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Profa. Júnia Andrade Aula demonstrativa
Prezados candidatos,
É com satisfação que damos início a mais um curso de discursivas
no Ponto dos Concursos. Portanto, desde já, desejo a todos uma boa
temporada de estudos.
Mais uma vez as discursivas voltam com força total aos concursos.
Muita gente se queixa disso, até há razão para tal, pois realmente, num
concurso complexo como este do MPU, a introdução de um exame
discursivo muda bastante as regras do jogo para muita gente. E não é
novidade dizer que a redação em si passa a ser o fiel da balança para
a definição de quem vai ou não ocupar o almejado cargo público.
Antes de darmos início à nossa aula demonstrativa e de
descrevermos como será este nosso curso, apresento-me em rápidas
palavras: como viram no cabeçalho, sou Júnia Andrade, professora de
redação e de língua portuguesa para concursos; atuo há doze anos no
ensino exclusivo dessas disciplinas para concursos públicos e aqui no
Ponto dos Concursos desenvolvi inúmeros projetos de discursivas para
Abin, Polícia Federal, Receita Federal, TCU, Auditor Fiscal do Trabalho,
Tribunais Regionais, Susep, PRF. No momento, estou desenvolvendo
também o curso de redação para técnicos do MPU.
Feita a apresentação, vamos falar um pouco das provas
discursivas elaboradas e corrigidas pelo Cespe.
Deixo todos cientes de que vou abusar da liberdade de expressão
linguística para que, mesmo a distância, meu discurso possa levar a
vocês a compreensão necessária de todos os pormenores de que aqui
vou tratar. Agora, sim, vamos à aula!
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O que diz o edital...
O item 8 do edital traz as primeiras informações acerca da
discursiva para Analistas.
Segundo as informações do item, o candidato deverá
desenvolver um texto, com o máximo de 30 linhas, acerca de tema que
será extraído dos conhecimentos específicos destinados a cada
especialidade.
O edital esclarece ainda que a discursiva valerá 10 pontos.
Quanto a essa pontuação, já vou adiantá-los como tradicionalmente
ela se divide no Cespe.
Para ficar mais claro o que vou expor, explico o seguinte: os grifos
em amarelo são minhas observações e os que estão em verde são
componentes do espelho tradicional de notas do Cespe:
Item 8.1 – a prova valerá 10 pontos – normalmente, este 10 pontos são
divididos em 2 grupos:
10% ficam a cargo da estética do texto.
Avalia-se a letra do candidato – Legibilidade.
Avalia –se o alinhamento das margens. – Margens.
Avalia-se a extensão dos parágrafos e a distribuição das
informações ao longo da dissertação. – Paragrafação
os outros 90% são dedicados ao conteúdo e à estrutura do texto.
Avalia-se como o candidato apresenta seus conhecimentos
acerca da proposta temática.
Analisam-se a clareza, a objetividade, a organização dos
assuntos e a fundamentação.
Avalia-se também o respeito à modalidade textual
(dissertação, descrição ou narração) apresentada na
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proposta temática e/ou nos tópicos componentes desta
proposta.
Erros gramaticais: não há nota dedicada diretamente aos erros
gramaticais. O que é Cespe faz são deduções do apuro parcial
de pontos que candidato somou entre a estética e a nota de
conteúdo e estrutura. São contados os erros gramaticais e o
número é extraído e inserido naquela fórmula clássica do Cespe,
presente em seus editais e, agora também, no edital do MPU –
mas vou falar da tal fórmula daqui a pouquinho.
Aí vai um exemplo de como se deduzem os erros gramaticais da
pontuação total:
Suponhamos que João fez uma discursiva do Cespe e o espelho
de notas da prova de João nos revelou o seguinte:
Em 10 pontos,
- João tirou 1,00 em estética textual (valia 1,00).
- Tirou 8,50 em conteúdo e estrutura (valiam 9,00).
- Sua redação apresentou 5 erros gramaticais (vírgula mal
empregada, crase, grafia etc.).
- Das 30 linhas disponibilizadas, ele aproveitou 28 linhas.
