joquim, em pouco mais de oito minutos, narra em verso a saga de

um homem que se incorporou ao imaginário de sua cidade natal e permanecedesconhecido até hoje. Reúna os alunos e analise a estrutura narrativa; o processode transcriação  do compositor, que envolve a reconstrução criativa adaptada aoutra situação; o personagem que incorpora a imagem de revolucionário político,injustiçado por ditaduras, um mito heroico, numa quase ficção biográfica quemescla figuras, como Graciliano Ramos, Monteiro Lobato e outros intelectuaisperseguidos. Questione se há paralelismo entre Joey e Nova York e Joquim – onome na pronúncia inglesa – e Satolep – o nome da cidade escrito ao contrário.Elas seriam espaços reais ou imaginários? Por que adotar um anagrama? Quaissão os três momentos históricos relatados e como é feita a passagem do tempona narrativa? Que vínculo é estabelecido entre a cidade e o continente? Por quê?

Há uma relação entre o perfil do personagem e o frio que ele sente? De queoutros artistas fala a canção e quem eram eles? O que André Breton (1896-1966),

 Antonin Artaud (1896-198) e Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (1854-1891) tinhamem comum? Ouça a música em: https://www.youtube.com/watch?v=IfLTGo9orIg.

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 Para saber maisFilme

 A VIDA de Leonardo da Vinci. Direção: Renato Castellani. Produção: Ezio Frigerio.[S.l.]: RAI Radiotelevisione Italiana; TVE Televisión Española, 1971. 60 min (5episódios), son., color. [Biografia. Itália, Espana.]. Sinopse: Dramatização da vida doexpoente renascentista.BRILHANTE. Direção: Scott Hicks. Produção: Jane Scott. [S.l.]: Australian FilmFinance Corporation (AFFC), Film Victoria, South, 1996. 105 min, son., color.[Biografia. Austrália.]. Sinopse: Dramatização da vida de David Helfgott, pianistavirtuose australiano.

Livro

CAPRA, Fritjof. A ciência de Leonardo da Vinci: um mergulho profundo na mente do

grande gênio. São Paulo: Cultrix, 2008.CHAUVEAU, Sophie. Leonardo da Vinci. Porto Alegre: L&PM, 2010.CONNOLLY, Sean. A vida e a obra de Leonardo da Vinci. São Paulo: Madras, 2006.DA VINCI, Leonardo.  Anotações de Da Vinci por ele mesmo. São Paulo:Madras, 2004.______. Cadernos de desenho:  Leonardo Da Vinci. São Paulo: Criativo MercadoEditorial de Livros e Revistas, 2012. v. 1.EDWARDS, Roberta. Quem foi Leonardo da Vinci?  São Paulo: DCL DifusãoCultural, 2009.GELB, Michael. Da Vinci decodificado:  descobrindo os segredos espirituais dos seteprincípios de Leonardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

GOMES, Morgana.  A vida e o pensamento de Leonardo Da Vinci. São Paulo:Minuano, 2006.KEMP, Martin. Leonardo da Vinci. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.MASON, Anthony. Leonardo da Vinci. São Paulo: Callis, 2000. (Coleção ArtistasFamosos).RACELIN, Ann. Leonardo da Vinci. São Paulo: Callis, 2009.

 VENEZIA, Mike. Leonardo da Vinci. São Paulo: Moderna, 1999. (Coleção Mestresdas Artes).

 VEZZOSI, Alessandro. Leonardo da Vinci. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. (ColeçãoDescobertas).

Música

BARROS, Alberto Borges de.; BRITO, Nazareno de. Neurastênico. In: OS CARIOCAS.Mestres da MPB. [S.l.]: Warner Music, 1994.RAMALHO, Zé; AZEVEDO, Geraldo. Bicho de 7 cabeças. In: RAMALHO, Zé.

