A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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A CONTABILIDADE E OS NOVOS IMPOSTOS SOBRE O
PATRIMÓNIO
As implicações da Reforma na Tributação em IRC e IRS.
Tratamento integrado dos aspectos contabilísticos e fiscais.
Organização: -APECA
Lisboa-29 de Novembro de 2004
Porto-02 de Dezembro de 2004
Algarve-04 de Dezembro de 2004
ELEMENTOS DE APOIO –VERTENTE FISCAL
(Texto, Lista de legislação e doutrina, e diapositivos)
NOTA PRÉVIA
1-Nestas acções de formação pretendemos tratar os aspectos contabilísticos e fiscais da
Reforma da Tributação do Património com particular destaque para as implicações no
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) e no Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Singulares (IRS).
2-Entendeu a APECA dever confiar-me o tratamento dos aspectos fiscais, ficando a
parte contabilística para uma autoridade na matéria, o Dr. Pinheiro Pinto. É a primeira
vez que trabalhamos juntos numa acção de formação. Irei procurar estar à altura nesta
parceria que tanto me honra.
3-A APECA, como entidade organizadora, definiu os objectivos para esta acção: -Que
os participantes desenvolvam os seus conhecimentos e fiquem a saber lidar no seu dia a
dia com as novas implicações contabilísticas e fiscais trazidas pela Reforma.
4-Para isso, sem descurarmos a enunciação teórica de algumas linhas estruturantes,
iremos tratar acima de tudo da sua aplicação prática pelos técnicos de contabilidade ao
serviço das empresas.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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5-Entre os mais de vinte temas que tínhamos à partida, seleccionámos treze que
constam do índice e do respectivo texto e que consideramos da maior importância na
actualidade. Claro que será sempre uma opção discutível como todas as escolhas.
6-No que diz respeito à vertente fiscal que me foi atribuída, o texto foi completamente
reformulado e actualizado em relação a um outro que já havia produzido para a APECA
em Janeiro deste ano para apoio de três acções cuja monitoria me fora então confiada.
7-Acontece que noutras alturas e noutras circunstâncias, eu tive o prazer de tratar
aspectos fiscais da Reforma num texto conjunto com o Dr. Mário Januário. Nesse texto,
pedaços houve que tinham a sua marca de qualidade que o seu muito saber e
competência lhe haviam emprestado e seria uma pena que não fossem recuperados. Daí
que eu tenha pedido e facilmente conseguido a sua anuência para que, ainda aqui, eu
recupere pequenas passagens desse texto. Por isso, aqui fica esta nota de público
agradecimento.
8-Para apoio da exposição, elaborámos o presente dossier composto de três partes a
saber:
1ª Parte -Texto: Tributação do património -Algumas particularidades
2ª Parte -Lista de toda a legislação complementar posterior à Reforma
3ª Parte -Diapositivos que serão usados na exposição
9-Juntamos a lista da legislação complementar e doutrina, e não os próprios
documentos, dado o grande volume que isso representaria. De qualquer modo, a própria
lista já poderá constituir um importante elemento de consulta.
10-Resta-me fazer votos para que este conjunto da acções corresponda às expectativas
de todos aqueles que nelas participam. Pela nossa parte tudo faremos para que isso
aconteça.
Abílio Marques
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ÍNDICE
As Avaliações no âmbito do CIMI………………………………………………………………………pág. 4
Contratos-promessa de compra e venda………………………………………………………..pág. 11
As procurações irrevogáveis…………………………………………………………………………….pág. 25
Transmissões de partes de capital das sociedades…………………………………………pág. 30
Entradas de imóveis de sócios para realização do capital social……………….……pág. 32
Redimensionamento das empresas: - fusão, cisão ou entradas de activos…..pág. 35
Construção por empresários de imóveis para venda……………………………………..pág. 37
Aquisição de imóveis para revenda………………………………………………………………...pág. 39
Permutas de bens imóveis………………………………………………………………….……………pág. 44
Transmissões gratuitas a favor de pessoas colectivas……………………………………pág. 50
O novo VPT. Suas implicações no IRC e no IRS (actividades empresariais)….pág. 52
Contrato de locação financeira……………………………………………..………………………….pág. 57
Trespasse de estabelecimentos comerciais……………………………………………………..pág. 61
Legislação Complementar e Doutrina Administrativa………………………………………pág. 67
Diapositivos……………………………………………………………………………………………………….pág. 72
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I PARTE
Texto de Apoio
1-As Avaliações no âmbito do CIMI O legislador não adopta a mesma fórmula para a avaliação de todos os prédios. Optou
por fazer a sua divisão em três grandes grupos:
a) -Prédios para habitação, comércio, indústria ou serviços;
b) –Terrenos para construção;
c) –Prédios classificados como “Outros”.
Para cada um destes três grupos encontrou um método diferente. Vejamos então a
forma de avaliar os prédios urbanos pertencentes a cada um dos grupos.
I Grupo:
1.1-Prédios para habitação, comércio, indústria ou serviços;
Incluem-se neste grupo os prédios urbanos, edifícios ou construções, que para tal
tenham sido licenciados ou, na falta de licença, que tenham como destino normal, cada
um dos referidos fins. (artigo 6º, nº 1, alíneas a) e b) e nº 2).
Caso uma das partes seja principal e a outra ou outras meramente acessórias, a
avaliação do prédio efectua-se por aplicação das regras de avaliação da parte principal,
tendo em atenção a valorização resultante da existência das partes acessórias; (alínea b)
do nº 2 do artigo 7º).
1.1.2-Quadro de fórmulas e conceitos
Para os prédios urbanos pertencentes a este grupo que são a maior parte, o legislador
criou a fórmula constante do artigo 38º do CIMI que é seguinte:
Vt = Vc x A x C a x C l x Cq x Cv
em que:
-Vt = valor patrimonial tributário
-Vc = valor base dos prédios edificados (corresponde ao custo médio de construção
por m 2, adicionado do valor do m2 do terreno de implantação) (artigo -39º). A portaria
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982/2004, de 04 de Agosto fixou o custo médio de construção em 480 euros/m2, de
onde resultou um valor de Vc de 600 € por m2 (480 € +25% de 480). Este custo médio
de construção será fixado anualmente pelo M.F. mediante proposta da CNAPU e será
igual para todo o país e para todo o tipo de construções. Mais do que um preço de
custo, estaremos em presença de um preço base fixado para este efeito.
-A = área bruta de construção mais a área excedente à área de implantação, ou seja,
A= Aa + Ab + Ac + Ad (artigo 40º)
em que:
Aa – representa a área bruta privativa, ou seja, da construção com utilização
principal (por exemplo habitação, comércio ou indústria) a que se atribui o
factor 1.1
Ab – representa as áreas brutas dependentes, as chamadas construções anexas;
São áreas cobertas de uso exclusivo (garagens, arrecadações) e têm uma
utilização acessória em relação à construção principal.
Ac – representa a área do terreno livre até ao limite de duas vezes a área de
implantação. Poderá integrar, jardins, piscinas, campos de jogos, quintais e
outros logradouros que, não tendo uma valoração autónoma, irão influenciar
positivamente o factor “Cq”, (coeficiente de qualidade e conforto).
Ad – representa a área do terreno livre que excede o limite de duas vezes a área
de implantação. Valem aqui as considerações que foram feitas para o factor
“Ac” anterior.
-Ca = coeficiente de afectação (quadro no artigo 41º) depende do tipo de utilização
dos prédios. (comércio, serviços, habitação, armazéns.....). Esta afectação deve ser
averiguada através dos documentos juntos ao pedido de inscrição, ou outros que,
invocando o dever de cooperação dos sujeitos passivos, venham a ser solicitados,
designadamente, plantas e licenças de utilização. A cada tipo de utilização
corresponderá um coeficiente fixo. Não há aqui margem de variabilidade para o critério
do avaliador.
-Cl = coeficiente de localização (artigo 42º) –varia entre 0,4 e 2, podendo em zonas
rurais baixar para 0,35 ou em zonas de elevado valor de mercado imobiliário subir para
3. Não podemos comparar uma construção no Parque das Nações com uma outra numa 1 As caves e os sótãos tanto poderão ter factor 1, se forem para habitação, como poderão ter factor 0,3 se forem por exemplo, para garagem ou arrecadação. Em princípio, a utilização é a que constar da planta, porque a inspecção ao prédio por parte do perito, não é obrigatória, mas deve efectuá-la sempre que entenda necessário.
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zona rural do interior. Entretanto, já se encontra publicada a portaria 982/2004, de
04/08 que remete para o site da DGCI onde se encontram todos estes coeficientes.
-Cq = coeficiente de qualidade e conforto (tabela no artigo 43º) é aplicado ao valor
base do prédio edificado podendo ser majorado até 1,7 e minorado até 0,5. Isto é,
adicionaremos ao coeficiente 1, um conjunto de valores dos coeficientes relativos às
características intrínsecas da construção e aos equipamentos ou às circunstâncias
envolventes que valorizem a construção e diminuiremos os valores relativos aos
coeficientes atribuídos à ausência de determinados equipamentos ou circunstâncias que
desvalorizam a construção. Este coeficiente “Cq” pode ser ligeiramente influenciado
pelo critério do perito avaliador nos factores derivados da localização excepcional (+), e
qualidade de construção (+), ou do estado deficiente da construção (-), mas é
insignificante, porque todos os outros são fixos e muito objectivos: -ou tem ou não tem.
Mesmo sendo de reduzida influência, para se evitar excessivo poder discricionário, a
CNAPU aprovará directrizes a considerar na definição daquelas características.
-Cv = coeficiente de vetustez (tabela no artigo 44º) é fixado oficialmente em função da
idade do prédio.
1.1.3 -Valor base do metro quadrado e coeficientes de localização
Com a publicação do CIMI em 12 de Novembro de 2003, iniciou-se a contagem
do prazo de 180 dias para que sejam aprovados e publicados os seguintes elementos:
1º Os coeficientes de localização mínimos e máximos a aplicar em cada
município, com base designadamente em elementos fornecidos pelos peritos locais e
regionais e pelas entidades representadas na CNAPU, para vigorarem nos três anos
seguintes;
2º O zonamento e respectivos coeficientes de localização, as percentagens a que
se refere o n.º 2 do artigo 45.º e as áreas da sua aplicação, bem como os coeficientes
majorativos aplicáveis às moradias unifamiliares, com base em propostas dos peritos
locais e regionais, para vigorarem nos três anos seguintes em cada município;
3º Directrizes relativas à apreciação da qualidade construtiva, da localização
excepcional e do estado deficiente de conservação;
4º O custo médio de construção por m2, ouvidas as entidades oficiais e as
associações privadas do sector imobiliário urbano;
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Como atrás se referiu, o valor base do metro quadrado de construção e os
coeficientes de localização foram publicados em 04 de Agosto de 2004, pela portaria
982/2004.
1.1.4-Determinação da área fiscal
O valor de “A” não corresponde à área coberta ou descoberta, nem ao somatório
delas. É por assim dizer uma área meramente fiscal, calculada de acordo com o artigo
40º do CIMI.
Vejamos o seguinte exemplo prático:
–Prédio :-Moradia com dependências e quintal.
A) Elementos com interesse:
-Área do terreno onde se encontra construída: -2 000 m2
-Número de pisos : -3
-Área dos pisos: (cave, r/c e 1º A) 200 + 180 + 120;
-Garagem anexa: -50 m2;
-Arrecadação no polígono principal da construção: 40 m2;
B) Solução:
Área do lote de terreno:............2 000 m2
Aa (área bruta privativa) = 200 + 180 + 120 = 400 m2 X coeficiente 1 (artº 40º, nº 2)=
400 m2.
Ab (áreas brutas dependentes) = (50 + 40) X coeficiente 0,3 (artº.40º, nº 3) = 27 m2
Ac (área de terreno livre limite da construção)= (200 + 90) X 2 (artº 40º, nº 1) = 580 m2
X 0,025 (artº 40º, nº 4)= 14m2
Ad = área do terreno livre excedente =2000 - (200 +50 + 40 +580) = 2 000 – 870 =
1170 m2 X coeficiente 0,005 (artigo 40º, nº 4)= 5,9 m2 – (área do lote menos a área de
implantação dos edifícios adicionada de Ac).
Valor de A = 400 + 27 +14+ 5,9 = 446,9 m2
Nota: -Como se verifica do exemplo anterior, a área de terreno excedente em pouco
influencia o valor de “A” e, consequentemente, em pouco vai influenciar o valor
patrimonial.
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II Grupo
Terrenos para construção
1-Consideram-se terrenos para construção os seguintes:
a)-Os que, sendo situados dentro ou fora de um aglomerado urbano, para os quais
tenha sido concedida:
- uma licença de construção ou,
-uma licença de autorização de loteamento;
b)-os que assim tenham sido declarados no título aquisitivo.
Exceptuam-se os seguintes:
a) –os terrenos em que as entidades competentes vedem qualquer daquelas
operações, designadamente, os localizados em zonas verdes;
b) –os que, de acordo com os planos municipais de ordenamento do território,
estejam afectos a espaços, infraestruturas ou equipamentos públicos.
(artigo 6º, nº 3)
2-Valor patrimonial tributário dos terrenos para construção (artigo 45º)
2.1 -O valor patrimonial tributário dos terrenos para construção é o somatório:
a) -valor da área de implantação do edifício a construir, que é a situada
dentro do perímetro de fixação do edifício ao solo medida pela parte exterior,
mais
b) - valor do terreno adjacente à implantação.
2.2 -O valor da área de implantação varia entre 15% e 45% do valor das
edificações autorizadas ou previstas.
Na fixação da percentagem do valor do terreno de implantação têm-se em
consideração as seguintes características:
a) Acessibilidades, considerando-se como tais a qualidade e
variedade das vias rodoviárias, ferroviárias, fluviais e marítimas;
b) Proximidade de equipamentos sociais, designadamente escolas,
serviços públicos e comércio;
c) Serviços de transportes públicos;
d) Localização em zonas de elevado valor de mercado imobiliário.
2.3 -O valor do terreno relativo à área de implantação, corresponderá sempre a
uma % do valor da construção que nele seja viável efectuar. Esta percentagem será
tanto mais elevada, quanto melhores forem os requisitos referidos no número anterior.
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Esta percentagem consta do “site” da DGCI para onde remete a portaria 972/2004, de
04/08.
2.4 –A este valor da área de implantação, será adicionado o valor da área
adjacente à construção, calculado da seguinte forma: (n.º 4 do artigo 40.º).
a)-A área do terreno livre do edifício ou da fracção, ou a sua quota-parte,
resulta da diferença entre a área total do terreno e a área de implantação da construção
ou construções e integra jardins, parques, campos de jogos, piscinas, quintais e outros
logradouros, aplicando-se-lhe, até ao limite de duas vezes a área de implantação (Ac), o
coeficiente de 0,025 e na área excedente ao limite de duas vezes a área de implantação
(Ad) o de 0,005.
b) –A área assim calculada será multiplicada pelo factor Vc que se
encontrar fixado.
2.5 –À primeira vista, poderíamos pensar que um terreno para construção seria
mais fácil de avaliar ou menos trabalhoso. Puro engano. Por um lado temos que avaliar
a construção que estiver autorizada, depois aplicar a esse valor a percentagem que
estiver ou for fixada para aquele terreno e depois adicionar-lhe o valor correspondente a
eventual parcela de terreno sobrante. Isto, para não falarmos que construção autorizada
poderá ser das mais simples às mais complexas. Entretanto, foram elaborados e estão a
ser aperfeiçoados programas informáticos para tudo.
Porém, o técnico não pode deixar de conhecer as regras e a lógica da sua
construção.
III Grupo
Prédios urbanos classificados como “outros”
1- Enquadram-se nesta espécie “outros” os seguintes prédios: (d) do artigo 6º).
a)- terrenos situados dentro de um aglomerado urbano que não sejam terrenos
para construção nem se encontrem abrangidos pelo conceito de prédios rústicos;
b)- edifícios e construções licenciados ou, na falta de licença, que tenham como
destino normal outros fins diferentes dos de habitação, comércio, indústria ou serviços.
