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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS
Cap Inf JULIANO DILL DE ALMEIDA CARDOSO
A SIMULAÇÃO VIRTUAL NAS INSTRUÇÕES DE REGRAS DE ENGAJAMENTO
PARA A PREPARAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA
ORDEM: UMA AVALIAÇÃO DA FERRAMENTA DE APRENDIZADO NO
AMBIENTE REAL.
Rio de Janeiro
2017
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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS
Cap Inf JULIANO DILL DE ALMEIDA CARDOSO
A SIMULAÇÃO VIRTUAL NAS INSTRUÇÕES DE REGRAS DE ENGAJAMENTO
PARA A PREPARAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA
ORDEM: UMA AVALIAÇÃO DA FERRAMENTA DE APRENDIZADO NO
AMBIENTE REAL.
Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Militares. Orientador: Cel Inf Júlio César de Sales
Rio de Janeiro
2017
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Cap Inf JULIANO DILL DE ALMEIDA CARDOSO
A SIMULAÇÃO VIRTUAL NAS INSTRUÇÕES DE REGRAS DE ENGAJAMENTO
PARA A PREPARAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA
ORDEM: UMA AVALIAÇÃO DA FERRAMENTA DE APRENDIZADO NO
AMBIENTE REAL.
Dissertação de Mestrado apresentada à
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais,
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Mestre em Ciências Militares.
Data de Aprovação:
Banca Examinadora
________________________________________ JULIANO BRANDÃO PÁLACIO – Maj
Doutor em Ciências Militares Presidente/EsAO
________________________________________ TRAJANO ALENCAR DE ARAÚJO COSTA – Maj
1º membro/EsAO
________________________________________ JÚLIO CÉSAR DE SALES – Cel
2º membro/EsAO
3
À minha esposa, Eliane, uma homenagem
pela compreensão e pelo apoio em todos
os momentos.
4
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Cel Inf Júlio César de Sales, meus agradecimentos pelas
orientações oportunas, críticas construtivas e incentivos, em meu auxilio, para
realização desta investigação.
Ao Cap Henrique, que atendeu prontamente minhas dúvidas desde 2016,
durante o Curso de Aperfeiçoamento de Oficias na fase EAD e, foi pro ativo em 2017
no evento Jornada da Pesquisa, que possibilitou a aproximação dos oficiais da linha
bélica da EsAO com os oficiais da linha da ciência e tecnologia (C&T) do CTEx.
À minha esposa Eliane pelo amor, compreensão, paciência e apoio
despendido, essenciais para a elaboração desta pesquisa.
Ao Maj Trajano, pela atenção e a disponibilidade para responder aos meus
questionamentos.
Ao Cap Guiseppe e ao Maj Hebert que atenderam prontamente a todos meus
chamados.
A todos que tiveram a paciência de responder às entrevistas e aos
questionários fundamentais para realização deste trabalho.
A Deus, por me conceder a vida, a saúde e a fé.
5
RESUMO
Esta pesquisa tem como foco identificar os parâmetros que devem ser observados
no emprego da simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento (RE). As
RE são preceitos firmados com o propósito de regular o uso do armamento e o
emprego da força letal ou menos letal, dentro de critérios jurídicos preestabelecidos.
Essas Regras devem, ainda, levar em consideração a observância dos princípios da
proporcionalidade, razoabilidade e legalidade e sua capacitação prevê o treinamento
de inúmeras condutas, visando enfrentar as diversas situações de proteção aos
cidadãos e aos bens patrimoniais, sob ameaça. Assim, esta pesquisa mostrará que
os simuladores virtuais surgiram como uma das possíveis ferramentas de instrução
militar que podem ser empregadas, no adestramento dos militares do Exército
Brasileiro, podendo com êxito desenvolver perícias e habilidades necessárias ao
adestramento em Regras de Engajamento. Para o desenvolvimento dessa
investigação, utilizaram-se como ferramentas questões de estudo, cujas respostas
solucionaram o problema apresentado e alimentarão debates que possam surgir no
futuro, acerca desse tema. Na pesquisa de campo, foram entrevistados oficiais
instrutores do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) que
preparam os contingentes brasileiros para as missões de Paz, na matéria Regras de
Engajamento e engenheiros do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) que atuam
no Grupo Especial de Simuladores, responsável pelo desenvolvimento da simulação
virtual para o emprego na Força Terrestre. Além disso, foi realizado um questionário
com oficias que comandaram pelotões e ou subunidades na Missão de Paz do Haiti
e que realizaram sua preparação com o emprego do simulador virtual de Regras de
Engajamento. Ao final, após definir os parâmetros e comprovar os benefícios desse
tipo de treinamento foi elaborada uma sugestão de Caderno de Instrução que
sintetiza a pesquisa e sugere como a simulação deve ser empregada.
Palavras-chave: Simulação Virtual, Regras de Engajamento, Garantia da Lei e da
Ordem
6
ABSTRACT
This research has main focus to identify the parameters that must be observed in the
use of virtual simulation in the instructions of Rules of Engagement (ROE). The ROE
are precepts signed with the purpose of regulating the use of weapons and the use of
lethal force, within pre-established legal standard. These Rules must also take into
consideration the observance of the principles of proportionality, reasonableness and
legality, and their conditioning provides for the training of many conducts, in order to
face the various situations of protection of citizens and property, under threat. Thus,
this research will show that virtual simulators have emerged as one of the possible
tools of military instruction that can be used in the training of Brazilian Army soldiers,
and can successfully develop skills and skills necessary for training in Rules of
Engagement. For the development of this research, study questions were used as
tools, whose answers solved the presented problem and will feed debates that may
arise in the future, on this topic. In the field research, instructors officers of the Joint
Center for Peace Operations of Brazil (CCOPAB, initials in portuguese) were
interviewed, preparing the Brazilian contingents for the Peacekeeping missions, in
the Rules of Engagement and engineers section of the Army Technological Center
(CTEx, initials in portuguese). Special Group of Simulators, responsible for the
development of virtual simulation for employment in the Army. In addition, a
questionnaire was conducted with officials who commanded platoons and / or
companies at the Haiti Peacekeeping Mission and who conducted their preparation
using the virtual simulator of Rules of Engagement. At the end, after defining the
parameters and proving the benefits of this type of training, a suggestion of
Instruction Book was elaborated that synthesizes the research and suggests how the
simulator should be used.
Keywords: Virtual Simulation, Rules of Engagement, Law and Order Guarantee
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Emprego das Forças Armadas em Operações de Garantia da Lei
e da Ordem.......................................................................................
22
Figura 2 - Simulação de Voo em 1910.............................................................. 29
Figura 3 - Simulação de Voo em 1929.............................................................. 30
Figura 4 - Monitor usado no jogo Spacewar!.................................................... 30
Figura 5 - Simulador de Pouso......................................................................... 31
Figura 6 - Realidade Aumentada usada para decoração................................. 33
Figura 7 - Simulador de combate de helicópteros........................................... 33
Figura 8 - Aparelho de Realidade Virtual (RV) para conceber um motor de
combustão........................................................................................
34
Figura 9 - Um exemplo de teste de um míssil antiaéreo................................... 35
Figura 10 - Simulador de voo na Dinamarca para a Força Aérea...................... 35
Figura 11 - Realidade Aumentada (RA) empregada no adestramento de
Combate a Curtas Distâncias...........................................................
36
Figura 12 - Realidade Aumentada no adestramento de armas Anticarro........... 36
Figura 13 - Maquete virtual................................................................................. 37
Figura 14 - O Triângulo de Treinamento das etapas do FAPV para os
métodos de treinamento americano.................................................
39
Figura 15 - Simulador Virtual de Regras de Engajamento (RE) do Centro
Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB)......................
49
Figura 16 - Simulador Virtual de Regras de Engajamento com projetor do 25º
Batalhão de Infantaria Paraquedista (25º BI Pqdt)...........................
50
Figura 17 - Unidade móvel com três simuladores............................................... 50
Figura 18 - STAL (Simulador de Tiro de Armas Leves)...................................... 53
Figura 19 - Militar equipado com o dispositivo de simulação de engajamento
tático (DSET) no cano do seu armamento e no seu
capacete...........................................................................................
54
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Programa Padrão de Instrução para Cabos e Soldados em
Operações de Paz..........................................................................
43
Quadro 2 - Objetivos das instruções de Garantia de Lei e da Ordem (GLO)
no que se referem às Regras de Engajamento (RE).....................
45
Quadro 3 - Definição operacional da variável independente............................ 57
Quadro 4 - Definição operacional da variável dependente............................... 57
Quadro 5 - Tamanho amostral em função da população................................. 59
Quadro 6 - Relação entre o apêndice e amostra.............................................. 62
Quadro 7 - Fator Tempo de Preparação para justificar a diferença do nível
de adestramento em RE.................................................................
68
Quadro 8 - Fator Recursos Financeiros e Meios para justificar a diferença do
nível de adestramento em RE........................................................
69
Quadro 9 - Fator Preparação Específica para justificar a diferença do nível
de adestramento em RE ................................................................
70
Quadro 10 - Fator diferença de complexidade das RE para justificar a
diferença do nível de adestramento em RE...................................
71
Quadro 11 - Fator Seleção do Pessoal para justificar a diferença do nível de
adestramento em RE......................................................................
71
Quadro 12 - Fator Diferença do Ambiente Operacional para justificar a
diferença do nível de adestramento em RE...................................
71
Quadro 13 - Principais fatores que justificam a diferença do nível de
adestramento em RE......................................................................
72
Quadro 14 - Aspectos mais relevantes no emprego do simulador virtual nas
instruções de RE............................................................................
74
Quadro 15 - Características do simulador virtual de RE mais mencionadas na
pesquisa.........................................................................................
75
Quadro 16 - Característica do simulador virtual de RE de possuir cenários e
situações diversas..........................................................................
76
Quadro 17 - Característica do simulador virtual de RE ser realista.................... 77
9
Quadro 18 - Característica do simulador virtual de RE de permitir a interação
entre a simulação e o usuário........................................................
77
Quadro 19 - Característica do simulador virtual de RE de ser simples.............. 78
Quadro 20 - Característica do simulador virtual de RE ser de baixo custo de
aquisição e manutenção.................................................................
78
Quadro 21 - Característica do simulador virtual de RE de possuir estrutura
adequada........................................................................................
79
Quadro 22 - Característica do simulador virtual de RE de comportar múltiplos
usuários..........................................................................................
80
Quadro 23 - Característica do simulador de RE de possibilitar o seu emprego
como estande virtual......................................................................
80
Quadro 24 - Dificuldades para a implantação do simulador virtual de RE mais
mencionadas na pesquisa..............................................................
81
Quadro 25 - Dificuldade pela falta de recursos financeiros para a implantação
do simulador virtual de RE.............................................................
82
Quadro 26 - Dificuldade pela falta de estrutura nas Organizações Militares
(OM) para a implantação do simulador virtual de RE.....................
82
Quadro 27 - Dificuldade para a produção de vídeos variados........................... 83
Quadro 28 - Dificuldade pela falta de pessoal especializado............................. 83
Quadro 29 - Dificuldade pelo preconceito com a simulação virtual................... 84
Quadro 30 - Dificuldade de criar a interação...................................................... 84
Quadro 31 - OM que poderiam criar e centralizar os vídeos para emprego em
simuladores virtuais de RE.............................................................
85
Quadro 32 - Criação e centralização pelo Centro de Instrução de Operações
de Garantia da Lei e da Ordem .....................................................
85
Quadro 33 - Criação por qualquer OM............................................................... 86
Quadro 34 - Criação e centralização pelo CCOPAB.......................................... 87
Quadro 35 - Criação e centralização pelo Centro de Avaliação de
Adestramento do Exército..............................................................
87
Quadro 36 - Centralização pelo Comando Militar de Área................................. 87
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Opinião absoluta e percentual do total da amostra acerca do nível
alcançado na preparação no quesito Regras de Engajamento para
a Missão de Paz do Haiti....................................................................
66
Tabela 2 - Opinião absoluta e percentual do total da amostra acerca do nível
alcançado na preparação no quesito Regras de Engajamento para
Operações de Garantia da Lei e da
Ordem.................................................................................................
67
Tabela 3 - Relevância do emprego do simulador virtual nas instruções de
Regras de Engajamento.....................................................................