 Antologia acústica – vol 2. [S.l.]: Sony, 1997.SAMPAIO, Sérgio. Que loucura. In: ______. Tem que acontecer. [S.l.]: Continental,1976.SEIXAS, Raul; ROBERTO, Claudio. Maluco beleza. In: SEIXAS, Raul. O dia em quea Terra parou. [S.l.]: Warner Music, 1977.

 Web

LEONARDO da Vinci - documentário. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=h2nNPm2Wy9c>. Acesso em: 24 abr. 2014.PLATÃO, a vida e as obras. Disponível em: <http://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htm>. Acesso em: 9 ago. 2014.    G

  e  r  a  ç   ã  o  e   E   d   i  ç   ã  o   d  e   C  o  n   t  e   ú   d  o   |   A  r  m  a  z   é  m    d

  e   I   d  e   i  a  s  e   S  e  r  v   i  ç  o  s   |   E   d   i  s  o  n   R  o   d  r   i  g  u  e  s   F   i   l   h  o   (  r  e   d  a  ç   ã  o   )   |   L   í  v   i  a   B   i  a  n  c   h   i   C  e  o   l   i  n   (  r  e  v   i  s   ã  o   )   |   T  a   í  s   T  a  n   i  r  a   R  o   d

  r   i  g  u  e  s   (  p  r  o   d  u  ç   ã  o   )

   P  r  o   j  e   t  o   G  r   á   fi  c  o

  e   D   i  a  g  r  a  m  a  ç   ã  o   |   P   h   á   b  r   i  c  a   d  e   P  r  o   d  u  ç   õ  e  s

   |   A   l  e  c  s  a  n   d  e  r   C  o  e   l   h  o  e   P  a  u   l  o   C   i  o   l  a   (   d   i  r  e  ç   ã  o   d  e  a  r  t  e   )   |   B  r  u  n  a   R  o   d  r   i  g  u  e  s ,

   C  a   i  o   D  o  m   i  n  g  u  e  s ,   J

   é  s  s   i  c  a   T  e   l  e  s ,   M  a  r  c  e   l  o   M  a  c  e   d  o  e   R  o   d  r   i  g  o   A   l  v  e  s   (   d   i  a  g  r  a  m  a  ç   ã  o   )

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Exposição

Galeria de Arte do Sesi-SP | 101 pessoas

 Visitação

de 11 de novembro de 2014 a 10 de maio de 2015diariamente, das 10h às 20hentrada permitida até 19h40

 Agendamento de grupos e escolasde segunda a sexta, das 10h às 14h e das 15h às 18h,pelo telefone 11 3146 7396

L  Entrada gratuita 

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GUIA DO PROFESSORAÇÃO ARTE-EDUCAÇÃO DO SESI-SP

CENTRO CULTURAL FIESP – RUTH CARDOSO

DO ORIGINAL

MAN OF LA MANCHA

TEXTO

DALE WASSERMAN

MÚSICA

MITCH LEIGHLETRAS

JOE DARION

DIREÇÃO E VERSÃO DE

MIGUEL FALABELLA

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A CONSTRUÇÃO DO SABER

Democratizar as artes, missão da Ação Arte-Educação do Sesi-SP, é mais do que ofe-recer programação de qualidade em diversas linguagens expressivas – artes visuais,audiovisual, dança, literatura, música e teatro –, é possibilitar que professores e alunosdesenvolvam na plenitude o potencial pedagógico que esses conteúdos proporcionam,usufruindo de vivências ricas em significados, emoções, humanidade e conhecimento.O mediador abre um espaço de troca onde não há certo nem errado, apenas vivênciasque aproximam, nascem do entendimento, da apreciação, da reflexão e da sensibilidade,

caminhos que dão acesso ao território da subjetividade e da imaginação.Os conteúdos unificados neste material convergente apresentam pontos de contato, para-lelismos, oposições e falam de personagens fictícios e personalidades históricas – Leonar-do da Vinci é o tema da exposição Leonardo da Vinci: A Natureza da Invenção e Dom Qui-xote de La Mancha e Arthur Bispo do Rosário estão no musical O Homem de La Mancha. 