2 -Valor patrimonial tributário dos prédios da espécie “Outros” (artigo 46º)
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a) -No caso de edifícios, o valor patrimonial tributário é determinado nos termos
do artigo 38.º com as adaptações necessárias. Poderão estar aqui incluídos, por
exemplo, os edifícios públicos, os quartéis ou os hospitais, que sem grandes ou
nenhumas adaptações poderão ser avaliados como edifícios afectos a prestação de
serviços.
b) -No caso de não ser possível utilizar as regras do artigo 38.º, o perito deve
utilizar o método do custo adicionado do valor do terreno. Poderão ser aqui incluídos
prédios como, aeródromos, ETAR’s, Igrejas, Campos de Golfe e pavilhões desportivos.
c) -No caso de terrenos, o seu valor unitário corresponde ao que resulta da
aplicação do coeficiente de 0,005, referido no n.º 4 do artigo 40.º, ao produto do valor
base dos prédios edificados pelo coeficiente de localização. Poderão ser aqui
considerados os aterros sanitários e Zonas verdes.
d) -O valor patrimonial tributário dos prédios urbanos em ruínas é determinado
como se de terreno para construção se tratasse. Ao ser avaliado como terreno para
construção, deverá ser averiguado qual o tipo de construção que pode ser ali efectuada.
Se ainda não existirem planos de pormenor ou licença de construção, o perito avaliador
não poderá deixar de efectuar uma inspecção ao terreno e averiguar o tipo de
construção em função da malha urbana envolvente.
3-Algumas notas ainda sobre a determinação do VPT (artigo 7º)
a) Caso uma das partes seja principal e a outra ou outras meramente
acessórias, por aplicação das regras de avaliação da parte principal, tendo em atenção a
valorização resultante da existência das partes acessórias;
b) Caso as diferentes partes sejam economicamente independentes, cada
parte é avaliada por aplicação das correspondentes regras, sendo o valor do prédio a
soma dos valores das suas partes.
c) O valor patrimonial tributário dos prédios mistos corresponde à soma
dos valores das suas partes rústica e urbana, determinados por aplicação das
correspondentes regras do presente código. Terão que ser peritos diferentes a efectuar a
avaliação, um da propriedade rústica outro da propriedade urbana, porque são regras
diferentes como diferentes irão ser as matrizes e os valores matriciais.
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2-Contratos-promessa de compra e venda 2.1- As promessa de compra e venda com tradição no CIMT ?
2.1.1 -Incidência
Dispõe o CIMT(2º, 1 e 2 a), nos seguintes termos:
“1 -O IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade
ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens imóveis situados no território
nacional.
2-Para efeitos do n.º 1, integram, ainda, o conceito de transmissão de bens imóveis:
a)As promessas de aquisição e de alienação, logo que verificada a tradição para o
promitente adquirente, ou quando este esteja usufruindo os bens, excepto se se tratar
de aquisição de habitação para residência própria e permanente do adquirente ou do
seu agregado familiar e não ocorra qualquer das situações previstas no n.º 3;”
O legislador ficcionou aqui para o IMT a existência de transmissão fiscal sempre que,
na sequência da celebração de um contrato promessa de compra e venda, o promitente
adquirente entra na posse ou passa a usufruir os respectivos bens.
Exclui desta ficção as aquisições para habitação própria e permanente, salvo se,
entretanto, ocorrer qualquer das situações previstas no nº 3 do artigo 2º , ou seja, a
introdução de cláusula de livre cedência, a cedência de posição contratual ou a
passagem de procuração irrevogável.
2.1.2- Determinação da matéria colectável
Se seguisse a regra geral o IMT incidiria sobre o valor constante do acto ou do
contrato ou sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis, consoante o que fosse
maior.
Todavia, neste caso de contrato promessa seguido de tradição ou posse, o IMT incidirá
apenas sobre a parte do preço paga pelo promitente adquirente ao promitente alienante
ou pelo cessionário ao cedente; (regra 18ª do nº 4 do artigo 12º do CIMT)
2.2- A celebração do contrato promessa de aquisição e de alienação de
imóveis com cláusula de livre cedência.
2.2.1-Incidência
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Sempre que do contrato-promessa ou de documento à parte, conste uma clausula
expressa de que o promitente adquirente pode ceder a sua posição contratual a
terceiro, é devido imediatamente imposto pelo promitente adquirente, ainda que o
imóvel envolvido se destine a ser afecto à habitação própria e permanente do
promitente adquirente.
Se não constar essa cláusula do contrato promessa, não haverá sujeição imediata a
imposto.
Na liquidação do imposto não beneficia o promitente adquirente de qualquer isenção
ou redução de taxa, nos termos da alínea f) do artº 4º do CIMT.
2.2.2 –Determinação da matéria colectável
A base para essa liquidação, não é o VPT (valor patrimonial tributário) como acontece
geralmente, mas o valor correspondente ao preço pago pelo promitente adquirente
originário ao promitente vendedor, nos termos da regra 18.ª do nº 4 do artigo 12º do
CIMT. Não se trata duma verdadeira transmissão, mas duma ficção legal de
transmissão relevante para efeitos deste imposto.
2.2.3 –Taxas a aplicar
Nos termos do nº5 do artº 17º, a taxa a aplicar na liquidação será a que corresponder à
totalidade do preço acordado no contrato de transacção do imóvel, já que ao sujeito
passivo do imposto não aproveita o beneficio de qualquer isenção ou redução de taxa,
como já vimos.
Ou seja, na liquidação, a base de cálculo ou multiplicando será o preço ou valor pago
pela celebração do contrato promessa - o sinal e os reforços ou adiantamento e não o
VPT - e a taxa aplicável ou multiplicador, será aquela que corresponder ao VPT, valor
patrimonial tributável do prédio ou ao valor fixado no contrato para a aquisição
definitiva, consoante o que for maior, de acordo com a aplicação conjugada do
disposto nos nº 1 e 4, regra 18ª do artº 12º do CIMT.
2.2.4-Pagamento
Nestas transmissões previstas nas alíneas a) do n.º 3 do artigo 2.º, o imposto é
liquidado antes da celebração do contrato-promessa, sem prejuízo do disposto no nº 3
do artigo 22º, segundo o qual, sempre que o contrato definitivo seja celebrado com o
promitente adquirente que já tenha pago parte ou a totalidade do imposto, só há lugar a
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liquidação adicional quando o valor que competir à transmissão definitiva for superior
ao que serviu de base à liquidação anterior, procedendo-se à anulação parcial ou total
do imposto se o adquirente beneficiar de redução de taxa ou de isenção.
2.3- As cessões de posição contratual do promitente adquirente a terceiro,
quando habilitado para tal.
2.3.1-Incidência
As cedências de posição contratual do promitente comprador a terceiro, nos
casos em que exista cláusula de livre cedência da posição daquele, estarão sujeitas a
IMT, nos termos da alínea b) do nº 3 do artº 2°, bem como as cedências sucessivas
posteriores.
Os casos previstos nesta alínea são, pois, aqueles em que o promitente adquirente já
foi sujeito a IMT aquando da outorga do contrato promessa nos termos da alínea a) da
mesma disposição legal, e logo, as cessões de posição contratual previstas nesta alínea
b), serão tão só aquelas que não carecem do consentimento do promitente alienante,
por ter sido clausulado no contrato promessa ou posteriormente, que o promitente
adquirente podia ceder livremente o seu direito como já referimos.
2.3.2 –Determinação da matéria colectável
Vale aqui o que acima dissemos quanto ao contrato promessa com cláusula de
cedência, no que respeita à base de cálculo do IMT devido, taxa aplicável, sua redução
e isenção de imposto, sendo que é sujeito passivo o cessionário, nos termos da alínea
f) do artº 4º do CIMT.
Com efeito, também aqui o cessionário sujeito passivo não tem direito a qualquer
isenção ou redução de taxa e ficará de novo sujeito a imposto se vier a outorgar, como
adquirente, a escritura de compra e venda.
Todavia, nos termos do nº 3 artº 22º, nessa data só pagará o imposto que incidir sobre
a diferença de valor entre o preço final ou o valor patrimonial e aquele que havia pago
quando adquiriu a posição contratual de promitente adquirente.
Nessa data beneficiará das isenções ou redução de taxa a que tiver direito como
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efectivo adquirente do imóvel, procedendo-se então à anulação parcial ou total do
imposto pago anteriormente, consoante o caso.
Sobre como se determina a matéria tributável, dispõe o CIMT, na regra 18ª do nº 4 do
artº 12º, que nas situações previstas nas alíneas a) e b) do n.º 3 do artigo 2.º,
precisamente as cedências sucessivas das posições contratuais nos contratos promessa,
o imposto incide apenas sobre a parte do preço paga pelo promitente adquirente ao
promitente alienante ou pelo cessionário ao cedente, embora a taxa seja a relativa a
todo o preço acordado no contrato, nos termos do nº 5 do artº 17º do mesmo CIMT.
2.4-Novo facto gerador do IMT no âmbito dos contrato promessa: - As
restantes cessões de posição contratual do promitente adquirente.
2.4.1-Incidência
Resulta claro que se do contrato promessa de compra e venda ou de qualquer outro
documento avulso não constar a clausula que habilite o promitente adquirente a ceder
a sua posição contratual, tal contrato promessa, por si só, não estará sujeito a IMT.
Mas nada impede que o promitente adquirente ceda a sua posição a terceiro em
momento posterior, colhendo para efeito o necessário consentimento do promitente
alienante, tal como exige o Código Civil (artº 424º).
Se isso acontecer, está a hipótese prevista na alínea e) do nº3 do artº 2º e surgirão
imediatamente dois factos geradores da obrigação de imposto. O legislador do CIMT
ficcionou duas transmissões:
-primeira – a que se opera do promitente alienante para o promitente adquirente,
sendo este o sujeito passivo da obrigação de imposto, nos termos da alínea h) do artº
4.°;
-segunda – a que ocorre do promitente adquirente para o cessionário da sua posição
contratual, sendo sujeito passivo do imposto o cessionário.
Todavia, o promitente adquirente originário pode não ser sujeito passivo do IMT, se e
quando declarar, no prazo de 30 dias a contar da cessão, que o valor por si recebido
pela cessão não foi superior ao valor por ele pago ao promitente vendedor, provando-o
através de documentos idóneos ou então autorizando a administração fiscal a aceder à
sua informação bancária, tudo nos termos da citada alínea h) do artº 4º.
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A ractio legis desta norma da alínea h) do artº 4º terá que ver com o facto de haver
genuínos promitentes adquirentes de imóveis e de cujo contrato promessa não conste a
cláusula de livre cessão da sua posição contratual. Não tem por pressuposto os
especuladores ou investidores. Tratar-se-á de contratantes que celebram os contratos
promessa com a vontade de adquirir o imóvel em questão e que, por qualquer válida
razão não inicialmente prevista, tiverem que ceder a sua oposição contratual e, logo, se
justifica a faculdade de demonstrar que a contrapartida por si recebida no contrato de
cessão se limitou a recuperar o sinal que havia pago ao promitente alienante. Isso
provado, não haverá sequer sujeição a IMT.
É claro que esta exclusão da sujeição aproveita apenas ao promitente adquirente
originário e não obviamente a qualquer dos cessionários subsequentes. Ou seja, só
atinge a primeira transmissão acima referida e não já a segunda e as eventuais
subsequentes.
Também aqui vale o que já referimos, quanto ao valor tributável sujeito a imposto,
taxas e ausência de isenções ou de reduções.
Sempre que determinada pessoa figura em determinado contrato como promitente
comprador, mas depois a escritura vem a ser celebrada com um terceiro, pressupõe-se
que houve cedência de posição contratual. Nos casos configurados houve cedência em
relação a metade e, como tal, deverão ser tratados.
Convirá aqui referir que houve uma alteração do texto da alínea e) do nº3 do artº 2º do
anteprojecto do CIMT amplamente divulgado. Do texto definitivo passou a constar
“……., vindo o contrato definitivo a ser celebrado entre o primitivo promitente
alienante e o terceiro”.
Quer dizer: -nas cedências de posição contratual temos que ficar a aguardar a
celebração do contrato definitivo. Faria sentido que a alínea h) do artigo 4º tivesse sido
também alterada por forma a que o prazo de 30 dias para excluir a tributação fossem
contados somente a partir de data em que foi assinada a escritura com o terceiro e não a
contar da data da cessão, porque assim, está a justificar-se uma cessão que poderá não
vir a ser tributada.
2.5-As normas de controlo das cedências nos contratos promessa
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
16
O legislador do CIMT criou um sistema de controlo destinado a garantir a eficácia
destes novos factos sujeitos a imposto.
Os notários são obrigados a controlar o efectivo pagamento do IMT respeitante a
todos os actos ou negócios jurídicos em que intervenham, incluindo os actos de
reconhecimento de assinaturas.
Em todos os actos ou contratos sujeitos a IMT, em que o imposto não tenha sido
efectivamente pago, não podem os notários lavrar escrituras ou outros instrumentos
notariais, nem reconhecer assinaturas. No caso dos actos ou contratos estarem isentos
de IMT, e essa isenção dependa de reconhecimento da administração, deverão os
notários exigir cópia do documento comprovativo da isenção, obrigações que se
aplicam também às restantes entidades intervenientes em actos ou contratos sujeitos a
IMT.
Também os notários e outras entidades intervenientes em actos ou contratos sujeitos a
IMT, deverão enviar mensalmente às Direcções de Finanças, extracto dos respectivos
livros de notas contendo os elementos essenciais ao controlo do cumprimento das
obrigações fiscais pela administração fiscal.
Os notários são, ainda, obrigados a enviar às Direcções de Finanças, a própria cópia
dos contratos promessa de aquisição e alienação de bens imóveis, bem como a cópia
dos respectivos contratos de cessão de posição contratual, referentes ao mês anterior.
Também aqui se verifica o duplo controlo nesta matéria de contratos promessa e suas
sucessivas cessões de posições contratuais.
2.6-Contratos Promessa: -Casos práticos
Vejamos, entretanto, alguns casos práticos elaborados a partir de questões colocadas
na sequência de outras acções de formação em cuja monitoria participámos.
1º Caso
Tributação da cessão de posição contratual
1ª - Questão.
A promete vender a B uma habitação por valor inferior a 80.000 euros.
Esta compra e venda não pagava IMT.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
17
Porém prevê a possibilidade de cessão de posição contratual.
Daqui decorre a obrigação imediata de pagar IMT?
Sim ou não.
Se não,
Quanto? 6,5% * valor do sinal?
Resolução:-
a)-Sempre que do contrato-promessa ou de documento à parte, conste uma clausula
expressa de que o promitente adquirente pode ceder a sua posição contratual a
terceiro, é devido imediatamente imposto pelo promitente adquirente (alínea a) do nº 3
do artigo 2º).
b)-Ainda que à transmissão efectiva do imóvel aproveite alguma isenção ou redução
de taxa esta só operará no momento da efectivação do negócio. (alínea e) do artigo 4º).
Claro que não nos estamos aqui a referir aos diversos escalões do artigo 17º, porque
aqui não estamos perante isenções ou reduções, mas sim perante uma estrutura de
taxas a aplicar semelhante à que existe noutros códigos, designadamente no CIRS.
Aqui, estamos a referir-nos a verdadeiras isenções objectivas ou subjectivas, ou
reduções, constantes do CIMT ou de legislação extravagante.
c)-A base para a liquidação, não é oVPT (valor patrimonial tributário) como acontece
geralmente, mas o valor do sinal ou adiantamento pago pelo promitente adquirente ao
promitente vendedor, nos termos da regra 18.ª do nº 4 do artigo 12º do CIMT.
d)-Nos termos do nº5 do artº 17º, a taxa a aplicar na liquidação será a que
corresponder à totalidade do preço acordado no contrato de transacção do imóvel.
Porém,
f)-No caso colocado, ao irmos em busca da taxa correspondente ao preço total
acordado, verificamos que este, sendo inferior a 80 000 €, ficará integrado no 1º escalão
( alínea a) do nº1 do artº 17) a que corresponde a taxa zero, pelo que, embora a cláusula
de livre cedência seja tributada, aqui não originaria imposto de qualquer montante.
g)-Tecnicamente não estamos perante uma isenção, mas sim perante uma tributação à
taxa zero ditada pela estrutura de taxas existente.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
18
2ª Questão
Na cessão de posição, o cedente normalmente tem uma mais valia (embora possa ter
uma menos valia). 2 Assim:
A promete vender a B uma habitação por 90.000€ e B paga um sinal de 40.000. No
contrato prevêem a possibilidade de cessão.
