AVALIAÇÃO DA VOZ
� ORL: avaliação do quadro clínico, exames (audiométrico, laringoscópico, outros)
�Dimensão orgânica da laringe.
� Consulta fonoaudiológica: anamnese vocal �história
� Análise vocal: voz falada e cantada; perceptual e instrumental.
� Diagnóstico: clínico/instrumental; diferencial (diferente do ORL).
� Prognóstico: exame ORL + análise vocal
� Devolutiva/encaminhamentos
Tratamento: fonoterápico/preventivo; cirúrgico/medicamentoso; outros.
ANAMNESE
� Dados pessoais/identificação;
� Queixa/motivo da consulta; sinais e sintomas;
� Impacto da voz no dia-a-dia;
� História do distúrbio;
� Saúde geral: presença de distúrbios associados
� Afecções vocais anteriores
� Distúrbios respiratórios
� Distúrbios faríngicos
� Distúrbios laríngicos
� Distúrbios articulatórios
� Distúrbios auditivos;
� Endócrinos;
� Neurovegetativas;
� Aparelho digestivo;
� Alérgicas;
� Neurológicos;
� Psíquicos/psiquiátricos
� Medicamentos
o Aspectos psicossociais: voz e emoção; voz e papéis sociais
o Antecedentes familiares
o Tratamentos anteriores
o Estudo do comportamento vocal
ASPECTOS A SEREM PESQUISADOS
� Álcool
� Alimentação
� Alterações hormonais
� Competição sonora
� Esportes
� Abuso e mau uso vocal
� Fumo
� Pigarro
� Postura de cabeça, ombros e coluna � tensões
� Auto-medicação
� Balas, pastilhas, sprays
� Choque térmico
� Drogas
� Respiração
� Vestuário
� Sono
� Microfone
AVALIAÇÃO: Estimativas parciais de aspectos manifestos.
� Características vocais
� Grau de acometimento vocal: leve, moderado, severo
� Diagnóstico/prognóstico
� Benefício terapêutico
AVALIAÇÃO – TÉCNICAS
� Análise perceptual-instrumental:
� “ouvidômetro”
� “olhômetro”
� “tatômetro”
� Espirômetro
� Gravador
� Vídeo
� Técnicas instrumentais/laboratório da voz:
� Análise acústica: espectogramas – fonte de som (psvs) + trato vocal (harmônicos e
ruídos); perturbações de jitter (frequência) e shimmer (amplitude, diminuição do
tempo).
� Eletroglotografia: uso de eletrodos na cartilagem tireóide – mede:
1. Padrão de contato das psvs
2. Fo média (ciclo vibratório)
3. Entonação (extensão vocal)
Voz de esforço � aumento da freqüência
� Eletromiografia: avalia a função muscular.
1. Ausência ou presença de função muscular.
2. Recomendado quando apresentar sintomas de patologia neural.
3. Técnica invasiva – eletrodos em forma de agulha � neurologista e/ou ORL.
� Clínica:
1. Laringoscopia indireta: com espelho
2. Laringoscopia direta
3. Nasolaringoscopia
4. Videolaringoscopia
5. Estroboscopia
6. Videolaringoestroboscopia
ANÁLISE VOCAL
DINÂMICA CORPORAL:
� Relacionada com o equilíbrio emocional � atende às pressões internas e externas.
� Posturas (corpo livre para acompanhar o discurso?);
� Tensões específicas:
- cintura escapular (pescoço e ombros) � pescoço anteriorizado ou posteriorizado,
inclinado, veias túrgidas; ombros caídos ou erguidos, anteriorizados;
- face: tensão na testa, olhos, boca e mandíbula (diminuição da abertura bucal, fala
mais travada, cavidade de ressonância não vai abrir);
- Peito: expandido, tenso ou contraído;
Costa: aumento de massa muscular, desvios na coluna
� Principais alterações:
- Compressão torácica: respiração presa, peito comprimido;
- Elevação de ombros por contínua contração dos mm. Esternocleidomastóideo;
- Aumento de massa muscular no pescoço e nuca;
- Hipertonicidade da cintura escapular com dor à palpação;
- Veias túrgidas à fonação;
- Laringe elevada;
- Padrão articulatório horizontal: articulação reduzida; diminuição da abertura da boca;
- Mímica facial congelada, sem expressão
- Gestos;
- Movimentos associados (movimentação excessiva � ansiedade; rigidez � apatia);
� Manter o eixo vertical entre coluna cervical e o resto da coluna vertebral � projeção
melhor e eliminação da tensão.
