Cidade disfarçada: Petrópolis como disguised location na telenovela
“Lado a Lado” Caroline da Silva Gomes
Frederico Ferreira de Oliveira Jarlene Rodrigues Reis
Resumo: O objetivo desse trabalho consistiu em identificar, na perspectiva de telespectadores da
telenovela “Lado a Lado”, exibida pela Rede Globo, suas percepções em relação aos ambientes
petropolitanos retratados na obra como representações de outra localização – fato caracterizado como
“disguised locations” na literatura sobre turismo cinematográfico. Tomou-se como fundamentação
quadro teórico acerca de imagens, imaginário, memória e identidade, turismo cinematográfico e
teledramaturgia. A abordagem metodológica foi quantitativa/qualitativa, sendo os dados coletados por
meio de questionário, aplicado entre espectadores da telenovela. Observou-se que os participantes que
demonstraram maior facilidade em reconhecer os locais haviam estabelecido algum contato prévio com
eles.
Palavras-chaves: Imaginário; Telenovelas; Disguised locations; Lado a Lado; Petrópolis.
ABSTRACT: This study aims to identify, in the perspective from viewers of the telenovela “Lado a
Lado”, aired by Rede Globo, theirs perceptions related to Petrópolis’ places portrayed on screen as
representations of another location - known as disguised locations in the literature of film-induced
tourism. It presents a theoretical framework that involves images, imaginary, memory and identity, film-
induced tourism and teledramaturgia. The methodological approach was quantitative/qualitative, the data
being collected by questionnaires, applied among the telenovela audience. It was observed that
participants who demonstrated greater facility in recognizing the locations had established some sort of
previous contact with them.
Keywords: Imaginary; Telenovelas; Disguised locations; Lado a Lado; Petrópolis.
1 Introdução
A telenovela, produto de maior lucratividade e popularidade da televisão
nacional (LOPES, 2003), assume um papel significativo no contexto cultural brasileiro.
De acordo com Oliveira et al. (2015, p. 292) ela transmite uma “variedade de símbolos e
significados ligados a imagens que influenciam, em diversos aspectos, a percepção e o
imaginário dos espectadores”. É esse imaginário que, para Maffesoli (SILVA, 2001),
dita como interpretamos o mundo que nos cerca.
Sendo assim, a capacidade da telenovela de influenciar o imaginário está
expressamente relacionada ao turismo. Há inúmeros exemplos de produções que
impulsionaram a atividade turística nas regiões onde foram ambientadas. Todavia, é
comum que as ficções televisivas retratem nas telas uma região que, na realidade, possui
diferente posição geográfica. As filmagens podem ocorrer tanto em estúdios quanto em
locais reais que são minimamente modificados com o objetivo de parecer outro.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
A novela das 18h tem sido objeto de alguns estudos acadêmicos, como os de
Rocha et al. (2013) e Baccega et al. (2014), que abordaram seu conteúdo histórico além
de Fernandes (2013) e Kunz et al. (2015), que analisaram a representação do negro em
“Lado a Lado”. Exibida entre 2012 e 2013 pela Rede Globo de Televisão, “Lado a
Lado”, por exemplo, teve parte de suas gravações realizadas no município de Petrópolis,
a fim de ambientar sua trama na Zona Sul do Rio de Janeiro no início do século XX.
Porém, nenhuma investigação se debruçou sobre a discussão acerca das locações
deslocadas (disguised locations), onde aconteceram as filmagens da trama.
Por esta razão, a pesquisa se baseou em “Lado a Lado” para buscar entender
como os espaços petropolitanos são apresentados nas telas, bem como suas relações
com o imaginário e a identidade da cidade. Propôs-se aqui a investigação do papel de
disguised locations atribuído a esses lugares em grande parte das telenovelas, com o
intuito de contribuir para estudos futuros na área do turismo midiático em Petrópolis.
O referencial teórico foi composto por leituras nas áreas de imaginário e
memória (DURAND,1964; 1998; POLLACK,1989; 1992; HALBWACHS, 1992; 2005)
e turismo midiático (BEETON, 2005; NASCIMENTO, 2009; ROESCH, 2009; FOIS-
BRAGA, 2009).
Com a abordagem voltada para a investigação dos imaginários de Petrópolis, o
estudo busca contribuir para as reflexões sobre as múltiplas identidades e representações
da cidade que já é consolidada como “disguised location” no cenário televisivo
brasileiro.
2 Turismo de teledramaturgia no contexto cultural brasileiro: a influência da
telenovela no imaginário coletivo
2.1 Imaginário e memória
Com os relevantes progressos das tecnologias de reproduções por imagens e de
seus meios de transmissão, a sociedade está exposta a um bombardeamento imagético.
A chamada “civilização da imagem” (DURAND, 1998) acumula conhecimentos por
meio de experiências visuais “a cada filme que se assiste, a cada exposição de arte que
se percorre, a cada viagem que se faz” (GASTAL, 2005, p. 30).
