Análise Situacional Fornecimento de informações sobre as necessidades relacionadas com o ensino e a
aprendizagem das Línguas menos usadas e ensinadas a nível Europeu e soluções para as mesmas
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Autor:
Soros International House
Vilnius, Lithuania
http://www.sih.lt
O presente documento foi desenvolvido pelo grupo de parceiros no âmbito do projeto SMILE - Rede
para a Inclusão Social e Integração no Mercado de Trabalho através da Formação em Línguas /
Network for Social and Market Inclusion through Language Education.
Este documento é um relatório independente. O SMILE é uma rede que funciona a nível provisional,
focando-se diretamente nas boas práticas que têm sido desenvolvidas no âmbito da aprendizagem
de línguas, um dos fatores decisivos no processo da inclusão social e integração no mercado de
trabalho por parte dos cidadãos no contexto da União Europeia.
Publicado em 2015.
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ÍNDICE: 1. Introdução ........................................................................................................................................................... 5
2. Políticas linguísticas da UE ................................................................................................................................... 6
3. Línguas menos usadas e ensinadas na Europa .................................................................................................... 8
4. Síntese dos dados relativos aos países ................................................................................................................ 9
4.1. Contextualização da diversidade e políticas linguísticas nos países parceiros ............................................ 9
4.2. Sumário de boas práticas existentes para a promoção das Línguas menos usadas e ensinadas
identificadas nos países parceiros ..................................................................................................................... 12
4.3. Setores identificados nos países parceiros ................................................................................................. 16
4.3.1. Turismo ................................................................................................................................................ 18
4.3.2. Educação de adultos ............................................................................................................................ 20
4.3.3. Integração de migrantes ...................................................................................................................... 23
4.3.4. Educação e formação profissional ....................................................................................................... 25
4.3.5. Negócios e comércio ........................................................................................................................... 28
4.3.6. Construção civil e outras indústrias .................................................................................................... 30
4.3.7. Educação escolar e formação de professores ..................................................................................... 31
4.3.8. Cidadãos seniores ................................................................................................................................ 33
4.3.9. Pessoas desfavorecidas ....................................................................................................................... 34
4.3.10. Mercado de trabalho ......................................................................................................................... 35
4.3.11. Setor da saúde ................................................................................................................................... 37
4.4. Formas e métodos de aprendizagem e de promoção das Línguas menos usadas e ensinadas 38
4.4.1. Jogos e atividades de linguagem ......................................................................................................... 38
4.4.2. Línguas através de representações visuais .......................................................................................... 39
4.4.3. Aprendizagem entre pares (‘peer learning’) ....................................................................................... 40
4.4.4. Aprendizagem de línguas através de encontros entre pessoas .......................................................... 41
4.4.5. Aprendizagem Integrada de Conteúdos e de Língua (AICL) ................................................................ 42
4.4.6. Blended learning .................................................................................................................................. 43
4.4.7. Aprendizagem intergeracional de línguas ........................................................................................... 44
4.4.8. Aprendizagem de línguas através de comunicação online ................................................................. 44
4.4.9. Aprendizagem de línguas no terreno .................................................................................................. 45
4.4.10. Simulações de situações da vida real ................................................................................................ 45
4.4.11. Abordagem audiovisual para aprendizagem das línguas menos usadas e ensinadas, fora do
contexto da sala de aula…………………………………………………………………………………………………………………………46
4.4.12. Método de aprendizagem conjunta .................................................................................................. 47
4.4.13. Coaching confidencial ........................................................................................................................ 47
4
4.4.14. Ferramentas de aprendizagem de línguas baseadas nas TIC, recursos online para
autoaprendizagem ......................................................................................................................................... 48
5. Conclusão .......................................................................................................................................................... 49
6. Referências ........................................................................................................................................................ 51
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1. Introdução A Rede para a Inclusão Social e Integração no Mercado de Trabalho através da Formação em Línguas (SMILE)
visa reunir organizações provenientes de diferentes indústrias e setores da economia e explorar em conjunto
as oportunidades existentes para fomentar a competitividade, melhorar a empregabilidade e reforçar a
inclusão social através da melhoria das competências linguísticas com a tónica nas línguas menos utilizadas e
ensinadas (LWUTLs – Less Widely Used and Taught Languages).
A rede SMILE tem como objetivo apoiar as políticas linguísticas europeias e nacionais através da pesquisa, da
identificação e da divulgação dos resultados positivos das boas práticas que têm sido desenvolvidas para a
promoção da diversidade linguística, com particular ênfase na aprendizagem das línguas menos promovidas.
O propósito da Análise Situacional é o de apresentar os resultados à data da rede SMILE relativamente às
necessidades de aprendizagem das línguas menos promovidas relacionadas com o mercado de trabalho e a
inclusão social em 15 países Europeus abrangidos por este projeto - Bulgária, Chipre, República Checa,
Finlândia, Alemanha, Grécia, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suíça e Turquia.
O presente documento é baseado nas abordagens dos estados de arte nos países representados nesta rede,
desenvolvidas pelos parceiros e em resultado de pesquisas levadas a cabo no decurso do projeto. O objetivo
deste documento é divulgar alguma informação acerca das necessidades de aprendizagem de línguas ,
particularmente das línguas menos promovidas e ensinadas nos setores identificados ao nível Europeu e
soluções para as satisfazer através de metodologias não tradicionais aplicadas à aprendizagem e promoção
situacionais das línguas.
A Análise pretende dar ênfase aos benefícios da abordagem situacional para a promoção das línguas menos
usadas e ensinadas com vista a potenciar as competências, a empregabilidade e a competitividade. A mesma
reflete o ponto de situação em 15 países Europeus e referencia resultados positivos de boas práticas, o seu
impacto em diferentes grupos-alvo, particularmente os vulneráveis à exclusão (tais como migrantes, pessoas
com deficiência, cidadãos seniores, etc.) e o potencial de transferibilidade.
A Análise Situacional providencia uma panorâmica das principais políticas Europeias no campo da
aprendizagem de línguas e da promoção da diversidade linguística para o mercado de trabalho e inclusão
social. Mais adiante, o documento clarifica a abrangência do termo ‘línguas menos usadas e ensinadas’ à
escala da UE, bem como proporciona uma interpretação tal como definida pela rede SMILE.
A secção seguinte da Análise tem como enfoque as políticas e práticas linguísticas à escala nacional em países
parceiros, tanto ao nível da educação formal como não-formal e confere uma panorâmica da diversidade
linguística existente. Segue-se a apresentação dos principais setores identificados pela rede SMILE passíveis
de beneficiarem dos resultados do projeto, bem como um conjunto de boas práticas, a sua aplicação nos
setores identificados nos países parceiros, bem como as metodologias e abordagens bem-sucedidas para a
aprendizagem e a promoção das línguas menos usadas e ensinadas . A secção termina com uma visão global
acerca das formas e dos métodos mais utilizados para a aprendizagem e a promoção de línguas propostos pela
rede SMILE como sendo os mais eficientes para a inclusão social e no mercado.
O último capítulo do documento delineia conclusões acerca das oportunidades e desafios para a promoção
das línguas menos usadas e ensinadas e a sua importância para as esferas económica, social e cultural da vida
na Europa.
No final do documento é apresentada uma lista de referências.
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2. Políticas linguísticas da UE A parceria SMILE efetuou uma análise de vários documentos de relevo publicados pelas instituições e órgãos
legislativos da UE sobre as áreas prioritárias e metas para a aprendizagem de línguas e promoção a nível
europeu, com especial atenção dada à importância das línguas para o mercado de trabalho e a inclusão social.
A Estratégia Europa 2020 estabelece metas de crescimento para a UE por forma a transformar a União numa
"economia inteligente, sustentável e inclusiva" no ano de 2020 e ajudar os Estados-Membros a assegurar
elevados níveis de emprego, produtividade e coesão social. Para alcançar tais metas, a UE estabeleceu cinco
objetivos focados em ações concretas a serem realizadas a nível europeu e nacional nas áreas de emprego,
investigação e desenvolvimento, educação, alterações climáticas e sustentabilidade energética e combate à
pobreza e à exclusão social.
Informações detalhadas sobre a Estratégia Europa 2020 podem ser encontradas em
http://ec.europa.eu/europe2020/index_en.htm .
Um quadro estratégico para a cooperação Europeia no domínio da educação e da formação (‘ET 2020’),
publicado pelo Conselho da União Europeia em 2009, coloca em foco quatro objetivos comuns para enfrentar
os desafios em matéria de educação e formação no horizonte 2020, nomeadamente:
Tornar a aprendizagem ao longo da vida e a mobilidade uma realidade;
Melhorar a qualidade e eficiência da educação e formação;
Promover a igualdade, a coesão social e a cidadania ativa;
Incentivar a criatividade e a inovação, incluindo o empreendedorismo, em todos os níveis de
educação e formação.
O texto integral do documento está disponível nas línguas oficiais da UE em http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/EN/ALL/?uri=CELEX:52009XG0528(01) .
Em termos de aprendizagem de línguas, o novo programa Erasmus+ (2014-2020) atualiza o objetivo de
Barcelona de "língua materna mais duas línguas estrangeiras" e coloca um enfoque explícito na importância
das competências e aptidões essenciais para as necessidades do mercado de trabalho. Os objetivos do
Erasmus + relacionados com as línguas incluem:
melhorar o nível de competências e aptidões essenciais, no que respeita à sua relevância para o
mercado de trabalho, nomeadamente através do aumento das oportunidades de mobilidade para fins
de aprendizagem;
melhorar o ensino e a aprendizagem de línguas e promover a diversidade linguística e a consciência
intercultural;
desenvolver competências básicas e transversais, incluindo o multilinguismo, utilizando abordagens
pedagógicas inovadoras e centradas no aluno e desenvolvendo métodos de avaliação e de certificação
adequados.
A descrição geral do programa Erasmus+ pode ser encontrada em https://eacea.ec.europa.eu/erasmus-
plus_en.
A importância das línguas para o mercado de trabalho é colocada em destaque num documento de trabalho
da Comissão Europeia, publicado em 2012, relacionado com as competências linguísticas para a
empregabilidade, mobilidade e crescimento. De acordo com as conclusões do documento, as competências
linguísticas deverão fomentar a mobilidade dos trabalhadores e estudantes, melhorar a empregabilidade da
população ativa europeia, ter aplicabilidade na vida real e corresponder às necessidades do mercado de
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trabalho. Deste modo, a aprendizagem de línguas é vista como uma mais-valia para a empregabilidade, a
mobilidade e o crescimento, bem como para dar resposta às necessidades específicas.
Mais informação em http://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:52012SC0372&from=EN.
Num documento publicado em 2011, o Conselho da União Europeia retira conclusões acerca das
competências linguísticas para reforçar a mobilidade e apresenta, entre outras, as seguintes recomendações à
Comissão Europeia e aos Estados-Membros:
Apoiar a mobilidade para aprendizagem de línguas
Trocar experiências e melhores práticas de promoção de línguas para a aquisição de novas
competências
Promover conteúdos específicos numa determinada língua para fins profissionais (particularmente no
EFP e no ensino superior)
Intensificar o reconhecimento e a validação de competências linguísticas adquiridas através da
educação não-formal e informal
Estabelecer uma ligação entre as qualificações do EFP, que incluem as competências linguísticas e o
Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas do Conselho da Europa (CEFRL)
Providenciar apoio via programas da UE
Apoiar o desenvolvimento de material didático para as línguas europeias menos providas e ensinadas.
O Conselho reconhece as seguintes áreas prioritárias para a aprendizagem e promoção das línguas:
Mobilidade na aprendizagem para reforçar a empregabilidade, a consciência intercultural, a
criatividade e o desenvolvimento pessoal;
Bom domínio de línguas estrangeiras enquanto competência essencial para o mercado de trabalho e a
coesão social;
Metodologias inovadoras para a melhoria da empregabilidade e da mobilidade dos trabalhadores
Formação de professores (em particular em matéria de EFP);
Escolha mais ampla das línguas, incluindo as línguas menos promovidas e as línguas dos países
vizinhos;
Aumento de competências comunicativas por parte dos grupos desfavorecidos, tendo como objetivo
uma melhor inclusão social e o desenvolvimento profissional (especialmente das crianças ou jovens);
Ensino e aprendizagem de línguas para fins específicos;
Aprendizagem de línguas ao longo da vida, para um público alargado, incluindo os idosos.
O texto integral deste documento do Conselho da UE está disponível no seguinte endereço:
http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/educ/126373.pdf .
As conclusões gerais dos documentos analisados podem atestar que a importância atribuída às competências
linguísticas para a inserção no mercado de trabalho é cada vez maior e que mais esforços deverão ser
envidados para atender às exigências deste mercado, tornando a aprendizagem de línguas mais focada no
aprendente, com uma maior orientação prática e uma maior aplicabilidade em contextos profissionais. A
procura e a oferta de competências linguísticas deverão, portanto, concentrar-se na aprendizagem de línguas
relacionadas com o emprego, tendo em consideração o facto de que os empregadores necessitam de
competências linguísticas, não apenas em idiomas mais tradicionais (como Inglês, Alemão, Espanhol, etc.), mas
também nas menos ensinadas, necessárias para nichos de mercado.
Com base nos documentos analisados, a rede SMILE identifica as seguintes áreas prioritárias para a promoção
de LWUTLs:
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Diversidade linguística e cultural;
Línguas de regiões vizinhas/transfronteiriças;
Línguas específicas para o emprego;
Línguas para facilitar a comunicação entre parceiros comerciais;
Mobilidade (para o estudo ou para o trabalho).
Nesta linha, as línguas menos promovidas representam não só um desafio como também uma oportunidade
para reforçarem o seu papel enquanto agentes importantes na vida cultural e socioeconómica europeia e
deverão ser contextualizadas ao nível da competitividade, da procura do mercado e da importância
sociocultural.
3. Línguas menos usadas e aprendidas na Europa A UE tem agora 500 milhões de cidadãos, 28 Estados-Membros, 3 alfabetos e 24 línguas oficiais 24 línguas
oficiais, algumas delas com uma cobertura mundial. Cerca de 60 outras línguas também fazem parte do
património da UE e são faladas em regiões específicas ou por grupos específicos. Adicionalmente, os
imigrantes têm trazido uma grande variedade de idiomas; estima-se que pelo menos 175 nacionalidades vivam
atualmente dentro das fronteiras da UE. A diversidade linguística está consagrada no artigo 22º da Carta dos
Direitos Fundamentais da União Europeia, e no artigo 3.º do Tratado da União Europeia. A proteção das
línguas minoritárias na Europa é garantida pela Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias (CELRM) -
uma convenção destinada, por um lado, a proteger e promover as línguas regionais e minoritárias como um
aspeto ameaçado do património cultural da Europa e, por outro, a permitir que os falantes de uma língua
regional ou minoritária a utilizem na vida privada e pública. Abrange as línguas regionais e minoritárias, as
línguas não territoriais e as línguas menos utilizadas. Por analogia com a definição do artigo 1.a.i da Carta, uma
língua menos utilizada pode ser considerada como sendo uma língua que é falada por um grupo de pessoas
numericamente menor do que o resto da população de um estado ou região.
Considerando que não foram encontradas outras definições formais para o conceito de Línguas menos usadas
e ensinadas , os parceiros da rede SMILE, para efeitos da implementação do projeto, chegaram a um acordo
sobre o significado a ser atribuído à expressão ‘línguas menos usadas e ensinadas’ (LWUTLs) e sobre as línguas
que podem ser incluídas nesta definição relativamente à identificação de oportunidades e de boas práticas
para a promoção das mesmas. Não foi encontrada nenhuma definição oficial e concreta nos documentos
oficiais da UE analisados. A definição adotada tem em consideração os objetivos da rede SMILE e a sua
aplicação prática tendo em conta os grupos-alvo , não representando, assim, uma definição oficial para o
conceito de Línguas menos usadas e ensinadas. .
Após discussão entre parceiros sobre as oportunidades e áreas problemáticas para a promoção das línguas
menos usadas e ensinadas na Europa , estabeleceu-se como definição " línguas nacionais, estratégicas,
regionais ou minoritárias", que podem ser abordadas nas seguintes condições:
Prioridade dada às línguas oficiais da UE, i.e., a maior parte das boas práticas selecionadas são focadas
nas mesmas.
A União Europeia tem 24 línguas oficiais: Búlgaro, Francês, Maltês, Croata, Alemão, Polaco,
Checo, Grego, Português, Dinamarquês, Húngaro, Romeno, Holandês, Irlandês, Eslovaco,
Inglês, Italiano, Esloveno, Estónio, Letão, Espanhol, Finlandês, Lituano, Sueco.
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As principais línguas (Inglês, Alemão, Francês, Italiano e Espanhol) são excluídas a não ser que
proporcionem valor acrescentado e potencial transferência de boas práticas e métodos
aplicáveis às Línguas menos usadas e ensinadas na Europa. Todas as outras línguas oficiais são
consideradas línguas menos usadas e ensinadas na Europa.
Línguas regionais e minoritárias (incluindo idiomas transfronteiriços), como por exemplo o Catalão em
Espanha e, em casos muito específicos, o Italiano na Suíça, podem ser incluídas quando relevantes
para os objetivos do projeto (mercado de trabalho e inclusão social) e necessidades dos grupos-alvo.
Línguas dos parceiros estratégicos da UE ou com importância estratégica para o desenvolvimento
económico e social da União, como, por exemplo, Chinês, Russo, Árabe, etc.
Com base nesta definição, os parceiros SMILE realizaram uma pesquisa sobre as boas práticas de promoção e
aprendizagem das línguas menos usadas e ensinadas na Europa e o seu acolhimento em vários setores
identificados como um ambiente favorável à aprendizagem de línguas em cada um dos países parceiros.