� Observar:
- Em pé: peso distribuído com harmonia (2 pés apoiados no chão)?
- Gestos acompanham o discurso? (para compensar a disfonia)
- Contato visual falante → ouvinte
RESPIRAÇÃO: fala espontânea, automática e canto;
� Modo: nasal, bucal, nasobucal; avaliar: lábios unidos com um gole d’água retido na
boca ou somente unidos por 2 min.
� Tipo: superior, abdominal, costal-diafragmática
� Capacidade respiratória: reduzida, adequada (H= 2200 ml/M= 2100ml), desenvolvida.
� Freqüência: rítmica, arrítmica
� Apoio para fortes intensidades
� Avaliar através da fala espontânea, fala automática e expirômetro
INTENSIDADE VOCAL/LOUDNESS
� INTENSIDADE VOCAL:Resistência que a glote oferece á passagem do ar.
� LOUDNESS: sensação psicofísica (o que você ouve)
� Fraca: 46 dBNPS
� Mediana: 65 dBNPS
� Forte: 86 dBNPS
(Behlau e Russo, 1994)
� Avaliação: fala espontânea
� Avaliação instrumental: decibelímetro e espectógrafo.
� Intensidade � parâmetro � projeção de acordo com o ambiente em questão.
� Intensidade forte:
- Franqueza de sentimentos
- Vitalidade e energia
- Modelo vocal familiar
- Falta de educação
ALTURA TONAL/PITCH: grave, mediano, agudo
� Relacionada com freqüência de vibração das psvs (massa, comprimento, tensão,
hormônios).
� 80 a 150 Hz (mi1 a ré2): masculina
� 150 a 250 Hz (ré2 a si2): feminina
� > 250 Hz (aprox. dó3): infantil
� Pitch: sensação psicofísica. Depende: idade e sexo.
� Avaliação: fala espontânea.
� Tem relação com o discurso:
- Grave: autoridade, melancolia
- Aguda: alegria, fragilidade
GAMA TONAL: no de notas na fala encadeada
� Monótona: não varia de nota;
� Reduzida: diminuição na variação
� Adequada: abrange todas as notas sem ir além.
� Excessiva: abrange todas as notas, vai além da oitava, fala mais cantada �
regionalismo.
� Avaliação: fala espontânea, piano, escaleta, emissão a,a,a...
� Espera-se uma oitava: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó.
Dó1 (mais grave)
Dó2
Dó3
Dó4
Dó5 (mais agudo)
EXTENSÃO VOCAL
� Número de notas da emissão da mais grave à mais aguda sem qualidade vocal.
� Avaliação: emissão.
ESTABILIDADE TONAL: manter a voz numa faixa de frequência.
� Estável
� Bitonal (oscilante ou flutuante): 2 tons na voz, independente da fonte sonora.
� Oscilante: tom médio ora em uma altura tonal, ora em outra.
� Flutuante: tom fundamental sofre súbitos desvios para um tom mais agudo. Comum
nos homens, durante a muda vocal e em patologias psicogênicas.
� Diplofônica (Barney, Pato Donald): produção simultânea de 2 tons desiguais entre si,
como se fosse 2 vozes, 2 fontes sonoras ao mesmo tempo.
� Paralisia unilateral (psvs vibrando em freqüências diferentes).
� Hiperfunção com trauma de psvs (nódulo, pólipo, edema).