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
Portanto, de acordo com Susana Gastal (2005), ao falar sobre Nova Iorque, por
exemplo, não é necessário que seja feito um relato minucioso para que as imagens do
Empire StateBuilding, da Estátua da Liberdade, do Central Park e da Times Square
sejam lembradas, mesmo por alguém que não conhece a cidade norte-americana. Isso
porque os indivíduos preservam essas imagens, as quais constituem imaginários.
Laplantine e Trindade (1997) descrevem o imaginário como um sistema de
criação que se baseia no real para configurá-lo e reconstruí-lo. Ele faz parte do campo
de representações, mas não é uma reprodução ou transposição das imagens, seria, na
verdade, a maneira pela qual os homens interagem, subjetiva ou objetivamente, com a
realidade, atribuindo-lhe significados. A realidade é manipulada pela destreza do
imaginário, o qual representa, para Laplantine e Trindade (1997), um conjunto de
sensações partilhadas, carregadas de afetividade e emoções que traduzem o modo como
o mundo é visto e percebido. Barbier (1994) considera o imaginário como um conjunto
de figuras, formas, e símbolos os quais se exprimem no representar e no dizer dos
indivíduos.
O imaginário é um fenômeno construído coletivamente, pois ultrapassa cada
indivíduo e o integra em um conjunto muito mais amplo (MAFFESOLI, 1998).
Portanto, quando se fala em “seu” imaginário, fala-sedo imaginário de um grupo no
qual o indivíduo está inserido, como explica Maffesoli (SILVA, 2001). Durand (1964),
por sua vez, afirma que o imaginário está sujeito a interpretações concretizadas de
forma individual, regional e social, pois está associado a símbolos os quais são
representações que dão lugar a sentidos. Em suas palavras “o símbolo remete para algo,
mas não se reduz a uma única coisa” (DURAND, 1964, p. 56).
Em outra perspectiva, Bourdieu (1989) afirma que o imaginário consiste na
utilização, produção e expressão por meio de símbolos que são instrumentos de
integração social, enquanto meios de conhecimento e comunicação, os quais tornam
possível o consenso sobre a percepção do mundo social.
Os lugares são espaços preenchidos por imaginários e têm suas identidades
geradas a partir da memória de seus habitantes, pois segundo Pollack (1992), é estreita a
relação entre memória e o sentimento de identidade.
As paisagens, os costumes, as tradições, o folclore, a música, a arquitetura, as
celebrações, as datas e personagens históricas, as regras de interação, as receitas
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
culinárias e as vestimentas são pontos de referência que estruturam a memória e a
inserem, de acordo com Maurice Halbwachs (1992), na memória coletiva do grupo a
que pertencemos. Pollack (1989) acrescenta que quando temos contato com essas
referências de épocas passadas, constantemente as integramos em nossos próprios
sentimentos de filiação e origem, de modo que alguns elementos se organizam em um
quadro cultural comum a toda humanidade, e assim a memória permanece viva.
A memória é, portanto, acionada a partir das relações afetivas e dos sentimentos
que atribuímos aos objetos, situações, lugares, momentos e pessoas, com apoio no
ambiente social que nos cerca, assim como por pontos de referências de ordem
sensorial, como cheiros, cores, sons. Para Pollack (1989), é alimentada ainda pela
interação entre o vivido e o aprendido, o vivido e o transmitido.
Pollack (1989) nos direciona para compreensão da força dos filmes e
documentários como instrumentos significativos para os rearranjos sucessivos da
memória coletiva e da televisão, para a memória nacional, que trazem à tona
sentimentos e emoções responsáveis por nutrir a memória. Desse modo, as imagens
veiculadas são capazes de encantar e encorajar o indivíduo a conhecer um país, um
estado e/ou uma cidade. Essas imagens possuem, portanto, a capacidade de nos motivar
para que nos aventuremos no desconhecido, estimulando o desejo de vivenciar novas
experiências culturais ou até de aprofundar os conhecimentos a respeito de nossa
própria cultura.
2.2 Turismo midiático: uma imersão no território ficcional
O turismo cinematográfico ou “cineturismo”, como prefere o autor Flávio
Nascimento (2009), é uma das vertentes do turismo que acontece por meio da visitação
de destinos associados a produções culturais, tais como filmes, curtas, telenovelas,
minisséries e séries televisivas. Isso porque o indivíduo, enquanto espectador, é
estimulado a buscar aquilo que ficou impregnado em seu imaginário. Esse fenômeno
também é conhecido como film-induced tourism, termo que Sue Beeton (2005) acredita
incluir melhor a televisão e vídeos nessa modalidade de turismo.
Roesch (2009) define o turismo cinematográfico como um nicho específico do
turismo, o qual direciona visitantes a locais retratados nas telas durante ou após a
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
produção de um longa metragem ou uma ficção televisiva. Os turistas cinematográficos,
também conhecidos como jetters, são indivíduos que, segundo o autor, visitam, seja por
planejamento ou por coincidência, espaços físicos reais onde foram filmadas cenas
retratadas nas telas de cinema ou de televisão. Nascimento (2009) acrescenta que são
turistas que se aventuram mundo afora para conhecer locações de filmagens. Roesch
(2009) esclarece, ainda, que o termo locação não é sinônimo de estúdio, já que locação
se refere ao espaço geográfico real e as chamadas off-locations, que incluem os
estúdios, são cenários construídos artificialmente com o propósito de recriar ou criar um
local.