72
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
2D Bidimensional
3D Tridimensional
APOP Agente Perturbador da Ordem Pública
BI Pqdt Batalhão de Infantaria Paraquedista
CAAdEx Centro de Avaliação de Adestramento do Exército
Cb Cabo
CCOPAB Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil
Cia Fuz Companhia de Fuzileiros
CI Op GLO Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem
COTER Comando de Operações Terrestres
CRFB/88 Constituição da República Federativa do Brasil 1988
CTEx Centro Tecnológico do Exército
CTTEP Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional
DECEx Departamento de Educação e Cultura do Exército
DMEB Diretriz Ministerial de Emprego de Defesa
DPEM Diretriz de Planejamento Estratégico Militar
DSET Dispositivos de Simulação de Engajamento Tático
EB Exército Brasileiro
END Estratégia Nacional de Defesa
EPCOSUPEL Estágio de Preparação para Comandante de Subunidade e Pelotão
FAPV Familiarizar, Adquirir, Praticar e Validar habilidades
ForOp Força Oponente
F Ter Força Terrestre
GES Grupo Especial de Simuladores
GLO Garantia da Lei e a Ordem
JMJ Jornada Mundial da Juventude
LC Lei Complementar
LODA Localizar, Observar, Decidir e Agir
IIB Instrução Individual Básica
IIQ Instrução Individual de Qualificação
12
IM Instrução Militar
MD Ministério da Defesa
MIT Instituto de Tecnologia de Massachusetts (sigla em inglês)
NASA Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (sigla em inglês)
OA Objetivos de Adestramento
OII Objetivos Individuais de Instrução
OM Organização Militar
OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte
PAA Período de Adestramento Avançado
PAB Período de Adestramento Básico
PAB GLO Período de Adestramento Básico de Garantia da Lei e da Ordem
Pel Pelotão
PIM Programa de Instrução Militar
PND Política Nacional de Defesa
PPI Programa Padrão de Instrução
PRODE Produtos de Defesa
RA Realidade Aumentada
RCB Regimento de Cavalaria Blindado
RE Regras de Engajamento
Rio+20 Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável
RV Realidade Virtual
SCTEx Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército
SCTIEx Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Exército
Sd Soldado
Sgt Sargento
SISFRON Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras
SIMEB Sistema de Instrução Militar do Exército Brasileiro
SSEB Sistema de Simulação do Exército Brasileiro
ST Subtenente
STAL Simulador de Tiro de Armas Leves
SU Subunidade
UNIFIL Força Interina das Nações Unidas no Líbano (sigla em inglês)
13
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16
1.1 PROBLEMA ...................................................................................................... 18
1.1.1 Antecedentes do problema............................................................................18
1.1.2 Formulação do problema.............................................................................. 19
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 20
1.3 QUESTÕES DE ESTUDO ................................................................................ 21
1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 21
1.4.1 Simulação Virtual nas Regras de Engajamento.......................................... 24
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 27
2.1 A SIMULAÇÃO AO LONGO DOS TEMPOS .................................................... 28
2.1.1 Modalidades de simulação............................................................................ 28
2.1.2 A simulação empregada ao longo da história............................................. 28
2.1.3 Conclusão parcial...........................................................................................31
2.2 A SIMULAÇÃO VIRTUAL ................................................................................ 31
2.2.1 Generalidades................................................................................................. 31
2.2.2 Aplicações militares dos simuladores virtuais........................................... 33
2.2.3 Integração das modalidades de simulação no ensino militar....................37
2.2.4 Conclusão parcial...........................................................................................39
2.3 OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM E MISSÕES DE PAZ .. 40
2.3.1 Garantia da lei e da ordem ............................................................................. 40
2.3.2 Missões de paz............................................................................................... 41
2.3.3 Regras de engajamento .................................................................................. 43
2.3.4 Conclusão parcial............................................................................................45
2.4 O EMPREGO DA SIMULAÇÃO NO EXERCITO BRASILEIRO .......................46
2.4.1 Situação presente da simulação no Exército Brasileiro..............................46
2.4.2 Conclusão parcial............................................................................................47
2.5 A SIMULAÇÃO VIRTUAL NO USO PROPORCIONAL DA FORÇA ................ 48
2.5.1 A experiência do CCOPAB............................................................................ 48
2.5.2 A utilização de simuladores virtuais nas Forças Auxiliares...................... 50
2.5.3 Conclusão parcial...........................................................................................51
14
2.6 A SIMULAÇÃO VIRTUAL DESENVOLVIDA NO EXERCITO BRASILEIRO . ..52
2.6.1 Estágio atual da simulação virtual no Exército Brasileiro..........................52
2.6.2 Conclusão parcial............................................................................................54
3. METODOLOGIA ...............................................................................................56
3.1 OBJETO FORMAL DE ESTUDO ................................................................... ...56
3.2 AMOSTRA ......................................................................................................... 58
3.3 DELINEAMENTO DE PESQUISA .................................................................... 60
3.3.1 Procedimentos para a revisão da literatura................................................. 60
3.3.2 Procedimentos metodológicos..................................................................... 61
3.3.3 Instrumentos................................................................................................... 62
3.3.4 Análise dos dados.......................................................................................... 62
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 64
4.1 PERFIL PROFISSIONAL DA AMOSTRA.........................................................64
4.2 NÍVEL DO ADESTRAMENTO ATUAL.............................................................65
4.3 FATORES QUE DISTINGUEM O NÍVEL DA INSTRUÇÃO.............................68
4.4 ASPECTOS RELEVANTES DO SIMULADOR VIRTUAL................................73
4.5 PARÂMETROS E DIFICULDADES PARA A IMPLANTAÇÃO........................75
5. CONCLUSÃO..................................................................................................90
REFERÊNCIAS ......................................................................................... .......97
GLOSSÁRIO ................................................................................................... 102
APÊNDICE A - ROTEIRO DE PERGUNTAS DE ENTREVISTAS COM
OFICIAIS QUE OPERARAM SIMULADORES IMPROVISADOS DE TIRO E
DE REGRAS DE ENGAJAMENTO...............................................................106
APÊNDICE B - ROTEIRO DE PERGUNTAS DE ENTREVISTAS COM
PRAÇAS QUE UTILIZARAM SIMULADORES COMO FERRAMENTA DE
INSTRUÇÃO DE REGRAS DE ENGAJAMENTO.........................................108
APÊNDICE C - ROTEIRO DE PERGUNTAS DE ENTREVISTAS COM
PRAÇAS QUE NÃO UTILIZARAM SIMULADORES COMO FERRAMENTA
DE INSTRUÇÃO DE REGRAS DE ENGAJAMENTO...................................110
APÊNDICE D - ROTEIRO DE PERGUNTAS DE ENTREVISTAS COM
INSTRUTORES (OFICIAIS, SUBTENENTES OU SARGENTOS) QUE
OPERAM SIMULADORES DE TIRO E REGRAS DE ENGAJAMENTO NO
CCOPAB........................................................................................................112
APÊNDICE E - ROTEIRO DE PERGUNTAS DE ENTREVISTAS COM
15
MILITARES QUE DESENVOLVEM SIMULADORES NO CENTRO
TECNOLÓGICO DO EXÉRCITO (CTEx)......................................................114
APÊNDICE F - ROTEIRO DE PERGUNTAS DE ENTREVISTA COM O
OFICIAL QUE OPERA O SIMULADOR DE ARMAS LEVES (STAL) NO
CENTRO DE AVALIAÇÃO DE ADESTRAMENTO DO EXÉRCITO..............116
APÊNDICE G - QUESTIONÁRIO..................................................................118
APÊNDICE H - CADERNO DE INTRUÇÃO DESTINADO A ORIENTAR
AQUELES QUE MINISTRAM SESSÕES DE INSTRUÇÃO MILITAR
VOLTADAS PARA O ADESTRAMENTO EM REGRAS DE
ENGAJAMENTO............................................................................................120
ANEXO A - FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A DIFERENÇA DO NÍVEL
DE ADESTRAMENTO EM REGRAS DE ENGAJAMENTO ENTRE AS
MISSÕES DE PAZ E A MISSÕES DE GARANTIA DA LEI E DA
ORDEM..........................................................................................................156
ANEXO B - CARACTERÍSTICAS E CAPACIDADES QUE DEVE POSSUIR
UM SIMULADOR VIRTUAL DE REGRAS DE
ENGAJAMENTO............................................................................................160
ANEXO C - DIFICULDADES A SEREM ENFRENTADAS NA IMPLANTAÇÃO
DE UM SIMULADOR VIRTUAL DE REGRAS DE
ENGAJAMENTO............................................................................................166
ANEXO D - ORGANIZAÇÕES MILITARES QUE DEVERIAM PRODUZIR E
CENTRALIZAR OS VÍDEOS PARA AS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI
E DA ORDEM................................................................................................170
16
1. INTRODUÇÃO
As Forças Armadas brasileiras, a partir dos anos 2000, passaram a ser
largamente empregadas em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO),
contra o crime organizado e em apoio aos Estados, por conta de greves das
Policiais Militares.
Além disso, o Exército Brasileiro (EB) conjuntamente com a Marinha e a
Aeronáutica participaram, nos últimos anos, da realização de grandes eventos,
sediados pelo Brasil.
De acordo com o Ministério da Defesa (2017), a primeira ação integrada,
desse porte, foram os Jogos Mundiais Militares, realizados em 2011, no Rio de
Janeiro. No ano seguinte, o EB participou do plano de segurança das delegações
estrangeiras que vieram ao país para a Conferência das Nações Unidas para
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Em 2013, a Força Terrestre contribuiu para a segurança das seis cidades-
sede da Copa das Confederações da FIFA, atuando na defesa de estruturas
estratégicas, na segurança cibernética, na fiscalização de produtos controlados
(armamentos e explosivos) e na prevenção ao terrorismo.
Nesse mesmo ano, o EB integrou o esquema de segurança da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ), garantindo a integridade dos peregrinos e da comitiva
do Papa Francisco, que, além do Rio de Janeiro, visitou a cidade de Aparecida, em
São Paulo.
Os últimos grandes desafios de segurança foram os dois maiores eventos
esportivos no planeta, quando o Brasil recebeu centenas de milhares de visitantes
na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio
de Janeiro.
A participação nesses dois grandes eventos exigiu do Exército Brasileiro um
detalhado planejamento e uma intensa preparação com vistas a atender as
importantes atribuições, a cargo da Força Terrestre, conforme determina a
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/88) (BRASIL, 1988).
Nesse contexto, evidenciaram-se os Jogos Olímpicos Rio 2016. Evento que
teve a participação de mais quinze mil atletas de duzentos e seis países, além de
familiares, profissionais de imprensa, autoridades de Estado e inúmeros torcedores
turistas.
17
Em virtude desta missão de visibilidade internacional, foi fundamental que
houvesse a capacitação em Operações de Garantia de Lei e da Ordem. Atividade
militar que tem como um dos seus fundamentos o emprego de Regras de
Engajamento1 (RE).
Por sua vez, as RE devem levar em consideração a observância dos
princípios da proporcionalidade, razoabilidade e legalidade e sua capacitação prevê
o treinamento de inúmeras condutas, visando enfrentar as diversas situações de
proteção aos cidadãos e aos bens patrimoniais, sob ameaça (BRASIL, 2014d).
Muito embora as RE sejam, desde então, bastante empregadas, não há, até o
presente, uma padronização e ou normatização das melhores práticas, para o seu
emprego em missões do Exército Brasileiro em Operações de GLO, ficando a critério
de cada Organização Militar (OM) a execução do treinamento, conforme sua
disponibilidade de meios.
Dessa maneira, uma das possíveis ferramentas da instrução militar que
podem ser empregadas, no adestramento das tropas, são os simuladores virtuais
(SV). Tais mecanismos possibilitam o desenvolvimento de perícias e habilidades
necessárias ao adestramento em Regras de Engajamento.
Além disso, esses simuladores são capazes de torná-las mais claras, durante
a realização dos exercícios de preparação, fazendo com os treinamentos não se
limitem, apenas, a uma orientação expositiva, mas permita a execução de práticas
de conduta individual e coletiva dos militares2 (BRASIL, 2012b).
Da mesma forma, estudos de Kleinman (2015) sobre a mente humana
revelam a grande importância de exercícios de condicionamento para a tomada de
decisões precisas, em situações adversas.
Assim sendo, os simuladores virtuais, por meio de aplicação de tecnologias
de imersão3, podem colaborar para que a tropa adquira comportamentos e
habilidades apropriados, durante os ensaios de exercícios simulados que se
assemelhem as circunstâncias vividas em situações reais, de aplicação das RE.
Neste sentido, a presente investigação pretende avaliar as melhores práticas
1 “Regras de engajamento são estabelecidas com o propósito de regular o uso do armamento e o
emprego da força letal, dentro de parâmetros jurídicos preestabelecidos (BRASIL,2012b, p.2).” 2A conduta dos militares é o modo de agir seguindo os preceitos sociais e legais da Área de
Operações. 3 A imersão é atingida quando o aprendiz se sente dentro de uma realidade fictícia, criada através de
recursos tecnológicos, como: gráficos e projeções.
18
realizadas em simuladores de Regras de Engajamento, esperando que as
informações obtidas sirvam de subsídio para o estabelecimento de um modelo de
emprego eficaz e de fácil reprodução, em qualquer OM.
1.1 PROBLEMA
Para a compreensão do propósito do presente trabalho, buscou-se especificar
o problema que se evidencia no adestramento da tropa4 em Regras de
Engajamento, apresentando os dados que provocaram a elaboração desta pesquisa.
1.1.1 Antecedentes do problema
Para o melhor entendimento do problema, há a necessidade de esclarecer
como, atualmente, é desenvolvido o adestramento da tropa para as operações de
GLO.
Antes de tudo, deve-se delinear que a busca pelos Objetivos de
Adestramento (OA) nas Regras de Engajamento, contidas no Sistema de Instrução
Militar do Exército Brasileiro (SIMEB5), depara-se com duas dificuldades, a saber:
a. os treinamentos teóricos e práticos são executados de forma coletiva.
Porém quando participando de operações de GLO, o militar poderá exercer suas
funções em pequenos grupos, duplas ou até mesmo sozinho, isolado. Nesses
casos, o treinamento coletivo dificulta a percepção pelo instrutor, de erros individuais
de execução, que poderiam ser corrigidos durante o exercício, evitando, dessa
forma, falhas que acontecem em situações reais;
b. os treinamentos atuais, de regras de engajamento, não possibilitam a
prática de diferentes situações adversas que o militar poderá enfrentar em
operações de GLO.
O combatente, quando em operações, sob estresse6, e diante de situações
complexas que exigem rápida resposta, pode não tomar a decisão correta que
4 “Adestramento da tropa é o conjunto de atividades realizadas para desenvolver ou treinar
capacidades individuais ou coletivas que contribuirão para que uma Organização Militar (OM) atinja a condição de participar de Operações Militares” (BRASIL, 2012, p.1-3). 5 Sistema que gerencia as atividades de ensino para a formação e o adestramento da Força Terrestre. 6 Conjunto de perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por vários agentes agressores.
19
aprendeu na teoria e exercitou coletivamente, trazendo consequências negativas
para o êxito da operação.
Para vencer essas dificuldades faz-se necessário reformular o atual método
de adestramento em Regras de Engajamento, para operações de GLO. Uma
solução seria um treinamento capaz de apresentar as mais variadas situações de
emprego e avaliar individualmente os instruendos.
Assim sendo, percebe-se que o treinamento com simulação virtual pode ser
um caminho para a melhoria das práticas de adestramento, uma vez que esses
equipamentos permitem a avaliação individual dos combatentes e possibilitam a
criação de bancos de dados com inúmeras situações possíveis.
Sob o mesmo ponto de vista, na preparação dos contingentes das Missões de
Paz, o Exército Brasileiro já utiliza a simulação virtual como meio auxiliar nas
instruções de RE, porém, é um simulador importado de alto custo, que se torna
pouco acessível a todas as Organizações Militares (OM).
Só para ilustrar a Força Terrestre dispõe, no Centro Tecnológico do Exército
(CTEx), do Grupo Especial de Simuladores, que tem como atribuição o
desenvolvimento de simuladores para o EB. Este Grupo desenvolveu o Simulador
de Tiro de Armas Leves (STAL), que é um simulacro para o treinamento de tiro de
fuzil e pistola de baixo custo de aquisição.
1.1.2 Formulação do problema
A fim de verificar a efetividade do uso do simulador virtual para o
adestramento das missões de Garantia da Lei e da Ordem, foi formulado o seguinte
problema: quais os parâmetros que devem ser observados no emprego da
simulação virtual, nas instruções de adestramento de Regras de Engajamento, para
apoiar o preparo de uma subunidade em Operações de GLO?
Nesse contexto, a utilização de simuladores vem ao encontro do que
expressa o Ministério da Defesa (2015) em seu Caderno de Instrução7 de Emprego
de Simulação. Nesse caso, a utilização do simulador virtual objetiva minimizar as
denominadas “questões complexas”.
7 Caderno de instrução é uma publicação padronizada do Exército Brasileiro que tem por objetivo
orientar a instrução de táticas, técnicas e procedimentos, relativa a assunto específico.