� Espessamento localizado (ex. na região média das psvs � anterior vibra diferente da
posterior).
� Alteração da muda vocal.
� Hiperfunção e hipertrofia das falsas pregas � aumento das falsas pregas, e vibração
simultânea com as verdadeiras.
� Tremulante:
� Decorrente do tremor vocal (pessoas idosas);
� Bloqueios rítmicos na voz � gagueira laríngea;
� Casos neurológicos;
� Disfonia espástica.
� Falhada:
� Como se fosse um liga-desliga da voz;
� Falhas de fonação;
� Súbitas interrupções no padrão vibratório das psvs, devido a:
- Esgotamento muscular (fadiga);
- Patologias: pólipos, infiltrações, lesões traumáticas;
• Avaliação: fala espontânea e emissão prolongada aaaa...
REGISTRO VOCAL: maneiras de emitir os sons da tessitura vocal (falada)
� Elevado:
� Falsete: emissões débeis, levemente soprosa.
� Flauta: apitos ou silvos de pássaros; sem configuração glótica definida; ar passa por
uma região restrita.
� Modal: fala habitual, grande extensão: peito, misto,cabeça.
� Peito: grave; voz masculina; laringe baixa; psvs extensas; TA mais evidente; grande
massa em vibração.
� Misto: fase intermediária, contração do CT; ajustes musculares; configuração
peito/cabeça.
� Cabeça: agudo; voz feminina; laringe alta, psvs estiradas; ação do CT sobrepunha a
ação do TA.
� Basal (crepitante): frequências mais graves; intensidade débil; psvs encurtadas e
grossas; forte contração do TA.
CANTO
� Afinado
� Desafinado
� Comparado com a fala
� Disodias
EMISSÃO DOS SONS DA FALA
� Vogais : TMF e qualidade
- /a/ � oral, aberta: pouca modificação das psvs
- /i/ � oral, aguda: fechamento anterior
- /u/ � oral, grave: fechamento posterior
� TMF: capacidade de ar disponível para produção da voz + força expiratória + ajuste
laríngico
- Homens: 20 – 35 seg. � média = 20 seg.
- Mulheres: 14 – 25 seg. � média = 14 seg.
- Crianças até 12 anos = idade.
- Patológico: abaixo de 10 seg.
Acima do esperado: voz profissional
� Modo:
� uso do cronômetro/relógio
� 3x: escolhe o maior tempo
� De pé ou sentado
� Observa-se:
� Ar de reserva
� Ataque vocal
� Estabilidade tonal
� Registro vocal
� Qualidade vocal
� Relação s/z:
� /s/ � fricativa medial surda (fonte friccional; não há fechamento efetivo)
� /z/ �fricativa medial sonora (fonte friccional e glótica; psvs aduzidas)
• Modo: inspiração profunda � emissão prolongada � uma só expiração.
• Avalia-se suporte aéreo; habilidade de controlar o ar; eficiência glótica.
• Valores esperados: 15 a 25 seg. � média= 15 seg.
• Sexo masculino > sexo feminino (3 a 8 seg.)
• Voz profissional: 25 35 seg.
� /s/ = /z/ � iguais ou com /z/ > /s/ até 3 seg.
� Resultados:
� -15 seg. /s/ � comprometimento respiratório.
� /z/ > /s/ � hipercontração das psvs.
� Relação s/z:
- 0,8 a 1,2=normal ; média 1,0
- <0,8= tensão (/z/ é maior)
>1,2= frouxidão (/z/ é menor) � fendas
� Contagem de números: eficiência em controlar a respiração e a fonação � fala
encadeada.
� Modo: Avaliar após inspiração profunda � contagem de números � mesma
inspiração � tempo de fonação/dígito.
� Resultado: 1 a 3 seg. acima da média do TMF das vogais testadas.
� Maior de 3 seg. � tensão no mecanismo da fala.
ATAQUE VOCAL/SONORIZAÇÃO INICIAL
� Avaliação palavras iniciadas por vogais: ava, eva, ivo, ovo, uva.
