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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 · do sapo, ou coletando a saliva do sapo para o uso em porções. No cristianismo . antigo, as rãs eram relacionadas ao demônio, especialmente

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

ANFÍBIOS: DE FIGURAS LENDÁRIAS A CANDIDATOS A EXTINÇÃO

Orientador: Dr. Carlos Eduardo Pileggi de Souza

[email protected]

Universidade Federal do Paraná- UFPR

Profª PDE Ciências: Iara Grossl de Souza

[email protected]

CEEBJA Profª Maria Deon de Lira

Resumo

No curso da sua história evolutiva, o planeta Terra tem presenciado a extinção natural de muitas espécies de seres vivos pelas constantes modificações ambientais sofridas ao longo de sua história. Como afirma Darwin, em sua teoria da Seleção Natural, "somente os mais adaptados sobrevivem". Com os inúmeros impactos ambientais decorrentes de ações antropogênicas, tais como a modificação e/ou destruição dos ecótopos silvestres, diferentes espécies passaram então a enfrentar mais um grande desafio que é o de garantir a sua existência no planeta ao lado da ocupação humana. O resultado dessa interferência humana sobre as condições do meio é o agravamento da situação de risco em que se encontram inúmeras espécies. Os anfíbios apresentam ainda um agravante, o fato de ter a sua imagem associada à magia, mau agouro e até mesmo pela sua aparência, considerada agressiva, e pela temperatura de seu corpo. Essa cultura do misticismo, em relação aos anfíbios tem dificultado a sua preservação ou mesmo do ambiente em que vivem. O objetivo deste objeto de aprendizagem colaborativa – OAC, é ressaltar a importância desse grupo para o equilíbrio dos ecossistemas e assim, propor um repensar sobre a imagem pejorativa que se faz deles. A proposta é da realização de atividades teórico-práticas que envolvam outras disciplinas para que se possa divulgar o real papel desses vertebrados nos difentes ecossistemas (terrestre e aquático), buscando formas de modificar a sua imagem negativa no imaginário das pessoas.

Palavras-chave: anfíbios, extinção, seleção natural, ações antrópicas, misticismo, ecossistema.

1. PROBLEMATIZAÇÃO

SaposVanessa K. Verdade

A designação popular sapos, tem duas conotações, uma que se refere aos

anuros em geral e outra que diz respeito aos anuros que possuem pele bastante

rugosa.

Os sapos são mais independentes da água que as rãs e pererecas, ou seja,

são encontrados a distâncias maiores de corpos d'água. Possuem a pele rugosa e

os membros posteriores mais curtos que os demais anuros, bem como uma

concentração de glândulas de veneno nas laterais da cabeça. Não existe

mecanismo ejetor, se o animal for capturado, o veneno escorrerá na forma de um

líquido leitoso.

Rãs

As rãs são popularmente conhecidas como anuros bastante ligados à água

e bons nadadores. São animais de pele lisa e apreciados quanto a sua carne.

As rãs "verdadeiras" possuem membranas entre os dedos dos membros

posteriores (como num pé de pato). Aqui no Brasil ocorre apenas uma espécie de

rã, na Amazônia. Seus membros posteriores são longos e adaptados à natação e

aos saltos.

Pererecas

As pererecas são comumente encontradas em banheiros de casas do

interior. Também possuem a pele mais lisa que os sapos, como as rãs. Seus

membros são bastante desenvolvidos e adaptados a grandes saltos.

Apresentam nas pontas dos dedos expansões em forma de disco que

promovem adesão. São por isso capazes de caminhar em superfícies verticais, o

que convém a seu hábito arborícola.

Por serem animais noturnos e que vivem em geral próximos a corpos

d'água como brejos e pântanos, os sapos sempre tiveram uma conotação

macabra. Seu aspecto rugoso e a temperatura de seu corpo o tornaram alvo de

receitas em bruxarias e castigo de muitos príncipes.

São comuns afirmações como as de que sapos espirram veneno, fumam ou

explodem. Atos atribuídos a esses animais por medo e falta de informação.

Sapos espirram veneno?

Um dos mecanismos de defesa muito difundido entre os anuros (sapos, rãs

e pererecas) é o esvaziamento do conteúdo de sua bexiga urinária quando

capturados. Em anuros de grande porte, como os sapos que comumente

encontramos em cidades do interior, a quantidade de líquido expelida pode ser

bastante grande e lançada a uma distância considerável. A idéia é que o jato de

líquido assuste ou incomode o predador e que este liberte o sapo. Então, o que os

sapos espirram é urina.

Sapo fuma?

Muitas vezes é observado que os sapos vão atrás de bitucas de cigarro. Isto

acontece porque a cor vermelha da brasa e seu movimento quando atirada ao

solo, são interpretadas como presas. Assim, sapos engolem bitucas de cigarro por

confundi-las com uma presa.

Sapo explode?

