1. TPICOS CONTEMPORNEOS DE CONTABILIDADE PBLICA Incluindo: LEI
DE RESPONSABILIDADE FISCAL E EXERCCIOS RESOLVIDOS DE CONCURSOS
Leonardo Silveira do Nascimento e Bernardo Creimer Cherman TODOS OS
DIREITOS RESERVADOS VEMCONCURSOS 2005 www.vemconcursos.com.br
2. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Autores Leonardo Silveira do Nascimento
Contador, formado na Universidade de Braslia. Atualmente Analista
de Finanas e Controle na Secretaria do Tesouro Nacional - Ministrio
da Fazenda, na Coordenao-Geral de Contabilidade, aprovado em 1
lugar. Realiza acompanhamento e avaliao contbil das Unidades
Gestoras da Administrao Pblica Federal no tocante Contabilidade
Governamental (SIAFI) e Legislao Oramentria e Financeira. Foi
aprovado em outros concursos pblicos de nvel superior (em 3 lugar
para contador da Petrobras em 2000 e em 1 lugar para Auditor da
Petrobrs Distribuidora em 2002). Bernardo Creimer Cherman Professor
de Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Anlise de Balanos,
Auditoria e Contabilidade Avanada em diversos cursos preparatrios
para concursos pblicos. Aprovado nos concursos pblicos Fiscal de
Betim/MG, 14 lugar, Ministrio Pblico/MG (Setor de Contabilidade), 6
lugar, Tribunal de Alada/MG (Setor de Contabilidade), 1 lugar e
Analista de Finanas e Controle/DF - STN, 3 lugar, cargo que exerce
atualmente. -2 -
3. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman APRESENTAO Esta obra, estruturada em tpicos,
visa atualizar o concursando, o aluno de graduao em Contabilidade e
os gestores pblicos quanto implementao de novas rotinas e a reviso
das j existentes no tocante Execuo Oramentria, Patrimonial e
Financeira que esto no escopo da Contabilidade Governamental
Brasileira. O livro traz uma abordagem bastante atualizada com
Portarias e normas recentes da Secretaria do Tesouro Nacional. Com
o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n
101/2000) a Contabilidade Pblica ganhou uma importncia ainda maior
e houve uma significativa reformulao de alguns enfoques visando
adaptar nova lei. O livro traz, ainda, uma srie de exerccios
resolvidos de concursos. Os autores. -3 -
4. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman NDICE 1. Introduo 06 2. Noes de AFO e Introduo
Contabilidade Pblica 07 2.1. Noes de Administrao Financeira e
Oramentria AFO 07 2.2. Conceito, Objeto e Campo de Aplicao da
Contabilidade Pblica 20 2.3. Comparaes com a Contabilidade Privada
23 2.4. Exerccio Financeiro 25 2.5. Regime Contbil 25 2.6. Avaliao
de Itens Patrimoniais 26 2.7. Legislao Pertinente (Lei 4.320/64 e
Lei Complementar n 101/2000 - LRF) 27 3. Plano de Contas e Sistemas
de Contas 28 3.1. Plano de Contas da Administrao Pblica Federal 28
3.2. Sistemtica do Plano de Contas 39 4. Variaes Patrimoniais 40
4.1. Conceitos e Legislao 40 4.2. Fatos Permutativos e Fatos
Modificativos 41 4.3. Variaes Patrimoniais Ativas e Passivas 42
4.4. Variaes Ativas Oramentrias 44 4.5. Variaes Ativas
Extra-oramentrias 46 4.6. Variaes Passivas Oramentrias 47 4.7.
Variaes Passivas Extra-oramentrias 49 4.8. Conflitos Doutrinrios 51
4.9. Resumo 52 5. Sistema Integrado de Administrao Financeira do
Governo Federal SIAFI 53 5.1. Histrico 53 5.2. Evoluo, Campo de
Aplicao e Peculiaridades do Sistema 53 5.3. Funcionamento 54 5.4.
Principais Documentos 62 5.5. A Tabela de Eventos e Seus
Fundamentos Lgicos 65 5.6. Subsistema de Contas a Pagar e a Receber
CPR 72 5.6.1. Introduo 72 5.6.2. Conceitos Bsicos 73 5.6.3.
Sistemtica do CPR 74 5.6.4. Estrutura do Subsistema CPR 75 5.6.5.
Habilitao dos Usurios no CPR 82 5.7. SIAFI Gerencial 82 6.
Registros Contbeis Tpicos da Administrao Pblica no SIAFI 83 6.1.
Consideraes Gerais 83 6.2. Previso Inicial da Receita 85 6.3.
Previso Adicional da Receita 86 6.4. Anulao de Previso de Receita
86 6.5. Arrecadao da Receita (fato modificativo) 87 6.6. Arrecadao
da Receita (fato permutativo) 88 6.7. Registro dos Crditos Iniciais
Provenientes da LOA 89 6.8. Abertura de Crditos Adicionais
(suplementares, especiais e extraordinrios) 90 6.9. Cancelamento de
Crditos Oramentrios 91 6.10. Descentralizao Interna de Crditos
Oramentrios (Proviso) e Descentralizao da Programao Financeira
Correspondente. 91 6.11. Descentralizao Externa de Crditos
Oramentrios (Proviso) e Descentralizao da Programao Financeira
Correspondente. 92 6.12. Proposta de Programao Financeira (PPF) 95
6.13. Aprovao da Proposta de Programao Financeira (PFA) 97 6.14.
Liberao das Cotas de Despesa Aprovada (Execuo da PFA) 99 6.15.
Empenho da Despesa 101 6.16. Liquidao da Despesa do Exerccio 105
6.17. Restos a Pagar 107 6.18. Pagamento de Despesas do Exerccio
110 6.19. Pagamento de Restos a Pagar 111 6.20. Despesas de
Exerccios Anteriores 113 6.21. Dvida Ativa 114 6.22. Operaes de
Crdito 116 6.23. Emprstimos Concedidos 117 6.24. Registro de
Assinatura de Contratos 118 6.25. Aquisio, Alienao e Baixa de
Equipamentos e Materiais Permanentes 119 -4 -
5. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 6.26. Aquisio de Materiais de Consumo 122 6.27.
Contratao de Servios de Terceiros 124 6.28. Folha de Pagamento de
Pessoal 125 6.29. Suprimento de Fundos 129 6.30. Lanamentos
Relativos a Convnios 132 7. Estrutura e Anlise das Demonstraes
Contbeis 137 7.1. Consideraes Gerais 137 7.2. Balano Oramentrio 138
7.3. Demonstrao das Variaes Patrimoniais DVP 140 7.4. Balano
Patrimonial 143 7.5. Balano Financeiro 149 7.6. Demonstrao das
Disponibilidades por Fonte de Recursos DFR 155 7.7. Exemplo Prtico
de Elaborao dos Demonstrativos Exigidos pela Lei 4.320/64 157 8.
Gesto Fiscal Responsvel (LRF, Resolues do Senado Federal e
Portarias) 179 9. Estrutura das Demonstraes Contbeis Exigidas pela
LRF 211 9.1. Consideraes Gerais acerca dos Demonstrativos 211 9.2.
Relatrio de Gesto Fiscal e Anexo de Riscos Fiscais 212 9.3.
Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e Anexo de Metas Fiscais 238
10. Receitas Pblicas Manual de procedimentos (Portaria STN n
219/2004) 342 11. Dvida Ativa Manual de Procedimentos 349 12.
