AUTISMO E TRABALHO
LEI DE COTAS
14.076
Lei 8.213/1991 - prevê que as empresas com 100 ou mais empregados mantenham um percentual de 2% a 5% de vagas reservadas para Pessoas com Deficiência e Reabilitadas
Essa lei foi fundamental para que as empresas contratassem pessoas com deficiência.
Sem ela certamente não estaríamos aqui debatendo o tema Autismo e Trabalho
Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência
• Ação da Auditoria Fiscal do Trabalho referente a Lei de Cotas regulada Instrução Normativa nº 98/2012
• Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência é um dos dez de execução obrigatória em todas as 27 Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego
• Número Auditores envolvidos no Projeto em todo o Brasil: 240• Número ações fiscais com foco na inclusão desenvolvidas em 2013: 14.076
(Brasil) / 850 (RS)• Número de Pessoas com Deficiência e Reabilitadas inseridas no trabalho,
em 2013, por ação direta da Auditoria: 40.897 (Brasil) / 4.546 (RS)
14.076
Novo Conceito de Pessoa com Deficiência _ Convenção ONU ratificada em 2008 pelo Brasil com status constitucional
• Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas
• Deficiências decorrem não só dos impedimentos corporais e mentais, mas também das barreiras devidas às atitudes e ao ambiente
• Inclusão de novos segmentos - como transtorno mental- deficiência psicossocial (esquizofrenia, psicoses, autismo, etc) e outros impedimentos
de longa duraçãoLei 12.764/2012 estabelece que a pessoa com transtorno do espectro
autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais
Mais de 22 anos da Lei de Cotas (Lei 8.213/1991)
Algumas deficiências têm mais dificuldades de acesso ao mercado trabalho: intelectual,
autismo, esquizofrenia, paralisia cerebral, cegos e usuários de cadeiras de rodas
Segundo a OMS – as pessoas com deficiência psicossocial e intelectual são as mais preteridas
no mercado de trabalho.
A OIT considera prioritário o desenvolvimento de politicas para a inclusão de pessoas com
deficiência intelectual e psicossocial no trabalho
Perfil dos Empregados com Deficiência Brasil
TIPO Total %
Física 174.207
53,55
Auditiva 73.579 22,62
Reabilitado 32.704 10,06
Visual 21.847 6,72
Mental/Intelectual
18.810 5,78
Múltipla 4.144 1,27
Total empregados com deficiência com vinculo formal
emprego – Fonte RAIS 2011
Brasil: 325.291Com deficiência intelectual e
psicossocialBrasil: 18.810 → 5,78%• RGS: 2.270 → 9,59%
• Esocial deve separar a deficiência intelectual da mental
(psicossocial)
ROMPER BARREIRAS METODOLÓGICAS E ATITUDINAIS
Sociedade e Organizações Públicas e Privadas supervalorizam eficácia, inteligência, rapidez, estudos
superiores e o fazer várias coisas ao mesmo tempo. Esse não é o perfil da grande parte das pessoas com
deficiência Metas elevadas impostas aos empregados e líderes.
Falta de tempo das chefias de treinar trabalhadores. Necessário outro ritmo e modalidade inserção das pessoas com Deficiência
Próprias famílias muitas vezes não acreditam potencial laboral filhos(diagnósticos médicos, dificuldades
aprendizagem e inclusão escolar)
Necessidade de Mudança de Foco Inclusão Laboral
Incluir as Pessoas que efetivamente necessitam de uma Política Afirmativa
Adaptações das empresas e das instituições vinculadas (estruturas arquitetônicas, sistemas de comunicação e metodologias de trabalho)
Sem uma ação pública especifica os grupos com maiores impedimentos, discriminação e baixa escolaridade não terão acesso ao trabalho.