20
Vale salientar que, essas ditas questões complexas são atividades reais que
apresentam óbices, tais como: alto custo, no caso do tiro de Artilharia; alta
periculosidade, como o salto de paraquedas; ou a duração prolongada, como
previsão do clima atmosférico e podem ser simuladas a fim de auxiliar na
recuperação dessas dificuldades:
O uso da simulação proporciona a resolução de questões complexas sem os custos elevados das tentativas da vida real. Aliando-se à otimização, a simulação pode assegurar que as soluções implementadas são ou estão próximas dos resultados ótimos. (BRASIL, 2015, p. 4-1)
Assim sendo, a possibilidade de emprego de simulador virtual, no
aprendizado das RE, torna-se plausível e pode contornar os óbices já apresentados,
quais sejam: avaliação da conduta individual durante exercícios práticos e a criação
e o armazenamento de diferentes situações e cenários.
1.2 OBJETIVOS
Conforme o problema exposto, esta pesquisa almeja, como objetivo geral,
identificar os parâmetros que devem ser observados no emprego da simulação
virtual nas instruções de RE, visando melhorar o adestramento das subunidades em
operações de GLO.
Dessa forma, pretende-se encontrar uma alternativa de prática virtual para a
avaliação do desempenho individual e coletivo, a fim de garantir a correção dos
erros de interpretação das Regras de Engajamento para evitar equívocos durante o
emprego, em operações.
Assim, para viabilizar a consecução do objetivo geral deste estudo, foram
formulados os seguintes objetivos específicos, que permitirão o encadeamento
lógico do raciocínio descritivo apresentado:
a. Identificar as fases e objetivos de adestramento do Sistema de Instrução
Militar do Exército Brasileiro para a execução das Operações de Garantia da Lei e
da Ordem;
b. Descrever as ferramentas de simulação virtual que podem ser empregadas
nas instruções de Regras de Engajamento;
c. Avaliar os benefícios do emprego da simulação virtual para o adestramento
de uma subunidade em Operações de GLO através de entrevistas de militares que
21
se submeteram a simulação virtual, no seu adestramento, e com entrevistas dos
instrutores da disciplina Regras de Engajamento;
d. Identificar as necessidades e requisitos mínimos para a adequação da
simulação virtual ao adestramento de subunidades do EB, em Operações de
Garantida da Lei e da Ordem; e
e. Propor, com base nos resultados alcançados pelos objetivos específicos,
um caderno de instrução que apresente os parâmetros mínimos necessários ao
desenvolvimento e emprego de um simulador virtual de regras de engajamento para
uma subunidade.
1.3 QUESTÕES DE ESTUDO
Para atender os objetivos de estudo, foram estabelecidas as seguintes
questões:
a. Quais são as, possíveis, oportunidades de melhoria para as Fases e os
Objetivos de Adestramento, do Sistema de Instrução Militar do Exército Brasileiro
(SIMEB), nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem?
b. Como são os simuladores virtuais, de Regras de Engajamento, já
empregados por militares que autuaram em missões de GLO e Missões de Paz?
c. Quais são os benefícios do emprego da simulação virtual nas instruções de
Regras de Engajamento identificados pelos militares, de uma subunidade, com
experiência em Operações de GLO e Missões de Paz.
e. Quais os requisitos mínimos para que uma subunidade do EB possua um
simulador virtual de Regras de Engajamento?
f. Quais as soluções tecnológicas, físicas, pedagógicas e orçamentárias que
militares do EB com experiência em operações de GLO, Missões de Paz e ou
Integrantes do Sistema de Ciência Tecnologia e Inovação do Exército Brasileiro
(SCTIEx) consideram necessárias para o desenvolvimento e emprego de um
simulador virtual de RE, para uma subunidade e que podem constar de um caderno
de instrução?
1.4 JUSTIFICATIVA
As inovações que justificam esta pesquisa estão definidas nas orientações
22
gerais do SIMEB, que estabelece as diretrizes do adestramento da Força Terrestre,
para as operações de Garantia da Lei e da Ordem:
“A Instrução Militar deverá ser conduzida de modo a assegurar, o mais cedo possível, o adestramento da Força Terrestre para a realização de Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO)” (BRASIL, 2012a, p. 1-3).
Essas orientações gerais indicam que o processo de adestramento deve ser
prontamente assegurado, uma vez que a tropa deve estar preparada para o
emprego em qualquer época do ano, pois é grande a probabilidade de acionamento,
por conta do histórico de atuações, dessa natureza.
Dessa forma, um levantamento feito pelo Ministério da Defesa e pelo
Comando do Exército, segundo CARVALHO e DURÃO (2017), a pedido do jornal
Estado de São Paulo, indica que o reforço federal, por intermédio do EB, aos
Estados para operações de GLO, já consumiu 1.300 dias de atividades, nos últimos
dez anos, o que representa mais de três anos de operações.
O Exército participou 67 vezes de operações GLO na última década em 17 Estados. São as mais variadas as razões: de ataques violentos nas ruas, como em Natal em janeiro, ao congresso técnico da FIFA, em Florianópolis (2014). O rol de atuações inclui ainda 13 participações para seguranças de reuniões, encontros e cúpulas com autoridades de Estado, 15 para eventos esportivos e 9 para eleições ou plebiscitos. As mais comuns são as ações de patrulhamento e ronda urbana, como a do Rio. As tropas já estiveram no Estado entre novembro de 2010 e julho de 2012 na Operação Arcanjo, quando foram empregadas na pacificação de favelas.
A Figura 1 apresenta o emprego das Forças Armadas no período de 2008 a
2017. Cita, também, algumas operações de destaque nesse intervalo de tempo.
FIGURA 1 – Emprego das Forças Armadas em Op GLO Fonte: Ministério da Defesa e Comando do Exército e Jornal Estado de São Paulo, 2017
23
Por isso mesmo, conforme CARVALHO e DURÃO (2017), o Comando do
Exército informou, em nota, que nas últimas décadas atualizou seu plano de
treinamento, visando atender as novas demandas em operações de GLO,
constantemente realizadas em diferentes regiões do Brasil:
De modo a contemplar seus quadros com conhecimentos teóricos e práticos para aperfeiçoamento do desempenho nas atividades de não guerra, com foco na proteção da sociedade. A experiência do Exército nas últimas décadas em diversas situações de emprego nas operações GLO e em vários Estados da federação contribuiu para a melhoria das práticas e dos resultados nesse tipo de operação, a partir da compilação e disseminação das lições aprendidas em cada tipo de evento.
Dessa maneira, o adestramento da Força Terrestre vem sendo influenciado
direta e indiretamente pela conjuntura do país, principalmente, no que se refere a
Segurança Pública, pois se tornou necessário à rápida e pronta resposta em caso de
acionamento, por iniciativa, de um dos três poderes, da República, por conta de
missões de GLO, conforme prevê a CRFB/88, no seu Artigo 142.
Nesse contexto, a Instrução Militar de Regras de Engajamento ministrada nas
OM do EB, mesmo, estabelecendo objetivos individuais e coletivos, nas Fases de
Instrução Individual e de Adestramento8, conforme prevê o SIMEB, não atendem
plenamente a capacitação desejada.
Sendo evidente a carência do condicionamento em pronta resposta,
principalmente, em se tratando de situações adversas, uma vez que apenas o
conhecimento das RE não corresponde, na maioria das vezes, à execução correta,
dessa prática, nas operações de GLO.
Dessa forma, muitas vezes durante as operações, há a necessidade de
constantes revisões, que são feitas, normalmente, através de palestras e briefings9
conduzidos pelos comandantes de fração nos níveis, companhia, pelotão e grupo de
combate ou através da leitura de mementos10 individualmente.
Soma-se a isso, à dificuldade de ministrar instruções práticas no decorrer das
operações, pois não há meios em material e pessoal suficientes para conduzir
8 O ano de instrução do Exército Brasileiro é dividido em duas fases. Inicia-se pela Fase de Instrução Individual. 9 Descrever de maneira concisa a tarefa a ser executada.
10 Escrito em que são resumidas as partes essenciais de um assunto.
24
instruções dessa natureza. Atividades, normalmente, de grande envergadura com a
participação de militares, no papel de forças adversas e civis inocentes, que figuram
as mais diversas situações potenciais.
Nesses e em outros casos, a simulação virtual pode possibilitar o
adestramento contínuo durante as operações, principalmente, quando as missões
possuam uma duração prolongada. Assim, os militares poderão executar a
simulação virtual para relembrar os procedimentos corretos em qualquer intervalo
das atividades.
Dessa forma, o simulador poderá servir como alternativa e meio auxiliar de
instrução11, aproximando o instruendo da realidade, através da imersão em
ambiente virtual, identificando-se, assim, com facilidade, os erros e as dúvidas antes
do emprego em operações.
Neste sentido, este estudo se justifica por buscar atender as demandas de
avaliação individual dos militares durante o treinamento, corrigindo preventivamente
os equívocos de aprendizagem e contribuindo para satisfazer o processo de
avaliação e criação de condicionamento de resposta individual e coletiva em
situações reais, que permitam um nível de eficiência adequado para evitar falhas
que possam ter impacto no êxito das operações.
Assim sendo, esta pesquisa poderá servir como base de apoio metodológico
para a realização de estudos similares, estimulando a evolução dos trabalhos
científicos sobre a simulação virtual.
1.4.1 A Simulação Virtual nas Regras de Engajamento
O emprego da Simulação Virtual nas Instruções de Regras de Engajamento é
uma prática que se iniciou na preparação das Missões de Paz sob a coordenação do
Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB). O Centro fez, em 2011,
um alto investimento para adquirir, no exterior, um simulador de tiro e, com ele,
adaptou os vídeos de situações ocorridas na Missão de Paz do Haiti (WILTGEN,
2015).
A partir daí, o CCOPAB centralizou os conhecimentos e as melhores práticas,
visando atualizar os vídeos, conforme a evolução da Missão de Paz, permitindo que
os Comandantes de Pelotão e Subunidade, durante o Estágio de Preparação para
11
Material que contribui para facilitar o aprendizado, como por exemplo, um projetor de slides.
25
Comandante de Subunidade e Pelotão (EPCOSUPEL), realizassem uma simulação
virtual neste equipamento de ultima geração.
Este simulador, inclusive, apresenta, como uma de suas características, a
possibilidade de interação entre o militar e o alvo virtual, que reage a sua ação. Para
isso, os armamentos são adaptados e possuem um emissor laser que marca o ponto
de impacto na tela de simulação, a cada disparo.
Dessa forma, quando os Comandantes, que realizaram o Estágio no
CCOPAB, retornam as suas OM de origem, levam consigo o conteúdo audiovisual,
com as situações ocorridas na Missão de Paz do Haiti, para repassar aos seus
subordinados.
Já nas OM, a simulação é feita de maneira improvisada e sem interação. Os
militares utilizam o fuzil com munição de festim ou real diante de um anteparo (que
pode ser uma tela), onde se projeta o conteúdo dos vídeos.
Nesse caso, não há interação entre o instruendo e o personagem da
simulação, ou seja, quando o militar atira, o alvo não reage, impossibilitando avaliar
se o personagem, da cena, foi atingido ou não. Somente a atitude do militar em
consonância com as RE é avaliada, segundo os objetivos propostos.
Enquanto, por um lado, na preparação para as Missões de Paz há uma
padronização do uso da simulação virtual, mesmo que precária. Por outro lado, no
preparo da tropa para missões de GLO as instruções de RE podem ser ministradas
com ou sem simulação virtual.
Mesmo assim, quando é utilizada a simulação virtual, esta não é regulada ou
padronizada, nem existe um documento que centralize as melhores práticas. Nestes
casos, os militares das OM criam seus próprios vídeos ou utilizam aqueles
produzidos pelo CCOPAB, que são voltados para as missões de paz e nem sempre
simulam a realidade enfrentada no Brasil.
Já quando o adestramento é feito sem a simulação virtual, a avaliação da
tropa nas RE ocorre com a aplicação de questionários que, apenas, revisão os
princípios teóricos e as normas, porém não exercitam nem avaliam a reação do
militar diante da ameaça que poderá enfrentar no cenário real, sob condições de
fadiga e stress psicológico.
Assim sendo, este estudo procura analisar o emprego do simulador virtual,
considerando os princípios das Regras de Engajamento e verificando se o uso desta
ferramenta melhora o adestramento, conduzindo os militares a uma situação de
26
pronta e correta resposta às adversidades do emprego em operações de GLO.
Dessa forma, esta investigação poderá ser utilizada como subsídio para a
implementação de um método padronizado de emprego da ferramenta de simulação
virtual, no adestramento em GLO, tendo como referência o Simulador de Tiro de
Armas Leves (STAL). Simulador de tiro desenvolvido pelo Centro Tecnológico do
Exército (CTEx) que poderá ser adaptado para outras necessidades do Exército
Brasileiro.
Além disso, esta pesquisa poderá, ainda, servir de base para a atualização
dos manuais e instruções de adestramento e ser um referencial teórico para futuros
estudiosos do assunto.
27
2. REVISÃO DE LITERATURA
Como o objetivo desta pesquisa é identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções das Regras de
Engajamento, buscou-se alicerçar o arcabouço teórico sobre a simulação, em seus
mais variados aspectos.
Configurando esse mosaico de saberes, foram consultados diversos autores e
artigos a fim de elaborar uma taxonomia classificatória para limitação do objeto da
pesquisa e embasar as respostas as questões de estudo, definidas na Introdução
deste trabalho.
Desta forma, este capítulo se encontra dividido em seis seções. Na primeira,
discutiu-se a evolução histórica da simulação ao longo dos tempos, desde o advento
dos simuladores mecânicos até os modernos simuladores de realidade virtual
aumentada.
Em seguida, foram debatidos os conceitos de simulação virtual, suas
aplicações militares e a integração desta com outras modalidades de simulação, no
ensino militar.
Mais adiante, é possível entender como são executadas as operações de
Garantia da Lei e da Ordem e as Missões de Paz, destacando a importância do
emprego da simulação virtual no adestramento da tropa, principalmente, em Regras
de Engajamento.
Num passo seguinte, aborda-se o emprego da simulação no Exército
Brasileiro, levantando aspectos constantes do Caderno de Instrução de Emprego da
Simulação desenvolvido, no ano de 2015.
Depois, analisa-se a simulação virtual no uso proporcional da força,
destacando a experiência do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, na
aplicação de simuladores nas instruções de Regras de Engajamento, e o seu
emprego pelas forças auxiliares.
Por fim, e após os esclarecimentos sobre a simulação virtual, explica-se
como, atualmente, é desenvolvida a simulação virtual no Exército Brasileiro, onde é
empregada e levantar outras possibilidades.
28
2.1 A SIMULAÇÃO AO LONGO DOS TEMPOS
2.1.1 Modalidades de simulação
A simulação é uma imitação de um processo ou operação do mundo real, que
pode ser instrumentalizada com objetos ou cenários físicos e virtuais. Conforme
BANKS, CARSON II, NELSON, NICOL (2001), simulação consiste na representação
do funcionamento de um sistema ou processo.
Através da simulação um modelo pode ser empregado com variações
ilimitadas, produzindo cenários complexos. Esses recursos permitem a análise e
compreensão de como os elementos individuais interagem e afetam o ambiente
simulado.