Detalhamento das Naturezas de Despesas (Portaria STN n 448/2002)
383 13. Transferncia de Recursos Intergovernamentais (Portaria STN
n 447/2002) 386 14. Contabilizao da Execuo Oramentria e Financeira
Descentralizada (Portaria STN 339/2001) 389 15. Procedimentos
Contbeis para o FUNDEF (Portaria STN 328/2001) 390 16. Consolidao
das Contas Pblicas no mbito da Unio, Estados, DF e Municpios 392
17. Contabilizao dos Regimes Prprios de Previdncia Social RPPS 397
18. Provas de Concursos Resolvidas e Comentadas 429 19. Legislao
Pertinente na ntegra 533 19.1. Lei 4.320/1964 533 19.2. Lei de
Responsabilidade Fiscal LRF 546 -5 -
6. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 1. INTRODUO O objetivo da presente obra
apresentar a Contabilidade Pblica nos seus aspectos macro e
micro-estruturais na forma de tpicos e exerccios resolvidos com
introduo na Administrao Financeira e Oramentria AFO, para melhor
compreenso da Contabilidade Pblica propriamente dita. Este livro
possui algumas inovaes e regulamentaes introduzidas por recentes
normas expedidas pela Secretaria do Tesouro Nacional STN, como o
Manual de Receitas Pblicas, o Manual da Dvida Ativa e os Manuais de
Elaborao dos Demonstrativos exigidos pela Lei Complementar n 101 de
2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Alm disso, a parte
referente ao Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo
Federal SIAFI, possui uma abordagem extremamente atualizada e
indita, principalmente no que se refere ao Subsistema de Contas a
Pagar e a Receber CPR, gerenciador do fluxo de caixa das Unidades
Gestoras que utilizam o SIAFI, que est sendo utilizado em larga
escala na Administrao Pblica Federal. -6 -
7. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 2. NOES DE AFO E INTRODUO CONTABILIDADE PBLICA
2.1. Noes de Administrao Financeira e Oramentria - AFO Nesta parte,
vamos nos ater aos conceitos oramentrios e doutrinrios a respeito
da receita e despesa pblicas sem entrar no mrito no tratamento
contbil de cada uma delas. Nos captulos seguintes ser dada mais
ateno a este aspecto. Receita Pblica O Manual de Receitas Pblicas,
aprovado pela Portaria STN n 219/2004 que visa padronizar os
procedimentos contbeis nos trs nveis de Governo, de forma a
garantir a consolidao das contas exigida na Lei de Responsabilidade
Fiscal , LRF (Lei Complementar n 101/2000) - define: Receitas
Pblicas so todos os ingressos de carter no devolutivo auferidas
pelo poder pblico em qualquer esfera governamental, para alocao e
cobertura das despesas pblicas. Dessa forma, todo o ingresso
oramentrio constitui uma receita pblica, pois tem como finalidade
atender s despesas pblicas. Observe que nem todos os ingressos de
disponibilidades so receitas pblicas, apenas os de carter no
devolutivo para cobertura de despesas pblicas. Os ingressos de
disponibilidades no podem ser confundidos com as receitas pblicas,
pois representam arrecadaes por parte do Poder Pblico
independentemente da sua destinao. Estes ingressos podem ser
oramentrios ou extra-oramentrios. Somente os ingressos oramentrios
so receitas pblicas, pois so os que vo financiar efetivamente os
gastos pblicos em programas e aes governamentais. Os ingressos
extra-oramentrios ou variaes ativas independentes da execuo
oramentria representam um passivo financeiro que, de acordo com o
art. 105 da lei 4.320/64, so compromissos cujo pagamento independa
de autorizao oramentria. O Manual de Receitas Pblicas define: os
ingressos extra-oramentrios so aqueles pertencentes ao ente pblico
arrecadados exclusivamente para fazer face s exigncias contratuais
pactuadas para posterior devoluo. Estes ingressos so denominados
recursos de terceiros. Da definio dada pelo Manual para ingressos
extra-oramentrios depreende-se que se trata de um ingresso de
carter devolutivo e, portanto, no deve ser considerado receita
pblica. -7 -
8. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman A receita pblica, por sua vez, pode ser efetiva
ou no efetiva, conforme os efeitos observados na Situao Patrimonial
Lquida (= Ativo Passivo ) no momento de sua arrecadao. Receita
Pblica Efetiva aquela em que os ingressos de disponibilidades de
recursos no foram precedidos de registro de reconhecimento do
direito e no constituem obrigaes correspondentes e por isto alteram
a situao patrimonial lquida (aumentam). Receita Pblica No-Efetiva
aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram
precedidos de registro do reconhecimento do direito e por isto no
alteram a situao patrimonial lquida. Classificao da Receita
conforme a Lei 4.320/1964 A lei 4.320/64 classificou a receita
pblica oramentria em duas categorias econmicas: corrente e capital.
Receitas Correntes De acordo com o Manual das Receitas Pblicas, as
receitas correntes so: ...os ingressos de recursos financeiros
oriundos das atividades operacionais, para aplicao em despesas
correspondentes, tambm em atividades operacionais correntes ou de
capital, visando o atingimento dos objetivos constantes dos
programas e aes de governo. So denominadas receitas correntes
porque so derivadas do poder de tributar ou da venda de produtos e
servios que contribuem para a finalidade fundamental do rgo ou
entidade pblica. So Receitas Correntes: Receitas Tributrias:
Impostos, Taxas e Contribuies de Melhoria. Receitas de Contribuies:
H uma grande controvrsia no que diz respeito classificao das
receitas de contribuies. O Manual de Receitas Pblicas classifica
esta espcie de receita pblica como Contribuies Sociais, Contribuio
de Interveno no Domnio Econmico (CIDE) e as Contribuies de
Interesse das Categorias Profissionais ou Econmicas. A Secretaria
de Oramento Federal - SOF, em seu Manual Tcnico, classifica as
receitas de contribuies apenas como Contribuies Sociais e
Contribuies Econmicas. -8 -
9. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Receita Patrimonial: So aquelas provenientes de
investimentos sobre o Ativo Permanente. So receitas imobilirias (de
aluguis, foros, laudmios etc); receitas de valores mobilirios
(juros de ttulos de renda, dividendos, participaes etc); receitas
de concesses e permisses (outorga de servios pblicos etc) Receita
Agropecuria: proveniente da atividade agropecuria de origem vegetal
ou animal. Receita Industrial: proveniente da atividade industrial
de extrao mineral, transformao, construo, etc. Receita de Servios:
proveniente da prestao de servios. Servios Comerciais, Financeiros,
de Transporte, de Comunicao, de Sade etc Transferncias Correntes:
provenientes de outros entes ou entidades, referentes a recursos
pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade
transferidora desde que o objetivo seja a aplicao em despesas
correntes. Outras Receitas Correntes: ingressos de outras origens
no classificadas nas anteriores para atendimento de despesas
correntes. Ex.: multas e juros de mora sobre tributos, contribuies
etc Receitas de Capital De acordo com o Manual das Receitas
Pblicas, as receitas de capital so: ... ingressos de recursos
financeiros oriundos de atividades operacionais ou no operacionais
para aplicao em despesas operacionais, correntes ou de capital,
visando ao atingimento dos objetivos traados nos programas e aes do
governo. So denominados receita de capital porque so derivados da
obteno de recursos mediante a constituio de dvidas, amortizao de
emprstimos e financiamentos e/ou alienao de componentes do ativo
permanente, constituindo- se em meios para atingir a finalidade
fundamental do rgo ou entidade, ou mesmo, atividades no
operacionais visando estmulo s atividades operacionais do ente. So
Receitas de Capital: Operaes de Crdito: proveniente da colocao de
ttulos pblicos ou contratao de emprstimos junto a entidades
estatais ou privadas. Alienao de Bens: Alienao de componentes do
Ativo Permanente Amortizao de Emprstimo: recebimento de parcelas de
emprstimos ou financiamentos concedidos Transferncias de Capital:
ingresso proveniente de outros entes referente a recursos
pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou transferidora desde
que o objetivo seja a aplicao em despesas de capital. -9 -
10. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Outras Receitas de Capital: ingressos de outras
origens no classificveis nas anteriores. Outras Definies do Manual
de Receitas Pblicas (Portaria STN n 219/2004) RECEITA PBLICA
ORIGINRIA a Receita Pblica Efetiva oriunda das rendas produzidas
pelos ativos do Poder Pblico, pela cesso remunerada de bens e
valores (aluguis e ganhos em aplicaes financeiras), ou aplicao em
atividades econmicas (produo, comrcio ou servios). uma classificao
da Receita Corrente. As Receitas Originrias tambm so denominadas
como Receitas de Economia Privada ou de Direito Privado. Ex:
Receitas Patrimoniais, Receitas Agropecurias, Receitas Comerciais,
Receitas de Servio, etc. RECEITA PBLICA DERIVADA a Receita Pblica
Efetiva obtida pelo Estado em funo de sua soberania, por meio de
Tributos, Penalidades, Indenizaes e Restituies. uma classificao da
Receita Corrente. As Receitas Derivadas so formadas por Receitas
Correntes, segundo a classificao da Receita Pblica por Categoria
Econmica. Ex: Receita Tributria, Receita de Contribuies, etc.
RECEITA FINANCEIRA So as receitas decorrentes de aplicaes
financeiras, operaes de crdito e alienao de ativos e outras.
RECEITA NO-FINANCEIRA So as receitas oriundas de tributos,
contribuies, patrimoniais, agropecurias, industriais, servios e
outras. RECEITAS PBLICAS ORDINRIAS So as receitas que ocorrem
regularmente em cada perodo financeiro. Ex.: Impostos, taxas,
contribuies, etc. RECEITAS PBLICAS EXTRAORDINRIAS So aquelas que
decorrem de situaes emergenciais ou em funo de outras de carter
eventual. Ex: Emprstimos compulsrios, doaes, etc. - 10 -
11. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman RECEITA CORRENTE LQUIDA Terminologia dada ao
parmetro destinado a estabelecer limites legais definidos pela LRF.
A Receita Corrente Lquida o somatrio das receitas tributrias, de
contribuies, patrimoniais, industriais, agropecurias, de servios,
transferncias correntes e outras receitas correntes, consideradas
as dedues conforme o ente Unio, Estado, Distrito Federal e
Municpios. A metodologia para o clculo da Receita Corrente Lquida
definida no Manual de Elaborao do Relatrio Resumido da Execuo
Oramentria quando trata do Demonstrativo da Receita Corrente
Lquida. RECEITA LQUIDA REAL Definio dada pela Resoluo do Senado
Federal n 96, de 15 de dezembro de 1989, que entende ser a receita
realizada nos doze meses anteriores ao ms em que se estiver
apurando, excludas as receitas provenientes de operaes de crdito e
de alienao de bens. A referida Resoluo dispe sobre as operaes de
crdito internas e externas dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municpios e de suas respectivas autarquias, inclusive concesso de
garantias, seus limites e condies de autorizao RECEITA
COMPARTILHADA Receita oramentria pertencente a mais de um
Beneficirio independente da forma de arrecadao e distribuio.
