CAPTULO 1
Eletrobrs
7.1 - 32
DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH
PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Obras Civis - Canal de Aduo
7.1.4CANAL DE ADUO
a)Seo Tpica
A escolha da seo tpica mais adequada para o canal vai depender das condies topogrficas e geolgico-geotcnicas da ombreira em cada local onde o canal ser implantado.
Podero ser adotados canais trapezoidais, em solo, ou retangulares, em rocha, com ou sem revestimento.
b)Dimensionamento
O dimensionamento do canal dever ser realizado em sintonia com os parmetros fixados anteriormente para o projeto da tomada dgua.
A seqncia de clculo a ser utilizada no dimensionamento preliminar das dimenses do canal a mesma apresentada anteriormente na Seo 7.1.2-c e repetida a seguir.
- Definir a inclinao dos taludes (
m
), com base nas caractersticas geotcnicas do material do terreno, que garanta a estabilidade do canal.
- Fixar, inicialmente, a lmina dgua mxima (
max
h
) no canal igual a 1,0 m.
- Subtraindo-se
max
h
da elevao do NA mnimo do reservatrio determina-se a cota do fundo do canal.
- Fixar a velocidade mxima admissvel no canal (
V
max
), para escoamento com o tirante de 1,0 m, a partir, tambm, das caractersticas geotcnicas do material do terreno; essa velocidade deve ser compatvel com a velocidade do escoamento a jusante da tomada dgua.
- Estimar a largura necessria do canal (
b
), a partir da vazo de projeto, da velocidade mxima admissvel e da lmina dgua fixada, com base na Equao da Continuidade, como apresentado a seguir.
)
(
2
max
max
max
max
max
mh
bh
V
A
V
Q
+
=
=
max
max
2
max
max
max
h
V
mh
V
Q
b
-
=
Registra-se que para canais retangulares
m
=
0
.
- Verificar a viabilidade da execuo do canal com a largura necessria calculada, tendo em vista os equipamentos de escavao normalmente utilizados pelos empreiteiros. Caso a largura do canal seja excessiva, ou se as condies geolgico-geotcnicas no forem favorveis execuo do canal com tal largura, deve-se cogitar de soluo alternativa como as descritas a seguir.
- Verificar a possibilidade de aumentar o tirante dgua mximo fixado o que possibilitar diminuir a largura do canal.
- Verificar a hiptese de usar uma largura menor. Nesse caso, como a velocidade ser maior, deve-se revestir o canal com material compatvel com a velocidade mxima esperada.
1
m
NA
h
b
m
1
Figura 7.1.24
A capacidade de vazo do canal dever ser verificada utilizando-se a frmula de Manning, como descrito a seguir.
n
R
AS
Q
3
/
2
2
/
1
=
(m3/s), onde
=
S
declividade do canal;
=
R
raio hidrulico (m);
=
n
coeficiente de rugosidade do canal.
A declividade do canal deve ser mnima e constante. Recomenda-se adotar um caimento de 0,4 m a cada 1.000 m de canal (declividade = 0,0004).
O valor da rugosidade varia em funo do material do revestimento. A tabela 7.19 apresenta alguns valores caractersticos.
Tabela 7.1.9
COEFICIENTES DE RUGOSIDADE
Natureza das Paredes
n
Cimento liso
0,010
Argamassa de cimento
0,011
Pedras e tijolos rejuntados
0,013
Tijolos rugosos
0,015
Alvenaria ordinria
0,017
Canais com pedregulhos finos
0,020
Canais com pedras e vegetao
0,030
Canais em mau estado de conservao
0,035
c)Aspectos Construtivos
A escavao do canal dever ser realizada de acordo com os procedimentos usuais para obras dessa natureza.
Visando a otimizao do balanceamento de materiais da obra, deve-se considerar que o material proveniente da escavao do canal dever ser utilizado na construo das obras de terra do aproveitamento, principalmente se o volume for expressivo.
Para os canais sem revestimento, em solos argilosos impermeveis, a superfcie escavada dever ser compactada. A compactao dever ser realizada com a utilizao de equipamento apropriado. Em princpio, recomenda-se um mnimo de 6 passadas de rolo compactador.
Para os canais revestidos, dever ser elaborada uma Especificao Tcnica para a execuo do revestimento, de acordo com a experincia em obras dessa natureza.