� Brusco: forte adução das psvs � aumento da pressão subglótica � abdução das psvs
de forma brusca. Hiperadução das psvs.
� Soproso: aspirado; coaptação insuficiente das psvs; expiração anterior ao início da
vibração � adução não suficiente para barrar o fluxo de ar. Hipotonia da musculatura
ou rigidez da mucosa.
� Adequado: isocrônico; fase expiratória coincide com o início da fonação sem perda de
ar ou tensão.
� Crepitante: fadiga vocal; hipofuncional; com esforço.
RESSONÂNCIA: como o som vai se modificar a partir da expiração.
� Sistema de ressonância: molda e projeta o som.
� Principais caixas de ressonância: laringe, faringe, cavidades oral e nasal.
� Tipos de ressonância:
� Equilibrada:
- Uso equilibrado das caixas de ressonância;
- Sem concentração de energia sonora em nenhuma região;
- Distribuiçãoconjunta do som em todas as cavidades;
- Expressa melhor as idéias.
� Laríngica:
- Uso excessivo da laringe;
- Emissão tensa;
- Foco de ressonância vertical – baixo;
- Voz presa, sem projeção do som.
� Faríngica:
- Uso excessivo da faringe;
- Foco de ressonância vertical – baixo;
- Voz metálica (tensão de pilares) � alivia tensão na laringe;
- Reflexão do som nas paredes rígidas da faringe.
� Laringo-faríngica:
- Tensionamento conjunto da laringe/faringe;
- Voz tensa- estrangulada;
� Oral:
- Concentração de energia na região oral;
- Articulação mais trabalhada � sobrearticulação;
- Recurso para tirar tensão de laringe/faringe.
� Nasal :
- Uso excessivo da cavidade nasal (insuficiência/incompetência do velo)
�Hipernasalidade;
- Uso insuficiente da cavidade nasal � hiponasalidade.
- Foco de ressonância vertical – alto
ARTICULAÇÃO: ajustes motores dos OFA’S
� Avaliação: leitura, fala espontânea.
� Desviada: dist. Articulatório (troca, omissão, distorção, acréscimo);
� Exagerada: articula demais; narcisismo
� Reduzida: move pouco os articuladores; timidez;
� Travada: cerro mandibular
� Adequada: controle fonoarticulatório, clareza de idéias.
VELOCIDADE DE FALA: condição de articular certo número de palavras num certo período de
tempo.
� Observada na fala espontânea.
� Muito lento: bradilalia
� Lenta
� Adequada: 130 a 180 palavras por minuto.
� Rápida
� Muito rápida: taquilalia
QUALIDADE VOCAL:Tipos de voz:
- Rouca;
- Soprosa;
- Áspera;
- Sussurrada;
- Fluida;
- Gutural;
- Comprimida;
- Tensa-estrangulada
- - Pastosa;
- - Crepitante;
- - Prebisfônica;
- - Feminilizada;
- - Virilizada;
- - Infantilizada;
ESTRUTURAS DA FONAÇÃO:EXAME DOS OFA’S E DAS FUNÇÕES MIOFUNCIONAIS
� Influência do sistema motor oral;
� Observar: forma, tonicidade e mobilidade.
� Modo: repouso, fala e exercícios específicos.
� Estruturas:
� Lábios: anatomia, postura, mobilidade;
� Língua: mobilidade, postura, rebordo, sulcos;
� Dentes/oclusão: estado geral, ausência, prótese;
� Palato duro: ogival, normal
� Véu palatino: extensão e mobilidade. Utiliza-se o espelho de Glatzel � /i/, /u/ (menor
marca).
� Mandíbula:
� abertura mínima = 3cm.
� Abertura máxima = 5cm.
� ATM
� Laringe: deglutição/fonação/repouso
� Repouso: normal; elevada (hipertensão dos elevadores da laringe); baixa (hipertensão
dos abaixadores da laringe);
� Fonação: observar hipercontração laríngea.
� Deglutição: sobe e desce.