Fois-Braga (2009) afirma que esse modelo de turismo surge para apresentar ao
telespectador os bastidores das produções e, ao mesmo tempo, inseri-lo no território
ficcional visto nas telas. Cabe ao turista eleger quais pontos valem a visitação e quais
serão desprezados, e essa decisão depende dos vínculos emotivos estabelecidos entre o
turista enquanto espectador com a produção.
Para Nascimento (2009), essa necessidade de conhecer tais locações é
proporcionada pelo desejo de fazer parte de um mundo idealizado, de se aproximar das
personagens e de seus ídolos, de viver uma aventura própria. Ao reconhecer tais
influências, Beeton (2005) destaca que o desenvolvimento da identidade, imagem e
representações culturais de uma localidade pode ser delineado por meio de filmes
populares e ficções televisivas, que refletem e reforçam os costumes culturais atuais.
Entretanto, existem situações em que a escolha da locação e dá em função de
outras razões, sendo essa ação estudada por Beeton (2005) ao definir mistaken
identities ou disguised locations, como Roesch (2009) intitula, as quais referem-se ao
fato de que essas locações podem ser usadas, geralmente por questões financeiras ou
logísticas, apenas para filmagem, retratando outro lugar no qual a trama é ambientada.
Um dos exemplos mais claros de disguised location é a cidade canadense
Vancouver que, apesar de ser um dos principais centros de produção cinematográfica na
América do Norte (GASHER, 2002) e aparecer em um significativo número de filmes e
séries de televisão, representa, na maioria dos casos, outras localidades.
O turismo midiático, portanto, beneficia tanto o espectador, que tem satisfeito o
desejo de se sentir parte das produções e de viver experiências semelhantes aos de suas
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
personagens favoritas, quanto às destinações turísticas as quais captaram essas
produções, assim como empresas turísticas e equipes envolvidas nas produções.
2.3 A telenovela no contexto nacional brasileiro
Gênero mais popular e de maior lucratividade da televisão brasileira, a narrativa
ficcional televisiva, ou telenovela é, como assegura Andrade (2003), um espaço de
dramatização e representação do cotidiano, com todos os conflitos, contratempos,
resoluções e os mais variados comportamentos, levando ao telespectador situações com
as quais ele pode se identificar, além de situações que ele jamais experimentaria ou que
ele deseja vivenciar, mas não tem oportunidade. Ele assiste a todos os desdobramentos
da vida de outros, muitas vezes de classes sociais distintas, de outras cidades e outros
tempos. A telenovela apresenta ainda modas e esquemas ideais de vida. Andrade (2003)
acrescenta que ela possui todas as ferramentas necessárias para retratar o cotidiano, no
entanto o faz com apoio da ficção.
Para Motter (1998), o modelo atual de telenovela brasileira, ao reproduzir os
conflitos da sociedade, consolida uma marca específica que se distancia completamente
de suas origens. A trama, constituída tanto por situações comuns quanto inusitadas,
retrata a vida em diversas perspectivas, o que permite que as pessoas percebam
realidades muitas vezes distantes das suas (ANDRADE, 2003) e estimula a torcida em
torno dos destinos das personagens – isso porque a telenovela utiliza de recursos
narrativos para manter o interesse do telespectador. Lopes (2011) afirma que os
capítulos se articulam e avançam por meio de “ganchos” que correspondem a pequenos
ou grandes eventos que afetam diretamente a continuidade da trama, são organizados de
modo a manipular o suspense e gerenciar a atenção do telespectador.
Isso permite que o telespectador, enquanto aguarda o desenrolar da trama, tente
adivinhar e dar palpites sobre o que pode acontecer. Para Lopes (2003), o público passa
então a circular essas informações, comentando em casa com familiares, amigos,
vizinhos, no trabalho, no salão de beleza, em almoços, jantares, bares, lanchonetes, etc.,
tanto que até pessoas que não assistem sabem, no mínimo, os nomes de algumas
personagens. Com os grandes avanços tecnológicos, essa interatividade com a audiência
é ainda mais intensa. Hamburger (2011) destaca que o telespectador pode enviar e-
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
mails, entrar em portais na internet para enviar críticas e opiniões, coletar informações
acerca das personagens e da trama por meio de blogs, revistas e jornais, repercutindo a
narrativa da telenovela.
Tal repercussão tem a ver com o que Henry Jenkins (2008) chama de
“convergência”. Comenta-se a novela em programas de TV, colunas em jornais diários,
tanto os renomados quanto os populares, em revistas especializadas em comentários
sobre novelas e celebridades, em blogs, nas redes sociais e em canais do Youtube.