Os sapos apresentam uma série de mecanismos de defesa, dentre eles, o

de inflar seus pulmões.

Quando um sapo é incomodado, ele infla os pulmões e mostra seu dorso. A

idéia é que pareça muito maior do que realmente é. Para o observador, a

impressão é de que o animal irá explodir, tamanho o empenho em inflar seu

pulmão e o volume que ele alcança.

(http://dreyfus.ib.usp.br/bio435/bio43597/vanessa/chave/int.htm , acesso em

13/12/2007.)

2. INVESTIGAÇÃO DISCIPLINARINVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR

No decorrer da sua história, o planeta Terra tem presenciado a extinção

natural de muitas espécies. Plagiando Darwin em sua Teoria da Seleção Natural,

"somente os mais adaptados sobrevivem".

Atualmente, as espécies enfrentam outro tipo de desafio, as ações

antrópicas.

Tudo isso se expressa através de um perigoso aumento da temperatura do

planeta.

As conseqüências são o aumento do nível dos mares, causado pelo degelo dos

pólos, tsunamis, vendavais destruidores, entre outros problemas graves.

O resultado da interferência humana sobre as condições do meio é a

extinção de inúmeras espécies.

Os anfíbios estão entre esses seres que estão sendo efetivamente

atingidos. Esse grupo apresenta ainda um agravante, o fato de ter a sua imagem

associada à magia, mau agouro ou mesmo pela sua aparência, considerada,

agressiva, e seu corpo frio. Essa cultura do misticismo, em relação aos anfíbios

faz com que não se veja com muito interesse a sua preservação e do ambiente

em que vive.

Urge tomarmos medidas no sentido de esclarecer as pessoas sobre o papel

dos anfíbios nos ecossistemas e buscar modificar a sua imagem no imaginário das

pessoas. Só assim, essa espécie tão importante, poderá ter alguma chance de

escapar à extinção.

Texto: Iara Grossl de Souza

2. Perspectiva Interdisciplinar

Uma proposta de atividade que busque a mudança de perspectiva com

relação ao grupo dos anfíbios, poderá ser desenvolvida entre os (as) professores

(as) de língua portuguesa, pois esses poderão orientar a escrita do texto de uma

peça de teatro sobre a importância dos anfíbios para o equilíbrio dos ecossistemas

, e os (as) professores (as) de ciências, que poderão orientar as pesquisas para

obtenção dos dados necessários para isso.

Os (As) professores (as) de história poderão apresentar em Powerpoint,

relatos sobre a figura dos anfíbios na história da humanidade.

A disciplina de artes, poderá realizar uma sessão de pintura sobre como as

pessoas vêem os anfíbios ou utilizar argila/ massa, para a criação de esculturas

de anfíbios.

4. CONTEXTUALIZANDO

O folclore sobre os anfíbios

Por milhares dos anos, os anfíbios foram associados com os mitos e a

mágica. Infelizmente, muito do folclore é negativo, pois eles são definidos como

monstros. Entretanto, algumas culturas vêm os anfíbios do ponto de vista de uma

luz positiva, relacionando- os a boa sorte, a proteção, a fertilidade, entre outros. É

interessante notar a origem de tais pensamentos que sobreviveram por muito

tempo.

As seguintes passagens resumem alguns contos do folclore sobre os

anfíbios. As rãs e os sapos na religião: na mitologia, e na bruxaria nos tempos

antigos, a argila era usada para fazer estátuas de cerâmica que foram coletados

nos locais que devem ter sido abundantes em anfíbios. Os povos da

Mesopotâmia, por exemplo, coletavam argila ao longo dos rios Tigre e Eufrates,

onde encontravam rãs freqüentemente. Este encontro é refletido nas palavras

antigas para rãs. Os egípcios adaptaram o "krr" da palavra; ou "krwrw", a qual se

assemelha ao som de uma rã coaxando. Os babilônios usaram o "krùru" da

palavra, a qual pode também ter sido feito para se assemelhar ao som de uma rã.

As civilizações antigas estavam conheciam bem os anfíbios. A historia egípcia

registrou que as rãs se formavam de lama e de água; uma opinião que parece ser

uma reflexão do estilo de vida dos anfíbios, semi-aquático. Esta opinião

materializou-se em conseqüência das inundações do rio de Nilo durante a estação

chuvosa, quando as rãs pareciam surgir de parte alguma e começavam seus

rituais de acasalamento. Os sapos teceram o seu caminho na religião egípcia ao

longo do tempo, como pode-se ver no deus Heket (Heget), com cabeça de sapo.

O deus egípcio Heket (Heqet), era associado com a fertilidade e a gravidez. Os

hieróglifos antigos mostram Heket dando forma a uma criança no ventre da mãe.