4. Síntese dos dados relativos aos países Neste capítulo são descritas as diferenças e semelhanças entre países parceiros da rede SMILE em relação à
sua diversidade linguística e políticas sobre a aprendizagem de línguas. Neste contexto, é fornecida uma visão
geral de exemplos de boas práticas recolhidos nos países parceiros e é feita uma apresentação dos setores-
chave que poderão beneficiar significativamente da aplicação dos exemplos de boas práticas apresentados
pela rede SMILE. No final deste capítulo, são descritas as formas e os métodos propostos pelo SMILE como os
mais eficazes para a inclusão social e no mercado de trabalho.
4.1. Contextualização da diversidade e políticas linguísticas nos países parceiros Neste capítulo são descritas as diferenças e semelhanças entre países parceiros da rede SMILE em relação à
sua diversidade linguística e políticas sobre aprendizagem de línguas.
A situação linguística e jurídica difere de país para país: alguns países da rede SMILE têm mais de um idioma
oficial reconhecido pelo Estado (ex.º, CH, CY, FI, MT, PT). Estes países geralmente reconhecem as línguas
regionais ou estrangeiras que são faladas por uma parte significativa da população. Tal não é o caso específico
de Portugal, onde a sua língua regional, o Mirandês, apesar de ser falado numa região confinada e específica
do país, unicamente pela sua população (isto é, cerca de 15 mil falantes), acabou por ser recentemente
reconhecida a nível político enquanto língua co-oficial, principalmente devido à sua importância histórica e
regional.
Muitos outros países têm partes significativas da sua população que falam línguas minoritárias. Nestas
incluem-se as línguas regionais, bem como línguas estrangeiras faladas pelos migrantes. As mesmas são, por
vezes, difíceis de distinguir uma vez que as línguas regionais incluem frequentemente línguas faladas nos
países vizinhos e as línguas estrangeiras incluem outras línguas europeias, bem como línguas faladas noutras
partes do mundo.
Na maioria dos países parceiros, o conceito de língua oficial/estatal está consagrado nas respetivas
Constituições ou noutros atos jurídicos (ex.º, BG, CY, FI, GR, LV, LT, MT, PT, ES, CH, TR), enquanto que na
Alemanha, Itália, República Checa e Países Baixos não existem disposições legais específicas relativamente às
línguas nacionais. Ao mesmo tempo, a situação em Espanha é excecional por força das línguas co-oficiais das
comunidades autónomas ‘históricas’ (Catalunha, País Basco e Galiza).
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Em todos os países, estão em vigor as principais disposições legais relativamente à utilização e proteção das
línguas regionais ou minoritárias.
A fim de alcançar o objetivo da ‘língua materna + 2‘ da política linguística da UE, são envidados esforços
consideráveis por parte de todos os países parceiros para melhorar as competências dos seus cidadãos em
matéria de línguas estrangeiras. Nos últimos anos, a maioria dos países tem tomado algumas medidas para
melhorar a disponibilidade de aprendizagem de línguas estrangeiras. Alguns exemplos incluem:
Diminuir a idade obrigatória de início à aprendizagem de uma primeira língua estrangeira, como na
República Checa, Lituânia, Grécia;
Diminuir a idade de início à aprendizagem de uma segunda língua estrangeira, como na Itália;
Tornar obrigatória uma segunda língua (como na República Checa);
Incentivar as escolas a providenciarem o ensino de línguas estrangeiras em idades mais precoces no
CITE 1 e/ou de mais línguas estrangeiras, como na Lituânia e Grécia.
Em muitos países parceiros, a aprendizagem e ensino de línguas estrangeiras têm sido, ou estão a ser, objeto
de mudança como parte de reformas educacionais mais amplas. Por exemplo:
Na Grécia, a reforma da ‘Nova Escola’ em 2009 incluiu um objetivo de aumentar a aprendizagem de
línguas estrangeiras;
Na Finlândia, o Plano de Desenvolvimento para a Educação e Investigação 2011-2016 presta atenção à
necessidade de uma Estratégia Nacional da Língua, a um maior leque de competências linguísticas e ao
ensino da língua num sistema de educação integrado;
Em Malta, está em curso um plano nacional para fazer um balanço e melhorar as habilidades em
matemática, Inglês e Maltês;
Em Espanha, a lei orgânica de 9 de dezembro de 2013 para a Melhoria da Qualidade na Educação
apoia o multilinguismo e aumenta os esforços para tornar os estudantes fluentes em pelo menos uma
primeira língua estrangeira. Há o empenho em incorporar no currículo uma segunda língua
estrangeira;
A reforma em curso dos currículos do ensino pós-secundário (CITE 3) na Itália está atualmente no seu
quinto ano de implementação (a concluir em 2015). Dos 14 aos 19 anos de idade, apenas uma língua
estrangeira é obrigatória para todos os alunos, embora estes possam escolher vias educacionais/tipos
de escolas onde tenham de estudar até três línguas estrangeiras até completarem 19 anos;
Nos Países Baixos, desde 2008 vários programas de ação têm sido sucessivamente implementados
para melhorar os resultados da educação obrigatória. Estes programas abrangem a educação
obrigatória em geral, mas focada nos temas centrais de Holandês, aritmética/matemática e Inglês. A
Inspeção de Educação Holandesa observou que, como consequência destes programas de ação e de
outros fatores, melhoraram os resultados dos estudantes holandeses em exames nacionais no final do
ensino secundário ;
Na República Checa, uma nova estratégia para 2015-2020 irá colocar a ênfase no ensino de uma
segunda língua e no ensino de línguas em escolas profissionais.
A maioria das políticas e iniciativas nos países parceiros têm-se centrado no aumento da participação na
aprendizagem de línguas estrangeiras durante a escolaridade obrigatória. Por exemplo:
Iniciativas-piloto para tornar as línguas estrangeiras disponíveis como parte do currículo quando não
sejam obrigatórias (GR);
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Iniciativas-piloto de redução da idade de aprendizagem de uma língua estrangeira (PT);
Medidas para que as línguas estrangeiras se tornem obrigatórias em idade mais precoce (GR, TR, CZ,
CH);
Aumento do leque de línguas estrangeiras a oferecer aos alunos (CZ, FI, NL, PT);
Medidas para dar continuidade à aprendizagem de línguas estrangeiras no ensino pós-secundário,
com enfoque em línguas de países vizinhos (NL);
Definição de metas e introdução de padrões de progressão (LT).
Em vários países, foram efetuadas alterações na avaliação de línguas estrangeiras:
Na Grécia, o ‘Sistema Nacional de Avaliação da Língua Estrangeira’ (KPG) foi introduzido para exames
em Inglês, Francês, Italiano e Alemão em 2003/04 e uma iniciativa paralela, o ‘Sistema de Análise e de
Certificação do Ensino de Línguas (SAPIG)’ foi iniciada em 2007.
Na Lituânia, o Quadro de Currículo Geral define aspirações para a obtenção de resultados em línguas
estrangeiras que correspondem ao Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR).
Para desenvolver testes de linguagem de validação sistemática, estão a ser aplicados Fundos
Estruturais da UE. No final do ensino secundário (Form 10), os estudantes fazem um teste nacional
opcional de língua estrangeira para avaliar o nível alcançado em três vertentes da língua
(compreensão oral, leitura e escrita) para os níveis A2-B1. Os testes e os critérios de classificação são
geridos centralmente mas a avaliação é a nível local. A expressão oral não está incluída. No final do
ensino pós-secundário (Form 12), os estudantes fazem um exame externo para os níveis B1-B2. Os
testes são pilotados e validado com o QECR, em consulta com os peritos de Avaliação da Cambridge.
Também estão sendo desenvolvidas atividades de expressão oral pelo Centro Nacional de Exames,
mas avaliadas localmente como um crédito. 2015 é o ano definido para a inclusão da expressão oral
no exame e a centralização da avaliação.
Desde 2012, Portugal introduziu uma série de medidas para melhorar as competências em Inglês
como primeira língua estrangeira. Apesar de ser reconhecida como uma verdadeiro língua franca
usada para a comunicação científica, turismo ou negócios, o ensino do Inglês só foi introduzido com
caráter obrigatório no ensino primário em 2012. O Decreto-Lei N.º 176/2014, de 12 de dezembro,
estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de Inglês nos 3º e 4º anos letivos. Estas medidas deverão
proporcionar aos alunos portugueses sete anos consecutivos de estudo obrigatório desta língua de
comunicação internacional. Pretende-se que no final do ensino obrigatório de Inglês seja possível
atingir um domínio desta língua internacional mais exigente e mais harmonizado com o QECR.
Alguns países parceiros da rede SMILE têm apoiado políticas para expandir a aprendizagem de línguas aos
programas nacionais por forma a desenvolver materiais de aprendizagem destinados a auxiliar professores e
alunos:
No Chipre, o ensino à distância está sendo testado para auxiliar a aprendizagem de línguas em
pequenas e remotas escolas primárias;
Na Grécia, as reformas de 2009 incluem o desenvolvimento da e-escola KPG que fornece ferramentas
de autoaprendizagem guiada para os alunos de línguas, bem como ferramentas e informações para
pais, professores, educadores e examinadores;
Em Espanha, existem vários programas que incluem o uso de ferramentas interativas de aprendizagem
que requerem a utilização de TIC nas línguas, com o apoio de administrações nacionais e regionais;
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Em Itália, o ‘Divertinglese’ é um projeto multimodal apoiado pelo Ministério para promover a
aprendizagem do Inglês. O mesmo consiste na difusão de programas de canais de TV em Inglês e num
site direcionado para estudantes de todos os níveis de ensino;
Na Lituânia e na Letónia, são usadas ferramentas TIC no ensino de línguas, dado que muitos materiais
e recursos online são facultados, como partes de livros de texto e também outros materiais para a
aquisição de algumas competências linguísticas específicas. Os professores são encorajados a recorrer
à utilização das TIC em cursos de formação contínua com programas de software através dos quais é
possível trabalhar com quadros interativos, sistemas de votação, PCs, tablets, materiais da internet,
etc.
Nos Países Baixos, vários programas a nível nacional e regional foram iniciados para melhorar as
competências linguísticas dos funcionários analfabetos em contexto laboral. Foram desenvolvidas
novas abordagens para o ensino de Holandês a migrantes por parte de voluntários, contribuindo desta
forma para a integração e participação dos migrantes na sociedade e para a compreensão mútua entre
os holandeses e os migrantes.
Na maioria dos países parceiros, a Aprendizagem Integrada de Conteúdos e de Língua (AICL) tem sido
amplamente encorajada para aumentar as competências linguísticas facultando tais escolhas aos alunos,
oferecendo incentivos às escolas para providenciar a AICL e permitindo que professores que não sejam da área
das línguas ensinem numa língua estrangeira (BG, ES, NL, LT). Estes países reconhecem que a AICL melhora as
competências linguísticas dos alunos.
A oferta de línguas tanto na educação formal como na não-formal coloca, na maioria dos países parceiros, o
enfoque nas línguas populares da UE - Inglês, Alemão e Francês - e acrescenta o Russo, Turco, Holandês,
Chinês, Árabe, etc. como línguas de importância estratégica ou histórica, dependendo do país.
4.2. Sumário de boas práticas existentes para a promoção da LWULT identificadas em
países parceiros
A rede SMILE levou a cabo uma pesquisa sobre projetos bem-sucedidos ao nível da aprendizagem de línguas,
bem como sobre iniciativas com métodos inovadores para a promoção e aprendizagem das línguas menos
usadas e ensinadas em contextos situacionais, tendo criado uma base de dados de boas práticas que abrange
34 países. A seleção de boas práticas teve por base um conjunto de critérios relacionados com a forma de
implementação das mesmas e com os conteúdos direcionados para as necessidades dos setores identificados
nas atuais políticas nacionais e europeias no domínio da aprendizagem de línguas, nomeadamente:
Inclusão social através da aprendizagem da língua do País de acolhimento
Inclusão no mercado de trabalho por via da educação linguística
Multilinguismo
Línguas menos usadas e ensinadas
Metodologias não tradicionais para o ensino e aprendizagem de línguas
Metodologias para a aprendizagem de línguas em contexto situacional
Aprendizagem de línguas para fins específicos
Novas abordagens no processo de ensino/aprendizagem de línguas para alunos de cursos de línguas
em sistema não tradicional
Produtos e recursos para fins de autoaprendizagem de línguas
Recursos pedagógicos baseados nas TIC
Adaptabilidade e transferência de metodologias para diferentes grupos-alvo
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Metodologias inovadoras de formação de professores
Aprendizagem de línguas para a mobilidade
Reconhecimento das competências linguísticas adquiridas através da educação não-formal e informal
Aplicação do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (CECR)
Diversidade linguística e diálogo intercultural
Boas práticas para o uso de línguas em contexto laboral.
A pesquisa realizada tem por objetivo criar vínculos entre os mundos da educação, formação e trabalho e
identificar oportunidades para promover as línguas menos usadas e ensinadas em ambientes favoráveis à sua
aprendizagem. O conjunto de boas práticas abrange uma ampla variedade de setores económicos, áreas
educacionais e sociais e fornece modelos de trabalho para a aplicação de metodologias e de produtos em
contextos práticos. As boas práticas podem ter impacto direto sobre os diversos intervenientes:
Organizações ativas no domínio do mercado de trabalho – sindicatos, associações patronais,
entidades promotoras da formação profissional, escolas, instituições prestadoras da pré-qualificação,
etc. Estas entidades podem familiarizar-se com métodos alternativos de aprendizagem de línguas e
com produtos multilingues que poderão servir de suporte às suas aprendizagens . Irão também ter
mais consciência de que aprendendo línguas irão alargar as suas competências, ganhar mais
competitividade e poderão ter acesso a mais oportunidades de emprego nos diversos setores.
Entidades de setores económicos específicos (construção civil, turismo, energias renováveis, meio
ambiente, etc.) – podem beneficiar de métodos e produtos não tradicionais para a aprendizagem de
línguas no contexto específico da sua área de conhecimento e de trabalho. Tal irá melhorar a
qualidade dos serviços oferecidos e a qualificação dos prestadores de serviços.
Centros de formação para cidadãos em risco de exclusão social (migrantes, pessoas com deficiência,
idosos, etc.) – as pessoas desfavorecidas deverão ser apoiadas com vista a uma melhor integração na
sociedade e motivadas para o desenvolvimento de qualidades que correspondam aos requisitos do
mercado de trabalho.
Escolas de línguas e outros organismos que disponibilizam oportunidades de aprendizagem de
idiomas em contexto formal e não formal – universidades, centros de línguas, profissionais de
educação de adultos , escolas de formação profissional, etc., que são incentivados a aplicar as
metodologias . As boas práticas que evidenciam metodologias inovadoras estão disponíveis para os
quatro setores educativos - educação escolar, ensino superior, educação de adultos, educação e
formação profissional.
Atualmente, a base de dados inclui mais de 300 boas práticas de 34 países e está acessível no site do projeto
www.smile-network.eu, através de um simples motor de busca. Os utilizadores podem definir as suas
preferências de pesquisa e pesquisar boas práticas por critérios, línguas-alvo, setor, país, palavras-chave, etc.
Cada prática fornece informações sobre a iniciativa selecionada, grupos-alvo e setores em causa, objetivos,
metodologia utilizada, resultados, benefícios para os grupos-alvo, prémios recebidos, bem como potencial de
transferência.
O conjunto de boas práticas abrange 46 línguas que podem ser agrupadas nas seguintes categorias:
14
Segue-se uma representação gráfica, em separado, das línguas abrangidas pelo conjunto de boas práticas por
categorias e o número de práticas disponíveis para cada idioma:
• Línguas menos usadas e ensinadas (LWUTLs):
O conjunto dos dados reunidos no âmbito deste projeto apenas abrange as línguas menos usadas e ensinadas
na Europa, reconhecidas oficialmente como as línguas oficiais da União Europeia excluindo, assim, as cinco
principais línguas – Inglês, Alemão, Francês, Espanhol e Italiano.
24
5
11
5 1
Línguas cobertas pelas boas práticas SMILE
Official LWUTLs
Popular languages
Regional/Minority languages
Strategic languages
Other (Latin)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Alb
ania
n
Bo
snia
n
Bu
lgar
ian
Cro
atia
n
Cze
ch
Dan
ish
Du
tch
Esto
nia
n
Fin
nis
h
Gre
ek
Hu
nga
rian
Iris
h
Latv
ian
Lith
uan
ian
Mal
tese
No
rweg
ian
Po
lish
Po
rtu
gues
e
Ro
man
ian
Serb
ian
Slo
vak
Slo
ven
e
Swed
ish
Turk
ish
LWUTLs oficias nas boas práticas SMILE
15
• Línguas populares:
As línguas “populares” são incluídas como parte de boas práticas que promovem as línguas menos usadas e
ensinadas ou providenciam um potencial de transferência específico que poderá ser benéfico para os setores e
grupos-alvo identificados.
• Línguas regionais e minoritárias:
As línguas regionais e minoritárias (incluindo as línguas transfronteiriças), como por exemplo o Catalão em
Espanha, são incluídas quando relevantes para os objetivos do projeto (mercado de trabalho e inclusão social)
e para as necessidades dos grupos-alvo.
0
20
40
60
80
100
120
English French German Italian Spanish
Línguas populares nas boas práticas SMILE
0
5
10
15
20
25
Basque Catalan Galician Saami Lower Sorbian
Scottish Gaelic
Welsh Occitane
Línguas regionais e minoritárias nas boas práticas SMILE
16
• Línguas estratégicas:
As línguas estratégicas cobrem as línguas dos parceiros estratégicos da União Europeia ou com grande
importância estratégica para o desenvolvimento económico e social da União, como, por exemplo,
Chinês, Russo, Árabe, etc.
