O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica 2007
Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
ANFÍBIOS: DE FIGURAS LENDÁRIAS A CANDIDATOS A EXTINÇÃO
Orientador: Dr. Carlos Eduardo Pileggi de Souza
Universidade Federal do Paraná- UFPR
Profª PDE Ciências: Iara Grossl de Souza
CEEBJA Profª Maria Deon de Lira
Resumo
No curso da sua história evolutiva, o planeta Terra tem presenciado a extinção natural de muitas espécies de seres vivos pelas constantes modificações ambientais sofridas ao longo de sua história. Como afirma Darwin, em sua teoria da Seleção Natural, "somente os mais adaptados sobrevivem". Com os inúmeros impactos ambientais decorrentes de ações antropogênicas, tais como a modificação e/ou destruição dos ecótopos silvestres, diferentes espécies passaram então a enfrentar mais um grande desafio que é o de garantir a sua existência no planeta ao lado da ocupação humana. O resultado dessa interferência humana sobre as condições do meio é o agravamento da situação de risco em que se encontram inúmeras espécies. Os anfíbios apresentam ainda um agravante, o fato de ter a sua imagem associada à magia, mau agouro e até mesmo pela sua aparência, considerada agressiva, e pela temperatura de seu corpo. Essa cultura do misticismo, em relação aos anfíbios tem dificultado a sua preservação ou mesmo do ambiente em que vivem. O objetivo deste objeto de aprendizagem colaborativa – OAC, é ressaltar a importância desse grupo para o equilíbrio dos ecossistemas e assim, propor um repensar sobre a imagem pejorativa que se faz deles. A proposta é da realização de atividades teórico-práticas que envolvam outras disciplinas para que se possa divulgar o real papel desses vertebrados nos difentes ecossistemas (terrestre e aquático), buscando formas de modificar a sua imagem negativa no imaginário das pessoas.
Palavras-chave: anfíbios, extinção, seleção natural, ações antrópicas, misticismo, ecossistema.
1. PROBLEMATIZAÇÃO
SaposVanessa K. Verdade
A designação popular sapos, tem duas conotações, uma que se refere aos
anuros em geral e outra que diz respeito aos anuros que possuem pele bastante
rugosa.
Os sapos são mais independentes da água que as rãs e pererecas, ou seja,
são encontrados a distâncias maiores de corpos d'água. Possuem a pele rugosa e
os membros posteriores mais curtos que os demais anuros, bem como uma
concentração de glândulas de veneno nas laterais da cabeça. Não existe
mecanismo ejetor, se o animal for capturado, o veneno escorrerá na forma de um
líquido leitoso.
Rãs
As rãs são popularmente conhecidas como anuros bastante ligados à água
e bons nadadores. São animais de pele lisa e apreciados quanto a sua carne.
As rãs "verdadeiras" possuem membranas entre os dedos dos membros
posteriores (como num pé de pato). Aqui no Brasil ocorre apenas uma espécie de
rã, na Amazônia. Seus membros posteriores são longos e adaptados à natação e
aos saltos.
Pererecas
As pererecas são comumente encontradas em banheiros de casas do
interior. Também possuem a pele mais lisa que os sapos, como as rãs. Seus
membros são bastante desenvolvidos e adaptados a grandes saltos.
Apresentam nas pontas dos dedos expansões em forma de disco que
promovem adesão. São por isso capazes de caminhar em superfícies verticais, o
que convém a seu hábito arborícola.
Por serem animais noturnos e que vivem em geral próximos a corpos
d'água como brejos e pântanos, os sapos sempre tiveram uma conotação
macabra. Seu aspecto rugoso e a temperatura de seu corpo o tornaram alvo de
receitas em bruxarias e castigo de muitos príncipes.
São comuns afirmações como as de que sapos espirram veneno, fumam ou
explodem. Atos atribuídos a esses animais por medo e falta de informação.
Sapos espirram veneno?
Um dos mecanismos de defesa muito difundido entre os anuros (sapos, rãs
e pererecas) é o esvaziamento do conteúdo de sua bexiga urinária quando
capturados. Em anuros de grande porte, como os sapos que comumente
encontramos em cidades do interior, a quantidade de líquido expelida pode ser
bastante grande e lançada a uma distância considerável. A idéia é que o jato de
líquido assuste ou incomode o predador e que este liberte o sapo. Então, o que os
sapos espirram é urina.
Sapo fuma?
Muitas vezes é observado que os sapos vão atrás de bitucas de cigarro. Isto
acontece porque a cor vermelha da brasa e seu movimento quando atirada ao
solo, são interpretadas como presas. Assim, sapos engolem bitucas de cigarro por
confundi-las com uma presa.
Sapo explode?
Os sapos apresentam uma série de mecanismos de defesa, dentre eles, o
de inflar seus pulmões.