Heket dava a todas as criaturas o "pão da vida" antes que serem colocados no

ventre da mãe. Heket era também responsável para ressurreição dos membros de

Osíris. A correlação entre rãs e fertilidade poderia ter vindo do grande número de

ovos produzidos por rãs e por sapos a cada estação (freqüentemente centenas ou

mesmo milhares em uma única estação). As rãs foram descritas também na jóia e

os outros ornamentos no Egito antigo e em outras civilizações. Sapos carregando

facas eram colocadas sobre as barrigas de mulheres grávidas e de bebês recém-

nascidos, pois acreditava-se trazerem a proteção aos jovens.

Os gregos e Romanos adotaram muito das tradições egípcias, incluindo a

opinião que as rãs foram criadas da lama e da água. Durante os tempos antigos,

antes que o número de anfíbios declinasse, as rãs se reproduziram

frequentemente, durante sua estação de acoplamento. As milhares de rãs e de

sapos minúsculos cobriam as ruas, entravam em áreas públicas, e assim, foram

considerados como pragas. As rãs foram associadas também com as previsões

do tempo, porque começariam a coaxar imediatamente antes das chuvas. As

previsões do tempo eram feitas baseado na natureza de seus gritos. As bruxas

foram acreditava-se, também controlavam o tempo através das serpentes, sapos,

e as rãs, consultadas frequentemente. As rãs e os sapos, geralmente, foram

associados com a mágica negra por séculos. As lendas contavam histórias de

bruxas que utilizavam corpos de sapo em rituais satânicos, ou criavam porções de

partes do corpo dos sapos. A tradição basca dizia que as bruxas poderiam ser

identificadas pela presença de uma marca na forma de um pé de sapo, e nos

Pirineus, acreditava-se que as bruxas tinham uma imagem de sapo no olho

esquerdo. Outros mitos das bruxas contam que elas extraíam secreções da pele

do sapo, ou coletando a saliva do sapo para o uso em porções. No cristianismo

antigo, as rãs eram relacionadas ao demônio, especialmente no livro das

revelações.

O fato de as rãs viverem nos pântanos, fazia com que fossem consideradas

feias e sujas.

Acreditou-se também que os sapos conspiravam para envenenar povos, e

estivam possuídos por espíritos de bruxas. Cristãos medievais descreviam o

ataque de rãs gigantes.

As rãs e os sapos na ciência antiga

Durante a idade média, as sociedades mostraram mais interesse na ciência,

e no estudo dos animais. Embora estes estudos estivessem envolvidos pelos

mitos e pelo folclore, eram as pedras a pisar para as ciências biológicas

modernas.

O livro Physiologus, da idade média, foi talvez o trabalho literário mais

importante sobre a ciência dos animais. Neste livro, as rãs são divididas em duas

categorias; rãs da terra, e rãs da água. As rãs da terra foram consideradas um

símbolo da resistência e da recuperação rápida, por resistirem ao calor do sol.

Os anfíbios foram considerados nos tempos antigos, e na idade média,

como possuidores de propriedades medicinais. As poções da rã foram usadas

como afrodisíacos, impotência e prevenções para a infertilidade, contraceptivos, e

mais.

Acreditava-se que o fígado da rã era um antídoto a todo o veneno do

mundo.

As rãs foram usadas também, em rituais para remover os pensamentos de

adultério de uma esposa, se executado corretamente.

Tritões e Salamandras

Tritões e salamandras foram também associados ao demônio.

As salamandras eram associadas ao fogo. O seu nome, de origem grega,

significa lagarto de fogo. Isso porque eles acreditavam que ela poderia apagar o

fogo com as secreções de sua pele.

As salamandras e os tritões também foram usados com finalidades

medicinais. Eram queimados, às cinzas, que eram depois coletadas e usadas em

fórmulas medicinais e preparados. Hoje, os tritões são vendidos às vezes, na

Ásia, como afrodisíaco e as peles de determinadas espécies são usadas para

curar doenças. Salamandras e os tritões foram associados também negativamente

com as vacas, pois acreditava-se que iriam provocar a não produção de leite pelas

vacas.

( http://www.livingunderworld.org/ ,acessado em 13/12/2007).

Muiraquitã

O Muiraquitã é um amuleto confeccionado em jadeíte, nefrite, ardósia,

diorite, estratite ou pedra-cristal. As traduções do nome variam (mira-ki-tá, botão

ou nó de gente, muira-kitá, nó de pau), assim como a própria lenda do Muiraquitã,

que pode ser contada de diferentes maneiras.

