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Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
Engarrafamento de Águas Minerais Naturais e de Nascente e Termalismo em 2007
José F. Alcântara da CruzDirector de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, Geotérmicos e Petróleo da Direcção-Geral de Energia e Geologia
1 - INTRODUÇÃO
A análise estatística efectuada neste trabalho pretende fazer uma breve abordagem da indústria de engarrafamento de águas minerais naturais e de nascente e ainda do termalismo. Estes dois sectores de actividade exploram recursos hidrogeológicos do domínio público do Estado (águas minerais naturais) e do domínio privado (águas de nascente).
Estes recursos, desde a sua qualificação à exploração, são enquadrados pela legislação publicada no Diário da República n.º 63, I Série, de 16 de Março de 1990: Decreto-Lei n.º 90/90, que disciplina o regime geral de revelação e aproveitamento dos recursos geológicos; Decreto-Lei n.º 86/90, que regulamenta a exploração das águas minerais naturais; e o Decreto-Lei n.º 84/90 que regulamenta a exploração das águas de nascente. Além destes Decretos-Leis aplica-se ainda a Portaria n.º 897/95, de 17 de Julho, que estabelece o pagamento de taxas a que fica sujeito o exercício das actividades de prospecção, pesquisa e exploração dos recursos geológicos.
A rotulagem e comercialização das águas minerais naturais e de nascente são legisladas pelos Decretos-Leis
n.º 156/98, de 6 de Junho e n.º 72/2004, de 25 de Março.
Relativamente ao termalismo, para além dos Decretos-Leis n.ºs 90/90 e 86/90, ambos de 16 de Março, aplica-se o Decreto-Lei n.º 142/2004, de 11 de Junho que regulamenta o licenciamento e f iscalização dos estabelecimentos termais.
Os dados estatísticos referentes às termas e oficinas de engarrafamento das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, não são incluídos neste trabalho, pois não se dispõe desses elementos, dado que a tutela daquelas actividades é da competência dos respectivos Organismos Regionais.
Decorridos 18 anos da publicação da legislação referida no 2.º parágrafo deste capítulo, podemos constatar pela observação do gráfico n.º 1 que a exploração da água mineral, em cerca de 96 % das concessões hidrominerais, é acompanhada por um Director Técnico, ou seja, por pessoa com formação adequada, normalmente Geólogo, Engenheiro Geólogo ou Engenheiro de Minas.
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GRÁFICO N.º 1Directores técnicos das concessões hidrominerais
Evolução percentual das nomeações
Muitas das concessões hidrominerais já possuem Planos de Exploração aprovados (Gráfico n.º 2). No entanto, em algumas concessões hidrominerais estão a ser desenvolvidos trabalhos com o objectivo de elaborar as respectivas memórias descritivas sobre as características do recurso bem como a descrição pormenorizada dos processos e exploração desses mesmos recursos, com o objectivo de submeter à aprovação os respectivos Planos de Exploração, ou mesmo proceder à sua revisão.
GRÁFICO N.º 2Planos de exploração de concessões hidrominerais
Evolução dos processos
Uma outra figura criada pela Legislação de 1990 é o Perímetro de Protecção. Pelo gráfico n.º 3 podemos verificar que já se encontram publicadas 35 Portarias que fixam os Perímetros de Protecção de águas minerais naturais. São processos que têm uma tramitação processual longa, pois para além de exigirem estudos hidrogeológicos mais minuciosos, é necessário proceder à publicação de Éditos e ao pedido de parecer de um Organismo do Ministério do Ambiente.
GRÁFICO N.º 3Perímetros de protecção de concessões hidrominerais
Evolução dos processos
Contrariando o que se vinha verificando desde há décadas, a indústria de engarrafamento (águas minerais naturais e águas de nascente) decresceu ligeiramente, pois, relativamente a 2006, houve um decréscimo, em volume, de -0,3 %.
Relativamente ao termalismo verificou-se, em 2007, um novo decréscimo de 1,7 % no número de aquistas que frequentaram os estabelecimentos termais, em relação ao ano de 2006, facto que ficou a dever-se a diversos factores, entre eles o encerramento de alguns estabelecimentos termais com o objectivo de serem efectuadas grandes remodelações.
A receita das duas act ividades (termalismo e engarrafamento) atingiu, em 2006, os 305 milhões de euros, portanto, mais 8,5 % do que em 2006.
O interesse por estas actividades (engarrafamento e termalismo), continuou a crescer em 2007, como se pode constatar pelo aumento dos pedidos de atribuição de direitos de Prospecção e Pesquisa e de exploração de águas minerais naturais.
2 - INDÚSTRIA DE ENGARRAFAMENTO
2.1 - Apreciação geral
No ano 2007 estiveram em actividade 28 unidades industriais de engarrafamento (MAPAS I e II): 18 de águas minerais naturais e 10 de águas de nascente.
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De salientar que a unidade industrial de Bem-Saúde engarrafa água com marcas distintas; Bem-Saúde (água gasocarbónica natural) e Frize (água gasocarbónica com adjunção de gás natural). A Unidade de engarrafamento de água mineral do Alado, engarrafa a água de nascente com a marca Castelo Novo e a unidade de engarrafamento de Água do Marão engarrafa também a água de nascente gaseificada denominada Serra do Marão.
O quimismo e a mineralização das águas minerais naturais e de nascente permite reuni-las em 4 grandes grupos: hipossalinas (mineralização total inferior a 200 mg/l), fracamente mineralizadas (mineralização
entre 200 e os 1000 mg/l), Gasocarbónicas (hipersalinas com a presença de dióxido de carbono natural em quantidades superiores a 500 mg/l) e gaseificadas (águas muito mineralizadas às quais é adicionado gás carbónico industrial). O Quadro I e o Gráfico n.º 4 permitem visualizar que a grande maioria das águas portuguesas engarrafadas (minerais naturais e de nascente) são águas hipossalinas, correspondendo a 90,2 % do total das águas engarrafadas, reflectindo por isso o gosto dos portugueses por este tipo de águas. Tal facto é consequência das formações geológicas que ocorrem no nosso país, condicionando a composição físico-química das nossas águas subterrâneas.