Logo é pago o IMT de quanto?
a) -6,5%*40.000?
b) -6%*40.000?
c) -Taxa que corresponderia a 90.000 na al.a) , n.º1 artº 17º * 40.000?
Resolução:-
Vale aqui tudo o que se disse na resposta anterior . Vamos então proceder ao cálculo do
imposto:
a)-Valor para tributação -40 000; (A este valor não pode aproveitar qualquer isenção
nem tão pouco a que tecnicamente resultaria do seu enquadramento no 1º escalão
(alínea e) do artº 4º e nº 5 do 17º).
b)-Taxa a aplicar:
Temos que ir determinar a taxa correspondente ao preço acordado para a
totalidade do negócio, tendo em conta que se trata de um imóvel destinado
exclusivamente para habitação. (alínea a) do nº 1 do artigo 17º).
1º escalão………..….até 80 000………..taxa…….0% =………..,00
2º escal.-excedente-…….10 000………………….2% =….…200,00
Preço total………………90 000…Imposto correspondente....200,00
Taxa efectiva correspondente à totalidade do preço:
200,00 / 90 000,00 = 0,222%
c)-Valor do imposto correspondente ao sinal:
40000,00 x 0,222% = 88,88
3ª Questão
Se B ceder efectivamente a posição a C, e se a ceder pelo valor de 50.000 € e previr na
cessão a possibilidade de C ceder a D, então pergunta-se:
C terá de pagar IMT?
2 -Isto não é relevante para IMT
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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Por que valor?
a) -Por 40 que continua a ser o valor do sinal? -Não
b) -Por 50 que é o valor total da cessão? -Sim
c) -Por 10, que é o lucro de B na cessão? -Não
Resolução:-
Efectivação da cedência de B para um terceiro (C ), sendo o sinal de 50000 € e com
clausula de livre cedência.
A cedência de posição contratual do promitente adquirente B ao terceiro C, uma vez
que, quando o agora cedente adquiriu, existiu clausula de livre cedência da sua
posição daquele, é sujeita a imposto, nos termos da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do
CIMT.
É que, as cessões de posição contratual previstas na alínea b) são apenas aquelas que
não necessitam do consentimento do promitente alienante, por ter sido clausulado no
contrato promessa ou posteriormente, que o promitente adquirente podia ceder
livremente o seu direito.
Agora, o sujeito passivo da obrigação de imposto gerada pela cessão da posição
contratual é o cessionário C, nos termos da alínea e) do artigo 4.º do CIMT. Aqui, na
cedência de C para D já não é relevante a existência ou não de clausula de livre
cedência porque o contrato já não é de compra e venda, celebrado com o originário
promitente vendedor.
O valor tributável sujeito a imposto é o correspondente à parte do preço paga pelo
cessionário C ao cedente B, como determina a regra 18.ª do n.º 4 do artigo 12.º do
CIMT. Devemos seguir a demonstração do cálculo que consta da resposta à questão
2), mas considerando o valor de 50 000 €..
Também aqui o cessionário não tem direito a qualquer isenção ou redução de taxa,
sendo a taxa a aplicar a que corresponder ao valor total do preço previsto para a
transmissão do imóvel acordado no contrato (n.º 5 do artigo 17.º).
O cessionário C ficará de novo sujeito a imposto se vier a outorgar, como adquirente,
a escritura de compra e venda que lhe será assinada pelo promitente vendedor
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
20
originário. Porém, nos termos do nº3 do artigo 22º, nessa data só pagará o imposto que
incidir sobre a diferença de valor entre o preço final ou o valor patrimonial e aquele
que havia pago quando adquiriu a posição contratual de promitente adquirente.
Nessa data beneficiará das isenções ou redução de taxa a que tiver direito,
procedendo-se a anulação parcial ou total do imposto pago anteriormente, se for caso
disso.
Mas esta anulação parcial do imposto liquidado, será apenas a que resultar da eficácia
das isenções ou reduções de taxa a que eventualmente tenha direito, mas não se a
anulação resultar de diferenças na base tributável, nomeadamente, termos de
considerar na liquidação o VPT por ser superior ao preço.
2.7-Os contratos-promessa para pessoa a nomear
O tratamento fiscal dos contratos promessa para pessoa a nomear constitui a verdadeira
novidade trazida pelo IMT.
2.7.1- Enquadramento inicial dos contratos promessa
A celebração de um contrato promessa de compra e venda no qual se inclui uma
cláusula de que a aquisição é efectuada “para pessoa a nomear” não constitui por si só
um facto tributário e, portanto, à partida, não está sujeita a IMT.
Esta realidade não se encontra prevista de forma específica ou mesmo genérica em
qualquer norma de incidência real ou objectiva do CIMT.
Ainda se poderia suscitar a dúvida se estes contratos se poderiam considerar abrangidos
pela alínea a) do nº 3 do artigo 2º do CIMT. Porém, duma leitura minimamente atenta,
facilmente se concluirá que aquela alínea só se aplica aos contratos promessa que
contenham ” cláusula de livre cedência”.
No Código Civil, o consentimento prévio da cessão de posição contratual (cláusula de
livre cedência) está prevista no nº 2 do artigo 424, ao passo que a noção e o regime dos
contratos para pessoa a nomear são tratados no artigo 452º e seguintes.
Assim, à partida, os contratos para pessoa a nomear, terão de ser tratados como simples
contratos promessa de compra e venda, isto é, tratados como se essa cláusula não
existisse, salvaguardando-se na altura própria as respectivas especificidades.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
21
2.7.2-Enquadramento posterior
Tal como qualquer vulgar contrato promessa de compra e venda, a tributação destes
contratos promessa para pessoa a nomear, só poderá verificar-se nas seguintes
situações:
Primeira:
-Quando verificada a tradição de acordo com o CIMT, artigo 2º, nºs 1 e 2 alínea a), que
diz o seguinte:
“1 -O IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade
ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens imóveis situados no território
nacional.
2-Para efeitos do n.º 1, integram, ainda, o conceito de transmissão de bens imóveis:
a)As promessas de aquisição e de alienação, logo que verificada a tradição para o
promitente adquirente, ou quando este esteja usufruindo os bens, excepto se se tratar
de aquisição de habitação para residência própria e permanente do adquirente ou do
seu agregado familiar e não ocorra qualquer das situações previstas no n.º 3;”
A base tributável será o preço ou valor patrimonial tributário, consoante o que for
maior, nos termos do artº 12º, 1 e 5 do CIMT );
Segunda:
-Quando verificada a cedência de posição contratual
É sabido que, mesmo que do contrato promessa de compra e venda não conste a
clausula que habilite o promitente adquirente a ceder a sua posição contratual, nada
impede que este a ceda a terceiro em momento posterior, mediante o consentimento do
promitente alienante, tal como exige o nº 1 ao artº 424º do Código Civil.
Com a inclusão no código da alínea e) do nº3 do artº 2º “e)-Cedência de posição
contratual ou ajuste de revenda, por parte do promitente adquirente num contrato-
promessa de aquisição e alienação, vindo o contrato definitivo a ser celebrado entre o
primitivo promitente alienante e o terceiro” e da alínea e) do artigo 4º, para esta
cedência de posição contratual, o legislador do CIMT ficcionou, a existência de duas
transmissões:
A primeira – a que se opera do promitente alienante para o promitente adquirente,
sendo este o sujeito passivo da obrigação de imposto.
A segunda – a que ocorre do promitente adquirente para o cessionário da sua posição
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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contratual, sendo sujeito passivo do imposto o cessionário.
2.7.3-Particularidades do contrato para pessoa a nomear
2.7.3.1-Cedência de posição contratual
A tributação da cedência de posição contratual neste tipo de contratos está tratada no nº
4 do artigo 2º, que diz o seguinte:
4 - O disposto na alínea e) do número anterior não é aplicável sempre que o
contrato definitivo seja celebrado com terceiro nomeado ou com sociedade em fase de
constituição no momento em que o contrato-promessa é celebrado e que venha a
adquirir o imóvel, desde que o promitente adquirente seja titular do seu capital
social.”
Quer dizer:
Com o nº 4 acima transcrito, nos contratos promessa para pessoa a nomear, o legislador
afastou da tributação em IMT as cedências de posição contratual nas seguintes
hipóteses:
a)-Quando o contrato definitivo for celebrado com o terceiro nomeado.
b)-Quando o contrato definitivo seja celebrado com sociedade em fase de
constituição no momento em que o contrato promessa foi celebrado e que venha a
adquirir o imóvel, desde que o promitente adquirente seja titular de todo ou parte do seu
capital social.
Neste caso dos contratos promessa, o nomeado também terá que ser oportuna e
validamente identificado?
Há quem defenda que “neste caso, o terceiro nomeado não carece de ser identificado no
serviço de finanças, nos termos consagrados no nº 1 do artigo 25º do CIMT, em virtude
de esta norma não ter ainda aplicação nessa situação, por não ser devido nem ainda ter
sido liquidado IMT ao contraente originário.” 3
Também em nossa modesta opinião, parece ser este o melhor entendimento. Na
verdade, como dissemos acima, nos contratos promessa sem tradição, ainda não se deu
qualquer transmissão fiscal para o originário promitente adquirente, não existindo por
isso qualquer facto tributário, o que só se viria a concretizar com a celebração da
escritura pública.
3 Virgílio Pires, Tributação do Património, Boletim Apeca nº 117, Abril/Junho de 2004.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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Sendo assim, também não pode ter aplicação a alínea b) do artigo 4º que determina que
“Nos contratos para pessoa a nomear, o imposto é devido pelo contraente originário,
sem prejuízo de os bens se considerarem novamente transmitidos para a pessoa
nomeada se esta não tiver sido identificada”, enquanto a escritura não for celebrada
para o promitente adquirente.
É certo que os operadores económicos e os cidadãos em geral, poderão ter encontrado
aqui uma alternativa aos contratos promessa com cláusula de livre cedência que,
enquanto tais, passaram a ser tributados, mas não compete ao intérprete fazer a
integração desta lacuna da Lei, tanto mais que estamos a tratar de matéria de incidência.
2.7.3.2-Processo de Identificação
O processo de identificação do nomeado vem tratado no artigo 25º do CIMT.
Todavia, este processo de nomeação foi criado para os contratos efectivos e não prevê
os contratos promessa para pessoa a nomear, agora referidos no âmbito da incidência
no nº4 do artigo 2º que os exclui da alínea e) do nº 3 do mesmo artigo (cedências de
posição contratual).
Vejamos os números 1 e 3 do artigo 25º, porque dessa análise facilmente se concluirá
que o mesmo não se pode aplicar aos contratos promessa.
Nº1
“1 - Nos contratos para pessoa a nomear, o contraente originário,................pode
apresentar no serviço de finanças que procedeu à liquidação do imposto, para os
efeitos previstos na alínea b) do artigo 4.º, até cinco dias após a celebração do
contrato, declaração, por escrito, contendo todos os elementos necessários para a
completa identificação do terceiro para quem contratou, ainda que se trate de pessoa
colectiva em constituição, desde que seja indicada a sua denominação social ou
designação e o nome dos respectivos fundadores ou organizadores.”
Daqui resulta:
a)-A declaração será apresentada no serviço de finanças que procedeu à liquidação.
Qual liquidação?
Se este nº 1 se aplicasse aos contratos promessa, só poderia referir-se àquela que for
devida pela ocorrência de transmissão fiscal originada pela verificação de tradição ou
posse, ou se se desse a transmissão jurídica originada pela celebração da respectiva
escritura, já estaríamos em presença de um contrato efectivo e seria tratado como tal.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
24
Todavia, enquanto não ocorrer qualquer facto determinante da liquidação de imposto,
isto é, enquanto só estivermos perante um mero contrato promessa de compra e venda
ainda que com a cláusula de que a aquisição é para pessoa a nomear, não haverá
qualquer tributação.
b)-Prazo de cinco dia após a celebração do contrato.
Qual contrato?
Claro que só poderá ser do contrato definitivo uma vez que o contrato promessa ainda
não produziu quaisquer efeitos fiscais. Se porventura se aplicasse aos contratos
promessa, este prazo só poderia contar-se a partir da data de eventual transmissão fiscal
que o mesmo originasse
Nº3
“3 - Se vier a ser nomeada a pessoa identificada na declaração, averba-se a sua
identidade na declaração para efeitos de liquidação de IMT e procede-se à anulação
deste se a pessoa nomeada beneficiar de isenção.”
A redacção deste nº 3, pressupõe a existência de uma liquidação que, nos contratos de
promessa de compra e venda para pessoa a nomear só existiria se houvesse tradição ou
posse.
CONCLUINDO:
1-O tratamento fiscal dos contratos promessa para pessoa a nomear, constitui a
verdadeira novidade do CIMT.
Assim,
2-Nos contratos promessa para pessoa a nomear, se não houver tradição dos bens para o
contraente originário e se o contrato definitivo vier a celebrar-se com o terceiro
nomeado, o IMT só será devido pelo terceiro nomeado.
3-Nos casos de contrato promessa o nomeado não carece de ser previamente
identificado, por falta de aplicabilidade a estes casos do artigo 25º do CIMT.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
25
3- As procurações irrevogáveis,
3.1-Incidência
Dispõe a alínea c) do nº 3 do artº 2º do código do IMT que há lugar a transmissão de
imóveis na "outorga de procuração que confira poderes de alienação de bem imóvel
ou de partes sociais a que se refere a alínea d) do nº 2 em que, por renúncia ao direito
de revogação ou clausula de natureza semelhante, o representado deixe de poder
revogar a procuração ".
Trata-se, como é bom de ver, de uma ficção legal de transmissão que assim releva
para efeitos de IMT, não só quanto aos bens imóveis, senão também quanto às
aquisições de partes de capital das sociedades com bens imóveis no seu activo.
Nos termos do nº 2º do artº 5º do código do IMT, a obrigação tributária constitui-se no
momento em que ocorrer a transmissão e esta, no caso ficcionada, ocorre no momento
da emissão da procuração irrevogável, devendo o imposto ser liquidado e pago antes
da outorga do acto, nos termos do nº 2º do artigo 22º do CIMT. No caso, o sujeito
passivo do imposto é o procurador, sem que possa beneficiar de qualquer tipo de
isenção ou redução de taxa, tal como prevê a alínea g) do artº 4º do referido texto.
O IMT recai também, nos mesmos termos e condições, na outorga de procurações da
mesma natureza relativas a partes sociais ou de quotas nas sociedades em nome
colectivo, em comandita simples ou por quotas que possuam bens imóveis, sempre
que as quotas ou partes sociais representem mais de 75% do capital social, ou 100%
sendo marido e mulher casados num qualquer dos regimes da comunhão.
Sabemos que após a outorga da procuração irrevogável, o procurador pode transmitir a
terceiros os poderes ou os direitos que lhe foram conferidos, através do mecanismo do
substabelecimento. O artigo 264.° do Código Civil é claro em relação a isso.
Por isso, a alínea d) do já referido nº3 do artº 2º do CIMT, tipificou também como
facto tributário o substabelecimento da procuração irrevogável, nos seguintes termos:
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
26
” Outorga de instrumento com substabelecimento de procuração com os poderes e
efeitos previstos na alínea anterior.”
Portanto, em todos os casos de substituição do procurador por terceiro e se a
procuração irrevogável conferir poderes de alienação do bem imóvel ou da quota na
situação acima vista, ocorrerá um novo facto tributário, cujo sujeito passivo será o
procurador substituto ou substabelecido, como determinam as normas já referidas. O
mesmo se passando em eventuais e futuros substabelecimentos.
Ou seja, a emissão da procuração irrevogável e qualquer dos seus substabelecimentos,
são factos tributários sujeitos a IMT, nos termos das normas das alíneas c) e d) do nº 3
do artº 2 º acima transcritas.
3.2-Determinação da matéria colectável
A propósito deste novo facto tributário não trata especificamente da respectiva matéria
tributável qualquer das regras do nº4 do artº 12º do CIMT e, assim, devemos subsumi-
lo na previsão geral do nº 1 do mesmo artº 12º, conjugada com as alíneas a) e h) do nº
5 do mesmo artigo4.