Portanto, não resta dúvida de que a telenovela ultrapassou o limite do entretenimento e
está impregnada na rotina da população brasileira, configurando-se como uma
experiência simultaneamente estética e cultural. Como experiência de sociabilidade, ela
construiu e aciona cotidianamente mecanismos de interatividade, conversação,
compartilhamento e participação imaginária (LOPES, 2003, p. 30).
Para Jenkins (2008) a convergência é, mais do que um processo tecnológico, um
fenômeno cultural que incentiva os consumidores a buscarem informações e conexões
em meio aos conteúdos disponibilizados na mídia, mantendo seu interesse e
engajamento com a produção e motivando uma diversidade de interações entrelaçadas
com a dinâmica sociocultural que correspondem, como discute Latour (2012) a um
movimento marcado pela multiplicidade de grupos que interagem em relação uns aos
outros.
Observa-se que a telenovela dispõe de grande influência no contexto cultural do
país e que tem a capacidade, como enfatizam Mercuriet al. (2011) de envolver o
telespectador ao retratar a realidade devido à identificação com os temas propostos ou à
curiosidade pelo diferente. A telenovela hoje, com enredos baseados em situações
contemporâneas, projeta assuntos para além das telas (OLIVEIRA; REIS;
CATRAMBY, 2015) que contribuem com as pautas abordadas na mídia, seja em
jornais, revistas ou nas redes sociais, alimentando, desse modo, ainda segundo
Mercuriet al. (2011) debates e reflexões sobre situações vividas na sociedade,
reafirmando ideologias e pensamentos, evidenciando contextos sociais modernos,
promovendo aceitações e compreensão de assuntos antes considerados tabus, como o
feminismo, homossexualidade, entre outros.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
3 A telenovela “Lado a Lado” e sua narrativa exibida
No dia dez de setembro de 2012, a Rede Globo estreou a telenovela “Lado a
Lado”1, no horário das 18 horas. Ambientada no Rio de Janeiro no início do século XX,
a trama narrou a história da amizade entre duas mulheres de origens e criações distintas,
seus anseios e dificuldades
A trama, que conquistou em 2013 o Emmy Internacional2 de melhor telenovela,
contou as histórias de Laura, vivida por Marjorie Estiano, que se vê forçada por sua
família a se casar com Edgar, interpretado por Thiago Fragoso, um homem que não vê
há quatro anos, e Isabel, interpretada por Camila Pitanga, filha de ex-escravo,
apaixonada por Zé Maria, vivido por Lázaro Ramos, com quem sonha se casar
(MEMÓRIA GLOBO, 2013). Na igreja onde aguardam seus futuros maridos para subir
ao altar, ambas se conhecem e estabelecem ali um vínculo de amizade, que teve como
cenário diversos acontecimentos relevantes da história nacional entre os anos de 1903 e
1910. Fernandes (2013) destaca, entre os eventos retratados na telenovela, a ocupação
do Morro da Providência após a demolição dos cortiços, processo conhecido como
“Bota Abaixo”, a Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata, e as origens do samba.
As gravações em Petrópolis, segundo o site Memória Globo (2013), foram
realizadas durante oito dias na Avenida Koeller. Participaram, entre atores e equipes de
direção, produção e técnicos, 120 profissionais. As cenas realizadas na cidade mostram
o casario do Segundo Império Brasileiro, retratados ficticiamente como mansões
localizadas nos bairros Catete e Botafogo, Zona Sul carioca, no início do século XX.
De acordo com Tavares (2012) era mais conveniente concentrar as gravações em
um único local – dessa forma, a equipe ficou em Petrópolis durante oito dias para a
realização das cenas na Avenida Koeller.
Desse modo, a produção “Lado a Lado” auxilia a compreensão do termo
“disguised location” que, traduzido literalmente, significa “localização disfarçada”. Isso
porque os ambientes que aparecem ao longo dos capítulos são retratados com diferentes
posições geográficas, tal como acontece com o município de Petrópolis, que apresentou
1Informações disponíveis em <http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/lado-a- lado> Acesso em 24 ago 2016. 2 Prêmio de reconhecimento da Academia Internacional de Artes e Ciências Televisivas para produções realizadas fora dos Estados Unidos (INTERNATIONAL ACADEMY OF TELEVISION ARTS AND
SCIENCES, 2016).
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
características favoráveis à produção, o qual foi configurado de modo a pertencer ao
universo da trama.
O Palácio Rio Negro, usado como residência da família Assunção, que aparece
em diversas cenas, inclusive no casamento das personagens principais Laura e Edgar, é
um dos locais petropolitanos que são representados na trama como parte integrante de
um dos bairros nobres da cidade do Rio, assim como o edifício vizinho, que abriga
atualmente o Banco Santander, que exerceu o papel de residência do casal Laura e
Edgar, ambos situados na realidade na Avenida Koeller, no Centro Histórico de
Petrópolis.