QUADRO IÁgua enfarrafada em 2007 por tipo de águas
Tipo QuímicoVolume Valor
Litros % 103 %
Hipossalinas 1 020 967 277 90,2 217 995 76,1
Francamente Mineralizadas 49 824 689 4,4 6 405 2,2
Gasocarbónicas 44 129 155 3,9 46 998 16,4
Gaseificadas 17 106 155 1,5 15 134 5,3
Total 1 132 027 276 100 286 532 100
GRÁFICO N.º 4Quimismo da água engarrafada em 2007
(Mineral e de Nascente)
No mercado de águas engarrafadas encontramos três tipos de águas: lisa (engarrafada tal como é captada), gasocarbónica (água naturalmente gasosa) e gaseificada (água a que é adicionado gás carbónico industrial). O gráfico n.º 5 mostra-nos as percentagens, em 2007, para cada um destes três tipos de águas e, comparando-o com o gráfico idêntico referente a 2006, pode-se constatar que a percentagem relativa do volume de água lisa aumentou relativamente aos outros dois tipos de água, nomeadamente as gaseificadas e as gasocarbónicas, que baixaram ligeiramente as suas percentagens. O Quadro II mostra-nos os volumes engarrafados dos diferentes tipos de água.
QUADRO IIDesagregação dos vários tipos de águas engarrafadas em 2007
Volume (litros)
Lisa Gaseificada Gasocarbónica Total
Água Mineral Natural 579 050 482 15 628 780 44 129 155 638 808 417
Água de Nascente 491 741 484 1 477 375 493 218 859
Total 1 070 791 966 17 106 155 44 129 155 1 132 027 276
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GRÁFICO N.º 5Água engarrafada em 2007
(Mineral e de Nascente)
O preço unitário (euros/litro), do mesmo tipo de água, seja mineral natural ou de nascente, varia consideravelmente de marca para marca. Esta variação deve-se essencialmente: às capacidades em que a água
é comercializada, pois uma marca que comercialize uma percentagem elevada da produção em embalagens de menor capacidade, por exemplo 0,25 litros, apresenta um preço por litro superior a outra que seja fundamentalmente comercializada em embalagens de maior capacidade. Também uma marca que engarrafe simultaneamente água lisa e gaseificada, apresenta valores de produção superiores a outra que engarrafe exclusivamente água lisa; e ainda ao facto de uma determinada água que engarrafa produto branco, normalmente têm preços de venda inferiores às marcas.
Como se pode verificar no Quadro III e Gráfico n.º 6, em 2007, produziram-se cerca de 1 bilião e 132 milhões de litros de água, sendo 56 % de água mineral natural e 44 % de água de nascente.
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QUADRO IIIÁguas engarrafadas em 2007 por tipo de embalagens
Marca c/ Retornos/ Retorno
TotalVidro PET PVC Lata
Águas Minerais
Luso 7 852 934 134 136 211 353 920 219 340 990
Caldas de Penacova 90 495 103 90 495 103
Vitalis 10 604 158 46 848 76 536 743 87 187 749
Fastio 3 537 166 127 680 59 267 289 62 932 135
Carvalhelhos 4 256 375 2 669 794 31 924 950 38 851 119
Pedras Salgadas 5 918 028 26 237 767 1 669 893 0 0 33 825 688
Sete Fontes 26 217 294 26 217 294
Vitális-Vida 21 242 327 21 242 327
São Silvestre 19 088 210 19 088 210
Monchique 10 489 567 10 489 567
Salutis 9 758 512 9 758 512
Vimeiro 795 883 6 168 513 6 964 396
Castello 1 630 548 3 607 326 5 237 874
Vidago 1 694 879 1 019 429 2 714 308
Bem-Saúde e Frize 2 234 873 2 234 873
Alardo 1 467 256 302 028 1 769 284
Campilho 137 832 204 744 342 576
Melgaço 116 412 116 412
Subtotal 35 631 920 37 194 892 565 679 577 302 028 0 638 808 417
Águas de Nascente
Fonte da Fraga 177 790 98 286 837 98 464 627
S. Martinho 93 020 882 93 020 882
Serra da Estrela 2 216 199 750 615 46 353 029 49 319 843
Caramulo 48 178 522 48 178 522
Serrana 51 517 951 51 517 951
Glaciar 53 174 421 540 29 873 194 30 347 908
Cruzeiro 1 603 782 26 322 169 26 324 554
Castelo Novo 27 373 967 1 115 916 28 489 883
S. Domingos 21 756 843 21 756 843
Serra da Penha 14 521 264 14 521 264
Água do Marão 10 645 333 10 645 333
Água S. Cristovão 19 576 815 19 576 815
Areeiro 75 828 441 438 477 595 994 861
Serra do Marão 59 573 59 573
Subtotal 2 524 594 1 673 948 487 904 401 1 115 916 0 493 218 859
Total 38 156 514 38 868 840 1 053 583 978 1 417 944 0 1 132 027 276
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GRÁFICO N.º 6Água engarrafada em 2007
(Mineral e de Nascente)
Analisando os Quadros III e IV e ainda pelo Gráfico n.º 7 verifica-se que a percentagem de água vendida em embalagens retornáveis baixou, relativamente ao ano 2006, ou seja, de 3,7 %, passou para 3,4 %. As embalagens de tara perdida de vidro baixaram ligeiramente, relativamente ao ano 2006, ou seja, de 3,6% em 2006, passou para 3,4 % em 2007. O engarrafamento em embalagens de PET continua o crescimento, pois de 62,4 % em 1998 passou-se para 93,1 % em 2007, opondo-se ao engarrafamento em PVC que passou de 24,1 % em 1998 para 0,1 % em 2007.
QUADRO IVPercentagem do volume de água engarrafada por tipo de embalagem
%
ANOc/Retorno s/Retorno
Vidro Vidro Pet PVC Tetrapack Lata Total
1998 8,60 4,00 66,70 20,30 0,38 0,02 91,40
1999 8,74 4,13 82,28 4,82 0,00 0,02 91,26
2000 8,66 4,12 86,26 0,94 0,00 0,02 91,34
2001 7,46 4,69 86,92 0,92 0,00 0,01 92,54
2002 6,87 4,42 88,51 0,28 0,00 0,01 93,13
2003 5,87 4,41 89,61 0,11 0,00 0,01 94,13
2004 5,16 4,14 88,9 1,8 0,00 0,01 94,84
2005 4,28 3,81 91,92 0,00 0,00 0,00 95,72
2006 3,71 3,55 92,25 0,50 0,00 0,00 96,29
2007 3,37 3,43 93,07 0,13 0,00 0,00 96,63
GRÁFICO N.º 7Percentagem do volume de água engarrafada por tipo de embalagem
(Evolução no decénio)
Dado que não se inclui neste trabalho os dados estatísticos das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, como foi referido, os consumos foram calculados para a população residente no Continente. Assim, o consumo per capita de água engarrafada em Portugal, considerando os dados do INE, a 31 de Dezembro de 2007, a população residente, no Continente, atingiu os 100,7 litros/habitante/ano, menos 6,3 litros/habitante/ano que em 2006.