Assim sendo, a simulação se segmenta nas seguintes modalidades, conforme
especifica o Caderno de Instrução de Emprego da Simulação:
a) simulação viva: que envolve agentes reais, operando sistemas reais
(armamentos, equipamentos, viaturas e aeronaves de dotação), no mundo real, com
o apoio de sensores, dispositivos apontadores laser e outros instrumentos que
permitam acompanhar as ações e simular os efeitos dos engajamentos (BRASIL,
2015, p 4-2);
b) simulação virtual: que compreende agentes reais, operando sistemas
simulados, em cenários gerados em computador, que substitui sistemas de armas,
veículos, aeronaves e outros equipamentos cuja operação exige elevado grau de
adestramento, envolve riscos e/ou custos elevados para sua operação (BRASIL,
2015, p 4-2);
c) simulação construtiva: que abarca tropas e elementos simulados, operando
sistemas simulados, controlados por agentes reais, normalmente, em uma situação
de comandos constituídos, conhecida pela designação de “jogos de guerra” e com
ênfase na interação entre agentes, divididos em forças oponentes, que se enfrentam
sob o controle de uma direção de exercício (BRASIL, 2015, p 4-2).
2.1.2 A simulação empregada ao longo da história
Para propor o emprego da simulação, é importante compreender como
ocorreu o seu desempenho ao longo da história, com isso conhecer as capacidades
29
de sua aplicação e seus benefícios.
Verifica-se de início que, os modelos e as simulações foram ferramentas
empregadas para resolver problemas há séculos. Segundo, BUEHMER e
DRZYMALA (2011), a primeira simulação que se tem conhecimento é um jogo
indiano chamado Charutanga que se acredita ser um dos predecessores do Xadrez
moderno.
Já em 1777, o matemático, George Louis Leclerc, desenvolveu uma
simulação matemática chamada Método de Monte Carlo ou Agulha de Buffon que
resolveu problemas de probabilidade, e que posteriormente foi usada no projeto da
primeira bomba atômica (BUEHMER; DRZYMALA, 2011).
Assim sendo, ainda hoje, modelos matemáticos de simulação são largamente
empregados no desenvolvimento aeronáutico e aeroespacial, sem os quais não
seria possível o lançamento de satélites e o homem ter chegado à lua.
Em 1910, aviadores começaram a experimentar uma simulação mecânica
para as instruções de voo em solo. Essa técnica consistia em duas partes de barris
um sobre o outro, onde o mais alto representava a cabine de pilotagem de uma
aeronave, conforme se verifica na Figura 2 (PROFLIGHT, 2015).
FIGURA 2 – Simulação de Voo em 1910. Fonte: Site ProFlight, 2016
Em 1929, Edwin Albert Link desenvolveu um simulador de voo que se movia
em três eixos em resposta ao comando do piloto. Esse mecanismo, também, foi
equipado com os instrumentos de navegação e voo, podendo ser treinado fora da
aeronave real, representado na Figura 3 (PROFLIGHT, 2015).
30
FIGURA 3 – Simulação de Voo em 1929. Fonte: Site ProFlight, 2016
Em 1961, foi criada, por um grupo de estudantes do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT- sigla em inglês), a primeira simulação feita em computadores,
o jogo Spacewar, a qual permitia que cada jogador movimentasse sua aeronave e
disparassem mísseis uns nos outros (Figura 4).
FIGURA 4 – Monitor usado no jogo Spacewar Fonte: trainingsystems.org, 2016
Em 1965, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA sigla em
inglês) desenvolveu, empregando simulação, uma instalação de pesquisa para o
pouso em solo lunar, esse equipamento permitiu que os astronautas praticassem a
aterragem e estudassem com segurança os problemas que poderiam ocorrer nas
manobras finais de pouso, abaixo de 150 pés de altura (Figura 5).
31
FIGURA 5 – Simulador de Pouso Fonte: Site da NASA, 2016
2.1.3 Conclusão parcial
Assim sendo, conclui-se parcialmente que, ao longo da história, a simulação
vem sendo empregada pelo homem, para facilitar a aquisição de habilidades ou
perícias, substituindo a realidade com segurança e com vantajosa economia de
recursos financeiros.
Com isso, hoje, do mesmo modo que no passando, a simulação pode
contribuir para o adestramento dos militares do Exército Brasileiro, fortalecendo a
preparação para as Operações de Garantia da Lei e da Ordem, no quesito Regras
de Engajamento.
2.2 A SIMULAÇÃO VIRTUAL
2.2.1 Generalidades
A expressão simulação está, atualmente, muito ligada à palavra virtual devido
aos avanços tecnológicos e a possibilidade de construção de ambientes cada vez
mais realistas. No entanto, no emprego da simulação virtual não se deve confundir
os conceitos de virtual e de realidade virtual, o que é explicitado no decorrer desta
seção.
A utilização da palavra virtual associada à simulação em computador não é
recente. De acordo com HARPER (2016) o sentido de "fisicamente não existente,
mas simulado por software" apareceu em 1959. Antes disso, o vocábulo virtual era
32
definido como “o que não existe como realidade, mas sim como potência ou
faculdade”, sendo pela primeira vez registrada em 1650.
Assim, jogos e programas de computador que apresentam imagens que se
constituem de largura e comprimento (2D) e outras que apresentam, também, a
profundidade (3D) são imagens virtuais, pois não existem fisicamente, são geradas
por software e reproduzidas por algum periférico como um monitor ou projetor.
Para Levy (apud Souza 2016) o virtual deve ser considerado como algo que
existe em potência:
O virtual é complexo, problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução, a atualização (...) já está todo constituído, mas permanece no limbo. O possível se realizará sem que nada mude em sua determinação ou natureza. É um real fantasmático, latente. O possível é exatamente como o real, só lhe falta à existência (SOUZA, 2016, p. 2-3).
De acordo com Souza 2016, a realidade virtual fascina porque, ao mesmo
tempo, reúne a tecnologia, o intangível e o potencial, que se manifestam na
experiência de sentir-se no interior do ambiente simulado, ou seja, em imersão.
Da mesma forma, para KIRNER e SISCOUTTO (2007), a Realidade Virtual
(RV) é uma interface avançada para aplicações computacionais. Essa técnica
permite ao usuário navegar e interagir, em tempo real, em um ambiente
tridimensional gerado por computador usando dispositivos multissensoriais, tais
como óculos 3D e luvas com sensores de movimento.
Assim sendo, a realidade virtual pressupõe a integração de três ideias
básicas: imersão, interação e envolvimento. Sendo, a imersão: o ato de mergulhar
alguma coisa em um líquido ou ambiente, ou seja, ser envolvido por aquela
realidade; a interação: ações e atitudes que influenciam o grupo e o meio; e,
envolvimento: o grau de estímulo, atenção e foco em uma atividade de estímulo
(SOUZA, 2016).
Atualmente, as pesquisas sobre o desenvolvimento da realidade virtual,
também, estão voltadas para a realidade virtual aumentada ou realidade aumentada
(RA), que consiste na integração de informações virtuais à visualizações do mundo
real, em tempo real, de modo 3D. (KIRNER; SISCOUTO, 2007)
Por conseguinte, na realidade aumentada o ambiente visualizado é composto
por realidade virtual com interação no mundo real, criando um ambiente misto, em
33
tempo real, ao contrário da RV, em que o ambiente é totalmente virtual. Por
exemplo, na Figura 6, a sala e os quadros na parede são reais, mas os móveis são
realidade virtual.
FIGURA 6 – Realidade Aumentada usada para decoração Fonte: Site ZME Science, 2017
2.2.2 Aplicações militares dos simuladores virtuais
A primeira aplicação militar dos simuladores virtuais, que merece destaque,
ocorreu, em 1991, durante Guerra do Golfo. Essa foi a primeira vez que uma equipe
treinada em simuladores de combate para helicópteros (Figura 7), na Base Aérea de
Kirtland, nos Estados Unidos, entrou em ação, no conflito.
De acordo com WARWICK (1995), foi consenso entre os instrutores que as
tripulações que usaram os simuladores virtuais estavam prontas para o combate
após 20 horas de vôo, enquanto que as tripulações que não usaram os simuladores
nas instruções só atingiram os mesmos resultados após 50 horas de vôo.
FIGURA 7 – Simulador de combate de helicópteros Fonte: Site da Base Aérea de Kirtland, EUA, 2016
34
Da mesma maneira, na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
(NATO, 2003), os simuladores virtuais são, atualmente, empregados com diferentes
finalidades, tais como: concepção, testes, instrução, planejamento e ensaios de
missões, como é exemplificado a seguir.
Assim sendo, na fase da concepção de novos produtos de defesa produzidos
para países integrantes da OTAN, é possível simular a arquitetura dos sistemas de
armas, a interação homem - máquina, a interface ou a carga de trabalho, a partir de
tarefas realizadas com realidade virtual.
Com isso, os desenvolvedores de materiais podem criar protótipos e avaliá-
los. Por exemplo, a figura a seguir mostra um motor à combustão sendo
desenvolvido por intermédio de um sistema de realidade virtual (Figura 8).
FIGURA 8 – Aparelho de RV para conceber um motor de combustão. Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
Dessa forma, após o desenvolvimento de um protótipo é possível testar o
modelo criado em realidade virtual. Isso é possível colocando esse material ou
armamento em situações que seriam difíceis de materializar nos centros de testes
convencionais devido à segurança e outras considerações práticas (Figura 9).
35
FIGURA 9 – Um exemplo de teste de um míssil antiaéreo. Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
Desse modo, o uso da realidade virtual para o treinamento e a aprendizagem
é uma evolução dos simuladores mecânicos originalmente desenvolvidos para o
adestramento de pilotos de aeronaves. Hoje, a realidade virtual pode fornecer
ferramentas de capacitação para as atividades militares permitindo melhores
condições para operar em diferentes ambientes (Figura 10).
FIGURA 10 – Simulador de voo na Dinamarca para a Força Aérea. Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
Da mesma maneira, a realidade aumentada (RA) está sendo empregada no
treinamento militar. Um exemplo disso é o adestramento de combate a curtas
distâncias das forças armadas americanas.
36
Assim sendo, no exercício mostrado na Figura 11, a equipe de militares realiza
um deslocamento em uma sala completamente vazia, tendo, no entanto, cômodos e
ameaças simuladas que aparecem apenas nos visores dos capacetes,
caracterizando a integração entre a RA e o mundo real.
FIGURA 11 – RA empregada no adestramento de Combate a Curtas Distâncias Fonte: Site Sandia.gov
Outra forma de emprego é o adestramento de apoio de fogo de artilharia e de
armas anticarro. Na Figura 12, existem quatro imagens, a superior esquerda é uma
imagem, somente, do mundo real, as outras três já possuem elementos virtuais
como os carros de combate e a fumaça dos disparos produzidos pela simulação.
Neste caso, é necessário considerar que a simulação é a expressão de algum
conteúdo de verdade para a percepção sensível do observador.
FIGURA 12 – RA no adestramento de armas anticarro. Fonte: Site Military.com
37
Já para a aplicação no planejamento e ensaios de missões, a condição básica
necessária é o uso de um ambiente virtual que represente um terreno em que uma
operação será realizada.
Dessa maneira, por exemplo, na figura a seguir, vê-se a imagem de uma
bancada, com uma maquete virtual, representando um terreno real. Neste caso, a
simulação virtual permite aos operadores planejar e visualizar itinerários para
cumprir a missão (Figura 13).
FIGURA 13 – Maquete virtual Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
Há, portanto, muitas razões para entender que a simulação virtual já vem
sendo empregada, intensamente, para facilitar a criação e os testes de
equipamentos militares, bem como apoiar a instrução, o planejamento e os ensaios
das operações, contribuindo para a segurança e redução dos custos dessas
atividades.
Assim, chega-se ao ponto que pode interessar ao desenvolvimento desta
pesquisa, como justificativa para a aplicação militar do simulador virtual de RE no
treinamento e aprendizagem das tropas a serem empenhadas em Missões de Paz
e/ou Operações de Garantia da Lei e da Ordem.
2.2.3 Integração das modalidades de simulação no ensino militar
Para se entender o atual nível de desenvolvimento da simulação virtual no
ensino militar do Brasil é preciso analisar a experiência adotada por um país
38
possuidor de um maior progresso cientifico e tecnológico do que o brasileiro.
Por exemplo, o Exército Americano, desde os anos 2000, segundo FRANK e
HELMS II (1999), passou a empregar a simulação na instrução militar, inserindo esta
técnica em um conjunto de atividades dispostas em quatro etapas (FAPV,
familiarize, acquire skill, practice skill, validate skill), respectivamente:
a) Familiarizar: adquirir conhecimento sobre os equipamentos, suas
capacidades e localização, através de uma visita teórica guiada;
b) Adquirir habilidades: aprender as técnicas com a ajuda de um instrutor que
vai orientar o aluno a cada passo do processo, fornecendo feedback1, em todas as
etapa;
c) Praticar habilidades: internalizar as técnicas e procedimentos sem alertas
do instrutor, mas, podendo pedir ajuda a qualquer momento e recebendo feedback,
apenas, após a ação incorreta;
d) Validar habilidades: testar a capacidade de executar a habilidade sem
ajuda de um instrutor. Neste caso, o aluno está em seu país ou no local de atuação
e, quando terminar seu teste, receberá uma análise pós-ação para verificar o que
deu errado e melhorar seu desempenho, podendo repetir, mais vezes, o
treinamento, até atingir o índice mínimo fixado.
No caso apresentado, o emprego da simulação virtual está voltado para o
treinamento e aprendizagem. No entanto, é necessário verificar em que contexto
essa técnica será inserida no processo de ensino militar, visando alcançar o melhor
rendimento.
Vale lembrar que a simulação virtual não substitui o treinamento
convencional, sendo mais uma das etapas da capacitação, conforme demonstra o
triângulo de treinamento, que, também, sugere a proporção ideal para a aplicação
das quatro fases, da FAPV (Figura 14):
1 Feedback significa dar uma resposta (retorno) de uma tarefa avaliada, ela pode ser positiva ou
negativa.
39
FIGURA 14 – O Triângulo de Treinamento das etapas do FAPV para os métodos de treinamento americano. Fonte: Frank and Helms II (1999).
O emprego desta técnica inicia-se na base do triângulo, de forma progressiva
até a última fase, que consiste em validar as habilidades. Apenas a primeira fase
não se trata de simulação. As demais, cada uma delas com sua importância,
capacitam o combatente de forma progressiva e eficiente.
Frequentemente, foi verificado que ao deixar de realizar alguma das etapas, e
em particular a simulação virtual, o tempo necessário para a aquisição das
habilidades, bem como os custos financeiros são duplicados, demonstrado a
relevância de todas as fases do processo, e, principalmente, a da simulação virtual.