Essas três personalidades, com suas obras e conquistas, contribuem para a arte e paraa sociedade com uma visão de mundo ampliada, uma nova forma de interpretar a reali-dade e representar o sonho em vida, seja pela potência da imaginação desenfreada, seja

pela via da alegada insanidade. Mesmo vivendo nos limites da razão e da imaginação, nafronteira entre lucidez e loucura, nas margens da consciência e do delírio, elas não fogemdos rótulos impostos pela sociedade: gênio, louco, profeta, visionário e por aí vai.

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O HOMEM DE LA MANCHAUM PERSONAGEM APAIXONANTE AO LADO DE UM ARTISTA LOUCO

Personagem clássico criado pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616), DomQuixote de La Mancha é um ingênuo fidalgo espanhol que acredita cegamente em tudo o que lê emsua biblioteca, principalmente no heroísmo dos cavaleiros medievais. Ele também almeja se trans-formar em um personagem heroico, então, sem titubear, deixa sua enfadonha realidade mundanapara viver aventuras inimagináveis. Para isso, enverga uma armadura enferrujada com elmo de pa-pelão e monta em um cavalo decrépito. Porém, como todo cavaleiro que se preze, precisa de umadama a quem honrar; a eleita é uma lavradora que ele mal conhece e a quem chama de Dulcineia.A partir daí, montado em Rocinante, seu garboso corcel, sai em busca de aventuras. Pelo caminho,conhece um lavrador, Sancho Pança, igualmente ingênuo, mas interesseiro, que passa a seguir o ca-valeiro andante como seu escudeiro motivado pela promessa de receber em troca de sua fidelidadepoder e honras.

A atual montagem de O Homem de La Mancha é ambientada numa cela de hospital psiquiátrico, ce-nário inspirado no local onde viveu Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), que explorou com maestriaos limites da insanidade e da arte. O artista plástico brasileiro construiu toda a sua obra durante operíodo em que esteve internado em um sanatório para doentes mentais, a Colônia Juliano Moreira,situada em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Diagnosticado esquizofrênico-paranoico,viveu recluso por mais de 40 anos, tendo seu talento descoberto no início dos anos de 1980. Bispodo Rosário, por meio de sua arte, empreendeu uma luta inglória pela reorganização do mundo ea ressignificação de sua existência nele contida, tal como Dom Quixote. Duas de suas caracterís-

ticas marcantes são a singularidade dos materiais empregados e os elementos que se repetem àexaustão, como um brado de alguém que não é ouvido. Sua arte era movida pela busca da razão,contendo em si uma surpreendente poética.

Quem seria Dom Quixote hoje? 

Durante suas aventuras, o cavaleiro andante oscila em melancólicos sonhos, enquanto Sancho Pan-ça tenta inutilmente trazê-lo à realidade. Dom Quixote é visto como um louco e em muitas situaçõesas pessoas zombam dele e o ridicularizam. No entanto, há momentos em que ele assume a posturade sábio, filósofo e poeta, apesar de encarar um mundo que o reprime, que o humilha e não aceitasua bondade infinita e seu desejo incansável de salvar o mundo. Apresente aos alunos uma dasfiguras mais reconhecíveis da literatura universal. Esse homem delirante do século XVII que se re-trata como um herói do século XV enfrenta gigantes e exércitos imaginários em busca de um ideal.Cabe, então, indagar: quem seria esse cara hoje? Um jogador de futebol? Um atleta de persistênciainsuperável? Um artista louco? Um trabalhador anônimo que ganha seu suado sustento e o dos

seus? Um político idealista? Que figura contemporânea poderia ser comparada ao Dom Quixote deLa Mancha? Sugira o tema para discussão e peça aos alunos para criarem esse novo personagem eescreverem sobre seu perfil e seus feitos.