2.2 - Águas minerais naturais
Em 2007, as 18 marcas de águas minerais naturais engarrafadas decreceram ligeiramente a produção, correspondendo a uma percentagem de -2,9%, emrelação a 2006. Este decréscimo ficou a dever-se essencialmente à diminuição da produção das águas de São Silvestre e da Salutis. Em valor registou-se um aumento de 25,7 milhões de euros, correspondendo a uma percentagem, relativamente a 2006, de 11,3% (Quadro V).
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QUADRO VÁguas minerais engarrafadas em 2007
N º de ordem MarcaVolume Valor
litros Var. 2006 103 Var. 2006
1 Luso 219 340 990 3 728 382 65 101 8 858
2 Caldas de Penacova 90 495 103 9 866 733 10 608 3 013
3 Vitalis 87 187 749 8 750 787 37 391 15 266
4 Fastio 62 932 135 -5 476 392 29 915 -590
5 São Silvestre 19 088 210 -22 035 647 1 613 -1 877
6 Carvalhelhos 38 851 119 3 109 702 10 267 -1 201
7 Pedras Salgadas 33 825 688 2 294 780 41 900 7 776
8 Sete Fontes 26 217 294 -2 343 250 5 045 540
9 Salutis 9 758 512 -10 878 969 1 282 -828
10 Vitalis-Vida 21 242 327 1 310 377 3 959 412
11 Monchique 10 489 567 -2 426 484 1 383 -2 347
12 Castello 5 237 874 -1 412 001 4 863 -1 442
13 Vimeiro 6 964 396 424 468 4 775 518
14 Vidago 2 714 308 -1 276 191 2 392 -1 236
15 Bem-Saúde e Frize 2 234 873 -622 729 2 128 -504
16 Alardo 1 769 284 -953 996 252 -71
17 Campilho 342 576 -1 341 230 452 -511
18 Melgaço 116 412 -71 570 126 -24
Total 638 808 417 -19 353 230 223 452 25 752
No ano 2007 a produção das águas minerais naturais desceu ligeiramente relativamente à produção das águas de nascente, pois de 58 % do volume registado em 2006, passou-se para 56 % em 2007. Em valor, as águas minerais naturais correspondem a 78% do mercado das águas engarrafadas. A discrepância entre as percentagens do volume e da receita deve-se ao facto de, por um lado, uma parte significativa das águas minerais serem águas gasosas (gasocarbónicas e gaseificadas), portanto águas com maior valor, e, por outro muitas águas de nascente
são engarrafadas como produto branco, sem marca,
portanto, de menor valor.
Como se pode verificar pela análise do Quadro VI, a
produção de água mineral natural em 2007 distribui-se,
em percentagem, do seguinte modo: 90,6 % de água
lisa, 6,9 % de água gasocarbónica e 2,4 % de água
gaseificada. Em 3 concessões (Carvalhelhos, Vimeiro
e Luso) engarrafam simultaneamente água lisa e água
gaseificada.
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QUADRO VIDesagregação das águas minerais engarrafadas em 2007
Volume (litros)
Nº de ordem Marca Lisa Gaseificada Gasocarbónica Total
1 Luso 219 133 822 207 168 219 340 990
2 Caldas de Penacova 90 495 103 90 495 103
3 Vitalis 87 187 749 87 187 749
4 Fastio 62 932 135 62 932 135
5 São Silvestre 19 088 210 19 088 210
6 Carvalhelhos 30 031 928 8 819 191 38 851 119
7 Pedras Salgadas 33 825 688 33 825 688
8 Sete Fontes 26 217 294 26 217 294
9 Salutis 9 758 512 9 758 512
10 Vitális-Vida 21 242 327 21 242 327
11 Monchique 10 489 567 10 489 567
12 Castello 5 237 874 5 237 874
13 Vimeiro 704 551 6 259 845 6 964 396
14 Vidago 2 714 308 2 714 308
15 Bem-Saúde e Frize 2 234 873 2 234 873
16 Alardo 1 769 284 1 769 284
17 Campilho 342 576 342 576
18 Melgaço 116 412 116 412
Total 579 050 482 15 628 780 44 129 155 638 808 417
O consumo per capita de água mineral natural engarrafada em Portugal foi, em 2007, no continente, de 57,3 litros/habitante/ano, menos 5,2 litros/habitante//ano do que em 2006 (veja-se Quadro XV).
2.3 - Águas de nascente
Estiveram em actividade durante o ano de 2007, 10 unidades industriais de engarrafamento de águas de
QUADRO VIIÁguas de nascente engarrafadas em 2007
Nº de Ordem MarcaVolume Valor
litros Var.2006 103 Var.2006
1 Fonte da Fraga 98 464 627 2 266 326 8 710 203
2 Água de S. Martinho 93 020 882 -2 581 677 7 688 -330
3 Serrana 51 517 951 12 760 022 4 887 1 003
4 Serra da Estrela 49 319 843 -2 736 791 8 481 45
5 Caramulo 48 178 522 -2 172 920 13 195 1 642
6 Glaciar 30 347 908 -1 549 410 4 412 -4 612
7 Castelo Novo 28 489 883 5 147 041 2 340 353
8 Cruzeiro 26 324 554 -3 162 729 5 480 -191
9 S. Domingos 21 756 843 882 891 1 655 25
10 Água. S. Cristovão 19 576 815 10 250 380 1 906 1 205
11 Água Serra da Penha 14 521 264 -1 915 924 1 563 -193
12 Água do Marão 10 645 333 -373 921 2 136 5
13 Areeiro 994 861 -375 087 589 -169
14 Serra do Marão 59 573 -14 425 40 -4
Total 493 218 859 16 423 776 63 082 -1 018
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nascente, produzindo cerca de 493,2 milhões de litros de água. Relativamente a 2006, verificou-se um aumento de produção de águas de nascente de 3,4 % em volume e um decréscimo em valor de -1,6 %. (Gráfico n.º 8).
GRÁFICO N.º 8Produção de águas engarrafadas
(evolução no decénio)
O Quadro VIII dá-nos a desagregação das águas de nascente vendidas no ano 2007. Nele podemos observar que a Cruzeiro e a Glaciar engarrafaram água lisa e água gaseificada e a Areeiro e a Serra do Marãoengarrafaram somente água gaseificada. A percentagem de água de nascente gaseificada é apenas de 0,3 % em relação ao total da água de nascente.