� Funções reflexo-vegetativas:
� Sucção
� Mastigação
� Deglutição: posicionamento atípico da língua, coordenação entre deglutição e fala,
movimentos de deglutição nas pausas do discurso.
LEITURA ORAL
� Escolher o texto de acordo com a escolaridade do paciente.
� Desempenho: atenção/desatenção; facilidade/dificuldade;
� Comparada com a fala espontânea: aspectos emocionais ou hábito;
� Teste de variações:
� agudo/grave (flexibilidade das psvs);
� forte/fraco (coaptação glótica);
� rápido/lento (controle de fluxo aéreo);
� inflexão (pausas coerentes no texto, respiração, deglutição);
� Observar: -Variação;
- variação de forma imprevista (varia em um momento que não foi
solicitado e não varia no momento solicitado);
-invariável.
HABILIDADES GERAIS DE COMUNICAÇÃO
� Vocabulário
� Fluência
� Expressão de idéias
� Prosódia
� Construção sintática
� Vícios de linguagem (tá, né, ham...)
Observações gerais
Conclusões
Limitações da Avaliação Perceptiva
� A falta de rigor numa análise deste tipo é intrínseca ao método:
- Conceito de ‘normalidade’ e classificação de voz patológica não é padronizado.
- Subjetividade é inerente à avaliação por cada ouvinte.
� É indispensável o uso de definições e terminologia não ambígua bem como o treino
contínuo dos avaliadores para reduzir o grau de subjetividade.
Análise Acústica
� Compreende o estudo das propriedades físicas dos sons da fala, onde se tem o
registro das ondas sonoras.
� Diz respeito às medidas objetivas que podem ser realizadas com a onda sonora.
� Realizado através de instrumentos que representam graficamente o sinal vocal de 2
formas:
1. Oscilograma : corresponde a uma representação acústica bidimensional com a
amplitude no eixo vertical e duração no eixo horizontal.
2. Espectograma : representação acústica tridimensional da onda sonora,onde temos o
tempo representado no eixo horizontal, a freqüência no eixo vertical e a intensidade
determinada pelo grau de escurecimento (quanto mais escura a região mais forte é o
som).
OSCILOGRAMA:
ESPECTOGRAMA:
Vantagens:
� Oferecer maior compreensão acústica do output vocal e estreitar as linhas de
associação entre as análises perceptivo-auditiva e acústica.
� Prover dados normativos para diferentes realidades vocais, quer sejam culturais,
profissionais ou patológicas.
� Servir como instrumento de detecção precoce de problemas vocais e laríngeos.
� Oferecer uma documentação suficiente para traçar a linha de base da voz de um
indivíduo, faça ele uso profissional da voz ou seja um paciente em tratamento.
� Monitorar a eficácia de um tratamento e comparar resultados vocais de diferentes
procedimentos terapêuticos nas diversas fases do trabalho clínico.
Análise Acústica:
� Frequência Fundamental
� Jitter
� Shimmer
� HNR (Harmonics-to-Noise Ratio)
� NNE (Normalized Noise Energy)
� Valores Normais dos Parâmetros
MEDIDAS DE VOZ:
� Frequência Fundamental: “Parâmetro físico resultante da vibração das pregas vocais
por unidade de tempo no comportamento vocal sustentado ou em fala encadeada”.
� Jitter: Variações da frequência entre sucessivos ciclos vibratórios. Relaciona-se à voz
áspera. Altera-se principalmente com a falta de controle de vibração das pregas vocais.
� Shimmer: “Medida que qualifica as alterações mínimas da amplitude do sinal, com
base em cada ciclo fonatório”.
� Decorrente de ações involuntárias da laringe.
� Relaciona-se à voz rouca.
� Altera-se principalmente, com a presença de massa nas pregas vocais (nódulos,
pólipos,carcinomas ou edema difuso)
� HNR – Harmonics-to-Noise Ratio: “Índice que relaciona a componente harmônica
versus a componente de ruído da onda acústica”.