Quando um sapo é incomodado, ele infla os pulmões e mostra seu dorso. A
idéia é que pareça muito maior do que realmente é. Para o observador, a
impressão é de que o animal irá explodir, tamanho o empenho em inflar seu
pulmão e o volume que ele alcança.
(http://dreyfus.ib.usp.br/bio435/bio43597/vanessa/chave/int.htm , acesso em
13/12/2007.)
2. INVESTIGAÇÃO DISCIPLINARINVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
No decorrer da sua história, o planeta Terra tem presenciado a extinção
natural de muitas espécies. Plagiando Darwin em sua Teoria da Seleção Natural,
"somente os mais adaptados sobrevivem".
Atualmente, as espécies enfrentam outro tipo de desafio, as ações
antrópicas.
Tudo isso se expressa através de um perigoso aumento da temperatura do
planeta.
As conseqüências são o aumento do nível dos mares, causado pelo degelo dos
pólos, tsunamis, vendavais destruidores, entre outros problemas graves.
O resultado da interferência humana sobre as condições do meio é a
extinção de inúmeras espécies.
Os anfíbios estão entre esses seres que estão sendo efetivamente
atingidos. Esse grupo apresenta ainda um agravante, o fato de ter a sua imagem
associada à magia, mau agouro ou mesmo pela sua aparência, considerada,
agressiva, e seu corpo frio. Essa cultura do misticismo, em relação aos anfíbios
faz com que não se veja com muito interesse a sua preservação e do ambiente
em que vive.
Urge tomarmos medidas no sentido de esclarecer as pessoas sobre o papel
dos anfíbios nos ecossistemas e buscar modificar a sua imagem no imaginário das
pessoas. Só assim, essa espécie tão importante, poderá ter alguma chance de
escapar à extinção.
Texto: Iara Grossl de Souza
2. Perspectiva Interdisciplinar
Uma proposta de atividade que busque a mudança de perspectiva com
relação ao grupo dos anfíbios, poderá ser desenvolvida entre os (as) professores
(as) de língua portuguesa, pois esses poderão orientar a escrita do texto de uma
peça de teatro sobre a importância dos anfíbios para o equilíbrio dos ecossistemas
, e os (as) professores (as) de ciências, que poderão orientar as pesquisas para
obtenção dos dados necessários para isso.
Os (As) professores (as) de história poderão apresentar em Powerpoint,
relatos sobre a figura dos anfíbios na história da humanidade.
A disciplina de artes, poderá realizar uma sessão de pintura sobre como as
pessoas vêem os anfíbios ou utilizar argila/ massa, para a criação de esculturas
de anfíbios.
4. CONTEXTUALIZANDO
O folclore sobre os anfíbios
Por milhares dos anos, os anfíbios foram associados com os mitos e a
mágica. Infelizmente, muito do folclore é negativo, pois eles são definidos como
monstros. Entretanto, algumas culturas vêm os anfíbios do ponto de vista de uma
luz positiva, relacionando- os a boa sorte, a proteção, a fertilidade, entre outros. É
interessante notar a origem de tais pensamentos que sobreviveram por muito
tempo.
As seguintes passagens resumem alguns contos do folclore sobre os
anfíbios. As rãs e os sapos na religião: na mitologia, e na bruxaria nos tempos
antigos, a argila era usada para fazer estátuas de cerâmica que foram coletados
nos locais que devem ter sido abundantes em anfíbios. Os povos da
Mesopotâmia, por exemplo, coletavam argila ao longo dos rios Tigre e Eufrates,
onde encontravam rãs freqüentemente. Este encontro é refletido nas palavras
antigas para rãs. Os egípcios adaptaram o "krr" da palavra; ou "krwrw", a qual se
assemelha ao som de uma rã coaxando. Os babilônios usaram o "krùru" da
palavra, a qual pode também ter sido feito para se assemelhar ao som de uma rã.
As civilizações antigas estavam conheciam bem os anfíbios. A historia egípcia
registrou que as rãs se formavam de lama e de água; uma opinião que parece ser
uma reflexão do estilo de vida dos anfíbios, semi-aquático. Esta opinião
materializou-se em conseqüência das inundações do rio de Nilo durante a estação
chuvosa, quando as rãs pareciam surgir de parte alguma e começavam seus
rituais de acasalamento. Os sapos teceram o seu caminho na religião egípcia ao
longo do tempo, como pode-se ver no deus Heket (Heget), com cabeça de sapo.
O deus egípcio Heket (Heqet), era associado com a fertilidade e a gravidez. Os
hieróglifos antigos mostram Heket dando forma a uma criança no ventre da mãe.
Heket dava a todas as criaturas o "pão da vida" antes que serem colocados no
ventre da mãe. Heket era também responsável para ressurreição dos membros de
Osíris. A correlação entre rãs e fertilidade poderia ter vindo do grande número de
ovos produzidos por rãs e por sapos a cada estação (freqüentemente centenas ou
mesmo milhares em uma única estação). As rãs foram descritas também na jóia e
os outros ornamentos no Egito antigo e em outras civilizações. Sapos carregando
facas eram colocadas sobre as barrigas de mulheres grávidas e de bebês recém-
nascidos, pois acreditava-se trazerem a proteção aos jovens.
