AUTORES DA HISTÓRIAAUTORES DA HISTÓRIA
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“Meu pai era um excelente prega-
dor e minha mãe uma pessoa muito
caridosa. Um dia cheguei em casa,
procurei meu casaco de inverno e
ela tinha doado o casaco para os
pobres”, relata.
Educada para a vida real
A cultura musical sempre es-
teve presente na vida dela e dos
irmãos, inclinação consequente das
atividades dos pais na igreja. “An-
tigamente, filhos de pastor tinham
de saber tocar flauta, violão e
piano. Todos tinham de saber tocar
FamíliaDepois que fez o seminário,
dona Hanna começou a trabalhar na
Igreja Luterana. Próximo do Natal,
foi incumbida de ir a uma fazenda
comprar um pinheirinho para a igreja,
que serviria de decoração natalina.
E nesta fazenda conheceu o marido,
Ubrich Johann Bartz. “Estava dirigin-
do o trator e ele pensou que eu fosse
cair na água, foi me ajudar, e aí sim
foi que caímos”, conta, sorrindo.
“Foi assim que conheci o Ubrich,
um lavrador, homem muito correto,
que não engana as pessoas, um pai
de família enérgico e trabalhador”,
descreve. “Casamos em Curitiba, em
10 de março de 1973”, conta.
Eles tiveram quatro fi lhos. Bodo
(42), que tem dois fi lhos: Cecília e
Wiland; Cornélia (40), que mora nos
Estados Unidos e tem quatro fi lhos:
Bruna, Hagen, Mariana e Emanuela;
Regina (38), que reside em Apucara-
na e é mãe de dois fi lhos: Johanna e
Arthur; e Hagen, já falecido.
A família sempre recebeu impor-
tância fundamental em sua vida. “Eu
queria ser freira, porque na Igreja
Luterana tem freira também, mas
como queria ser mãe, não me tornei
freira”, explica, acrescentando que
chegou a ir para a Alemanha, para
estudar. Lá permaneceu por dois anos
e outros dois estudando em Londrina.
“Família é tudo. As crianças são um
pedacinho de Deus”, completa.
O amor pela música e a fé em Deus
foram alguns dos valores que dona
Hanna passou para os fi lhos. “Eu brin-
cava muito com as crianças, ocupava
eles com todo tipo de brincadeiras e
com música, e assim ia transmitindo
valores familiares”, ressalta.
algum instrumento”, destaca. Eles
participavam de grupos de jovens e
sempre viveram do que os colonos
traziam.
O pai, como era missionário,
passava a maior parte do tempo
fazendo pregações na igreja, le-
vando as pessoas para o que ela
chama de ‘vida real’. “Claro que
meu pai ganhava um pouquinho,
mas era missionário, e seu tempo
era dedicado realmente a levar
pessoas a seguir o evangelho, para
a transformação, porque a vida só é
real se vivemos com Cristo. E eu fui
educada com base nisso”, resume.
Importantes na agricultura
O marido de dona Hanna, e
seu irmão Herbert Bartz são pes-
soas de renome na agricultura.
Herbert foi pioneiro no plantio
direto no Brasil, tecnologia
que revolucionou a agricultura
brasileira. Os testes eram feitos
nas terras da família, até dar certo
e poder ser difundido. O plantio
direto diminui o assoreamento dos
rios e garante proteção ao solo.
Com a divisão da propriedade
entre os irmãos em Rolândia, Ubri-
ch comprou alguns alqueires em
Faxinal, onde Hanna e o marido
foram morar depois de casados.
A família viveu um tempo no
Rio Grande do Sul, em Ijuí. “ Minha
adolescência foi em grupos, em
brincadeiras, vivi uma juventude
muito sadia e guardo boas lembran-
ças daquela época”, enfatiza.
De lá, veio para o Paraná, ini-
cialmente para Rolândia, onde dona
Hanna passou parte da juventude,
e iniciou a vida como missionária.
“Entrei para o seminário, em Lon-
drina, como catequista. Depois fui
trabalhar na Igreja Luterana de
Rolândia”, aponta.
Hanna Bartz e o marido Ubrich Johann Bartz, no dia do casamento, em 10 de março de 1973
Hanna está à frente da Creche Branca de Neve há mais de 30 anos; entidade atende cerca de 100 crianças