Segundo a lenda mais comum, os verdadeiros Muiraquitãs são filhos da Lua

retirados do fundo de um lago imaginário denominado Espelho da Lua, Iaci-uaruá,

na proximidade das nascentes do rio Nhamundá, perto do qual habitavam as

índias Icamiabas, nação das legendárias mulheres guerreiras que os europeus

chamaram de Amazonas (mulheres sem marido). O lago era consagrado à Lua,

pelas Icamiabas, onde anualmente realizavam a Festa de Iaci, divindade mãe do

Muiraquitã, que lhe oferecia o precioso amuleto retirado do leito lacustre. A festa

durava vários dias, durante os quais as mulheres recebiam índios da aldeia dos

Guacaris, tribo mais próxima das Icamiabas, com os quais mantinham relações

sexuais e procriavam. A lenda também diz que, se dessa união nascessem filhos

masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os de sexo

feminino. Depois do acasalamento, pouco antes da meia-noite, com as águas

serenas e a Lua refletida no lago, as índias nele mergulhavam até o fundo para

receber de Iaci os preciosos talismãs, com a configuração que desejavam, como

jaboti, peixe e especialmente sapos, recebendo-os ainda moles, petrificando-se

em contato com o ar, logo após saírem d’água. Então os presenteavam aos

Guacaris com os quais se acasalavam, o que os faria serem bem recebidos onde

os exibissem, além de dotar outros poderes mágicos ao amuleto.

(http://www.eln.gov.br/Conhecimento/Premio_Muiraquita/Icones.asp , acesso em

13/12/2007).

Debater sobre esse misticismo que se deposita sobre a imagem dos

anfíbios, principalmente dos sapos, é necessário para que se possa entender a

real função desse grupo no ecossistema e assim, buscar mudar essa idéia de

símbolo de sorte, azar que só prejudica a sobrevivência desses animais.

5. Sítios

• Herpetofauna de Serrapilheira da Reserva Florestal do Morro Grande,

Cotia (SP)

http://www.biotaneotropica.org.br/v6n2/pt/fullpaper?bn00806022006+pt

Esse é um artigo escrito por Marianna Dixo & Vanessa Kruth Verdade, do

Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que afirmam existir uma

falta de informações sobre a biologia, distribuição e conservação da herpetofauna

brasileira, mas que isso pode ser resolvido através de estudos e levantamentos da

fauna. Os conhecimentos que vierem a resultar desses estudos, podem

trazer dados para um planejamento eficiente sobre as medidas que devem ser

tomadas para a convervação das espécies.

• Historia Naturalis Brasiliae

http://pt.wikipedia.org/wiki/Historia_Naturalis_Brasiliae

O Livro Historia Naturalis Brasiliae, publicado em 1648, por Guilherme Piso,

foi o primeiro livro médico que trata do Brasil. ele é dividido em 4 livros, sendo que

o terceiro trata dos venenos e seus antídotos.

Fala sobre a escravidão e o uso dos venenos de plantas, cobras e anfíbios,

para amenizar o sofrimento.

Cita o sapo-cururu, como sendo o animal mais venenoso de todos.

• Ibama- RAN

http://www.ibama.gov.br/ran/index.php?id_menu=178

Esse é um excelente ambiente para se pesquisar sobre anfíbios, suas

características, importância etc.

• Instituto Râ-bugio

http://www.ra-bugio.org.br

Esse site apresenta fotos de várias espécies de anfíbios, com seus nomes

científicos, além de textos relacionados a pesquisas desenvolvidas sobre anfíbios.

O conteúdo é de excelente qualidade, muito bem apresentado. Pode ser utilizado

para informar sobre as características das espécies de anfíbios e sobre as

campanhas de sensibilização sobre a importância desse grupo de animais para o

ambiente.

O Instituto Rã-Bugio foi idealizado por Germano e Elsa Woehl, que

apresentam em Santa Catarina, uma área de Floresta Atlântica onde desenvolvem

atividades de educação ambiental.

• QUE TIPO DE ANIMAL É UM ANFÍBIO?

http://www.butantan.gov.br/materialdidatico/numero8/Numero8.pdf

Nesse material didático produzido pelo Instituto Butantan,o conhecimento

científico é apresentado de forma acessível, auxiliando pesquisas de professores

e alunos , fornece suporte a programas de saúde pública.

# Dado o caráter público da iniciativa, o material pode ser reproduzido e

distribuído, desde que mantidos a fonte e os créditos originais.

http://www.butantan.gov.br/materialdidatico/index.htm, acesso em 13/12/2007.

6. SONS E VÍDEOS

• Ra-bugio no Programa Estudio SC RBS-TV

http://www.youtube.com/watch?v=HEsgBps1sEY • Sapo Bufo ictericus capturando insetos

http://www.youtube.com/watch?v=rE6SKPHRjcg • Coaxar de Aplastodiscus perviridis

http://www.youtube.com/watch?v=PtYlP6yw6mI • Rã-Bugio no Jornal Nacional

http://www.youtube.com/watch?v=xeoLjSRW9UQ • TERRA: PLANETA EM EXTINÇÃO

http://www.youtube.com/watch?v=s0xFhkWb6go • O Brasil é o Bicho- Anfíbios

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM628938-7823-O+BRASIL+E+O+BICHO+OS+ANFIBIOS,00.htm

7. PROPOSTA DE ATIVIDADE

• ATIVIDADE:

(Re)Conhecendo os Anfíbios

• OBJETIVOS:

o Reconhecer a importância desse grupo para o equilíbrio dos

ecossistemas; Propor um repensar sobre a imagem pejorativa que

se faz dos anfíbios;

o Desvincular o grupo dos anfíbios das questões de religiosidade,

bruxaria e mau agouro;

o Conhecer as principais características dos anfíbios.