2.2.4 Conclusão parcial
Constata-se, assim, nessas poucas referências, que a FAPV já é parte do
processo de instrução desenvolvido no exército americano, demonstrando a
integração das modalidades de simulação no ensino militar desse país, o que pode,
perfeitamente, ser aplicado nas instruções de RE, no Brasil, com a finalidade de
acelerar a aprendizagem e economizar recursos financeiros.
Dessa maneira, a integração das modalidades de simulação no ensino militar
vem contribuir para enriquecer esse trabalho de pesquisa que visa definir os
parâmetros que devem ser observados no emprego da simulação virtual, nas
instruções de Regras de Engajamento.
40
2.3 OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI DA ORDEM E MISSÕES DE PAZ
2.3.1 Garantia da lei e da ordem
A missão constitucional de Garantia da Lei e da Ordem tornou-se frequente
nas últimas décadas. Esta delegação está prevista no artigo 142 da CRFB/88 e na
Lei Complementar (LC) Nr 97/99 (alterada pela LC Nr 117, de 2 de setembro de
2004 e LC no 136, de 25 de agosto de 2010), que prescrevem as Normas Gerais de
Organização, Preparo e Emprego da Força Terrestre, com base em sua missão
constitucional e em complemento às ações subsidiárias de Defesa Civil.
Deve-se ressaltar, ainda, que as missões de GLO são operações militares
conduzidas pelas Forças Armadas, de forma episódica, em área previamente
estabelecida e por tempo limitado, que tem por objetivo a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Além disso, as ações de GLO caracterizam-se como uma operação de "não
guerra", pois não envolve o combate contra frações constituídas. De fato, a
diversidade de missões a serem executadas e a variedade de situações que
poderão ocorrer, exigirão, em cada caso, um cuidadoso estudo das condicionantes
para o emprego do EB e para a adoção das medidas e ações adequadas às mais
variadas situações. (BRASIL, 2014d)
Nesse contexto, o Exército Brasileiro, atualmente, adota o conceito de
"operações no amplo espectro" para atingir resultados decisivos. Assim, por meio de
ações ofensivas, defensivas, de pacificação e de apoio a órgãos governamentais
como, por exemplo, a Garantia da Lei e da Ordem, o EB previne ameaças, gerencia
crises e soluciona conflitos em situações de guerra e não guerra. (BRASIL, 2014b).
Sendo assim, a Força Terrestre poderá atuar acompanhando ou prestando
apoio às ações desenvolvidas pelo Estado Brasileiro, assumindo encargos de
segurança pública, quando determinado pelo Presidente da República ou em
atendimento ao pedido manifestado por qualquer um dos poderes constitucionais.
Em todo o caso, o EB, somente, atuará em situações excepcionais, pois, a
segurança publica é uma competência e um dever dos órgãos federais e estaduais,
quais sejam as Polícias Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal, Civis,
Militares e Corpos de Bombeiros Militares. (SILVA, 2006)
Para exemplificar, podem-se mencionar os grandes eventos de participação
41
internacional, ocorridos no Brasil, recentemente, cujos vultos excederam a
capacidade de coordenação e controle das forças policiais, levando o poder central
a convocar a Força Terrestre para fazer frente as, possíveis, ameaças internas e
externas.
Nesses casos, coube ao Brasil assegurar o estado democrático de direito e
tomar medidas já previstas e ordenadas legalmente para se contrapor às situações
de crise ou, até mesmo, graves conflitos internos. Além disso, há, ainda, a
necessidade de tratar do emprego do EB em conjunto com os órgãos de segurança
estaduais, ressaltando o caráter interagências, desse tipo de participação da Força
Terrestre.
Desse modo, há muitas razões para entender que cresce de importância a
preparação do EB, visando atender as atribuições do emprego das Forças Armadas
em operações de Garantia da Lei e da Ordem. E nesse caso, acima de tudo,
evidenciam-se os aspectos ligados as Normas de Conduta2 e as Regras de
Engajamento (BRASIL, 2014d).
2.3.2 Missões de Paz
A Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 4º define os
preceitos que o país deve seguir para a sua participação em Missões de Paz.
Conforme prevê a CRFB/88 serão enviados militares brasileiros para outros países
quando os grupos ou países em litígio aceitarem a presença estrangeira em seu
território (BRASIL, 2014b).
Nesse contexto, o Brasil já participa de Missões de Paz desde 1947. Em sua
primeira atuação internacional, o país enviou observadores militares desarmados
para os Bálcãs, na Europa. Devido ao bom trabalho realizado, a participação
brasileira foi aumentando no decorrer do tempo (BRASIL, 2014b).
A missão de paz mais longa em que o Brasil participou, no século XX, foi
realizada no Oriente Médio, e denominou-se UNIF I (United Nations Emergency
Force). Ocorreu no Canal do Suez e foi criada para assegurar a paz entre o Egito, o
Reino Unido, a França e Israel. Nessa missão houve a participação da tropa e cerca
2 Normas de Conduta são as condutas mais abrangentes da tropa em situações diversas, como a convivência com a população civil em uma área conflagrada, de acordo com as leis e os costumes locais.
42
de 600 militares brasileiros foram enviados no período de 1957 a 1967(ONU, 2010).
Com o decorrer do tempo, o Brasil passou a desempenhar funções de
coordenação e comando em Missões de Paz, devido ao bom desempenho
demonstrado nessas operações, demonstrando o prestígio brasileiro perante a ONU.
Assim sendo, em 2004, o país assumiu o comando da força militar da Missão
das Nações Unidas para a estabilização do Haiti (MINUSTAH), e em 2011, também,
passou a comandar a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas
no Líbano (UNIFIL) (BRASIL 2014b).
Como se vê, a participação brasileira em Missões de Paz tem crescido e
projetado o Brasil no cenário mundial. Em virtude disso, o Exército Brasileiro
identificou a necessidade de melhorar a preparação das suas tropas para as
operações dessa natureza. Assim sendo, criou em 2005 o Centro de Instrução de
Operações de Paz (CI Op Paz) (BRASIL 2014b).
A partir dessa iniciativa, criada pelo EB, o Ministério da Defesa, em 2010,
muda a denominação do CI Op Paz para Centro Conjunto de Operações de Paz do
Brasil (CCOPAB). Com isso, CCOPAB ficou, também, responsável pela formação de
civis e militares nacionais e estrangeiros que irão integrar missões de paz da
Organização das Nações Unidas (ONU) (BRASIL 2014b).
Em princípio, a atuação de uma força de paz, em país estrangeiro, não é uma
tarefa simples. Vale consignar, por exemplo, que, no Brasil, precede o
deslocamento, do contingente, a elaboração de uma Diretriz Ministerial de Emprego
de Defesa (DMED), que materializa a autorização do Congresso Nacional para o
envio de uma força militar ao exterior (BRASIL, 2013).
Além disso, é elaborada, pelo Estado Maior Conjunto da Forças Armadas,
uma Diretriz de Planejamento Estratégico Militar (DPEM). Como também, anexos à
DPEM, são encaminhados os documentos atinentes à operação, fornecidos pelo
Organismo Internacional. Esses registros, em princípio, são os Procedimentos
Operacionais Padrão, as Regras de Engajamento, o Acordo do Estado de Força e
as Diretrizes. (BRASIL, 2013)
De posse dessa documentação, o CCOPAB desenvolve um Programa Padrão
de Instrução (PPI) específico para cada operação de paz. Esse PPI define os
Objetivos individuais de Instrução3 (OII) necessários ao desempenho das tarefas
3 Objetivo individual de instrução é o grau de aprendizagem do instruendo na instrução militar e pressupõe a realização de uma tarefa, em determinada condição para atingir um padrão mínimo.
43
militares, que serão realizadas na área de operações, em questão, como por
exemplo, o QUADRO 1:
QUADRO 1 – Programa Padrão de Instrução para Cabos e Soldados em Operações de Paz Fonte: Programa Padrão de Instrução (2007).
Neste caso, o extrato do PPI apresentado no QUADRO 1, aborda, em
detalhes, os OII previstos para a instrução de Regras de Engajamento. Assim,
verifica-se delineados, na planilha, a tarefa a ser executada, a condição em que os
procedimentos devem ser praticados e o padrão mínimo a ser atingido pelo militar,
demonstrando o pormenor a ser adotado, nessa preparação.
De maneira idêntica às Missões de Paz, as Operações de Garantia da Lei e
da Ordem, exigem um apropriado adestramento nas Regras de Engajamento. Certo
é que, em ambos os casos, a utilização da simulação virtual poderá contribuir
sobremaneira para o aprendizado e capacitação dessa atividade de suma
importância para o êxito das operações.
2.3.3 Regras de engajamento
Para o cumprimento responsável das normas estabelecidas para as
operações de Garantia da Lei e da Ordem, o EB não pode prescindir de medidas
que assegurem a execução das tarefas de maneira correta e segura. Dentre estas
medidas se evidenciam as Regras de Engajamento.
44
Esses preceitos caracterizam-se por uma série de procedimentos que
consentem ou limitam os tipos de comportamento, em particular, o uso da força, a
fim de atingir os objetivos políticos e militares estabelecidos.
Assim sendo, elas deverão ser claras e, depois de publicadas, objeto de
efetivo adestramento para evitar interpretações equivocadas, facilitar o preparo da
tropa e agilizar a elaboração de orientações para operações futuras (BRASIL,
2014d).
Em vista do exposto, definem-se Regras de Engajamento como o conjunto de
normais e princípios que disciplinam e uniformizam a resposta da tropa, individual ou
coletiva, em face das situações com as quais poderá se defrontar. Elas têm por
finalidade orientar a conduta dos militares empregados nas Missões de Paz e Op
GLO, estabelecendo os conceitos fundamentais para o planejamento e a execução
desses tipos de operações (BRASIL,2012b).
A difusão dessas orientações é de responsabilidade de todos os comandos e
devem ser transmitidas a todos os elementos empregados na operação. Além disso,
todas e quaisquer dúvidas devem ser sanadas antes da sua aplicação em situação
real.
Cabe destacar que, os comandantes das frações devem assegurar-se de que
todo o pessoal empregado na operação entenda as regras de forma correta,
mediante a execução de treinamentos para o devido adestramento da tropa
(BRASIL,2012b).
Da mesma forma, o comando da tropa empregada deve, também, considerar
a influência das instituições civis, das atividades das lideranças civis e do meio
ambiente, com capacidade de influir e formar opiniões entre os nacionais ou
internacionais, no Espaço de Batalha4, porque tudo isso tem ingerência na
formulação das RE (BRASIL, 2014c, p. 3-15).
Assim, verifica-se que são inúmeras as variáveis que devem ser consideradas
no emprego da tropa e na elaboração das Regras de Engajamento, pois devido ao
achatamento dos níveis decisórios5, o erro praticado, por menor que seja a fração6,
terá grave repercussão no contexto estratégico e, em especial, na opinião pública da
nação (CHIARELLI e MICHAELIS apud ALMEIDA, 2015).
4 Espaço geográfico onde são desenvolvidas as operações militares. 5 São os diversos níveis de emprego militar de acordo com as responsabilidades e competências. 6 Pequeno grupo de homens com a possibilidade de emprego tático.
45
Ou seja, sem atribuir a devida importância às diversas variáveis atinentes a
opinião pública, corre-se o risco de o Estado Final Desejado7 (EFD) não ser
alcançado, pois, a legitimidade, no atual ambiente operacional, é um dos mais
importantes fatores para apoio interno e/ou internacional. (BRASIL, 2014 b, p. 3-14)
Como já mencionado, a experiência acumulada pela Força Terrestre com a
participação em Missões de Paz identificou a grande importância das Regras de
Engajamento. Em consequência disso, o padrão mínimo exigido no Programa
Padrão de Instrução de Operações de Paz é suficientemente detalhado, conforme já
verificado, anteriormente, no QUADRO 1.
No entanto, diferentemente, das Op Paz, o EB ao instruir os militares nas RE
para Op GLO, utiliza o Programa Padrão (PP) para Capacitação Técnica-tática do
Efetivo Profissional (CTTEP). Neste PP, as RE são transmitidas à tropa por
intermédio, somente, de palestras e o padrão mínimo exigido é, apenas, o
conhecimento da legislação e da sua fonte original de consulta, conforme o
QUADRO 2.
Em suma chega-se, portanto, ao ponto que interessa mais criteriosamente
expor. É imperativo que a capacitação em Regras de Engajamento para Operações
de Garantia da Lei e da Ordem seja nivelada ao padrão já desenvolvido na
preparação para as Missões de Paz.
24. GARANTIA DA LEI E DA ORDEM TEMPO ESTIMADO DIURNO: 12h
(OII) OBJETIVOS INDIVIDUAIS DE INSTRUÇÃO ORIENTAÇÃO PARA INTERPRETAÇÃO
TAREFA CONDIÇÃO
PADRÃO MÍNIMO
SUGESTÃO PARA OBJETIVOS
INTERMEDIÁRIOS ASSUNTOS
24-01 (AC)
Atualização jurídica em GLO: identificar os principais artigos, leis e decretos que respaldam o emprego das Forças Armadas em Operações de Garantia da Lei e da Ordem.
Realizar uma palestra sobre o assunto aos Of, ST e Sgt da OM. Os Cb e Sd do EP, a critério do Cmt.
Conhecer a legislação pertinente e onde encontrá-la.
Definição de poder de polícia. Identificar a conceituação de integridade física, abuso de autoridade e uso de algemas. Conceituar flagrante delito. Citar as normas de conduta e as regras de engajamento.
1. Legislação básica de emprego das FA. 2. Finalidade das Op GLO. 3. Normas de conduta e regras de engajamento. 4. Técnicas e táticas em Op GLO.
QUADRO 2 – Objetivos das instruções de GLO no que se referem as RE. Fonte: Brasil, 2009, p.38.00
2.3.4 Conclusão parcial
Assim sendo, conclui-se de forma parcial que, tanto nas Operações de
7 Situação política ou militar a ser alcançada ao final das operações.
46
Garantia da Lei de Ordem, quanto nas Missões de Paz, o adestramento em Regras
de Engajamento, pode ser enriquecido pela utilização da simulação virtual, na
instrução militar, dos efetivos empregados.
Cabe, ainda, salientar que as instruções de RE se constituem em atividade de
grande importância para o êxito das Operações, pois se trata de uma prática que irá
impactar, diretamente, sobre as forças adversas, agentes perturbadores da ordem
pública ou, mesmo, população inocente.
2.4 O EMPREGO DA SIMULAÇÃO NO EXÉRCITO BRASILEIRO
2.4.1 Situação presente da simulação no EB
Resta-nos, ainda, refletir sobre o emprego da simulação no Exército
Brasileiro. Acerca desse tema, atualmente, a F Ter tem se esforçado para prover
meios de adestramento baseados em tecnologias aplicadas em ambientes
simulados, conforme prescreve o Caderno de Instrução de Emprego da Simulação
(2015).