RECEITA PREVISTA, ESTIMADA OU ORADA Volume de recursos, previamente
estabelecido no oramento do Ente, a ser arrecadado em um
determinado exerccio financeiro, de forma a melhor fixar a execuo
da despesa. essencial o acompanhamento da legislao especfica de
cada receita onde so determinados os elementos indispensveis
formulao de modelos de projeo, como a base de calculo, as alquotas
e os prazos de arrecadao. RECEITA VINCULADA a receita arrecadada
com destinao especfica estabelecida em dispositivos legais. A
vinculao da receita torna a programao financeira menos flexvel,
deixando parte dos recursos disponveis apenas a uma destinao certa.
RECEITAS COMPULSRIAS So receitas cujas origens encontram-se nas
legislaes que impem aos particulares uma obrigao. So casos de
receita compulsria: os tributos, as contribuies e etc. - 11 -
12. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman RECEITAS FACULTATIVAS As receitas facultativas
possuem sua origem nos atos jurdicos bilaterais, ou seja, aquelas
decorrentes da vontade das pessoas, como exemplos surgem os aluguis
(Receita Patrimonial), preos pblicos, etc. RECEITAS PRPRIAS So as
receitas enquadradas como Tributrias, Patrimoniais, de Servios,
Industriais e outros que no sejam decorrentes de transaes que
guardem caractersticas de transferncias, mesmo que de outras
esferas governamentais, como convnios, e operaes de crditos.
RECEITAS DE FONTES DIVERSAS So aquelas que guardam caractersticas
de transferncias, mesmo que de outras esferas governamentais, como
convnios, e operaes de crditos, ou seja, so originrias de terceiros
que em determinados casos tero de ser devolvidos. ANTECIPAO DE
RECEITAS So os valores recebidos em virtude de um fato que
caracteriza uma antecipao da receita prevista. Ex.: Adiantamento de
fornecimentos. RECEITA LQUIDA a receita resultante da diferena
entra a Receita Bruta e as dedues. RECEITA VINCULADA a receita
arrecadada que em funo da legislao apresenta a sua destinao
estabelecida. RENNCIA DE RECEITA a no arrecadao de receita em funo
da concesso de isenes, anistias ou subsdios. Deve-se atentar, na
renncia de receita, ao disposto pela Lei n 101/2000 Lei de
Responsabilidade Fiscal art. 14, que determina critrios a serem
observados quanto a este fato que sero vistos posteriormente. Obs:
Algumas classificaes e codificaes utilizadas pelo Manual de
Receitas Pblicas, assim como o roteiro de como utilizar a
classificao, esto nos anexos desta obra. - 12 -
13. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Estgios da Receita Pblica 1 - Previso:
Estimativa de arrecadao da receita constante da LOA (Lei Oramentria
Anual). Sendo que esta est dividida em 2 partes: a primeira
consiste no estabelecimento da metodologia de elaborao da
estimativa e a segunda, consiste no lanamento que, segundo a Lei
4.320/1964, em seu art.53 : ... o ato da repartio competente, que
verifica a procedncia do crdito fiscal e a pessoa que lhe devedora
e inscreve o dbito desta. J o Cdigo Tributrio Nacional assim
conceitua o lanamento: Art.142 Compete privativamente autoridade
administrativa constituir crdito tributrio pelo lanamento, assim
entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a
matria tributvel, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicao da
penalidade cabvel. Obs: No confundir o lanamento do crdito
tributrio com o lanamento contbil. O lanamento do crdito tributrio
um procedimento administrativo com a finalidade descrita no art.
142 do CTN acima transcrito. O lanamento contbil o das partidas
dobradas obedecendo aos princpios gerais da contabilidade. 2 -
Arrecadao: entrega realizada pelos contribuintes aos agentes
arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente dos recursos devidos
ao Tesouro. A arrecadao ocorre somente uma vez, vindo em seguida o
recolhimento. Quando um ente arrecada para outro ente, cumpre-lhe
apenas entregar-lhe os recursos pela transferncia dos recursos no
sendo considerada arrecadao quando do recebimento pelo ente
beneficirio (texto do Manual de Receitas Pblicas). 3 -
Recolhimento: transferncia dos valores arrecadados conta especfica
do Tesouro observado o princpio da Unidade de Caixa representado
pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada
ente.(idem) Alguns outros aspectos introduzidos pelo Manual de
Receitas Pblicas no que tange prtica da contabilizao dos fatos
contbeis pertinentes Administrao Pblica sero abordados nos tpicos
seguintes. - 13 -
14. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Dvida Ativa De acordo com o art.39 da lei
4.320/64, as importncias relativas a tributo, multas e crditos da
Fazenda Pblica, lanados, mas no cobrados ou no recolhidos no
exerccio de origem, constituem Dvida Ativa a partir da data de sua
inscrio. De acordo com o exposto a dvida ativa pode ser tributria
ou no tributria. Para inscrio na dvida ativa essencial que o crdito
esteja vencido. Na Unio a dvida ativa ser inscrita depois de
verificada a sua liquidez e certeza na Procuradoria da Fazenda
Nacional. Importante: A inscrio da dvida ativa provoca aumento da
situao patrimonial sem que o numerrio tenha entrado efetivamente,
constituindo uma exceo ao regime de caixa (ver tpico Regime
Contbil). Despesa Pblica Todo pagamento efetuado a qualquer ttulo
pelos agentes pagadores constitui a despesa pblica (Joo Anglico).
Para este autor, dispndios, sadas, desembolsos ou despesas pblicas
so sinnimos. Para Jos Carlos Marion todo dinheiro que sai do caixa
despesa. Os desembolsos podem ser oramentrios ou extra-oramentrios.
Para Francisco Glauber Lima Mota, somente os desembolsos
oramentrios so despesas pblicas, posto que ela somente pode se
realizar via lei do oramento. Outros desembolsos, os autorizados
pela via administrativa ou outros instrumentos (exceto lei
oramentria) no podem ser intitulados de despesa extra oramentria,
mas simplesmente desembolsos extra-oramentrios.Os dispndios extra-
oramentrios so tambm conhecidas como variaes passivas independente
da execuo oramentria, apesar que, em algumas provas de concursos,
usa-se a notao despesa extra-oramentria. Despesa Pblica Efetiva Em
consonncia com as receitas pblicas, tambm podemos classificar as
despesas pblicas oramentrias em efetivas e no efetivas. A despesa
pblica efetiva reduz a situao lquida patrimonial, desta forma,
correspondendo ao conceito contbil de despesa, representando um
fato contbil modificativo diminutivo. Despesa Pblica No-Efetiva A
despesa pblica no efetiva origina-se de fatos permutativos do
patrimnio, no alterando desta forma, a situao lquida patrimonial. -
14 -
15. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Classificao da Despesa conforme a Lei
4.320/1964 De acordo com o art. 12 da lei 4.320/64, a exemplo da
receita, a despesa ser classificada nas seguintes categorias
econmicas: despesas correntes e despesas de capital. Despesas
Correntes As despesas correntes so aqueles dispndios oramentrios
que no contribuem para a aquisio ou formao de um bem de capital. So
os gastos utilizados na manuteno dos servios pblicos que tem a funo
de contrapartida aos ingressos arrecadados dos contribuintes e que
no trazem retorno imediato e tempestivo Administrao Pblica. So
Despesas Correntes: Despesas de Pessoal e Encargos Sociais:
Despesas com salrios do Pessoal Civil, Pessoal Militar, ativos ou
inativos e os respectivos Encargos. Juros e Encargos da Dvida:
Pagamento de juros, comisses e outros encargos de operaes de crdito
internas ou externas. Outras Despesas Correntes: Aquisio de
Material para Consumo, pagamento de servios por pessoas fsicas (sem
vnculo empregatcio) ou jurdicas ou outras despesas com o custeio da
Administrao Pblica no listadas nos outros Grupos de Despesa.