Lançamento do Projeto Piloto de Incentivo à Aprendizagem de
Pessoas com Deficiência – RS - 28.04.2009
Contrato Aprendizagem Profissional
Empresas são obrigadas empregar e matricular jovens nos Cursos de Aprendizagem (5 A 15% funções demandam formação profissional)
Prevê: CTPS, no mínimo piso regional de salário proporcional as horas cumpridas (regra ½ salário), VT, 13 salário, férias, FGTS,
Previdência SocialNo mínimo 800 horas: de aulas teóricas na instituição formadora
(Sistema “S” preferencialmente ) e de aprendizado prático dentro da empresa
Aprendizagem Profissional da Pessoa com Deficiência
Sem limite máximo idade (Art. 428, § 5º, CLT) Pessoa com Deficiência intelectual considerar habilidades e competências
relacionadas com a profissionalização e não escolaridade (Art. 428, § 6º CLT)
Matrícula condicionada capacidade de aproveitamento da PcD e não ao nível de escolaridade (Art. 28, § 2º - De. 3.298/99 → contempla todas as deficiências)
Prazo máximo de 2 anos contrato aprendiz não se aplica ao aprendiz com deficiência. O contrato não pode, contudo, ser por prazo indeterminado . (Art. 428,
§ 3º CLT
Obrigatoriedade instituições educação profissional oferecerem cursos profissionais acessíveis de nível básico à pessoa com deficiência (Art. 28, § 2º,Dec.
3.298)
APRENDIZAGEM PROFISSIONAL ACESSÍVEL
Atendimento peculiaridades do aprendiz, fornecendo apoio especializado, quando necessário, como:
• Adaptação material pedagógico e currículo
• Capacitação professores e instrutores
• Eliminação barreiras arquitetônicas, ambientais e de comunicação (Art. 29, Dec. 3.298/99)
• A INCLUSÃO GRADUAL NO TRABALHO
A ONU e OIT recomendam formação profissional dentro empresa, não em locais distantes das demandas reais empresas.
Aprendiz é qualificado para uma função existente na empresa Tempo ampliado de treinamento e adaptação – incorporação rotinas
empresa. Esse tempo não está presente quando se trata de suprir rapidamente vagas existentes nas empresas
Prazo maior para adaptar o posto, a organização e o ambiente de trabalho às características psicofisiológicas da PcD
Famílias reconhecerem potencial e mudanças de seus filhos (parentes) Aprendizagem : pode ser alternativa para oficina protegida
Alterações BPC Beneficio Prestação Continuada
Aprendizagem / BPC• A contratação da pessoa com deficiência não acarreta a suspensão do BPC, limitado a 2
anos o recebimento concomitante da remuneração e do beneficio • Estímulo substancial à qualificação profissional do beneficiário
• O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não constituem
motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
MDS estuda a possibilidade de manter um % do BPC quando a pessoa com deficiência tiver contrato comum de emprego
Necessário que as famílias e as pessoas com deficiência tenham ciência de que o BPC é um benefício individual e intransferível, não-vitalício
Beneficiários do BPC : 1.040.544 pessoas com 14 a 45 anos – 13,80% com deficiência intelectual e 6,10% psicossocial
PENSÃO x TRABALHOLEI 12.470 /11 - altera art. 77 da Lei 8.213/1991
• Para pessoa com deficiência mental ou intelectual, que a torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente (interdição)
• Quando exerce atividade remunerada receberá salário mais 70 % pensão,
• Valor da pensão será restabelecida integralmente quando da extinção relação de trabalho ou atividade remunerada
• .
• MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 26 /DIRBEN/DIRAT/INSS, de 06/09/ 2011, dá orientações sobre a Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011
• Para comprovar a incapacidade absoluta (total) ou relativa (parcial), deverá apresentar o “Termo de Curatela” ou cópia da sentença de interdição, não devendo ser encaminhado à perícia médica;
•
Interdição x TRABALHO
• Le1 12.470/11 - Mostra claramente que a pessoa interditada parcial ou absolutamente pode trabalhar.