4.3. Sectores identificados nos países parceiros
A rede SMILE identificou sectores passíveis de beneficiarem da aplicação de abordagens de aprendizagem de
línguas em sistemas não tradicionais focadas nas LWUTLs e estabeleceu canais para envolver os stakeholders.
O enfoque é colocado na criação de oportunidades para a utilização da aprendizagem e promoção de línguas
como forma de aumentar a competitividade, a empregabilidade e a inclusão social em diferentes esferas,
explorando e atendendo a necessidades linguísticas específicas.
Os principais setores de uma economia moderna para a acomodação de LWUTLs cobertos durante o processo
de seleção dos países parceiros incluem:
Educação de adultos
Ensino não-formal de línguas
Línguas minoritárias
Educação escolar (pré-primária, primária, secundária)
Ensino universitário
Estudantes estrangeiros e candidatos a emprego
Educação e formação profissional
Orientação e aconselhamento profissional
Comércio e Indústria
Organizações culturais
Comércio e indústria
Consultoria
Organizações culturais
Grandes empresas (> 500 empregados)
0
5
10
15
20
25
30
35
Arabic Chinese Hindi Japanese Russian
Línguas estratégicas
17
Empreendedorismo e PME
Alunos com necessidades especiais
Integração de migrantes
Re-migrantes e diáspora
Cidadãos idosos
Pessoas desfavorecidas
Organizações de juventude
Prestadores de cuidados de saúde
Formação de professores
Sociedade civil
Trabalho voluntário e voluntários
Prisões
Artes e ofícios
Empresas e comércio
Serviços editoriais
Meios de comunicação social e publicidade
Sindicatos
Mercados de trabalho
Turismo e hotelaria
Agricultura
Construção
Comunicação
Ecologia.
Vinte parceiros da rede SMILE de 15 países europeus concentraram as suas atividades de pesquisa nos setores
selecionados, analisaram a procura setorial por Línguas menos usadas e ensinadas e identificaram estratégias
eficazes no âmbito da aprendizagem em ambiente formal e não-formal . As próximas fases do projeto têm
como objetivo a difusão de metodologias inovadoras, a divulgação das boas práticas selecionadas entre
representantes dos grupos-alvo em todos os países parceiros. Este objetivo deverá ser alcançado através da
estreita cooperação com os parceiros associados e todos os interessados , de eventos nacionais e
transnacionais que promovam os resultados atingidos pela rede SMILE, de workshops, de interações com
outras redes, projetos e iniciativas nacionais e europeus, de atividades de promoção, etc.
Os setores identificados nos países parceiros SMILE representam ambientes importantes para a promoção de
oportunidades e o incremento da motivação para a aprendizagem de línguas. Estes incorporam as prioridades
dos países, entre outros, para o crescimento económico , para novas e melhores oportunidades de emprego e
o aumento da competitividade dos seus cidadãos. Ao mesmo tempo, nos últimos anos os fluxos migratórios
para e dentro da Europa intensificam-se, colocando uma pressão adicional sobre as instituições e organizações
que muitas vezes carecem de capacidades e recursos específicos para implementar medidas eficazes para a
integração dos migrantes na sociedade.
A maioria das boas práticas selecionadas abordam ao mesmo tempo mais do que uma área prioritária e
podem fornecer modelos para colaborações transetoriais eficientes, criando um elo entre as esferas da
educação de línguas, mercado de trabalho e inclusão social. Os modelos de aprendizagem e abordagens de
línguas escolhidos podem ser aplicáveis em diferentes setores e as metodologias previstas podem constituir
18
ideias frescas para melhorar a qualidade e reforçar a aprendizagem de línguas em contextos práticos que
reflitam as necessidades específicas de vários setores.
A base de dados fornece boas práticas, abordando os setores identificados e provindas tanto de cada país
parceiro como de outros países europeus. Tal constitui um bom pré-requisito para a identificação de modelos
de sucesso de outros países, bem como um intercâmbio de experiências entre entidades representativas de
setores relevantes.
Segue-se uma descrição dos principais setores identificados nos países parceiros da rede SMILE para a
acomodação de Línguas menos usadas e ensinadas e os grupos-alvo que podem beneficiar do conjunto de
boas práticas.
4.3.1. Turismo
O setor de viagens e turismo está a aumentar gradualmente a sua importância enquanto ambiente favorável à
promoção da aprendizagem de línguas devido às fronteiras abertas, à internacionalização do negócio e do
mercado de trabalho, ao aumento do número de programas de alunos e de mobilidade de estudantes e ao
crescente interesse pela frequência do ensino superior no exterior. Hoje em dia as pessoas viajam em
negócios, em lazer, para fins educacionais e enfrentam a necessidade de comunicação em línguas estrangeiras,
o que torna este contexto um importante desafio para a aprendizagem de línguas.
As prioridades da UE a longo prazo para o setor do turismo estão relacionadas com o desenvolvimento no
quadro de qualificações e competências para o turismo (‘Tourism Skills Competences Framework’) com uma
melhor correspondência entre as competências e as necessidades do mercado de trabalho. A este respeito, os
guias turísticos necessitam de novas oportunidades para melhorarem as suas competências em conformidade
com a cada vez mais rápida evolução das necessidades do mercado moderno no setor do turismo. As
competências-chave de guias turísticos devem ir de encontro aos requisitos desafiadores e de mudança dos
visitantes no contexto da globalização e de um elevado grau de competitividade ao nível das ofertas turísticas.
O setor do turismo é um ambiente extremamente favorável à promoção de metodologias destinadas à
melhoria das competências linguísticas, ao aumento da competitividade e ao fomento da motivação para a
aprendizagem de línguas. Oito países rede SMILE (BG, CY, CH, GR, IT, MT, PT, TR) identificaram exemplos de
boas práticas que abordam tais necessidades e proporcionam metodologias não-formais, informais e de e-
learning, para a autoaprendizagem e a aprendizagem autónoma, numa grande variedade de línguas. Estes
podem ser de utilidade para:
• Guias turísticos
• Agências de viagens e operadores turísticos
• Profissionais do setor da hospitalidade
• Viajantes (público em geral)
• Prestadores de serviços linguísticos
• Voluntários, reformados e desempregados
• Estudantes de línguas em sistemas de aprendizagem não tradicionais.
Exemplos de boas práticas para o setor do turismo
Da Bulgária:
“Tell Me a Story” visa melhorar a empregabilidade e competitividade dos guias turísticos através de uma ferramenta multilingue de autoaprendizagem baseada em TIC em 8 idiomas. A aprendizagem de
19
línguas em espaço virtual contém materiais simples estruturados com exemplos e exercícios de escuta, fala e leitura, com base na narrativa de histórias estreitamente ligadas a alguns temas tais como locais, monumentos, circuitos turísticos, etc. www.tellmeastory.eu
Do Chipre:
O “Light Me Up! – Language Lessons for Abroad” teve como objetivo acomodar cinco línguas europeias menos utilizadas e ensinadas no contexto de viagens para o exterior. Em face do crescimento do setor de viagens e turismo nos últimos anos, importa ter em consideração o caráter multilingue da Europa e deve-se apoiar a população na comunicação em línguas estrangeiras . O projeto “Light Me Up!” foi premiado com a iniciativa da UE para projetos inovadores "Selo Europeu das Línguas" em 2010. http://www.lightmeup.cz/en/Homepage
Da República Checa:
O “Langevo” é um jogo web para aquisição de vocabulário, combina jogos e aprendizagem de línguas. Esta forma de aprendizagem de línguas torna as pessoas mais motivadas para aprofundarem os seus conhecimentos. O “Langevo” é moderno, interativo, atraente, divertido e um método on-line de aprendizagem de línguas. Podem ser aprendidas sete línguas (Inglês, Checo, Francês, Alemão, Italiano, Polaco, Espanhol). Os níveis existentes são de 1 a5 (de iniciantes a peritos). www.langevo.com
Da Grécia:
Inglês para a Formação e Mobilidade propõe uma ampla gama de programas de ensino de línguas para diferentes profissões em pelo menos duas línguas menos usadas e ensinadas. www.eftam.com
Da Itália:
O “Occitania” abrange três países, Itália, França e Espanha. Não tem nenhuma entidade política, mas tem uma cultura e língua comuns, o Occitan. Chambra Òc tem, desde 2008, identificado percursos para caminhadas, onde há uma interação com a população local Occitan. Desde 2014, em conjunto com a Cooperativa de Turismo Sustentável Waldenviaggiapiedi, foram projetados e geridos trilhos para caminhadas durante as quais os participantes podem entrar em contacto com a língua occitana, tornando-se familiarizados com a mesma através da interação com a população local. http://www.waldenviaggiapiedi.it/walden-adotta-occitania-pe/
De Malta:
“Be My Guest” é um curso de língua curto e-learning russo para iniciantes destinado a facilitar a comunicação com as pessoas de língua russa em diferentes países europeus. É essencialmente dirigido para as pessoas empregadas ou à procura de emprego nos setores de turismo, de negócios, ou para as pessoas que viajam de e para a Rússia e/ou países de língua russa. http://www.russianonline.eu
20
De Portugal:
A gastronomia tem um papel importante na cultura Portuguesa. O projeto " Taste the Language" tirou partido deste fator, associando a promoção de línguas a um setor estratégico como é o turismo no país. O seu principal objetivo foi o de promover várias línguas através da organização de sessões de degustação gratuitas, recorrendo a produtos típicos regionais. Estes produtos estavam relacionados com a gastronomia. A comida e as bebidas foram utilizadas como catalisadores para a aprendizagem de línguas. A principal ênfase foi colocada sobre a comunicação oral. As sessões de degustação ocorreram no contexto de festivais gastronómicos existentes, feiras culinárias e feiras de turismo nos vários países parceiros. Através dos eventos, os promotores atraíram um grande leque de pessoas interessadas em conhecer os diferentes produtos e culturas.
Da Turquia:
MLARG é um projeto LDV que visa o recurso à Aprendizagem Suportada por Tecnologias Móveis (AASTM) para conceber materiais de ensino de línguas e metodologias direcionadas para jovens (idades 16-17) com recursos financeiros limitados e que estudam em escolas de ensino médio do turismo profissional. www.mlarg.boun.edu.tr
4.3.2. Educação de adultos
A Educação de Adultos enquanto setor pode-se estender, até certo ponto mas não por completo, aos outros
setores mencionados neste documento. Um adulto na educação, por definição, é considerado como sendo
uma pessoa com a idade de 16 anos ou mais, que não está envolvida no sistema de ensino formal. Tal
configura um amplo grupo que inclui todos os grupos profissionais, mas também pessoas envolvidas em
atividades de aprendizagem, tanto direcionadas para o desenvolvimento pessoal como para outros projetos
de vida, como o casamento, migração, viagens, etc. Uma vez que os propósitos de aprendizagem de línguas
podem ser muito diferentes, tal confere uma vasta variedade de meios para atender à respetiva formação.
Pode variar de cursos de muito curta duração, onde os participantes apenas obtêm uma visão geral da língua,
até cursos em contexto de grupo ou cursos privados de longa duração implicando níveis de aquisição de
conhecimentos linguísticos muito abrangentes.
Os materiais de ensino e aprendizagem das línguas menos usadas e ensinadas podem ser desenvolvidos e
aplicados no decurso de atividades abrangidas por projetos onde os adultos podem participar testando
materiais, aprendendo uma língua estrangeira gratuitamente, bem como em meios desenvolvidos
especialmente para um determinado grupo -alvo. Os prestadores de serviços linguísticos para adultos mais
populares continuam a ser os centros de línguas, centros culturais, bibliotecas, centros de formação
profissional, ONGs , etc.
Os exemplos de boas práticas identificados por onze países parceiros da rede SMILE (BG, CY, DE, ES, FI, GR, LT,
MT, NL, PT, TR) correspondem tanto a alunos enquanto beneficiários finais como a prestadores de serviços
linguísticos e envolvem autoaprendizagem, adultos com necessidades especiais, idosos, aprendizagem
intergeracional, mobilidade, integração dos migrantes, viajantes por motivos de lazer, etc.. Os grupos-alvo que
podem beneficiar das boas práticas no setor educacional direcionado para adultos incluem:
• Aprendentes adultos
• Prestadores de serviços linguísticos
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• Prestadores de educação de adultos
• Centros de EFP
• Estudantes de línguas em sistemas não tradicionais.
Exemplos de boas práticas para o setor de edução de adultos
Da Bulgária:
O projeto “JOY FLL” visa sensibilizar os avós para as vantagens da aprendizagem de uma língua estrangeira, motivando-os para se juntarem aos seus netos. O processo de envolvimento dos mesmos na aprendizagem de línguas estrangeiras com ênfase nas semelhanças e diferenças culturais pode também fornecer exemplos práticos para o desenvolvimento de competências sociais, tais como o respeito pelos outros, a tolerância e a compreensão de outras culturas e tradições.
Do Chipre:
O projeto teve como objetivo criar uma ferramenta de aprendizagem de línguas baseada na web em conformidade com as necessidades do utilizador. Foram identificadas as necessidades de três grupos: estudantes do ensino superior, adultos e profissionais. A ferramenta utiliza uma estrutura de uma pirâmide com quatro níveis: Língua - Necessidade - Secção temática - Ferramenta metodológica. A filosofia da ferramenta é a de que o utilizador tem uma necessidade específica a satisfazer numa língua específica, ex.º, ir de férias, fazer negócios com outro país ou assistir a um documentário. Logo que esta necessidade seja identificada, a ferramenta usará secções temáticas específicas diretamente relacionadas com a necessidade. http://www.sltool.eu/
Da Alemanha:
O projeto “School for Lower Sorbian Language and Culture” dedicou-se a preservar e a promover a língua regional do sérvio baixo ao providenciar aulas, palestras e outras medidas educativas. Os materiais desenvolvidos promovem a aprendizagem autónoma e são concebidos para acomodar em particular adultos e aprendentes em sistemas não tradicionais, entre outros. Os materiais e metodologias concentram-se na região da Baixa Lusácia e incluem dicionários, viagens no terreno e eventos culturais. www.sorbische-wendische-sprachschule.de
Da Espanha:
Kxo! Aplicação para smartphone para aprender Basco, onde o utilizador pode navegar em Espanhol, Inglês e Francês. Esta aplicação é uma primeira abordagem à língua basca e tem como objetivo fornecer ferramentas para situações do quotidiano em Basco para indivíduos com conhecimento limitado, ou mesmo sem conhecimentos, da língua basca. Inclui exercícios de audição, fala, leitura e escrita para praticar. https://www.elhuyar.eus
Da Finlândia:
Place of work as a learning environment for Finnish
O projeto fornece suporte à língua Finlandesa, numa vertente profissional, aos alunos migrantes que necessitam do mesmo para períodos de aprendizagem em contexto laboral. O projeto concebeu e utilizou diferentes métodos para a produção de materiais e modelos de suporte de natureza sectorial. Os resultados foram então explorados por formadores profissionais, bem como por representantes da vida profissional para o ensino, aconselhamento e para fins de avaliação. http://https//www.amiedu.fi/tietoa-amiedu/projektit/suomeksi-
22
tyopaikalla(in%20Finnish%20only)
Da Grécia:
O projeto “English for Training and Mobility” propõe uma ampla gama de programas de ensino de idiomas para diferentes profissões em pelo menos duas línguas menos usadas e ensinadas. www.eftam.com
Da Lituânia:
O projeto “Lingu@net World Wide” é um centro de recursos online multilingue para a aprendizagem de línguas estrangeiras. Fornece informações sobre links para recursos online de qualidade de todo o mundo e destinados à aprendizagem e ao ensino de qualquer língua estrangeira moderna. O projeto é baseado na ideia de que se um indivíduo está a aprender ou a ensinar uma língua, este poderá ter interesse em recursos relevantes em qualquer língua que o mesmo entenda - não apenas os recursos que pode encontrar através de uma pesquisa na sua língua materna. http://www.linguanet-worldwide.org/lnetrest/#/selectPublicLanguage/32
De Malta:
O PROJETO “EU-EVERYPLACE” oferece um recurso educacional aberto online, envolvendo tempos de aprendizagem flexíveis, nos idiomas nativos de cinco nações, oferece oportunidades para aprender as línguas menos usadas e ensinadas online quando não haja número suficiente de professores e de material , promove a aprendizagem de línguas e a diversidade linguística, e apoia o desenvolvimento de conteúdos baseados nas TIC. O projeto assenta na cooperação estreita dos parceiros, estudantes ou aprendentes adultos de PMEs e autarquias locais ou agências de turismo, para fornecer materiais destinados à aprendizagem das línguas menos utilizadas, combinados com elementos interculturais específicos a fim de reforçar competências comunicacionais.
