ERA UMA VEZ UMA VILA DIFERENTE
Há muitos, muitos anos, existia uma Vila Diferente onde todos eram especiais…
Havia o tio Joaquim, de perna de pau e cara de mau, que se ouvia aolonge enquanto andava
(toc… toc).
O Ruivo que não ria nem sorria, tinha cara inexpressiva…
A Malú que não via lá muito bem, até confundia o pai com o poste da luz…
Então e o irmão? Esse era só ele, não brincava, nem conversava, para tudo só olhava…
Bem, o Felismino não falava, ou melhor, só gesticulava!
E o que mais graça tinha era o Rito que só fazia tolices
Mas morava lá também o Zenão que era tão normal que até se sentia mal:
• Ele falava, via, ouvia, ria, andava e abraçava… Destoava na Vila. Ele começou a ficar triste.
• Pensou:
• - Só posso ser adotado, devo ter nascido, aqui ao lado, na Vila Normal que se parece afinal com a Cidade Funcional!
Pois na Vila Diferente ninguém tinha reparado que o Zenão era “especial”.
• E todos gostavam muito do seu feitio, sorridente, prestável e competente!
• Só o Zenão não estava contente…
Queria saber porque era diferente?
• Procurou o sábio do lugar e, com ele foi falar…
• - Quem sou eu afinal?...
E o sábio que era gago, respondeu a gracejar:
• - Pois tu, tu… não sabes? Zenão? É o diferente di-fe-ren-tenão… És apenas igual a toda a gente! Diferente é aquele que éespecial…E tu és especial, és importante para todos nós,amigo, companheiro, prestável, estás no coração de todos osque te amam e tens uma função a desempenhar. Se o fazesbem ou não, amigo, é lá contigo, mas o que te está destinadocumprir jamais outros o farão.
Sabes o que te digo Zé-não?• Alegra-te por poderes completar cada um desta vila,
pois tens sempre algo que complementa asnecessidades especiais de cada um de nós…
• Ora pensa: com o teu olhar de lince orientas o que nãovê; com a capacidade de perceber os gestos traduzes oque quer dizer ao que não fala, com os teus ouvidospoderás ouvir contar as histórias e recontá-las aos quenão ouvem, através dos gestos. Também com os teusdois braços podes sempre abraçar e com as perninhascorrer, pular e empurrar.
Faz-nos felizes… Partilha connosco as tuas habilidades e faz da nossa Vila
uma oportunidade para todos!
Autoria do texto: Elisabete Baptista AntunesProjeto elaborado pela equipa do Departamento de Educação Especial /Núcleo de Apoios Educativos
CAMINHANDO, PASSO A PASSO, COM A DIFERENÇA….
Vamos fazer EXPERIÊNCIAS… fazer de conta… e quem sabe, vamos descobrir aqui algumas das nossas ignorâncias.
• “Bom dia”, em Língua Gestual.• As cores.• Os números.• O que nos quis dizer?
• Mostrar folha com abecedário em língua gestual.• Sabiam que as pessoas que não ouvem comunicam
através desta língua?
• O que sentiram?
A “língua das mãos”
“Ter luz no escuro”• Sentar alunos no chão• Tapar os olhos com venda• Pedir para fazer a sua autoimagem em folhas brancas com
lápis de cera• Dar aproximadamente 5 minutos.• De seguida pede-se que repitam o exercício sem vendas.• Mostrar símbolos em braille/máquina, lupa TV e explicar
que estas pessoas leem e escrevem com este recurso.
“As mãos mágicas”• Prender o dedo polegar e indicador com fita-cola.
• Dar um lápis de cera e …
• Pedir para desenhar um círculo com um quadrado por dentro .
• Mesmo que seja difícil, é preciso tentar.
“Ler sem saber…”
Dar um texto para cada um ler.
• Dar algum tempo para resolver.
• O que sentiram ao não conseguirem resolver?
• É assim que os vossos colegas com DID se sentem quando lhes damos atividades escolares que para a maioria são fáceis de resolver;
• Mas eles não percebem por vezes o que se lhes pede.
Caminhando passo a passo com a diferença!