Despesas de Capital As despesas de capital so aquelas que
contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de
capital. So Despesas de Capital: Investimentos: Despesas com o
planejamento e a execuo de obras, inclusive com a aquisio de imveis
considerados necessrios realizao destas ltimas, e com a aquisio de
instalaes, equipamentos e material permanente. Obras Pblicas,
Servios em Regime de Programao Especial, Equipamentos e Instalaes,
Material Permanente, Participao em Constituio ou Aumento de Capital
de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrcolas. Inverses
Financeiras: Despesas com a aquisio de imveis ou bens de capital j
em utilizao; aquisio de ttulos representativos do capital de
empresas ou entidades de qualquer espcie, j constitudas, quando a
operao no importe aumento do capital; e com a constituio ou aumento
do capital de empresas. Aquisio de Imveis, Participao em Constituio
ou Aumento de Capital de - 15 -
16. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Empresas ou Entidades Comerciais ou
Financeiras, Aquisio de Ttulos Representativos de Capital de
Empresa em Funcionamento, Constituio de Fundos Rotativos, Concesso
de Emprstimos, Diversas Inverses Financeiras. Amortizao da Dvida:
Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da
atualizao monetria ou cambial da dvida pblica interna e externa,
contratual ou mobiliria. Amortizao da Dvida Pblica, Auxlios para
Obras Pblicas, Auxlios para Equipamentos e Instalaes, Auxlios para
Inverses Financeiras, Outras Contribuies. Estgios da Despesa Pblica
A Lei do Oramento (LOA) o documento que caracteriza a fixao da
despesa oramentria. O estgio da fixao termina com a edio da lei
oramentria. Alguns grandes nomes da doutrina no consideram a fixao
como estgio da despesa, apenas considerando os demais (empenho,
liquidao e pagamento), ou seja, s os estgios que dizem respeito
exclusivamente execuo da despesa pblica. A Contabilidade
Governamental adota esta ltima corrente, pois seu objeto, a execuo
oramentria. No ciclo oramentrio, na etapa da fixao e tambm aps
esta, os crditos oramentrios so consignados a cada Unidade
Oramentria e para cada crdito h uma dotao (montante)
correspondente. O Oramento, por possuir uma natureza dinmica,
apresenta as seguintes excees s despesas fixadas, chamadas crditos
adicionais, que podem ser: Crditos Suplementares - destinado ao
reforo da dotao oramentria j existente. utilizado quando os crditos
so ou se tornam insuficientes. Crditos Especiais destinado s
despesas para as quais no haja dotao oramentria especfica na Lei
Oramentria Anual. O crdito especial cria uma nova despesa
oramentria para atender a um objetivo no previsto inicialmente no
Oramento. Crditos Extraordinrios destinado a atender despesas
urgentes e imprevistas como as decorrentes de guerra, comoo interna
ou calamidade pblica. Independem da existncia prvia de recursos
disponveis. Com isto, vamos aos estgios da Despesa considerados
pela maioria da doutrina: 1 Empenho: Segundo a Lei 4.320/1964, o
ato emanado de autoridade competente (chefe do executivo ou outros,
por delegao de competncia) que cria para o estado obrigao de
pagamento pendente ou no de implemento de condio. O empenho no cria
obrigao e sim ratifica a garantia ao fornecedor de pagamento.
Ressalvado o disposto em lei complementar, - 16 -
17. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman vedado aos municpios empenhar no ltimo ms do
mandato do prefeito mais do que o duodcimo da despesa prevista no
oramento (exceto nos casos de calamidade pblica). Para cada empenho
ser extrada a nota de empenho. O empenho sempre anterior execuo da
despesa, portanto, no existe empenho posterior. O que pode haver um
posterior reforo do empenho j existente. vedada a realizao de
despesa (pagamento) sem prvio empenho. Em casos especiais previstos
na legislao especfica ser dispensada a nota de empenho (mas no o
empenho). H 3 modalidades de empenho: Empenho Ordinrio ou Normal:
p/ despesas normais. Pagamento em uma nica prestao. Empenho por
Estimativa: Quando no se pode determinar o montante da despesa como
por ex. gua, luz, telefone, combustveis, viagens, adiantamento a
funcionrios, etc. O valor da despesa determinado por estimativa. -
Se a estimativa for menor que o valor exato, far-se- o empenho
complementar (reforo de empenho). A fonte a dotao. - Se a
estimativa for maior, anula-se a diferena revertendo dotao onde
ocorreu a despesa. emitida a nota de anulao. - No exerccio
subseqente, as despesas que no se processarem na poca prpria podero
ser pagas conta da dotao Despesas de Exerccio Anteriores. Empenho
Global: Utilizado p/ despesas contratuais (ex: aluguel de imvel com
pagamento mensal) e outras sujeitas a parcelamento. Um empenho
global por ano caso o contrato exceda o exerccio. 2 Liquidao: a
verificao do implemento da condio. Nesta fase deve-se verificar o
cumprimento da obrigao, tendo por base o contrato, a nota de
empenho e os comprovantes de entrega. Feita a liquidao, emitida a
Ordem de Pagamento que o despacho exarado pela autoridade
competente determinando que a despesa seja paga. A realizao da
despesa ocorre com a liquidao. 3 Pagamento: o efetivo desembolso
financeiro, precedido do empenho e da liquidao. Ser efetuado por
tesouraria ou pagadoria, por estabelecimentos bancrios credenciados
e, em casos excepcionais, por meio de adiantamentos. - 17 -
18. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Restos a Pagar As despesas empenhadas e no
pagas at 31 de dezembro so consideradas restos a pagar,
dividindo-se em processadas (liquidadas) e no processadas (no
liquidadas). A inscrio de restos a pagar feita de modo automtico.
Caso os restos a pagar sejam pagos, o pagamento considerado
dispndio extra-oramentrio. Caso no sejam pagos sero cancelados ao
final do exerccio, entretanto o direito permanece pelo prazo de
cinco anos (prazo prescricional) a contar da data da inscrio. Na
Unio, as despesas liquidadas iro constituir os restos a pagar
processados, enquanto que aquelas no liquidadas podero ou no serem
inscritas em restos a pagar no processados. Ainda, na Unio, os
critrios para inscrio de restos a pagar no processados so os
seguintes: - ainda vigente prazo para cumprimento da obrigao
assumida pelo credor; - vencido prazo para cumprimento da obrigao,
mas esteja em curso a liquidao da despesa, ou seja, de interesse da
administrao exigir o cumprimento da obrigao assumida pelo credor; -
se destinar a atender transferncias a instituies pblicas ou
privadas; e - corresponder a compromisso assumido no exterior. Na
Unio, os restos a pagar no processados quando inscritos so
forosamente liquidados surgindo a figura restos a pagar no
processados liquidados. Importante: A inscrio de restos a pagar no
processados uma exceo ao regime de competncia (ver tpico Regime
Contbil). Depois de cancelados, caso as dvidas sejam pagas, a
despesa dever ser executada conta despesas de exerccios anteriores.
Este dispndio oramentrio. Com relao anulao de restos a pagar
observam-se dois casos: - Quando o valor j havia sido pago, a
restituio classificada como receita oramentria. - Se a despesa no
havia sido paga a baixa tambm ser classificada como receita
oramentria, exceo ao regime de caixa para a receita. - 18 -
19. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Despesas de Exerccios Anteriores So quatro os
casos de despesas de exerccios anteriores: - Despesa de exerccios
encerrados no processados na poca prpria; - Restos a pagar com
prescrio interrompida; - Compromissos reconhecidos aps o
encerramento do exerccio financeiro criados em virtude de lei; -
Valor inscrito em restos a pagar menor que o valor real da despesa
a ser paga. Despesas que no se tenham processado na poca prpria so
aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado
no encerramento do exerccio correspondente, mas que, dentro do
prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigao. Restos a
Pagar com prescrio interrompida so as despesas cuja inscrio como
restos a pagar tenham sido canceladas, mas ainda vigente o direito
do credor. Compromissos reconhecidos aps o encerramento do exerccio
so as obrigaes de pagamento criadas em virtude de lei, mas somente
reconhecido o direito do reclamante aps o encerramento do exerccio
correspondente. Suprimento de Fundos Tambm conhecido como regime de
adiantamentos, aplicvel aos casos de despesas expressamente
definidos em lei e consiste em entrega de numerrio a servidor,
sempre precedida de empenho na dotao prpria para o fim de realizar
despesas que no possam subordinar-se ao processo normal de aplicao
(art.68). O adiantamento uma excepcionalidade. Observe que pela
prpria natureza do adiantamento, o servidor, como regra, no poder
realizar gastos de capital (ex: compra de equipamentos, imveis,
instalaes, etc). No se far adiantamentos a servidor em alcance nem
a responsvel por dois adiantamentos (Observe que o servidor pode
receber at 2 adiantamentos). Alcance: Caracteriza-se pela no
prestao de contas no prazo ou no aprovao de contas (aplicao do
dinheiro em despesas que no aquelas para as quais foi feito o
adiantamento). O Suprimento de Fundos ser contabilizado e includo
nas contas do Ordenador como despesa realizada; as restituies, por
falta de aplicao, parcial ou total, ou aplicao indevida,
constituiro anulao de despesa, ou receita oramentria, se recolhidas
aps o encerramento do exerccio. necessrio ressaltar que vedada a
aquisio de material permanente por suprimento de fundos. - 19
-
20. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 2.2. Conceito, Objeto e Campo de Aplicao da
Contabilidade Pblica A Contabilidade Pblica o ramo da Cincia
Contbil que registra, controla e demonstra os atos e fatos
relativos Administrao Pblica. A Contabilidade Pblica deve ser
considerada como um sistema de informao e avaliao destinado a
prover seus usurios com demonstraes e anlises de natureza
oramentria, econmica, financeira, fsica e industrial. Quem seriam
estes usurios? Os gestores do Patrimnio Pblico e das polticas
econmicas e sociais do pas para a tomada de decises; a populao em
geral, como instrumento de transparncia e confiabilidade da execuo
oramentria, financeira e patrimonial da Administrao Pblica; os
organismos internacionais de crdito e fomento, utilizando os
demonstrativos como forma de espelhar a situao do pas e a
capacidade de retorno de investimento ou de solvncia de obrigaes
relativas a operaes de crdito. Objeto O objeto da Contabilidade
Pblica, assim como da Contabilidade Privada, em sentido amplo, o
Patrimnio (bens, direitos e obrigaes). Mas neste aspecto, a
Contabilidade Pblica possui diferenas significativas em relao ao
enfoque dado ao objeto. No so objeto da Contabilidade Pblica, por
exemplo, bens pblicos de uso generalizado como pontes, estradas,
praas, monumentos etc apesar de estes ltimos fazerem parte do
Patrimnio Pblico. Verificar se esta frase est correta j que o
objeto da contabilidade pblica o patrimnio pblico e o oramento. O
objeto da Contabilidade Pblica utiliza-se dos conceitos do Cdigo
Civil para caracterizar o que seja o seu objeto: os bens de uso
restrito, especfico e no generalizado. Alm disso, constitui objeto
da Contabilidade Pblica, o oramento pblico e os atos
administrativos (acordos, contratos, ajustes, convnios etc). Campo
de Aplicao O campo de aplicao da Contabilidade Governamental ou
Contabilidade Pblica pode ser abordado sob dois aspectos: o aspecto
dos fatos contbeis abrangidos e pelo aspecto dos rgos e entidades
que devem seguir os seus preceitos e regras. Sob o primeiro
aspecto, podemos citar o art. 85 da Lei 4.320/1964, que dispe: Os
servios de Contabilidade sero organizados de forma a permitir o
acompanhamento da execuo oramentria, o conhecimento da composio
patrimonial, a determinao dos custos dos servios industriais, o
levantamento dos balanos gerais, a anlise e a interpretao dos
resultados econmicos e financeiros. - 20 -
21. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Depreende-se do artigo citado que o objetivo da
Contabilidade Pblica o de atender Administrao com informaes que
permitam ao gestor a tomada de decises, contribuindo, desta forma,
para a consecuo da finalidade da Administrao Pblica que o bem estar
social. Podemos ver que a Contabilidade Governamental inicia o seu
papel na execuo oramentria e, portanto, no contempla as fases
anteriores da atividade financeira do estado que so o planejamento
e a elaborao e a aprovao do Oramento. Aps a elaborao e aprovao do
oramento e a fixao da programao financeira para o exerccio, a
Contabilidade Pblica de posse dos dados dos recursos oramentrios e
financeiros disponibilizados a cada Unidade Gestora dos rgos da
Administrao Pblica, comea a acompanhar a execuo propriamente dita
destes recursos. necessrio esclarecer que a Contabilidade
Governamental brasileira, ao contrrio de vrios outros pases,
contempla a execuo oramentria no mtodo das partidas dobradas. Com
isto, vrios equvocos so observados na interpretao dos dados. A
Contabilidade da esfera privada no contabiliza o oramento. Ela
apenas registra as permutaes e alteraes do patrimnio sem incluir no
seu escopo a previso de suas receitas e despesas, a qual feita,
previamente, de forma extra-contbil. Contempla os aspectos
financeiros, patrimoniais e industriais, mas no contempla o aspecto
oramentrio. Mais especificamente, por fora dos arts. 85 e 89 da Lei
4.320/164, a Contabilidade Pblica evidencia os fatos ligados
administrao oramentria, financeira, patrimonial e industrial alm de
fazer o levantamento dos balanos gerais e prover a anlise e
interpretao dos resultados econmicos e financeiros. Os art. 90 e 91
da mesma lei, dispem: A Contabilidade dever evidenciar, em seus
registros, o montante dos crditos oramentrios vigentes, a despesa
empenhada e a despesa realizada, conta dos mesmos crditos, e as
dotaes disponveis. O registro contbil da receita e da despesa
far-se- de acordo com as especificaes constantes da Lei de Oramento
e dos crditos adicionais. devido esta especificidade da
Contabilidade Governamental que as suas receitas e despesas seguem,
primordialmente, o conceito oramentrio e no o conceito estritamente
contbil. Na Contabilidade Geral, aprendemos que s h receita ou
despesa quando h a alterao do patrimnio lquido, j na Contabilidade
Pblica, qualquer ingresso ou dispndio considerado receita ou
despesa, respectivamente, independente da afetao ou no do Patrimnio
Lquido. Esta a evidncia da predominncia do conceito oramentrio na
Contabilidade Governamental brasileira. A tendncia mundial no
momento a aproximao da Contabilidade Pblica aos Conceitos j
enraizados da Contabilidade Privada atravs de Organismos
Internacionais como a - 21 -
22. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Federao Internacional dos Contadores IFAC em
suas Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Pblico NICSP.
Ainda sob o primeiro aspecto, necessrio notar o que dispe o art. 87
da Lei 4.320/1964: Haver controle contbil dos direitos e obrigaes
oriundos de ajustes ou contratos em que a administrao pblica for
parte. Neste ponto, a lei obriga que haja escriturao contbil dos
fatos contbeis originados de atos administrativos (e no fatos
administrativos), ou seja, das potencialidades de afetao do
patrimnio lquido. Esta escriturao, a princpio, no altera a situao
patrimonial lquida e so feitas em contas contbeis de compensao,
tambm chamadas contas de controle. No Plano de Contas, que ser
visto nos tpicos seguintes, veremos as contas que dizem respeito a
este controle das potencialidades. A Lei 4.320/1964 tambm
especifica nos arts. 94 a 100 diversas regras a serem observados
pela Contabilidade Governamental no que se refere abrangncia de
seus registros dos atos e fatos contbeis. Art. 94. Haver registros
analticos de todos os bens de carter permanente, com indicao dos
elementos necessrios para a perfeita caracterizao de cada um deles
e dos agentes responsveis pela sua guarda e administrao. Art. 95 A
contabilidade manter registros sintticos dos bens mveis e imveis.
Art. 96. O levantamento geral dos bens mveis e imveis ter por base
o inventrio analtico de cada unidade administrativa e os elementos
da escriturao sinttica na contabilidade. Art. 97. Para fins
oramentrios e determinao dos devedores, ter-se- o registro contbil
das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivao. Art. 98.
Vetado. Pargrafo nico. A dvida fundada ser escriturada com
individuao e especificaes que permitam verificar, a qualquer
momento, a posio dos emprstimos, bem como os respectivos servios de
amortizao e juros. Art. 99. Os servios pblicos industriais, ainda
que no organizados como empresa pblica ou autrquica, mantero
contabilidade especial para determinao dos custos, ingressos e
resultados, sem prejuzo da escriturao patrimonial e financeira
comum. Art. 100 As alteraes da situao lquida patrimonial, que
abrangem os resultados da execuo oramentria, bem como as variaes
independentes dessa execuo e as supervenincias e insubsistncias
ativas e passivas, constituiro elementos da conta patrimonial. - 22
-
23. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Este ltimo artigo ser objeto de um dos tpicos
desta obra que trata sobre Variaes Patrimoniais. Sob o segundo
aspecto, o dos rgos e entidades abrangidos pela Contabilidade
Pblica, podemos citar o art. 83 da Lei 4.320/1964, que dispe: A
Contabilidade evidenciar perante a Fazenda Pblica a situao de todos
quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas,
administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados. O
campo de aplicao da Contabilidade Pblica sob este enfoque a
Administrao Pblica nas trs esferas de Governo (Federal, Estadual e
Municipal), e ainda, as autarquias, fundaes e empresas pblicas
quando estas fizerem uso de recursos pblicos constantes das leis
oramentrias. Aplica-se tambm aos 3 Poderes (Executivo, Legislativo
e Judicirio). 2.3. Comparaes com a Contabilidade Privada Como visto
anteriormente, tanto as despesas quanto as receitas podem ser
efetivas ou no efetivas. As receitas e despesas efetivas so aquelas
que modificam a situao patrimonial lquida do ente, so oriundas de
fatos modificativos. Essas receitas so contabilizadas como na rea
empresarial. Por outro lado, as receitas e despesas no efetivas no
modificam a situao patrimonial lquida do ente e so oriundas de
fatos permutativos. Estas no so contabilizadas como na rea
empresarial. Os exemplos a seguir demonstram algumas situaes em que
o tratamento contbil da Contabilidade Pblica difere da
Contabilidade Privada. No tpico Variaes Patrimoniais ser feito um
aprofundamento neste assunto. Exemplo 1: Suponha que um ente pblico
receba dinheiro pela prestao de um servio. Trata-se de um fato
modificativo. Logo uma receita efetiva e contabilizado como na
contabilidade empresarial (contabilidade privada). O lanamento
simplificado seria: D - Banco/Caixa C - Receita Oramentria
....................XX Exemplo 2: O ente pblico pede emprstimo
junto a um banco. Observe que se trata de um fato permutativo.