Dos Países Baixos:
O projeto “Taal Dichtbij” é parte do programa Taaloffensief desenvolvido pelo município de Roterdão, com vista a aumentar o bem-estar dos cidadãos migrantes que não falam Holandês, proporcionando-lhes a oportunidade de participarem num curso em Holandês na sua vizinhança. Desde o início da iniciativa ,a Fundação 'Bij Corrie' realiza este programa em Hillesluis uma zona em Roterdão,. http://bijcorrie.org/activiteiten/activiteit/taal-dichtbij/
De Portugal:
Ciberdúvidas da Língua Portuguesa é uma plataforma online, com o objetivo de defender e promover a língua e a cultura portuguesa, contribuindo para a promoção dos valores culturais dos países de língua Portuguesa. Os utilizadores podem elaborar perguntas diárias sobre o Português ao recorrer, de forma simples e rápida, a um aplicativo gratuito para smartphones. O conteúdo é fornecido pelo site
www.ciberduvidas.com - a principal fonte sobre o uso correto do idioma
Português que tem vindo a dar resposta a questões sobre o idioma dos últimos 16 anos. www.ciberduvidas.pt
Da Turquia:
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O “Divis ((Digital video streaming and multilingualism)” é um projeto financiado pela União Europeia visando incentivar, motivar e apoiar os formadores de professores e os professores de línguas em questões relacionadas com a introdução de produções de vídeo nas suas práticas pedagógicas. http://divisproject.eu/
4.3.3. Integração de migrantes
A migração e a mobilidade intra-UE continuam a ser um tema central nos debates públicos e políticos por toda
a Europa com enfoque na imigração por motivos económicos, nos migrantes irregulares e na integração dos
recém-chegados. A migração é influenciada por uma combinação de fatores económicos, políticos e sociais,
que transforma um contexto "diversidade" num contexto " superdiversidade". Muitos migrantes não estão
totalmente integrados, alguns estão desintegrados , e muitas vezes enfrentam situações de pobreza, de
exclusão sociocultural e várias formas de discriminação. Além disso, as barreiras linguísticas e culturais
existentes obstam a que os migrantes beneficiem da necessária qualidade dos serviços e da igualdade de
oportunidades em comparação com as comunidades de acolhimento, pelo que tendem a se tornar mais e mais
isolados dentro das suas comunidades locais.
Este setor representa um contexto importante para a divulgação de produtos e metodologias linguísticos
direcionados para o desenvolvimento e melhoria das competências linguísticas básicas dos migrantes e a
melhoria das capacidades das organizações que trabalham em favor da integração e do bem-estar dos
migrantes. Muitas organizações de migrantes, especialmente aquelas nos novos Estados-Membros da UE, têm
dificuldades em lidar com os fluxos migratórios mistos e com a falta de capacidades e recursos nacionais
específicos para lidar com populações estrangeiras.
A rede SMILE identificou exemplos de boas práticas em 11 países parceiros (BG, CH, CY, DE, FI, GR, LT, LV, MT,
LT, PT) fornecendo metodologias e resultados bem-sucedidos para a aprendizagem de línguas e uma melhor
integração social dos migrantes que podem trazer benefícios aos seguintes grupos-alvo:
• Organizações que trabalham em prol da integração dos migrantes
• Migrantes e as comunidades migrantes
• Escolas e outras entidades que organizam cursos de línguas
• Prestadores de serviços linguísticos
• Voluntários e organizações de voluntários trabalhando com os migrantes
• Prestadores de educação de adultos.
Exemplos de boas práticas para a integração de migrantes
Da Bulgária:
O projeto “Take Care” tem por objetivo ajudar os migrantes a ganharem novas competências linguísticas relacionadas com questões de saúde, melhorar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes e dar informações sobre os sistemas de saúde em oito países da UE. O projeto desenvolveu um Guia de Conversação sobre os Cuidados de Saúde para Migrantes que inclui um Livro de Expressões, um glossário em forma de leque , um cartaz com o roteiro abrangendo os vários prestadores de cuidados de saúde e jogos interativos online. www.takecareproject.eu
24
Da Suíça:
O projeto “HSK-Kurse in heimeitlicher Sprache und Kultur” visou o planeamento de aulas de língua materna e cultura de origem dos jovens imigrantes de segunda geração, organizados em vinte e sete línguas. Os cursos são organizados em colaboração com as autoridades escolares na Suíça, os países de origem e associações de pais e pretende assegurar o conhecimento da língua de origem dos pais e da cultura do país de origem. www.vsa.zh.ch/internet/bildungsdirektion
Do Chipre:
Language Learning in Action (LLA)- unit 4: in the market
Este programa foi criado no Esperino Gymnasium-Liceu de Limassol, uma escola orientada para alunos adultos interessados em obter um diploma do ensino. Alunos de língua Árabe foram matriculados na escola e este programa foi projetado para apoiar os alunos adultos e os alunos em idade escolar a aprenderem Grego num curto espaço de tempo. Aprender Grego permitir-lhes-ia tornarem-se membros ativos da sociedade cipriota e adaptarem-se à cultura de Chipre. Além disso, a língua Grega iria ajudar os alunos a seguirem as suas atividades escolares, a participarem nas suas aulas em contexto escolar e a melhorarem o seu conhecimento acerca do Chipre quanto à sua história, cultura, economia e vida escolar. O programa foi premiado com o Selo Europeu para as Línguas em 2012. http://ec.europa.eu/education/language/label/label_public/index.cfm?fuseaction=project_award&award_id=8640
Da Alemanha:
O projeto “Talk to Me and Listen to Me” combina materiais de autoaprendizagem e workshops que são especialmente benéficos para os pais migrantes cujos conhecimentos de Alemão não são suficientemente eficazes. O material foi concebido para se ajustar especificamente a situações individuais dos pais e para dar resposta às questões que estes possam ter sobre a educação dos seus filhos de forma bilingue ou multilingue. Além disso, o workshop incide também sobre as formas em que a respetiva língua nativa pode ser preservada e fomentada, combinando-a com a língua oficial Alemã. http://www.okay-line.at/deutsch/aktuelles/elternratgeber/
Da Finlândia:
Kotisuomessa.fi; an interactive website for
learning Finnish and Swedish
O projeto “Kotisuomessa.fi” é um site interativo de aprendizagem do Finlandês e do Sueco. ‘Kotisuomessa‘ significa casa na Finlândia ou viver na Finlândia. http://https//www.kotisuomessa.fi/
Da Grécia:
O projeto “MIgrant laNGuage and sociaL intEgration (Mingle)” visa melhorar a qualidade de vida e facilitar a integração dos trabalhadores migrantes para a sociedade local, ao melhorar o acesso dos mesmos a cursos de línguas e a outros materiais de orientação e aconselhamento, ajudando-os a tornarem-se membros ativos da sociedade de acolhimento. Tal é conseguido através do desenvolvimento de uma aplicação de ensino à distância baseada na web e de fácil utilização e do respetivo conteúdo educacional para o ensino da língua do país de acolhimento para os migrantes. http://mingle.exus.co.uk
Da Lituânia:
O projeto “Language opens any doors” tem o objetivo de facilitar o processo de integração dos imigrantes de países terceiros recém-chegados na sociedade e mercado de trabalho da Lituânia, ajudando-os a quebrar as barreiras da adaptação social, pessoal e cultural num novo ambiente. O objetivo do projeto é não só o de aprender a língua (níveis A1-B1), como também proporcionar uma
25
oportunidade para os imigrantes adquirirem conhecimento acerca da Lituânia no que respeita à sua sociedade, história, principais leis, cuidados de saúde, educação e sistemas de segurança social. http://www.sih.lt/en/tsp_2
Da Letónia:
L2Paths – Pathways to Host Country Languages for
Migrants
O objetivo do projeto é ajudar as pessoas que estão a chegar a um novo país a adquirir conhecimentos sobre a língua do país de acolhimento. O projeto irá ajudá-los a encontrar a melhor maneira de aprender, tendo em conta os seus próprios estilos de aprendizagem, preferências e limitações em termos de gestão de tempo. Aprender a língua do país de acolhimento é a chave para uma integração e empregabilidade bem-sucedidas. Os migrantes terão acesso a aconselhamento independente e imparcial de consultores qualificados que serão capazes de lhes fornecer informações detalhadas acerca das opções de aprendizagem de línguas locais. O sistema ‘Pathfinder’ permitirá que o aluno e o conselheiro elaborarem um plano pessoal de aprendizagem que inclui a monitorização do progresso.
De Malta:
Independentemente das competências de autoavaliação e dos objetivos de aprendizagem, este projeto foi destinado a abordar os princípios subjacentes da UE e a facilitar a exploração dos seus benefícios, tais como a livre circulação de pessoas. Uma pedagogia linguística orientada para o portfólio oferece novas possibilidades para os professores de línguas ajudarem os seus alunos a se tornarem mais cientes dos resultados de aprendizagem pretendidos e para os consciencializarem dos seus processos de aprendizagem . www.prosper.ro/EuroIntegrELP/EurointegrELP.htm
Dos Países Baixos:
Taalwerkt! (Language Works!) ‘Taalwerkt!’ é um site onde podem ser encontradas informações sobre cursos para indivíduos que não sabem ler nem escrever, bem como métodos e formações para os empregadores que lidam com funcionários analfabetos. Há dicas úteis para os empregadores sobre como abordar estes grupos e oferecer-lhes assistência para aprender a ler e a escrever. Os empregadores que lidam com funcionários analfabetos podem recorrer a descrições de várias formações e experiências nas empresas como exemplos. Os mesmos podem também encontrar informações sobre oportunidades de financiamento. www.taalwerkt.nl
De Portugal:
LLE/SPEAK é um projeto destinado a promover a integração cultural e linguística e encontros culturais. A Associação que implementou o projeto desempenha um papel ativo na luta contra a exclusão social dos imigrantes. Os cursos para adultos e para crianças foram tutelados por falantes nativos e as línguas envolvidas são: Português, Inglês, Espanhol, Alemão, Francês, Polaco, Russo e Chinês Mandarim. www. www.speak.social/pt
4.3.4. Educação e formação profissional
O Ensino e Formação Profissional (EFP) é uma das áreas onde as LWUTLs poderiam ser mais utilizadas. A livre
circulação de trabalhadores, o facto de bons conhecimentos linguísticos constituírem parte dos requisitos para
conseguir um emprego constituem pré-condicionamentos à necessidade da aquisição de conhecimentos em
qualquer uma das LWUTLs.
A política linguística da Comissão Europeia atesta que as línguas estrangeiras são essenciais para assegurar que
os cidadãos europeus são capazes de se movimentar, trabalhar e aprender livremente por toda a Europa. Esta
26
mobilidade, por sua vez, contribuirá para aumentar os níveis de emprego e de crescimento, reduzir o
desemprego e melhorar os padrões de vida.
Vistas de uma perspetiva de emprego, as competências linguísticas são necessárias enquanto parte das
competências profissionais e têm de ser parte integrante do perfil de qualificações que corresponda às
exigências do mercado de trabalho. No entanto, apesar de a livre circulação dos trabalhadores no seio do
mercado único da UE poder contribuir para reduzir o desfasamento entre as competências da força de
trabalho e as necessidades do mercado de trabalho, a aprendizagem e a mobilidade profissional continuam a
ser fortemente prejudicadas por um conhecimento limitado de línguas estrangeiras. Neste contexto, a procura
por línguas estrangeiras, especialmente as menos amplamente difundidas, está em constante crescimento.
Recentemente, cada vez mais sistemas nacionais de qualificações baseados nos resultados de aprendizagem
são estabelecidos de acordo com o Quadro Europeu de Qualificações (QEQ). A tendência é a de que o Sistema
Europeu de Créditos do Ensino e da Formação Profissionais (ECVET) e o Quadro de Referência Europeu de
Garantia da Qualidade (QREGQ) serão também amplamente implementados no futuro.
A rede SMILE identificou exemplos de boas práticas a partir de dez países parceiros (BG, CH, CY, DE, ES, IT, NL,
MT, PT, TR) que fornecem modelos para a aprendizagem de línguas que podem ser aplicados aos alunos de
LWUTLs para fins de educação e formação profissional. Estes podem ser úteis para:
• Instituições de EFP
• Organizações de empregadores
• Câmaras de comércio
• Associações profissionais
• Empresas e empregadores internacionais
• Prestadores de ensino de línguas.
Exemplos de boas práticas para o setor de EFP
Da Bulgária:
O “European Language Portfolio” é um documento pessoal para todos os europeus registarem as suas qualificações específicas em idiomas, competências e experiências para efeitos de mobilidade europeia, compreensão mútua e cooperação utilizados pelos alunos, empregadores e professores. O Portfolio é baseado no QECR e fornece uma base para o reconhecimento das qualificações linguísticas, facilitando a mobilidade educacional e ocupacional. http://www.coe.int/t/dg4/education/elp/
Da Suíça:
O “PROGREDIR“ é um projeto para as mulheres migrantes portuguesas que trabalham nos setores das indústrias de limpeza e hospitalidade em língua francesa na Suíça. As participantes adquirem conhecimentos teóricos e práticos, necessários para validar as competências adquiridas diretamente através da experiência profissional e para obter um certificado reconhecido na Suíça e no país de origem. „PROGREDIR“ é o único exemplo na Suíça de uso e valorização da língua materna das mulheres imigrantes para a sua formação profissional. www.progredir.ch
Do Chipre:
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O projeto “ECLAND“ é uma parceria europeia entre seis organizações de formação. O objetivo do projeto é promover a conscientização cultural e a tolerância entre cidadãos de diferentes países por intermédio da aprendizagem das línguas menos faladas e ensinadas. A gastronomia, os hábitos alimentares e a cozinha são os meios utilizados para a aprendizagem de línguas. http://www.sommercamp.at/ecland/ECLAND/Idea.html
Da Alemanha:
O conceito “AGnovel’s” utiliza graphic novels eletrónicos para a educação e formação profissional e educação geral, ligando-os a situações da vida real e profissionais. Os professores e alunos imergem numa situação particular, ouvem a língua-alvo tal como a mesma é falada por falantes nativos e, simultaneamente, desenvolvem as suas aptidões e competências profissionais, bem como a língua estrangeira. www.agnovel.eduproject.eu
Da Espanha:
“Centre Carles Salvador - Academia de Llengues (Academy of Languages)”
O ‘Center Carlos Salvador’ providencia cursos de aprendizagem de Valenciano/Catalão, preparando os estudantes para os exames oficiais do “Qualifications Board of Valencian Language”. http://www.acpv.cat/web/academia-de-llengues
Da Itália:
Piazza Affari/
Al lavoro con il tedesco
É um projeto gerido em parceria pelo Ministério da Educação italiano, empresas alemãs e associações culturais. O seu objetivo é criar uma articulação eficaz entre o sistema de ensino italiano e os empresários alemães, oferecendo aos alunos participantes a oportunidade de entrar no mundo do trabalho. http://www.goethe.de/ins/it/it/lp/lhr/mit/sch/pro.html
De Malta:
O projeto “EuroCatering” fornece um recurso atraente para aprendentes de idiomas não-académicos, com orientação vocacional, tanto para estudo independente como para as sessões em sala de aula. Com o sucesso do “Euro Catering”, mais idiomas deverão ser adicionados na nova extensão contínua do projeto chamado “EuroCatHos”. O principal objectivo do projecto “EuroCatering” era o de facultar uma ferramenta pedagógica para a aquisição de competências linguísticas para os formandos de EFP no sector da hotelaria, cozinha e serviço de restaurante. http://www.eurocatering.org/
De Portugal:
EG4VET - EUROPEAN GLOSSARY FOR VOCATIONAL EDUCATION AND TRAINING visa melhorar a qualidade da política de EFP em cada país envolvido no projeto (Polónia, Itália, Roménia, França, Lituânia, Reino Unido e Portugal), desenvolver uma ferramenta como um recurso para promover a cooperação internacional no setor da formação profissional e contribuir para a integração dos alunos com necessidades educativas especiais. www.eticincoming.com/etic-group-projects.php?id=4
Da Turquia:
O “The Vintage project“, a fim de integrar conteúdos baesados em contextos laborais na aprendizagem de línguas, visa o desenvolvimento de uma abordagem inovadora das dificuldades e desafios dos professores e formadores ao superar as limitações de uma abordagem especializada para a aprendizagem de línguas, permitindo-lhes conceber atividades didáticas que valorizem contextos de aprendizagem de EFP personalizados e ao mesmo tempo respeitando as necessidades individuais em termos de tempo, autonomia e responsabilidade dos
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alunos. www.vintage-language.eu
Dos Países Baixos:
‘Van A tot Zorg’ é um programa abrangente que pretende contribuir para aumentar a literacia e as competências comunicativas, tanto para falantes nativos com baixos níveis de literacia como para imigrantes, com o fim de melhorar as oportunidades e de aumentar a mobilidade no mercado de trabalho. 'Van A tot Zorg' é um programa de aprendizagem de línguas em blended learning para (potenciais) empregados com baixos níveis de formação, no setor da saúde. Além disso, o programa é perfeitamente adequado para voluntários e indivíduos que prestam cuidados informais em situações domésticas ou outras. A aprendizagem da língua tem por base circunstâncias contextuais, situacionais e práticas. A filosofia do blended learning confere uma abordagem flexível “em qualquer hora/em qualquer lugar" a este programa. www.van-a-tot-z.org
4.3.5. Negócios e comércio
Nas últimas décadas, a UE fixou 10 parcerias estratégicas com uma variedade de importantes países: Brasil,
Canadá, China, Índia, Japão, México, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos. A globalização está a
mudar rapidamente o contexto para o estabelecimento de negócios e do comércio.
A China e Rússia são dois dos mais importantes parceiros comerciais da UE e fontes de importações, enquanto
que o Árabe está a ganhar importância enquanto língua para o comércio internacional. Os mercados
emergentes são cada vez mais importantes para todas as empresas europeias e as competências linguísticas
adequadas tornam possível competir em qualquer lugar do mundo. Melhores oportunidades de negócios e a
competitividade aplicam-se não só às relações com os parceiros estratégicos da UE, como também àquelas
entre os seus Estados-Membros na medida em que os empregadores cada vez mais tendem a procurar
pessoas com experiência de diferentes países, diversas competências linguísticas e competências de
comunicação intercultural, a fim de construir relações comerciais de longo prazo.
As empresas utilizam atualmente uma grande variedade de línguas, empregando falantes nativos, quadros
qualificados, falantes de línguas menos comuns ou trabalhadores migrantes, a fim de penetrarem em novos
mercados, aproveitarem as oportunidades de negócio e construírem relações empresariais. Deste modo, as
línguas são estrategicamente utilizadas para expansão dos negócios e do comércio e as competências
linguísticas são encaradas a uma larga escala.