• Para o direito do trabalho não há impedimentos para pessoa com deficiência interditada total ou parcialmente obter CTPS, ou tê-la assinada pelo empregador
• Valores constitucionais da dignidade humana e o princípio da não- discriminação
• Interdição é um direito e visa a preservar os direitos da pessoa com deficiência.
BALANÇO PROJETO PILOTO MTE INCENTIVO À APRENDIZAGEM - RS
• Empresas 2 anos completar cota. Período devem contratar aprendizes com deficiência, promover acessibilidade e campanhas combates à discriminação.
87% dos aprendizes com deficiência no RS são pessoas com deficiência intelectual ou psicossocial. Foi preciso quebrar visão do Sistema “S” e das demais instituições de ensino profissional de que não é possível
dar formação profissional para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou não alfabetizados. Igualmente quebrar imensos preconceitos das empresas.
Mito: não haver tarefas nas empresas para pessoas não alfabetizadas. Com adaptações é possível inserir esse segmento. Há vários exemplos em diversos segmentos econômicos.
Acessibilidade: colega de apoio (mediador laboral) que organize a rotina de trabalho.
Vários autistas tem sido incluídos no trabalho por meio da aprendizagem profissional
Ademir é um trabalhador com autismoFoi aprendiz do SENAI na área de serviços administrativos.
Após o curso de aprendizagem foi efetivado pela empresa Bettanin em Esteio
Hoje é auxiliar administrativo e tem dentre suas tarefas fazer guias de remessa, organizar e arquivar documentos.
Praticamente seu trabalho não tem erros. Inicio colegas e chefias não acreditavam nesse seu potencial.
Tem 25 anos e esse é seu 1º emprego.
Reportagem com Ademir em http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/bom-dia-rio-grande/videos/t/edicoes/v/meu-negocio-meu-emprego-pessoas-com-deficiencia-tem-oportunidades-no-mercado-de-trabalho/2949285/
Ângela é uma trabalhadora com autismoFez curso de aprendizagem profissional de Auxiliar de Produção pelo SENAI de Gravataí
Ao final do curso foi efetivada pela empresa Dana Industria e trabalha na área produtiva.
Ângela tem 50 anos
Dia 2 de abril de 2014
Formatura de Aprendizes com Deficiência no SENAC COMUNIDADE em Serviços de Supermercados e em Serviços Hospitalares
Expressiva maioria dos aprendizes foi efetivada.
Jovem com autismo foi contratada pelo Hospital Moinhos de Vento após o curso de aprendizagem. Noite de muitas emoções pelo
simbolismo da data - Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo
Celebração de uma grande parceria do Ministerio do Trabalho e Emprego com
MPT - Protagonismo Dr. FabianoSENAC Comunidade – na figura de sua
diretora Cecília que sempre tem aceitado os desafios de qualificar profissionalmente os
mais excluídosEscolas, entidades de e para pessoas com
deficiência que apoiam essa inclusão
Obrigada!
É um privilégio fazer parte dessa parceria que muda comunidades e
vidasObrigada!
Fone: 51-3213.2864
PUBLICAÇÕES
• A Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de trabalhohttp://www.mte.gov.br/fisca_trab/pub_pessoas_com_Deficiencia_no_Mercado.pdf• Projeto Piloto de Incentivo à Aprendizagem das Pessoas com Deficiência
http://www.mte.gov.br/fisca_trab/pub_projeto_piloto_aprendizagem.pdf• Manual da Aprendizagem http
://www.mte.gov.br/politicas_juventude/aprendizagem_pub_manual_aprendiz_2009.pdf
• COSTA, Ana Maria Machado da. Inclusão Gradual no Trabalho: Aprendizagem Profissional. IN PASSERINO, Liliana et al. (Org.). Comunicar para incluir- POA:CRBF, 2013.
• COSTA, Ana Maria Machado da. O reconhecimento da pessoa com transtorno mental severo como pessoa com deficiência: uma questão de justiça. Disponível em: http://www.inclusive.org.br/?p=20021. Acesso em: 18.12.2011.