A produção, para Fernandes (2013), foi um marco na teledramaturgia brasileira,
pois apresentou uma nova ótica para a história do negro, trazendo personagens
orgulhosas de seu povo e que faziam questão de referenciar sua cultura artística,
religiosa e gastronômica. Assim, “Lado a Lado” venceu também em 2013 a categoria
“Veículo de Comunicação” na sétima edição do Prêmio Camélia da
Liberdade3,promovido pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, por
promover a reflexão acerca da condição do negro no país.
4 Petrópolis como disguised location a partir da noção dos pesquisados
4.1 Aspectos metodológicos
No intuito de investigar o papel de disguised location atribuído aos ambientes
petropolitanos nas telenovelas brasileiras, foi realizada uma pesquisa empírica com
abordagem quantitativa/qualitativa, entre os dias nove e 23 de outubro de 2016, durante
a parte da tarde, na capital do Rio de Janeiro,assim como nos municípios de Duque de
Caxias, situado na Baixada Fluminense e de Petrópolis, que contou com um total de 26
participantes selecionados por tipicidade, a partir da condição de terem assistido no
mínimo dois capítulos da novela da Rede Globo “Lado a Lado”. Nesse período foram
aplicados questionários de autoria própria a partir de oito imagens, sendo cada uma
acompanhada por oito questões relacionadas, com objetivo de identificar a percepção
3Manifestação institucional e pública do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP),
que se realiza com o patrocínio da Petrobras, com objetivo de sensibilizar a sociedade para a valorização
e respeito diante da diversidade racial e étnica.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
dos pesquisados quanto aos locais exibidos na telenovela “Lado a Lado”, bem como
suas relações com o imaginário e a identidade de Petrópolis.
4.2 A noção dos pesquisados quanto ao deslocamento das locações de “Lado a
Lado”
A primeira imagem (Figura 1) apresentada aos entrevistados é a que mostra o
Palácio Rio Negro, em Petrópolis, que durante a novela “Lado a Lado” era a residência
de uma importante família da trama.
Figura 1 – Palácio Rio Negro, Avenida Koeller, Petrópolis. Fonte: Skyscrapercity.com, 2010.
Entre os 26 pesquisados apenas um afirmou não se lembrar do espaço na novela.
O mesmo pesquisado não acompanhou “Lado a Lado” por completo, porém, assistiu
pelo menos metade da trama. Entre os outros 25 que afirmaram ter visto o edifício na
novela, apenas dois não se recordavam que ele representou a cidade do Rio de Janeiro.
Quanto à real posição geográfica, a resposta unânime foi Petrópolis.
Assim, “Lado a Lado” apresenta o que é conceitualmente considerado como
disguised location. Isso porque as locações utilizadas recebem outras localizações nas
telas, ou seja, ainda que as gravações tenham sido realizadas em Petrópolis, a cidade
não é retratada, e sim camuflada para ambientar os bairros da Zona Sul do Rio de
Janeiro na época em questão.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
Observou-se que, entre os pesquisados, 13 já visitaram o Centro Histórico de
Petrópolis e caminharam pela Avenida Koeller, o que tornou mais fácil seu
reconhecimento. Entre a outra metade, que nunca visitou o município na Região
Serrana, as respostas foram muito semelhantes. Todos os 13 afirmaram que já
encontraram imagens do casarão na internet, principalmente em redes sociais como o
Facebook. E pelo menos cinco alegaram ter visto notícias na internet sobre o Palácio
que seria utilizado como a casa da personagem Constância e família, o que fez com que
a associação entre a imagem e o local ficasse mais clara. O entrevistado E24 afirmou:
“eu lembro porque vi em algum jornal, ou um desses blogs, na internet, falando que um
palácio em Petrópolis ia ser a casa da mãe da Laura. Foi até o casamento lá, muito
bonito...”.
Assim, ficou evidente que os pesquisados estabeleceram outros tipos de contato
com o espaço além da novela, e adquiriram informações adicionais que facilitaram ou
até mesmo foram fundamentais para o reconhecimento da localização.
A próxima imagem retrata o chalé onde funciona atualmente o Banco Santander
(Figura 2), situado na Avenida Koeller.
Figura 2 – Mansão na Avenida Koeller, atualmente funciona o Banco Santander. Fonte:
MCGILLYCUDDY, 2013
Quanto ao edifício, 23 pesquisados afirmaram que o viram na novela e os
demais não tinham certeza. Quando perguntados em que cidade esse espaço foi
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
retratado em “Lado a Lado”, dos 23 participantes, dois não tinham certeza, um afirmou
somente que foi uma das casas de alguma personagem, mas não soube responder
exatamente qual cidade e os 20 responderam corretamente que foi situado no Rio de
Janeiro, dentro da ficção.
No grupo daqueles que responderam anteriormente que já visitaram Petrópolis,
sete pessoas (de treze) não conseguiram identificar a real localização da casa, três
inclusive deram palpite de que provavelmente estaria situado em algum lugar no centro
da cidade do Rio de Janeiro. As mesmas participantes afirmaram que não tiveram
contato com o local da imagem em nenhum outro tipo de mídia ou pelo menos não se
recordavam. Dos que conseguiram identificar que se tratava de um lugar petropolitano,
seis pertencem ao grupo daqueles que já visitaram a cidade e dez não tiveram
oportunidade de conhecê-la, porém, mais uma vez, os dez reconheceram o lugar porque
o viram em outras plataformas midiáticas.