Os gregos e Romanos adotaram muito das tradições egípcias, incluindo a
opinião que as rãs foram criadas da lama e da água. Durante os tempos antigos,
antes que o número de anfíbios declinasse, as rãs se reproduziram
frequentemente, durante sua estação de acoplamento. As milhares de rãs e de
sapos minúsculos cobriam as ruas, entravam em áreas públicas, e assim, foram
considerados como pragas. As rãs foram associadas também com as previsões
do tempo, porque começariam a coaxar imediatamente antes das chuvas. As
previsões do tempo eram feitas baseado na natureza de seus gritos. As bruxas
foram acreditava-se, também controlavam o tempo através das serpentes, sapos,
e as rãs, consultadas frequentemente. As rãs e os sapos, geralmente, foram
associados com a mágica negra por séculos. As lendas contavam histórias de
bruxas que utilizavam corpos de sapo em rituais satânicos, ou criavam porções de
partes do corpo dos sapos. A tradição basca dizia que as bruxas poderiam ser
identificadas pela presença de uma marca na forma de um pé de sapo, e nos
Pirineus, acreditava-se que as bruxas tinham uma imagem de sapo no olho
esquerdo. Outros mitos das bruxas contam que elas extraíam secreções da pele
do sapo, ou coletando a saliva do sapo para o uso em porções. No cristianismo
antigo, as rãs eram relacionadas ao demônio, especialmente no livro das
revelações.
O fato de as rãs viverem nos pântanos, fazia com que fossem consideradas
feias e sujas.
Acreditou-se também que os sapos conspiravam para envenenar povos, e
estivam possuídos por espíritos de bruxas. Cristãos medievais descreviam o
ataque de rãs gigantes.
As rãs e os sapos na ciência antiga
Durante a idade média, as sociedades mostraram mais interesse na ciência,
e no estudo dos animais. Embora estes estudos estivessem envolvidos pelos
mitos e pelo folclore, eram as pedras a pisar para as ciências biológicas
modernas.
O livro Physiologus, da idade média, foi talvez o trabalho literário mais
importante sobre a ciência dos animais. Neste livro, as rãs são divididas em duas
categorias; rãs da terra, e rãs da água. As rãs da terra foram consideradas um
símbolo da resistência e da recuperação rápida, por resistirem ao calor do sol.
Os anfíbios foram considerados nos tempos antigos, e na idade média,
como possuidores de propriedades medicinais. As poções da rã foram usadas
como afrodisíacos, impotência e prevenções para a infertilidade, contraceptivos, e
mais.
Acreditava-se que o fígado da rã era um antídoto a todo o veneno do
mundo.
As rãs foram usadas também, em rituais para remover os pensamentos de
adultério de uma esposa, se executado corretamente.
Tritões e Salamandras
Tritões e salamandras foram também associados ao demônio.
As salamandras eram associadas ao fogo. O seu nome, de origem grega,
significa lagarto de fogo. Isso porque eles acreditavam que ela poderia apagar o
fogo com as secreções de sua pele.
As salamandras e os tritões também foram usados com finalidades
medicinais. Eram queimados, às cinzas, que eram depois coletadas e usadas em
fórmulas medicinais e preparados. Hoje, os tritões são vendidos às vezes, na
Ásia, como afrodisíaco e as peles de determinadas espécies são usadas para
curar doenças. Salamandras e os tritões foram associados também negativamente
com as vacas, pois acreditava-se que iriam provocar a não produção de leite pelas
vacas.
( http://www.livingunderworld.org/ ,acessado em 13/12/2007).
Muiraquitã
O Muiraquitã é um amuleto confeccionado em jadeíte, nefrite, ardósia,
diorite, estratite ou pedra-cristal. As traduções do nome variam (mira-ki-tá, botão
ou nó de gente, muira-kitá, nó de pau), assim como a própria lenda do Muiraquitã,
que pode ser contada de diferentes maneiras.