O consumo per capita de água de nascente engarrafada em Portugal foi, no ano 2007, no Continente, de 43,4 litros/habitante/ano, menos 1,1 litros/habitante/ano do que em 2006 (vidé Quadro XV).
2.4 - Exportação
Verificamos que, os dados estatísticos da exportação das águas minerais naturais, sobretudo para os países da União Europeia, têm sofrido nos últimos anos uma
QUADRO VIIIDesagregação das águas de nascente engarrafadas em 2007
Volume (litros)
Nº de ordem Marca Lisa Gaseificada Total
1 Fonte da Fraga 98 464 627 98 464 627
2 Água de S. Martinho 93 020 882 93 020 882
3 Serrana 51 517 951 51 517 951
4 Serra da Estrela 49 319 843 49 319 843
5 Caramulo 48 178 522 48 178 522
6 Glaciar 29 926 368 421 540 30 347 908
7 Castelo Novo 28 489 883 28 489 883
8 Cruzeiro 26 323 153 1 401 26 324 554
9 S. Domingos 21 756 843 21 756 843
10 Água Serra da Penha 14 521 264 14 521 264
11 Água do Marão 10 645 333 10 645 333
12 Areeiro 994 861 994 861
13 Serra do Marão 59 573 59 573
14 Água S. Cristovão 19 576 815 19 576 815
Total 491 741 484 1 477 375 493 218 859
perca de exaustividade, pois colhemos somente os
dados dos industriais e não dos clientes exportadores,
que certamente são responsáveis pela exportação de
uma parte significativa de água engarrafada. Apesar
disso, os dados de que dispomos permite-nos afirmar
que em 2007, se exportaram 62,9 milhões de litros de
águas engarrafadas (minerais naturais e de nascente),
correspondendo a um valor de 17,10 milhões de euros
(Gráfico n.º 9). Do volume da água exportada, 48% foi de
águas minerais naturais e 52 % de águas de nascente.
36
Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
GRÁFICO N.º 9Exportação de águas engarrafadas
(no decénio)
Os 30,2 milhões de litros de águas minerais exportadas dividiram-se por 15 marcas (Quadro IX) e os 32,7 milhões de litros de águas de nascente por 9 marcas (Quadro X).
A produção de água engarrafada destinada à exportação, passou de 4,6 % em 2006, para 5,6 % no ano 2007, portanto, registou-se um ligeiro crescimento.
Luso (água mineral natural) e Caramulo (água de nascente) ocuparam os primeiros lugares de volume de águas exportadas. Estas duas marcas representam em conjunto 66,4 % do volume total exportado.
QUADROS IXÁguas minerais exportadas em 2007
Nº de Ordem MarcaVolume Valor
litros Var. 2006 103 Var. 2006
1 Luso 15 634 180 1 100 043 5 955 1 655
2 Carvalhelhos 5 786 558 2 745 409 1 425 676
3 Vitalis 1 644 987 -100 111 410 -25
4 São Silvestre 1 561 262 894 457 162 86
5 Pedras Salgadas 1 321 933 106 168 1 196 161
6 Alardo 1 155 929 66 992 145 7
7 Monchique 1 072 975 -155 209 303 -30
8 Castello 896 082 -63 936 576 -37
9 Fastio 432 983 -303 071 135 -208
10 Sete Fontes 404 829 -76 063 74 -19
11 Vimeiro 86 326 53 906 38 20
12 Bem-Saúde e Frise 71 262 903 44 4
13 Vitalis Vida 55 035 21 465 12 5
14 Melgaço 43 284 43 284 12 12
15 Vidago 1 488 -8 352 1 -10
16 Campilho 0 -6 876 0 -3
Total 30 169 113 4 319 009 10 488 2 294
QUADRO XÁguas de nascente exportadas em 2007
Nº de ordem MarcaVolume Valor
litros Var. 2006 103 Var. 2006
1 Caramulo 26 104 075 5 972 236 5 682 1 571
2 Água de S. Martinho 3 010 090 1 131 253 331 102
3 Fonte da Fraga 2 001 642 887 970 224 103
4 Água de S. Cristovão 1 224 562 -294 794 137 -35
5 Água do Marão 251 192 -284 637 50 -39
6 Glaciar 89 022 -1 453 085 11 -302
7 Serrana 19 800 19 800 2 2
8 Areeiro 16 290 678 13 0
9 Serra do Marão 9 558 -5 331 7 -4
Total 32 726 231 5 974 090 6 457 1 398
37
Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
QUADRO XIÁguas exportadas em 2007
País
Água Mineral Água de Nascente Total
Volume Valor Volume Valor Volume Valor
Litros Var. 2006 103 Var. 2006 Litros Var. 2006 103 Var. 2006 Litros Var. 2006 103 Var. 2006
Alemanha 456 600 -112 201 207,0 -39,0 461 515 24 877 102,5 -7,4 918 115 -87 324 309,5 -46,4
Áustria 540 540 0,3 0,3 0 0 0,0 0,0 540 540 0,3 0,3
Bélgica 88 440 20 610 52,9 14,8 118 818 -451 032 14,8 -76,4 207 258 -430 422 67,7 -61,6
Dinamarca 26 298 -121 398 12,8 -50,2 178 416 11 376 32,3 0,1 204 714 -110 022 45,1 -50,1