Além disso, busca empregar equipamentos que utilizem sistemas de
simulação, no adestramento individual e coletivo, tentando desenvolver, nos
instruendos, comportamentos e habilidades, após a realização de exercícios que,
obrigatoriamente, ocorrerão no terreno, em fase posterior.
Ademais, segundo o Caderno de Instrução, o uso da simulação proporciona a
resolução de questões complexas, sem os custos elevados das tentativas da vida
real. Com efeito, aliando-se a otimização à simulação pode-se assegurar que as
soluções implementadas estejam próximas dos resultados mais satisfatórios.
Assim sendo, a simulação pode ser definida como um método técnico que
possibilita representar artificialmente uma atividade ou um evento real, por meio de
um modelo e reproduz as características e a evolução de um processo ao longo do
tempo.
Em particular, no EB, a simulação militar conceitua-se como a reprodução,
conforme determinadas regras, de aspectos específicos de uma atividade militar ou
da operação de material de emprego militar, utilizando um conjunto de
equipamentos, softwares e infra-estruturas, inerentes à atividade militar.
Por essas razões, o uso da simulação contribui para acelerar o adestramento
47
e o aprendizado. No entanto, necessita, normalmente, de elevados investimentos
em recursos financeiros, tempo e pessoas capacitadas para operar os equipamentos
e está ligada ao preparo da tropa em seus diversos níveis.
Nesse contexto, é importante salientar que, o preparo dos militares do
Exército Brasileiro para o emprego em operações se inicia com a formação técnica
individual, seguida da formação tática individual e do treinamento em grupo,
finalizando com o adestramento das frações e unidades. (BRASIL, 2015)
Além disso, a simulação pode ser aplicada usando sistemas de simulação tipo
jogos para realizar o ensaio das operações, quando os participantes do treinamento
ocupam as suas funções utilizando computadores e interagindo com o ambiente
virtual do campo de batalha. Segundo LEMES (2014):
A tendência é o aumento do uso de serious games8 nos diversos setores. Apesar de
terem custo alto, uma vez produzidos, os jogos podem reduzir muito o custo da formação profissional, seleção de pessoal, entre outros. Além disso, o aumento de colaboradores da chamada geração millenium (nascidos a partir da década de 90), favorece a adoção dos games como ferramenta de treinamento para o trabalho (LEMES,2014).
De qualquer forma, vale assinalar que, embora o EB incentive e normatize a
utilização de simuladores virtuais, em seus objetivos de adestramento, o uso desses
equipamentos, ainda, não é padronizado entre as OM, permitindo que essas utilizem
conforme os seus planejamentos, e, ainda, existindo algumas que não os
empreguem, uma vez que não é uma exigência.
No caso de simuladores de Regras de Engajamento, a padronização e a
análise das melhores práticas são, até o momento atual, apenas consideradas na
preparação das Missões de Paz, conduzidas pelo CCOPAB.
2.4.2 Conclusão parcial
É forçoso, portanto, concluir parcialmente, que é primordial disseminar o
emprego de simuladores virtuais na Instrução Militar do Exército Brasileiro. Ainda
mais, quando se trata da capacitação em Regras de Engajamento para as
Operações de GLO, atividade cujo emprego é cada vez mais frequente, em todo o
8 Serious games (jogos sérios) tem o objetivo principal é o aprendizado ou treinamento, sendo esse processo reforçado pelo estímulo, competição e diversão (PONTES, 2013).
48
território nacional e principalmente, nos grandes centros urbanos.
2.5 A SIMULAÇÃO VIRTUAL NO USO PROPORCIONAL DA FORÇA
Os fundamentos para o emprego da força nas Operações de Garantia da Lei
e da Ordem assentam-se na observância dos princípios da razoabilidade, da
proporcionalidade e da legalidade, influenciando a opinião pública de forma
favorável à operação (BRASIL,2014d).
Assim sendo, a proporcionalidade é a correspondência entre a ação e a
reação do oponente, de modo a não haver excesso por parte do integrante da tropa
empregada na operação, a fim a ser preservada ou restabelecida a segurança local.
(BRASIL,2014d).
Dessa forma, a intensidade e a amplitude no tempo e no espaço do emprego
da força deve se limitar ao indispensável, de modo a evitar o desgaste para as FA
empregadas em Op GLO.
Esse desgaste tende a aumentar com o tempo em função de possíveis danos
indesejáveis ao patrimônio e à integridade física, mental e moral da população civil
ou da implantação de medidas que afetem a rotina da população, por força da
execução da Operação (BRASIL,2014d).
Por certo, somente, com um intenso e adequado adestramento da tropa
empregada, se atingirá o nível desejado de capacitação, de forma a atender as
condicionantes do uso proporcional da força. Para isso, uma boa alternativa é a
utilização da simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento.
2.5.1 A experiência do CCOPAB
No Brasil já se emprega a simulação virtual durante as instruções de Regras
de Engajamento na preparação para a Missão de Paz no Haiti, no adestramento em
GLO e, também, no treinamento de algumas Forças Auxiliares (WILTGEN, 2015).
Por exemplo, existe no CCOPAB um simulador de tiro que foi adaptado para
cumprir essa finalidade. Neste equipamento, exercitam-se todos os oficiais na fase
de preparação para as Missões de Paz durante o Estágio de Preparação de
Comandantes de Subunidade e Pelotão (Figura 15).
49
FIGURA 15 – Simulador Virtual de RE (CCOPAB) Fonte: Autor, 2017
Segundo WILTGEN (2015), o Centro investiu uma alta soma de recursos
financeiros, na aquisição desse simulador, em 2011. Por ser um equipamento
importado e estar instalado na cidade do Rio de Janeiro, apenas os oficiais passam
por esse treinamento.
Assim sendo, a fim de compensar a falta dessa ferramenta, no corpo de
tropa9, o CCOPAB disponibiliza vídeos elaborados no Haiti com situações de
engajamento. Os oficiais estagiários, posteriormente, conduzem essas mídias para
suas OM de origem.
Já nas Organizações Militares, os oficiais replicam esses conhecimentos,
utilizando os vídeos de simulação em estandes de tiro ou em salas de instrução.
Assim, os sargentos, cabos e soldados podem utilizar essa ferramenta em sua
preparação. Por ser de baixo custo, algumas OM utilizam o simulador com o
projetor, também, nas instruções de GLO (Figura 16).
9 Corpo de tropa são organizações militares voltadas para a atividade fim do Exército Brasileiro.
50
FIGURA 16 – Simulador Virtual de Regras de Engajamento com projetor (25º BI Pqdt) Fonte: Autor, 2016
2.5.2 A utilização de simuladores virtuais nas Forças Auxiliares
Alguns Órgãos de Segurança Pública do Brasil já empregam a simulação
virtual para treinamento de tiro e de situações de abordagem policial. Segundo o
DEFESANET (2014), a Secretária de Segurança Pública de Santa Catarina
(SSP/SC) adquiriu, em 2014, uma unidade móvel com três simuladores.
Um deles é denominado de LODA 3D (Localizar, Observar, Decidir e Agir).
Esse equipamento cria uma situação de ocorrência policial aleatória em um
ambiente virtual 3D, na qual o policial será avaliado na sua capacidade de decisão
para o tiro e seus reflexos (Figura 17).
FIGURA 17 – Unidade móvel com três simuladores Fonte: Defesa.net, 2014
51
Além disso, a SSP/ SC possui uma Escola Itinerante de Tiro, instalada em um
dos caminhões. Esse equipamento permite a padronização de procedimentos nas
operações conjuntas das Forças e Unidades das Polícias Militar e Civil.
Assim sendo, no simulador os policiais utilizam armas adaptadas a fim de
proporcionar condições semelhantes as do tiro real e treinam diante de telas, que
projetam situações reais para que eles conheçam o momento e a atitude precisa
para agir (BRASIL, 2014a).
Da mesma forma, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de
Janeiro (SSP/RJ) está investindo em simulação virtual na preparação dos policiais
para a tomada de decisões em situações adversas.
Segundo COLBERT (2011), a SSP/RJ adquiriu, em 2011, um simulador
virtual, que tem por finalidade proporcionar a prática do uso progressivo da força e
treinar os profissionais para solucionar demandas com armas letais e não letais.
O equipamento possui trinta cenas e cada uma delas com quatro
possibilidades de desfecho. As imagens são projetadas em três telas formando um
ângulo de trezentos graus, tornado a imersão mais realística. Esse dispositivo
possibilita que o policial interaja com os criminosos em confrontos nas ruas, em
comunidades ou em ambientes fechados.
As armas são as mesmas usadas em serviço, porém adaptadas para emitir
um laser ao invés de projeteis reais. Para aumentar o realismo da simulação os
policiais usam coletes que acionam descargas elétricas, no corpo, ao serem
alvejados no exercício.
2.5.3 Conclusão parcial
Em síntese, o CCOPAB e algumas Secretarias de Segurança Públicas
Estaduais já dispõem de equipamentos de simulação virtual que atendem as
necessidades do treinamento desta atividade de vital importância para o êxito das
operações tipo polícia ou Missões de Paz.
Nesse contexto, constata-se que, o uso proporcional da força é um dos
preceitos basilares do estado democrático de direito. A maior dificuldade, no entanto,
é definir a forma e a intensidade a ser aplicada, conforme as situações de
antagonismo, respeitando as Regras de Engajamento estabelecidas, o que pode ser
aperfeiçoado com o emprego da simulação virtual.
52
2.6 A SIMULAÇÃO VIRTUAL DESENVOLVIDA NO EXÉRCITO BRASILEIRO
2.6.1 Estágio atual da simulação virtual no EB
As constantes inovações tecnológicas e o incerto ambiente internacional têm
causado profundas mudanças nas formas de emprego das forças armadas, de
muitos países, nos cinco continentes.
Em virtude desta realidade, o comando do EB determinou, em setembro de
2011, a atualização da Diretriz de Implantação do Processo de Transformação do
Exército Brasileiro, resolvendo transformar o Sistema de Ciência e Tecnologia do
Exército (SCTEx) em Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Exército
(SCTIEx) (BRASIL, 2012c).
Isso se deu devido à constatação de que havia esgotado a capacidade de
inovação do antigo SCTEx, diante das novas demandas do EB em seu processo de
transformação. Assim sendo, a inovação que se espera do novo SCTIEx é aquela
que aumentará o Poder de Combate do EB, por meio de uma visão de futuro
alinhada com as necessidades da Força Terrestre.
O novo Sistema de transformação do Exército deverá ter a capacidade de
acelerar o ciclo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para poder dar
ênfase à entrega de Produtos de Defesa (PRODE) que atendam as necessidades do
EB no curto, médio e longo prazos.
Diante esse desafio, o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) apresenta-se
como o responsável pela pesquisa e o desenvolvimento dos projetos de PRODE
definidos no Planejamento Estratégico do Exército, em conjunto com a indústria
nacional e com o meio acadêmico.
No que diz respeito à simulação, merece ser considerado com a necessária
ênfase que, ainda, em 2010, o EB antecipando-se a essas tendências criou o Grupo
Especial de Simuladores (GES), no CTEx. Logo em seguida, o GES devolveu um
simulador de tiro denominado de Simulador de Tiro de Armas Leves (STAL) (BÔAS,
2016).
O STAL, por sua vez, é um produto cem por cento nacional, de baixo custo e
tem a capacidade de simular o tiro de fuzil, pistola e arma leve anticarro (ALAC). O
equipamento comporta até seis atiradores simultâneos em cenários virtuais, e com
53
grande fidelidade, é capaz de responder aos disparos virtuais com erro máximo de
cinco centímetros para alvos simulados, a 25 m. (BRASIL, 2016)
Além disso, foi construído a partir de componentes simples e com materiais
que podem ser encontrados facilmente no mercado brasileiro, o que facilita a
reposição de peças e periféricos. Esse sistema possui, ainda, baixo custo de
aquisição e manutenção, viabilizando seu emprego em larga escala.
FIGURA 18 – STAL (Simulador de Tiro de Armas Leves) Fonte: Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), 2016
Nesse mesmo diapasão, o Centro de Avaliação de Adestramento do
Exército (CAAdEx) criado em 1996, e que tem por missão aprimorar o treinamento, o
adestramento e avaliar a Força Terrestre, interessou-se pelo STAL, que foi cedido
um lote piloto do Grupo Especial de Simuladores (BRASIL, 2016).
Essa aquisição, ocorrida, em 2017, teve como objetivo melhorar o
desempenho dos integrantes do CAAdEx, na habilidade do tiro e com isso ter
melhores condições de emprego do seu pessoal, na avaliação do adestramento das
frações da Força Terrestre.
Assim sendo, o STAL passou a ser utilizado para aperfeiçoar a prática no
tiro dos militares da força oponente (ForOp10) do Centro, permitindo que o emprego
do dispositivo de simulação de engajamento tático (DSET), fosse bem melhor
aplicado na avaliação gradativa de pelotões e subunidades.
10 A ForOp é uma força criada para testar/avaliar outras forças de diferentes formação, incluindo tropas de infantaria, de cavalaria, engenharia e operações especiais do EB.
54
Para elucidar, os DSET são equipamentos que avaliam os efeitos do
combate entre duas forças beligerantes. Estes aparelhos podem quantificar as
baixas sofridas pelas forças oponentes e são constituídos por emissores laser
fixados aos armamentos e sensores laser ajustados á coletes, no corpo dos militares
(BRASIL, 2012b).
FIGURA 19 – Militar equipado com o DSET no cano do seu armamento e no seu capacete. Fonte: assuntosmilitares.jor.br
Vale, ainda, mencionar, como exemplo, que em uma avaliação de Garantia
da Lei e da Ordem, os coletes com sensores (DSET) podem ser vestidos em
elementos civis figurados que, no contexto da atividade, não participam das
hostilidades, mas, se encontram na área de operações.
Nesse caso, o CAAdEx pode avaliar se a tropa usando o princípio da
distinção, característico das Regras de Engajamento, sabe diferenciar os elementos
combatentes dos não combatentes e engajar, apenas, os que representam uma
ameaça (BRASIL, 2012b).
2.6.2 Conclusão parcial
Em concluindo, parcialmente, pode-se constatar que, muito embora, haja um
55
real esforço da Força Terrestre na busca inovações tecnológicas, o que ficou
demonstrado pela transformação do SCTEx em SCITEx, verifica-se que, o atual
processo de desenvolvimento não está, perfeitamente, alinhado com as demandas
do EB.
Só para ilustrar, em 2011, o CCOPAB, adquiriu um simulador estrangeiro, de
alto custo. Enquanto isso, desde 2010, o EB já possuía o Grupo Especial de
Simuladores, do CTEX, que por um lado já trabalhava no desenvolvimento do STAL
e por outro lado, não direcionou seu simulador para a possibilidade de emprego,
também, nas instruções de Regras de Engajamento.