Alguns pesquisados afirmaram que viram muitas matérias na internet sobre as
gravações da novela, que seriam realizadas em parte na “Cidade Imperial”. Isso nos
remete à discussão de Jenkins (2008) acerca da convergência das mídias que, segundo o
autor, significa a cooperação entre múltiplos suportes midiáticos que criam um fluxo
comum de conteúdos.
Ao total, dos 26 pesquisados, 16 responderam corretamente que a mansão está
situada em Petrópolis e dez não conseguiram identificá-la, dentre os quais sete já
visitaram a cidade.
Comparando o resultado do Palácio Rio Negro com o resultado do chalé onde
funciona, atualmente, o Banco Santander, notou-se que o primeiro foi reconhecido com
muito mais facilidade. A maioria que foi capaz de identificar o chalé tinha em memória
informações que retiraram de outras mídias relacionadas à novela. O edifício passou
despercebido até para aqueles que conhecem a cidade. Isso pode acontecer porque o
Palácio Rio Negro é um ponto turístico tradicional de Petrópolis, o que, de acordo com
Roesch (2009), significa que ele possui um trabalho de marketing e publicidade já
estabelecido, independente das filmagens que foram ali realizadas. Assim, é mais fácil
que os telespectadores reconheçam o espaço, já que o contato com ele é mais amplo do
que com o edifício de um banco.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
Pode-se observar, então, que os telespectadores pesquisados foram capazes de
perceber que alguns dos ambientes da telenovela “Lado a Lado”, apesar de serem
retratados como lugares que fazem parte da paisagem urbana do Rio de Janeiro, estão
situados em outras localidades. Roesch (2009) aponta que um perigo em potencial dessa
prática é que visitantes desinformados podem se decepcionar ao se deparar com esse
tipo de situação, ou mesmo criar falsas expectativas. Por exemplo, um indivíduo que
assistiu “Lado a Lado” e está visitando a capital do Rio de Janeiro decide visitar as ruas
onde as personagens do núcleo do cortiço se encontravam, pode sair da cidade
frustrado, pois não encontrará tais lugares.
Além disso, observou-se também que entre os participantes que conseguiram
reconhecer Petrópolis nas figuras 1 e 2, alguns tiveram contato direto com esses lugares
e a maioria recebeu informações específicas sobre eles por meio de outras mídias,
principalmente a internet, que foram essenciais no momento de resgatar a memória, já
que provavelmente sem essas informações eles não seriam capazes de responder com
exatidão onde estão situados. Tanto que o Palácio Rio Negro, por ser um ponto turístico
e ter um número maior de informação circulando, foi identificado por todos os 26
participantes que, mesmo que não soubessem com certeza o nome ou endereço, não
hesitaram em responder que era um local petropolitano.
O entrevistado E1 admitiu que “é difícil saber onde fica porque se não fala na
novela nem em outro lugar aí a gente confunde mesmo”. Assim, pode-se entender que
se não houver informações explícitas no contexto que envolve a produção sobre os
locais apresentados, as localizações permanecerão disfarçadas na percepção do público.
Ou seja, o telespectador tende a identificar o espaço a partir da circulação de
informações claras sobre ele, assim, quando a disguised location é um local comum ou
com muitas características semelhantes a outro, sua verdadeira posição geográfica pode
não ficar muito evidente para ele.
Foi possível identificar também que mais do que a localização, o que fica
cultivado na memória do telespectador é o que o local representou na novela, o que
remete aos laços afetivos que ele estabeleceu com a história e com as personagens.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
4.3 A percepção dos pesquisados a respeito dos ambientes petropolitanos na
telenovela “Lado a Lado” em termos de imaginário
A “Cidade Imperial”, na perspectiva dos pesquisados, está muito associada à sua
herança histórica. As falas relacionadas ao aspecto histórico da cidade apareceram nas
respostas de 15 pesquisados. De acordo com o entrevistado E1, os locais “lembram
passeios de escola e livros de história”, enquanto para o E15 “convidam à imaginação
com esse ar de época”. Já o participante E10 afirmou que “a sensação é de que estou
mergulhando no passado. Me faz pensar em como se vivia antigamente...”.
A maioria dos participantes associou esses atributos históricos à sensação de
nostalgia causada pela paisagem petropolitana. O entrevistado E1 acrescentou em sua
fala: “eu adorava os passeios da escola até Petrópolis, então me traz felicidade, saudade
e nostalgia”. De acordo com o entrevistado E26 “lembra um pouco coisas antigas
também... lembra passado. Mas de um jeito bom sabe? De coisa preservada, que chega a
dar uma nostalgia, uma sensação boa”.
Observou-se na fala dos participantes que a sensação de nostalgia está
relacionada também à beleza dos cenários. Essa associação apareceu nas falas de pelo
menos seis participantes. O entrevistado E2, por exemplo, afirmou ter “uma sensação de
nostalgia e encantamento” em relação às imagens das locações de Petrópolis.