Logo, a receita (entrada de dinheiro) no efetiva. Como utilizado o
regime de caixa na administrao pblica, a entrada de dinheiro
registrada como receita, entretanto observe que como o fato
permutativo (receita no efetiva), criou-se na administrao pblica
uma conta de resultado para quot;retirarquot; o efeito da receita.
Assim, teramos dois lanamentos de primeira frmula: - 23 -
24. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman D - Caixa C - Receita Oramentria
....................XX D - Mutaes Passivas (conta de resultado
diminutivo) C - Emprstimos Bancrios a Pagar
......................................XX Observe que a conta Mutaes
Passivas quot;anulaquot; o efeito da Receita Oramentria. Assim, no
resultado final, o fato permutativo. As mutaes passivas so
provenientes de uma receita. Na Contabilidade empresarial, o
lanamento deste fato o seguinte: D - Caixa C - Emprstimos Bancrios
a Pagar ....................................XX Exemplo 3: Suponha
que Administrao Pblica pague pela prestao de um servio qualquer.
Trata-se de um fato modificativo (diminutivo). Logo a despesa
efetiva (diminui a situao patrimonial lquida). O lanamento
(simplificado) feito como na rea empresarial: D - Despesa
Oramentria C -
Caixa/Bancos....................................................................XX
Exemplo 4: Suponha que a Administrao Pblica compre vista um
equipamento. Trata-se de um fato permutativo. Logo teremos uma
despesa no efetiva. Como vimos, qualquer pagamento efetuado pela
Administrao Pblica considerada uma despesa. Logo este pagamento
deve ser considerado uma despesa. Como no caso visto acima (para as
receitas) devemos ter uma conta para anular o efeito desta despesa.
Assim, o lanamento seria: D - Despesa C - Caixa/Bancos
...................................................XX D -
Equipamentos C - Mutao Ativa (Resultado Aumentativo) ..........XX A
conta Mutao Ativa anula o efeito da despesa no resultado. Assim, no
resultado final o fato tratado como permutativo. Na contabilidade
empresarial o lanamento seria: D - Equipamentos C -
Caixa/Bancos................................................XX - 24
-
25. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 2.4. Exerccio Financeiro Conforme o art. 34 da
Lei 4.320/1964, o exerccio financeiro coincidir com o ano civil,
comeando em 1 de janeiro e encerrando em 31 de dezembro de cada
ano. Devido ao enfoque oramentrio dado Contabilidade Pblica
brasileira, h o respeito pelo princpio oramentrio da anualidade que
estabelece que as previses de receita e despesa e sua execuo devem
referir-se sempre a um perodo limitado de tempo. 2.5. Regime
Contbil De acordo com o artigo 35 da lei 4.320, pertencem ao
exerccio financeiro: I - as receitas nele arrecadadas; e II - as
despesas legalmente empenhadas. De acordo com o artigo, utiliza-se
o chamado Regime Misto na Administrao Pblica: Caixa para as
receitas e Competncia para as despesas. Observao: As normas
internacionais de contabilidade do setor pblico (NICSP) sugerem o
uso do regime de competncia tanto para as despesas quanto para as
receitas. Assim, de acordo com o inciso I, o quot;fato geradorquot;
da receita seu efetivo recebimento. Se, por exemplo, a Administrao
Pblica prestar um servio em maro, e receber o numerrio em junho, a
receita ser contabilizada em junho. Outro exemplo, se a Administrao
Pblica prestar um servio em dezembro de XO e receber o numerrio em
janeiro de X1, a receita ser contabilizada em X1 (oramento de X1).
Observao: De acordo com o Manual de Receitas Pblicas (Portaria STN
n 219/2004), o reconhecimento de receita para o ente a combinao da
instituio de um tributo e sua incluso no oramento. Exceo ao Regime
de Caixa A inscrio na Dvida Ativa uma exceo ao Regime de Caixa, j
que provoca um aumento na situao patrimonial sem que o numerrio
tenha entrado efetivamente. De acordo com o disposto no inciso II,
para que uma despesa possa ser considerada do exerccio, necessrio
que seja legalmente empenhada. Deste modo, se, por exemplo, a
Administrao Pblica fizer um empenho em X0 relativo a uma prestao de
servio de um fornecedor, sendo o servio realizado em X0 e pago em
X1, a despesa considerada do exerccio de X0. - 25 -
26. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Exceo ao Regime de Competncia A inscrio de
restos a pagar no processados uma exceo ao regime de competncia j
que a despesa reconhecida sem que tenha ocorrido o fato gerador (a
liquidao da despesa). De acordo com a lei 4.320/1964, so despesas
do exerccio aquelas legalmente empenhadas. Os restos a pagar no
processados constituem despesas do exerccio (j que foram
empenhados) cujo fato gerador no ocorreu (no foram liquidados).
2.6. Avaliao de Itens Patrimoniais A avaliao dos itens patrimoniais
esto constantes do art. 106 da lei 4.320/1964, que estabelece: Art.
106. A avaliao dos elementos patrimoniais obedecer as normas
seguintes: I - os dbitos e crditos, bem como os ttulos de renda,
pelo seu valor nominal, feita a converso, quando em moeda
estrangeira, taxa de cmbio vigente na data do balano; II - os bens
mveis e imveis, pelo valor de aquisio ou pelo custo de produo ou de
construo; III - os bens de almoxarifado, pelo preo mdio ponderado
das compras. 1 Os valores em espcie, assim como os dbitos e
crditos, quando em moeda estrangeira, devero figurar ao lado das
correspondentes importncias em moeda nacional. 2 As variaes
resultantes da converso dos dbitos, crditos e valores em espcie
sero levadas conta patrimonial. 3 Podero ser feitas reavaliaes dos
bens mveis e imveis. - 26 -
27. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 2.7. Legislao Pertinente (Lei n 4320/64 e Lei
Complementar n 101/2000 - LRF) A Contabilidade Pblica est
normatizada, primordialmente, pela Lei 4.320/1964 em especial nos
artigos 83 a 106. A Lei 4.320/1964 a lei que regulamenta as normas
gerais para a elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio,
dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal. A sua essncia
oramentria, embora dedique uma parte regulamentao da Contabilidade
Governamental. Os conceitos oramentrios esto arraigados na
Contabilidade Pblica e, por isso, ela possui algumas peculiaridades
em relao Contabilidade Privada como o regime misto (de caixa para
as receitas e de competncia para as despesas), por exemplo. Alm
disso, os registros contbeis no seguem a mesma lgica da
Contabilidade Geral. Atualmente, as Normas Internacionais de
Contabilidade do Setor Pblico NICSP, esto fazendo com que haja um
esforo a nvel global de aproximao da Contabilidade Governamental da
Contabilidade Privada, adotando o regime de competncia para
receitas e despesas, aumentando o enfoque patrimonialista da
Contabilidade em detrimento do enfoque oramentrio. A Lei de
Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar n 101/2000) trouxe
vrias inovaes na Contabilidade Pblica no que se refere aos
registros contbeis, mas, principalmente, quanto aos demonstrativos
que foram acrescentados. A Secretaria do Tesouro Nacional vem
expedindo diversas normas e procedimentos para a adaptao ao marco
da LRF. Os manuais de elaborao dos demonstrativos exigidos pela LRF
sero objeto desta obra mais adiante. A LRF, apesar de tratar do
mesmo assunto, no revoga nem substitui a Lei n 4.320/1964. A
Constituio Federal exige que uma Lei Complementar trate deste
assunto e, portanto, a Lei n 4.320/1964 tem status de Lei
Complementar, apesar de ser uma Lei Ordinria. A LRF atende ao art.
165 da Constituio em seu inciso II, 9: Cabe Lei Complementar
estabelecer normas de gesto financeira e patrimonial da administrao
direta e indireta, bem como condies para a instituio e
funcionamento dos Fundos. - 27 -
28. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 3. PLANO DE CONTAS E SISTEMA DE CONTAS 3.1.
