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Revisão de CasoOFPR1 Pietro B. de Azevedo
HCPA - Oftalmologia26.07.2013
O caso
N. F. N.74 anos, feminino, caucasiana
HDATratamento de longo prazo para úlcera de córnea OD (provável sequela de Hanseníase), queixa-se de "dor" e BAV AO. Nega outras queixas, patologias ou cirurgias oculares. HMP - hanseníase diagnosticada aos 20 anos, sendo tratada por 6 meses. Após isso teve recrudecência dos sintomas, realizando tratamento por 2 anos, terminando com cerca de 50 anos de idade- Úlcera crônica em pé esquerdo (germes multirresistentes - 2006) - HAS / Card Isq / Asma / Depressão Não sabe corretamente as medicações em uso. HF: nega glaucoma, catarata, cegueira ou outras patologias oculares
Ao exame
Fascies leonina / Nariz em cela / R. de Bell pobreExposição corneana AO (OD > OE) / Sensibilidade corneana reduzida AO AV c/c (E-game) 0,1-0,2? / 0,2-0,25 ph 0,2 / 0,5 -1 RED (não confiável): não melhora / -0,75 -1,00 x 50° (0,5 -1) PIO 11 (difícil pela irregularidade) / 12 mmHg BIO OD: ceratopatia nos 2/3 inferiores (área de exposição), puntata grosseira no 1/3 superior OE: puntata grosseira FO OD: visualização difícil, retina colada OE: esc fisiol, mácula com alteração pigmentar?
OFP
BIO OD: ceratopatia nos 2/3 inferiores (área de exposição), puntata discreta no 1/3 superior (melhora importante) OE: puntata discreta porção inferior (melhora importante) Cd:Conforme discutido com dr. Fernando Procianoy: - mantenho LA intensa, gel à noite e, até cirurgia, oclusão à noite - oriento pcte e familiar sobre tarsorrafia e prognóstico, deseja operar - marco tarsorrafia lateral AO para 25/07/13 com anestesia local
Hanseníase
Introdução
Mycobacterium leprae Bacilo intracelular obrigatório
Humanos, tatu e musgos
Áreas frias do corpo
Pele, nervo periférico, VAS, câmara anterior, testículo
Quase exclusivo de países “em desenvolvimento”
>80% dos casos em 8 países (Índia, China, Myanmar, Indonésia, Brasil, Nigéria, Madagascar e Nepal)
Clínica
Incubação: 2-40 anos (média 5-7)
Formas
Tuberculoide Lepromatosa (Virchowiana)
↓imunidade celular↑carga bacteriana
máculas/placas localizadas assimétricas nódulos indurados generalizados e simétricos
Perda das sobrancelhas e cílios
Infiltração dérmica difusa
Lóbulos pendulados
Nariz em sela
Lagoftalmo + úlcera de córnea
“pé caído” (peroneal nerve palsy) Perda de extremidades digitais
Manifestações Oculares
Uveíte Invasão bacilar
Iridociclite crônica insidiosa + miose atrofia íris, catarata, phthisis bulbi
Nervos corneanos em rosário Patognomônicos
Lagoftalmo VII NC
ramos occipitotemporal e zigomático
músculo orbicular
Hipoestesia corneana V NC (ramo oftálmico)
Ceratite neuroparalítica
Exposição Corneana
Clínico LA e gel lubrificante
Fechamento mecânico (fita adesiva)
Cirúrgico Estático
Reduzem abertura palpebral de forma fixa
Dinâmico
Melhora fechamento palpebral
Tratamento
Procedimentos Estáticos
Tarsorrafia Sutura temporária
Lateral permanente
Medial permantente
Elevação da pálpebra inferior Exérese retratores da pálpebra ± enxerto
Tarsorrafia por sutura temporária
Poucas semanas
Fecha 1/3 temporal
Técnica simples
Pouca alteração da margem
Tarsorrafia lateral permanente
Muito efetiva
Pode ser desfeita Gera deformidade na margem
Tarsorrafia medial
Muito útil, mas pouco conhecida (Nerad)
Margem NÃO pode ser dividida
Cuidado com via lacrimal
Pode ser usada em associação
Elevação da pálpebra inferior
Exérese dos retratores da PI (2mm)
Enxerto Mucosa palato duro (2-3mm)
Cartilagem (>3mm)
Procedimento dinâmico
Peso de ouro
Implantado na OS
Testar peso no pré-op (1,2g)
Fácil e efetivo (padrão-ouro?)
Associação com elevação da PI
vídeo
Referências
Oftalmologia - 3ª Ed. Duker, Jay S.; Yanoff, Myron
Techniques in Ophthalmic Plastic Surgery with DVD: A Personal Tutorial, 1e. Jeffrey A. Nerad MD
Procedimentos Cirúrgicos Em Oftalmologia - 2ª Ed. S. Hersh, Peter; M. Zagelbaum, Bruce
Harrison's Principles of Internal Medicine. Fauci, A.; Braunwald, E; Kasper, D; Hauser,S.; Longo, D.;J. Jameson; Loscalzo, J.
COHEN, Jacob Moysés. Ocular leprosy: a historical approach. Arq. Bras. Oftalmol.[online]. 2009, vol.72, n.5