A rede SMILE identificou exemplos de boas práticas em cinco países parceiros (BG, CZ, GR, MT, PT, TR) que
fornecem modelos para a aprendizagem de línguas no contexto de ambiente de negócios e do comércio, em
relação às línguas de parceiros estratégicos da UE e dos Estados-Membros. Estes podem ser de utilidade para:
• Empresas e empregadores (PMEs, grandes empresas, etc.)
• Estudantes de Gestão e de Administração de Negócios
• Escolas de Formação Profissional
• Sindicatos
• Institutos de línguas
• Organizações culturais
• Frequentadores de cursos de línguas em sistema não tradicional.
Exemplos de boas práticas para os setores do comércio e de negócios e PME
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Da Bulgária:
“Mission Possible: Chinese for Europeans” tem como público-alvo as empresas, organismos culturais e institutos de educação que desenvolvem projetos com a China. Esses recursos facilitam a aquisição de competências comunicativas básicas em Chinês que poderão ser aplicadas em situações concretas. Este projeto desenvolveu uma metodologia não-tradicional para possibilitar a aprendizagem do chinês através de cadeias de carateres associados, incorporados num guia de conversação bilingue traduzido em 5 línguas europeias (BG, NL, PT, IT, LT). www.chinese-for-eu.eu
Da República Checa:
A atratividade das redes sociais com base na internet é o ponto de partida para uma forma interativa de aprendizagem, através da Plataforma TALK WITH ME. Esta plataforma disponibiliza o acesso a conteúdos dinâmicos para o nível A (utilizador elementar) das línguas Checa, Eslovaca, Húngara e Eslovena, em especial, aos profissionais que trabalham em setores que requerem um nível razoável de compreensão da língua dos clientes. www.talk-with-me.eu
Da Grécia:
O projeto MARINA tem o seguinte objetivo: Acrescentar um aspeto fundamental à formação dos trabalhadores do turismo costeiro; formar redes estratégicas, incluindo os empregadores, sindicatos , escolas e institutos de formação que irão aconselhar, testar, disseminar e integrar os resultados do projeto; desenvolver as competências sociais; melhorar as competências dos profissionais no mercado de trabalho. http://www.marina-project.com/index.html
De Malta:
As aulas de Chinês (Mandarim) do Nível 1 incluindo a aula de conversação são um excelente começo para posteriores oportunidades de aprendizagem da língua. Trata-se de um curso em tempo parcial com a duração de 32 semanas em Malta para todas as pessoas que querem adquirir competências comunicativas elementares em Chinês . É um curso ideal para principiantes adultos que querem explorar esta língua , viajar e /ou desenvolver relações de negócios com a China. ww.lifelonglearning.gov.mt
Da Turquia:
O projeto GABALL tem como objetivo o reforço das competências dos gestores das micro , pequenas e médias empresas europeias no processo da sua internacionalização para os mercados internos e externos através de plataformas eletrónicas de negócios . O projeto pretende melhorar as competências comunicativas e culturais necessárias para a utilização de ferramentas de marketing e do comércio eletrónico, para o estabelecimento de relações de negócios através de plataformas eletrónicas sociais e para a promoção do empreendedorismo. www.gaball.eu/en/
De Portugal: O Dicionário de Negócios em CD-ROM em 5 idiomas (Português, Francês, Inglês, Alemão e Checo) consiste num dicionário multimédia, totalmente interativo enquanto ferramenta de trabalho e é um recurso de grande utilidade para uma melhor comunicação entre os investidores e comerciantes em ambiente de negócio internacional.
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4.3.6. Construção Civil e outras indústrias
Ao longo dos dois últimos anos temos estado a viver um ambiente de alguma estabilidade na Zona Económica
Europeia, seguindo-se a anos de crise, de incerteza e de contração. O setor da Construção Civil na Europa
deverá crescer também segundo as últimas previsões feitas pelo Euro-Construct (a principal rede europeia de
previsão para os setores da construção civil, das finanças e dos negócios), para o crescimento da construção na
Europa no período entre 2014-2016. Este facto irá naturalmente expandir e alargar o mercado de trabalho e
aumentar o emprego de pessoas que se encontram à procura de emprego fora do seu próprio país,
promovendo a mobilidade dos trabalhadores e a sua integração.
O alargamento da União Europeia colocou um desafio específico no que respeita às competências
comunicativas diretamente relacionadas com a empregabilidade, livre mobilidade das pessoas no mercado de
trabalho e coloca uma nova ênfase em certas indústrias que se encontram no auge do seu desenvolvimento.
Recentemente, a indústria da construção, a eficiência energética e os recursos provenientes das energias
renováveis, com inclusão de algumas outras áreas relacionados estão novamente na agenda.
A União Europeia precisa de uma mão-de-obra mais flexível com competências comunicativas em várias
línguas, aumentando assim as oportunidades de emprego e dando resposta a um mercado de trabalho cada
vez mais competitivo e eficiente. Ao longo dos últimos anos, tem vindo a crescer o número de trabalhadores
da construção civil que trabalham fora do seu País, como consequência da adesão dos Países do Leste e o
crescimento deste tipo de mobilidade requer a melhoria e o desenvolvimento de competências comunicativas
dos trabalhadores.
As boas práticas identificadas pelo projeto SMILE dão a conhecer modelos de sucesso utilizados no processo
de aprendizagem de línguas no âmbito do sistema de Educação e de Formação Profissional e associam as
competências comunicativas às necessidades de várias indústrias. Os beneficiários desses projetos poderão ser
os seguintes:
As boas práticas SMILE fornecem modelos de sucesso para a formação linguística no âmbito do sistema de
EFP, bem como para fazer corresponder as competências linguísticas às exigências de uma série de indústrias.
Estas boas práticas podem ser benéficas para:
• Profissionais do setor da construção civil
• Profissionais do setor marítimo
• Prestadores de EFP
• Os parceiros da indústria de construção civil
• Sindicatos
• Prestadores de serviços na área das línguas e da comunicação
• Entidades que operam noutros setores económicos, incluindo fontes de energia renováveis,
ambiente, eletricidade, TIC , etc.
• Frequentadores de cursos de línguas em sistema não tradicional.
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Exemplos de boas práticas para a construção civil e outras indústrias
From Bulgaria:
O projeto BEST foi desenhado para dar resposta às necessidades de formação em línguas através de uma metodologia que associa a formação profissional aos setores económicos em rápido desenvolvimento. O projeto BEST desenvolveu um glossário ilustrado de termos em Búlgaro, Inglês, Espanhol, Turco e Romeno abrangendo os seguintes tópicos: construção civil, gestão de projetos de obras, eficiência energética e recursos de energias renováveis, ambiente e proteção ambiental, eletricidade e Tecnologias da Informação e Comunicação. www.best.ruse.bg
De Portugal:
Constructor 2000 - Building communication
Este projeto teve como público-alvo os trabalhadores da construção civil e teve como objetivo criar recursos linguísticos inovadores , tais como um manual acompanhado de um vídeo, um guia do professor e glossários nas línguas abrangidas pela parceria. Estes materiais irão apoiar os aprendentes no processo de aquisição de competências em línguas estrangeiras para que possam enfrentar melhor os desafios do seu setor; a melhoria da formação por parte dos trabalhadores resultaria numa maior eficiência e estabilidade no local de trabalho.
O Inglês é a língua franca no mar. No entanto, como um meio para reforçar a eficácia da comunicação , devem ser consideradas como mais-valias, estratégias e competências plurilingues . O objetivo deste projeto foi a criação de uma comunidade europeia de instituições marítimas e navais que compartilham uma abordagem de intercompreensão (IC) de línguas estrangeiras, através da oferta de práticas inovadoras no âmbito de um contexto marítimo. Este projeto pretende disponibilizar aos profissionais do setor marítimo na Europa as estratégias de IC que auxiliam a aprendizagem de línguas durante a formação inicial ou em serviço nas atividades marítimas ou na Marinha Mercante. www.intermar.ax
Da Turquia:
O Projeto EVLAC pretendeu adotar a metodologia e os resultados do projeto LANCAM para desenvolver materiais de aprendizagem focados nos aspetos culturais e na prática de trabalho no âmbito da indústria da construção na Turquia, na Grécia, na Áustria, e no Reino Unido. http://bmb.cu.edu.tr/evlac/index.htm
4.3.7. Educação escolar e formação de professores No contexto da Europa 2020 e da Educação e Formação 2020, e de acordo com o “Repensar a Educação” ,
para promover o crescimento e o emprego , os Estados-Membros devem fazer uma reforma na Educação e
Formação para tornarem os sistemas mais eficientes e mais adaptados às necessidades dos aprendentes e do
mercado de trabalho. No contexto deste enquadramento estratégico, no campo da política educativa, os
desafios globais são os seguintes: (a) desenvolvimento das competências e avaliação, (b) igualdade de
oportunidades na educação (em especial, reduzindo o abandono escolar precoce, que é um objetivo prioritário
da Europa 2020, e promovendo o acesso aos cuidados e à educação pré-escolar qualificada e (c) a formação de
professores.
O conhecimento, as competências e as atitudes de cada um dos 6 milhões de professores europeus são de
grande importância. A qualidade do ensino tem um efeito direto nos resultados obtidos pelos aprendentes.
Esta é a razão porque as reformas políticas nacionais têm como objetivo apoiar os professores e tornar a sua
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própria formação mais eficaz para que seja possível obter-se melhores resultados em termos de eficiência dos
sistemas educativos.
Os desafios colocados aos professores, gestores de escolas, e formadores são crescentes e variáveis. Eles são
chamados a desempenharem um papel-chave no processo da modernização da educação. Desse modo, eles
precisam de aprofundar o seu próprio conhecimento e desenvolver as suas competências. Tanto a educação
inicial como o desenvolvimento profissional contínuo de qualidade ao longo das suas carreiras são essenciais.
A Comissão Europeia colabora com os países europeus no processo de melhoria dos padrões de ensino e da
educação através de:
troca de informação e de experiências entre os responsáveis políticos;;
apoio a projetos no âmbito do programa Erasmus+.
http://ec.europa.eu/education/policy/school/teacher-training_en.htm
http://ec.europa.eu/education/policy/strategic-framework/expert-groups/documents/wg-schools-
mandate_en.pdf
A rede SMILE identificou boas práticas que dão a conhecer metodologias para a aprendizagem e o ensino de
línguas no contexto da formação de formadores, ambas relacionadas com as línguas dos parceiros estratégicos
da UE e no seio dos Estados-Membros. Elas podem trazer vantagens aos seguintes grupos sociais:
• Professores de línguas
• Professores e administração escolar
• Crianças em idade escolar
• Pais
• Centros de línguas
• Organismos de formação de formadores.
Exemplos de boas práticas para a educação escolar e formação de professores
Da Suíça:
A escola secundária bilingue Enrico Fermi foi fundada nos anos 60 para os migrantes italianos. A escola oferece um curriculum bilingue (italiano e alemão) reconhecido pelas autoridades educativas italianas e suíças. www.enricofermi.ch
Do Chipre:
O objetivo geral do projeto AlphaEU é promover a aquisição de uma consciência multilingue e de competências comunicativas em línguas estrangeiras por parte de crianças em idade pré-escolar em vários países europeus, através do desenvolvimento, aplicação e implementação de livros digitais, de jogos de palavras e de outras atividades interativas. http://www.alphaeu.org/
Da República Checa:
Famílias multilingues é um projeto educativo europeu apoiado pela União Europeia que apoia e informa o público imigrante ou pais multilingues sobre a maneira de educarem os seus filhos num ambiente multilingue em contexto informal . No âmbito do projeto são editados recursos pedagógicos para as famílias, professores e crianças em Inglês, Checo, Alemão, Polaco e espanhol. Não há qualquer limite ao número de pais, professores, escolas e instituições que podem utilizar esses recursos. http://www.multilingual-families.eu/
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Da Espanha:
“Escola Valenciana" é uma organização cívica formada por 29 associações a nível regional, agrupada na Federação de Associações para a Língua. Deu início à sua atividade em 1985 com o objetivo de promover a criação de um sistema educativo no qual a Língua Valenciana e o Catalão seriam consideradas línguas veiculares. https://www.escolavalenciana.com
De Portugal:
An Approach to Intercultural Awareness - Portuguese and French in
the Primary School
O objetivo do projeto foi promover a aprendizagem de línguas estrangeiras no
ensino básico, a educação multicultural e a aceitação das diferenças pessoais e
sociais. O aspeto lúdico esteve sempre presente na experiência dos alunos das
escolas primárias envolvidas. A curiosidade natural desta faixa etária e o bom
relacionamento emocional e afetivo entre os professores resultaram numa
compreensão oral progressiva e rápida da língua estrangeira.
4.3.8. Cidadãos seniores
A Europa está a experienciar um fenómeno de uma sociedade em envelhecimento. De acordo com um estudo
sobre a demografia desenvolvido pelas Nações Unidas (2013), o processo de envelhecimento foi um dos
acontecimentos demográficos mais marcantes do século XX e veio ainda a acelerar no século XXI. Os idosos
são importantes e constituem uma parte considerável da sociedade e podem assim contribuir de forma
significativa para o desenvolvimento social, participando ativamente no processo de aprendizagem ao longo
da vida.
Uma das áreas mais comuns em que os cidadãos seniores investem é na aprendizagem de línguas. Ao
aprenderem uma língua estrangeira, os seniores adquirem competências para se envolverem em várias
atividades de caráter social, o que contribui naturalmente para uma melhor qualidade de vida. Pensa-se
mesmo que o bilinguismo pode também contribuir para o desenvolvimento da atividade intelectual.
De uma maneira geral, os idosos preferem aprender o Inglês, o Alemão ou o Francês. Segundo a opinião de
muitos aprendentes, aprender uma língua estrangeira não só é útil como é interessante e estimulante. No
contexto das línguas menos faladas é fundamental realçar que a maioria dos cidadãos idosos a viverem
atualmente nos Estados pós-soviéticos sabem falar muito bem o Russo, uma vez que os seus países de origem
estiveram sob o domínio da União Soviética. Aprender alguma das línguas menos faladas e ensinadas pode ser
estimulante se esta estiver relacionada com a vida do dia-a-dia do aprendente ou com os seus interesses
pessoais – ter uma forte motivação interior, por exemplo, interesse em viajar ou ter familiares e amigos
noutros países. Os seniores em comparação com os adultos que se encontram ainda envolvidos ativamente na
sua vida profissional, têm muito mais disponibilidade para viajar. Visitar os países vizinhos e mesmo outros e
ter familiares a viverem noutros países são situações que estimulam os cidadãos a tirarem proveito de serem
capazes de comunicar em língua estrangeira e também para melhorarem as suas competências. Razão pela
qual o grupo dos cidadãos seniores é um excelente público-alvo para a promoção e consciencialização das
línguas menos faladas e ensinadas.
Usualmente os seniores europeus aprendem a língua ao frequentarem cursos organizados em vários centros
educativos, bibliotecas, Universidades da Terceira Idade. Não foi encontrada muita informação sobre os
métodos de aprendizagem, embora os predominantes sejam palestras, seminários e workshops. Os idosos,
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que adquirem um nível mais avançado de uma língua estrangeira, tendem também a recorrer a materiais de
autoaprendizagem.
Os exemplos de boas práticas recolhidos fornecem diferentes formas, métodos e ferramentas para a
aprendizagem de LWUTLs e poderá ser de utilidade para:
• Idosos;
• Várias instituições de ensino de línguas que trabalhem com idosos;
• Comunidades seniores;
• Várias instituições não-governamentais e públicas que trabalhem com idosos.
Exemplos de boas práticas para cidadãos seniores
Da Lituânia:
O projeto “Loecsen” oferece um método de rápida assimilação de línguas estrangeiras que podem ser aprendidas através da internet ou noutros dispositivos móveis. É destinado a pessoas que desejam gerir, na maioria das situações da vida quotidiana, sem ter de passar por um longo processo de aprendizagem. O site contém expressões reais, doa dia-a-dia e úteis em contexto de viagens. O site ajuda a descobrir as nuances de cada língua. Ao usar os site, os aprendentes serão capazes de memorizar expressões mais facilmente através de ilustrações. http://www.loecsen.com/
4.3.9. Pessoas desfavorecidas
O sector das pessoas desfavorecidas configura uma vasta área e inclui um conjunto diversificado de membros.
Ser uma pessoa em situação desfavorecida refere-se, por definição, a pessoas que:
• têm necessidades especiais (deficiências física ou mental)
• provêm de um contexto pessoal de baixos rendimentos e enfrentam problemas financeiros e/ou falta
de apoio (ex.º, economicamente desfavorecidos/pobres)
• são politicamente considerados como não tendo poder suficiente ou outros meios de influência
• não têm igualdade de acesso à educação e ao mercado de trabalho, por exemplo, presidiários e ex-
presidiários.
Embora o cenário educacional europeu ofereça muitos programas e projetos diferentes para estes vários
grupos desfavorecidos, a sua maioria é destinada a promover a aprendizagem e o ensino de línguas
oficiais/estatais, a fim de alcançar a integração bem-sucedida na cultura do país, e ainda não definiu esta
questão como sendo uma prioridade para aprovisionar formação nas línguas europeias menos utilizadas e
ensinadas aos membros dos diferentes grupos desfavorecidos.
Os estabelecimentos prisionais, por exemplo, oferecem oportunidades de carreira em formato deEFP. Os
reclusos podem decidir sobre um plano de carreira que gostariam de prosseguir e que consideram útil após a
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sua libertação. Dependendo do plano de carreira, a formação pode incluir a educação nas línguas europeias de
maior expressão, mas não em LWUTLs.