Plano de Contas da Administrao Pblica Federal A Execuo contbil,
relativa aos atos e fatos de gesto financeira, oramentria e
patrimonial, por parte dos rgos e Entidades da Administrao Pblica
Federal, obedece ao Plano de Contas elaborado e mantido de acordo
com os padres estabelecidos, tendo como parte integrante a Relao de
Contas, a Tabela de Eventos (adendo A) e a Tabela de Conta-corrente
Contbil (adendo B). Neste tpico, estudaremos a Relao de Contas e a
Tabela de Contas- correntes contbeis. A tabela de eventos ser
objeto de um estudo parte no tpico SIAFI, pois esta s aplicvel por
causa da plataforma do SIAFI constituda em um sistema
informatizado. Relao de Contas Conceito de Conta A Conta o ttulo
representativo da composio, variao e estado do patrimnio, bem como
de bens, direitos, obrigaes e situaes nele no compreendidas, mas
que, direta ou indiretamente, possam vir a afet-lo, exigindo por
isso o controle contbil especfico. A Contabilidade para manter a
sua confiabilidade dever sempre ser estruturada em contas e
documentos (eletrnicos ou no) que representam os fenmenos contbeis
(devidamente comprovados por papis). A estrutura do Plano de Contas
atual objetiva, principalmente: Realar o estado patrimonial e suas
variaes, concentrando as contas tpicas de controle nos grupos de
compensao de forma a propiciar o conhecimento adequado da situao
econmico-financeira da gesto administrativa; Padronizar o nvel de
informaes dos rgos e entidades da administrao direta e indireta com
a finalidade de auxiliar o processo de tomada de deciso, ampliando
o leque de alternativas gerenciais, e facilitar a elaborao do
Balano Geral da Unio; Permitir, por meio da relao de contas e da
tabela de conta- corrente, a manuteno de um sistema integrado de
informaes oramentrias, financeiras e patrimoniais na Administrao
Pblica Federal, com a extrao de relatrios necessrios anlise
gerencial, incluindo balanos e demais demonstraes contbeis, capazes
de atender aos aspectos legais e fiscais. - 28 -
29. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Desdobramento da Conta A Relao de Contas est
disponvel na forma ON LINE, podendo ser consultada por meio da
transao CONCONTA, no SIAFI, compreendendo sete nveis de
desdobramento, classificados e codificados de acordo com a seguinte
estrutura: X X X X X XX XX Cdigo Varivel 1 nvel - Classe 2 nvel -
Grupo 3 nvel - Subgrupo 4 nvel - Elemento 5 nvel - Subelemento 6
nvel - Item 7 nvel - Subitem Conta Corrente Consideraes sobre a
Estrutura do Plano de Contas A codificao das contas de ativo e
passivo no Plano de Contas segue a ordenao dos demonstrativos de
sada, mais especificamente, o Balano Patrimonial. J as contas de
despesa e receita (de resultado) guardam relao com a classificao
determinada pela Secretaria de Oramento Federal - SOF, mais
especificamente, a classificao das despesas quanto natureza. A
estrutura bsica do Plano de Contas em nvel de classe e grupo
consiste na seguinte disposio: 1 ATIVO 2 PASSIVO 1.1 CIRCULANTE 2.1
CIRCULANTE 1.2 REALIZVEL A LONGO PRAZO 2.2 EXIGVEL A LONGO PRAZO
2.3 RESULTADO DE EXERCCIOS FUTUROS 1.4 PERMANENTE 2.4 PATRIMNIO
LQUIDO 1.9 COMPENSADO 2.9 COMPENSADO 3 DESPESA 4 RECEITA 3.3
DESPESAS CORRENTES 4.1 RECEITAS CORRENTES 3.4 DESPESAS DE CAPITAL
4.2 RECEITAS DE CAPITAL 4.9 * DEDUES DA RECEITA - 29 -
30. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 5 RESULTADO DIMINUTIVO DO 6 RESULTADO
AUMENTATIVO DO EXERCCIO EXERCCIO 5.1 RESULTADO ORAMENTRIO 6.1
RESULTADO ORAMENTRIO 5.2 RESULT. EXTRA-ORAMENTRIO 6.2
RESULT.EXTRA-ORAMENTRIO 6.3 RESULTADO APURADO O primeiro nvel
representa a classificao mxima na agregao das contas nas seguintes
classes: Ativo inclui as contas correspondentes dos bens e
direitos, demonstrando aplicao dos recursos; Passivo compreende as
contas relativas s obrigaes, evidenciando as origens dos recursos
aplicados; Despesa inclui as contas representativas dos recursos
despendidos na gesto, a serem computados na apurao do resultado do
exerccio; Receita inclui as contas representativas dos recursos
auferidos na gesto, a serem computadas na apurao do resultado do
exerccio; Resultado Diminutivo do Exerccio inclui as contas
representativas das variaes negativas da situao lquida do patrimnio
e da apurao do resultado respectivo; Resultado Aumentativo do
Exerccio inclui as contas representativas das variaes positivas da
situao lquida do patrimnio e da apurao do resultado respectivo. O
segundo nvel de desdobramento do Plano de Contas atual compreende
os seguintes grupos de contas para o Ativo: Ativo Circulante
compreende as disponibilidades de numerrio, bem como outros bens e
direitos pendentes ou em circulao, realizveis at o trmino do
exerccio seguinte; Ativo Realizvel a Longo Prazo compreende os
direitos realizveis aps o trmino do exerccio seguinte; Ativo
Permanente representa os investimentos de carter permanente, as
imobilizaes, bem como despesas diferidas que contribuiro para a
formao do resultado de mais de um exerccio; Ativo Compensado
compreende as contas com funo precpua de controle, relacionadas
situaes no compreendidas no patrimnio mas que, direta ou
indiretamente, possam vir a afet-lo, inclusive as que dizem
respeito a atos e fatos ligados execuo oramentria e financeira. O
Passivo representado pelos seguintes grupos de contas: Passivo
Circulante compreende as obrigaes pendentes ou em circulao,
exigveis at o trmino do exerccio seguinte; Passivo Exigvel a Longo
Prazo compreende as obrigaes exigveis aps o trmino do exerccio
seguinte; Resultado de Exerccios Futuros compreende as contas
representativas de receitas de exerccios futuros, deduzidas dos
custos e despesas correspondentes ou contrapostos a tais receitas;
- 30 -
31. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Patrimnio Lquido representa o capital, as
reservas e os resultados acumulados; Passivo Compensado compreende
as contas com funo precpua de controle, relacionadas situaes no
compreendidas no patrimnio mas que, direta ou indiretamente, possam
vir a afet-lo, inclusive as que dizem respeito a atos e fatos
ligados execuo oramentria e financeira. A Despesa desdobrada nas
seguintes categorias econmicas: Despesas Correntes compreendem as
contas, desdobradas em transferncias e aplicaes diretas, de
despesas com pessoal e encargos sociais, juros e encargos das
dvidas interna e externa e outras despesas correntes, observadas as
conceituaes legais e normativas pertinentes; Despesas de Capital
correspondem s contas, desdobradas em transferncias e aplicaes
diretas, de despesas de investimentos, inverses financeiras,
amortizaes das dvidas interna e externa e outras despesas de
capital, observadas as conceituaes legais e normativas pertinentes.
A Receita desdobrada nas seguintes categorias econmicas: Receitas
Correntes compreendem as tributrias, de contribuies, patrimoniais
agropecurias, industriais, de servios e outras receitas correntes,
bem como provenientes de transferncias correntes, observadas as
conceituaes legais e normativas pertinentes; Receitas de Capital
correspondem s operaes de crdito, alienaes de bens, amortizaes e
outras receitas de capital, bem como as provenientes de
transferncias de capital, observadas as conceituaes legais e
normativas pertinentes. O Resultado do Exerccio contm os seguintes
grupos (os grupos de contas de resultado oramentrio e
extra-oramentrio so estruturados de forma a distinguir as variaes
diminutivas e aumentativas da situao lquida do patrimnio):
Resultado Oramentrio relativo diminuio da situao lquida do
patrimnio corresponde s despesas oramentrias, interferncias
passivas e s mutaes passivas, resultantes da execuo oramentria;
Resultado Oramentrio relativo ao aumento da situao lquida do
patrimnio inclui as contas representativas da receita oramentria,
interferncias ativas e mutaes ativas, resultantes da execuo
oramentria; Resultado Extra-Oramentrio relativo diminuio da situao
lquida do patrimnio inclui as contas representativas das despesas
extra-oramentrias, interferncias passivas e mutaes passivas,
independentes da execuo oramentria; Resultado Extra-Oramentrio
relativo ao aumento da situao lquida do patrimnio inclui as contas
representativas das receitas - 31 -
32. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman extra-oramentrias, interferncias ativas e
mutaes ativas, independentes da execuo oramentria; Resultado
Apurado conta utilizada no encerramento do exerccio para demonstrar
a apurao do resultado do exerccio. IMPORTANTE: A consolidao das
contas nos balanos realizada no 3 nvel (subgrupo), de acordo com a
seguinte estrutura: 1 ATIVO 2 PASSIVO 1.1 Ativo Circulante 2.1
Passivo Circulante 1.1.1 Disponvel 2.1.1 Depsitos 1.1.2 Crditos em
Circulao 2.1.2 Obrigaes em Circulao 1.1.3 Bens e Valores em
Circulao 2.1.3 Emprstimos e Financiamentos em Circulao 1.1.4
Valores Pendentes a Curto 2.1.4 Valores Pendentes a Curto Prazo
Prazo 1.2 Ativo Realizvel a Longo Prazo 2.2 Passivo Exigvel a Longo
Prazo 1.2.1 Depsitos Realizveis e Longo 2.2.1 Depsitos Exigveis a
Longo Prazo Prazo 1.2.2 Crditos Realizveis a Longo 2.2.2 Obrigaes
Exigveis a Longo Prazo Prazo 2.2.3 Outras Exigibilidades 2.3
Resultado de Exerccios Futuros 2.3.1 Receitas de Exerccios Futuros
2.3.2 Custos e Despesas de Exerccios Futuros 1.4 Ativo Permanente
2.4 Patrimnio Lquido 1.4.1 Investimentos 2.4.1 Patrimnio/Capital
1.4.2 Imobilizado 2.4.2 Reservas 1.4.3 Diferido 2.4.3 Resultado
Acumulado 2.4.4 Ajuste do Patrimnio/Capital 1.9 Ativo Compensado
2.9 Passivo Compensado 1.9.1 Execuo Oramentria da 2.9.1 Previso
Oramentria da Receita Receita 1.9.2 Fixao Oramentria da 2.9.2
Execuo Oramentria da Despesa Despesa 1.9.3 Execuo da Programao
2.9.3 Execuo da Programao Financeira Financeira 1.9.4 Despesas e
Dvidas dos 2.9.4 Despesas e Dvidas dos Estados Estados e Municpios
e Municpios 1.9.5 Execuo de Restos a Pagar 2.9.5 Execuo de Restos a
Pagar 1.9.9 Compensaes Ativas Diversas 2.9.9 Compensaes Passivas
Diversas - 32 -
33. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman 3 DESPESA 4 RECEITA 3.3 Despesas Correntes 4.1
Receitas Correntes 3.4 Despesas de Capital 4.2 Receitas de Capital
4.9 * Dedues da Receita 5 RESULTADO DIMINUTIVO DO 6 RESULTADO
AUMENTATIVO EXERCCIO DO EXERCCIO 5.1 Resultado Oramentrio 6.1
Resultado Oramentrio 5.1.1 Despesa Oramentria 6.1.1 Receita
Oramentria 5.1.2 Interferncias Passivas 6.1.2 Interferncias Ativas
5.1.3 Mutaes Passivas 6.1.3 Mutaes Ativas 5.2 Resultado
Extra-Oramentrio 6.2 Resultado Extra-Oramentrio 5.2.1 Despesa
Extra-Oramentria 6.2.1 Receita Extra-Oramentria 5.2.2 Interferncias
Passivas 6.2.2 Interferncias Ativas 5.2.3 Mutaes Passivas 6.2.3
Mutaes Ativas 6.3 Resultado Apurado A Relao de Contas apresenta
desdobramento no nvel mais detalhado e possui as seguintes
caractersticas: O sinal = (igual) antes da intitulao de
determinadas contas contbeis, identifica a necessidade de
tratamento a nvel individualizado (conta corrente), peculiar a cada
item, cujo objetivo proporcionar maior flexibilidade no
gerenciamento dos dados desejados; As contas redutoras ou
retificadoras so identificadas pelo sinal (*) (asterisco), colocado
antes da intitulao da conta contbil retificada. Uma das limitaes
encontradas no Plano de Contas atual reside na total vinculao ao
Oramento, afastando-se, assim, das normatizaes e tendncias mundiais
de classificao contbil. Alm disso, qualquer alterao pela SOF das
classificaes de receitas e despesas exigem que o Plano de Contas
seja alterado. Muitos estudantes de Contabilidade Pblica enfrentam
dificuldades de se diferenciar a classificao oramentria da
classificao contbil no Plano de Contas. Na verdade, h um acrscimo
de dgitos na classificao oramentria das receitas e despesas de modo
a adapt-la ao Plano de Contas. - 33 -
34. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Tomemos como exemplo a conta 3.3.3.9.0.30.01
Combustveis e Lubrificantes Automotivos, no Plano de Contas atual,
possui a seguinte estrutura: Codificao do plano de contas atual
DGITO DESDOBRAMENTO DESCRIO 1 dgito Classe (3) Despesa 2 dgito
Grupo (3) Despesas Correntes 3 dgito Sub-grupo (3) Outras Despesas
Correntes 4 dgito Elemento (9) Aplicaes Diretas 5 dgito
Sub-elemento (0) - 6 e 7 Item (30) Material de Consumo dgitos 8 e 9
Sub-item (01) Combustveis e Lubrificantes dgitos Automotivos A
classificao oramentria segundo a natureza de despesa serviu de base
para a estrutura acima. No oramento, a Classificao Econmica (ou
quanto natureza) das despesas definida pelo cdigo 3.3.90.30
(correspondente aos 2, 3, 4 combinado com o 5, 6 e 7 dgitos do
cdigo da conta), sendo que: Codificao da classificao oramentria
(econmica) DGITO DESDOBRAMENTO DESCRIO 1 dgito Categoria Econmica
(3) Despesa Corrente 2 dgito Grupo de Despesa (3) Outras Despesas
Correntes 3 e 4 Modalidade de Aplicao (90) Aplicaes Diretas dgitos
5 e 6 Elemento de Despesa (30) Material de Consumo dgitos Pode-se
notar que, na estrutura da conta sob o cdigo 3.3.3.9.0.30.01, o 5
dgito (Sub-elemento) no possui nenhuma descrio ou desdobramento
associado a ele (representado pelo valor 0). A causa desta lacuna
na estrutura da conta que, na classificao oramentria, o
desdobramento Aplicaes Diretas representado por dois dgitos (90). -
34 -
35. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman Muitos questionam o fato de a classificao
utilizada no Plano de Contas diferir da classificao dada s contas
pela Lei 4.320/1964 em seu artigo 105: Art. 105. O Balano
Patrimonial demonstrar: I - O Ativo Financeiro; II - O Ativo
Permanente; III - O Passivo Financeiro; IV - O Passivo Permanente;
V - O Saldo Patrimonial; VI - As Contas de Compensao. Pode-se
verificar que a classificao utilizada pelo Plano de Contas atual
difere da classificao dada pela Lei 4.320/1964 para o Balano
Patrimonial. Enquanto, no Plano de Contas, temos o Ativo
Circulante, a Lei 4.320 refere-se a Ativo Financeiro, por exemplo.
Para entender melhor esta diferena, deve-se ter em mente que a Lei
4.320/1964 refere-se informao de sada, ou seja, aos demonstrativos
contbeis. O Plano de Contas no precisa seguir a estrutura dos
demonstrativos de sada da informao contbil como j foi falado, pois
trata a entrada da informao no sistema contbil e no a sada. Tendo
um plano de contas bem estruturado, ele pode permitir a confeco de
qualquer demonstrativo que venha a ser exigido pela legislao,
aprimorando, desta forma, o papel da Contabilidade Pblica. Tabela
de Contas-correntes Contbeis (adendo B) O cdigo de conta-corrente
permite o tratamento de informaes conforme a individualizao exigida
pela conta objeto do detalhamento, de acordo com a tabela prpria
estruturada e cadastrada para permitir maior flexibilidade no
gerenciamento dos dados necessrios. O cdigo conta-corrente anexado
conta contbil (constante da relao das contas) permitindo um maior
detalhamento por parte das Unidades Gestoras. Por exemplo, a conta
de passivo 21211.01.00 Fornecedores do Exerccio possui um
conta-corrente anexado a esta conta contbil que o CPF, CNPJ ou UG,
que identificar o credor daquele passivo e permitindo, dessa forma,
um maior controle e transparncia da informao contbil. - 35 -
36. Tpicos Contemporneos de Contabilidade Pblica, LRF e
Exerccios Resolvidos de Concursos Leonardo S. do Nascimento e
Bernardo C. Cherman A seguir, apresentamos a listagem atual dos
contas-correntes utilizados no Plano de Contas (atualizados at
23/02/2005): 00 NAO EXIGE 01 BANCO+AGENCIA+CONTA BANCARIA 02 CNPJ,
CPF, UG, IG OU 999 03 UG+FR 04 EXERCICIO + CNPJ, CPF, UG, IG OU 999
06 ORDEM BANCARIA 07 SUBITEM DO ELEMENTO DE DESPESA 08
INDIVIDUALIZACAO DE IMOVEIS 09 INDIVIDUALIZACAO DE MARCAS E
PATENTES 10 INDIVIDUALIZACAO DE PROJETOS 11 CODIGO DE DESTINACAO DA
RECEITA 12 FONTE DE RECURSOS 13 NUMERO DE DOCUMENTO HABIL PARA
PAGAMENTO 14 CELULA DA RECEITA (NATUREZA RECEITA + FTE REC) 15
CONTRATO DE PROGRAMAS DE REPASSE 16 CELULA DA DESPESA
(EO+PTRES+FR+ND+UGR+ PI) 17 LIMITE PARA EXECUCAO FINANCEIRA 18
CLASSIFICACAO INSTITUCIONAL DA RECEITA PREVISTA 19 INDIVIDUALIZACAO
DO INCENTIVO FISCAL 20 NATUREZA DA RECEITA 21 FINALIDADE DE
TRANSFERENCIA 22 CODIGO DE TRIBUTO 23 CLASSIFICACAO DE ENCARGOS (PI
+ BANCO) 24 CATEGORIA DE GASTO + ANO + MES 25 ORDENS DE PRODUCAO 26
NOTA DE EMPENHO 27 CNPJ 28 FONTE SOF 29 NUMERO DA OBRIGACAO 30
NUMERO DE CADASTRO DE CONVENIO 31 CELULA DA DESPESA COM ND
DETALHADA 32 UG+CEL.FINANCEIRA(FONTE SOF+CAT.GASTOS)+ANO+MES 33
CELULA SOF(EO+PTRES+IDOC+ND+FR) 34 CONTROLE DE VALORES 35
NUMERO