Segundo a lenda mais comum, os verdadeiros Muiraquitãs são filhos da Lua
retirados do fundo de um lago imaginário denominado Espelho da Lua, Iaci-uaruá,
na proximidade das nascentes do rio Nhamundá, perto do qual habitavam as
índias Icamiabas, nação das legendárias mulheres guerreiras que os europeus
chamaram de Amazonas (mulheres sem marido). O lago era consagrado à Lua,
pelas Icamiabas, onde anualmente realizavam a Festa de Iaci, divindade mãe do
Muiraquitã, que lhe oferecia o precioso amuleto retirado do leito lacustre. A festa
durava vários dias, durante os quais as mulheres recebiam índios da aldeia dos
Guacaris, tribo mais próxima das Icamiabas, com os quais mantinham relações
sexuais e procriavam. A lenda também diz que, se dessa união nascessem filhos
masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os de sexo
feminino. Depois do acasalamento, pouco antes da meia-noite, com as águas
serenas e a Lua refletida no lago, as índias nele mergulhavam até o fundo para
receber de Iaci os preciosos talismãs, com a configuração que desejavam, como
jaboti, peixe e especialmente sapos, recebendo-os ainda moles, petrificando-se
em contato com o ar, logo após saírem d’água. Então os presenteavam aos
Guacaris com os quais se acasalavam, o que os faria serem bem recebidos onde
os exibissem, além de dotar outros poderes mágicos ao amuleto.
(http://www.eln.gov.br/Conhecimento/Premio_Muiraquita/Icones.asp , acesso em
13/12/2007).
Debater sobre esse misticismo que se deposita sobre a imagem dos
anfíbios, principalmente dos sapos, é necessário para que se possa entender a
real função desse grupo no ecossistema e assim, buscar mudar essa idéia de
símbolo de sorte, azar que só prejudica a sobrevivência desses animais.
5. Sítios
• Herpetofauna de Serrapilheira da Reserva Florestal do Morro Grande,
Cotia (SP)
http://www.biotaneotropica.org.br/v6n2/pt/fullpaper?bn00806022006+pt
Esse é um artigo escrito por Marianna Dixo & Vanessa Kruth Verdade, do
Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que afirmam existir uma
falta de informações sobre a biologia, distribuição e conservação da herpetofauna
brasileira, mas que isso pode ser resolvido através de estudos e levantamentos da
fauna. Os conhecimentos que vierem a resultar desses estudos, podem
trazer dados para um planejamento eficiente sobre as medidas que devem ser
tomadas para a convervação das espécies.
• Historia Naturalis Brasiliae
http://pt.wikipedia.org/wiki/Historia_Naturalis_Brasiliae
O Livro Historia Naturalis Brasiliae, publicado em 1648, por Guilherme Piso,
foi o primeiro livro médico que trata do Brasil. ele é dividido em 4 livros, sendo que
o terceiro trata dos venenos e seus antídotos.
Fala sobre a escravidão e o uso dos venenos de plantas, cobras e anfíbios,
para amenizar o sofrimento.
Cita o sapo-cururu, como sendo o animal mais venenoso de todos.
• Ibama- RAN
http://www.ibama.gov.br/ran/index.php?id_menu=178
Esse é um excelente ambiente para se pesquisar sobre anfíbios, suas
características, importância etc.
• Instituto Râ-bugio
http://www.ra-bugio.org.br
Esse site apresenta fotos de várias espécies de anfíbios, com seus nomes
científicos, além de textos relacionados a pesquisas desenvolvidas sobre anfíbios.
O conteúdo é de excelente qualidade, muito bem apresentado. Pode ser utilizado
para informar sobre as características das espécies de anfíbios e sobre as
campanhas de sensibilização sobre a importância desse grupo de animais para o
ambiente.
O Instituto Rã-Bugio foi idealizado por Germano e Elsa Woehl, que
apresentam em Santa Catarina, uma área de Floresta Atlântica onde desenvolvem
atividades de educação ambiental.
• QUE TIPO DE ANIMAL É UM ANFÍBIO?
http://www.butantan.gov.br/materialdidatico/numero8/Numero8.pdf
Nesse material didático produzido pelo Instituto Butantan,o conhecimento
científico é apresentado de forma acessível, auxiliando pesquisas de professores
e alunos , fornece suporte a programas de saúde pública.
# Dado o caráter público da iniciativa, o material pode ser reproduzido e
distribuído, desde que mantidos a fonte e os créditos originais.
http://www.butantan.gov.br/materialdidatico/index.htm, acesso em 13/12/2007.
6. SONS E VÍDEOS
• Ra-bugio no Programa Estudio SC RBS-TV
http://www.youtube.com/watch?v=HEsgBps1sEY • Sapo Bufo ictericus capturando insetos
http://www.youtube.com/watch?v=rE6SKPHRjcg • Coaxar de Aplastodiscus perviridis
http://www.youtube.com/watch?v=PtYlP6yw6mI • Rã-Bugio no Jornal Nacional
http://www.youtube.com/watch?v=xeoLjSRW9UQ • TERRA: PLANETA EM EXTINÇÃO
http://www.youtube.com/watch?v=s0xFhkWb6go • O Brasil é o Bicho- Anfíbios
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM628938-7823-O+BRASIL+E+O+BICHO+OS+ANFIBIOS,00.htm
7. PROPOSTA DE ATIVIDADE
• ATIVIDADE:
(Re)Conhecendo os Anfíbios
• OBJETIVOS:
o Reconhecer a importância desse grupo para o equilíbrio dos
ecossistemas; Propor um repensar sobre a imagem pejorativa que
se faz dos anfíbios;
o Desvincular o grupo dos anfíbios das questões de religiosidade,
bruxaria e mau agouro;
o Conhecer as principais características dos anfíbios.
