MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE CRICIÚMA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA INFÂNCIA
E JUVENTUDE E ANEXOS DA COMARCA DE CRICIÚMA
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA
CATARINA, por seu Promotor de Justiça, no uso de suas atribuições
constitucionais e legais, vem nos autos da Ação Civil Pública nº
020.12.023887-0, com fundamento no artigo 294 do Código de Processo
Civil, requerer o ADITAMENTO DO PEDIDO INICIAL, na forma que
passa a expor:
O demandado, Estado de Santa Catarina, devidamente
notificado, valendo-se da etapa processual prevista no artigo 2º da Lei
8.429/92, requereu o indeferimento da medida liminar, pois iria prejudicar
ainda mais a readequação do Programa com a transferência inadequada
dos adolescentes infratores, e juntou o novo Termo de Convênio
firmado entre o demandado e a "Multiplicando Talentos" (fls. 112/144).
É o essencial.
O Ministério Público requereu na peça vestibular que fosse
determinado ao Estado de Santa Catarina, por intermédio da Secretaria
de Estado de Justiça e Cidadania, a imediata transferência dos
adolescentes internados no CASEP de Criciúma, que cumprem medida
socioeducativa de internamento definitivo, que não possuíssem
qualquer vínculo com as Comarcas da Região de Criciúma,
compreendida a 5ª Circunscrição Judiciária e municípios
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adjacentes, para os Centros Educacionais Regionais existentes no
Estado.
Isto porque, o termo anteriormente firmado previa, na
Cláusula Quinta o atendimento a adolescentes aos quais se atribua a
autoria de ato infracional, em regime de Internamento Provisório e
Definitivo, provenientes das Comarcas da Região de Criciúma,
compreendida a 5ª Circunscrição Judiciária e municípios adjacentes.
Ocorre que a situação agora é outra. O novo Termo de
Convênio apresentado pelo demandado, e portanto reputa-se oficial já
que fornecido e utilizado em suas informações, firmado em 1º de
dezembro de 2012, prevê, logo na Cláusula Primeira, que seu objeto é:
[...] prestar atendimento a adolescentes aos quais se atribua autoria de ato infracional, em cumprimento de medida socioeducativa de Internação Provisória, devidamente decretado pela autoridade judiciária, dando cumprimento às decisões judiciais das respectivas Varas da Infância e da Juventude, prestando atendimento socioeducativo na forma do estabelecido nos artigos 94, 108, 121, 123, 124, 125, 183, 185 e seguintes da Lei nº 8.069/90 [...] (fl. 121)
Sendo a entidade obrigada a disponibilizar: "[...] 20 (vinte)
vagas, para atendimento a adolescentes aos quais se atribua autoria de
ato infracional, EM REGIME DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA [...]" (fl.
124).
Portanto, o novo termo acostado vem ao encontro do que
dispõe o artigo 188 da Constituição do Estado de Santa Catarina, os
adolescentes em conflito com a lei serão recolhidos em centros de
internamento, de acordo com sua situação processual; o internamento, se
provisório, será cumprido no CASEP e o internamento decorrente de
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sentença que decreta a internação como medida socioeducativa, será
cumprida em entidades destinadas a este fim (CASE).
Desta feita, o pedido inicial deve ser alterado a teor do que
dispõe artigo 294 do Código de Processo Civil, in verbis: "Antes da citação, o
autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em
razão dessa iniciativa".
Ante todo o exposto, com fundamento no artigo 294 do
Código de Processo Civil, requer o Ministério Público do Estado de Santa
Catarina, o aditamento da peça inicial para fazer assim constar nos
pedidos:
6.1. Idem;
6.2. A concessão da medida liminar propugnada inaudita
altera parte, determinando que o Estado de Santa Catarina, por
intermédio da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania, na pessoa de
seus representantes, providencie a imediata transferência dos
adolescentes internados no Centro de Atendimento Socioeducativo
Provisório – CASEP - de Criciúma, que cumprem medida socioeducativa de
internamento definitivo, para os Centros de Atendimento Socieducativo –
CASE - existentes no Estado, respeitando-se o direito do adolescente de
permanecer internado em localidade "mais próxima ao domicílio de seus
pais ou responsável", uma vez que "na mesma localidade" não há
unidade de adequada destinação (art. 124, VI, do ECA) ;
6.3. Na mesma decisão liminar, seja determinado que o
Estado de Santa Catarina se exima de colocar adolescentes em conflito
com a lei para o cumprimento da medida socioeducativa definitiva de
internamento no CASEP (Centro de Atendimento Socioeducativo
Provisório) de Criciúma/SC;
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6.4. Idem;
6.5. Idem;
6.6. Idem;
6.7. A procedência integral da presente ação civil
pública, para determinar que o demandado se abstenha de encaminhar
adolescentes em conflito com a lei para o cumprimento da medida
socioeducativa definitiva de internação no CASEP (Centro de Atendimento
Socioeducativo Provisório) de Criciúma/SC;
6.8. Idem.
Criciúma, 21 de fevereiro de 2013.
MAURO CANTO DA SILVA Promotor de Justiça
Curador da Infância e Juventude