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TRÊS FIGURAS NOTÁVEIS

Dom Quixote, Bispo do Rosário e Leonardo da Vinci possuem aspectos convergentes em suas per-sonalidades, entre eles estão:

• interpretação da realidade – Leonardo, um cientista meticuloso, inspirava-se nos fenômenos na-turais para concretizar suas ideias, já para Dom Quixote, a realidade era um mero trampolim paralevar adiante sua aventura imaginária em busca de honra e fama, e Bispo do Rosário se valia deobjetos mundanos para dar novo sentido à vida;

• representação do sonho – o devaneio serve de mote e inspiração para Dom Quixote e Bispo doRosário e estão em contraposição à vida limitadora e desinteressante; ambos transitam na fronteiraentre lucidez e loucura, um espaço de manobra entre mundos contraditórios;

• ideias extravagantes – em comum aos perfis psicológicos está a obstinação e o modo de traduzira realidade, que se materializa em devaneios. Leonardo aliava a capacidade de ver além do momen-to presente à competência em projetos mirabolantes; Dom Quixote, com todo o seu sonho, crioupaisagens e personagens irreais e os enfrentou bravamente; e Bispo do Rosário apresentava a Deusas pessoas que gostaria de salvar no dia do Juízo Final em obras de forte impacto visual;

• lógica própria – oos três acomodavam anseios, delírios e paixões extremadas em uma compre-ensão peculiar da realidade; onde existiam tão somente moinhos de vento, rebanho de ovelhas ouum simples barbeiro com sua bacia de trabalho, Dom Quixote enxergava inimigos poderosos que

tentavam impedi-lo em seus planos de alcançar os valores superiores de nobreza, como honra, paz,amor e justiça.

Para Dom Quixote, quando se sonha sozinho, o sonho não passa disso, mas quando se sonha junto é ocomeço da realidade. O cavaleiro errante afirma sabiamente que a liberdade não é apenas um pedaçode pão; para ele, a vida sempre surpreende, e o amor nunca é impossível. Tudo isso faz do homemde La Mancha um personagem rico psicologicamente e merecedor de todas as honrarias alcançadaspelo romance desde a primeira publicação, a parte inicial, em 1605, depois a segunda parte, em 1615,

escrita um ano antes do falecimento do seu autor, Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616).

Formule algumas questões para si e para os alunos:

O sonho acabou? O que te impulsiona? O que te realiza? O que te faz pensar?O que te faz diferente? Para onde isso te leva? O que te faz flutuar?Tudo que sobe, desce? O que te prende ao chão? O que aterriza te aterroriza?

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PARA LER E PENSAR

“De médico e de louco, todo mundo tem um pouco.” Dentre as palavras abaixo, quais você relacio-naria com um indivíduo genial e quais usaria para descrever um louco? Agrupe com seus alunos dedois em dois os vocábulos que estão, de algum modo, relacionados; encontre sinônimos e antôni-mos; crie um poema; invente palavras; faça um jogo com livre associação de ideias; desenhe umbaralho com imagens; brinque de mímica e adivinhação e do que mais sua mente imaginar.

navio de guerra rudimentar  objetos marinheiro  alienado negro

pugilista sonhador  guarda-costas antipsiquiatria  patrimônio

tombado  justaposições  botão talheres  interno estandarte fardões cartograa vozes celestiais temperamental  minuciosointeligente  desvairado apaixonado  ansioso perspicaz obstinado utópico  intelectual forticações  maníaco talentoso delirante interessado  prodigioso visionário  sensível criativo meticuloso paranoico  místico supersticioso perceptivo

impulsivo  raivoso decidido  psicótico detalhista  ufanistaobsessivo  escafandro moinho  elmo escudo  espada armadura cavalo bacia  pajem ateliê  inimigo escravos  cavaleirosasno  dama de companhia prenda  duelo labirinto  amigocavalaria  estalagem escudeiro burrico vendeiro  lavradormanto  caneca de alumínio miniatura  mula bordados  uniformelençóis desados  sótão esquizofrenia  outsiders manicômio transitoriedade corpo  garrafas ferragens alma sapatos simbolismo internações  instalações contemporaneidade originalidade interior  nobreza exército  permanênciaexterior  apresentação santidade  representação resplendor terra dos homens passagem  inventário transcendência

ordenação reconstrução  casa-forte condecorações

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EU TE NOMEIO CAVALEIRO!

