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Page 1: Bibliotecas devem evoluir na web

D esde o início da Copa 2010está no ar o Bolão NagemJC (www.bolaonagemjc.

com.br), ferramenta inovadora lan-çada pelo JC Online, em parceriacom a Gruponove, a Nagem, Mean-time e o Centro de Estudos e Siste-mas Avançados do Recife (Cesar).Trata-se de um concurso recreati-vo, que premia os internautas queatingirem as maiores pontuaçõescom relação aos seus palpites emtodas as fases da Copa do Mundo2010. O projeto, pioneiro no Paíspor estar presente, além do hotsite,nas redes sociais, segue até o do-mingo 11 de julho e já possui maisde 10 mil participantes.

Segundo o gerente de Marketing eVendas de Novas Mídias do SistemaJornal do Commercio de Comuni-cação, Felipe Menezes, desde que o

JC Online resolveu aquecer o merca-do de mídia online, a equipe do por-tal sabia que precisaria contar comalguns parceiros em tecnologia.“Apesar de termos a nossa equipe tec-nologia e de muitos projetos seremdesenvolvidos por ela, precisamos,principalmente quando temos de-mandas especializadas, de parceiroscom expertise em tecnologia.”

A partir daí, o Cesar desenvolveuo Bolão Nagem JC na web e nas re-des sociais, e a Meantime, a aplica-ção mobile. “Já contamos com par-ceiros nos projetos de desenvolvi-mento de hotsites ou de campa-nhas há algum tempo. Com isso,percebemos que precisamos aproxi-mar, cada vez mais, o marketingda tecnologia. Sentimos tambémque essas novas empresas de tecno-logia, antigamente muito técnicas,

têm uma visão de marketing e denegócios atual, precisando criar no-vas ferramentas.”

O gerente de produtos do Cesar eresponsável pelo projeto Bolão Na-gem JC, Bruno Pereira, diz que aideia do projeto é ter um bolão in-ter-redes sociais e fazer com que aspessoas utilizem o Facebook, o Twit-ter e o Orkut nas suas apostas, as-sim como a interface web. “Destaforma, conseguimos fazer o maiorprojeto de redes sociais do Brasil.”Ele lembra ainda que o processodos bolões do Cesar começou noano passado, quando foi desenvolvi-do o Futweet (palpites para o Brasi-leirão 2009, que atingiu a marca de1300 seguidores/apostadores) e de-pois, o Bolão JC (aplicativo que foio ponto de conexão entre o SJCC eos torcedores locais no Campeonato

Pernambucano). “Essas duas expe-riências serviram como plataformae deu visibilidade para o Bolão Na-gem JC”, completa.

Já o diretor de criação da Meanti-me, Diego Credídio, explica que aversão mobile da iniciativa tem oobjetivo de permitir que os usuá-rios acompanhem via celular dequalquer lugar tudo o que aconte-ce no maior torneio de futebol domundo. “É um aplicativo que estásendo atualizado em tempo real pe-la equipe do JC Online e os usuá-rios podem acompanhar o placardos jogos e verificar a tabela daspartidas. Queríamos agregar valorao produto do Bolão Nagem JC, por-que as pessoas gostam de acompa-nhar os jogos pelo celular e a nos-sa intenção é suprir essa necessida-de do usuário.”

» GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Desafio é estimular busca por conhecimento

Bibliotecas devem evoluir na web

» JOGOS ELETRÔNICOS

Extra sedia em agostocampeonato de game

Breno Piresdo JC Online

A s possibilidades de acesso àinformação trazidas pelas no-vas tecnologias de informa-

ção e comunicação estão modifi-cando de forma radical a relaçãodas pessoas com a leitura e o co-nhecimento. O acesso aos mais di-versos conteúdos é potencializadoatravés da pesquisa em sites, espe-cializados ou não, de qualquer lu-gar do mundo, bem como de livrosvirtuais (os e-books), com crescen-te disponibilização para downloade agora portáteis graças a apare-lhos como o Kindle.

A oferta de leitura e de conheci-mento passa a ter um alcance semprecedentes, e o consumo de infor-mação também se expande, até de-vido ao cuidado crescente com edu-cação, que passa a ser levada maisa sério nos países que ainda nãosão de primeiro mundo. Nesse con-texto, as bibliotecas percebem a im-portância de uma evolução rumo aum futuro mais digital – sem dei-xar, no entanto, que a tecnologiacomprometa a sua essência.

O futuro do conhecimento estána internet, como plataforma, de-fende o professor e pesquisador Mar-cos Galindo, coordenador do depar-tamento de ciência da informaçãoda UFPE, que congrega os cursosde biblioteconomia e gestão da in-formação. “O rio corre para o mar,e o mar da gente hoje é a internet.O mar da biblioteca e do conheci-mento está na internet”, pontua.