Então, teremos o seguinte:
NC (nota de conteúdo – estética + conteúdo +
estrutura) = 9,50
TL (total de linhas efetivamente escritas) = 28
NE (número de erros gramaticais) = 5
Fórmula para o cálculo da nota final (NPD) da redação
de João:
NPD = NC – 2x NE/TL
NPD = 9,50 – 2x 5/28
NPD = 9,14 pontos (com a dedução dos erros
gramaticais).
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Resumindo...
- Cuide da letra – você poderá fazer letra de forma, não há nenhum impedimento no Cespe para isso!
- Cuide da estética do seu texto como um todo – capriche para seu texto ficar atrativo!
- Exponha os assuntos com clareza – use vocábulos simples; não tente impressionar o examinador. Seja claro!
- Organize suas ideias – todo discurso claro precisa obedecer a uma lógica de pensamento. Faça um esquema do que quer escrever.
- Fundamente suas explicações – dê peso aos seus argumentos, evite confeccionar frases “vazias”.
- No Cespe, mais vale o como dizer as coisas do que o que se sabe sobre elas! Pense nisso!
Como é feita a análise de uma discursiva...
Perdoem-me se demorei na abordagem do edital, mas quis falar
sobre as normas principais, porque muita gente não se preocupa muito
com as palavras que aparecem no expediente que regulamenta o
concurso, por isso muitos trazem consigo a noção de que fazer redação
é sempre seguir o mesmo princípio, herdado do aprendizado escolar
comum.
Como já disse em minhas aulas várias vezes, há muitos mitos em
torno da produção textual que impedem, por exemplo, as pessoas de
se inscreverem num concurso em que uma das etapas contém
discursiva. Infelizmente, lamento a desistência de alguns, pois o que
condena muita gente à frustração, na hora de escrever mesmo para
concursos, é a desinformação acerca do que se fazer numa redação
para concursos.
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Primeiramente, é preciso saber que todo texto tem uma
finalidade específica e é este fito que determina como se comportarão
a linguagem, a estrutura e o conteúdo do texto.
Como todos que leem este material desejam ser servidores, vale
saber que o texto de vocês deve refletir qualidades elencadas em lei
que caracterizam o servidor público. Portanto, qualidades como
eficiência, organização e impessoalidade, de algum modo, se
materializam na redação.
O que vocês aprenderão conosco aqui no Ponto dos Concursos é
revelar estas qualidades abstratas em palavras que as concretizem
significativamente no texto.
Sendo assim, vou mostrar a vocês como se desenvolve uma
discursiva de tema extraído de conhecimento específico.
A redação que vou apresentar a vocês foi extraída do concurso
da Aneel, feito pelo Cespe em 2010.
De pronto adianto que não quero que foquem a atenção no
assunto em si, apenas pelo seu conteúdo, até porque muitos podem
não compreender o assunto da redação.
Sugiro que façamos como os examinadores. Os olhos deles não
estão centrados exatamente no conteúdo em si. O olhar analítico
investiga a estrutura de que se compõe a proposta temática e, com
efeito, analisa a forma como o redator discorre sobre o tema.
Ao olhar do examinador, deve se sobressair o convencimento
advindo de uma exposição clara, objetiva, organizada e bem
fundamentada acerca da sugestão expressa pelo tema.
Então, vamos aprender um pouco sobre discursivas a partir de
uma ótica semelhante à do examinador.
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O tema extraído do concurso da Aneel foi o seguinte:
Havia “falado”para não dedicarem atenção ao conteúdo, mas
quero elucidar um fato que já ia deixando passar: vejam que, mesmo
sendo um tema da área de energia elétrica, a proposta traz em si
assuntos basilares desta especialidade. E é isso mesmo o que ocorre:
raramente as propostas temáticas de discursivas que têm como suporte
assuntos específicos avançam para aquilo que é demasiadamente
específico de determinada área.
Geralmente, as propostas temáticas pedem conceitos, descrições
de processos. Costumam aliar o tema a algo discutido na atualidade.
