HISTÓRIA DO
DESIGN GRÁFICO
Prof. Ms. Elizeu N. Silva
A década de 1970 se
destaca pelo design
corporativo e pelas capas
de disco e cartazes de
espetáculos. O primeiro,
turbinado pelo
crescimento econômico e
pelo surgimento de
empresas públicas das
mais diversas áreas.
Para os segundos a
explicação é mais
complexa: vigorava o
regime repressivo da
ditadura militar
implantada no país desde
1964. Vivia-se o auge da
repressão, mas
paradoxalmente a
produção cultural
aflorava com vigor e
criatividade.
O escritório de Aloísio
Magalhães (PVDI –
Programação Visual
Desenho Industrial)
domina o cenário do
design corporativo, com
sólidos negócios com o
governomilitar. O PVDI foi responsável pelo desenvolvimento das
cédulas do cruzeiro, que começaram a circular em 1970. O
próprio Aloísio chegou a ocupar cargo no governo
equivalente ao de Ministro da Cultura.
Banco Nacional
Em São Paulo Cauduro Martino cumpria o papel de formador
de designers e centro da produção de maior destaque da
época. Em boa parte das produções, preferia a família de
tipos Univers devido à legibilidade e facilidade de aplicação.
O alemão Hans Donner
chega ao Brasil como
recém formado e logo
inicia um longo vínculo
com a TV Globo – à
época, uma jovem
emissora com 20 anos
de existência. Com
uma proposta de
tridimensionalidade,
Donner cria um
logotipo para a Globo
que se transforma em
sucesso imediato.
O tropicalismo representou ousadia e experimentação também
no design das capas de disco. As capas expressam discursos
gráficos inovadores e criativos a ponto de se tornarem um
ponto alto no design da época. Um dos caminhos
experimentados foi o dos recortes fotográficos, objetivando
acentuar a sensualidade.
O disco “Transa”, de Caetano Veloso, inaugura o conceito de
“discobjeto”, conforme descrito nos créditos. Ao ser aberta, a
capa se transforma em um prisma que mais parece arte
conceitual. A descrição do disco diz que “transa é uma coisa
mental”.
Referências
MELO, Chico Homem; RAMOS, Elaine (Orgs.) Linha do tempo
do design gráfico no Brasil. Ed. Cosac Naify, São Paulo, 2011