• ENCAMINHAMENTO:
A proposta de atividade ocorrerá em cinco aulas, ou mais se o (a) professor
(a), mediador (a) do processo, achar necessário.
Na primeira aula, o (a) professor (a) questiona os (as) alunos (as): Quando
foi a última vez que você viu um sapo? O que você acha deles? Você acha que
existe diferença entre rã e sapo? Após a exposição das opiniões dos (as) alunos
(as) sobre os anfíbios, esses (as) assistirão a um vídeo do Instituto Rã-Bugio, que
lhes permitirá conhecer mais sobre os anfíbios.
http://www.youtube.com/watch?v=HEsgBps1sEY&mode=related&search
Logo após, será solicitado aos (as) alunos (as), um relato escrito sobre o que
pensam dos anfíbios.
Numa segunda aula, o (a) professor (a) proporá à turma, uma pesquisa em
grupo, para buscar dados sobre a importância dos anfíbios no equilíbrio ambiental.
Os alunos devem escolher relator e apresentador. Poderão utilizar computador
com acesso à internet, livros e revistas da biblioteca, além de entrevistas com
pessoas da comunidade para saber qual a imagem que fazem dos anfíbios.
Deverão apresentar oralmente, à turma, o resultado de suas pesquisas onde
serão avaliados os seguintes ítens: participação, criatividade, interesse,
organização, postura, coerência e clareza. Deverão também, entregar um resumo,
que será exposto no mural da escola.
Numa terceira aula. com a orientação do (a) professor (a), os (as) alunos
(as) irão ao laboratório para observar, no material in vitro, as características
externas do corpo dos sapos e rãs. Os (As) alunos (as) deverão responder, por
escrito, 5 questões abertas sobre os anfíbios.
Na quarta aula, o (a) professor (a) proporá a escrita e apresentação, de uma
peça de teatro sobre a importância dos anfíbios para o ecossistema. Isso permitirá
avaliar as explicações dadas e refletir sobre as mudanças nas idéias que tinham
sobre os anfíbios antes, e as modificações que essas sofreram ao longo do
processo.
• AVALIAÇÃO:
A avaliação do processo será por meio de perguntas feitas pelo (a) professor
(a), os (as) alunos (as) que analisarão a sua participação no trabalho e apontarão
aquilo que precisa ser melhorado. O objetivo dessa aula será atingido, se os (as)
alunos (as) apresentarem conhecimento satisfatório sobre a forma com que os
seres humanos tratam os anfíbios e sua importância para o equilíbrio ambiental.
Atividade desenvolvida pela profª Iara Souza
8. SUGESTÃO DE LEITURA
• Livro: Anfíbios e Répteis do Brasil: vida e costumes - vol.03
O livro faz um apanhado geral sobre anfíbios, abordando a biologia, ecologia e
aspectos gerais desses animais. O livro apresenta leitura clara e precisa
• O Sapo Encantado
CONTO
O sapo encantado é um texto extremamente poético que trata do amor entre
um sapo e uma rã. O cenário inicial, cuidadosamente descrito, evoca a um só
tempo a tranqüilidade da repetição, pois todas as noites o sapo protagoniza o
ritual do cortejo, e a ebulição da paixão que altera o comportamento dos animais.
Tudo se desconstrói diante do inevitável conflito: uma rã-bruxa lança um feitiço
sobre o sapo enamorado e o transforma num príncipe, no Príncipe Azul.
Um questionamento importante que o texto nos possibilita, nesse ponto, é
com relação à sapos e rãs: A rã é a mulher do sapo?
O (A) professor (a) terá a possiblidade de desmitificar esse assunto,
explicando que existe rã-macho e rã-fêmea, sapo-macho e sapo-fêmea.
O sapo sente total repugnância ao ser testemunha da própria metamorfose.
O progressivo desaparecimento de suas características o assusta e ele luta,
sem sucesso, pulando feito um sapo, como não poderia deixar de ser, enquanto
os cabelos crescem em suas têmporas, a pelugem aparece nos braços, a boca e
os olhos diminuem.
A beleza da Princesa, que a todos encanta, não impressiona o sapo, já que seus
padrões estéticos não foram alterados com sua transformação. Ele a acha
repugnante e sofre de saudade de sua. Assim, coloca em prática um plano de
fuga: à noite, sai pela janela, aos pulos, em direção ao brejo, e se atira em suas
margens. Seus velhos companheiros, porém, fogem daquela figura humana.
Esse trecho do livro, permite que o (a) professor (a) debate com seus (as)
alunos (as), sobre as diferenças, o exagerado culto ao corpo (magro é bonito,
gordo é feio), racismo etc. Que aquilo que não nos agrada pode ser considerado
agradável a outro.