Ou seja, O IMT incidirá sobre o valor constante do acto ou do contrato ou sobre o
valor patrimonial tributário dos imóveis, consoante o que for maior, sendo o valor
acordado, conferido à luz do disposto no nº 5 da mesma norma do artº 12º.
Se a hipótese não for o imóvel, mas as partes sociais ou quotas referidas na alínea c)
do nº 3 do artº 2.°, o valor tributável será o determinado nos termos da regra 19ª do nº
4 do mesmo artº 12.°, que dispõe assim:
“Quando se verificar a transmissão prevista na alínea d) do n.º 2 do artigo 2.º, o
imposto será liquidado nos termos seguintes:
a)Pelo valor patrimonial tributário dos imóveis correspondente à quota ou parte
social maioritária, ou pelo valor total desses bens, consoante os casos, preferindo em
ambas as situações o valor do balanço, se superior;
b)No caso de aquisições sucessivas, o imposto respeitante à nova transmissão será
4 Sobre a questão da determinação da matéria tributável nos actos das procurações irrevogáveis e seus substabelecimentos já acima nos referimos quando abordámos a matéria. Aqui apenas faremos síntese.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
27
liquidado sobre a diferença de valores determinada nos termos da alínea anterior;
Se a sociedade vier a dissolver-se e todos ou alguns dos seus imóveis ficarem a
pertencer ao sócio ou sócios que já tiverem sido tributados, o imposto respeitante à
nova transmissão incidirá sobre a diferença entre o valor dos bens agora adquiridos e
o valor por que anteriormente o imposto foi liquidado.
Como se vê ,é um quadro legal semelhante ao que vigorava para a sisa na regra 2ª do §
3º do artº 19º do respectivo código.
3.3-Situação em que o procurador vem a celebrar com o representado a
escritura de compra e venda.
É oportuno lembrar que estamos, como já se referiu, face a uma ficção legal de
transmissão do legislador fiscal e não perante transmissão, de património a
património, operada em termos de direito civil. Esta, só com a escritura, nos termos do
artº 879º do Código Civil.
Bom, se isso acontecer estaremos em presença de um novo facto sujeito a IMT
previsto no nº 1 do artº 2 e, para que não haja dupla tributação, já que no caso o bem e
o sujeito passivo são os mesmos, aplicar-se-á o disposto no nº 3 do artº 22º do CIMT
que tem a seguinte redacção:
3 -Sempre que o contrato definitivo seja celebrado com um dos contraentes previstos
nas alíneas a), b), c) e d) do n.º 3 do artigo 2.º, que já tenha pago parte ou a
totalidade do imposto, só há lugar a liquidação adicional quando o valor que
competir à transmissão definitiva for superior ao que serviu de base à liquidação
anterior, procedendo-se à anulação parcial ou total do imposto se o adquirente
beneficiar de redução de taxa ou de isenção.”
Para obviar à referida dupla tributação, o legislador nos termos desta norma determina
que se o valor do imposto a pagar pela outorga da escritura de compra e venda for
igual àquele sobre que incidiu o IMT aquando da outorga da procuração irrevogável,
não haverá liquidação de imposto pela celebração da escritura.
Todavia, se o valor da escritura de transmissão for inferior àquele sobre que incidiu o
IMT na data da procuração, não haverá lugar a anulação parcial do imposto por essa
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
28
diferença. Apenas haverá lugar à anulação parcial do imposto liquidado na outorga da
procuração irrevogável, quando o procurador celebrar a escritura com o representado e
se apurar nessa data que o imposto a pagar é inferior ao liquidado pela emissão da
procuração.
A eventual anulação parcial só terá lugar, pois, se ela resultar de alguma isenção ou
redução de taxa que, como já vimos, não aproveita ao procurador pela outorga da
procuração irrevogável. Este não beneficia de qualquer isenção ou redução de taxa. Só
beneficiará se posteriormente for adquirente na escritura de compra e venda.
Sempre que esta escritura for celebrada por valor superior ao da procuração, haverá
lugar à liquidação adicional de IMT pela diferença, com a ressalva de que o efectivo
adquirente terá sempre direito às isenções ou reduções de taxa de que não pôde
beneficiar quando foi instituído procurador.
3.4 -Controlo das procurações irrevogáveis no CIMT
Tipificando ex novo as procurações irrevogáveis e seus substabelecimentos, natural é
que o legislador se tenha preocupado com a eficácia da sua aplicação e, por isso,
instituiu normas de controlo nos nº1 e 4 do artº 49º do CIMT, nos seguintes termos:
“1 -Quando for devido IMT ou houver lugar a isenção deste, dependente de
reconhecimento prévio, os notários e outros funcionários que desempenhem funções
notariais não podem lavrar as escrituras ou quaisquer outros instrumentos notariais,
nem proceder ao reconhecimento de assinaturas, sem que lhe seja apresentado,
respectivamente, o correspondente documento de cobrança ou o documento
comprovativo do reconhecimento da isenção, que arquivarão, disso fazendo menção
no documento a que respeitam, sempre que a liquidação deva preceder a transmissão.
4 - Os notários devem enviar, à direcção de finanças da sede do cartório, nos termos
e prazos previstos no Código do Notariado, os seguintes elementos:
a) Uma relação dos actos ou contratos sujeitos a IMT, ou dele isentos, exarados nos
livros de notas no mês antecedente, contendo, relativamente a cada um desses actos, o
número, data e importância dos documentos de cobrança ou os motivos da isenção,
nomes dos contratantes, artigos matriciais e respectivas freguesias, ou menção dos
prédios omissos;
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b) Cópia das procurações que confiram poderes de alienação de bens imóveis em que
por renúncia ao direito de revogação ou cláusula de natureza semelhante o
representado deixe de poder revogar a procuração, bem como dos respectivos
substabelecimentos, e dos contratos promessa de aquisição e alienação de bens
imóveis, bem como dos respectivos contratos de cessão de posição contratual,
referentes ao mês anterior;”
Por aqui se vê o duplo controlo das procurações irrevogáveis que, por isso, têm de ser
passadas por notários.
Por um lado, o notário é obrigado a verificar o cumprimento das obrigações de
liquidação e pagamento do imposto, não podendo passar a procuração sem que a
liquidação e pagamento do mesmo tenha sido realizada. Só poderá lavrar a escritura
ou procuração, se for apresentado ao notário o documento de pagamento do imposto,
como se vê pelo texto do nº1 transcrito. Essa obrigação de controlo pelos notários é
mesmo alargada, também aos actos notariais de mero reconhecimento de assinaturas
em documentos particulares, sempre que deles resulte a ocorrência de um facto sujeito
a imposto.
Por outro lado, o segundo controlo está na alínea a) do nº 4 transcrito, que obriga os
notários a enviar às Direcções de Finanças relações de todos os actos notariais sujeitos
a IMT exarados nos respectivos livros de notas em cada mês e ainda, conforme a
alínea b) do mesmo nº 4, têm os notários que enviar mensalmente às Direcções de
Finanças, cópia de todas as procurações irrevogáveis por si emitidas, bem como dos
respectivos substabelecimentos.
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4.-Transmissões de partes de capital das sociedades 4.1-Sociedades que tenham imóveis no seu activo.
4.1.1-Incidência
Dispõe a alínea d) do nº 2º do artº 2º do CIMT da seguinte forma:
“A aquisição de partes sociais ou de quotas nas sociedades em nome colectivo, em
comandita simples ou por quotas, quando tais sociedades possuam bens imóveis, e
quando por aquela aquisição, por amortização ou quaisquer outros factos, algum dos
sócios fique a dispor de, pelo menos, 75% do capital social, ou o número de sócios se
reduza a dois, sendo marido e mulher, casados no regime de comunhão de bens ou de
adquiridos.”
Depois, a regra 19ª do nº 4 do artº 12º tem a seguinte redacção: Quando se verificar a
transmissão prevista na alínea d) do n.º 2 do artigo 2.º, o imposto será liquidado nos
termos seguintes:
a) Pelo valor patrimonial tributário dos imóveis correspondente à quota ou parte
social maioritária, ou pelo valor total desses bens, consoante os casos, preferindo em
ambas as situações o valor do balanço, se superior;
b) No caso de aquisições sucessivas, o imposto respeitante à nova transmissão será
liquidado sobre a diferença de valores determinada nos termos da alínea anterior;
c) Se a sociedade vier a dissolver-se e todos ou alguns dos seus imóveis ficarem a
pertencer ao sócio ou sócios que já tiverem sido tributados, o imposto respeitante à
nova transmissão incidirá sobre a diferença entre o valor dos bens agora adquiridos
e o valor por que anteriormente o imposto foi liquidado.
Também aqui o legislador actual do IMT se limitou a reproduzir a norma de
incidência e de determinação da matéria tributável do Código da sisa.
4.1.2-A determinação da matéria tributável
Está estabelecida na regra específica 19ª do nº 4 do artº 12º nos seguintes termos: -
Pelo valor patrimonial tributário dos imóveis correspondente à quota ou parte social
maioritária, ou pelo valor total desses bens, consoante os casos, preferindo em ambas
as situações o valor do balanço, se superior. Sublinhámos a inovação importante.
No caso de aquisições sucessivas, o imposto respeitante à nova transmissão será
liquidado sobre a diferença de valores determinada da mesma forma.
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Se a sociedade vier a dissolver-se e todos ou alguns dos seus imóveis ficarem a
pertencer ao sócio ou sócios que já tiverem sido tributados, o imposto respeitante à
nova transmissão incidirá sobre a diferença entre o valor dos bens agora adquiridos e o
valor por que anteriormente o imposto foi liquidado.
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5-Entradas de imóveis de sócios para realização do capital social. 5.1– No IMT
5.1.1-Incidência
O artº 2º, nº 5, alíneas e) e f) do CIMT, corresponde ao artigo 8º, nº13, do Código da
Sisa e diz o seguinte:
“e) As entradas dos sócios com bens imóveis para a realização do capital das
sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial ou das sociedades civis a que
tenha sido legalmente reconhecida personalidade jurídica e, bem assim, a
adjudicação dos bens imóveis aos sócios, na liquidação dessas sociedades;
f) As entradas dos sócios com bens imóveis para a realização do capital das restantes
sociedades civis, na parte em que os outros sócios adquirirem comunhão, ou qualquer
outro direito, nesses imóveis, bem como, nos mesmos termos, as cessões de partes
sociais ou de quotas ou a admissão de novos sócios;”
Todos os cinco tipos de sociedades comerciais ali referidas (soc.’s em nome colectivo,
por quotas, anónimas, em comandita simples e comandita por acções ) e bem assim as
sociedades civis sob qualquer uma daquelas formas, têm essa personalidade jurídica a
partir do registo definitivo na Conservatória do respectivo contrato (cf. artº 5º do
CSC).
O mesmo acontece àquelas sociedades civis ( sob forma civil) que a lei tenha dotado
dessa personalidade como é o caso, por exemplo, das sociedades de advogados ( DL
513-Q/79, de 26/12 ), das sociedades de revisores oficiais de contas ( DL 422-A/93, de
30/12 ),etc.
Todas estas pessoas colectivas, ainda que em constituição, estão sujeitas a IMT,
porque para elas se transmitem os bens imóveis para realização total ou parcial das
quotas dos respectivos sócios.
De fora do âmbito desta norma e, logo, afastadas da incidência da sisa estão as
entradas de bens imóveis nas sociedades civis puras e nas sociedades comerciais
irregulares, na medida em que umas e outras não têm personalidade jurídica civil e a
lei fiscal não a ficcionou para efeitos de IMT ( ver LGT artº 15º e CPPT artº 3º).
Todavia, a passagem duma sociedade comercial irregular com imóveis dos “ sócios “
afectos à sua actividade, a uma situação de regularidade com a entrada desses imóveis
para realização do respectivo capital social, representará uma situação sujeita a IMT.
Diferente da situação prevista no nº 13º em questão, são as entradas dos sócios com
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bens imóveis para realização do capital das restantes sociedades civis sem
personalidade jurídica, na parte em que os outros sócios adquirirem comunhão. Neste
caso, sujeitos passivos de IMT são, pois, não a sociedade, mas os sócios.
Como se vê, o que releva realmente para efeitos de tributação em IMT é a existência
ou a inexistência, de personalidade jurídica civil das sociedades em causa.
5.1.2-Determinação da matéria colectável
O valor base da tributação de IMT será o valor patrimonial inscrito na matriz ou
aquele por que tiverem sido estimados, sendo superior. Esta matéria em termos de
IMT está regulada na regra específica 12ª do nº4 do citado artº 12º do CIMT , nos
seguintes termos:
“Nos actos previstos nas alíneas e) e f) do n.º 5 do artigo 2.º, o valor dos imóveis é o
valor patrimonial tributário ou aquele por que os mesmos entrarem para o activo das
sociedades, consoante o que for maior;”
5.2-Realizações do capital no Imposto do Selo
Nos termos da verba 26 da Tabela Geral estão sujeitas a Imposto do Selo, as seguintes
operações:
“26.1- Constituição de uma sociedade de capitais; sobre o valor real dos bens de
qualquer natureza entregues ou a entregar pelos sócios após dedução das obrigações
assumidas e dos encargos suportados pela sociedade em consequência de cada
entrada………………………………………………………………………………...0,4%
26.2- Transformação em sociedade de capitais de uma sociedade, associação ou
pessoa colectiva que não seja sociedade de capitais; sobre o valor real dos bens de
qualquer natureza pertencentes à sociedade à data da transformação, após dedução
das obrigações e dos encargos que a onerem nesse momento...............................0,4%
26.3- Aumento do capital social de uma sociedade de capitais mediante a entrada de
bens de qualquer espécie; sobre o valor real dos bens de qualquer natureza entregues
ou a entregar pelos sócios após dedução das obrigações assumidas e dos encargos
suportados pela sociedade em consequência de cada entrada........................0,4%
26.4- Aumento do activo de uma sociedade de capitais mediante a entrada de bens de
qualquer espécie remunerada não por partes representativas do capital social ou do
activo, mas por direitos da mesma natureza que os dos sócios tais como direito de voto,
participação nos lucros ou no saldo de liquidação; sobre o valor real dos bens de
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qualquer natureza entregues ou a entregar pelos sócios após dedução das obrigações
assumidas e dos encargos suportados pela sociedade em consequência de cada
entrada...............................................................................................................0,4% “
Convirá referir que o imposto do selo referido na verba 26 da Tabela Geral, é devido,
quer a realização do capital se verifique a dinheiro quer em outros bens.
5.3--Articulação com o IRS e o IRC
Convirá referir que, mesmo que se trate da transferência do património empresarial de
um empresário em nome individual, para a realização da sua participação no capital de
uma sociedade, nas condições exigidas pelo artigo 38º do CIRS e artigo 77º do CIRC,
será sempre devido o IMT se da composição desse património constarem bens imóveis.
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6-Redimensionamento das empresas: - fusão, cisão ou entradas de activos. 5
6.1–As fusões e as cisões no IMT.
Dispõe o CIMT na alínea g) do nº 5 do artº 2º que estão sujeitas ao IMT,
“As transmissões de bens imóveis por fusão ou cisão das sociedades referidas na
antecedente alínea e), ou por fusão de tais sociedades entre si ou com sociedade
civil;”
O valor tributável, será o valor patrimonial ou o valor por que os bens entrarem nos
patrimónios das sociedades fundidas ou cindidas, conforme o que for maior de acordo
com a regra específica 13ª do citado nº 4 do artº 12º do CIMT que refere: -“Na fusão
ou na cisão das sociedades referidas na alínea g) do n.º 5 do artigo 2.º, o imposto
incide sobre o valor patrimonial tributário de todos os imóveis das sociedades fundidas
ou cindidas que se transfiram para o activo das sociedades que resultarem da fusão ou
cisão, ou sobre o valor por que esses bens entrarem para o activo das sociedades, se
for superior”.
6.2-Isenção de IMT na transmissão de imóveis por fusão de sociedades
Serão isentas de IMT as transmissões de imóveis operadas em actos de concentração
de empresas, entre os quais se encontram as fusões de sociedades.
