DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM MAIS PREVALENTES NAS DIVERSAS FASES DO
TRATAMENTO DA CRIANÇAONCOLÓGICA:
O CTI PEDIÁTRICO
Renê dos Santos SpezaniEnfermeiro CTI Pediátrico INCA
Mestre em Enfermagem pela UNIRIOProfessor do Centro Universitário Plínio Leite - UNIPLI
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM (DE):É um julgamento clínico acerca das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de saúde reais ou potenciais, e proporcionam as bases para as seleções de intervenções de enfermagem para alcançar resultados pelos quais a enfermeira é responsável (NANDA, 2008).
CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA
Conceito:Serviço de Atendimento Intensivo destinado à assistência de pacientes críticos e semi-críticos que
requerem assistência intensiva através de equipe médica e de Enfermagem especializadas. Dispõe de suporte
tecnológico que assegure ao paciente todos os recursos necessários a um tratamento digno e eficaz.
POR QUE UTILIZAR O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
NO CTI?
QUAL É A RELEVÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) NO
CONTEXTO DE UM CTI?
MODELO 7 EIXOS DA NANDA (2008)
DOMÍNIOS NANDA (2008)
PROMOÇÃO DA SAÚDE
NUTRIÇÃ O
ELIMINAÇÃ O TROCA ENFRENTAMEN
TO
PERCEPÇ ÃO
COGNIÇÃ O
AUTO- PERCEPÇ
ÃO
SEXUALIDA DE CONFOR
TO
PRINCÍPI OS DE VIDA
SEGURAN ÇA
PROTEÇÃ O
CRESCIMEN TO
DESENVOLV IMENTO
RELACIO NAMENTO S PAPEL
ATIVIDAD E
REPOUSO
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PREVALENTES NO CTI PEDIÁTRICO ONCOLÓGICO:
1-Dor aguda relacionada à massa tumoral evidenciada por alterações na
pressão sanguínea,
comportamento de choro e
irritabilidade, distúrbio do
sono.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
- Investigar a experiência dolorosa da criança- Proporcionar segurança com explicações honestas e
oportunidades de escolha sobre o esquema álgico- Preparar a criança para procedimentos dolorosos.
- Reduzir a dor durante os tratamentos, quando possível.-Proporcionar a criança o alívio ideal da dor com
analgésicos prescritos e terapias alternativas.- Observar e registrar a característica da dor: intensidade,
freqüência e periodicidade.-Assistir a criança no período posterior à dor
- Colaborar com a criança no início das modalidades não invasivas apropriadas para o alívio da dor como
ludoterapia, musicoterapia.
2-Risco de infecção
relacionado à desnutrição, exposição ambiental
aumentada, patógenos e procedimento
s invasivos
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:- Realizar a higiene das mãos antes de qualquer
procedimento.- Realizar procedimentos mantendo técnica estéril
- Manter criança em precaução padrão e protetora.- Instituir protocolos de investigação:coleta de amostras de
LCR,URC, secreção traqueal e hemocultura).- Administrar antibióticos conforme prescrição médica
- Realizar a mudança do circuito do ventilador mecânico uma vez na semana ou por presença de sangue ou
secreção - Realizar a troca do filtro do circuito do respirador a cada
24 horas e quando presença de secreção abundante- Investigar as vias invasivas: acesso venoso profundo,
cateter arterial , cateter vesical e derivação ventrícular cada 24 horas observando sinais de hiperemia e flogose.
-Manter curativos limpos e secos
3- Padrão respiratório
Ineficaz relacionado á presença de
massa tumoral ou complicação da doença de
base evidenciado
por dispnéia e trocas
respiratórias ineficazes
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
-Verificar a freqüência, ritmo, profundidade e esforços das respirações em qualquer sinal de alerta.
-Realizar ausculta pulmonar durante o exame físico, observando a presença de ruídos respiratórios, tais
como sibilos, roncos e adventícios.- Aspirar secreções e registrar características-Oferecer aporte de oxigênio de acordo com
necessidade e prescrição médica.-Observar e registrar a adaptação da criança e a adequação da terapêutica ventilatória instituída
4- Fadiga relacionada ao stress e estado de doença,
caracterizad a por
cansaço e incapacidad
e de e restaurar energia
mesmo após o sono .