56
3. METODOLOGIA
A finalidade desta seção é apresentar o caminho que se percorreu para
solucionar o problema da pesquisa, deste trabalho, especificando os procedimentos
necessários para obter as informações de interesse e analisá-las, contemplando: a
fase de exploração de campo, a escolha do espaço e do grupo da pesquisa, o
estabelecimento dos critérios de amostragem e a construção de estratégias para a
entrada em campo, como também a definição de instrumentos e procedimentos para
análise dos dados. O trabalho aplica método de pesquisa contido na obra
Metodologia da Pesquisa Científica, RODRIGUES (2006).
Desta maneira, para um melhor encadeamento de ideias, esta seção foi
dividida nos seguintes tópicos: Objeto Formal de Estudo, Amostra e Delineamento
de Pesquisa.
3.1 OBJETO FORMAL DE ESTUDO
O presente estudo foi ambientado no contexto do emprego da simulação
virtual, nas instruções de Regras de Engajamento, na preparação para Missões de
Paz e de Operações de Garantia da Lei a partir de 2011, e pretende verificar dentre
as várias dimensões do processo de aprendizado, quais os parâmetros que devem
ser observados na utilização, dessa técnica.
Devido às características qualitativas das variáveis pretendidas neste
trabalho, utilizou-se como critério de análise não apenas os resultados da
participação do EB na segurança na Olimpíada Rio 2016, como também, o nível de
adestramento atingido com relação às missões de GLO de anos anteriores.
Para tal realizou-se uma abordagem subjetiva de coleta de impressões, de
valor, dos instrutores e instruendos das OM empregadas nessas missões.
Pode-se identificar como variável dependente "rendimento do adestramento
de uma Cia Fuz em Regras de Engajamento", que sofre a influência “do emprego
militar da simulação virtual”, sendo esta a variável independente.
A análise objetiva será baseada na observação das dimensões e indicadores,
na coleta de dados oriundos da revisão da literatura, pesquisa documental e
questionários. Já a análise subjetiva deu-se por intermédio de entrevistas. No
Quadro 3, é apresentada a definição operacional da variável independente:
57
Variável Independente
Dimensão Indicadores Forma de medição
Emprego militar da simulação virtual
Sistematizada em processos
Utilização de meios tecnológicos (software)
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 2, 6 e 14
B 14
C 2, 5 e 6
D 18
F 3 e 10
Questionário G 6, 8, 9 e 10
Interação usuário/simulação
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 2
D 7 e 10
E 19
F 7
Questionário G 6,8,9 e 10
Relatório de desempenho automático
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 2
D 9
E 20
F 5 e 9
Questionário G 6 e 8
Improvisada com os meios existentes
Utilização de meios de fortuna
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 2,8,9 e 14
B 6,7 e 14
D 3,5 e 6
Questionário G 8 e 9
Falta de interação entre o usuário e a
simulação
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 8
B 7
D 10
Questionário G 8 e 9
Necessidade de acompanhamento
cerrado de instrutor
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 8
B 8
D 9
QUADRO 3 - Definição operacional da variável independente. Fonte: O autor.
No Quadro 4, observa-se a definição operacional da variável dependente:
Variável Dependente
Dimensões Indicadores Forma de medição
Rendimento do adestramento de uma Cia Fuz em
Regras de Engajamento
Procedimentos técnicos
Conhecimento da legislação e das normas de conduta
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 19
B 3 e 13
C 3 e 9
Questionário G 5,6 e 9
Saber manejar armamentos letais e não letais
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 13
C 4 e 9
F 8
Questionário G 7
Procedimentos táticos
Atuação individual e enquadrada em uma fração
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 7,e 17
B 4 e 5
C 4 e 9
D 11
Questionário G 8
Emprego proporcional da força na utilização do armamento letal
e não letal
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 4
B 5 e 10
C 4, 8 e 9
D 11
Questionário G 5,6,7 e 8
Tomada da decisão frente a situações hipotéticas
Revisão de Literatura
Entrevistas Apêndices
A 5, 11, 12, 16 e 18
B 5, 9, 10 e 11
C 4, 8 e 9
D 11
Questionário G 5,8 e 9
QUADRO 4 - Definição operacional da variável dependente. Fonte: O autor.
58
Dentro das dimensões variáveis dependentes e seus indicadores, deseja-se
analisar a inter-relação dentro do alcance limitado do escopo da pesquisa que
orientará a busca dos dados necessários para a fundamentação teórica dos
resultados.
Além disso, buscou-se analisar a eficácia de uma alternativa econômica e de
fácil aquisição para a preparação. Foram desconsideradas outras formas de uso de
simuladores virtuais que não tenham ligação com Regras de Engajamento.
3.2 AMOSTRA
O procedimento escolhido para complementar a revisão de literatura, no
entendimento dos contornos do problema, foi a realização de questionários e
entrevistas qualitativas.
Para as entrevistas (Apêndices D, E e F), foi selecionada uma amostra de
especialista que possuem uma significativa vinculação com o tema, considerando
sua complexidade e especificidade.
Assim sendo, essa amostra é constituída por instrutores do Centro de
Avaliação de Adestramento do Exército, instrutores do Centro Conjunto de
Operações de Paz do Brasil, engenheiro militar formado no Instituto Militar de
Engenharia e oficial integrante do Grupo Especial de Simuladores do Centro
Tecnológico do Exército.
Para aplicação das entrevistas (Apêndices A e B) foi selecionada uma
amostra total de 28 (vinte e oito) militares, que utilizaram a simulação virtual de
Regras de Engajamento, na sua preparação para missões de Paz ou Operações de
Garantia da Lei e da Ordem, assim constituída:
a) 2 (dois) oficiais do 25º BI Pqdt, que conduziram instruções de Regras de
Engajamento, utilizando a simulação virtual na preparação dos seus subordinados
para uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem;
b) 6 (seis) oficiais cursando a EsAO, que conduziram, quando oficiais
subalternos, instruções de Regras de Engajamento, utilizando a simulação virtual na
preparação dos seus subordinados para a Missão de Paz no Haiti; e
c) 20 (vinte) praças do 25º BI Pqdt, que foram preparadas para as operações
de GLO das Olimpíadas Rio 2016, com o emprego de simulador virtual.
59
Para aplicação das entrevistas (Apêndices C) foi selecionada uma amostra
total de vinte militares do 57º BI Mtz, que não empregaram o simulador virtual na
preparação para as operações de, GLO das Olimpíadas Rio 2016.
As amostras delimitadas para a realização das entrevistas caracterizaram-se
por não serem probabilísticas, uma vez que se buscará o levantamento qualitativo
dos parâmetros que devem ser observados no emprego da simulação virtual nas
instruções de RE, visando aperfeiçoar o adestramento das subunidades de fuzileiros
em operações de GLO.
Cada uma das entrevistas foi gravada e analisada, buscando obter
esclarecimentos, avaliações e opiniões sobre o tema em estudo, e dessa maneira
identificar as categorias empíricas presentes nos depoimentos.
No diz respeito aos questionários (Apêndice G), foi selecionada uma
população de 250 (duzentos e cinquenta) oficiais, que participaram da Missão de
Paz do Haiti e em alguns casos, também, de Operações de Garantia da Lei e da
Ordem, onde a instrução militar de Regras de Engajamento teve uma importância
destacada, para o êxito da missão. Nesse caso, a amostra ideal para a população
selecionada é igual a 152 (cento e cinquenta e dois) (n ideal) militares.
Quanto à amostra pesquisada, foram enviados questionários para 230
(duzentos e trinta) oficiais de carreira da arma de infantaria que comandaram
pelotão e subunidade na MINUSTAH e realizaram, no CCOPAB, a partir de 2011, o
Estágio de Preparação de Comandantes de Subunidade e Pelotão, já com o
simulador virtual.
N n N n N n N n
10 10 80 66 350 183 4000 351
20 19 90 73 400 196 5000 357
30 28 100 80 450 207 6000 361
40 36 150 108 500 217 7000 364
50 44 200 131 1000 277 8000 367
60 52 250 152 2000 322 9000 368
70 59 300 169 3000 341 10000 370 QUADRO 5 – Tamanho amostral (n) em função da população (N). Fonte: Rodrigues (2006)
A amostra incluiu todos os contingentes embarcados para a Missão de Paz do
Haiti, a partir do ano de 2011, até o, atualmente, em operação naquele país, ou seja,
o 26º Contingente. No entanto, devido a diversos aspectos, somente, 101 (cento e
uma) respostas foram alcançadas (66,44% da amostra ideal) o que não invalida a
60
pesquisa, tendo em vista a capacidade técnica do universo investigado.
Foi realizado um pré-teste com 14 (quatorze) capitães alunos da EsAO que
estavam inseridos na população da pesquisa com a finalidade de identificar
possíveis falhas do questionário (Apêndice G). Após a realização do pré-teste foram
identificados e corrigidos alguns equívocos na formulação dos questionamentos,
após isso os demais questionários foram encaminhados de forma indireta.
3.3 DELINEAMENTO DE PESQUISA
Quanto à natureza, a pesquisa é do tipo aplicada, uma vez que o objetivo
será a produção de conhecimentos com aplicação prática, dirigidos à solução de um
problema real e específico. Para definição do tipo de pesquisa, esta foi especificada
conforme classificações usuais.
Além disso, possui uma abordagem do problema eminentemente qualitativa,
baseada na interpretação dos significados, relações e processos que envolvem o
objeto de estudo.
O método de abordagem é o indutivo, partindo-se dos dados particulares
constatados para tentar formar uma verdade de aceitação geral. Quanto ao objetivo
geral, este tem uma forma descritiva, na tentativa de aumentar o conhecimento
sobre o tema através do estabelecimento da relação entre as variáveis do estudo.
3.3.1 Procedimentos para a revisão da literatura
Durante a fase exploratória da pesquisa, foram consultados diferentes tipos
de fontes de informação.
a. Fontes de busca
As principais fontes são constituídas de: artigos do Sistema de Simulação
do Exército Brasileiro (SSEB), Comando de Operações Terrestres (COTER) e
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx); Manuais e
regulamentos de instrução do Exército Brasileiro; artigos publicados em revistas e
periódicos nacionais e internacionais; de artigos científicos e trabalhos acadêmicos;
de livros, apresentações em eventos e de artigos científicos publicados em revistas
militares relacionadas ao tema e em sítios da internet.
61
b. Estratégia de busca para as bases de dados eletrônicos
Na busca eletrônica, foram pesquisados os seguintes termos: “virtual
simulation”, “military simulation”, “simulation for military training”, “simulação virtual”,
“regras de engajamento” e “garantia da lei e da ordem”.
As fontes encontradas foram verificadas quanto à sua credibilidade,
segundo os critérios de inclusão/exclusão, abaixo especificados.
c. Critérios de inclusão
Foram critérios de inclusão: fontes publicadas em português ou inglês;
estudos quantitativos e qualitativos que descrevam experiências com o emprego de
simulação virtual; manuais de campanha, normas e regulamentos relacionados às
Regras de Engajamento; artigos, revistas e trabalhos científicos publicados entre
1990 e 2016, que versem sobre simulação virtual para fins militares; e livros,
documentos e artigos relativos ao emprego de simulação virtual.
d. Critérios de exclusão
Foram critérios de exclusão: documentos, artigos e trabalhos sobre
simulação virtual para fins não militares e que não apresentem aplicação no campo
do treinamento ou aquisição de habilidades; fontes da internet não oriundas de sítios
oficiais; e manuais, documentos, normas e regulamentos que não estão mais em
vigor.
3.3.2 Procedimentos metodológicos
Os procedimentos adotados para revisão da literatura constam no item 3.3.1 e
as referências das fontes podem ser encontradas ao final deste trabalho. Para a
realização das entrevistas, foram estruturados seis roteiros para os grupos A, B, C,
D, E e F da amostra já especificada no item 3.2 com o intuito de orientar o
desenvolvimento da tarefa, sem impedir o aproveitamento das respostas do
entrevistado dadas a outras perguntas.
Além disso, as entrevistas foram gravadas para transcrição das informações a
fim de evitar perdas e interpretações equivocadas. No caso dos questionários a
metodologia encontra-se descrita no item 3.2.
62
3.3.3 Instrumentos
Para instrumento de pesquisa bibliográfica documental, foram realizados
fichamentos para o auxílio dos registros, resumos e citações que serviram de insumo
a pesquisa. Esse procedimento, também, foi usado na fase exploratória para
conceituação das premissas do estudo.
Por conta da especificidade do assunto e poucas fontes bibliográficas,
escolheu-se a adoção de questionário (Apêndice G) e de entrevistas (Apêndice A, B,
C, D, E e F) como ferramentas de coleta de dados a fim de explorar a experiência
dos entrevistados, através de perguntas previamente propostas direcionadas para
as respostas das questões de estudo, segundo o quadro a seguir:
QUADRO 6 – Relação entre o apêndice e amostra. Fonte: Autor
Assim sendo, a realização das entrevistas e questionário, considerando à
complexidade do tema, tiveram como objetivo levantar informações, delimitar
métodos e apontar ideias chaves para contribuir para a análise dos indicadores e
elaboração das conclusões do estudo.
3.3.4 Análise dos dados
O levantamento das informações resultantes da pesquisa bibliográfica e
documental foram analisados e criticados, enquanto as entrevistas e os
questionários foram categorizados e tabulados para análise e inferência de
tendências.
Nesse contexto, por se tratar de uma pesquisa qualitativa foram utilizados os
discursos subjetivos dos entrevistados e as respostas do questionário, por
intermédio da analise do conteúdo dos textos e depoimentos coletados, com a
APÊNDICE AMOSTRA
A Oficiais que operaram simulador de RE improvisado
B Praças que utilizaram simuladores de RE no seu adestramento
C Praças que não utilizaram simuladores de RE no seu adestramento
D Instrutores que operaram simulador virtual no CCOPAB
E Oficiais que desenvolvem simuladores virtuais no CTEx
F Oficiais que operaram o STAL no CAAdEx
G Oficiais que participaram da MINUSTAH, a partir de 2011
63
finalidade de apontar um caminho adequado e racional que permita chegar a uma
solução para o problema da pesquisa.
Com esse intuito, as entrevistas foram analisadas intergrupos e comparadas,
a fim de verificar a percepção dos entrevistados das seguintes categorias: militares
avaliados pelo exercício de simulação virtual, oficiais aplicadores e técnicos
desenvolvedores dos sistemas.
Dessa maneira, os dados foram apresentados, por meio de um resumo das
falas obtidas nos depoimentos dos diversos grupos selecionados, não sendo
expostos isoladamente a fim de proporcionar ao leitor uma visão holística dos
aspectos pesquisados, pois, somente, interessa a esse os dados compilados.
As entrevistas constantes dos apêndices B e C foram utilizadas para avaliar
as informações coletadas de dois grupos de praças, um que realizou o exercício no
simulador virtual e o outro não. Essa medida teve como objetivo comparar os dois
conjuntos, percebendo a consciência de cada um deles, quanto à melhoria da
qualidade do adestramento, devido a utilização do simulador de RE.