Efectivamente, pelo DL nº 404/90, de 21/12, sucessivamente alterado e actualizado,
nomeadamente, pelo artº 40º da Lei do OE de 2003 ( Lei nº 32-B/2002, de 30/12), tem
o governo promovido a adequada concentração de empresas e acordos de cooperação
que permitam, através da modificação/criação de empresas e logo, da reorganização
do tecido empresarial, o melhor desenvolvimento económico do país no espaço
comunitário.
Esse D.L. 404/90, assim actualizado, mantém-se em vigor por constituir legislação
extravagante (nº 6 do artº 4º do DL preambular nº 287/03, de 12/11) e, no essencial,
dispõe que as empresas que até 31-12-2004 se reorganizarem em resultado de actos de
concentração ou de acordos de cooperação, podem ser concedidos benefícios fiscais
relativos: à isenção de sisa nas transmissões de imóveis operadas nesse actos; à
isenção de imposto de selo desses actos e à isenção de emolumentos e outros encargos
legais. 5 Embora não seja matéria deste trabalho, convirá referir marginalmente que, no âmbito do IVA, a fusão e a cisão implicam a cessação de actividade das sociedades fundidas ou cindidas.
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Os actos de concentração e os acordos de cooperação estão aí definidos no artº 2º,
agora muito alterado pela lei do OE/2003, onde se inclui a fusão de sociedades, as
condições e o processo estão previstos nos artºs. 3º e artº 4º agora alterado e aditado,
respectivamente e, no caso dos actos de concentração ou cooperação precederem o
deferimento ministerial, podem as empresas solicitar o reembolso dos impostos e
encargos no prazo de 4 anos a contar da apresentação a registo na conservatória ou dos
efeitos jurídicos desse actos.
A restituição do comprovadamente pago, deve acontecer até ao fim do 3º mês seguinte
ao pedido, findo o qual podem pedir juros indemnizatórios previstos no artº 43º da
LGT ou de legislação especial que lhe seja aplicável, nos termos do artº 5º do mesmo
DL, aditado pelo já referido artº 40º da Lei do OE/2003.
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7-Construção por empresários de imóveis para venda. 7.1-Tributação no IMI
7.1 1-Início da tributação
O IMI é devido a partir do quarto ano seguinte, inclusive, àquele em que um terreno
para construção tenha passado a figurar no activo permutável de uma empresa que
tenha por objecto a construção de edifícios para venda.
Aqui verificou-se uma redução do período de suspensão de cinco anos que vigoravam
na vigência da Contribuição Autárquica, para quatro anos. A tributação inicia-se no ano
seguinte àquele em que tenha ocorrido o quarto ano pelo qual a liquidação se manteve
suspensa
No limite, uma empresa que adquira um terreno para construção e declare que a
construção que nele pretende efectuar se destina a venda, poderá estar sem pagar IMI
durante sete anos correspondentes ao somatório da exclusão permitida pela alínea d) e
pela alínea e).
Para isso, deverá cumprir as seguintes obrigações:
a)-Quando solicitar a inscrição do terreno, deverá declarar que se destina a
construção para venda e contabilizá-lo no activo da empresa.
b)-Quando solicitar a inscrição do edifício deverá declarar que é para venda e
contabilizá-lo do activo permutável.
e)-O imposto será ainda devido a partir do ano, inclusive, em que a venda do
prédio tenha sido retardada por facto imputável ao respectivo sujeito passivo.
f) –A comunicação da afectação dos prédios, deve ser efectuada no prazo de 60
dias contados da verificação do facto determinante da exclusão da tributação.
g)- Se a comunicação for apresentada para além do prazo referido, o imposto
será devido por todo o tempo já decorrido, iniciando-se a suspensão da tributação
apenas a partir do ano seguinte ao da comunicação, cessando, todavia, no ano em que
findaria caso tivesse sido apresentada em tempo.
7.1.2-Mudança de destino
Aos sujeitos passivos que beneficiem deste regime serão aplicadas as seguintes regras:
a) -caso ao prédio seja dada diferente utilização, liquidar-se-á o imposto por todo o
período decorrido desde a sua aquisição.
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b) -devem comunicar esse facto ao serviço de finanças da área da situação dos prédios,
no prazo de 90 dias, da data em que se verificou o desvio do destino.
c)-O arrendamento dos bens não configurará, só por si, destino ou utilização diferente,
desde que os mesmos se mantenham nas existências ou activo permutável da entidade
adquirente. Deste modo, esse destino ou utilização diferente ocorrerá quando, associada
ao arrendamento, se verifique também a contabilização daqueles bens no activo
imobilizado, sinal evidente da afectação dos mesmos a uso próprio da entidade
adquirente e, consequentemente, da alteração deliberada dos fins inicialmente visados.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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8-Aquisição de imóveis para revenda. 8.1-Tributação no IMI
8.1.1-Início da Tributação
Do terceiro ano seguinte, inclusive, àquele em que um prédio tenha passado a figurar
no activo permutável de uma empresa que tenha por objecto a sua venda. (alínea e) do
nº 1 do artigo 9º)
Para isso, deverá cumprir as seguintes obrigações:
a)-Quando solicitar a inscrição do prédio, terreno ou edifício, deverá declarar que é para
venda e contabilizá-lo do activo permutável.
b) Se ao prédio seja dada diferente utilização, deverá comunicá-lo aos serviços no prazo
de 60 dias e liquidar-se-á o imposto por todo o período decorrido desde a sua aquisição.
c)-O arrendamento dos bens não configurará, só por si, destino ou utilização diferente,
desde que os mesmos se mantenham nas existências ou activo permutável da entidade
adquirente. Deste modo, esse destino ou utilização diferente ocorrerá quando, associada
ao arrendamento, se verifique também a contabilização daqueles bens no activo
imobilizado, sinal evidente da afectação dos mesmos a uso próprio da entidade
adquirente e, consequentemente, da alteração deliberada dos fins inicialmente visados.
d)-O imposto será ainda devido a partir do ano, inclusive, em que a venda do prédio
tenha sido retardada por facto imputável ao respectivo sujeito passivo.
e) –A comunicação da afectação dos prédios, deve ser efectuada no prazo de 60 dias
contados da verificação do facto determinante da exclusão da tributação.
f)- Se a comunicação for apresentada para além do prazo referido, o imposto será
devido por todo o tempo já decorrido, iniciando-se a suspensão da tributação apenas a
partir do ano seguinte ao da comunicação, cessando, todavia, no ano em que findaria
caso tivesse sido apresentada em tempo.
g) -Não gozarão do regime previsto na alínea e) do n.º 1 os sujeitos passivos que
tenham adquirido o prédio a entidade que dele já tenha beneficiado.
h) -A tributação inicia-se no ano seguinte, inclusive, àquele em que tenha ocorrido o
terceiro ano pelo qual a liquidação se manteve suspensa.
8.2-Tributação na Sisa e no IMT(11º, 3 e 13º-A do Código da Sisa – 7º e 11º,5 ,
18º,2 e 34º do CIMT )
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8.2.1- Isenção na sisa; (11º, 3 e 13º-A do Código da Sisa
Entendemos manter neste texto o tratamento que esta matéria tinha no Código da Sisa,
porque na sua passagem para o IMT não sofreu alterações de substância, mas tão
somente de sistematização, estando agora concentrada no artigo 7º.
Por outro lado, a doutrina administrativa que havia sido produzida na vigência do
imposto de sisa e que ainda tinha actualidade, continua a ser relevante no âmbito do
IMT.
Toda a matéria de isenções na sisa se encontra ao longo do extenso artº 11º do
respectivo Código com 32 números e 2 §§, entre os quais se encontra o regime da
isenção em epigrafe, nos seguintes termos:
“Ficam isentas de sisa as aquisições de prédios para revenda, nos termos do artº 13º-
A, desde que se verifique ter sido apresentada antes da aquisição a declaração
prevista no artº 105º “ do CIRS no artº 94º, nº1 do CIRC,6 “ consoante o caso,
relativa ao exercício da actividade de comprador de prédios para revenda ( ver 11º,
nº 3 ).
Ou seja, o legislador condicionou desde logo o benefício fiscal ao prévio cumprimento
das obrigações fiscais do cadastro. Sem a constituição prévia do cadastro fiscal com o
objecto social de comprador de prédios para revenda, não há esta isenção de sisa.
Depois o artº 13º-A, para onde remete aquele nº 3, dispõe que a isenção em causa não
prejudica a liquidação e pagamento de sisa nos termos gerais, a menos que o Notário e
a administração tributária reconheça que o contribuinte exerce normal e habitualmente
a actividade de compradores de prédios para revenda, considerando-se como tal o
exercício no ano anterior, a provar mediante certidão a emitir pelo Serviço Local de
Finanças, em que conste isso mesmo: ou seja, que no ano anterior foi adquirido para
revenda ou revendido algum prédio antes adquirido para esse fim, bastando apenas um
acto comercial, conforme o seu § 1º.
Trata-se duma ficção legal bem simpática, já que o exercício normal e habitual não
nos parece possível com um único acto económico.
De qualquer modo, as novas imobiliárias interessadas na isenção prévia de sisa, terão
de fazer constar do requerimento da certidão, o facto de terem cumprido as obrigações
do cadastro fiscal e juntar, a título devolutivo, pelo menos a cópia duma escritura de
6 Após a renumeração destes Códigos, é hoje a norma do artº 112º do CIRS e do artº 110º do CIRC
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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compra de um imóvel com destino à revenda ou a escritura da revenda dum adquirido
com esse objectivo no ano anterior.
Tal isenção prévia, portanto, nunca poderá acontecer no ano do cadastro fiscal da
imobiliária, mas no seguinte observadas que sejam aquelas condições.
Quando, porém, o prédio tenha sido revendido no prazo de três anos, sem ser
novamente para revenda, e tenha havido pagamento de sisa, esta deve ser anulada pelo
Serviço de Finanças, a requerimento da imobiliária, acompanhado de documento
comprovativo dessa transacção, nos termos do § 2º do artº 13º-A. Por aqui, também
claramente se vê que ao grossista de imóveis não aproveita esta isenção; apenas às
imobiliárias a vender ao consumidor final ( artº 16º,nº1 ).
A isenção de sisa em questão, prevista no artº 11º, 3 e no artº 13º-A, tem a sua
justificação no facto dos ganhos ou das variações patrimoniais positivas emergentes da
compra e venda de prédios estarem sujeitos a IRC ou a IRS e não a sisa. Tais prédios
integram o activo permutável das empresas sendo aí mercadorias e não o seu capital
ou o activo imobilizado.
Por consequência, é uma isenção real condicionada aos seguintes pressupostos ou
condições:
- que o prédio seja para revenda e que tal esteja expresso na escritura;
- que antes da primeira aquisição tenham sido apresentadas as declarações de
registo/início dessa actividade nos termos já vistos;
- que os prédios, porque mercadoria e não matéria prima, sejam revendidos no exacto
estado em que foram adquiridos, com as excepções dos loteamentos dos prédios
rústicos revendidos em lotes e dos arrendamentos, conforme o of.circ. nº D-2/91,17/7;
- que os prédios sejam revendidos no prazo de 3 anos (cf. 16º, nº1 );
- que os prédios, mesmo vendidos no prazo de 3 anos, o não sejam novamente para
revenda ( 16º, 1 ).
Se não existiram ou deixaram de existir cumulativamente todos estes pressupostos tem
o sujeito passivo do imposto de solicitar, no prazo de 30 dias a respectiva liquidação e,
no mesmo proceder ao seu pagamento, nos termos do artº 91º e 115º nº 5 do Código.
8.2.2-Isenção no CIMT.
Dada a importância da matéria o legislador não diluiu esta isenção no âmbito da
norma geral de isenções – o artº 6º . Antes a autonomizou no artº 7º do CIMT que
dispõe assim:
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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1 -São isentas do IMT as aquisições de prédios para revenda, nos termos do número
seguinte, desde que se verifique ter sido apresentada antes da aquisição a declaração
prevista no artigo 112.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Singulares (IRS) ou na alínea a) do n.º 1 do artigo 109.º do Código do Imposto sobre
o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC), consoante o caso, relativa ao exercício
da actividade de comprador de prédios para revenda.
2 -A isenção prevista no número anterior não prejudica a liquidação e pagamento do
imposto, nos termos gerais, salvo se se reconhecer que o adquirente exerce normal e
habitualmente a actividade de comprador de prédios para revenda.
3 -Para efeitos do disposto na parte final do número anterior, considera-se que o
contribuinte exerce normal e habitualmente a actividade quando comprove o seu
exercício no ano anterior mediante certidão passada pelo serviço de finanças
competente, devendo constar sempre daquela certidão se, no ano anterior, foi
adquirido para revenda ou revendido algum prédio antes adquirido para esse fim.
4 -Quando o prédio tenha sido revendido sem ser novamente para revenda, no prazo
de três anos, e haja sido pago imposto, este será anulado pelo chefe de finanças, a
requerimento do interessado, acompanhado de documento comprovativo da
transacção.”
Depois, no artº 11º, dispondo sobre a caducidade das isenções, regulou no seu nº 5
assim:
“A aquisição a que se refere o artigo 7.º deixará de beneficiar de isenção logo que se
verifique que aos prédios adquiridos para revenda foi dado destino diferente ou que
os mesmos não foram revendidos dentro do prazo de três anos ou o foram novamente
para revenda.”
Sendo certo que o artº 34º do mesmo texto, regulando os pedidos de liquidação, nos
casos de caducidade da isenção, preceitua que:
“1 - No caso de ficar sem efeito a isenção ou a redução de taxas, nos termos do artigo
11.º, devem os sujeitos passivos solicitar, no prazo de 30 dias, a respectiva
liquidação.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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2 - O pedido é efectuado em declaração de modelo oficial e deve ser entregue no
serviço de finanças da localização do imóvel.”
Assim, face a este quadro normativo, as empresas imobiliárias terão no CIMT, um
estatuto semelhante ao que tinham no Código da sisa.
8.2.3 –As taxas a aplicar
No caso de perda de isenção, existe uma diferença que pode assumir em casos
concretos grande importância prática: -é que ao contrário do que está nos artºs 10º e
45º do Código da sisa em que a lei aplicável era sempre, a que estiver em vigor à data
da transmissão, no CIMT, o regime da aplicação temporal das taxas, se e quando
ocorrer a caducidade da isenção, a taxa e o valor a considerar na liquidação não são os
vigentes à data da transmissão, mas à data da liquidação, nos termos do nº 2 do artº
18º do CIMT. A regra geral do velho artº 45º do Código da sisa, apenas se manterá
para as situações normais ( nº1 do artº 18º) e não naqueles casos de perda do benefício
de isenção.
Daqui resulta que, quem por exemplo comprou com isenção de sisa quando a taxa
desta era de 10%, se ainda agora, quando se completarem os três anos, perder a
isenção por falta de observância dos respectivos requisitos, terá de pagar a sisa em
falta à taxa de 10% que era a que estava em vigor quando ocorreu o facto tributário.
Pelo contrário, se alguém adquirir agora com isenção de IMT por satisfazer os
requisitos exigidos pelo artigo 7º e não vier a revender no prazo de três anos e por isso
perder o direito a isenção, o IMT que vier a ser liquidado, sê-lo-á pela taxa que estiver
em vigor à data da liquidação.
Esta mudança é inócua se não houver alteração de taxas, mas já o não será se houver
mudança. Havendo descida favorece o contribuinte e, se houver subida, prejudica-o.
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9-Permutas de bens imóveis 9.1 –As permutas no IMT (Artº 2º, 1 e 2, 4º d), 5º,3 e 14º,2 do CIMT )
Da articulação do artº 2º, números 1 e 2 alínea a), com o disposto no artº 4º alínea d),
resulta que o legislador do CIMT acolheu no essencial o que estava preceituado para a
incidência da sisa. De facto, dispõe o artº 4º alínea d) nos seguintes termos:
“ Entende-se como de troca ou permuta o contrato em as prestações de ambos os
permutantes compreendem bens imóveis, ainda que futuros;”, sendo certo que o nº 3
do artº 5 do mesmo código, tratando do momento em que nasce a obrigação do IMT,
dispõe que:
“ Nos contratos de permuta de bens presentes por bens futuros, a transmissão,
relativamente a estes, ocorre logo que os mesmos se tornem presentes, a não ser que,
por força das disposições do presente Código, se tenha de considerar verificada em
data anterior.