Como nos contos tradicionais, a generosidade e a compaixão reorganizam o
caos. Depois de beijado, o príncipe volta a ser sapo, volta para o brejo, casa-se
com a rã e são felizes para sempre.
Mas talvez, o ponto mais importante a se discutir, é o motivo pelo qual
os animais desse grupo despertam medo, repulsa e descaso em muitas pessoas.
Como reverter essa situação? O conhecimento pode ser o caminho. Levar os (as)
alunos (as) a conhecerem a real função desses animais no ambiente e também a
sua anatomia e fisiologia, representa um ponto essencial para a desmistificação
da imagem desses importantes animais.
http://www.edicoessm.com.br/ArchivosColegios/edicoessmAdmin/Archivos/Guias%20de%20Leitura/SAPO%20ENC , acesso em 07/12/2007.
9. DESTAQUE
• O que são anfíbios?
Instituto de Conservação da Natureza – ICN
A palavra “anfíbio” vem do grego “amphíbios” que significa que vive em dois
elementos – terra e água. As salamandras, as rãs, os sapos, as relas e os tritões
são animais anfíbios, pois vivem parte da sua vida na água e outra em terra. São
bastante dependentes do meio aquático, pois respiram também através da pele e
precisam mante-la úmida. São também conhecidos como batráquios (grego
“batrácheios” = relacionado com a rã).
Os anfíbios não têm escamas, mas têm a pele muito porosa, pois a
respiração através da pele é muito importante. Alguns nem sequer respiram pelos
pulmões. Possuem glândulas na pele que produzem substâncias tóxicas que lhes
servem de defesa para evitarem ser comidos.
Depois de saírem do ovo, as larvas são aquáticas. Por isso, os anfíbios
precisam de água para colocar os seus ovos ou larvas. Nos anuros as larvas são
muito diferentes dos adultos, mas nos urodelos são parecidas. As larvas dos
anuros são principalmente herbívoras, enquanto as dos urodelos são carnívoras.
As larvas dos anfíbios passam por um processo chamado metamorfose, ou seja,
sofrem uma mudança não só externa (de forma e aspecto) mas também interna.
Depois da metamorfose a maioria dos anfíbios passa a viver em terra.
Os anfíbios adultos são carnívoros comendo principalmente insetos,
minhocas, moluscos (caracóis e lesmas) e aranhas. Os anfíbios mudam de pele.
Os anfíbios servem também de presas a peixes, répteis, aves e mamíferos
representando um importante papel nos ecossistemas. Para além disso, dado que
comem muitos insetos, ajudam os agricultores que assim não precisam usar
inseticidas e evitam a poluição do solo, da água e problemas à saúde humana.
Como dependem em parte da energia solar, têm taxas de crescimento
relativamente baixas e atingem tarde a maturação sexual. Não têm uma
capacidade de dispersão muito grande e tanto os anfíbios como os répteis são
muito sensíveis à destruição de habitat, pois, ao contrário das aves, não podem
“migrar” para outros locais distantes.
http://www.icn.pt/downloads/anfibios_e_repteis.pdf , acesso em 11/12/2007.
10. NOTÍCIAS
• Arca de Noé vai salvar rãs ameaçadas
Cientistas se reuniram nesta semana na cidade de Atlanta para ativar uma
"Arca de Noé" que proteja os anfíbios em todo o planeta, ameaçados por um
fungo, e que -- dizem -- poderiam desaparecer como os dinossauros.
"É o maior desafio de conservação das espécies na história da humanidade",
disse Kevin Zipple, funcionário da "Arca anfíbia" -- um grupo que tenta coletar
diferentes espécies de anfíbios para protegê-los.
Segundo os cientistas, o fungo quitrídio Batrachochytrium dendrobatidis
extermina anualmente 10 espécies em maioria rãs em todo o mundo, e poderia
acabar com 3.000 espécies das 6.000 conhecidas.
Os cientistas calculam em 3.000 as espécies de anfíbios ainda não
descobertas, que poderiam desaparecer antes mesmo de ser classificadas.
O fungo ataca partes da pele que possui queratina, afetando a capacidade
de hidratar-se ou respirar, pois os anfíbios respiram através da pele. A
quitridiomicose, que vem causando esta mortalidade desenfreada em alguns
lugares do mundo, está também no Brasil.
O segundo registro brasileiro de infecção pelo fungo quitrídio
Batrachochytrium dendrobatidis foi publicada na edição online do periódico
EcoHealth, em artigo de Ana Carnaval, pesquisadora brasileira na Universidade
da Califórnia em Berkeley (EUA), e colaboradores.