• ENCAMINHAMENTO:

A proposta de atividade ocorrerá em cinco aulas, ou mais se o (a) professor

(a), mediador (a) do processo, achar necessário.

Na primeira aula, o (a) professor (a) questiona os (as) alunos (as): Quando

foi a última vez que você viu um sapo? O que você acha deles? Você acha que

existe diferença entre rã e sapo? Após a exposição das opiniões dos (as) alunos

(as) sobre os anfíbios, esses (as) assistirão a um vídeo do Instituto Rã-Bugio, que

lhes permitirá conhecer mais sobre os anfíbios.

http://www.youtube.com/watch?v=HEsgBps1sEY&mode=related&search

Logo após, será solicitado aos (as) alunos (as), um relato escrito sobre o que

pensam dos anfíbios.

Numa segunda aula, o (a) professor (a) proporá à turma, uma pesquisa em

grupo, para buscar dados sobre a importância dos anfíbios no equilíbrio ambiental.

Os alunos devem escolher relator e apresentador. Poderão utilizar computador

com acesso à internet, livros e revistas da biblioteca, além de entrevistas com

pessoas da comunidade para saber qual a imagem que fazem dos anfíbios.

Deverão apresentar oralmente, à turma, o resultado de suas pesquisas onde

serão avaliados os seguintes ítens: participação, criatividade, interesse,

organização, postura, coerência e clareza. Deverão também, entregar um resumo,

que será exposto no mural da escola.

Numa terceira aula. com a orientação do (a) professor (a), os (as) alunos

(as) irão ao laboratório para observar, no material in vitro, as características

externas do corpo dos sapos e rãs. Os (As) alunos (as) deverão responder, por

escrito, 5 questões abertas sobre os anfíbios.

Na quarta aula, o (a) professor (a) proporá a escrita e apresentação, de uma

peça de teatro sobre a importância dos anfíbios para o ecossistema. Isso permitirá

avaliar as explicações dadas e refletir sobre as mudanças nas idéias que tinham

sobre os anfíbios antes, e as modificações que essas sofreram ao longo do

processo.

• AVALIAÇÃO:

A avaliação do processo será por meio de perguntas feitas pelo (a) professor

(a), os (as) alunos (as) que analisarão a sua participação no trabalho e apontarão

aquilo que precisa ser melhorado. O objetivo dessa aula será atingido, se os (as)

alunos (as) apresentarem conhecimento satisfatório sobre a forma com que os

seres humanos tratam os anfíbios e sua importância para o equilíbrio ambiental.

Atividade desenvolvida pela profª Iara Souza

8. SUGESTÃO DE LEITURA

• Livro: Anfíbios e Répteis do Brasil: vida e costumes - vol.03

O livro faz um apanhado geral sobre anfíbios, abordando a biologia, ecologia e

aspectos gerais desses animais. O livro apresenta leitura clara e precisa

• O Sapo Encantado

CONTO

O sapo encantado é um texto extremamente poético que trata do amor entre

um sapo e uma rã. O cenário inicial, cuidadosamente descrito, evoca a um só

tempo a tranqüilidade da repetição, pois todas as noites o sapo protagoniza o

ritual do cortejo, e a ebulição da paixão que altera o comportamento dos animais.

Tudo se desconstrói diante do inevitável conflito: uma rã-bruxa lança um feitiço

sobre o sapo enamorado e o transforma num príncipe, no Príncipe Azul.

Um questionamento importante que o texto nos possibilita, nesse ponto, é

com relação à sapos e rãs: A rã é a mulher do sapo?

O (A) professor (a) terá a possiblidade de desmitificar esse assunto,

explicando que existe rã-macho e rã-fêmea, sapo-macho e sapo-fêmea.

O sapo sente total repugnância ao ser testemunha da própria metamorfose.

O progressivo desaparecimento de suas características o assusta e ele luta,

sem sucesso, pulando feito um sapo, como não poderia deixar de ser, enquanto

os cabelos crescem em suas têmporas, a pelugem aparece nos braços, a boca e

os olhos diminuem.

A beleza da Princesa, que a todos encanta, não impressiona o sapo, já que seus

padrões estéticos não foram alterados com sua transformação. Ele a acha

repugnante e sofre de saudade de sua. Assim, coloca em prática um plano de

fuga: à noite, sai pela janela, aos pulos, em direção ao brejo, e se atira em suas

margens. Seus velhos companheiros, porém, fogem daquela figura humana.