Nos limites da razão, na fronteira entre insanidade e lucidez, nas margens da consciência e dodelírio, por inspiração divina, Dom Quixote, após uma longa caminhada sob o sol, encontra umaestalagem. Em sua visão perturbada, esse mero estabelecimento comercial é um grande castelo.Ao estalajadeiro, convertido em sua mente insana em senhor desse castelo imaginário, pede paraser ordenado cavaleiro. O homem acha graça daquilo, pensando tratar-se de uma brincadeira, masatende ao seu pedido, certamente usando uma faca de pão ao invés de uma espada sagrada. Aseguir, O Cavaleiro da Triste Figura investe contra um grupo de comerciantes que vê como adversá-rios. Apesar de seu destemor, ele cai do cavalo Rocinante e leva uma tremenda surra. Entre gemidose lamentos, Dom Quixote é levado por conhecidos de volta para sua casa. Seguindoos conselhos de seus amigos, sua ama e sua sobrinha destroem os livros de DomQuixote e lacram a porta da biblioteca.

Este, por sua vez, acreditando tratar-se da magia de algum cruel feiticeiro,resolve retornar à aventura, mas desta vez acompanhado pelo escudeiroSancho Pança: um lavrador materialista, que aceita segui-lo em trocada promessa de governar uma ilha.

Se os livros e suas histórias têm a capacidade de transtornar amente de um leitor incauto, isso ninguém pode garantir, masque eles transformam as pessoas, disso ninguém tem dúvi-da. A distância entre ficção e realidade não é tão grande

a ponto de impedir que um leitor perceba coisas queo dia a dia, as tarefas corriqueiras e as frivolida-des mundanas escondem.

Cartografia sensível e delirante: No mundo ideal, onde ficariam os territórios do sonho, da razão, da loucura, da realização, da ima-ginação, do sossego e da contemplação? Na sua geografia subjetiva, particular, onde ficam os ter-ritórios e com o que eles fazem fronteira? O que realmente os separa e quais são os seus efeitos nomundo concreto, no delírio criativo, na inteligência e na percepção da realidade? Desenhe com seus

alunos um globo imaginário e defina o tamanho e o formato desses países do planeta imaginário.

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Por dentro do tema: “Dizem que sou louco/por pensar assim” é um tre-cho da música  A Balada do Louco, de Arnaldo Baptista (1948) e RitaLee (1947), lançada pelos Mutantes em 1972; nela, felicidade e loucuraestão em territórios opostos cuja fronteira é uma linha tênue. Quandouma pessoa está feliz, é capazes de cometer loucuras, o mundo éperfeito, um paraíso, é o que revela o verso “eu já estou no céu”, da

mesma música. Mas o louco é feliz porque vive num mundo por elemesmo criado, nele tudo faz sentido, tudo é bom, verdadeiro, real.A canção também pode ser interpretada como um brado contraa massificação a que o ser humano está submetido, à excessivavalorização dos bens materiais em detrimento dos bens espirituais.O refrão “Mas louco é quem me diz/e não é feliz, não é feliz” cha-ma a responsabilidade de todos como construtores ou destruidoresda felicidade. Convide os alunos a assistir à apresentação dos Mu-tantes, com Arnaldo Baptista ao piano, em https://www.youtube.com/ watch?v=AToNguPlXIw. Converse sobre o assunto, amplie a discussão.