As boas práticas identificadas pelos parceiros da rede SMILE podem ser de utilidade para:
• pessoas fisicamente desfavorecidas
• usuários de linguagem gestual em todo o mundo
• centros de educação de adultos
• prestadores de EFP
• parcerias profissionais.
Exemplos de boas práticas para as pessoas desfavorecidas
Da Alemanha:
O conceito “Spread the Sign” usa um dicionário visualizado online para 17 variedades de língua gestual nacional diferentes, a fim de apoiar tanto as pessoas surdas como as com capacidades auditivas nas suas tentativas de aprender ou melhorar as línguas gestuais via e-learning. O projeto promove novas tecnologias de comunicação móvel e fornece materiais de aprendizagem independente além- fronteiras culturais e linguísticas. www.spreadthesign.com
Da Grécia:
O projeto “E.T.O.S. – Effective Training for the Outsiders of the Society” desenvolve um modelo de formação que a ser realizado em contexto laboral, e não em salas de aula, através de atividades práticas, inter-relacionais, graças aos empresários (pequenos empresários, em nome pessoal) que se tornam formadores de adultos e apoiado por tutores experientes. O projeto desenvolve também uma nova certificação de competências da UE com base num modelo de avaliação inovador em linha com os requisitos do sistema ECVET, entregue no final do percurso de formação. http://www.etosproject.eu/
Dos Países Baixos:
Goed gevoel en
Nederlands (Feel Good &
Dutch)
Duas organizações, “Foundation LOV” e “Context” (parte do Grupo “Parnassia”),
unem os seus esforços em conjunto no âmbito do projeto "Feel Good e Holandês
'para oferecer orientação a pessoas que sofrem de sintomas de depressão (leve) e
que não falam Holandês o suficiente e ajudá-los, individualmente ou em grupos, a
desenvolverem competências linguísticas práticas e melhorarem o seu bem-estar
psicológico. O projeto centra-se em grupos-alvo difíceis de aceder, muitas vezes
isolados - migrantes que de outra forma são marginalizados na sociedade. Mais
informação:
www.stichtinglov.nl
4.3.10. Mercado de trabalho
Um dos objetivos políticos centrais da União Europeia centra-se no recrutamento de trabalhadores altamente
qualificados de mercados internacionais e, especificamente, mercados de trabalho europeus. As barreiras
internas à escala europeia que obstam à mobilidade no mercado de trabalho da UE - tais como barreiras
linguísticas ou culturais - podem ser superadas por um maior domínio de línguas e pela uniformização do
sistema de segurança social. No processo de globalização em curso, as competências linguísticas estrangeiras
são fundamentais para a integração bem-sucedida no mercado de trabalho europeu. Os empregadores
valorizam a proficiência em línguas estrangeiras e estão dispostos a pagar bons salários por tal. Tanto para os
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migrantes como para os cidadãos de todos os países europeus, é importante a fluência em várias línguas
europeias, especialmente aquelas que não são tão utilizadas e ensinadas.
As competências em línguas estrangeiras são particularmente importantes para certas atividades e grupos
profissionais das regiões fronteiriças como, por exemplo, bombeiros, polícias e pessoal de ambulância.
O setor de mercado de trabalho é um ambiente especialmente favorável para a promoção de metodologias
destinadas a melhorar as competências em línguas estrangeiras e a acomodação de LWUTLs. Tal é
particularmente importante em regiões fronteiriças, onde múltiplas influências linguísticas estão presentes e
são necessárias ao sucesso no mercado de trabalho. A necessidade de profissionais para a aquisição de línguas
menos utilizadas e ensinadas tem aumentado, uma vez que são agora necessários na formação colaborativa e
em casos de esforço conjunto. Consequentemente, os conteúdos de aprendizagem devem ser orientados para
a prática e aplicáveis às rotinas diárias de uma variedade de grupos-alvo.
A rede SMILE identificou boas práticas que abordam tais necessidades e proporcionam recursos não-formais
para auto-estudo e aprendizagem autónoma que podem ser de utilidade para:
• Empregados/empregadores em regiões fronteiriças
• Centros e escolas de línguas
• Migrantes
• Sindicatos
• Alunos em sistemas não-tradicionais
• Centros de educação de adultos
• Prestadores de EFP.
Exemplos de boas práticas para mercados de trabalho
Da Alemanha:
O projeto “Czech for Firemen” coordenado pela “Euregio Egrensis” visa melhorar a cooperação e a comunicação entre os bombeiros checos e alemães nas regiões fronteiriças, fornecendo material para autoestudo para bombeiros alemães que pretendem aprender ou trabalhar sobre as competências em língua Checa. www.euregio-egrensis.de/feuerwehr.htm
Da Grécia e Itália:
O projeto “Agricultural Alliance for Competence and Skills based Training – ACT” contribui para reduzir o desfasamento entre os novos postos de trabalho e as competências existentes. Refere-se aos mercados de trabalho com foco no setor agrícola e visa aperfeiçoar a conceção do currículo agrícola, providenciar serviços inovadores de educação e de formação profissional e a ampla divulgação em toda a Europa. O “ACT” espera aumentar o número de trabalhadores não qualificados e visa proporcionar instrumentos inovadores e formação modulados. http://www.act-now.eu/
Da Finlândia:
Integrating German studies in Marketing in Finland
Um projeto-piloto, em que o ensino de Alemão foi integrado enquanto linguagem técnica com o estudo de marketing. O ensino e aprendizagem ocorrem de forma síncrona num contexto autêntico para uma microempresa finlandesa que pretende estabelecer-se no mercado alemão. O projeto foi planeado e gerido pela “Satakunta University of Applied Sciences/Faculty of Service Business”, em Pori, na Finlândia.
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4.3.11. Setor da saúde
Nos anos mais recentes, o setor da saúde tem enfrentado novos desafios que podem ser atribuídos ao aumento da mobilidade e da migração. Muitos dos indivíduos da primeira geração de migrantes nos países da UE atingiram a idade da reforma, facto que tem exigido maior atenção e mais competências por parte dos profissionais de saúde nos últimos anos. A interconexão global e todas as suas consequências requerem um conhecimento intercultural e inter-religioso, especialmente considerando a assistência social, o cuidado dos doentes e idosos e o trabalho com deficientes. A procura pelo conhecimento específico na vertente cultural na assistência ao paciente tem sido elevada.
Adicionalmente, o número de pessoas com antecedentes migratórios ou provindas do exterior tem aumentado, especialmente nos antigos Estados-Membros da UE. Além do ajustamento da formação profissional à escala da UE, as competências especializadas em línguas, comunicação e interculturalidade são necessárias para atingir os melhores resultados possíveis no trabalho dentro do sistema de saúde de cada país da UE.
Desde há um longo período de tempo que especialistas têm vindo a reivindicar uma especial consideração pela importância de programas de cuidados culturalmente sensíveis. Os mesmos frequentemente concluem haver ainda margem para melhorias relativamente a mais educação e formação no setor.
O setor da saúde representa um contexto significativo para o desenvolvimento e disseminação de produtos e metodologias que se concentrem na expansão de competências linguísticas básicas para a prática profissional. A existência de pessoal formado em línguas e culturas contribui para facilitar o atendimento em geral e a inclusão social de doentes, idosos e pessoas com deficiência.
A rede SMILE identificou exemplos de boas práticas que podem ser benéficos para:
• Equipas de cuidados de saúde (funcionários de hospitais, cuidadores) • Prestadores de cuidados de saúde • Prestadores de educação de adultos • Hospitais confessionais • Organizações culturais • Centros sociais • Centros de cuidados comunitários • Prestadores de EFP • Pacientes.
Exemplos de boas práticas para o setor da saúde
Da Alemanha:
O projeto “Bikup’s - Intercultural Language Classes for Professional Practice“ promove a aprendizagem de línguas de uma maneira culturalmente sensível. Além de ajudar os alunos a adquirir ou a expandir o seu conhecimento numa língua estrangeira, os cursos disponibilizam informações valiosas sobre estruturas culturais e específicas de cada país, bem como conhecimento especializado e profissional necessário no setor dos cuidados de saúde. www.bikup.de/de/angebote/schulung-zum-laenderreferenten.html
Do Chipre:
O projeto visa desenvolver ferramentas modernas para a formação em línguas, o
que irá permitir que os operadores da sala de controlo consigam uma
competência linguística suficiente numa língua estrangeira.
http://www.multicom112.org/
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Dos Países Baixos:
‘Begrijp je lichaam’ é um método que ajuda enfermeiras a comunicarem mais facilmente com os pacientes que não podem ler adequadamente nem escrever. Estes pacientes muitas vezes não têm conhecimento básico sobre os seus corpos, sintomas comuns e métodos de tratamento. O funcionamento dos órgãos é explicado de forma acessível para que as pessoas analfabetas ou migrantes que não sabem ler um texto em Holandês possam facilmente entender. Tal ajuda um paciente com baixos níveis de literacia e um médico a falarem a mesma língua. Essa metodologia não só promove a compreensão mútua, como também contribui para a redução dos custos com os cuidados. O método também é aplicado para uma fácil aprendizagem de línguas. www.cbo.nl
4.4. Formas e métodos de aprendizagem e de promoção das Línguas menos usadas e
ensinadas
A rede SMILE identificou boas práticas que desenvolveram, ou estão a desenvolver, produtos e métodos não
tradicionais inovadores para a promoção e aprendizagem das línguas menos usadas e ensinadas, em
contextos situacionais relacionados com os mercados de trabalho e a inclusão social. A base de dados
representa uma variedade de setores adequados para acomodação dessas línguas, onde diferentes
metodologias são utilizadas para diferentes finalidades.
No contexto das línguas menos usadas e ensinadas , o fator- chave da sua importância é definido ao nível da
motivação dos alunos, o qual constitui um resultado de características pessoais e de necessidades específicas.
A investigação sugere que a motivação pode influenciar os resultados da aprendizagem de línguas em maior
escala do que a aptidão relativamente ao idioma. A este respeito, as línguas menos promovidas devem ser
levadas a contextos práticos e a motivação deverá surgir a partir das necessidades e benefícios pessoais dos
aprendentes . É entendido que, a fim de superar os desafios da aprendizagem , em termos de motivação,
estas devem ser empregues num ambiente menos formal e mais amigável à aprendizagem, especialmente se
apresentadas com oportunidades de aprendizagem informais e colocadas num contexto prático. O foco deve
ser colocado na criação de um ambiente favorável à aprendizagem, num contexto familiar e com o apoio de
materiais diversificados , atividades multissensoriais, recursos para aprendizagem de línguas e da aplicação
dos conhecimentos adquiridos em situações reais .
Além de uma série de recursos úteis tradicionais desenvolvidos nas várias línguas menos usadas e ensinadas ,
tais como guias de conversação, livros de frases e dicionários temáticos, kits de sobrevivência, etc., a recolha
de boas práticas no âmbito do SMILE inclui também metodologias não tradicionais de aprendizagem e
promoção de línguas que atendem às necessidades dos setores acima descritas. Estas podem ser agrupadas da
seguinte forma:
4.4.1. Jogos e atividades de linguagem
As boas práticas selecionadas apresentam muitos materiais de aprendizagem , desenvolvidos em várias línguas
tais como jogos de tabuleiro, materiais de aprendizagem visual, jogos de cartas, jogos de palavras , atividades
situacionais, jogos de computador online, etc.
Os jogos de palavras captam o espírito de motivação que é essencial na sensibilização para a língua
estrangeira e, no caso das línguas menos usadas e ensinadas , o foco deve ser colocado na promoção e
sensibilização em detrimento da aprendizagem formal da língua. Os jogos convidam a um ambiente de
aprendizagem mais motivador e relaxante; os mesmos levam os alunos a aprender mais rapidamente e a reter
melhor os materiais aprendidos num ambiente livre de stress e confortável. Durante os jogos, a atenção do
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aluno é na mensagem, não apenas na estrutura da linguagem. Num contexto orientado para os jogos, os
alunos revelam-se menos ansiosos, mais espontâneos e fluentes, alcançando um bom nível de competências
comunicacionais.
O uso de jogos pode constituir uma poderosa ferramenta para a aprendizagem de línguas também porque a
maioria dos jogos são baseados em padrões de repetição de conjuntos de palavras ou frases e são muito úteis
para adquirir novos conhecimentos de vocabulário. As vantagens da utilização de jogos na aprendizagem de
línguas podem ser resumidas nos seguintes pontos :
• são centrados no aprendente
• promovem competências comunicativas
• criam um contexto significativo para o uso da língua
• aumentam a motivação para a aprendizagem
• reduzem a ansiedade relacionada com a aprendizagem
• incentivam o uso criativo, flexível e espontâneo da língua
• constroem um ambiente de aprendizagem cooperativo
• desenvolvem atitudes participativas dos alunos
• tornam mais fácil a memorização de conteúdos
• ajudam a desenvolver conceitos linguísticos, vocabulário e raciocínio crítico.
Os jogos podem ser usados por escolas e, professores e formadores de línguas , bem como por estudantes de
línguas sendo definidos como ferramentas acessíveis e agradáveis para a aprendizagem em contexto
situacional. Outra vantagem é que estes podem ser adaptados por forma a melhor responderem a alunos de
diferentes faixas etárias e sociais, bem como de diferentes origens étnicas. Tais métodos são facilmente
transferíveis para promover diferentes línguas europeias e oferecer ferramentas universais que podem ser
aplicadas a diferentes contextos.
Exemplo: Boa prática para jogos de palavras
O projeto “SHOPLANG 2.0” promove os benefícios em aprender algumas das
línguas menos usadas e ensinadas , através de um conjunto de jogos e atividades
relacionadas com o tema das compras e focados nos rótulos dos produtos. Os
materiais desenvolvidos foram testados em campanhas de promoção de línguas
em supermercados, bem como com os alunos principiantes em algumas escolas.
Um aplicativo da web semelhante a um supermercado de idiomas online permite
que as pessoas aprendam palavras e testem os seus conhecimentos em oito
idiomas.
www.shoplang2.com
4.4.2. Línguas através de representações visuais
Uma abordagem não tradicional para a promoção da língua e, especialmente, das línguas menos usadas e
ensinadas na Europa , poderá ser encontrada na utilização de materiais visuais como fotografia, multimédia,
filmes, vídeos, sinalética urbana, exposições, arte contemporânea e design, etc. O aspeto visual da promoção
da língua contribui para uma maior sensibilização para a diversidade linguística, cultural e histórica de uma
forma atraente e interativa, bem como para um aumento da comunicação e do diálogo intercultural entre as
pessoas. Tais modelos educacionais e promocionais podem ser transferidos e adaptados a outros ambientes
de aprendizagem e línguas, incluindo as línguas regionais e minoritárias, línguas utilizadas em regiões
transfronteiriças e comunidades bilingues e línguas de diferentes grupos linguísticos.
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Uma promoção eficiente e sustentável da língua através da visualização pode ser usada por pequenas
comunidades que representem as línguas menos usadas e ensinadas , autoridades, instituições culturais,
meios de comunicação social, escolas, PMEs e entidades do sector do turismo.
A rede SMILE incluiu boas práticas que fornecem modelos de sucesso para a promoção de línguas através de
diferentes tipos de representações visuais.
Exemplo: boa prática para representações visuais
O projeto “Beyond Signs in the City” aumenta a consciência da diversidade
linguística e cultural europeia através das representações visuais da cidade - "os sinais da cidade", usando arte contemporânea e design, bem como novas tecnologias. O projeto centra-se nos idiomas BG, CT (Catalão), DE, ES, GR, MT, PL, RO, SI, TR, HU e satisfaz necessidades linguísticas básicas que resultam do aumento da mobilidade (profissional, geográfica, turística), comunicação intercultural e cooperação transnacional da UE. www.signsinthecity.net
4.4.3. Aprendizagem entre pares (‘peer learning’)
A aprendizagem entre pares representa uma atividade biunívoca, recíproca que deve ser mutuamente
vantajosa e envolve a partilha de conhecimentos, ideias e experiências entre os participantes. Pode ser
descrita como uma forma de aprendizagem interdependente ou de mútua aprendizagem baseada na
constante interação entre formador e aluno, bem como entre um aluno e outros alunos. A interação ocorre na
forma de comunicação que pode consistir em sinais, sons, palavras, olhares, frases, histórias, contacto
corporal, cartas e muitos outras formas.
A aprendizagem entre pares inclui diferentes modelos de aprendizagem, incluindo situações em que os
alunos seniores ensinem a estudantes juniores, estudantes do mesmo ano prestam assistência mútua tanto no
conteúdo do curso como em questões pessoais. Outros modelos de aprendizagem entre pares incluem
seminários de discussão, grupos de estudo privados, aconselhamento, sistemas de avaliação entre pares,
trabalho colaborativo em projetos, trabalhos de grupo, orientação no local de trabalho e atividades
comunitárias.
Em geral, a aprendizagem entre pares pode ser aplicada com sucesso em atividades de aprendizagem de
línguas, especialmente direcionadas para o desenvolvimento de competências linguísticas comunicacionais e
para a prática verbal. Constitui um bom modelo para a aprendizagem das línguas menos promovidas, uma vez
que permite uma abordagem personalizada e apoio às línguas mais raras que carecem de materiais de
aprendizagem adequados e de oportunidades para a prática verbal.
A aprendizagem entre pares é adequada tanto num ambiente formal de ensino e em contextos não formais
envolvendo pessoal qualificado e voluntários com conhecimentos nessas línguas menos promovidas. A este
respeito, a aprendizagem entre pares poderá ser benéfica também para pessoas de diferentes origens
etnoculturais, como também poderá contribuir para favorecer a integração e a inclusão social dos
migrantes.