A doença já havia sido detectada em Minas Gerais, mas o artigo amplia a
extensão da doença tanto em termos de espécies afetadas como de distribuição
geográfica
• Especialistas discutem ameaça de extinção de anfíbios
Congresso reúne pesquisadores de todo o Brasil no Hangar
A diminuição na população de anfíbios é um fenômeno de escala global,
declara Luis Felipe Toledo, especialista em herpetologia da Universidade Estadual
de São Paulo (Unesp), que está em Belém (PA) e participa nesta quarta-feira, 18,
de mesa redonda sobre o assunto. A sessão acontece às 9 horas, no Hangar,
durante o Congresso Brasileiro da área que segue até sexta, dia 20.
São muitas as causas do desaparecimento de seres fundamentais à
harmonia do ambiente. Para o especialista, a caça, o comércio ilegal, a poluição, o
aquecimento global e o desaparecimento de seus hábitats por razões de
ocupação humana estão entre os principais motivos para o declínio nas
populações dos anfíbios.
http://www.museu-goeldi.br/sobre/NOTICIAS/18_07_07_Especialistas%20discutem%20amea%C3%A7a%20de%20extin%C3%A7%C3%A3o%20de%20anf%C3%ADbios.htm , acesso em 10/12/2007.
• Cadê os sapos?
Por Fábio de Castro
O padrão mais comum de ocupação humana nos vales de rios tem efeito
desastroso sobre os anfíbios da Mata Atlântica, de acordo com estudo realizado
por pesquisadores brasileiros e publicado na edição desta sexta-feira (14/12) da
revista Science.
Segundo o trabalho, o desmatamento causado pelo homem interfere no
ciclo reprodutivo dos animais ao separar os corpos d’água, onde eles vivem em
fase larval, das florestas, onde vivem na idade adulta. Conforme aumenta a
desconexão entre os dois hábitats, diminui a diversidade de espécies.
O ponto de partida do estudo foi a dissertação de mestrado defendida por
Carlos Guilherme Becker no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp). Autor principal do artigo, Becker teve bolsa de mestrado da
FAPESP.
Utilizando dados do Programa Biota-FAPESP, a equipe testou a hipótese
batizada por eles de “desconexão de hábitats” como um importante fator no
desaparecimento progressivo dos anfíbios.
Segundo o orientador da dissertação, Paulo Inácio de Prado, professor do
Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do
projeto de Auxílio a Pesquisa “Biodiversidade e processos sociais em São Luiz do
Paraitinga”, a desconexão de hábitats pode ajudar a explicar o declínio global de
anfíbios.
“Desmatamento é sempre ruim, mas o estudo mostra que alguns tipos são
particularmente perversos. Isso pode ajudar a direcionar nossas políticas de
conservação para alvos específicos, priorizando a ligação de vales de rios com
remanescentes florestais”, disse à Agência FAPESP.
Prado explica que o tipo de ocupação que gera a desconexão de hábitat é
justamente o mais tradicional na região. “Desde a época das sesmarias o uso
humano da terra tem se concentrado nas baixadas próximas aos cursos d’água,
relegando os fragmentos de floresta às porções mais elevadas e secas da
paisagem”, disse.
Segundo o professor, com essa desconexão os anfíbios florestais são
obrigados a cruzar áreas abertas entre riachos e fragmentos florestais, expondo-
se a condições inóspitas.
“Eles não resistem ao sol forte e à desidratação. Além disso, na área aberta
perdem as estratégias de defesa como a camuflagem e ficam muito expostos aos
predadores. Atravessando trechos com denso uso humano, também ficam
expostos a agrotóxicos”, disse.
De acordo com Prado, a maioria dos registros de declínios no número de
anfíbios no Brasil é verificada na Mata Atlântica, especialmente em espécies
endêmicas e com reprodução associada a riachos. No mundo, das 6 mil espécies
de anfíbios, quase um terço está sob ameaça de extinção.
Paisagem degradada
A pesquisa de Becker, co-orientada por Carlos Fonseca, professor da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), foi realizada em São Luiz do
Paraitinga, uma das regiões de Mata Atlântica mais fragmentadas e degradadas
do Estado de São Paulo.
“A partir do trabalho dele amadurecemos a idéia de que os anfíbios estão
sob risco adicional devido ao padrão de ocupação e resolvemos analisar outros
dados sobre a Mata Atlântica”, disse Prado.
Para isso, o grupo procurou Célio Haddad, professor do Departamento de
Zoologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador da área de
Biologia da FAPESP. “Ele disponibilizou um inventário muito completo dos anfíbios
em todo o bioma, que nos permitiu confirmar a relação entre grau de extinção e
desconexão de hábitat”, explicou Prado.
Os dados, obtidos no Projeto Temático “Diversidade de Anfíbios Anuros do
Estado de São Paulo”, no âmbito do Biota-FAPESP, referiam-se a 12 regiões de
Mata Atlântica em diferentes graus de desconexão de hábitat.