LIVROS, LOUCURA E GENIALIDADE

A loucura foi e continua a ser inspiração para muitos artistas e escritores geniais. O paradoxo – sa-nidade escrevendo sobre insanidade – teve total convergência em escritores como Walter Camposde Carvalho (1916-1998) e nos artistas surrealistas franceses. Na literatura brasileira, Erico Verissimo(1905-1975) subverteu a ordem vida e morte com seu impagável Incidente em Antares. No cinema,Glauber Rocha (1939-1981) costumava se expressar em tom grandiloquente, seus discursos soavamdelirantes, apaixonados.

O velho, amargurado e solitário escritor norte-americano Mark Twain (1835-1910), autor de As Aven-

turas de Tom Sawyer , considerado por William Faulkner (1897-1962), outro ícone da literatura, comoo pai do romance moderno americano, escreveu em 1910, seu último ano de vida, O Estranho Mis-

terioso, que somente em 1916 foi publicado. Humorista por vocação, o sarcasmo de Mark Twain o

envolveu em um profundo pessimismo. Ele perseguia tenazmente o sentido da vida, a exemplo deDom Quixote, e nessa história há um narrador muito especial, um anjo travesso que muda a vida daspessoas como num passe de mágica. Em certo momento, um menino pergunta a esse anjo qual é osentido da vida, e ele responde: “Nada existe, tudo é um sonho, nada existe a não ser você e o espa-ço vazio. Você é apenas um pensamento, um sonho, uma imaginação... Sanidade mental e felicidadeé uma combinação impossível. Nenhum homem mentalmente são pode ser feliz, porque para ele avida é real, ele vê a coisa terrível que a vida é; só os loucos podem ser felizes, e não muitos”.

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PARA SABER MAIS

FILME

O HOMEM de La Mancha. Direção: Arthur Hiller. Produção: Alberto Grimaldi. [S.l.]: Produzioni Euro-pee Associati (PEA), 1972. 132 min, son., color. [Comédia, Aventura, Drama. Itália, Estados Unidos.].Sinopse: Durante a Inquisição na Espanha, Miguel de Cervantes é preso por heresia e por propagarideias subversivas. Jogado em um calabouço infestado de ladrões e assassinos, ele é julgado pelosprisioneiros. Em sua defesa, Cervantes conta a história de um homem idoso que passa os dias e asnoites lendo e só consegue ver a injustiça e a trapaça triunfarem. Esse senhor se torna um cavaleiroerrante, conhecido como Dom Quixote de La Mancha.O SOLISTA. Direção: Joe Wright. Produção: Gary Foster. Burbank: DreamWorks SKG; Los Angeles:Universal Pictures; Paris: StudioCanal, 2009. 117 min, son., color. [Biografia, Drama. Estados Unidos.].Sinopse: Colunista famoso do Los Angeles Times vive em busca de uma história incomum. Um dia eleouve na rua uma música e descobre Nathaniel tocando muito bem um violino de apenas duas cordas.OS EXCÊNTRICOS Tenenbaums. Direção: Wes Anderson. Produção: Barry Mendel. Burbank: Tou-chstone Pictures; [S.l.]: American Empirical Pictures, 2001. 110 min, son., color. [Comédia, Drama.Estados Unidos.]. Sinopse: Royal Tenenbaum e sua esposa, Etheline Tenenbaum, tiveram três filhos,Chas, Margot e Richie, e logo depois resolveram se separar. Com o passar dos anos, cada um dosfilhos demonstra talentos diferentes, tornando-se todos bem-sucedidos.UMA LIÇÃO de amor. Direção: Jessie Nelson. Produção: Marshall Herskovitz. Los Angeles: New LineCinema; Burbank: Avery Pix; [S.l.]: Bedford Falls Productions, 2001. 132 min, son., color. [Drama.Estados Unidos.]. Sinopse: Um homem com deficiência mental cria sua filha Lucy com uma grande

ajuda de seus amigos.UMA MENTE brilhante. Direção: Ron Howard. Produção: Brian Grazer. Los Angeles: Universal Pictu-res; Burbank: DreamWorks SKG; [S.l.]: Imagine Entertainment, 2001. 135 min, son., color. [Biografia,Drama. Estados Unidos.]. Sinopse: Gênio da matemática se transforma em um homem sofrido eatormentado, diagnosticado como esquizofrênico. Após anos de luta para se recuperar, ele retornaà sociedade e é premiado com o Nobel.