Esse trecho do livro, permite que o (a) professor (a) debate com seus (as)

alunos (as), sobre as diferenças, o exagerado culto ao corpo (magro é bonito,

gordo é feio), racismo etc. Que aquilo que não nos agrada pode ser considerado

agradável a outro.

Como nos contos tradicionais, a generosidade e a compaixão reorganizam o

caos. Depois de beijado, o príncipe volta a ser sapo, volta para o brejo, casa-se

com a rã e são felizes para sempre.

Mas talvez, o ponto mais importante a se discutir, é o motivo pelo qual

os animais desse grupo despertam medo, repulsa e descaso em muitas pessoas.

Como reverter essa situação? O conhecimento pode ser o caminho. Levar os (as)

alunos (as) a conhecerem a real função desses animais no ambiente e também a

sua anatomia e fisiologia, representa um ponto essencial para a desmistificação

da imagem desses importantes animais.

http://www.edicoessm.com.br/ArchivosColegios/edicoessmAdmin/Archivos/Guias%20de%20Leitura/SAPO%20ENC , acesso em 07/12/2007.

9. DESTAQUE

• O que são anfíbios?

Instituto de Conservação da Natureza – ICN

A palavra “anfíbio” vem do grego “amphíbios” que significa que vive em dois

elementos – terra e água. As salamandras, as rãs, os sapos, as relas e os tritões

são animais anfíbios, pois vivem parte da sua vida na água e outra em terra. São

bastante dependentes do meio aquático, pois respiram também através da pele e

precisam mante-la úmida. São também conhecidos como batráquios (grego

“batrácheios” = relacionado com a rã).

Os anfíbios não têm escamas, mas têm a pele muito porosa, pois a

respiração através da pele é muito importante. Alguns nem sequer respiram pelos

pulmões. Possuem glândulas na pele que produzem substâncias tóxicas que lhes

servem de defesa para evitarem ser comidos.

Depois de saírem do ovo, as larvas são aquáticas. Por isso, os anfíbios

precisam de água para colocar os seus ovos ou larvas. Nos anuros as larvas são

muito diferentes dos adultos, mas nos urodelos são parecidas. As larvas dos

anuros são principalmente herbívoras, enquanto as dos urodelos são carnívoras.

As larvas dos anfíbios passam por um processo chamado metamorfose, ou seja,

sofrem uma mudança não só externa (de forma e aspecto) mas também interna.

Depois da metamorfose a maioria dos anfíbios passa a viver em terra.

Os anfíbios adultos são carnívoros comendo principalmente insetos,

minhocas, moluscos (caracóis e lesmas) e aranhas. Os anfíbios mudam de pele.

Os anfíbios servem também de presas a peixes, répteis, aves e mamíferos

representando um importante papel nos ecossistemas. Para além disso, dado que

comem muitos insetos, ajudam os agricultores que assim não precisam usar

inseticidas e evitam a poluição do solo, da água e problemas à saúde humana.

Como dependem em parte da energia solar, têm taxas de crescimento

relativamente baixas e atingem tarde a maturação sexual. Não têm uma

capacidade de dispersão muito grande e tanto os anfíbios como os répteis são

muito sensíveis à destruição de habitat, pois, ao contrário das aves, não podem

“migrar” para outros locais distantes.

http://www.icn.pt/downloads/anfibios_e_repteis.pdf , acesso em 11/12/2007.

10. NOTÍCIAS

• Arca de Noé vai salvar rãs ameaçadas

Cientistas se reuniram nesta semana na cidade de Atlanta para ativar uma

"Arca de Noé" que proteja os anfíbios em todo o planeta, ameaçados por um

fungo, e que -- dizem -- poderiam desaparecer como os dinossauros.

"É o maior desafio de conservação das espécies na história da humanidade",

disse Kevin Zipple, funcionário da "Arca anfíbia" -- um grupo que tenta coletar

diferentes espécies de anfíbios para protegê-los.

Segundo os cientistas, o fungo quitrídio Batrachochytrium dendrobatidis

extermina anualmente 10 espécies em maioria rãs em todo o mundo, e poderia

acabar com 3.000 espécies das 6.000 conhecidas.

Os cientistas calculam em 3.000 as espécies de anfíbios ainda não

descobertas, que poderiam desaparecer antes mesmo de ser classificadas.

O fungo ataca partes da pele que possui queratina, afetando a capacidade

de hidratar-se ou respirar, pois os anfíbios respiram através da pele. A

quitridiomicose, que vem causando esta mortalidade desenfreada em alguns

lugares do mundo, está também no Brasil.

O segundo registro brasileiro de infecção pelo fungo quitrídio

Batrachochytrium dendrobatidis foi publicada na edição online do periódico

EcoHealth, em artigo de Ana Carnaval, pesquisadora brasileira na Universidade

da Califórnia em Berkeley (EUA), e colaboradores.

A doença já havia sido detectada em Minas Gerais, mas o artigo amplia a

extensão da doença tanto em termos de espécies afetadas como de distribuição

geográfica

• Especialistas discutem ameaça de extinção de anfíbios

Congresso reúne pesquisadores de todo o Brasil no Hangar

A diminuição na população de anfíbios é um fenômeno de escala global,

declara Luis Felipe Toledo, especialista em herpetologia da Universidade Estadual

de São Paulo (Unesp), que está em Belém (PA) e participa nesta quarta-feira, 18,

de mesa redonda sobre o assunto. A sessão acontece às 9 horas, no Hangar,

durante o Congresso Brasileiro da área que segue até sexta, dia 20.

São muitas as causas do desaparecimento de seres fundamentais à

harmonia do ambiente. Para o especialista, a caça, o comércio ilegal, a poluição, o

aquecimento global e o desaparecimento de seus hábitats por razões de

ocupação humana estão entre os principais motivos para o declínio nas

populações dos anfíbios.

http://www.museu-goeldi.br/sobre/NOTICIAS/18_07_07_Especialistas%20discutem%20amea%C3%A7a%20de%20extin%C3%A7%C3%A3o%20de%20anf%C3%ADbios.htm , acesso em 10/12/2007.

• Cadê os sapos?

Por Fábio de Castro

O padrão mais comum de ocupação humana nos vales de rios tem efeito

desastroso sobre os anfíbios da Mata Atlântica, de acordo com estudo realizado

por pesquisadores brasileiros e publicado na edição desta sexta-feira (14/12) da

revista Science.

Segundo o trabalho, o desmatamento causado pelo homem interfere no

ciclo reprodutivo dos animais ao separar os corpos d’água, onde eles vivem em

fase larval, das florestas, onde vivem na idade adulta. Conforme aumenta a

desconexão entre os dois hábitats, diminui a diversidade de espécies.

O ponto de partida do estudo foi a dissertação de mestrado defendida por

Carlos Guilherme Becker no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de

Campinas (Unicamp). Autor principal do artigo, Becker teve bolsa de mestrado da

FAPESP.

Utilizando dados do Programa Biota-FAPESP, a equipe testou a hipótese

batizada por eles de “desconexão de hábitats” como um importante fator no

desaparecimento progressivo dos anfíbios.

Segundo o orientador da dissertação, Paulo Inácio de Prado, professor do

Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do

projeto de Auxílio a Pesquisa “Biodiversidade e processos sociais em São Luiz do

Paraitinga”, a desconexão de hábitats pode ajudar a explicar o declínio global de

anfíbios.

“Desmatamento é sempre ruim, mas o estudo mostra que alguns tipos são

particularmente perversos. Isso pode ajudar a direcionar nossas políticas de

conservação para alvos específicos, priorizando a ligação de vales de rios com

remanescentes florestais”, disse à Agência FAPESP.

Prado explica que o tipo de ocupação que gera a desconexão de hábitat é

justamente o mais tradicional na região. “Desde a época das sesmarias o uso

humano da terra tem se concentrado nas baixadas próximas aos cursos d’água,

relegando os fragmentos de floresta às porções mais elevadas e secas da

paisagem”, disse.

Segundo o professor, com essa desconexão os anfíbios florestais são

obrigados a cruzar áreas abertas entre riachos e fragmentos florestais, expondo-

se a condições inóspitas.

“Eles não resistem ao sol forte e à desidratação. Além disso, na área aberta

perdem as estratégias de defesa como a camuflagem e ficam muito expostos aos

predadores. Atravessando trechos com denso uso humano, também ficam

expostos a agrotóxicos”, disse.

De acordo com Prado, a maioria dos registros de declínios no número de

anfíbios no Brasil é verificada na Mata Atlântica, especialmente em espécies

endêmicas e com reprodução associada a riachos. No mundo, das 6 mil espécies

de anfíbios, quase um terço está sob ameaça de extinção.

Paisagem degradada

A pesquisa de Becker, co-orientada por Carlos Fonseca, professor da

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), foi realizada em São Luiz do

Paraitinga, uma das regiões de Mata Atlântica mais fragmentadas e degradadas

do Estado de São Paulo.

“A partir do trabalho dele amadurecemos a idéia de que os anfíbios estão

sob risco adicional devido ao padrão de ocupação e resolvemos analisar outros

dados sobre a Mata Atlântica”, disse Prado.

Para isso, o grupo procurou Célio Haddad, professor do Departamento de

Zoologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador da área de

Biologia da FAPESP. “Ele disponibilizou um inventário muito completo dos anfíbios

em todo o bioma, que nos permitiu confirmar a relação entre grau de extinção e

desconexão de hábitat”, explicou Prado.

Os dados, obtidos no Projeto Temático “Diversidade de Anfíbios Anuros do

Estado de São Paulo”, no âmbito do Biota-FAPESP, referiam-se a 12 regiões de

Mata Atlântica em diferentes graus de desconexão de hábitat.