Espanha 267 622 -304 651 67,8 -175,8 1 836 066 1 202 830 165,6 108,7 2 103 688 898 179 233,4 -67,1
França 772 278 138 112 533,8 93,1 94 254 -59 373 23,2 -10,5 866 532 78 739 557,0 82,6
Holanda 31 430 20 861 14,6 10,9 0 0 0,0 0,0 31 430 20 861 14,6 10,9
Luxemburgo 356 295 -16 486 142,4 11,3 13 760 13 760 2,5 2,5 370 055 -2 726 144,9 13,8
Reino Unido 893 511 364 908 433,6 227,3 146 113 124 001 16,9 13,3 1 039 624 488 909 450,5 240,6
Suécia 0 -2 880 0,0 -0,4 0 0 0,0 0,0 0 -2 880 0,0 -0,4
Chipre 102 375 102 375 8,9 8,9 0 0 0,0 0,0 102 375 102 375 8,9 8,9
Hungria 1 980 -6 336 0,6 -3,1 0 0 0,0 0,0 1 980 -6 336 0,6 -3,1
Andorra 10 644 10 644 15,6 15,6 0 0 0,0 0,0 10 644 10 644 15,6 15,6
Gibraltar 143 328 43 038 22,4 6,7 0 0 0,0 0,0 143 328 43 038 22,4 6,7
Canárias 61 326 61 326 8,3 8,3 0 -129 107 0,0 -29,1 61 326 -67 781 8,3 -20,8
Liechenstein 0 -2 460 0,0 -1,0 0 -15 840 0,0 -2,7 0 -18 300 0,0 -3,7
Suiça 387 630 -49 684 146,8 -20.6 18 049 -9 395 4,6 -4,0 405 679 -59 079 151,4 -24,6
Angola 10 694 045 1 735 298 3.642,9 1.869,2 25 290 481 5 787 299 5 405,8 1 514,0 35 984 526 7 522 597 9 048,7 3 383,2
Cabo Verde 2 233 443 569 399 771,3 160,3 2 628 791 446 388 324,9 42,4 4 862 234 1 015 787 1 096,2 202,7
Guiné-Bissau 590 901 163 478 152,4 55,8 1 107 503 252 360 175,5 41,6 1 698 404 415 838 327,9 97,4
Moçambique 451 427 270 532 109,8 44,6 295 439 -160 736 86,5 -10,6 746 866 109 796 196,3 34,0
S. T. Príncipe 382 810 -118 658 122,4 -9,7 82 177 59 191 15,1 11,1 464 987 -59 467 137,5 1,4
África do Sul 66 179 20 491 29,9 9,3 60 60 0,0 0,0 66 239 20 551 29,9 9,3
Congo 0 -17 136 0,0 -4,9 0 -57 076 0,0 -9,3 0 -74 212 0,0 -14,2
Namíbia 3 360 3 360 2,5 2,5 0 0 0,0 0,0 3 360 3 360 2,5 2,5
Libéria 0 0 0,0 0,0 38 556 -212 058 4,4 -23,9 38 556 -212 058 4,4 -23,9
Togo 0 0 0,0 0,0 0 -41 194 0,0 -4,8 0 -41 194 0,0 -4,8
Canadá 1 874 172 -181 652 778,7 -102,3 21 941 -30 330 4,8 -8,6 1 896 113 -211 982 783,5 -110,9
Marrocos 2 640 765 1,6 0,5 0 0 0,0 0,0 2 640 765 1,6 0,5
E.U.A. 4 044 838 309 132 1.757,3 98,2 123 510 -298 337 22,9 -62,7 4 168 348 10 795 1 780,2 35,5
Ant. Francesas 68 598 7 926 15,4 4,2 0 0 0,0 0,0 68 598 7 926 15,4 4,2
Ant. Holandesas 150 648 -13 602 51,8 -6,2 0 0 0,0 0,0 150 648 -13 602 51,8 -6,2
México 0 -27 456 0,0 -25,2 0 0 0,0 0,0 0 -27 456 0,0 -25,2
Aruba 16 350 16 350 5,0 5,0 0 0 0,0 0,0 16 350 16 350 5,0 5,0
Brasil 58 416 25 770 26,8 8,7 0 0 0,0 0,0 58 416 25 770 26,8 8,7
Bermudas 155 926 47 176 39,6 -1,2 0 0 0,0 0,0 155 926 47 176 39,6 -1,2
China 0 0 0,0 0,0 0 -29 842 0,0 -3,4 0 -29 842 0,0 -3,4
Índia 3 558 3 558 2,9 2,9 0 0 0,0 0,0 3 558 3 558 2,9 2,9
Japão 22 152 -302 772 11,4 -103,9 0 0 0,0 0,0 22 152 -302 772 11,4 -103,9
Macau 1 955 363 -61 340 575,7 -75,3 205 392 -147 037 40,1 -24,4 2 160 755 -208 377 615,8 -99,7
Austrália 75 246 -36 394 34,0 -17,2 0 0 0,0 0,0 75 246 -36 394 34,0 -17,2
Taiwan 0 0 0,0 0,0 46 238 -22 851 9,8 -3,4 46 238 -22 851 9,8 -3,4
Timor 17 499 -16 570 7,6 -3,8 0 0 0,0 0,0 17 499 -16 570 7,6 -3,8
Hong-Kong 209 166 209 166 35,7 35,7 0 0 0,0 0,0 209 166 209 166 35,7 35,7
Outros 3 492 079 1 565 804 645,7 239,4 19 152 -283 844 5,2 -55,2 3 511 231 1 281 960 650,9 184,2
Total 30 169 113 4 318 943 10 488 2 294 32 726 231 5 974 090 6 457 1 397 62 895 344 10 293 033 16 946 3 691
38
Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
Analisando o Quadro XI podemos verificar o destino de
cada marca. Pedras Salgadas foi a água mineral natural
que exportou para um maior número de países (26) e o
Caramulo foi a marca de água de nascente que atingiu
o maior número de países para onde foi exportado esse
tipo de água (13).
Pelos Quadros XI, XII e XIII podemos observar que,
em 2007, Portugal exportou água para 39 países, sendo
Angola o nosso principal cliente com 36 milhões de litros, seguindo-se Cabo Verde com 4,9, EUA com 4,2, Macau com 2,2 e Espanha com 2,1. Estes 5 países receberam 78,4 % do total das nossas exportações de água engarrafada.
No ano 2007 deixámos de exportar para a Suécia, Liechertein, Congo, Togo, México e China e ganhámos 6 destinos: Chipre, Andorra, Namíbia, Aruba, Hong-Kong e Índia.