“Locais preservados como a região da Juréia mostraram grande riqueza de
espécies. Áreas fragmentadas como São Luiz do Paraitinga apontaram o
contrário, confirmando a hipótese”, disse Prado.
Becker conta que, quando chegou à região para o trabalho de campo, em
2006, encontrou uma paisagem tão degradada que pensou ser impossível
trabalhar com anfíbios no local.
“Demorei para encontrar fragmentos próximos a corpos d’água e acabei
encontrando apenas três deles na paisagem. Logo imaginei que os animais
deviam sofrer com a desconexão entre floresta e riachos”, disse o biólogo à
Agência FAPESP.
Ele instalou nas áreas escolhidas armadilhas apropriadas para medir a
migração dos anfíbios que saíam ou entravam nos fragmentos sem riachos. “O
primeiro capítulo do trabalho quantificou a migração entre os fragmentos florestais
isolados de corpos d’água. O segundo avaliou o impacto disso no conjunto da
comunidade de anfíbios”, contou.
A conclusão, segundo Becker, foi que o tamanho das populações diminui
drasticamente quando o fragmento florestal é isolado da água por uma área de
ocupação humana. “Quando nascem no território sem mata, os filhotes ficam
desorientados e não sabem para onde ir.”
O terceiro capítulo da dissertação foi dedicado a uma análise maior na Mata
Atlântica, originando o artigo da Science. “Nessa fase tivemos a participação do
professor Célio Haddad e do biólogo Rômulo Batista, que é especialista em
geoprocessamento aplicado à gestão ambiental”, disse Becker.
A diminuição da diversidade de anfíbios, de acordo com Becker,
desequilibra todo o sistema ecológico. “Eles são um elemento chave na cadeia
alimentar. São predadores importantes de insetos e alimento de serpentes, aves e
mamíferos”, destacou.
O artigo Habitat split and the global decline of amphibians, de Carlos Guilherme
Becker e outros, pode ser lido por assinantes da Science em
www.sciencemag.org.
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8168,
• Poluição transforma rã macho em fêmea
France Presse
Os girinos do sexo masculino podem se tornar rãs fêmeas devido à
contaminação de seu hábitat por um hormônio feminino, o estrogênio, segundo
revelou um experimento realizado recentemente em um laboratório sueco.
O fenômeno poderia contribuir para explicar porque cerca de um terço das
espécies de rãs vivas no mundo corre o risco de extinção atualmente. O estudo
será publicado em maio na "Environmental Toxicology and Chemistry", revista
científica americana. Duas espécies diferentes de rãs foram expostas a níveis de
estrogênio semelhantes aos encontrados em águas da Europa, Estados Unidos e
Canadá, no laboratório da Universidade de Uppsala, na Suécia.
Os resultados foram edificantes: as fêmeas representavam menos de 50%
da população de cada uma das espécies, mas a proporção mudou de forma
significativa nas rãs, separadas em três grupos e expostas a diferentes níveis de
estrogênio.
O número de girinos a se transformar em fêmeas entre os que foram
expostos à menor concentração de hormônio, em um dos três grupos foi duas
vezes maior. Nos outros dois grupos, expostos a níveis mais altos de estrogênio,
as rãs viraram fêmeas em 95% no primeiro grupo e em 100% no outro.
"Esses resultados são bastante alarmantes", afirmou Cecilia Berg, co-autora
do estudo com Irina Pettersson, ambas pesquisadoras da Universidade de
Uppsala. "Comprovamos estas mudanças espetaculares expondo as rãs a uma
substância apenas. Na natureza, podem existir muitas outras atuando juntas",
ressaltou.
Outros estudos nos Estados Unidos haviam estabelecido um vínculo entre a
mudança de sexo nos machos de Rana pipiens, uma das duas espécies utilizadas
na experiência sueca, e a presença em seu hábitat natural de um pesticida que
produz substâncias estrogênicas, destacou a especialista em toxicologia
ambiental.
"Os pesticidas e outras substâncias químicas industriais podem atuar como
estrogênio no corpo", acrescentou. "Isso nos levou a realizar esta experiência",
disse. A outra espécie estudada é uma rã muito comum na Europa, a Rana
temporaria. Entre as rãs que mudaram de sexo, algumas passaram a ser fêmeas
capazes de procriar, enquanto outras apresentaram ovários, mas não trompas,
sendo, portanto, estéreis, explicou Cecília Berg.
Segundo ela, o estudo não avaliou o impacto potencial da contaminação na
mudança de sexo de acordo com as espécies, mas as conseqüências dessa
situação são alarmantes. "Evidentemente, se todas as rãs se tormarem fêmeas,
isso poderia ter um efeito destrutivo sobre sua população", completou a
pesquisadora.
A única solução a curto prazo, seria melhorar o tratamento da água em
regiões onde as rãs são afetadas, filtrando as concentrações de estrogênio
provenientes dos agentes contaminantes lançados na água.
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL8662-5603,00.html