“Locais preservados como a região da Juréia mostraram grande riqueza de

espécies. Áreas fragmentadas como São Luiz do Paraitinga apontaram o

contrário, confirmando a hipótese”, disse Prado.

Becker conta que, quando chegou à região para o trabalho de campo, em

2006, encontrou uma paisagem tão degradada que pensou ser impossível

trabalhar com anfíbios no local.

“Demorei para encontrar fragmentos próximos a corpos d’água e acabei

encontrando apenas três deles na paisagem. Logo imaginei que os animais

deviam sofrer com a desconexão entre floresta e riachos”, disse o biólogo à

Agência FAPESP.

Ele instalou nas áreas escolhidas armadilhas apropriadas para medir a

migração dos anfíbios que saíam ou entravam nos fragmentos sem riachos. “O

primeiro capítulo do trabalho quantificou a migração entre os fragmentos florestais

isolados de corpos d’água. O segundo avaliou o impacto disso no conjunto da

comunidade de anfíbios”, contou.

A conclusão, segundo Becker, foi que o tamanho das populações diminui

drasticamente quando o fragmento florestal é isolado da água por uma área de

ocupação humana. “Quando nascem no território sem mata, os filhotes ficam

desorientados e não sabem para onde ir.”

O terceiro capítulo da dissertação foi dedicado a uma análise maior na Mata

Atlântica, originando o artigo da Science. “Nessa fase tivemos a participação do

professor Célio Haddad e do biólogo Rômulo Batista, que é especialista em

geoprocessamento aplicado à gestão ambiental”, disse Becker.

A diminuição da diversidade de anfíbios, de acordo com Becker,

desequilibra todo o sistema ecológico. “Eles são um elemento chave na cadeia

alimentar. São predadores importantes de insetos e alimento de serpentes, aves e

mamíferos”, destacou.

O artigo Habitat split and the global decline of amphibians, de Carlos Guilherme

Becker e outros, pode ser lido por assinantes da Science em

www.sciencemag.org.

http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8168,

• Poluição transforma rã macho em fêmea

France Presse

Os girinos do sexo masculino podem se tornar rãs fêmeas devido à

contaminação de seu hábitat por um hormônio feminino, o estrogênio, segundo

revelou um experimento realizado recentemente em um laboratório sueco.

O fenômeno poderia contribuir para explicar porque cerca de um terço das

espécies de rãs vivas no mundo corre o risco de extinção atualmente. O estudo

será publicado em maio na "Environmental Toxicology and Chemistry", revista

científica americana. Duas espécies diferentes de rãs foram expostas a níveis de

estrogênio semelhantes aos encontrados em águas da Europa, Estados Unidos e

Canadá, no laboratório da Universidade de Uppsala, na Suécia.

Os resultados foram edificantes: as fêmeas representavam menos de 50%

da população de cada uma das espécies, mas a proporção mudou de forma

significativa nas rãs, separadas em três grupos e expostas a diferentes níveis de

estrogênio.

O número de girinos a se transformar em fêmeas entre os que foram

expostos à menor concentração de hormônio, em um dos três grupos foi duas

vezes maior. Nos outros dois grupos, expostos a níveis mais altos de estrogênio,

as rãs viraram fêmeas em 95% no primeiro grupo e em 100% no outro.

"Esses resultados são bastante alarmantes", afirmou Cecilia Berg, co-autora

do estudo com Irina Pettersson, ambas pesquisadoras da Universidade de

Uppsala. "Comprovamos estas mudanças espetaculares expondo as rãs a uma

substância apenas. Na natureza, podem existir muitas outras atuando juntas",

ressaltou.

Outros estudos nos Estados Unidos haviam estabelecido um vínculo entre a

mudança de sexo nos machos de Rana pipiens, uma das duas espécies utilizadas

na experiência sueca, e a presença em seu hábitat natural de um pesticida que

produz substâncias estrogênicas, destacou a especialista em toxicologia

ambiental.

"Os pesticidas e outras substâncias químicas industriais podem atuar como

estrogênio no corpo", acrescentou. "Isso nos levou a realizar esta experiência",

disse. A outra espécie estudada é uma rã muito comum na Europa, a Rana

temporaria. Entre as rãs que mudaram de sexo, algumas passaram a ser fêmeas

capazes de procriar, enquanto outras apresentaram ovários, mas não trompas,

sendo, portanto, estéreis, explicou Cecília Berg.

Segundo ela, o estudo não avaliou o impacto potencial da contaminação na

mudança de sexo de acordo com as espécies, mas as conseqüências dessa

situação são alarmantes. "Evidentemente, se todas as rãs se tormarem fêmeas,

isso poderia ter um efeito destrutivo sobre sua população", completou a

pesquisadora.

A única solução a curto prazo, seria melhorar o tratamento da água em

regiões onde as rãs são afetadas, filtrando as concentrações de estrogênio

provenientes dos agentes contaminantes lançados na água.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL8662-5603,00.html