Em outras palavras, dificilmente teríamos temas complicados numa
discursiva. Mas qual seria a razão desse facilitar temático? Resposta
simples, são dois os motivos principais:
Um deles se deve ao tempo: com uma prova longa e exaustiva,
não há espaço para discursivas com temas complexos ou muito
específicos. Dificilmente, os candidatos discorreriam com
naturalidade, sem deixar o texto sofrer com as pressões do tempo
e da complexidade temática.
Por incrível que pareça, temas simples respondem
adequadamente ao que os concursos buscam: por meio deles, é
identificam-se com clareza atributos textuais tais como
objetividade, clareza, organização e boa fundamentação.
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Agora, retomemos nossa tarefa: vamos compreender o tema e a
redação que se originou dele.
Sobre o tema:
Há vários modos de uma banca expor as tarefas textuais a que um
candidato deverá se submeter. No Cespe, uma se destaca por ser mote
da maioria das propostas discursivas da banca: a exposição de um
tema central, seguido de aspectos (tópicos ou subtemas).
O tema central da Aneel pede para o candidato discorrer acerca
da relação do cidadão com o consumo de energia elétrica (uso
racional e consequências do mau uso).
Logo após este tema central, aparecem três aspectos que deverão
compor o desenvolvimento do tema central. Vale esclarecer alguns
pontos importantes quanto à abordagem desses aspectos:
É importante que o candidato se esforce para falar de todos
aspectos. Como temos três aspectos, não falar de um deles,
por exemplo, poderá custar ao candidato um terço dos
pontos, já que a banca costuma dividir os pontos em partes
iguais entre os aspectos.
Também é importante que, no desenvolvimento do texto, os
aspectos sejam tratados separadamente uns dos outros. Isso
denota clareza de exposições e organização do conteúdo a
ser informado.
Por fim, cada explicação concedida deve vir acompanhada
de uma comprovação. Fundamentar explicações é ação
importante numa discursiva para concursos.
Voltando ao tema “recortado”, todos percebem que antes do
comando temático havia um texto. Eu só não o expus aqui, porque ele
é meramente motivador para compor a redação, portanto suas
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informações não competem fundamentalmente à redação que o
candidato irá desenvolver.
Esclarecidos os detalhes, vamos compreender como foi feita a
redação do candidato passo a passo:
1º parágrafo
Nosso candidato optou por dar título à sua redação, o que não
soma pontos nem o prejudica. O título só é obrigatório quando a banca
o exige; do contrário, cabe ao candidato a escolha por inserir ou não
um título à sua redação.
No mais, para uma introdução, a redação segue bem, já que
retoma palavras chave do tema central e o divide em dois períodos
menores: uso racional da energia elétrica e consequências de seu mau
uso.
2º parágrafo
Aspecto 1 - comente acerca da importância do uso racional de energia elétrica nos diversos âmbitos — individual, social, ambiental, financeiro —, tendo em vista as consequências do desperdício;
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Este parágrafo abre o desenvolvimento do texto. Essa abertura,
acompanhada pelo nexo organizador “Em primeiro lugar”, inicia-se
com a retomada de palavras chave do primeiro aspecto, tais como
“consequências”, “desperdício”, “energia elétrica”. Expressões como
“individualmente”, “paga”, “investimento” e “meio ambiente” ajudam a
compor o excesso de tarefas que a banca solicitou logo no primeiro
aspecto.
3º parágrafo
Aspecto 2 - dê exemplos de atitudes promotoras de economia de energia no
cotidiano;
Seguindo o fluxo lógico das informações do tema, a segunda
parte do desenvolvimento concentra informações acerca do segundo
aspecto solicitado pelo tema. É perceptível, agora, com mais clareza
que o candidato retoma as expressões temáticas do aspecto em tela –
“atitudes promotoras de economia de energia”. Após a retomada do
tópico, corretamente o redator procede, ao citar vários exemplos de
atitudes que geram economia de energia.
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4º parágrafo
Aspecto 3 – proponha projetos de ação social que visem à
conscientização da sociedade quanto ao uso adequado de energia elétrica.
Última parte do desenvolvimento. Quase tudo seguiria perfeito, a
não ser por um detalhe: o aspecto sugere ao redator que ele
“proponha projetos”. Todavia, por um deslize de entendimento do
aspecto, o redator reafirma que “se devem estimular projetos”. Para
ficar mais claro: ele não propõe os projetos; apenas reafirma o que o
tema-aspecto pediu.