Exemplo: boa prática para aprendizagem entre pares
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O projeto “5x5” ajuda dois grupos de jovens de diferentes origens etnoculturais, mas
vivendo no mesmo país e na mesma sociedade, a se apoiarem mutuamente no
desenvolvimento de melhores capacidades de comunicação em Búlgaro e em Árabe e a
facilitar a inclusão social. O projeto baseia-se nos métodos de "aprendizagem mútua " e
"aprendizagem em tandem", onde os imigrantes árabes aprendem Búlgaro e estudantes
universitários búlgaros ou licenciados aprofundam as suas aptidões e competências em
Árabe.
http://www.arabis-bg.org/-2013.html
Neste projeto, as crianças escreveram parte de uma história, na língua da sua escola, e
depois passaram para a escola seguinte, numa cadeia de cinco escolas em cinco países. Ao
estarem envolvidos no processo da história encadeada, os jovens estudantes adquiriam
uma visão sobre as línguas utilizadas na criação de outras partes de sua história, e
utilizaram estratégias para apreender e compreender os eventos.
O objetivo do “Chain Stories” era o de encorajar as crianças, e até mesmo as suas famílias,
a apreciar os aspetos em comum das famílias de línguas europeias (românicas, germânicas,
eslavas). Este projeto proporcionou um ambiente amigável para a aprendizagem da língua ,
em que os jovens alunos de línguas foram motivados a compreender e a escrever histórias
em línguas aparentadas. Os seus objetivos eram o de melhorar a motivação de
aprendizagem da língua e a expressão escrita, como também o de incutir uma consciência
acerca de outros países europeus.
www.chainstories.eu
4.4.4. Aprendizagem de línguas através de encontros entre pessoas
Um método muito eficaz de aprender uma língua é conhecer pessoas, de preferência falantes nativos, e
aprender num contexto informal. Além de aprender os fundamentos teóricos de uma língua, é importante
compreender e ser capaz de comunicar numa língua estrangeira.
O ‘Sprachcafé’ providencia um local onde se pode conhecer pessoas de diferentes nacionalidades,
interessadas em aprender uma língua e cultura estrangeiras. A aprendizagem em ‘Sprachcafé’ pode ser
estruturada, nomeadamente animada por um moderador, ou livre. A ideia assenta no princípio da
comunicação e conversação. A aula, por vezes experienciada como difícil e desgastante, pode tornar-se
espontânea e criativa.
As boas práticas SMILE fornecem muitos exemplos de aprendizagem de línguas em contexto não formal,
através do intercâmbio entre pessoas com diferentes origens culturais.
Exemplo: boa prática para a aprendizagem de línguas através de encontros entre pessoas
O “EB Zurich” oferece numerosos e inovadores cursos de línguas em Português,
Grego, Russo e Chinês. A fim de aprender línguas estrangeiras de forma eficaz, as
aulas tradicionais e a aprendizagem individual são habilmente combinadas: no
learning foyer o indivíduo encontra o ambiente de aprendizagem, a infraestrutura
necessária e um apoio seletivo por intermédio de tutoria. Paralelamente aos cursos
de línguas, o processo de aprendizagem é complementado com language cafés. O
Language Café é uma maneira animada para aprender uma língua: interessados
numa língua e cultura estrangeira encontram-se em dias designados num ambiente
descontraído para praticarem e melhorarem as suas competências linguísticas. Os
participantes conversam, discutem ou debatem sobre temas atuais, características
culturais, locais de interesses, gastronomia, etc. Um moderador especialista dá
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ímpeto e informações, bem como orienta a comunicação ,a aprendizagem cultural
e os aspetos metodológicos.
www.eb-zuerich.ch
4.4.5. Aprendizagem Integrada de Conteúdos e de Língua (AICL)
A Aprendizagem Integrada de Conteúdos e de Língua (AICL) é um termo criado em 1994 por David Marsh e
Anne Maljers como uma metodologia semelhante a, mas distinta de, imersão no idioma e instrução baseada
em conteúdos. É uma abordagem para a aprendizagem de conteúdos através de uma língua adicional
(estrangeira ou segunda) . A ideia dos seus proponentes era a de criar um termo genérico que englobasse
diferentes formas de usar a linguagem como meio de instrução.
A pesquisa sobre imersão no idioma baseada em princípios metodológicos forma a base da AICL. Este tipo de
abordagem tem sido identificado como muito importante pela Comissão Europeia porque "esta pode fornecer
oportunidades efetivas para os alunos usarem as suas novas competências linguísticas, ao invés de as aprender
no presente para as utilizar posteriormente. A mesma abre portas aos idiomas para uma gama mais ampla de
aprendentes, promovendo a autoconfiança em jovens estudantes e naqueles que não têm aderido da melhor
forma à instrução formal de línguas na educação geral. A mesma propicia a exposição ao idioma sem requere
tempo extra ao currículo, o que pode ser de particular interesse em contextos profissionais". A Comissão
Europeia decidiu assim promover a formação de professores para "reforçar as competências linguísticas em
geral, a fim de promover o ensino de disciplinas não linguísticas em línguas estrangeiras".
Exemplo: boa prática para Aprendizagem Integrada de Conteúdos e de Língua (AICL)
O projeto visa motivar os alunos do ensino secundário a aprenderem línguas através da sua música. O “PopuLLar” é um projeto de educação inovador financiado pela União Europeia, concebido de forma a tirar proveito da música, o interesse social primário por parte de alunos do ensino secundário, na sua aprendizagem de línguas. Ao utilizar a música na sua prática educativa, tal irá motivar e envolver os alunos numa área que constitui uma parte importante das suas vidas. http://www.popullar.eu/index.html
A abordagem musical no ensino de línguas estrangeiras nas escolas secundárias, universidades e cursos para adultos foi testada e demonstrou a sua eficácia na rápida aquisição de habilidades comunicativas também em caso de aprendizagem autónoma. Esta abordagem reforça também o conhecimento intercultural dos alunos, tendo em conta que as letras das músicas contêm referências histórico-sócioculturais, e promove a integração dos imigrantes nas escolas e nos centros de educação para adultos. No entanto, este método não é muito difundido. O impacto e a originalidade do projeto FADO assentou na combinação de uma abordagem musical baseada em canções com a utilização das TIC na Internet, no YouTube, no karaoke e no quadro interativo. Este conjunto integrado contribuiu não só para a melhoria da auscultação e da fala, mas também para um melhor conhecimento dos aspetos interculturais através de vídeo, tendo em conta a ampla difusão da Internet e do YouTube. Os materiais foram baseados em letras com um texto poético ou literário, que se torna a melhor forma de comunicar emoções e de desenvolver as referências socioculturais presentes nos textos. Eles podem ser usados em qualquer lugar, mesmo em caso de
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4.4.6. Blended learning O blended learning é um método de aprendizagem que combina a sala de aula com a educação online, um
programa de educação através do qual um estudante aprende pelo menos em parte através da
disponibilização de conteúdos e da instrução através de meios digitais e de comunicação social online com
algum controlo por parte do estudante quanto ao tempo, lugar, forma ou ritmo de aprendizagem. Os métodos
de sala de aula face-a-face são combinados com atividades mediadas por computador.
Os métodos em blended learning podem geralmente ser classificados em seis modelos:
Face to face driver - Onde o professor dirige a instrução e enriquece-a com ferramentas digitais;
Face to face driver rotation - Ciclo através de um cronograma de estudo independente online e de
tempo de aula face-a-face;
Flex - A maior parte do programa é facultada através de uma plataforma digital, estando os professores
disponíveis para consulta e apoio face-a-face;
Labs - O programa é disponibilizado na íntegra através de uma plataforma digital, mas num local físico
específico. Os alunos normalmente têm também aulas tradicionais neste modelo;
Self-blend - Os alunos escolhem para fortalecer a sua aprendizagem tradicional com o trabalho do
curso online;
Online driver - O programa e ensino são facultados na totalidade através de uma plataforma digital,
sendo as reuniões face-a-face programadas ou disponibilizadas se necessário.
O blended learning assenta fortemente nos recursos técnicos através dos quais a experiência de aprendizagem
disponibilizada - estas ferramentas têm de ser confiáveis, fáceis de usar e atuais para que o recurso à Internet
tenha um impacto significativo na experiência de aprendizagem.
A incorporação do "modo assíncrono de comunicação na Internet" nos cursos de línguas serve para facilitar
uma experiência de aprendizagem simultaneamente independente e colaborativa. O uso de tecnologias de
informação e comunicação foi adotado para melhorar o acesso, bem como as atitudes dos alunos face à
aprendizagem.
Exemplo: Boa prática para blended learning
aprendizagem autónoma, e o projeto pode ser considerado um modelo a aplicar também a outros idiomas. Os produtos foram melhorados e tornados acessíveis através do portal web. www.languagesbysongs.eu
Um programa inovador, baseado na web, de materiais multilingues
destinados a ensinar como a língua funciona. Pesquisado e testado em 14
escolas, o projeto recorre a exemplos de nove línguas europeias,
Mandarim e Japonês. O objetivo do “The Languages Bridge” é o de
providenciar aos professores e as crianças um kit de ferramentas de
competências linguísticas e de comunicação através do ensino de
conhecimentos-chave sobre a estrutura da linguagem num programa
coerente de atividades para crianças entre os 7 e os 14 anos de idade.
http://www.ilrc.org.uk/languagesbridge/
44
4.4.7. Aprendizagem intergeracional de línguas
A forma como indivíduos de todas as idades podem aprender em conjunto e uns com os outros constitui o
conceito de aprendizagem intergeracional de línguas. Esta forma de aprendizagem é uma parte importante da
Aprendizagem ao Longo da Vida, onde as gerações trabalham em conjunto para adquirir competências, valores
e conhecimentos. Além da transferência de conhecimentos, a aprendizagem intergeracional promove o
estabelecimento de relacionamentos de aprendizagem recíprocos entre diferentes gerações e ajuda a
desenvolver o capital social e a coesão social nas sociedades em envelhecimento. A aprendizagem
intergeracional constitui uma forma de abordar a mudança demográfica significativa que estamos a vivenciar
por toda a Europa, sendo uma forma de reforçar a solidariedade entre gerações através da prática
intergeracional e do envolvimento dos membros da famílias (pais, avós).
A aprendizagem por entre diferentes gerações (não só entre os mais idosos e os mais jovens) é um dos
modelos mais antigos de aprendizagem - especialmente valioso antes da invenção da escrita e mais do que
nunca necessário na sociedade digital atual. A Estratégia Europa 2020 exorta a sociedade a tornar-se mais
verde e mais inteligente, sendo indubitável a necessidade de se tornar mais verde, em prol do planeta. No
entanto, a necessidade de se tornar mais solidário é igualmente urgente, para o bem da humanidade.
Considerando o envelhecimento acelerado das populações, tornar-nos-emos numa sociedade inteligente caso
nos empenhemos realmente em criar laços sólidos entre as gerações. Uma sociedade inteligente será capaz de
beneficiar do potencial de todos os indivíduos, independentemente da idade.
Os pais e/ou avós podem desempenhar um papel vital na aprendizagem de línguas por parte das crianças ao
participarem ativamente no processo de aprendizagem. Caso estes tenham conhecimento da nova língua da
criança, os mesmos podem ser de ajuda ao transferirem tal conhecimento para o seu filho/neto. Caso estes
não sejam usuários proficientes, eles próprios podem beneficiar dos mesmos cursos de línguas. A
implementação de metodologias de ensino intergeracional nas línguas menos usadas e ensinadas pode ter um
impacto positivo em várias gerações.
Exemplo: Boa prática para aprendizagem intergeracional de línguas
O projeto “Languages from the Cradle” é uma resposta direta à necessidade de os
cidadãos europeus aprenderem outras línguas europeias. O ponto de partida do projeto
é o reconhecimento de que a melhor maneira de aprender ou de ser introduzido a uma
nova língua é em casa. O projeto propõe-se a inspirar e a motivar as crianças e as
famílias a perceberem e apreciarem a beleza de outras línguas europeias e a rica cultura
que estas representam.
http://www.mosaicartsound.com/#!__lullabies
4.4.8. Aprendizagem de línguas através de comunicação online
Os recursos online reforçam a implementação prática de métodos inovadores que contribuam para a
aprendizagem de línguas. A aprendizagem através da comunicação online assenta na ideia de que a
aprendizagem de línguas acontece como resultado da comunicação (abordagem comunicativa para a
aprendizagem de línguas ) e da interação social online com os outros. Por outras palavras, este método baseia-
se na formação online de comunidades e/ou cidades onde os alunos interagem e comunicam uns com os
45
outros e com os tutores. Há uma ênfase na comunicação real através do uso de tarefas reais numa variedade
de exercícios de línguas.
O material de aprendizagem inclui muitas das vezes atividades interativas, representações visuais e meios
multimédia (por exemplo, arquivos de áudio e vídeo) num ambiente de comunidades de aprendizagem online
que ajudam os participantes a desenvolver as quatro competências de aprendizagem de línguas (compreensão
auditiva e de leitura, escrita e expressão oral). Além disso, desta forma os alunos adquirem um contexto
cultural completo e também visual para a aprendizagem de línguas. Os participantes em comunidades de
aprendizagem online são introduzidos em situações do mundo real, onde interagem e comunicam com outros
alunos e tutores. A aprendizagem online através da comunicação aumenta a socialização online e a
inculturação e constitui uma prática interessante, motivadora e lúdica em muitos dos casos. Acresce que os
alunos podem aprender ao seu próprio ritmo, uma vez que eles podem aceder ao conteúdo online a qualquer
hora e em qualquer lugar.
Exemplo: boa prática para comunicação online
Hellas Alive © desenvolvido num espaço de trabalho multiusos online, a Cidade
Virtual, e ‘playspaces’ virtuais. Os participantes são convidados a conhecer, a interagir
socialmente e a colaborar com tutores e outros alunos através de diferentes
ferramentas, tais como mensagens sonoras, chat, e anúncios escritos. O Grego é
contextualizado através de vídeos e de outros medias. Existe também uma barra de
comunicação para feedback e colaboração dos alunos. O programa também inclui
Podcast Learning. Pode ser efetuado o download de 80 podcasts para mp3, CD e
formato PDF.
www.hellasalive.gr
4.4.9. Aprendizagem de línguas no terreno
No caso da maioria das línguas menos usadas e ensinadas, o desenvolvimento de material pedagógico e de
formação enfrenta dificuldades e é custoso de início devido ao pequeno número de pessoas que gostariam de
estar envolvidas em sistemas tradicionais de aprendizagem.
Por outro lado, à partida, a grande maioria dos indivíduos não está motivada para aprender uma das línguas
menos usadas nem os mesmos tencionam despender muito tempo em atividades de aprendizagem. Pelas
razões expostas, poderia ser muito mais fácil caso fosse possível combinar a "introdução teórica básica" com a
"aprendizagem no local de trabalho".
Ao aprender uma língua segundo esta metodologia, o indivíduo pode obter ao mesmo tempo a base teórica
necessária, a experiência de falar para utilizar na comunicação no quotidiano e a compreensão da
terminologia específica e necessária para a profissão que exerce.
4.4.10. Simulações de situações da vida real
O método para aprender uma língua estrangeira, incluindo as línguas menos usadas e ensinadas, , através da
simulação de situações da vida real permite ao aluno efetivamente comunicar de forma adequada nas várias
situações da vida cotidiana com as quais ele/ela se podem vir a deparar. Durante as aulas, os alunos aprendem
frases úteis e provérbios, que podem imediatamente aplicar nas situações da vida real fora da sala de aula. As
tarefas dadas exigem que os participantes resolvam um problema de algum tipo recorrendo à sua própria
experiência de vida e ao seu caráter. As simulações são úteis, motivadoras, envolvem atividades que
proporcionam incentivos para os alunos usarem a língua que aprenderam em situações práticas e de
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importantes. Este aspeto prático facultado pelo método de simulação de situações da vida real é muito útil
para todos os alunos de línguas estrangeiras, mas é especialmente importante para os migrantes que
aprendem alguma das línguas menos usadas e ensinadas , pois tais lições podem proporcionar-lhes não só as
competências linguísticas, mas também o conhecimento da cultura, das tradições e do próprio país em si,
relativamente à língua que estão a aprender.
Este tipo de aprendizagem não formal não só diminui a tensão dos alunos e cria ambiente mais descontraído
para a comunicação e aprendizagem, como também oferece oportunidades para a comunicação em
contextos autênticos. Consequentemente, tal poderá resultar num progresso mais eficiente e na satisfação
pessoal no processo de aprendizagem dessas línguas .
Exemplo: boa prática relacionada com simulações de situações da vida real
O projeto “Lithuanian language training and civic orientation courses for third-country
nationals using real life situation simulation techniques“ visa facilitar o processo de
integração dos imigrantes recém-chegados de fora da UE na sociedade lituana através
da aquisição de competências na língua Lituana e do aprofundamento do
conhecimento acerca da história, cultura, sociedade e sistema jurídico da Lituânia. A
formação na língua Lituana é realizada tanto num formato tradicional de sala de aula,
bem como por intermédio de formação prática interativa em competências
comunicativas . O programa de instrução formal é baseado em técnicas de simulação
de situações da vida real. Durante a formação prática informal, foram implementados
métodos utilizados em clubes de línguas.
http://sih.lt/en/tspi
4.4.11. Abordagem audiovisual para aprendizagem das línguas menos usadas e faladas,
fora do contexto da sala de aula
O uso de materiais audiovisuais (vídeos, imagens, gravações de áudio, etc.) é um método não tradicional, mas
muito atrativo e poderoso para promover as línguas menos usadas e ensinadas. São apresentados novos
conteúdos sob a forma de um diálogo. Com base no princípio de que a aprendizagem de línguas assenta na
formação de hábitos, o método promove a dependência de mimetismo e a memorização de um número de
frases feitas . As estruturas são sequenciais e ensinadas , uma de cada vez. São ensinados padrões estruturais
usando treinos repetitivos. Pouco ou nenhumas explicações gramaticais são fornecidas; a gramática é
ensinada indutivamente.