No Laboratório de Tecnologia daInformação da UFPE (Liber), Ga-lindo coordena um projeto de digi-

talização de arquivos, norteado pordois eixos fundamentais: a preserva-ção de conteúdos e a disponibiliza-ção para o acesso na rede. “O quea gente tem pensado para isso é de-senvolver projetos que combinem apreservação e o acesso à bibliotecapública. Não se pode pensar emuma iniciativa de modernizaçãonas bibliotecas com uma ação con-servadora”, diz o pesquisador.

Galindo é um entusiasta do po-der de multiplicação da internet.“Antigamente, a gente guardava ainformação. Se um livro era raro,

você guardava ele. As pessoas seufanavam de possuir coisas raras.Hoje, ao contrário, as pessoas seufanam quando dão acesso. Obser-ve que as bibliotecas têm milharesou milhões de acessos. Quantomais acesso você tem, mais genteestá visitando, mais o que você faztem sentido.”

Para o especialista em gestão dainformação, mais do que a platafor-ma em que o conteúdo é oferecido,o fundamental é que seja mantidaa função social das bibliotecas, istoé: guardar conhecimento, recuperá-

lo, levá-lo para a sociedade, gerarnovos conhecimentos e preservá-losnum sistema de informação paragerações futuras. Por isso ele enten-de que as bibliotecas existentes naweb são como quaisquer outras bi-bliotecas, só que com um graumaior de evolução tecnológica.“Qual é a diferença entre o Googlee aquela biblioteca de cinco milanos atrás, feita em tabuletinha,em Nínive, na Mesopotâmia, ondehoje é Bagdá? Para mim, é só a tec-nologia. Biblioteca digital é uma bi-blioteca”, interpreta Galindo.

Regina Fazioli, coordenadora daBiblioteca Virtual do Governo do Es-tado de São Paulo (BVSP) e consul-tora em gestão do conhecimento,entende que as bibliotecas físicastêm que adaptar a própria atuaçãopara atender melhor às necessida-des das pessoas. “Penso que as bi-bliotecas públicas estão ficando pa-ra trás. Elas não estão alcançandoas pessoas para fora de seus muros.É importante não ficar restrito aosespaços físicos”, diz.

Fazioli defende a utilização deferramentas antenadas com a nova

era do conhecimento, em desenvol-vimento. Esse é um dos preceitosque guiam o trabalho da BVSP (ve-ja matéria abaixo). “A biblioteca fí-sica deve se preocupar com outrasinstâncias da transferência de infor-mação, como forma de poten-cializar a sua vocação de centro deinformação, construção de conheci-mento e vivência”, aponta.

Em Pernambuco, o projeto SesiIndústria do Conhecimento, quetem abrangência nacional, promo-ve a implantação de centros multi-mídias que oferecem à populaçãopesquisa e prática de leitura em di-versas mídias. São dez as unidadesno Estado, e outras quatro estãopor vir.

Coordenador do projeto, Leonar-do Roque destaca que as novas tec-nologias, apesar de promoveremmudanças na relação das pessoascom a informação, não ameaçamo futuro das bibliotecas comuns.“Sou da opinião que, embora a tec-nologia vá provocar profundas mu-danças na forma como as bibliote-cas prestam seus serviços, unidadestradicionais ainda serão necessá-rias ao desenvolvimento humano”,afirma.

Roque, no entanto, destaca quenão se trata apenas de tecnologia.É preciso que os profissionais este-jam preparados para relacionar asdiferentes possibilidades de acúmu-lo de conhecimento. “Enquanto atecnologia encanta com seus recur-sos e visual hi-tech, precisamosapresentar os livros como instru-mentos que abram portas para no-vas aventuras e oportunidades enão só como materiais meramentedidáticos e para estudos”, defende.

Uma biblioteca brasileira estáquebrando paradigmas na ofertade informação ao leitor. São ver-dadeiros agentes da informaçãoos membros da Biblioteca Virtualdo Governo do Estado de São Pau-lo (BV-SP), que desenvolvem oprojeto o Livro e a Leitura, quevem atendendo o público de for-ma personalizada e, ao mesmotempo, estimuladora da autono-mia.

“A BV-SP pode se caracterizarcomo um serviço eletrônico de in-formação e gratuito. É bom focarque ela não contém material digi-talizado. A mudança grande deparadigma é de acervo para aces-so à informação”, sintetiza Regi-na Fazioli, coordenadora da BV.

O modo de trabalho é simples.O leitor/usuário envia um e-mailpara a BV com o tema que desejapesquisar. A equipe da bibliotecavirtual registra, inicia as pesqui-sas e retorna ao leitor com os en-

caminhamentos, para que ele en-contre as respostas. “Responde-mos indicando todas as fontesem vídeo e em texto. O importan-te é atender à ânsia de conheci-mento do cliente, independente-mente de qual seja ela”, diz Fa-zioli.

“As pessoas acham que, solici-tando a informação, nós vamosdar a pesquisa pronta. E não é is-so. A biblioteca virtual não dá pes-quisa pronta para ninguém. Se al-guém pesquisar geografia do Bra-sil, podemos até dar um parágra-fo, dizendo: ‘A gente entende quegeografia do Brasil seja isso eaquilo. Se você precisar de maisinformações sobre o assunto, de-ve procurar em tal e tal lugar’”,explica a coordenadora. A ideia écapacitar as pessoas para elasmesmas se sentirem autônomaspara procurar as informações.

“Um dos conceitos que a gentetrabalha é o de gestão de conheci-

mento. Tudo é muito comparti-lhado. O ambiente é voltado paraisso”, completa Fazioli. A equipeé formada por quatro bibliotecá-rios, uma pessoa com licenciatu-ra em letras, uma formada em di-reito, outra que faz gestão de ne-

gócios – para ajudar também naparte administrativa –, uma esta-giária e uma voluntária da áreade tecnologia. “O que se procuraé utilizar as qualidades e os co-nhecimentos específicos dos pro-fissionais para aplicá-los aqui”,

destaca Fazioli.Os funcionários da BV também

produzem conteúdo. Especiaissão publicados mensalmente,com temas variados. O de agostode 2009 é emblemático: Comopesquisar na internet. O índice dedownloads de materiais do siteaumentou 2.000% de 2006 até ofim de 2009.

A equipe também responde aose-mails de sites a exemplo de Por-tal SP, Ouvidoria SP, Gestão Pú-blica e Casa Civil, bem como aopróprio site da biblioteca virtual.Isso dá, na visão de Fazioli, umalcance maior ao trabalho. “Aten-demos pessoas do mundo todo.”

O uso de hiperlinks é explora-do ao extremo na BV. Indicaçõesde informações em outros sitessão constantes. Até mesmo os es-peciais produzidos pela equipe daBV são carregados de links paramais informações em outras pági-nas. Dessa forma, a biblioteca vai

trazendo para as demais unida-des o hipertexto, elemento presen-te nas enciclopédias e adaptadacom extremo sucesso para a co-municação na internet – caracte-rística até do webjornalismo.

Existe receita para desenvolverum trabalho assim? Regina Fazio-li diz que não. “É tudo muito per-sonalizado, porque as perguntastambém são personalizadas.” Ex-ceção à regra são os 98 modelosde respostas a perguntas recorren-tes. Todavia, os cuidados da ativi-dade de biblioteconomia conti-nuam firmes. “As pessoas falamque tudo que se diz na internetpode não ser certo. Mas isso tam-bém acontece nos livros. Então édesconfiar de tudo que está escri-to. Ver como vai passar a informa-ção às pessoas. É preciso ter sem-pre muito claro que a gente lidacom pessoas. O cliente tem queser atendido sempre com muitorespeito”, finaliza.

Pioneirismo inter-redes no Bolão JC

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GUIA Biblioteca Virtual de São Paulo oferece especiais e orienta pesquisa

www.jc.com.br/informatica

» JC ONLINE

LIBER Professor Marcos Galindo lidera projeto em laboratório da UFPE que visa preservar textos pela digitalização, feita com máquinas de ponta

Convergência de mídias e novos dispositivos de acesso ao conhecimento, como e-readers, exigem mudanças na forma de sistematizar conteúdo

»informática

D ecepcionado com a perfor-mance do Brasil na Copado Mundo da África do Sul?

A Taça-Extra – Campeonato Brasi-leiro de Futebol Digital é a oportu-nidade ideal para montar e coman-dar o seu time da forma que vocêquiser. O evento, que será realiza-do nos dias 7 e 8 de agosto, no Ex-tra de Boa Viagem, é promovido pe-la rede de supermercados e patroci-nadora oficial da seleção brasilei-ra, com parceria da ConfederaçãoBrasileira de Futebol Digital(CBFD).

Os jogos serão disputados comum dos games mais badalados domomento, o Pro evolution soccer2010 (Winning eleven), da Kona-mi, na plataforma PlayStation 3.

Serão 64 seletivas no País, 25em lojas Extra. As inscrições cus-tam R$ 20 e podem ser feitas até odia 4 de agosto pelo site www.cbfdv.com.br, onde o interessado encon-tra também dados do regulamentoe tabelas de jogos. A idade mínimaé de 18 anos.

As seletivas regionais premiarãoo vice-campeão e o campeão comPlayStations 3 e garantem a partici-pação, com todas as despesas pa-gas, na grande final, realizada emSão Paulo em novembro. O encon-tro terá a participação dos 128 clas-sificados brasileiros, que disputa-rão o título de melhor jogador digi-tal. Os três primeiros ganharão prê-mios de US$ 10 mil, US$ 5 mil eUS$ 2,5 mil.

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