� NNE – Normalized Noise Energy: Mede o ruído da onda sonora ao nível da glote,
através da subtração do componente harmônico da energia total do sinal acústico,
feita por filtros.
� Relaciona-se à voz soprosa.
OBS: A diferença em relação ao parâmetro anterior reside fundamentalmente no fato
de este centrar a análise em poucos períodos, detectando a componente de ruído
através de um filtro específico.
Embora não seja consensual, algumas relações entre a análise acústica e a avaliação
perceptual são frequentemente referidas:
Acústica Perceptual
Jitter Rouco
Shimmer Aspirado
ENCAMINHAMENTO
� Avaliação ORL - Relatório apresentado contendo:
PLANO TERAPÊUTICO
OBJETIVO GERAL:
� Favorecer a melhor voz possível, com mínimo de esforço.
� Fixar os ajustes motores necessários à reestruturação do padrão de fonação
alterado.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
� Interagir com o paciente.
� Diminuir tensão na cintura escapular, face, etc.
� Adequar tipo e/ou modo respiratório.
� Suavizar a emissão.
� Facilitar emissão livre de tensões.
� Promover equilíbrio muscular .
� Adequar intensidade vocal.
� Adequar altura tonal.
� Aprimorar coaptação de pregas vocais.
� Reduzir a hipertonicidade laríngea.
� Promover relaxamento da musculatura laríngea.
� Promover elevação ou abaixamento da laringe.
� Reduzir ataques vocais bruscos.
� Aumentar o tempo máximo de fonação sem esforço.
� Favorecer maior volume e projeção vocal.
� Propiciar aumento da precisão articulatória.
� Conscientizar sobre a importância da diminuição sistemática da ocorrência de
abusos vocais.
� Aumentar a força muscular.
*SALIENTANDO QUE OS OBJETIVOS PROPOSTOS DEVERÃO ESTAR DE ACORDO COM AS
ALTERAÇÕES OBSERVADAS NA AVALIAÇÃO, PORTANTO, NEM TODOS ESTES OBJETIVOS
CITADOS ESTARÃO NO SEU PLANO.
CÂNCER DE LARINGE
ETIOLOGIAS
� Consumo abusivo de cigarro;
� Consumo abusivo de álcool;
� Exposição à radiação;
� Pré-disposição genética;
� Irritantes ambientais, químicos e outros agentes contaminantes;
� Distúrbios metabólicos ;
� Causas desconhecidas;
� Maior incidência no sexo masculino e na população de grandes centros
industrializados.
SINTOMAS
1. Câncer glótico:
� Disfonia ( geralmente sintoma inicial )
� Dispnéia ( dificuldade para respirar )
� Ruído na inspiração ( estridor )
2. Câncer supraglótico:
� Desconforto localizado e persiste à deglutição
� Sensação de “bolo” na garganta
� Odinofagia ( dor na garganta)
� Disfagia (dificuldade de engolir)
� Otalgia reflexa
� Pigarro persistente
� Rouquidão ou alteração da ressonância
� Escarro hemático
� Tosse e halitose característica
3. Câncer subglótico
� Alteração na voz
� Dispnéia
� Estridor
� Ocasionalmente dor
*De acordo com STEFFEN e FEIJÓ (1997), o primeiro sintoma é indicativo da localização da
lesão.
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO
� Segundo o Instituto Nacional do Câncer e Ministério da Saúde (1996 ), nos
tratamentos de câncer de cabeça e pescoço, faz-se necessário uma avaliação de uma
equipe multidisciplinar composta por:
� Dentista
� Cirurgião plástico reconstrutivo
� Fonoaudiólogo
� Radioterapeuta
� Psicólogo
� Fisioterapeuta
� Nutricionista
Os aspectos avaliados são:
� História clínica do paciente
� Exame físico ( inspeção e palpação do pescoço e laringoscopia direta e indireta )
� Biópsia para avaliação histológica do tumor
� Avaliação radiológica que irá informar o comprometimento ou não de certas
estruturas
� Sítio e extensão do tumor
� Linfonodos envolvidos e metástases
� Idade e estado geral de saúde do paciente
� Diversas funções da laringe ( respiração , voz e deglutição ).