39
Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
QUADRO XIIDestino das águas exportadas em 2007
Água Mineral Natural Água de Nascente
Destino
Ala
rdo
Bem
-Saú
de e
Fri
ze
Cam
pilh
o
Car
valh
elho
s
Cas
tello
Fast
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o
Mel
gaço
Mon
chiq
ue
Pedr
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alga
das
São
Silv
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e
Sete
Fon
tes
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ago
Vim
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Vitá
lis
Vitá
lis-V
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Mar
ão
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S. M
artin
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Águ
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S. C
rist
ovão
Car
amul
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Font
e da
Fra
ga
Gla
ciar
Serr
ana
Serr
a do
Mar
ão
Alemanha * * * * * * * * *
Áustria *
Bélgica * * * * * *
Dinamarca * * *
Espanha * * * * *
França * * * * * * * * *
Holanda * * * *
Hungria *
Luxemburgo * * * * * * *
Reino Unido * * * * * * * *
Chipre *
Canárias *
Andorra * *
Gibraltar *
Suiça * * * * * * * *
Angola * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Cabo Verde * * * * * * * * *
Guiné-Bissau * * * * * * * * * *
Moçambique * * * * * * *S. T. Príncipe * * * * * * *
África do Sul * * * * *
Namíbia *
Aruba *
Marrocos *
Libéria *
Ant. Holandesas *
Ant. Francesas * *
Bermudas * * * *
Canadá * * * * * * * * *
E.U.A. * * * *
Brasil * *
Austrália * *
Hong-Kong *
Índia *
Japão *
Macau * * * * * * * * *
Timor * *
Taiwan *
Outros * * * * * *
40
Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
QUADRO XIIIDestino das exportações no decénio
Destino 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007Alemanha * * * * * * * * * *Áustria * *Bélgica * * * * * * * * * *Dinamarca * * * * * * * * * *Espanha * * * * * * * * *França * * * * * * * * * *Grécia * * * * * *Holanda * * * * * * * * * *Irlanda * * * * *Luxemburgo * * * * * * * * * *Reino Unido * * * * * * * * * *Suécia * * *Hungria * * *Liechenstein * * * * *Noruega * *Andorra * * * *Canárias * *Gibraltar * *Malta *Suiça * * * * * * * * * *Angola * * * * * * * * * *Cabo Verde * * * * * * * * * *Guiné-Bissau * * * * * * * * * *Moçambique * * * * * * * * * *S. T. Príncipe * * * * * * * * * *Áfric. do Sul * * * * * * * * *Argélia * *Guadalupe *Congo Brasavil * *Costa do Marfim *Gâmbia * * * *Marrocos * * *Namíbia * * *Senegal * * * * * *Suazilândia *Serra Leoa *Togo *Zaire * * * * * *Zâmbia *Libéria * *Bermudas * * * * * * * *Brasil * * * * * * * *Canadá * * * * * * * * * *E.U.A. * * * * * * * * * *Curaçao *Ilhas Virgínias *Venezuela * * * *México *Guiana Francesa *Rep. Dominicana * *Panamá * *Antilhas * * * * * * * * *Antilhas Francesas * *Aruba * * * * * * * * *China * * *Filipinas *Hong-Kong * * *Japão * * * * * * * * *Macau * * * * * * * * * *Taiwan * * * * * * * * *Martinica *Austrália * * * * * * * * * *Timor * * * * * * *Outros * * * * * * *
41
Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) importaram no ano 2007, 69,6 % das nossas águas exportadas, sendo Angola, como já foi referido, o principal importador, com 36,0 milhões de litros.
Pelo gráfico n.º 9 podemos constatar que, no último decénio, o volume de água exportada quase que triplicou, pois passou-se de 23,3 milhões de litros de água (mineral e de nascente) exportada em 1998, para 62,9 milhões de litros, no ano 2007.
2.5 - Evolução da actividade
2.5.1 - Consumo
No último decénio a indústria de engarrafamento de águas registou um enorme crescimento, quer na produção, quer na exportação. No Quadro XIV e no gráfico n.º 8 podemos constatar que a produção de água engarrafada passou de 653 milhões de litros em 1998, para 1069 milhões de litros em 2007, ou seja, a produção quase duplicou no decénio.
O gráfico n.º 10 dá-nos a distribuição do consumo interno de águas engarrafadas ao longo do decénio, ou seja, ao volume da produção foi subtraído o volume da exportação.
GRÁFICO N.º 10Consumo interno de águas engarrafadas
(no decénio)
O gráf ico n.º 12 mostram-nos a evolução do engarrafamento no decénio por tipo de águas. Nesses gráficos pode observar-se que as águas com gás (gasocarbónicas e gaseif icadas) têm mantido aproximadamente os mesmos volumes de produção, embora com uma ligeira tendência para uma descida, não acontecendo o mesmo com as águas lisas que têm registado um enorme crescimento.
QUADRO XIVEvolução do mercado por tipo de águas
(no decénio)
Ano
Lisa Gaseificada Gasocarbónica Total
Volume Valor Volume Valor Volume Valor Volume Valor
(litros) % 103 % (litros) % 103 % (litros) % 103 % (litros) 103
1998 576 573 407 88,3 108 456 68,3 30 292 335 4,6 19 385 12,2 45 749 128 7,0 31 046 19,5 652 614 870 158 886
1999 630 201 232 88,9 117 574 68,4 32 446 211 4,6 21 102 12,3 46 441 561 6,5 33 161 19,3 709 089 004 171 837
2000 677 227 725 89,7 122 772 68,7 31 761 165 4,2 21 439 11,9 47 220 150 6,2 34 978 19,4 756 209 040 179 190
2001 738 822 253 90,3 133 632 69,3 32 541 705 4,0 22 267 11,6 46 788 372 5,7 36 828 19,1 818 152 330 192 727
2002 760 124 283 90,8 138 325 70,5 33 795 251 4,0 23 744 12,1 43 134 964 5,2 34 162 17,4 837 054 498 196 230
2003 884 293 744 92,0 159 928 72,9 34 021 414 3,5 20 911 9,5 42 988 526 4,5 38 478 17,5 961 303 684 219 317
2004 887 344 407 92,4 163 757 72,4 29 960 505 3,1 20 476 9,0 43 043 937 4,5 42 044 18,6 960 348 849 226 276
2005 969 433 228 93,4 170 339 74,4 28 425 802 2,7 19 615 8,6 39 868 486 3,8 39 007 17,0 1 037 727 516 228 960
2006 1 070 397 170 94,3 204 904 78,0 24 308 763 2,1 16 400 6,2 40 250 797 3,5 41 497 15,8 1 134 956 730 262 801
2007 1 070 791 966 94,6 224 400 78,3 22 001 453 1,9 15 134 5,3 39 233 857 3,5 46 998 16,4 1 132 027 276 286 532
42
Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
GRÁFICO N.º 11Evolução do mercado por tipo de águas
(no decénio)
O consumo per capita de água engarrafada, baseado apenas na produção nacional, pois não dispomos de elementos relativos à importação, tem registado um crescimento considerável. Como se pode verificar pelo Quadro XV e Gráfico n.º 12 o consumo per capita passou de 66,6 litros/habitante em 1998 para 100,7 litros//habitante em 2007, ou seja, no último decénio quase duplicou o consumo per capita de água engarrafada em Portugal.
QUADRO XVConsumo per capita de água engarrafada em Portugal
Litros/habitante/ano
AnosÁgua
mineral naturalÁgua denascente
Total (Água mineral natural
e Água de nascente
1998 43,9 22,7 66,6
1999 44,9 23,7 68,6
2000 47,1 26,8 73,9
2001 46,7 30,7 77,4
2002 48,5 33,6 82,1
2003 52,4 39,9 92,3
2004 55,3 37,7 93,0
2005 58,4 40,8 99,2
2006 62,5 44,5 107,0
2007 57,3 43,4 100,7
GRÁFICO N.º 12Consumo per capita de água engarrafada em Portugal
(no decénio)
2.5.2 - Preços
Nos últimos anos têm sido calculados valores para as embalagens mais representativas de cada tipo de água vendida.