Também está presente no imaginário dos pesquisados em relação a Petrópolis
aspectos de riqueza e luxo, que podem estar relacionados à história da cidade e à
presença da Família Imperial, assim como às personagens da novela. Para o entrevistado
E14 “lembra coisas luxuosas, glamour!”. Falas semelhantes apareceram em outras nove
respostas. São essas sensações em comum que moldam o imaginário e, de acordo com
Gastal (2005), ditam como os lugares são interpretados por uma coletividade.
Além disso, a cidade também é reconhecida entre os pesquisados por sua
característica romântica, atribuída pelas paisagens e pelo clima da Região Serrana.
“Romance! Com certeza. É a primeira coisa que me vem à cabeça. Penso num clima
frio, de tardezinha. Um passeio romântico e um jantar depois” afirmou o entrevistado
17. Assim como o entrevistado 16 que respondeu: “Eu penso em romance! Acho que
por causa da delicadeza, não sei... penso em carinho, em afeto... Petrópolis é uma cidade
muito romântica!”.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
Por fim, outro aspecto identificado nas falas de três pesquisados foi a percepção
de segurança da cidade. Resumido na fala do participante E26 “dá uma sensação de
segurança, não dá? Parece um daqueles lugares acolhedores, que dá vontade de passar
muito tempo porque passa tranquilidade”.
Desse modo, a imagem da cidade está muito associada, no imaginário dos
pesquisados, ao seu passado, por ser uma cidade que preserva sua história, com seus
patrimônios arquitetônicos, seus museus e seus cenários que chamam muita atenção
também pela beleza. Seus atributos históricos transmitem sensações de nostalgia e
encantamento e, além disso, estão ligados à imagem de uma região luxuosa. Além dos
aspectos históricos, há também a beleza das paisagens petropolitanas que, somada ao
clima da região, promove uma atmosfera romântica, muito presente no imaginário dos
pesquisados.
Assim, as locações petropolitanas em “Lado a Lado” reproduzem o imaginário
de uma cidade que além de histórica, é repleta de belos cenários, habitada
principalmente pelas classes mais altas, transmite tranquilidade e segurança e possui um
clima agradável. Tais características tem sido responsáveis por atrair diretores e
produtores televisivos que recorrem constantemente à cidade para suas gravações.
5 Considerações finais
A cidade de Petrópolis como locação para a novela “Lado a Lado” espelha o seu
patrimônio material, por meio das construções oitocentistas utilizadas como cenários
das gravações; estas remanescentes do período em que o Imperador D. Pedro II, sua
família e a corte brasileira passavam seus verões nesta localidade.
É esse patrimônio material que tanto fascina e cativa turistas e visitantes a
conhecerem Petrópolis e seus outros espaços de memória, que servem para ativar a
memória histórica no que se refere à História do Brasil.
Apesar da exibição de duas construções icônicas de Petrópolis como locações da
novela “Lado a Lado”, o processo de disguised location poderá se a longo prazo
continuar a ser praticado no município representar uma mudança na imagem e no
imaginário da destinação turística.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
Como observado nas respostas da pesquisa, a cidade e os lugares petropolitanos
podem não se associar com tanta intensidade à referência imagética do público, caso
sejam realizadas novas produção cinematográficas e televisivas sem que se evidenciem
a sua real localização.
Tal consideração está articulada às formulações de Nascimento (2009) segundo
as quais os vínculos criados pelo telespectador com as imagens de um local o motivam a
conhecê-lo, como modo de se aproximar do universo retratado. Esse é o ponto de
partida para que o turismo continue a existir a partir das imagens, imaginários e
memórias locais ativadas por meio das produções audiovisuais. Além disso, Roesch
(2009) afirma que o turista é motivado a visitar e vivenciar o que é projetado nas telas,
dessa forma, é importante que ele seja capaz de identificar os locais apresentados.
Nesse contexto, cabe considerar que talvez seja o momento para Petrópolis
fomentar a realização de produções, inclusive locais, que retratem de fato a cidade com
todos os atributos que ela oferece, em diversas dimensões, e que não somente a utilizem
como uma extensão de estúdio sob medida para servir aos fins que se propõem. Assim,
mesmo que não seja possível o desenvolvimento das vertentes do turismo
cinematográfico ou de teledramaturgia na cidade, que ela possa apresentar suas
características nas telas acompanhadas de todo o contexto urbano, social e geográfico
contemporâneos, a fim de que se conheça midiaticamente Petrópolis em todas as suas
vertentes por trás da tradicional “disguised location” que nela já se estabeleceu.
6 Referências
ANDRADE, Roberta Manuela Barros de. Telenovelas: narrativas imaginárias do Brasil,
Comunicação&Política, n. 3, p. 109-124, 2003.
BACCEGA, Maria Aparecida; MELLO, Felipe Corrêa de; BARRETO, Rosana
Grangeiro. História, ficção e realidade: a novela lado a lado e seu olhar sobre questões
históricas brasileiras. In: CONGRESSO PUCP, 2014.