LARINGECTOMIA
� A Laringectomia total é a retirada da laringe. É necessária por existir um tumor que
afeta as pregas vocais (ou partes da laringe).
� Laringectomia parcial é a retirada de apenas uma parte da laringe, somente as pregas
vocais, uma ou mais cartilagens ou a metade dela.
� GREENE (1989 ) cita LEONARD ( 1972 ) para afirmar que a laringectomia parcial é um
método menos traumático do que a laringectomia total, por conservar as funções
respiratórias, fonatórias e esfincterianas da laringe .
REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
� Deverá, preferencialmente, ter seu início no período pré-operatório, visando
estabelecer uma relação de confiança entre terapeuta e paciente, sendo a base para
uma reabilitação de sucesso.
� Orientação pré-operatória:
� Estabelecer um rapport com o paciente.
� Esclarecer quanto às seqüelas fonoaudiológicas e possibilidades de reabilitação
fonoaudiológica, juntamente com o paciente e a família.
� No pós-operatório imediato, a presença do fonoaudiólogo recria o vínculo já
estabelecido anteriormente, permitindo o conhecimento do impacto real da cirurgia
adotando algumas práticas que facilitarão a recuperação do paciente.
� Orientação pós-operatória:
� Função do protetor laríngeo.
� Orientação sobre a necessidade de uma adequada higiene do estoma.
� Oclusão do TQT para falar/adaptação de válvula de fala.
� Orientação sobre fonação e deglutição.
� O acompanhamento fonoaudiológico no pós-operatório, poderá ser retomado no
momento em que as principais reações pós-operatório, diminuam e existam condições
de iniciar a facilitação para o desenvolvimento dos mecanismos compensatórios,
sendo necessário respeitar as indicações do cirurgião responsável.
� STEFFEN e FEIJÓ (1997) salientam que para o fonoaudiólogo atuar junto ao paciente
laringectomizado parcial, são necessários conhecimentos de anatomia, fisiologia,
procedimentos cirúrgicos e modificações pós-cirúrgicas por parte deste profissional.
REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA – AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
� Avaliação física: postura labial, continência salivar, extensão da lesão, reconstrução e
cicatrização, presença (ou não) de edema, TQT, etc.
� Sensibilidade peri e intra-oral
� Reflexos orais
� Motricidade orofacial
� Medida de abertura bucal
� Fono-articulação
� Qualidade vocal
� Funções estomatognáticas/Avaliação funcional da deglutição
PLANO DE REABILITAÇÃO
� A reabilitação fonoaudiológica tem como objetivo desenvolver mecanismos
compensatórios para as funções prejudicadas, estando vinculada às funções de
deglutição e fonação, e às adaptações desenvolvidas.
� O plano de reabilitação deverá abordar a disfagia e a disfonia, além da garantia da
qualidade da função respiratória, considerando que o paciente poderá desenvolver
problemas pulmonares, como pneumonia pela aspiração.
� Utilizar mecanismos compensatórios visando superar as limitações
anatomofuncionais.
� Restabelecer sensibilidade e mobilidade da musculatura remanescente.
� Promover a reabilitação miofuncional orofacial, evitando adaptações nocivas.
� Propiciar a reabilitação da voz, fala e funções estomatognáticas.
� Aumentar a amplitude da abertura oral.
� Reabilitar a disfagia orofaríngea: orientações quanto à consistência mais adequada do
alimento, volume, adequação dos utensílios, bem como manobras de proteção das
vias aéreas e facilitadoras da deglutição.
� Promover o controle oral da saliva.
...O som transmite minhas palavras e seus significados,
esvanecendo-se depois. Porém, minha palavra está
agora em você, sem , no entanto, nunca ter me abandonado.
� Sto Agostinho (sermões)*