Por sua vez os nºs 2 e 3 do artº 14º, regulando os casos em que é necessário proceder à
avaliação conforme as normas do CIMI para efeitos de IMT, dispõe que:
“ 2 -No caso de contratos de permuta de bens presentes por bens futuros, a
avaliação do bem futuro será efectuada quando o bem adquirir a natureza de prédio,
nos termos do CIMI.
3 – Para efeitos do disposto no número anterior considera-se que o bem futuro
adquire a natureza de prédio quando, no caso de imóveis urbanos a construir, já se
encontre aprovado o respectivo projecto de construção.
Eis o essencial do novo quadro legal do CIMT que foi criado, quanto à troca de
terrenos para construção por prédios a construir nos mesmos, e que reproduz e
aperfeiçoa o regime do Código da Sisa acrescentando ainda a possibilidade de permuta
de bens futuros por bens futuros.
9.2-Determinação da matéria colectável
Vimos acima a regra geral do nº 2 do artº 12º do CIMT que tem aplicação na de
terminação da matéria tributável da troca dos bens em referência. Com efeito, dispõe o
artº 27º do CIMT nos seguintes termos: “Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 12.º, o
imposto é liquidado sobre o valor constante do acto ou contrato, corrigindo-se
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oficiosamente a liquidação, sendo caso disso, logo que o valor da avaliação, a efectuar
nos termos do CIMI, se torne definitivo.
9.3-Caso particular da troca de terrenos para construção por imóveis a construir
9.3.1- IMT
Esta matéria da troca de terrenos para construção, por prédios , andares ou
fracções a construir e, logo, ainda não fisicamente existentes no património de quem
quer que seja, pela frequência com que se verifica nas empresas, particularmente nas
de construção, pelos problemas que coloca a todos os intervenientes (permutantes,
administração tributária, notários, etc), justifica algumas notas, ainda que de forma
resumida.
Pode ver-se subsumida na previsão articulada dos artº 2º, 1 e 2, 4º d), 5º,3 e 14º,2 do
CIMT já acima referidos.
Entretanto uma chamada de atenção especial para a alínea d) do artigo 4º do CIMT,
pelas consequências graves que podem resultar da sua não observância.
“d) Nos contratos de promessa de troca ou permuta com tradição de bens apenas
para um dos permutantes, o imposto será desde logo devido pelo adquirente dos bens,
como se de compra e venda se tratasse, sem prejuízo da reforma da liquidação ou da
reversão do sujeito passivo, conforme o que resultar do contrato definitivo,
procedendo-se, em caso de reversão, à anulação do imposto liquidado ao permutante
adquirente;”
Não podemos deixar de considerar desde já o que é óbvio: não é natural e fisicamente
possível a tradição ou posse senão de bens presentes. Ninguém poderá possuir um bem
futuro, no caso, o prédio, o andar ou a fracção; ele não existe senão intelectual e
ideograficamente. Não integra a sua esfera jurídica patrimonial senão como um direito
de crédito à prestação de um bem futuro.
Logo, se só o terreno para construção existe fisicamente, só em relação a este pode
haver tradição ou posse e se o promitente permutante lhe tocar, se o modificar ou
transformar por qualquer forma, se o usar ou fruir como se dono fosse, tal hipótese
cairá na previsão da excepção da norma transcrita.
Ou seja, a promessa de troca ou permuta dum terreno por um prédio ou fracção a
construir nesse terreno, será para efeitos de sisa considerada, por ficção legal, como
promessa de compra e venda com tradição ou posse se, de facto, esta tradição existir.
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Diferente é a hipótese de não haver tradição ou posse onde esta é naturalmente
possível: no terreno. Neste caso, de promessa de permuta ou troca de bens presentes
(terrenos) por bens futuros (prédios, andares ou fracções), só haverá transmissão
relevante para efeitos de sisa aquando da celebração do contrato prometido, que o
mesmo é dizer, quando houver escritura pública, através da qual se opera a
transmissão civil.
É que o contrato-promessa de permuta ou troca de imóveis, despido de tradição ou
posse para qualquer das partes, não constitui por si, transmissão relevante para efeitos
de sisa.
Para que não existam dissabores desagradáveis, será prudente que nada se faça no
terreno sem que previamente se tenha celebrado a respectiva escritura da permuta.
9.3.2 – As permutas no IRS e no IRC
Enquanto que, como vimos, para efeitos de IMT as permutas são tratadas como um
único negócio, uma única operação, para efeitos de IRS e IRC a permuta é tratada como
duas transmissões a título oneroso.
Assim, na permuta de terreno para construção por prédio a construir, existem duas fases
distintas:
-numa primeira fase uma transmissão com apuramento de matéria colectável em
relação àquele que entrega o terreno e uma aquisição por parte do construtor; Tratando-
se de pessoa singular, a tributação dar-se-á pela categoria G se o terreno estava no
âmbito da vida privada do sujeito passivo, ou pela categoria B se estava afecto a uma
actividade empresarial. Se o terreno pertencia a uma pessoa colectiva será tributado em
IRC.
-numa segunda fase existe uma transmissão do imóvel construído, com apuramento de
resultados por parte do construtor, e uma aquisição por parte daquele que havia
entregue o terreno. Na contabilização dos custos para apuramento de resultados da
actividade empresarial, o valor do terreno poderá ser contabilizado e considerado pelo
seu valor fiscal (artigo 58º do CIRC).
9.4 Casos Práticos
Pelo interesse deste tema, justificar-se-á a apresentação de alguns exemplos práticos:
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1º Caso:
A….. pessoa singular que possuía um terreno no seu património privado, decidiu
permutá-lo com B…Lda. empresa que se dedica à construção de imóveis para venda,
nas seguintes condições:
a)-A…entrega o terreno em Agosto de 2004 e receberá duas fracções a
construir, em Agosto de 2007;
b)-Não há diferença declarada de valores;
c)-O terreno foi avaliado em 100.000 euros e as fracções em 120 000;
Solução:
1-Como não há diferença declarada de valores, qualquer dos interessados poderá
solicitar a liquidação do imposto em qualquer serviço de finanças, mediante a
apresentação da declaração modelo 1 e respectivos anexos. (artigos 19º a 23º). A
declaração modelo 1 foi aprovada pela portaria nº 1423-H, de 31.12.2003.
Esta declaração deve ser apresentada antes da concretização do negócio. Trata-se de
uma permuta de bens presentes por bens futuros que já se encontram determinados pelo
projecto de construção já aprovado, pelo que, deverá ser junta à referida declaração
m/1, uma cópia autenticada da planta de arquitectura, com vista à avaliação dos bens
futuros e do bem presente se este porventura nunca tiver sido avaliado segundo as
regras do CIMI.
2-Uma vez que não há diferença declarada de valores, o Serviço de Finanças passará
um documento comprovativo de que não há lugar a liquidação de IMT, para efeitos de
ser lavrada a respectiva escritura.
3-Logo que a avaliação ou avaliações se tornem definitivas e, considerando os valores
constantes do enunciado, o permutante A…uma vez que recebe bens de maior valor,
será notificado para efectuar o pagamento do IMT sobre 20 000 euros correspondentes
à diferença entre os VPT definitivos.
4-Pela transmissão onerosa do terreno, operada através da permuta, o contribuinte A…,
estará sujeito a IRS, categoria G, nos termos dos artigos 9 e 10º do CIRS, na medida
das mais valias eventualmente realizadas.
5-Esta transmissão teria que ser declarada na declaração modelo 3 relativa ao ano de
2004.
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6-Para efeitos de IRC, a empresa construtora contabilizaria como custo no exercício de
2004 a aquisição do terreno pelo valor atribuído, custo este que seria corrigido logo que
conhecido o VPT resultante da avaliação das fracções ainda em projecto.
7-Durante a construção seriam acumulados os respectivos custos.
8-Os resultados seriam apurados em 2007 após a conclusão e transmissão onerosa
(efectivação da permuta) das fracções construídas.
2º Caso
Igual ao anterior, só com a seguinte diferença:
a) –A….entrega o terreno e 10 000 euros;
Solução:
Tudo semelhante ao caso anterior, com as seguintes diferenças:
1-Uma vez que A…, dono do terreno, faria a sua entrega e a diferença em dinheiro de
10 000 euros, seria ele a ter que solicitar a liquidação do IMT, que seria liquidado sobre
aquela importância.
2-Logo que a avaliação das fracções se tornasse definitiva, fixando o seu VPT nos
120000 euros, A…., seria notificado para pagar adicionalmente a diferença de IMT
correspondente à diferença entre os valores patrimoniais, deduzida do que já havia
pago.
3º Caso
Igual ao primeiro com a seguinte diferença:
a)- A…entrega o terreno e recebe 10 000 euros e as fracções;
Solução:
Em relação aos casos anteriores haveria que anotar as seguintes diferenças:
1-O pagamento inicial de IMT seria efectuado por B…Lda., correspondente ao valor
declarado de 10 000 euros, por si entregue.
2-Após a avaliação verifica-se que a diferença entre os valores patrimoniais é de 20 000
euros, portanto de valor superior à declarada, mas também de sinal contrário.
3-Neste caso, após avaliação, deveria ser notificado A…para efectuar o pagamento do
IMT correspondente à diferença entre os VPT,s (20000 euros).
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4-Entretanto, a empresa B…Lda., deveria solicitar ao chefe do serviço de finanças a
anulação e restituição do IMT que havia pago.
4º Caso
Igual ao primeiro caso, só com a seguinte diferença:
A……não possuía o terreno no seu património privado mas sim na sua
actividade empresarial de construtor de casas para venda.
Solução:
1-Neste caso o contribuinte A…, já não teria que apresentar o anexo G na sua
declaração de IRS de 2004.
2-Caso o tivesse para revenda, seria apurado o resultado da transacção em termos
normais;
3-Caso o tivesse no imobilizado, as mais valias que eventualmente se verificassem,
teriam a natureza de mais valias empresariais e seriam apuradas nos termos do CIRC.
4-Se porventura o tivesse declarado no serviço de finanças com sendo para nele
construir e depois vender e, por esse facto, tivesse obtido a suspensão da liquidação do
IMI por um período de quatro anos, nos termos do artigo 9º do CIMI, teria agora que
declarar o desvio de destino para que lhe fosse liquidado o IMI desde o início.
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10-Transmissões gratuitas a favor de pessoas colectivas 10.1 –Sujeitos passivos residentes que exercem a título principal actividade
comercial, industrial ou agrícola.
Antes da Reforma eram excluídas da tributação no IRC as variações patrimoniais
positivas originadas pelo recebimento de transmissões gratuitas sujeitas a imposto
sucessório. A partir da Reforma verifica-se o contrário. Passaram a concorrer para a
formação do lucro tributável para efeitos de IRC sendo excluídas da tributação em
imposto do selo na sua vertente de sucessor do imposto sucessório.
Como consequência dessa opção do legislador de tributar em IRC os incrementos
patrimoniais originados pelas transmissões gratuitas em que é beneficiária uma pessoa
colectiva, foi eliminada a alínea c)do artigo 21º do CIRC, de harmonia com a qual “os
incrementos patrimoniais sujeitos a imposto sobre as sucessões e doações”não
concorriam para a formação do lucro tributável. Paralelamente e em consonância com
esta alteração, ao artigo 1º do CIS foi aditado um nº 5, de acordo com o qual, não são
sujeitas a imposto do selo as transmissões gratuitas a favor de sujeitos passivos de
imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas, ainda que dele isentas;
Sempre que estas variações patrimoniais positivas não sejam contabilizadas, ou o sejam
por forma a não influenciar os resultados ou ainda se o são por um valor inferior ao seu
valor fiscal, haverá que efectuar as necessárias correcções no quadro 07 da declaração
modelo 22, no campo 202 ou 225 consoante se trate de acrescer a totalidade ou efectuar
a correcção do valor.
10.2-S.P. residentes que não exercem a título principal actividades comerciais:
O IRC incidia sobre o rendimento global, correspondente à soma algébrica dos
rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS. Agora passou a
incidir também sobre os “incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito”
Relativamente às Associações foi alterado o nº 3 do artigo 49º do CIRC por forma a
excluir da formação do lucro tributável as transmissões gratuitas de que sejam
beneficiárias com vista à realização dos seus fins estatutários.
Como é sabido, os resultados destas entidades são apurados no anexo D da declaração
anual.
10.3-Sujeitos passivos não residentes:
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Foi aditada ao artigo 4º do CIRC uma alínea e) com a seguinte redacção:
“e) -Incrementos patrimoniais derivados de aquisições a título gratuito respeitantes a:
1) Direitos reais sobre bens imóveis situados em território português;
2) Bens móveis registados ou sujeitos a registo em Portugal;
3) Partes representativas do capital e outros valores mobiliários cuja entidade emitente
tenha sede ou direcção efectiva em território português;
4) Direitos de propriedade industrial, direitos de autor e direitos conexos registados ou
sujeitos a registo em Portugal;
5) Direitos de crédito sobre entidades com residência, sede ou direcção efectiva em
território português;
6) Partes representativas do capital de sociedades que não tenham sede ou direcção
efectiva em território português e cujo activo seja predominantemente constituído por
direitos reais sobre imóveis situados no referido território.”
Paralelamente, foi aditada ao nº 5 do artigo 112º uma alínea c), segundo a qual, para os
que não tenham sede ou direcção efectiva no território português, relativamente a
incrementos patrimoniais derivados de aquisições a título gratuito, a declaração será
apresentada até ao último dia do prazo de 30 dias a contar da data da aquisição
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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11-O novo VPT. Suas implicações no IRC e no IRS (actividades
empresariais
11.1- Considerações gerais
Uma das preocupações desta reforma é a luta contra a fraude e evasão fiscais. Nesse
sentido e sem perder de vista o princípio da tributação do rendimento real, introduz no
sistema um conjunto de mecanismos de segurança, por forma a conseguir que o valor
declarado nos actos e contratos se aproxime cada vez mais do valor real das
transacções. Ao contrapor aos valores declarados pelos sujeitos passivos, um valor
fiscal que, tendencialmente, se aproximará do valor de mercado, poderá conduzir à
conclusão por parte dos agentes económicos, que não valerá a pena declarar nos actos e
contratos, valores que se afastem dos valores reais, uma vez que, além do mais, correm
riscos que não vêem compensados em termos de economia fiscal.
Como não podia deixar de ser, paralelamente à criação de um valor fiscal que, na
prática e em grande parte dos casos, será constituído pelo valor patrimonial tributário,
criou os respectivos mecanismos de defesa dos sujeitos passivos.
11.2-Implicações no IRC (artº 58-A e 129º do CIRC):
11.2.1 –Apuramento do lucro tributável do alienante
Nas declarações fiscais de rendimentos das actividades empresariais do ramo
imobiliário, os alienantes de imóveis são obrigados a adoptar, para efeitos da
determinação do lucro tributável valores normais de mercado que não poderão ser
inferiores aos VPT’s definitivos que serviram de base à liquidação do (IMT) ou que
serviriam no caso de não haver lugar à liquidação deste imposto.
Quer dizer: -Sempre que, nas transmissões onerosas de imóveis, o valor constante do
contrato seja inferior ao valor patrimonial tributário definitivo do imóvel, é este o
valor a considerar pelo alienante para determinação do lucro tributável.
11.2.2- Modo de efectivar a correcção:
O sujeito passivo alienante deve efectuar uma correcção, na declaração de
rendimentos m/22, quadro 07, do exercício a que é imputável o proveito obtido com a
operação de transmissão, correspondente à diferença positiva entre o valor patrimonial
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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tributário definitivo do imóvel e o valor constante do contrato e, consequentemente, da
contabilidade. A actual declaração modelo 22 ainda não contém um campo próprio
para ser efectivada esta correcção. Porém, dada a sua importância, é previsível que
esse campo venha a ser criado.
Porque se trata de correcções de natureza técnica, estas são da responsabilidade do
TOC. Talvez seja conveniente elaborar um apontamento (mapa) de onde constem
todos os prédios (edifícios ou fracções autónomas) que tenham sido vendidas no
exercício, fazendo constar o valor do acto ou contrato, o VPT e a respectiva diferença
quando positiva. As diferenças negativas serão desprezadas não produzindo qualquer
influência no apuramento. Este mapa deverá ser guardado no dossier fiscal.
Como sabemos, o técnico oficial de contas não pode garantir a verdade material das
declarações que assina porque, além do mais, nunca estaria em condições de o
conseguir. Todavia, não deve esquecer que tem o dever ético de procurar que os seus
clientes ou entidades patronais adoptem comportamentos que conduzam a que essa
verdade material seja conseguida.
Bem diferente e com diferentes responsabilidades e consequências, está a obrigação de
o TOC assegurar a regularidade técnica das declarações que assina. A existência de
erros ou omissões no preenchimento das declarações fiscais, imputáveis ao técnico de
contas, podem fazer incorrer este em responsabilidade subsidiária perante a
Administração derivando daqui que, se algum dia a Administração Fiscal não
conseguir cobrar uma dívida por causa de um erro ou omissão técnica do TOC, poderá
vir a reverter contra este a respectiva execução. Para além disso, ainda se poderia falar
em responsabilidade civil perante os seus clientes, mas isso não é matéria deste
trabalho nem eu me sinto habilitado para tal. O que interessa reter aqui é que, tendo as
correcções originadas pelo VPT, natureza técnica, o TOC deverá estar muito atento à
sua efectivação.
Se o valor patrimonial tributário definitivo do imóvel não estiver determinado até ao
final do prazo estabelecido para a entrega da declaração do exercício a que respeita a
transmissão, os sujeitos passivos devem entregar a declaração de substituição durante
o mês de Janeiro do ano seguinte àquele em que os valores patrimoniais tributários se
tornaram definitivos. Verificou-se aqui uma melhoria em relação ao anteprojecto do
Código, uma vez que, da redacção anterior, resultava uma declaração de substituição
por cada prédio transmitido, se o conhecimento do VPT definitivo não fosse conjunto.
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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Este mecanismo de correcção, não afasta a possibilidade de a Direcção-Geral dos
Impostos proceder, nos termos previstos na lei, a correcções ao lucro tributável sempre
que disponha de elementos que comprovem que o preço efectivamente praticado na
transmissão foi superior ao valor considerado.
11.2.3-Meios de defesa
11.2.3.1-Pedido de 2ª avaliação
Tal como o sujeito passivo adquirente, também o alienante pode requerer uma
segunda avaliação no prazo de 30 dias a contar da notificação do resultado da
primeira. O resultado da segunda avaliação, quer esta tenha sido requerida por ambos
ou somente por qualquer deles, aplica-se da mesma forma ao apuramento do IR em
sede do vendedor e ao apuramento do IMT em sede do adquirente. Digamos que o
VPT que se tornar definitivo aplicar-se-á para todos os efeitos a todos os agentes e a
todos os impostos.
11.2.3.2-Pedido de revisão (artigo 129º)
Contrariamente ao que se passa com os pedidos de segunda avaliação, o pedido de
revisão nos termos do artigo 129º do CIRC só pode ser efectuado pelo empresário
vendedor e só ele pode beneficiar dos seus efeitos em relação ao exercício que estiver
em questão.
Havendo procedimento de revisão, em relação às correcções do artigo 58-Aº, deverá
ser observado o seguinte
a) -Esta correcção não é aplicável se o sujeito passivo fizer prova de que o preço
efectivamente praticado nas transmissões de direitos reais sobre bens imóveis foi
inferior ao valor patrimonial tributário que serviu de base à liquidação do IMT.
b) - Para este efeito, o sujeito passivo pode, designadamente, demonstrar que os custos
de construção foram inferiores aos fixados na portaria a que se refere o n.º 3 do artigo
62.º do CIMI, caso em que ao montante dos custos de construção deverão acrescer os
demais indicadores objectivos previstos no referido Código para determinação do
valor patrimonial tributário.
c)- A prova referida no ponto 4.1, deve obedecer aos seguintes procedimentos:
1) -Ser efectuada em procedimento instaurado mediante requerimento dirigido ao
director de finanças competente. Este procedimento rege-se pelo disposto nos artigos
91.º e 92.º da Lei Geral Tributária, com as necessárias adaptações, sendo igualmente
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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aplicável o disposto no n.º 4 do artigo 86.º da mesma lei. Estamos perante um
procedimento algo atípico. No anteprojecto e na Lei de autorização legislativa, falava-
se de procedimento de revisão nos termos do artigo 91º da LGT. De qualquer modo, é-
lhe atribuído efeito suspensivo em relação ao valor da correcção.
2) –O requerimento deve ser apresentado em Janeiro do ano seguinte àquele em que
ocorreram as transmissões, caso o valor patrimonial tributário já se encontre
definitivamente fixado, ou
3) -Nos 30 dias posteriores à data em que a avaliação se tornou definitiva, nos
restantes casos.
4)- O pedido referido no número anterior tem efeito suspensivo da liquidação, na parte
correspondente ao valor do ajustamento previsto no n.º 2 do artigo 58.º-A, a qual, no
caso de indeferimento total ou parcial do pedido, será da competência da Direcção-
Geral dos Impostos.
11.2.4 –Consequências da apresentação do requerimento
a) -Em caso de apresentação do pedido, a administração fiscal pode aceder à
informação bancária do requerente e dos respectivos administradores ou gerentes
referente ao exercício em que ocorreu a transmissão e ao exercício anterior.
b)- A impugnação judicial contra a liquidação do imposto relativo à transmissão de
imóveis cujo lucro tributável tenha sido fixado nos termos do artigo 58.º-A, ou se não
houver lugar a liquidação do lucro tributável previsto no mesmo preceito legal,
depende de prévia apresentação do pedido previsto no presente artigo, não havendo
lugar a reclamação graciosa.
c)- A impugnação do acto de fixação do valor patrimonial tributário, prevista no artigo
77.º do CIMI e no artigo 134.º do CPPT, não tem efeito suspensivo quanto à
liquidação do IRC nem suspende o prazo para dedução do pedido de demonstração.
11.3-Correcções no adquirente
O sujeito passivo adquirente, desde que registe contabilisticamente o imóvel pelo seu
valor patrimonial tributário definitivo, deve tomar tal valor para a base de cálculo das
reintegrações e para a determinação de qualquer resultado tributável em IRC
relativamente ao mesmo imóvel.
Quer dizer que, enquanto para o alienante a correcção fiscal é obrigatória, para o
adquirente é facultativa. Porém, se este pretender fazê-la, tem que previamente
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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proceder à contabilização da aquisição pelo VPT. Muito embora a Administração
Fiscal, até à data em que elaboramos este trabalho, ainda não se tenha pronunciado,
somos de opinião que a variação patrimonial positiva daí resultante não deve estar
sujeita a qualquer tributação.
Efectivamente, mais do que estarmos perante uma variação patrimonial positiva,
estamos em presença de uma mais valia potencial ou latente que, nos termos da alínea
b) do nº1 do artigo 21º do CIRC, é excluída da formação do lucro tributável.
Ainda, relativamente ao adquirente, quando o conhecimento do VPT definitivo não se
verifica antes de terminar o prazo de apresentação da declaração modelo 22, não é
necessária declaração de substituição quando se trate de mera correcção ao valor das
reintegrações do imóvel, caso em que as relativas a exercícios anteriores serão
consideradas como custo do exercício em que o valor patrimonial tributário se tornar
definitivo.
11.4-Implicações no IRS-(artigo 31-A).
a)- Quanto à forma de proceder, meios de defesa e consequências, por força do artigo
32º do CIRS, aplicar-se-ão as regras do CIRC com as necessárias adaptações.
b)-Em caso de mudança de regime de determinação do rendimento tributável durante
o período em que o bem seja amortizável, devem considerar-se no cálculo das mais-
valias as quotas praticadas, tendo em conta as correcções previstas no n.º 2 do artigo
58.º-A do Código do IRC, relativamente ao período em que o rendimento tributável
seja determinado com base na contabilidade (artigo 36-B CIRS).
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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12.-Contrato de locação financeira 12.1- IMT na locação financeira
O contrato de locação financeira ou de leasing “ ...é o contrato pelo qual uma das
partes se obriga, mediante retribuição, a ceder à outra o gozo temporário de uma
coisa, móvel ou imóvel, adquirida ou construída por indicação desta, e que o
locatário poderá comprar, decorrido o período acordado, por um preço nele
determinado ou determinável mediante simples aplicação dos critérios nele fixados “.
Vidé artº 1º do DL nº 149/95, de 24/6, sucessivamente actualizado pelos D.L’s nºs
265/97, de 2/10 e 285/2001, de 3/11, que consagra o respectivo regime jurídico.
Com excepção das coisas fungíveis ou consumíveis (CC 207º e 208º) o contrato de
locação financeira pode ter como objecto quaisquer bens susceptíveis de serem dados
em locação ( 2º,1 do DL 149/95), logo, bens móveis ou imóveis.
Tratando-se de imóveis, construídos ou adquiridos conforme as preferências do
locatário, temos naturalmente uma situação de inevitável e imediata sujeição a IMT
por parte do locador (empresa de leasing), na justa medida em que para o respectivo
património se transmitiu o prédio por alguém ou empresa que o tinha ou o construiu.
(artigo 2º, nº 1 do CIMT).
Estas transmissões para a locadora, estavam sujeitas a sisa às taxas do artº 33º do
Código: 10% para os prédios urbanos e terrenos para construção e 8% para os
restantes casos, para transmissões operadas até 31-5-2003 e 6% e 5% para
transmissões posteriores àquela data, conforme a actualização da Lei nº 14/2003, de
30 de Maio.
Em obediência ao princípio de neutralidade fiscal que assiste os contratos de locação
financeira, podia a locadora, porém, beneficiar da redução de taxa a 4%, se a requerer
ao Ministro das Finanças antes do acto ou facto translativo dos bens ( cf nº 1º do artº
15º do Código da sisa) e reunir os demais pressupostos previstos no artº 5º do DL nº
311/82, de 4/8, na última redacção que lhe foi dada pelo nº 2 do artº 44º da Lei nº 52-
C/96, de 27/12, redução essa que desapareceu agora no IMT.
12.3 –O Leasing back
Também o “ leasing back “ dum imóvel se encontra sujeito a IMT segundo as regras
gerais de incidência. Como sabemos, neste caso a locadora compra à locatária o prédio
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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para lho locar financeiramente.. Com a operação, apenas se transmitiu a propriedade e
se modificou o título de posse. Haverá aqui um facto tributário sujeito a IMT pela taxa
normal.
12.4- Rescisão
A rescisão do contrato não opera tributação em sede de IMT, porque sendo o
imóvel propriedade da empresa locadora, lá continua. Não existe qualquer
transmissão.
Também em sede de IRS ou IRC do locatário não haverá que apurar qualquer matéria
colectável se a rescisão for gratuita.
Porém, se o locatário receber qualquer montante para rescindir, deverá contabilizar
esse valor como proveitos extraordinários, estando sujeito a tributação.
Em qualquer dos casos, uma vez que o imóvel se encontrará contabilizado no
imobilizado, haverá que proceder ao seu abate, mas as diferenças positivas ou
negativas que forem encontradas, não concorrerão para a formação do lucro tributável.
12.5-Cedência de posição contratual:
Também aqui não haverá tributação em IMT porque não se verifica qualquer
transmissão de direitos reais sobre imóveis. O que se transmite é um direito do
locatário de natureza obrigacional. O imóvel continua a ser propriedade da empresa
locadora.
Todavia, haverá lugar ao apuramento de mais ou menos valias fiscais que
concorrerão para a formação do lucro tributável. O valor de realização corresponderá
ao somatório da dívida transferida e de eventual montante recebido do cessionário.
12.6-Aquisição antes do final do contrato
A opção de compra por parte do locatário antes do fim do contrato estava sujeita a sisa
e agora sujeita a IMT uma vez que se verifica a transmissão do imóvel.
Todavia, não será indiferente para uma eventual solução, que o contrato tenha sido
celebrado antes ou depois de Novembro de 2001. Antes, a duração mínima do contrato
era de sete anos o que implicava que, com base no disposto no artº 3º do DL 311/82 e
artº 1º do DL 149/95, houvesse inevitavelmente tributação, se a opção de compra
acontecesse por acordo das partes antes do termo do contrato e dentro do septénio
inicial da sua vigência, previsto no nº1º do artº 6º do citado DL 149/95. Depois de
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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decorridos os sete anos, já seria possível a reformulação do contrato, designadamente
quanto ao seu prazo de duração e fazer a opção depois.
A partir de Novembro de 2001, o legislador transformou a norma do prazo de carácter
imperativo deste artº 6º, em norma aberta conforme as regras gerais do direito, logo, a
preencher pelas partes no exercício da liberdade de conformação do conteúdo negocial
aos objectivos que visam prosseguir. Na verdade, o DL 285/2001, de 3 /11, veio
alterar o texto do citado artº 6º que a partir de então dispõe no sentido seguinte:
- quanto aos móveis, o prazo não deve ultrapassar o período presumível de utilização
económica da coisa locada;
- quanto a móveis e imóveis, o contrato de locação terá a duração máxima de 30 anos;
-se as partes não estipularem prazo, o contrato considera-se celebrado por 18 meses no
caso dos bens móveis e por 7 anos no caso dos imóveis.
Aqui tudo ficará mais fácil dado não haver qualquer imposição de prazo mínimo,
permitindo a sua reformulação a qualquer momento.
12.7-Opção de compra do imóvel no final do contrato
A opção de compra do imóvel no final do contrato por parte do locatário que lhe está
legalmente garantida (DL 149/95, artºs. 1º, 7º e 9º, nº 1 c), se acontecer, teríamos mais
uma situação sujeita a IMT nos termos gerais do Código ( artigo 2º, nº 1).
Esta transmissão está, todavia, isenta nos termos do artº 3º do D.Lei nº 311/82, 4/8 e
quer o locatário o tenha destinado a actividades tipicamente industriais, quer não.
Trata-se duma isenção automática, que nos termos do artº 4º do EBF, não carece de
qualquer reconhecimento por parte da administração tributária, bastando a sua
invocação e prova perante o Notário. É um benefício fiscal que o legislador consagrou
para “ ...assegurar um adequado grau de neutralidade fiscal “ naqueles casos em
que “ no termo da vigência do contrato de locação financeira “ o locatário faça a
opção de compra ( Cf. o texto do nº 3 do preâmbulo do DL 311/82 ).
É claro que se assim não fosse, se o locatário não beneficiasse desta isenção
automática, sacrificada estaria a neutralidade fiscal nestes casos, na justa medida em
que este locatário foi sendo onerado, nas sucessivas prestações por si pagas ao
locador, do imposto de sisa inicialmente pago por ele. Ou seja, o locador, nos termos
do nº 1 do artº 4º do DL 149/95, faz repercutir sobre o locatário a sisa por si paga por
via da inicial transmissão. Em suma, se não houvesse esta isenção tão redonda para o
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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locatário, este acabaria por pagar duas sisas: a primeira, a prestações e a segunda, a
pronto, o que não aconteceria se ele adquirisse o imóvel directamente a quem o tinha
ou o construiu sem recurso à locação financeira.
12.8 -Não opção de compra
Vale aqui tudo o que se disse para o caso de rescisão do contrato.
12.9-Determinação da matéria colectável
No IMT vale o princípio geral quanto ao contrato para a locadora. Neste caso, base
para a liquidação será o preço acordado ou o VPT dos imóveis, conforme o que for
maior, nos termos da regra geral do nº 1 e da alínea a) do nº 5 do artº 12º do CIMT.
Já quanto à transmissão da locadora para a locatária se e quando acontecer na
pendência ou no final do contrato e nas condições nele estabelecidas, será o valor
residual determinado ou determinável nos termos do mesmo contrato que servirá de
base à liquidação do IMT. Nesta hipótese, não haverá comparação com o VPT. A
regra 14ª do nº 4 do citado artº 12º do CIMT vai neste sentido.
12.10-Imposto do Selo
O leasing não está sujeito a imposto. O legislador não pretendeu tributá-lo, pois o
leasing não é propriamente um meio de financiamento.
(circular 15/2000 de 05/07)
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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13- Trespasse de estabelecimentos comerciais 13.1-Estabelecimentos comerciais, industriais ou agrícolas (artigo 1º, nº3 alínea d).
Em sede do adquirente, antes da Reforma, as aquisições dos estabelecimentos
comerciais a título gratuito estavam sujeitas a imposto sucessório sendo por isso
excluídas da tributação quer de IRS quer de IRC.