BARBIER, René. Sobre o imaginário. Em Aberto, Brasília, v. 14, n. 61, p. 15-23,
1994.
BEETON, Sue. Film-Induced Tourism. Clevedon: Channel View Publications, 2005.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica. Tradução de Carlos Aboim de Brito.
Lisboa: Edições 70, 1964.
______. O imaginário: ensaio acerca das ciências e da filosofia da imagem. Tradução
de René EveLevié. Rio de Janeiro: Difel, 1998.
FERNANDES, Guilherme. Lado a Lado – Os negros nas telenovelas. Posso contar contigo? 22 mar 2013. Disponível em
<http://possocontarcontigo.blogspot.com.br/2013/03/lado-lado-os-negros-nas- telenovelas.html> Acesso em 03 set 2016.
FOIS-BRAGA, Humberto. Por um turismo midiático e de teledramaturgia: reflexões
para a construção de um segmento. In: IV SEMINÁRIO DA
ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM TURISMO,
n. 4, 2009, São Paulo.
GASHER, Mike. Promote it and they will come: provincial film policy in British
Columbia. In: GASHER, Mike. Hollywood North: the feature film industry in British
Columbia. Canada: UBC Press, 2002, p. 68-97.
GASTAL, Susana. Turismo, imagens e imaginários. São Paulo: Aleph, 2005.
HALBWACHS, Maurice. On collective memory. Tradução de Lewis A.
Coser.Chicago: The University of Chicago Press, 1992.
______. Memoria individual y memória colectiva. Tradução de Pablo Gianera.
Estudios. Revista del Centro de Estudios Avanzados, n. 16, p. 163-187, 2005.
HAMBURGER, Esther. Telenovelas e interpretações do Brasil. Lua Nova, São Paulo,
n. 82, p. 61-86, 2011.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. Tradução de Susana Alexandria. São
Paulo: Aleph, 2008.
KUNZ, Marinês Andrea; MAGALHÃES, Magna Lima; DUARTE, Cláudia Santos;
Ficção, história e representação: o negro na telenovela Lado a Lado. Revista
Interamericana de Comunicação Midiática. Rio Grande do Sul, v. 14, n. 28, p. 187-
202, 2015.
LAPLANTINE, François; TRINDADE, Liana. O que é imaginário. São Paulo:
Brasiliense, 1997.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria do Ator-Rede.
Tradução de Gilson César Cardoso de Sousa. Salvador: Editora da Universidade do
Sagrado Coração, 2012.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu
28,29 e 30 de junho de 2017 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil
LOPES, Maria Immacolata Vassalo de. Telenovela Brasileira: Uma narrativa sobre a
nação. Comunicação & Educação. São Paulo, n. 16, p. 17-34, abr. 2003.
______ (Org.). Ficção televisiva transmidiática no Brasil: plataformas, convergência,
comunidades virtuais. Porto Alegre: Sulina, 2011.
MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Tradução de Albert Christophe
Migueis Stuckenbruck. Petrópolis: Vozes, 1998.
MEMÓRIA GLOBO. Lado a Lado. 2013. Disponível em
<http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/lado-a-lado> Acesso em 24 ago 2016.
MERCURI, Isabela Alves et al. “Da TV pra você”: a influência da novela na sociedade
brasileira. In: XIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
CENTRO OESTE, n. 13, 2011, Cuiabá.
MOTTER, Maria Lourdes. Telenovela: arte do cotidiano. Comunicação & Educação.
São Paulo, n. 13, p. 89-102, 1998.
NASCIMENTO, Flávio Martins e. Cineturismo. São Paulo: Aleph, 2009.
OLIVEIRA, Frederico Ferreira de; REIS, Jarlene Rodrigues; CATRAMBY, Teresa
Cristina Viveiros. Salve Jorge e a influência da telenovela nas agendas midiáticas sobre
o Complexo do Alemão. Caderno Virtual de Turismo. Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p.
290-302, dez. 2015.
POLLACK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Tradução de Dora Rocha.
Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.
______. Memória e identidade social. Tradução de Monique Augras. Estudos
Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.
ROCHA, Simone Maria; ALVES, Matheus Luiz Couto; OLIVEIRA, Livia Fernandes
de. A história através do estilo televisivo: a Revolta da Vacina na telenovela Lado a
Lado. Revista ECO-Pós. Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 205-220, 2013.
ROESCH, Stefan. The experiences of film location tourists. Bristol: Channel View
Plubications, 2009.
SILVA, J. M. Michel Maffesoli: o imaginário é uma realidade. Revista Famecos, Porto
Alegre, n. 15, Ago. 2001, p. 74-82.
TAVARES, Karine. Petrópolis e Rio, lado a lado. O Globo, Rio de Janeiro, 09 Set
2012. Disponível em <http://oglobo.globo.com/economia/imoveis/petropolis-rio-lado-
lado-6037438> Acesso em 30 Mai 2016.
11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu 28,29 e 30 de junho de 2017
Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil