ESCOLAS DE OUTROS TEMPOS E LUGARES*
No dia 1° de abril, os alunos dos 3os anos viveram um importante
encontro de gerações, repleto de trocas, conhecimento e
emoção. Vovôs e vovós participaram de um chá, onde puderam
contribuir com o estudo desenvolvido pelo grupo sobre o tema
“Escolas de outros tempos e lugares” – projeto da área de
Ciências Humanas.
Durante o encontro, os alunos
puderam ouvir relatos de como seus avós viveram sua escolaridade –
histórias como a de uma vovó que para chegar à escola, na Zona
Rural, caminhava diariamente 5 km e estudava na mesma sala com
alunos de idades diferentes. Um fato que chamou muito a atenção de
todos: os alunos de antigamente temiam os seus professores e os
castigos a que eram submetidos quando não se comportavam
adequadamente em sala de aula.
Para ilustrar ainda mais estas histórias, alguns avós trouxeram fotografias antigas e os alunos
puderam observar os modelos dos uniformes usados na época – a comparação com os atuais foi
inevitável e o grupo ficou ainda mais encantado!
Foi um momento muito gostoso e rico em curiosidades. O próximo
passo foi conhecer a história da Escola Projeto Vida numa
entrevista com a diretora Lêda Cruz.
Nesse projeto as crianças tiveram a oportunidade de estabelecer
relações entre passado e presente e comparar diversas maneiras de
aprendizagem, entendendo-as como um processo contínuo e de
grande valor.
* Texto elaborado com o auxílio da Profª. Suzane A. Rodrigues
FESTVIDA E PALCO ABERTO: APRENDENDO E SE DIVERTINDO!
Pula, corre, joga, agarra, estica, passa pela
corda e, de repente, escorregamos na
infância... Realmente, brincar é muito
divertido, e faz parte de nosso processo de
desenvolvimento como indivíduos e cidadãos.
Brincar é tão importante para a criança quanto
o trabalho é para o adulto, sendo uma
atividade que a transforma, que propicia o uso
da criatividade e o relacionamento com o
outro. Na Projeto Vida, os alunos também
são estimulados a brincar, sempre com o
intuito de aprender.
Com este objetivo promovemos no mês de abril
o Festvida e o Palco Aberto, eventos que
contaram com uma grande participação dos
alunos. As atividades desenvolvidas no
Festvida foram propostas sobre duas esferas:
jogos de quadra e oficinas de jogos
eletrônicos, temas provenientes dos conteúdos
trabalhados em aula, o que auxilia os alunos na
fixação e aprendizado.
No Palco Aberto os alunos do Fundamental I
e II,mais uma vez, deram um show de
entusiasmo e espontaneidade. E dá platéia,
composta por pais, familiares e amigos,
receberam incentivo e muitas palmas!
AS AULAS ABERTAS E A APRENDIZAGEM
Abrir as portas da sala de aula
para que os pais dos nossos
alunos tenham a oportunidade
de conhecer um pouco mais do
que é realizado pelos seus filhos
durante a rotina escolar. Este é
o intuito das aulas abertas das
disciplinas específicas da Educação Infantil, que este ano foram realizadas no mês de
Abril, proporcionando momentos ricos de vivências entre pais e filhos em aulas de
Música e Educação Física.
A aula aberta ocorre do mesmo modo que uma aula
convencional e as atividades fazem parte do dia a dia. São
recortes do que é comumente trabalhado em classe, que
contemplam alguns conteúdos. Primeiramente, o professor
tem uma breve conversa sobre as atividades, as crianças
iniciam a proposta e, então, convidam os pais para
dividirem este rico momento.
Nas aulas, adotamos um fazer lúdico para que possam aprender de forma prazerosa.
Os alunos gostam muito da participação dos pais e procuram mostrar-lhes como as
atividades são realizadas diariamente.
Cantar, tocar em certos ritmos, novas melodias, nas aulas
de música. Alongar, jogar bola, correr, pular cordas, nas
aulas de educação física. E assim se desenrola esse
momento ímpar que aproxima pais e filhos e os pais
entendem, ainda mais, a proposta pedagógica da escola, a
filosofia e a maneira como o aprendizado acontece
diariamente.
ENCONTRÃO DO 9º ANO
Quando passamos a compreender que somos indivíduos únicos e que o próximo sempre
será alguém com diferenças, passamos a ter bases que fundamentam nosso respeito
por aquele que não é “igual”. Na Projeto Vida, trabalhamos princípios articulados com o
compromisso do aluno consigo mesmo, com o outro, com o espaço e com o aprendizado,
que estão embutidos nas ações pedagógicas.
O Encontrão é um evento que engloba todas essas
importantes questões. A proposta é, num horário
diferenciado, trabalhar com os alunos a valorização de si e
principalmente do outro, através de atividades lúdicas.
Trata-se de um momento especial onde são discutidos
temas como cooperação, solidariedade, ética, relação
interpessoal entre outros, identificados no cotidiano dos
adolescentes.
Em uma primeira etapa, anterior ao Encontrão propriamente dito, identificamos as
principais “marcas” e o perfil da turma, para nortear as diretrizes e a temática a ser
trabalhada. Neste ano, pontos como o respeito à diversidade, o consumismo e questões
de gênero e sexualidade foram os mais destacados.
Realizado no mês de Abril, foi dividido em duas partes: primeiramente, todos os alunos
assistiram ao filme, que aborda a vida adolescente e seus conflitos e compuseram uma
resenha crítica, como conteúdo relacionado à aula de Língua Portuguesa; uma semana
depois, aconteceu o Encontrão, embalado com o tema musical “Vamos fazer um filme”,
da banda Legião Urbana.
Os alunos comentaram partes do filme,
participaram do “Jogo do gênero” e do jogo “Cego,
Surdo e Mudo” – em trios, um ficou vendado, outro
com “tapa ouvido” e outro sem poder se comunicar
verbalmente, tendo que realizar atividades, que
abordaram a cooperação e o respeito às
diferenças. A partir das reflexões relatadas nas
atividades, observaram seus pensamentos, ideias
ou preconcepções e anotaram os compromissos que
estabeleceram com eles mesmos. Colocaram em
envelopes... Depositaram em uma caixa lacrada... E, no final do ano, quando será
realizado um novo Encontrão, eles lerão suas cartas e verificarão se cumpriram com os
objetivos que se propuseram.
O Encontrão é um dispositivo que propicia espaço de vivências entre todos os alunos,
problematizando e oportunizando discussões e reflexões de questões cotidianas.
Promover ações como essa é intrínseco à missão da Escola, não se limitando apenas ao
desenvolvimento cognitivo e intelectual, mas também ao desenvolvimento moral e ético
dos alunos.
ENTRE LAMA E PIZZAS: A SAÍDA PEDAGÓGICA AO REP LAGO
Ah, viajar! De repente partir para o novo, em busca de aventuras e experiências...
Assim é como nossos alunos se sentem nas saídas pedagógicas!
Nos dias 28 e 29 de abril, os
alunos do 2º e 3º ano,
realizaram uma saída ao
Acampamento República Lago,
ou RepLago, como é mais
conhecido. O objetivo desta
saída, para os alunos do 2º
ano é propor maior interação
entre eles e, principalmente,
com os professores e a
equipe de educadores, que os
auxilia no processo de adaptação. Já para o 3º ano o objetivo principal é que se
constituam como grupo/classe, tendo em vista que as turmas foram reagrupadas no
início deste ano.
No RepLago, eles tiveram a
oportunidade de realizar inúmeras
atividades: o jogo “energia”, no qual
tinham que capturar a bandeira das
outras equipes, jogos no campo,
arvorismo, entre outras. À noite,
promoveram uma brincadeira com
lanterna, dançaram e assistiram a
uma encenação da história “João
Preguiça”, que foi muito divertida.
Eles puderam escolher, no dia seguinte, entre realizar tarefas na “Trilha do mel” ou na
“Trilha do barroso”. Adivinhem qual foi a escolha da maioria? A “Trilha do barroso”,
que, como o próprio nome diz, é puro barro! Imaginem como foi a brincadeira no
escorregador de lama...
Outra atividade muito interessante foi
a montagem de pizzas, onde os alunos se
dividiram em grupos e colocaram a mão
na massa para escolher os sabores. Foi
uma tarefa e tanto! Eles precisaram de
consenso na escolha dos ingredientes
selecionados, que parece uma tarefa
simples, mas que exige o exercício da
negociação: apontar e compreender
pontos de vista distintos e decidir, democraticamente.
Momentos como estes, de convivência plena, não faltaram, e todos puderam brincar
juntos, sendo uma oportunidade de aprender com os mais novos e mais velhos: na
experiência com o outro o conhecer de si mesmo.
O PEQUENO FEIJOEIRO
Meu filho mais velho Arthur, hoje no 3º ano, iniciou sua vida escolar na Escola Projeto
Vida com 1 ano e 2 meses, na Unidade Esperia. Desde minha primeira visita à escola
tive certeza que seria a melhor escolha, primeiro pela acolhida da coordenação,
depois pela proposta pedagógica. E, de vez em quando, somos presenteados com alguns
frutos desta escolha. Por isso, gostaria de deixar um relato de um acontecimento lá de
casa, que segundo uma colega minha, coordenadora de escola, "é a ressignificação do
conhecimento que toda família deveria fazer".
Aproveito para agradecer o carinho e dedicação da escola para com nossos filhos.
Claudia Mitre El Tayar, mãe do Arthur Barreto 3º D e do Kalil Barreto G2
Esta história ocorreu no ano de 2010, quando o Arthur cursava o 2º ano com a querida
professora Adriana Campioni.
Quem não se lembra, quando éramos pequenos na escola, de ter plantado um pezinho
de feijão? O meu era um feijãozinho colocado em cima de um pedaço de algodão,
dentro de um potinho de Danone vazio. E íamos molhando o feijão e em um prazo
curtíssimo ele brotava. Pronto, só lembro isso! Não me lembro se tivemos aula sobre
isso.
Passados mais de 30 anos, meu Arthur com seus quase 7 anos, um dia desses chegou
contando que tinham
plantado um feijoeiro! Eu
logo me lembrei do meu
feijão e pensei: “Que
pretensão a dele, um
pequenino pé de feijão...”
Mas, logo ele explicou que a
turma foi dividida em
equipes e ganhou um vaso
grande e plantaram os
feijões, quatro covinhas
para cinco feijões cada. E
falou por dias, até que decidimos plantar nosso feijoeiro em casa, e ainda de feijão
branco! Bem, o vaso que eu tinha era meio pequeno e ele plantou uns 20 feijões, que
logo cresceram e ficaram bem bonitos. Na primeira semana ele molhava todos os dias,
mas logo depois a tarefa ficou para a mãe mesmo...
Um belo dia, voltando da escola, conversávamos no carro e ele falou a palavra
“cotilédone”. E eu: “Nossa Arthur, o que é um cotilédone?” Ele respondeu: “Ah mãe!
Você não sabe então eu vou te explicar...” Neste momento pedi a ele que deixasse para
depois, quando o papai chegasse em casa e ele poderia nos dar uma pequena aula. Bem,
o papai chegou e após o jantar lá vem o Arthur com uma folha desenhada com a
“matéria” que iria nos ensinar. Subiu em um banquinho e começou a explicação com o
desenho do feijão e ele crescendo com o tal do cotilédone que dava a força para o
crescimento (foi o que entendi), o caule jovem, a folha jovem, etc., e seguiu a aula. O
pai ficou com os olhos cheios d’água e acho que no fundo pensava: “Ah, que bom que
esta mensalidade está valendo à pena... rs...” Mas, na verdade, ficou muito orgulhoso do
filhinho.
É claro que rapidamente o
Kalil achou uma folha e um
lápis e também rabiscou
junto com o piso branco da
cozinha e tentou dar sua
aulinha... Não bastasse a
explicação sobre a
brotação do feijão, o
Arthur pegou o feijoeiro e
ainda nos fez uma
chamada oral mostrando
as partes do feijão que
tínhamos que identificar. Até que nos saímos bem! E ele ainda esticou a aula falando
sobre bulbos... E nessa aula me saí melhor porque eu sabia que a cebola é um bulbo.
E nunca pensei que aquele pezinho de feijão pudesse render tanto!
Agradecemos à mãe Claudia Mitre, por compartilhar conosco esta experiência vivida
em família.
UMA EXPERIÊNCIA NA CIDADE DE BROTAS
No mês de abril, os alunos do 6º ano realizaram uma saída pedagógica para a cidade de
Brotas. O objetivo foi que tivessem uma experiência nova e dinâmica, observando na
prática os conteúdos trabalhados em sala de aula.
A escolha da cidade foi devida
à sua capacidade de englobar
uma série de elementos
relacionados às diversas áreas
do conhecimento: para a
disciplina de Ciências, por
exemplo, há o CEU (Centro de
Estudos do Universo); para
Geografia são as questões da paisagem, em especial o Rio
Jacaré Pepira, que tem possibilitado o desenvolvimento do ecoturismo na região; à
Matemática, os conhecimentos aprendidos para produzirem um relógio de sol.
Antes da saída os alunos
realizaram atividades que os
prepararam para a abordagem
dos temas analisados: buscaram
informações sobre o tempo, a
temperatura e o clima
(diferenciando os três
conceitos) e também sobre a
localização: elaboraram um roteiro para a entrevista realizada com um astrônomo e
construíram os relógios de sol. No
retorno, se valeram dos registros
captados para o aprofundamento dos
temas trabalhados.
As expectativas quanto aos estudos do
meio estão vinculadas, principalmente,
à qualidade do aprendizado dos alunos,
tanto do ponto de vista acadêmico
como das relações interpessoais,
aspectos garantidos nessa viagem:
momentos de interação entre os
colegas e com o ambiente, onde o
aprendizado tem início.
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