Visita Guiada ao Museu do Açude - RJ:
uma atividade de formação dos bolsistas
do Rompendo Barreiras
Valeria de Oliveira Silva – Rompendo Barreiras / ProPed/UERJ
Kamilla Corrêa Loivos – Rompendo Barreiras / ILE/UERJ
Foto 1 Uma usuária surdo cega (Solange) se comunicando com a guia-intérprete (Mariana) por meio da LIBRAS tátil e tocando em alguns objetos do Museu para tentar identificá-los. (Ao fundo a imagem da figura 2).
Resultados
Nesta pesquisa, um dos instrumentos de avaliação é gerado a partir das reações dos usuários do Rompendo Barreiras e das observações
feitas por eles imediatamente após a visitação gravadas em áudio e vídeo.
Nesta visita percebemos uma série de impossibilidades de acesso à informação sobre as peças do Museu. Ao mesmo tempo que alguns
objetos podem ser tocados e existem rampas de acesso aos diferentes cômodos, existem quadros no Museu que não podem ser tocados pelos
cegos e não têm descrições em Braille. O Museu não têm intérprete de LIBRAS nem funcionários aptos a descreverem os detalhes de cada peça
ou ambiente para um cego. Entretanto encontramos um computadores na entrada do Museu com uma apresentação com fotos e textos, de forma
interativa, detalhando obras e espaços do Museu do Açude. Este dispositivo funcionou de forma positiva para a usuária surda (Mayara), porque a
intérprete pode explorar, virtualmente, com ela todo museu e quando Mayara iniciou a visitação já sabia o que encontraria.
A atenção dispensada aos visitantes com deficiência, os serviços disponibilizados, as estratégias encontradas para tornar as informações
acessíveis e a receptividade dos visitantes são elementos que podem sensibilizar os gestores responsáveis pelos museus e futuros guias, além de
servir como fonte para a produção de material didático e científico sobre questões de acessibilidade e de desenho universal.
Para o Rompendo Barreiras, especificamente, estas atividades contribuem par o processo formativos dos seus bolsistas.
Referências
BRASIL. Decreto 5296 de 02 de dezembro de 2004. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
COHEN, Regina e DUARTE, Cristina Rose. "Research and Teaching of Accessibility and Universal Design in Brazil: hindrances and
challenges in a developing country". Disponível em < http://www.proacesso.fau.ufrj.br/conceito.html > Acessado em 30 de julho de 2011.
DUARTE, Cristina Rose e COHEN, Regina. Universidade para Todos: Diagnóstico de Acessibilidade na UFRJ. Rio de Janeiro: MEC-UFRJ,
2009
Foto 2 Uma usuária surda (Mayara) tocando nos objeto do Museu após a explicação dada pela intérprete (Mariana).
Foto 3 Dois espaços com uma rampa de acesso entre eles. Uma usuária surdo (Mayara) interagindo com uma bolsista; outra bolsista observando o guia do museu fazendo sua exposição para um usuário cegos (Charles) e para a Pesquisadora Regina (usuária de cadeira de rodas).
A Pesquisa
O Programa Rompendo Barreiras: Luta pela Inclusão da UERJ e o Núcleo Pró-Acesso da UFRJ, há alguns anos, reunirão esforços e firmaram
parceria em prol do movimento de acessibilidade nos museus do Estado do Rio de Janeiro administrados pelo IPHAN. Atendendo a Três propostas
do Pró-Acesso:
Desenvolver estudos e pesquisas sobre a relação da pessoa com deficiência com a sociedade e com a comunidade acadêmica, enfocando o espaço urbano e
arquitetônico; Sensibilizar profissionais e futuros planejadores (alunos) sobre questões de acessibilidade e de desenho universal; (...) e Estabelecer intercâmbios com
associações, grupos e entidades nacionais e estrangeiras, visando à definição de políticas públicas específicas, (Cohen e Duarte, p. 1)
professores e bolsistas (alunos da graduação das duas instituições) visitaram os principais museus das cidades do Estado do Rio de Janeiro.
O diferencial destas visitas guiadas foi a efetiva participação dos usuários do PRB, pessoas com deficiências físicas, sensórias (surdez,
cegueira, baixa visão e surdocegueira) e Intelectuais.