A abordagem audiovisual é muito flexível em relação ao ambiente de aprendizagem, pois proporciona a
possibilidade de aprender e promover as línguas em muitas áreas não convencionais e não tradicionais, como
sejam os transportes públicos, as áreas públicas na cidade, os centros comerciais, etc. Além disso, este aspeto
contribui também para a sensibilização do público para a diversidade linguística e promove a aprendizagem
intercultural.
Os benefícios mais significativos da utilização de representações audiovisuais fora da sala de aula em locais
não convencionais são os seguintes:
• Ampla promoção das línguas menos usadas e ensinadas , em ambientes que possam abranger não só
os aprendentes como também o público em geral;
• Desperta a curiosidade do público em geral para as línguas menos usadas e ensinadas ;
• Pode constituir um material de aprendizagem adicional para os aprendentes ;
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• Fornece um acesso flexível para aprender noções básicas dessas línguas.
Exemplo: boa prática para abordagem audiovisual
O projeto LANGUAGE ON THE MOVE é direcionado para os indivíduos que viajam de e entre países bálticos e nórdicos para trabalhar, estudar, fazer turismo . A fim de não se perderem e de se sentirem mais confortáveis num país estrangeiro, estes necessitam de um kit de sobrevivência do idioma (frases sociais, dicas úteis). Estas pessoas viajam através de diferentes tipos de transporte público para chegarem aos seus destinos: utilizam barcos, comboios, etc. Assim, a ideia principal do projeto é que, durante a viagem no transporte público, os mesmos sejam equipados com o kit de sobrevivência que compreende frases sociais úteis e dicas culturais através da introdução de métodos de ensino de línguas inovadores e não tradicionais.
4.4.12. Método de aprendizagem conjunta
No seio das famílias emigrantes que vivem há anos num determinado País, é um desafio para os Pais
falarem apenas a sua língua materna para promoverem , desde cedo, a aprendizagem da sua língua pelos seus
filhos. Os "clubes de pais" são um excelente método para dispor de um ambiente aberto, informal e de uma
plataforma para compartilhar dúvidas, preocupações e problemas enfrentados pelos pais de famílias em que
a língua materna é uma das línguas menos promovidas. Através de discussões abertas, materiais
educacionais, palestras e workshops, o aumento da proficiência da língua Letã e a sua efetiva aplicação no seio
de famílias pode ser alcançado. Deste modo , pretende-se promover a sobrevivência da língua materna,
em primeiro lugar , como língua de comunicação em casa e só então em contextos educativos formais ou
informais. Um dos maiores benefícios é o envolvimento dos pais nos processos de aprendizagem dos seus
filhos - eles aprendem juntos e os pais mostram motivação e vontade de ajudar os seus filhos.
Exemplo: boa prática para método de aprendizagem conjunta
‘Parents club for minority families to promote bilingual education’ A Agência da Língua Letã, em cooperação com
instituições de ensino pré-escolar, está a promover a aprendizagem precoce da língua Letã . Os pais ouvem conselhos,
recomendações, métodos e formas sobre a maneira de ensinar com sucesso a língua Letã aos seus filhos com idades
entre os 6 e os 8 anos. Durante os seminários, eles envolvem-se em diferentes workshops práticos lidando com exercícios,
jogos didáticos, bem como aspetos a considerar no crescimento de uma criança. Os pais discutem as dificuldades que
enfrentam e, em conjunto, tentam encontrar soluções. São fornecidos materiais de ensino que podem ser usados em
casa.
4.4.13. Coaching confidencial
As boas práticas SMILE selecionadas descrevem as metodologias para a formação de voluntários/professores
sobre como orientar os participantes migrantes em cursos de línguas que enfrentam dificuldades de
aprendizagem devido a problemas psicológicos e a situações de violência doméstica.
A metodologia do coaching confidencial é bem-sucedida porque combina o ensino de uma língua com a ajuda
a mulheres migrantes que vivem em situação de violência doméstica e são vulneráveis e de difícil abordagem.
O professor/voluntário é treinado sobre como construir uma relação de confiança com tais mulheres e ajudá-
las a sair da situação.
São alcançados os seguintes objetivos:
• Melhor comunicação numa língua local;
48
• maior participação numa sociedade local;
• estimulo à participação das comunidades de acolhimento na ajuda a concidadãos;
• aumento da conscientização e compreensão mútuas entre os migrantes de várias culturas.
Exemplo: boa prática para coaching confidencial
Metodologia de Coaching Confidencial O objetivo da formação é capacitar os voluntários quanto à forma de orientar os participantes por forma a sairem da espiral de violência e também a ajudá-los a melhorar as suas competências linguísticas. Para mais informações, consultar o site da ‘Stichting LOV’: www.stichtinglov.nl
4.4.14. Ferramentas de aprendizagem linguística baseadas nas TIC, recursos online para
autoaprendizagem
O uso de ferramentas baseadas nas TIC para a aprendizagem de línguas e de novas tecnologias de
comunicações móveis, tais como cursos de idiomas, dicionários e livros de frases online, aplicações móveis,
jogos de computador, etc. facilita a aprendizagem não formal e independente de línguas, especialmente nas
línguas menos usadas e ensinadas.
Tem sido desenvolvido um largo debate sobre o uso de computadores e da internet no ensino de línguas
estrangeiras ao longo dos últimos anos. As técnicas disponibilizadas, as atividades e o grau de aplicação nos
programas de ensino de línguas têm sido submetidas a uma série de alterações substanciais em linha com a
evolução tecnológica. A tecnologia tornou-se um desafio em muitos lares por todo o mundo e a sua influência
tem permeado em todas as facetas da vida das pessoas, incluindo ambientes educacionais. Este fenómeno
tem sido aclamado por muitos como a onda do futuro em que o ensino da língua será impulsionado por novos
avanços nos computadores, na internet e nas tecnologias móveis.
É indubitável que a utilização das TIC tem efeitos positivos no ensino/aprendizagem da língua estrangeira. O
seu impacto depende em larga escala da forma como é utilizado, da motivação dos professores e do seu know-
how. Os seguintes impactos parecem ser os mais óbvios sempre que se recorrer à utilização das TIC no apoio
ao ensino de línguas estrangeiras:
A possibilidade de adaptar facilmente os materiais de ensino de acordo com as circunstâncias, as
necessidades e capacidade de resposta dos alunos;
As TIC possibilitam a reação e o recurso a notícias recentes/diárias, permitindo o acesso a autênticos
materiais na web;
Possibilidade de combinar/usar alternadamente competências básicas (texto e imagens, áudio e vídeo,
...);
As palestras tornam-se mais interessantes e menos monótonas, o que aumenta o envolvimento dos
alunos;
As TIC permitem concentrar-se num aspeto específico da aula (pronúncia, vocabulário, ...).
Há uma evidência significativa dos benefícios e vantagens que a utilização das TIC pode ter sobre os alunos. O
uso eficaz dos impactos das TIC sobre os alunos em vários aspetos do processo de aprendizagem pode ser
resumido da seguinte forma:
49
As TIC aumentam a motivação dos alunos e, por conseguinte, o grau de compromisso e envolvimento
pessoal;
As TIC melhoram a aprendizagem independente;
A colaboração e comunicação dos formandos são mais importantes;
A realização e os resultados dos formandos são objeto de melhoria.
Quanto às perceções dos alunos relativamente às TIC, os estudantes trabalham com as tecnologias de forma
independente com o objetivo de atingirem um nível específico de domínio sobre um determinado conjunto de
conhecimentos. Ao mesmo tempo, fornece flexibilidade para os alunos, o que constitui uma vantagem para o
domínio da aprendizagem e da qualidade da aprendizagem.
As boas práticas SMILE dão a conhecer ferramentas online para a aprendizagem de línguas , por intermédio
do computador e a aprendizagem através de dispositivos móveis e de aplicações inovadoras que não
requerem conhecimentos avançados de informática por parte do aluno. Tal permite uma aprendizagem mais
individualizada e independente em termos de ritmo, tempo e lugar (casa, trabalho, em movimento).
Exemplo: boa prática para recursos linguísticos online
O principal objetivo do projeto ‘European CLIL Resource Centre for Web 2.0 Education’ é aumentar a exposição das crianças às línguas europeias e melhorar a qualidade do ensino através da implementação da abordagem AICL no desígnio europeu de aquisição de uma língua materna mais duas outras línguas estrangeiras. http://e-clil.uws.ac.uk/
5. Conclusão O objetivo deste documento é analisar com um maior grau de detalhe a procura de competências em línguas
menos usadas e ensinadas por entre diferentes setores, no que diz respeito à competitividade,
empregabilidade e inclusão social, tanto a nível nacional como da UE, bem como para identificar os principais
desafios e oportunidades para a aprendizagem e promoção dessas línguas.
Os parceiros da rede SMILE adotaram a seguinte definição de línguas menos usadas e ensinadas: são línguas
que são faladas por um número limitado de pessoas ou dominadas por linguagens mais comumente usadas.
Aproximadamente 50 milhões de pessoas na Europa falam uma língua regional ou minoritária, representando
10% da população da Europa. A existência de muitos termos usados para se referir a ‘línguas menores’ e a
diversidade linguística na Europa tornam complexa a adoção de uma definição única. As línguas menos usadas
e ensinadas incluem as línguas regionais e minoritárias e as (pequenas) línguas estatais, bem como idiomas
transfronteiriços e as chamadas línguas estratégicas da UE, tais como Chinês, Árabe, Russo, etc.. As principais
línguas (Inglês, Alemão, Francês, Espanhol e Italiano) são incluídas sempre que proporcionem valor
acrescentado e potencial transferência de boas práticas e métodos aplicáveis às línguas menos usadas e
ensinadas.
Para este documento, foi levada a cabo uma análise sobre os principais documentos lidando com as atuais
políticas europeias e estratégias no domínio da aprendizagem e promoção das línguas, a qual revela que as
prioridades da UE para os próximos anos são estabelecidas na implementação de medidas legislativas e
práticas para aumentar o emprego, a produtividade e a coesão social em todos os Estados-Membros. A este
respeito, os esforços devem ser envidados no sentido de atender às exigências do mercado de trabalho,
tornando a aprendizagem de línguas mais focada no aprendente, orientada para a prática e mais aplicável em
50
contextos profissionais. A procura e a oferta de competências linguísticas deverão, portanto, concentrar-se na
aprendizagem de línguas relacionadas com o emprego, tendo em consideração o facto de que os
empregadores necessitam de competências linguísticas, não apenas em idiomas mais tradicionais (como
Inglês, Alemão, Espanhol, etc.), mas também nas menos ensinadas, necessárias para nichos de mercado. A
importância é colocada também sobre a aprendizagem de línguas por parte de vários grupos desfavorecidos, a
fim de fortalecer a sua inclusão social e o seu desenvolvimento profissional futuro.
A globalização inevitavelmente aumenta a procura por conhecimentos de línguas estrangeiras nos mercados
de trabalho europeus no curto a médio prazo. No entanto, a análise situacional realizada apenas confirmou o
elevado grau de segregação existente no mercado de trabalho entre os diferentes Estados-Membros da UE e
demonstrou também a fragmentação regional e sectorial dos mercados de trabalho nacionais. Obviamente,
qualquer análise de procura realizada num contexto tão multidimensional apenas pode reafirmar a
condicionalidade da alocação por setores, especialmente quando se trata de boas práticas no domínio do
ensino de línguas, dado que a sua maioria pode ser aplicada com sucesso, independentemente do setor.
Além disso, a análise situacional realizada revelou que o domínio das línguas menos utilizadas configura uma
imagem ainda mais diversificada devido às grandes diferenças numa série de parâmetros, tais como a
demografia, a conjuntura política, a cultura e penetração das TIC, os sistemas educacionais, para citar apenas
alguns. A análise de procura de línguas num contexto tão multiforme é uma tarefa por si só extremamente
complexa, o que exigiria uma análise sistemática envolvendo múltiplas variáveis, como por exemplo que
idiomas podem trazer mais benefícios, seja para as pessoas, as comunidades, a sociedade em geral ou a
economia, e sendo que esta tarefa vai muito além do âmbito da rede SMILE. Por esse facto, o trabalho dos
parceiros nesta análise apenas confirmou a necessidade de uma pesquisa em maior escala e com maior grau
de detalhe relativamente à procura de competências linguísticas, tanto a nível da UE como dos países.
As atividades conjuntas dos parceiros SMILE foram baseadas no pressuposto de que a procura de
competências LWUTL existe e está a aumentar progressivamente ao nível da UE e a nível nacional, o que foi
confirmado após da análise das políticas e práticas nacionais em termos de aprendizagem de línguas. As
políticas e práticas discutidas sugerem que a política linguística nos países parceiros é influenciada pela
generalidade das políticas e prioridades educacionais, bem como por objetivos do foro social, como a coesão,
a inclusão, a tolerância e a solidariedade. A oferta linguística na educação formal e não-formal nos países
parceiros coloca o foco nas línguas populares da UE, o Inglês, Alemão e Francês, e adiciona idiomas de uma
importância estratégica e histórica para países específicos, como o Russo, Chinês, Árabe, Turco, as línguas de
países vizinhos, línguas migrantes dominantes, etc.. Apesar de as línguas mais raras também estejam
presentes no sistema educativo , a sua representatividade é baixa e depende, principalmente, da motivação
pessoal e profissional dos aprendentes .
Com base nos resultados da análise política nacional realizada, os parceiros SMILE concentraram os seus
esforços na seleção de exemplos de boas práticas que oferecem oportunidades para acomodação das línguas
menos usadas e ensinadas em ambientes favoráveis à aprendizagem de línguas e de suporte ao mercado de
trabalho e à inclusão social. As boas práticas identificadas disponibilizam métodos bem-sucedidos e
inovadores para a promoção e aprendizagem das línguas menos usadas e ensinadas em contextos situacionais
para estudantes de línguas em sistemas não tradicionais (pessoas desfavorecidas, desempregados ou pessoas
à procura de pré-qualificação, organizações setoriais, prestadores de EFP, etc.). Até à data, a base de dados
inclui mais de 300 boas práticas de 34 países focadas em 46 idiomas. A mesma irá contribuir para colmatar o
desajuste entre a oferta e a procura de competências em línguas e irá ajudar a aumentar a motivação dos
51
aprendentes, bem como irá incentivar o desenvolvimento e a disseminação de novos métodos de ensino de
línguas. Estes métodos são focados no aprendente, com uma orientação prática e mais aplicada a contextos
profissionais e, principalmente, provaram ser bem-sucedidos, por atenderem às necessidades dos sectores
identificados. Entre outros, métodos bem-sucedidos direcionados para as línguas menos usadas e ensinadas
incluem jogos de palavras e outras atividades de aprendizagem , recursos online para autoaprendizagem,
representação visual de línguas, aprendizagem entre pares. Estes são aplicáveis a vários setores e
configurações de aprendizagem de línguas (formais e não formais) e podem ser adaptados para atender às
necessidades reais de diferentes tipos de grupos-alvo e de aprendentes .
Os setores a mencionar foram identificados pelos parceiros da rede SMILE como os principais setores que
podem beneficiar da acomodação das línguas menos usadas e ensinadas nos respetivos países,
nomeadamente: educação de adultos, educação escolar, educação universitária, educação e formação
profissional, orientação e aconselhamento vocacional, comércio e indústria, consultoria, organizações
culturais, grandes empresas, PME, alunos com necessidades especiais, migrantes, idosos, pessoas
desfavorecidas, organizações de juventude, profissionais de saúde, formação de professores, sociedade civil,
trabalho voluntário e voluntários, prisões, artes e ofícios, negócios e comércio, serviços de edição, meios de
comunicação social e publicidade, sindicatos, mercados de trabalho, turismo, agricultura, construção civil ,
ecologia, minorias. Todos os setores enumerados são considerados ambientes importantes para a promoção
de oportunidades e para o aumento da motivação para a aprendizagem de línguas enquanto suportes para as
metas dos países em prol do crescimento económico e de uma maior coesão social.
A base de dados SMILE referentes às boas práticas recolhidas prevê não apenas recursos prontos a usar para a
aprendizagem e o ensino de línguas mas, mais importante, modelos criativos, ideias e novas abordagens das
línguas menos usadas e ensinadas que podem ser transferidos para outras línguas e para contextos
diferentes. A fim de superar os desafios da aprendizagem, esforços especiais devem ser envidados para
aumentar o nível de motivação dos alunos e para colocar em destaque a importância das competências em
comunicação intercultural e a aprendizagem de línguas para o desenvolvimento social, económico e político
num mundo cada vez mais globalizado.
À luz da atual crise de refugiados na Europa, a base de dados SMILE surge, mais do que nunca, com uma maior
relevância e pertinência. O número crescente de refugiados e de migrantes que entram na UE acarreta novos
desafios, tanto para as sociedades de acolhimento como para os recém-chegados, de entre os quais a
superação de barreiras de comunicação linguística e intercultural se afigura como sendo das mais críticas. Esta
situação, inevitavelmente, destaca a importância de línguas menos utilizadas e ensinadas, tanto numa
perspetiva de aprendizagem como de formação, e uma procura óbvia por diferentes abordagens de ensino e
de aprendizagem é acionada. A base de dados SMILE de exemplos de boas práticas irá contribuir de forma
significativa para satisfazer tal procura e tal deverá representar um passo em frente para ajudar a transformar
os desafios emergentes em oportunidades.
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