LIVRO

BURROWES, Patrícia. O universo segundo Arthur Bispo do Rosário. Apresentação: Janice Caiafa.Rio de Janeiro: FGV, 1999.CUNHA Francisco. O duelo de Lampião e Dom Quixote. Fortaleza: Banco do Nordeste, 2009.HIDALGO, Luciana. Arthur Bispo do Rosário: o senhor labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.CANÇADO, Maura Lopes. Hospício é Deus (Diário I). Rio de Janeiro:Record, 1979.CANÇADO, Maura Lopes. O Sofredor do Ver._______: Edições da Confraria, 2011.

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MÚSICA

ESTEVAM, Ronaldo. Dom Quixote. In: ______. As florestas do inconsciente. [S.l.]: Tratore, 2013.FREJAT, Roberto; QUENTAL, Dulce. O poeta está vivo. In: BARÃO VERMELHO. Na calada da noite. [S.l.]: WEA,1990.GESSINGER, Humberto; GAUVÃO, Paulo. Dom Quixote. In: ENGENHEIROS DO HAWAII. Acústico MTV. [S.l.]:

Universal, 2004.LEE, Rita; BAPTISTA, Arnaldo. Balada do louco. In: LEE, Rita. Acústico MTV. [S.l.]: Universal, 1998. ______; ______. Dom Quixote. In: OS MUTANTES. Mutantes. [S.l.]: Universal, 1969.LOPES, Luizinho. O dom de Quixote. In: SANTOS, Denílson. Do mundo. [S.l.]: ONErpm/Mills Records, 2011.MA, Yo-Yo; STRAUSS, Richard. Thema: Don Quixote (Mässig); Sancho Panza (Maggiore). In: MA, Yo-Yo. R.Strauss: Don Quixote, op. 35; sonata in F major for cello and piano, op. 6 [classic library]. [S.l.]: Sony Music,2005.PEREIRA, Willians. Dom Quixote. In: ______. Dom Quixote. [S.l.]: ONErpm/Delira Música, 2005.

WEB

DOM QUIXOTE de La Mancha (Miguel de Cervantes). Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=fMy4lyZfAgE>. Acesso em: 12 ago. 2014.DOM QUIXOTE: o melhor livro do mundo. Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/voltaire/ cultura/2002/05/17/000.htm>. Acesso em: 12 ago. 2014.MARTINS, Diego. Está confirmado: todo gênio é um pouco louco. Disponível em: <http://minilua.com/esta-confirmado-todo-genio-pouco-louco/>. Acesso em: 13 ago. 2014.OLINTO, Antonio. Dom Quixote: 400 anos. 18 jan. 2005. Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/ cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=31&infoid=1371&sid=373>. Acesso em: 12 ago. 2014.RUIZ, Rafael. Dom Quixote de La Mancha: utopia e realidade. Disponível em: <http://www.quadrante.com.br/ artigos_detalhes.asp?id=94&cat=11>. Acesso em: 12 ago. 2014.

Geração e Edição de Conteúdo

Armazém de Ideias e Serviços | Edison Rodrigues Filho (redação) | Lívia Bianchi Ceolin (revisão) | Taís Tanira Rodrigues (produção)

Projeto Gráfico e Diagramação: Estúdio Mezanino

TEMPORADA: 13 DE SETEMBRO A 21 DE DEZEMBRO DE 2014às quartas, às 21h | às quintas, às 15h (agendamento escolar) e às 21hàs sextas, às 21h | aos sábados, às 17h e às 21h | aos domingos, às 19h

ENTRADA GRATUITAAgendamento de grupos e escolas: 11 3146 7439

TEATRO MUSICAL