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:-Investigar fatores causadores da fadiga e
contribuintes.-Orientar aos cuidadores sobre as causas da fadiga.
-Encaminhar para o serviço de nutrição com o objetivo do equilíbrio da dieta, com alimentos que gerem
armazenamento de energia.- Ajudar a família junto á criança para identificar as
atividades, capacidades e os interesses que poderão desempenhar sem desencadear o cansaço, com
moderação e priorização de atividades.- Explicar a criança e família à necessidade de
moderação e de priorização de atividades físicas e manutenção do repouso.
-Promover atividades de socialização com amigos e família.
-Proporcionar á família oportunidades para discutir sentimentos relativos à criança fatigada
5-Comunicação verbal
prejudicada relacionada à alteração do
sistema nervoso central
e barreiras físicas,
caracterizada por dificuldade para expressar verbalmente os pensamentos
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:- Identificar e implantar um método para auxiliar á
criança a promover a comunicação.-Promover a continuidade do cuidado estimulando a
manutenção da comunicação para reduzir o isolamento.
-Avaliar as habilidades de cuidado dos pais no cuidar com a criança
- Iniciar a educação para a saúde da criança e família com finalidade do manejo das barreiras físicas
(traquestomia e tubo oro-traqueal) para melhorar a capacidade e qualidade da comunicação verbal e não
verbal. - Encaminhar para o serviço de fonoaudiologia com o
objetivo de melhora da comunicação verbal e deglutição.
-Encorajar o uso de comunicação não-verbal.
6- Risco de desequilíbrio
hidroeletrolítico devido á
presença de alterações
eliminatórias, êmese e distúrbios
nutricionais .
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:-Avaliar e registrar volume ingerido e eliminado nas 24
horas.- Comunicar à equipe médica quando o volume eliminado for excessivo para prescrição de reposição hidroeletrolítica
nas 24 horas.-Informar a equipe médica quando o volume urinário for superior ao cálculo da superfície corporal da criança nas
24 horas.-Monitorar a pressão arterial média de 3 em 3 horas.
-Instalar balanço hídrico.-Posicionar cabeça lateralizada por ocasião da êmese.-Administrar antiemético conforme prescrição médica.
-Verificar a eficácia do antiemético após a administração.
7- Controle familiar ineficaz
do regime terapêutico
relacionado a procedimentos desconhecidos
e sua complexidade, caracterizado
pelo desconheciment
o quanto à doença e seu
tratamento
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
-Realizar consulta de enfermagem com o fornecimento de todas as orientações referentes ao tratamento e às rotinas
do CTIP .- Orientar a família e a criança quanto aos cuidados
necessários para um bom controle do regime terapêutico.- Orientar a criança e família antes de qualquer
procedimento a ser realizado com a mesma e seu propósito.
-Encaminhar ao serviço de psicologia para acompanhamento.
-Permitir a expressão dos sentimentos e dúvidas relacionados à
doença e tratamento estimulando o diálogo com a criança e a família.
-Auxiliar o cliente e família a reduzir os níveis de desconhecimento e ansiedade
CONSIDERAÇÕES FINAIS...
-Tema complexo e desafiante cuja implementação valoriza os sujeitos, as qualidades e as competências necessárias para
construir uma relação saudável na prática de cuidar.
- Projeto político que extrapola as relações intersubjetivas com a criança e família para um horizonte que amplia e aproxima
no SUS a CONSUMAÇÃO das perspectivas de INTEGRALIDADE e IGUALDADE.
REFERÊNCIAS:
Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2007-2008. Trad. Regina Machado Garcez. North American Nursing Diagnosis Association. PortoAlegre: Artmed, 2008. 396p.
BRASIL.Ministério da Saúde.Instituto Nacional de Câncer. Ações de enfermagem para o controle do câncer – uma proposta de integração ensino-serviço. 3. ed. Rio de Janeiro:INCA,2008