No quadro XVI verifica-se que, de ano para ano, tem-se registado variações do preço por embalagem da água engarrafada, Um dos factores que mais contribui para essa variação deverá ser a aplicação do “bónus”, por algumas empresas e o engarrafamento de água produto branco, portanto, com valores mais baixos que as marcas. No entanto, pode verificar-se que para as águas com gás tem-se registado, nos últimos dois anos, um ligeiro aumento.
QUADRO XVIPreços por tipos de água em algumas embalagens
Euros ( )
Anos
Lisa Gaseificada Gasocarbónica
(embalagem de 1,5 l)
(embalagem de 0,33 l)
(embalagemde 0,25 l)
1998 0,24 0,18 0,20
1999 0,24 0,18 0,20
2000 0,23 0,19 0,21
2001 0,23 0,19 0,22
2002 0,25 0,21 0,22
2003 0,22 0,23 0,24
2004 0,23 0,23 0,26
2005 0,22 0,22 0,26
2006 0,24 0,21 0,27
2007 0,27 0,22 0,31
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Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
2.7 - Emprego
Por imposição do Instituto Nacional de Estatística foram modificados os boletins de recolha de dados, daí que se tenha deixado de diferenciar os trabalhadores efectivos dos temporários. No entanto, os dados disponíveis permitem-nos concluir que a indústria de engarrafamento empregou no ano 2007, 1327 funcionários (Quadro XVII).
QUADRO XVIIPessoal afecto ao engarrafamento
Ano Dirigente Técnico Administ. Chefia Operário Outros Total
1998 75 50 107 131 983 89 1 435
1999 79 55 133 151 981 75 1 474
2000 79 54 115 144 1 088 65 1 545
2001 56 63 94 141 1 021 106 1 481
2002 63 74 125 95 1 035 116 1 508
2003 50 79 134 117 927 217 1 524
2004 54 97 107 102 766 229 1 355
2005 45 70 110 105 868 143 1 341
2006 46 51 71 93 726 288 1 275
2007 68 85 102 92 896 84 1 327
Pelo gráfico n.º 17 é possível observar a distribuição dos trabalhadores pelos vários grupos profissionais.
GRÁFICO N.º 13Pessoal afecto ao engarrafamento
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Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
3 - TERMALISMO
3.1 - Actividade Termal
No ano 2007 estiveram em actividade 35 estabelecimentostermais (Quadro XVIII e MAPA III), menos 1 (Vidago)que no ano anterior, encerrou para efectuar obrasde remodelação total, De registar que as Termas deAlmeida, as Caldas do Cró e as Termas da Longroivaestiveram em funcionamento provisório com o objectivode realizaram estudos médico-hidrológicos queperspectivem a construção de novos estabelecimentostermais com indicações terapêuticas cientificamentecomprovadas.
QUADRO XVIIIEvolução da frequência termal
(no decénio)
AnoNº de Inscrições Valor
Ano Var. (%) 103 Var. (%)
1998 87 054 -7,16 11 219 7,49
1999 83 548 -4,03 10 802 -3,72
2000 85 226 2,01 12 268 13,57
2001 93 186 9,34 13 684 11,54
2002 95 586 2,88 16 136 17,92
2003 91 757 -4,00 16 110 -0,16
2004 89 827 -2,10 17 893 11,10
2005 85 841 -4,44 18 036 0,78
2006 81 434 -5,13 18 437 2,22
2007 80 018 -1,70 18 892 2,47
GRÁFICO N.º 14Taxa de evolução da frequência termal
(no decénio)
Pela análise do Quadro XVIII verifica-se que, durantea época termal de 2007, houve, de novo, um decréscimono número total de aquistas que frequentaram osestabelecimentos termais portugueses, Assim, no ano2007, 80 018 aquistas frequentaram os estabelecimentostermais portuguesas, menos 1 616 que em 2006, A taxade crescimento da frequência termal (Gráfico n.º19),relativamente a 2006, foi de -1,7 %.
Nos 35 estabelecimentos termais que estiveram emactividade, houve um aumento da frequência em 31,4%dos estabelecimentos termais (11) e um decréscimo em68,6 % deles (24).
O estabelecimento termal de S. Pedro do Sul ocupou, pormais um ano consecutivo, o primeiro lugar na frequênciatermal com 18 135 inscrições, o que corresponde 22,7 %do total das inscrições nos estabelecimentos termaisportugueses.
O estabelecimento termal onde se registou a maiortaxa de crescimento da frequência termal em 2007,relativamente a 2006, foi as Termas de Caldelas (977aquistas). Contrariamente, onde se registou a maiordescida, em igual período, foi nas Termas de S. Pedrodo Sul (1146 aquistas).
Pelo Quadro XIX e no que diz respeito aos valores dasreceitas (inscrições, tratamento e aplicações) verifica-seque, de 2006 para 2007, houve um ligeiro crescimento,da ordem dos 2,5 %. Dos 35 estabelecimentos termais queestiveram em actividade em 2007, houve um decréscimode receitas em 15 estabelecimentos termais.
Pelo Quadro XIX poderemos retirar que, durante aépoca termal de 2007, cada aquista pagou, em média,cerca de 236 euros em inscrição, tratamentos e aplicações,durante a sua estadia no estabelecimento termal, ou seja,pagou mais 10 euros que em 2006. De referir que os 3estabelecimentos termais que estiveram a realizar estudosmédico-hidrológicos não foram registadas cobranças deinscrições, tratamentos e aplicações.
A taxa de evolução da frequência termal calculada paraos dados de 2007, foi de -1,7 %, relativamente a 2006(Gráfico n.º 14).
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QUADRO XIXFrequência termal em 2007
Nº de
OrdemTermas
Inscrições Valor
NºVar.
2006103
Var.