Em sede do alienante, nas transmissões a título oneroso, o produto da venda era e ainda
é considerado proveito da actividade empresarial dos sujeitos passivos de IRS ou das
empresas sujeitas a IRC.
13.2-Tratamento da incidência depois da Reforma
Nas transmissões a título gratuito, se o beneficiário for uma pessoa singular, pagará
imposto do selo à taxa de 10%, previsto na verba 1.2 da Tabela Geral. Se for uma
pessoa colectiva o valor recebido será considerado um incremento patrimonial e, como
tal, sujeito a IRC.
Nas transmissões a título oneroso o produto da venda será proveito da actividade
empresarial tributado em IRS ou IRC consoante o caso. O adquirente, quer se trate de
pessoa singular ou colectiva, pagará imposto do selo de 5% sobre o valor fiscal da
transmissão, previsto na verba 27 aditada à Tabela Geral.
13.3-Determinação do valor tributável
13.3.1-Dispondo de contabilidade organizada,
Nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo 15º do Código do Imposto do Selo, será determinado
com base no último balanço, embora sujeito a eventuais correcções técnicas.
Para isso, o chefe de finanças remeterá à direcção de finanças o duplicado do extracto
do balanço, havendo-o, e demais elementos apresentados ou de que dispuser, a fim de
se proceder à determinação do seu valor.
2 - Os imóveis são considerados no activo do balanço pelo valor patrimonial tributário.
(artigo 31º).
Todavia, não esquecer que nos termos do artigo 18º, existindo fundamentos para o
recurso ao método de avaliação indirecta, tudo se passa como se a contabilidade não
existisse, podendo ser presumido o rendimento dos últimos três exercícios, para efeitos
de aplicação dos factores.
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62
13.3.2 -Não dispondo de contabilidade organizada,
O valor dos estabelecimentos será determinado nos termos do artigo 16º como
segue:
Eis o que diz este artigo 16º: -“1 - O valor dos estabelecimentos comerciais,
industriais ou agrícolas sujeitos a tributação para efeitos do imposto sobre o rendimento
das pessoas singulares que não sejam obrigados a possuir contabilidade organizada é
determinado com base em inventário elaborado para o efeito que, com referência à data
da transmissão, inclua as respectivas existências, os bens de equipamento, créditos,
valores de patentes, de marcas de fabrico e de direitos conexos, bem como os
respectivos débitos, de acordo com as seguintes regras que originarem maior valor:
a) Valor atribuído pelo cabeça-de-casal ou beneficiário;
b) Valor de trespasse, que é obtido pela aplicação de um factor entre 5 e 10 à média
dos rendimentos tributáveis para efeitos da tributação sobre o rendimento dos últimos
três anos já apurados.
2 - Os factores previstos na alínea b) do n.º 1 são fixados em função dos
coeficientes de localização definidos para a zona de situação dos imóveis em que os
estabelecimentos se encontram instalados, conforme previsto no artigo 42.º do CIMI,
nos seguintes valores:
a) Estabelecimentos localizados em imóveis a que seja aplicável um coeficiente até
1,2 - 5;
b) Estabelecimentos localizados em imóveis a que seja aplicável um coeficiente
entre 1,2 e 1,8 - 7;
c) Estabelecimentos localizados em imóveis a que seja aplicável um coeficiente
entre 1,8 e 3 - 10;
d) Estabelecimentos não localizados em imóveis urbanos – 5
3 - Os imóveis, automóveis e motociclos, bem como as aeronaves de turismo e os
barcos de recreio, são tributados autonomamente de acordo com as regras de
determinação do valor tributável que lhes são aplicáveis.
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4 - O valor dos estabelecimentos previstos no n.º 1 é, no entanto, o que lhe for
atribuído em partilha ou liquidação judicial ou, sendo liquidado ou partilhado
extrajudicialmente, o que lhe tiver sido atribuído, se for superior”.
13.4-Sociedades de transparência fiscal e estabelecimentos afectos a profissões
liberais –artigo 17º
Relativamente às sociedades de transparência fiscal e estabelecimentos afectos a
profissões liberais, o artigo 17º do Código do Imposto do Selo, diz o seguinte:
“O valor tributável de participações de pessoas singulares em sociedades
tributadas no regime de transparência fiscal e o de espaços afectos ao exercício de
profissões liberais é o valor de trespasse declarado pelo cabeça-de-casal ou pelo
beneficiário ou o determinado pela aplicação dos factores previstos no n.º 2 do artigo
16.º, consoante o que for maior”.
Entretanto, nos termos do artigo 6º do CIRC, são tributadas segundo o regime de
transparência fiscal as seguintes sociedades:
“1 É imputada aos sócios, integrando-se, nos termos da legislação que for
aplicável, no seu rendimento tributável para efeitos de IRS ou IRC, consoante o caso, a
matéria colectável, determinada nos termos deste Código, das sociedades a seguir
indicadas, com sede ou direcção efectiva em território português, ainda que não tenha
havido distribuição de lucros:
a) Sociedades civis não constituídas sob forma comercial;
b) Sociedades de profissionais;
c) Sociedades de simples administração de bens, cuja maioria do capital social
pertença, directa ou indirectamente, durante mais de 183 dias do exercício social, a um
grupo familiar, ou cujo capital social pertença, em qualquer dia do exercício social, a
um número de sócios não superior a cinco e nenhum deles seja pessoa colectiva de
direito público.”
Assim,
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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O valor tributável de participações de pessoas singulares em sociedades tributadas
no regime de transparência fiscal e o de espaços afectos ao exercício de profissões
liberais
-é o valor de trespasse declarado pelo cabeça-de-casal ou pelo beneficiário ou,
-o determinado pela aplicação dos factores previstos no n.º 2 do artigo 16.º,
consoante o que for maior.
Os imóveis são considerados no activo do balanço pelo valor patrimonial tributário.
(nº2 do artigo 31º).
13.5–Transmissões onerosas de actividades (verba 27 da Tabela)
“As subconcessões e o trespasse das concessões feitas pelo Estado ou autarquias
locais para a exploração de empresas industriais de qualquer natureza”, nos termos do
nº 1º do § 1º do artigo 2º do CMSISSD, que estavam sujeitas a Imposto de Sisa, estão
agora sujeitas a imposto do Selo. Dado que se trata de bens que não têm a natureza de
bens imóveis, o legislador da Reforma não transferiu a sua tributação para o IMT, mas
sim para o Imposto do Selo.
Para isso, aditou à Tabela Geral do Imposto do Selo, a verba 27, aproveitando para
incluir o Trespasse a título oneroso de estabelecimentos comerciais que, desde 1 de
Março de 2000, não estava sujeito a imposto do selo.
A partir da Reforma, a transmissão de estabelecimentos comerciais a título gratuito,
está sujeita a imposto do selo pela verba 1.2 da Tabela Geral (10%) e, se for a título
oneroso, está sujeita pela verba 27 (5%).
Para facilitar o respectivo estudo, transcrevemos a seguir a verba 27, seguida de
algumas
13.5.1-Notas de enquadramento.
1ªTexto legal:
“27-Transferências onerosas de actividade ou de explorações de serviços:
27.1-Trespasses de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola –sobre o seu
valor..............................................................................................................................5%
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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27.2-Subconcessões e trespasses de concessões feitos pelo Estado, pelas regiões
autónomas ou pelas autarquias locais, para exploração de empresas ou de serviços de
qualquer natureza, tenha ou não principiado a exploração –sobre o seu valor ........5%”
2ª-Factos tributários abrangidos:
-Trespasse de estabelecimento comercial industrial ou agrícola; Se, porventura,
a transmissão do estabelecimento for a título gratuito, a tributação verifica-se pela verba
1.2 -10%. Em qualquer dos casos, o valor tributável é determinado nos termos do artigo
15º e 16º.
3ª-Competência para a liquidação:
-Nas transmissões onerosas, o notário que intervier na celebração da escritura.
(artigo 2º, nº1 alínea a).
-Nas transmissões gratuitas, quer se trata de transmissão por morte quer por
doação, os Serviços Centrais da DGCI, sendo promovida pelo serviço local de finanças
da residência do autor da herança. (nº1 do artigo 25º). Nos termos do artigo 26º, os
beneficiários da transmissão deverão participá-la aos Serviços de Finanças e apresentar
a respectiva relação de bens.
4ª -Encargo do imposto
–Nas transmissões onerosas, os adquirentes dos bens. (artigo 3º, nº 3, alínea a).
--Nas sucessões por morte, é devido pela herança representada pelo cabeça de
casal.
-Nas demais transmissões gratuitas, pelos respectivos beneficiários.(artigo 2º, nº
2, alíneas a) e b).
5ª-Territorialidade:
-Estão sujeitas as operações tituladas por escrituras que forem celebradas no
território nacional (artigo 4º, nº 1) Estão ainda sujeitas as operações que, embora
tituladas por escrituras celebradas fora do território nacional, estas venham a ser nele
apresentadas para quaisquer efeitos legais. (artigo 4º, nº2 alínea a).
6ª-Momento de exigibilidade:
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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-Para os contratos celebrados no território nacional, no momento da sua
assinatura. (artigo 5º, alínea a).
-Para os celebrados fora do território nacional, no momento em que forem
apresentados em Portugal junto de quaisquer entidades (artigo 5º alínea d).
-Nas sucessões por morte na data da abertura da sucessão (artigo 5º, alínea p)
7ª-Direito de preferência: (artigo 71º do CIS)
-Nos trespasses de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola se, por
indicação inexacta de preço, ou simulação deste, o Imposto do Selo tiver sido liquidado
por valor inferior ao devido, o Estado e demais pessoas colectivas de direito público,
poderão preferir na aquisição, desde que assim o requeiram perante os tribunais comuns
e provem que o valor por que o imposto deveria ter sido liquidado excede em 30 por
cento ou 5.000 €, pelo menos, o valor sobre que incidiu.
Porto, Novembro de 2004.
Abílio Marques
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II –PARTE
Legislação Complementar e Doutrina Administrativa
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Listagem da Legislação e Doutrina Administrativa
1. Portaria 150/2004, de 13 de Fevereiro – Países, territórios e regiões com
regimes de tributação privilegiada, claramente mais favoráveis;
2. Portaria 1282/2003, de 13 de Novembro – Declaração modelo 1 para a inscrição
de prédios urbanos na matriz;
3. Portaria 1283/2003, de 13 de Novembro – Aprova o modelo de participação de
prédio urbano arrendado;
4. Portaria 1337/2003 de 5 de Dezembro – Estabelece os coeficientes de
desvalorização da moeda a aplicar para a actualização dos valores patrimoniais
tributários dos prédios urbanos não arrendados e dos prédios rústicos;
5. Portaria 1423 – H/2003 de 31 de Dezembro; Imposto Municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis (IMT) – Declaração para liquidação (Modelo
1);
6. Imposto Municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) –
Declaração para liquidação oficiosa - Modelo 1 – Instruções de preenchimento;
7. Declaração de rectificação n.º 31/2004, de 23 de Março de 2004;
8. Circular 3/2004 de 04 de Fevereiro, da DSISTP – Tabela geral anexa ao Código
do Imposto de Selo – Ponto 23.4 : Extractos de facturas e facturas conferidas;
9. OFCD 40065 DE 11 de Novembro de 2003 - Ofícios circulados da DGCI,
posteriores à Reforma – Procedimentos a adoptar após a publicação do Código
do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI);
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
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10. Ofício-Circulado n.º 40066/2003, de 11 de Novembro – Direcção de Serviços
dos Impostos do Selo e das Transmissões do Património – CIMT – Regime
transitório: Avaliações do artigo 109º do CIMSISD;
11. OFCD 40068 de 23 de Dezembro de 2003 - Direcção de Serviços dos Impostos
do Selo e das Transmissões do Património – Restituição do Imposto Municipal
de Sisa a partir de 01 de Janeiro de 2004;
12. Restituição Oficiosa de Imposto Municipal de Sisa (art. 78º da L.G.T.);
13. Outra doutrina posterior à Reforma – Instruções sobre a participação de rendas
– Imposto Municipal sobre Imóveis – Participação de prédios arrendados;
14. Ofício de 2 de Dezembro de 2003 – Imposto Municipal sobre Imóveis -
Participação de prédios arrendados;
15. Despacho n.º 3064/2003-XV de 11 de Dezembro de 2003 – Prorrogação do
prazo de apresentação da participação de prédios arrendados;
16. Instruções de 31 de Dezembro de 2003; (modelo 1 do IMT):
17. Esclarecimento de 30 de Janeiro de 2004, do Núcleo de Implementação da
Reforma dos Impostos sobre o Património (NIRIP); Incidência de IMT nas
partilhas.
18. Despacho n.º 559/2004, de 3 de Março – Validade dos conhecimentos de
Imposto Municipal de Sisa;
19. Ofício 39003/2004, de 12 de Março da DS Reembolsos – Divisão de IR e
Outros Impostos (CA) – Uniformização de critérios nos três tipos de reemissão
de cheques de reembolso de contribuição autárquica;
20. Circular 9/2004, de 6 de Abril da DGCI – Rectificação ao Dec-Lei n.º 287/2003,
de 12 de Novembro .
A Contabilidade e os Novos Impostos sobre o Património –APECA –Novembro 2004
70
21. Circular 10/2004, de 6 de Abril, da DSISTP – IMT – Alínea b) do n.º 6 do
artigo 10º. Rectificação.
22. Ofício Circulado 40072/2004, de 2 de Abril da DGCI – Restituição de IMT, em
resultado de revisão oficiosa da liquidação nos termos do art. 42º do cimt e art.
78º da LGT;
23. Ofício 40073/2004, de 20 de Abril da DGCI – Isenções de IMI, respeitante a
2003, nos termos do artigo 45º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF);
24. Ofício-Circulado n.º 40071, de 31 de Março da DSCA – Imposto Municipal
sobre imóveis – Reclamações – Pagamento por conta;
25. IMI – Prorrogação dos prazos de comunicação do NIF: - Despacho do SEAF;
26. Gabinete do Provedor da justiça – Nota aos órgãos de informação – Data 31 de
Maio de 2004;
27. Portaria 894/2004, de 22 de Julho – Aprova os modelos oficiais da matriz
predial urbana informatizada e da caderneta predial do prédio urbano;
28. Portaria 895/2004, de 22 de Julho – Aprova a participação modelo 1 de
transmissões gratuitas sujeitas a imposto do selo, a que se refere o artigo 26º do
Código do Imposto do Selo;
29. Imposto do Selo – Participação de transmissões gratuitas – (Modelo 1);
30. Imposto do Selo – Participação de transmissões gratuitas – (Anexo I – Relação
de bens – 01/02/03/04/05 e 06);
31. Imposto do Selo – Participação de transmissões gratuitas – (Anexo II – tipo 01);
32. Imposto do Selo – Participação de transmissões gratuitas – (Anexo III);
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33. Imposto do Selo – Participação de transmissões gratuitas – (Instruções de
preenchimento);
34. Portaria 975/2004, de 3 de Agosto – Aprova o novo modelo oficial da
declaração modelo n.º11, as tabelas I e II e as respectivas instruções de
preenchimento. Revoga a portaria n.º 761/2002, de 1 de Julho;
35. Modelo 11 – Actos e contratos sujeitos a imposto sobre os rendimentos e sobre
o património;
36. Tabela I – Actos e contratos notariais, judiciais ou administrativos com interesse
fiscal;
37. Tabela II – Situação fiscal; -Instruções de preenchimento;
38. Portaria 982/2004, de 4 de Agosto – Aprova e dá publicidade aos coeficientes a
fixar dentro dos limites estabelecidos no Código do Imposto Municipal sobre
Imóveis (CIMI), bem como aprova e dá publicidade ao custo médio de
construção e aos coeficientes de capitalização da renda anual para determinação
do valor patrimonial tributário dos prédios urbanos arrendados com rendas
degradadas que sejam transmitidos;
39. Anexo II – Directrizes relativas à apreciação da qualidade construtiva de
localização excepcional e de estado deficiente de conservação;
40. Ofício n.º 13612/2004, de 23 de Julho, da DSCA – Novo regime de Tributação
do Património – Pedido de informação vinculativa.