Quando lemos o segundo período, temos a impressão de que o
candidato corrigiu a falha, afinal eis que surge “um exemplo de
projeto”. No entanto, o erro ainda permanece, pois o aspecto fala em
“projetos”, ou seja, pede um plural, mas o candidato, por descuido, cita
apenas um.
Bom, nesta aula demonstrativa optei por ir diretamente ao um
exemplo comentado de redação. Creio que, a partir desse exemplo, o
candidato terá um norte a seguir para desenvolver seus textos.
Ressalto que minha análise, nesta breve demonstração,
“recortou” apenas os aspectos macroestruturais do texto, em
detrimento dos aspectos gramaticais. Certamente, no correr das aulas,
procederemos a análises mais profundas.
Por fim, vamos falar da programação deste curso:
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Descrição do Curso
A Finalidade deste curso é dar suporte linguístico e textual, por
meio de aulas teóricas e de exemplos de textos comentados, aos
candidatos que concorrerão aos cargos específicos para Analista
do MPU.
O curso é dividido em dois grandes módulos: aulas teóricas
escritas – tais como esta – e correção de textos.
Todavia, em razão da ampla diversidade de assuntos específicos
para os diferenciados cargos de Analista do MPU, este curso não –
poderá atender a todas as especificidades. Portanto, só serão
fornecidos temas para, posterior confecção de redações, para os
que concorrem aos seguintes cargos:
- Analista Administrativo
- Analista Processual
Serão 2 aulas teóricas para a abordagem do conhecimento
necessário à produção de textos para concursos.
Haverá 3 aulas seguintes contendo TEMAS e EXEMPLOS
COMENTADOS para que os alunos inscritos no curso possam
desenvolver suas redações a serem enviadas ao curso.
Como o curso inclui correções, as inscrições são limitadas a 150
participantes.
Cada aluno inscrito desenvolverá no máximo 3 redações.
Alunos cujas redações estiverem com nota aquém do mínimo de
pontos proposto para o concurso do MPU/2010 poderão
reescrever seus textos para nova análise da equipe de
examinadores que acompanha este curso.
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Esclarecemos que parte das aulas teóricas deste curso é similar à
das aulas de discursivas para técnicos do MPU, visto que o
processo avaliativo, previsto em edital, guarda inúmeras
semelhanças entre uma área e outra. As diferenças entre o curso
de discursivas para Analista e o de discursivas para técnicos
estão nos exemplos comentados e nas propostas temáticas.
Programação I - as aulas teóricas
Aula Data Assunto
Aula 01 07/07/2010 Modalidades textuais, consistência argumentativa,
qualidades textuais, lógica de informações, coesão e
coerência.
Aula 02 15/07/2010 Estudo do parágrafo e da frase, gramaticalidade textual
(concordância, pontuação, uso de pronomes e uso da
crase).
Programação II – envio de redações ao Ponto e devolução de
redações corrigidas
Envio dos temas e
exemplos
Envio das redações Devolução das redações
17/07/2010 20/07/2010 30/07/2010
29/07/2010 02/08/2010 10/08/2010
10/08/2010 13/08/2010 20/08/2010
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Observações:
- as redações serão enviadas ao Ponto dos Concursos tanto para a
plataforma de inserções do texto – presente na página do aluno (fórum
do Ponto dos Concursos) – quanto para e-mail da profa. Júnia Andrade.
- As redações serão corrigidas por um grupo de examinadores – cujas
atividades serão coordenadas pela professora titular do curso.
- Todas as redações passam pela inspeção final da profa. Júnia.
- De cada conjunto temático, cada aluno escolherá um tema para ser
enviado ao curso conforme as datas previstas e as normas do curso. Ao
final do curso, cada aluno terá enviado ao curso 3 (três) redações.
- Não serão aceitas propostas de envio de redações via correios.
- Todas as redações deverão ser digitadas em Word. Redações com
outro formato não serão corrigidas.
No mais, espero vocês para a nossa primeira aula. Bons estudos!
Júnia Andrade