2006
1 S. Pedro do Sul 18 135 -1 146 5 360 -43
2 Caldas de Chaves 6 491 -55 1 103 251
3 Banho de Alcafache 5 190 444 1 044 105
4 Termas de Caldelas 4 431 977 928 151
5 Termas da Felgueira 4 374 -503 1 664 -86
6 Termas do Carvalhal 4 092 591 562 57
7 Termas do Gerês 3 873 -294 785 92
8 Caldas de S. Jorge 3 718 49 815 -4
9 Termas da Sulfúrea* 2 742 -174 483 -37
10 Termas de Monfortinho 2 740 -176 664 -44
11 Termas de Monte Real 2 689 -486 554 -68
12 Caldas de Vizela 2 553 -509 701 -117
13 Termas da Curia 2 497 -129 808 -11
14 Caldas da Saúde 1 743 129 420 -31
15 Caldas da Raínha 1 701 -54 416 78
16 T. de Entre-os-Rios 1 328 -24 284 11
17 Fadagosa de Nisa 1 301 -55 187 -29
18 Termas do Luso 1 222 -33 373 9
19 Caldas de Sangemil 1 181 -53 297 -48
20 Caldas de Manteigas 1 098 33 263 31
21 Termas da Longroiva** 960 34 0 0
22 Termas de Almeida** 841 244 0 0
23 Caldas de Aregos 810 -116 210 -18
24 Caldas de Monchique 638 -68 204 2
25 Termas do Vimeiro 625 116 129 102
26 Caldas do Cró** 590 90 0 0
27 T. da Ladeira de Evendos 529 -60 151 -16
28 Caldas de Moledo 481 -40 251 186
29 Caldas das Taipas 377 -49 83 -12
30 Unhais da Serra 348 348 35 35
31 Termas de Eirogo 287 -67 41 -7
32 Caldas do Carlão 206 -18 50 6
33 Termas do Vale da Mó 125 -5 7 0
34 Termas de Melgaço 77 -27 13 -11
35 C. S. de Carvalhelhos 25 -7 7 5
36 Termas de Vidago 0 -323 0 -86
Total 80 018 -1 416 18 892 453
* Anteriormente denominada por Cabeço de Vide.** Funcionamento provisório para real ização de estudo
médico-hidrológico.
QUADRO XXQuimismo das águas minerais utilizadas nas termas
Quimismo Nº de estabelecimentos Nº de Aquistas %
Sulfúreas 23 57 929 72,39
Sulfatadas 2 5 186 6,48
Gasocarbónicas 2 6 568 8,21
Bicarbonatadas 4 5 219 6,52
Hipossalinas 3 4 491 5,61
Cloretadas 1 625 0,78
Total 35 80 018 100,00
3.2 - A Actividade termal e o quimismo das suaságuas
Pelo Mapa III e Quadro n.º XX, podemos verificar a distribuição dos estabelecimentos termais pelo quimismo das águas minerais naturais. Constata-se que 72,4 % dos estabelecimentos termais que funcionaram durante o ano de 2007 utilizam água mineral natural sulfúrea. Destes 23 estabelecimentos termais verificamos que existem diferenças, por vezes significativas, do quimismo das suas águas. Decidimos colocá-las todas dentro desta categoria pelo facto das águas possuírem formas reduzidas de enxofre. No entanto, podemos dizer que praticamente não existem duas águas minerais naturais perfeitamente iguais.
Os restantes 12 estabelecimentos termais que estiveram em actividade durante a época termal de 2007, repartem-se pelos outros 5 tipos químicos.
3.3 - Frequência estrangeira
Durante o ano de 2007 frequentaram os estabelecimentos termais portugueses 822 aquistas estrangeiros, ou seja, mais 128 que na época termal de 2006, Esta frequência corresponde a cerca de 1,0 % do total de inscrições nos estabelecimentos termais (Quadro XXI).
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QUADRO XXIFrequência termal estrangeira em 2007
País 2007 Var. 2006
Alemanha 58 -5Bélgica 10 -3Espanha 444 55França 134 49Dinamarca 1 1Holanda 7 -2Irlanda 1 0Itália 7 -10Luxemburgo 7 -13Reino Unido 26 20Andorra 10 10Hungria 0 -2República Checa 1 1Suiça 34 -3Ucrânia 2 2Moldávia 1 1Rússia 1 1Angola 2 2Cabo Verde 0 -1Moçambique 14 14África do Sul 0 -1Congo 14 14Brasil 19 -1Canadá 6 -2EUA 16 1Venezuela 0 -1China 5 5Índia 1 1Israel 0 -3Japão 0 -1Austrália 1 -1
Total 822 128
Dos estrangeiros que frequentaram os nossos estabelecimentos termais, 84% são oriundos dos nossos parceiros comunitários, nomeadamente da Espanha, donde vieram 54 %.
GRÁFICO N.º 15Evolução da frequência termal
(no decénio)
Observando o Gráfico n.º 16 podemos verificar que, denovo, voltamos à tendência de crescimento da frequênciade estrangeiros nos nossos estabelecimentos termais.
GRÁFICO N.º 16Evolução da frequência termal estrangeira
(no decénio)
3.4 - Emprego
Apesar da tendência ser para o alargamento do períodode funcionamento dos estabelecimentos termais, estaactividade continua a ter um carácter essencialmentesazonal, empregando anualmente cerca de 1 460trabalhadores, numero registado durante o ano de 2007(Quadro XXII).
GRÁFICO N.º 17Pessoal fecto às termas
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Boletim de Minas, 43 (1) - 2008
QUADRO XXIIPessoal afecto às termas
Ano Dirigente Médico Técnico Administrativo Chefia Operário Outros Total
1998 58 140 35 89 24 836 38 1 220
1999 44 128 32 72 33 866 32 1 207
2000 55 147 112 103 22 866 23 1 328
2001 48 134 47 81 31 853 90 1 284
2002 33 138 95 77 19 1 014 439 1 815
2003 26 86 57 79 23 1 198 145 1 614
2004 31 116 73 145 26 1 163 122 1 676
2005 38 118 72 118 22 1 188 93 1 649
2006 35 87 94 128 30 1 135 97 1 606
2007 29 109 79 112 25 1 032 74 1 460
4 - NOTAS FINAIS
Como f icou demonstrado nos dados estatísticos apresentados, o sector das águas engarrafadas e do termalismo continua, de ano para ano, a crescer, como atestam os números que se apresentaram.
Durante o ano de 2007 foram celebrados mais 4 contratos de concessão de exploração – Água de Cambres -(concelho de Lamego), Caldas das Murtas (concelho de Amarante), Corgas-Buçaco (Concelho de Penacova) e Termas da Moimenta (concelho de Terras de Bouro).
5 - AGRADECIMENTOS
Ao terminar mais este trabalho anual da estatística dos sectores das águas engarrafadas (minerais naturais e de nascente, e do termalismo não o posso fazer sem deixar expressos sinceros agradecimentos à Senhora Dra. Ana Cristina Oliveira pelo trabalho de compilação e revisão de provas e à Senhora D. Maria do Céu Loureiro que introduziu os dados no sistema informático.