Já os questionários foram aplicados a um grupo de oficiais com comprovada
experiência na utilização da simulação virtual no treinamento em Regras de
Engajamento e com participação na Missão de Paz do Haiti.
Esse instrumento constou de dez perguntas, das quais quatro abertas,
permitindo observações subjetivas, que foram tabuladas para identificar tendências
e seis fechadas voltadas a qualificar a opinião objetiva dos oficiais da amostra, com
respeito ao simulador virtual.
64
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo apresentam-se os resultados obtidos por esta pesquisa,
apontando, primeiramente, o perfil profissional dos integrantes da amostra, que
foram questionados e entrevistados quanto ao(s):
a) Nível de adestramento, atualmente, alcançado nas instruções de RE para a
preparação para a Missão de Paz do Haiti e Operações de GLO;
b) Fatores que distinguem a instrução de RE, em cada uma das operações;
c) Aspectos relevantes percebidos pelo emprego do simulador virtual no
adestramente em RE; e
d) Parâmetros e principais dificuldades para a implantação de um simulador
virtual de RE, em uma OM, valor Batalhão.
Nesta fase do trabalho, apresentam-se os resultados alcançados pela revisão
bibliográfica e tabulação dos questionários e entrevistas, por meio de relatórios,
gráficos, quadros e tabelas.
4.1 PERFIL PROFISSIONAL DA AMOSTRA
No início do questionário (Apêndice G), nos itens 1 e 2, procurou-se identificar
o perfil profissional dos integrantes da amostra, por intermédio da experiência
profissional acumulada e da participação em Missões de Paz e, em alguns casos,
também, em Operações de GLO.
Dessa maneira, conforme apresentado no Gráfico 1, verifica-se que todos os
oficiais respondentes participaram de algum dos contingentes da Missão de Paz do
Haiti, o que qualifica sobremaneira a amostra para a elaboração deste trabalho de
pesquisa.
0
2
4
6
8
10
12
14
15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º 23º 24º 25º 26º
Cont.
GRÁFICO 1 Fonte: o autor
65
A informação apresentada no Gráfico 1 mostrou que apenas três (22º, 23º e
25º) contingentes dos doze pesquisados, apresentam um número reduzido de
participantes do questionário, o que não é suficiente para invalidar a homogeneidade
da amostra.
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Sem participação
São Francisco
Greve PM
Olímpiada
Ágata
Copa
Eleições
Arcanjo
Papa
Missão GLO
GRÁFICO 2 Fonte: o autor
Da mesma maneira, no que diz respeito à participação dos respondentes em
Operações de GLO, verifica-se que apenas dezenove, dos cento e um da amostra
não tiveram participação em missões dessa natureza, o que qualifica os integrantes
deste universo como conhecedores do emprego das Regras de Engajamento, em
operações reais.
4.2 NÍVEL DO ADESTRAMENTO, ATUALMENTE, ALCANÇADO EM REGRAS DE
ENGAJAMENTO
A melhoria das condições do adestramento do seu pessoal é um objetivo
permanente do Exército Brasileiro. No contexto deste estudo, que tem como enfoque
verificar a efetividade do uso do simulador virtual para o adestramento das missões
de Garantia da Lei e da Ordem coube comparar os níveis atuais de capacitação em
Regras de Engajamento para Missões de Paz e Operações de GLO.
Assim sendo, quanto ao atual, nível do adestramento alcançado nas
instruções de Regras de Engajamento dos contingentes brasileiros destacados para
66
a Missão de Paz do Haiti (pergunta 3), verifica-se que a maioria dos respondentes
qualificou o grau do adestramento como bom (49,50%).
A qualificação com o resultado muito bom, também, recebeu uma quantidade
muito significativa de menções (45,54%), enquanto que as qualificações regular,
ruim e péssimo obtiveram resultados estatisticamente desconsideráveis. A Tabela 1
e o Gráfico 3, apresentam o resultado obtido.
TABELA 1: Opinião absoluta e percentual do total da amostra acerca do nível alcançado na
preparação no quesito Regras de Engajamento para a Missão de Paz do Haiti
Grau de adestramento FI FI FRI FRI
MUITO BOM 46 46 .4554 .4554
BOM 50 96 .4950 .9504
REGULAR 3 99 .0297 .9801
RUIM 2 101 .0198 1
PÉSSIMO 0 101 .0000 1
∑= 101 - 1 -
Fonte: o autor
GRÁFICO 3: Opinião da amostra em valores absolutos sobre o nível alcançado na preparação no quesito Regras de Engajamento para a Missão de Paz do Haiti Fonte: o autor
Já quanto ao atual nível do adestramento alcançado nas instruções de
Regras de Engajamento de militares do EB empregados em Op GLO (pergunta 4),
verificou-se, que a maioria dos respondentes qualificou o grau do adestramento
67
como bom (34,14%), ou seja 28 (vinte e oito) respondentes da amostra.
Da mesma maneira, a qualificação regular recebeu a expressiva
quantificação de 26 (vinte e seis) menções (29,26%), enquanto que a qualificação
muito bom obteve dezessete menções (20,73%), um resultado menor, mas ainda,
significativo. A Tabela 2 e o Gráfico 4, apresentam o resultado obtido.
TABELA 2: Opinião absoluta e percentual do total da amostra acerca do nível alcançado na preparação no quesito Regras de Engajamento para Operações de GLO
Grau de adestramento FI FI FRI FRI
MUITO BOM 17 17 .2073 .2073
BOM 28 45 .3414 .5487
REGULAR 24 69 .2926 .8413
RUIM 10 79 .1219 .9632
PÉSSIMO 3 82 .0365 1
∑= 82 - 1 -
Fonte: o autor
GRÁFICO 4: Opinião da amostra em valores absolutos sobre o nível alcançado na preparação no quesito Regras de Engajamento para Operações de GLO Fonte: o autor
Há, portanto, muitas razões para entender que o nível do adestramento em
Regras de Engajamento é realizado em melhores condições para os efetivos de
militares brasileiros que se destinam ao cumprimento da Missão de Paz do Haiti,
quando comparado a aqueles que irão atuar em Operações de GLO.
68
4.3 FATORES QUE DISTINGUEM O NÍVEL DA INSTRUÇÃO DE REGRAS DE
ENGAJAMENTO
De posse da conclusão mencionada, ao final do item 4.2, foi questionado aos
integrantes da amostra, que haviam participado tanto da Missão de Paz do Haiti,
quanto de Operações de GLO [82 (oitenta e dois) oficias respondentes] se haveria
diferença no nível de adestramento em Regras de Engajamento, entre essas
operações.
De maneira idêntica, caso afirmativo, questionou-se, há quais fatores se
atribuem essa diferença (pergunta 5). O Quadro 7, apresenta o fator mais citado:
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
TEMPO PARA
PREPARAÇÃO
(43%)
Sim. O tempo de preparação para a missão de Paz do Haiti é muito maior que a preparação nas Op GLO.
1
O tempo de preparo para a MINUSTAH foi bastante adequado para a absorção de conhecimentos transmitidos na instrução. Como o 27º BI Pqdt teve tão pouco mais de 4 jornadas para se preparar antes do início do investimento, tal aspecto foi bastante prejudicado.
1
Sim, acredito que foi ao fato de ter ocorrido menos tempo para a preparação, além das RE serem mais vagas.
1
Sim, fator tempo de preparo 1
Sim, pois a preparação para missão de paz do Haiti recebe mais tempo e investimento para o adestramento.
1
Sim. A diferença reside no tempo destinado à preparação da tropa (6 meses para o Haiti e 2 semanas para a Maré)
1
As diferenças decorrem do tempo destinado à preparação. Para a missão do Haiti, é disponibilizado um tempo significativamente maior às instruções e exercícios de preparação, enquanto que para as missões de GLO o tempo é irrisório.
1
Tempo de preparação específico para a missão de paz do Haiti, apesar dos dois apresentarem o nível muito bom na preparação para Haiti foi dada uma carga maior nos exercícios e adestramentos dessa natureza.
1
Para missão no Haiti tivemos mais tempo para adestramentos. 1
Na preparação do Haiti, a tropa utilizou o simulador e teve mais tempo durante o preparo.
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
(O quadro completo encontra-se no ANEXO A) 26
TOTAL 36
QUADRO 7: Fator Tempo de Preparação para justificar a diferença do nível de adestramento em RE Fonte: o autor
O aspecto tempo para preparação dos contingentes foi o fator mais citado
pelos respondentes (43%). Neste caso, 36 (trinta e seis) integrantes da amostra
justificaram como a maior disponibilidade de tempo para o adestramento como o
fator mais importante a ser levado em consideração.
Em segundo lugar, com 29% das referências foi mencionado por 24 (vinte e
69
quatro) dos respondentes o aspecto recursos financeiros e meios disponíveis como
o fator responsável pelo maior êxito da prepara para a Missão de Paz do Haiti,
conforme apresentado no Quadro 8:
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
RECURSOS FINANCEIROS
E MEIOS (29%)
Sim, pois a preparação para missão de paz do Haiti recebe mais tempo e investimento para o adestramento.
1
No Haiti a tropa teve acesso ao exercício de simulação que não esgota as regras de engajamento mas é um bom instrumento.
1
Durante a preparação para a Missão de Paz do Haiti foi utilizado o simulador onde era apresentado diversos tipos de situações que poderiam aparecer durante a missão. Para a preparação dos jogos olímpicos e paraolímpicos rio 2016 não foi utilizado, o que no final do adestramento verificou-se que ainda restava muitas dúvidas a cerca das atitudes a serem adotadas na missão.
1
Os meios disponíveis para a preparação nas operações GLO eram escassos. 1
A utilização de Simulador Virtual existente no 20° BIB. 1
Na preparação do Haiti, a tropa utilizou o simulador e teve mais tempo durante o preparo.
1
Os fatores são: tempo e meios para adestramento, pessoal selecionado, motivação da tropa, estrutura logística
1
Instruções e simulações sobre o assunto. 1
O nível da preparação para a missão do Haiti supera e muito em quantidade e qualidade o preparo para missões de GLO, que gira em torno de no máximo 01 mês. O tempo de preparo,quantidade de exercícios de tiro, estágio dos Cmt Pel, exercícios simulando a missão( EBOP e EAOP).
1
Maior disponibilidade de tempo e meios para a missão do Haiti. Além da regra de engajamento ser mais clara.
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO A)
14
TOTAL 24
QUADRO 8: Fator Recursos Financeiros e Meios para justificar a diferença do nível de adestramento em RE Fonte: o autor
O fator preparação específica para a missão, também, foi mencionado. No
caso presente, 14 (quatorze) oficiais responderam e justificaram que esse aspecto
influenciou positivamente para a melhor preparação da Missão de Paz para o Haiti,
em detrimento da capacitação para Operações de GLO em um percentual de 17%
da amostra, conforme o Quadro 9:
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
PREPARAÇÃO
ESPECÍFICA PARA A
MISSÃO
(17%)
Sim. A missão de paz no Haiti foi planejada e o preparo da tropa até o embarque seguiu o programa específico para a atividade na qual a tropa seria empregada. As Op GLO das quais participei foram inopinadas e não exigiram a seleção de pessoal, mas, antes, empregaram todo o pessoal da OM.
1
Para a tropa das duas missões tiveram o mesmo nível de adestramento porém para a MINUSTAH houve um trabalho de preparação dos Cmt Pel e Cmt SU no CCOPAB.
1
Sim, no Haiti houve preparação para ida, o que facilitou o alcance mais rápido do nível de adestramento.
1
70
Tempo de preparação específico para a missão de paz do Haiti, apesar dos dois apresentarem o nível muito bom na preparação pro Haiti foi dada uma carga maior nos exercícios e adestramentos dessa natureza.
1
O nível da preparação para a missão do Haiti supera e muito em quantidade e qualidade o preparo para missões de GLO, que gira em torno de no máximo 01 mês. O tempo de preparo,quantidade de exercícios de tiro, estágio dos Cmt Pel, exercícios simulando a missão( EBOP e EAOP).
1
O tipo de missão e a preparação específica. 1
Notei diferença. Os fatores foram o tempo de preparação da missão de paz, tempo maior destinado ao preparo em relação a missão de GLO e os meios utilizados durante o preparo da missão de paz também uma quantidade maior.
1
Sim. Ao tempo de preparação específica para o cumprimento da missão. 1
Sim.Na preparação do Haiti as regras de engajamento foram exaustivamente treinadas pela tropa com a figuração profissional e preparada. Nas Op GLO foram ministradas apenas instruções teóricas, o que na prática, para o CB/SD, de pouco adianta.
1
Para a preparação do Haiti, tivemos instruções específicas no centro e ainda vários estudos de caso e treinos em simuladores. Para as operações na faixa de fronteira, apenas uma formatura para o comandante e um aprestamentos para o Cap Cmt da força. Nem sabia o que era regra de engajamento.
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
(O quadro completo encontra-se no ANEXO A) 4
TOTAL 14
QUADRO 9: Fator Preparação Específica para justificar a diferença do nível de adestramento em RE Fonte: o autor
Já o fator Regras de Engajamento mais complexas nas Operações de GLO
contribuiu para que 6 (seis) dos respondentes mencionassem esse fator como outro
responsável pela diferenciação mencionada. Nesse caso, esse aspecto ficou com o
percentual de 12% das respostas, tendo 10 (dez) oficias as assinalado. O Quadro
10, apresenta o resultado obtido:
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
REGRAS DE
ENGAJAMENTO MAIS
COMPLEXAS NAS OP GLO
(12%)
Sim, as regras de engajamento para missões GLO são muito mais restritivas e complexas que as utilizadas no Haiti, dificultando o adestramento das mesmas. Além disso, os meios disponibilizados para o adestramento para o Haiti foram maiores.
1
Sim, acredito que foi ao fato de ter ocorrido menos tempo para a preparação além das RE serem mais vagas.
1
Sim, no caso do Haiti as regras de engajamento são mais favoráveis à atuação da tropa em caso de embate.
1
Conjuntura do Motivo da operação, Arcabouço Jurídico, Diferença cultural Fatores complicadores tais como idioma no caso na missão no Haiti e a regionalidade por ocasião da Op São Francisco, uma vez que militares de vários comando de áreas foram empregados no Rio de Janeiro, com a cultura bastante distintas das de suas cidades de origem.
1
Durante a preparação para a Missão de Paz do Haiti foi utilizado o simulador onde era apresentado diversos tipos de situações que poderiam aparecer durante a missão. Para a preparação dos jogos olímpicos e paraolímpicos rio 2016 não foi utilizado, o que no final do adestramento verificou-se que ainda restava muitas dúvidas a cerca das atitudes a serem adotadas na missão.
1
As situações encontrada e consequentemente as regras de engajamento, eram bem distintas. Assim sendo, creio que o Amparo legal para atuação era maior no Haiti, sendo as regras de engajamento mais exequíveis.
1
71
Sim. O tempo destinado ao preparo para uma missão de paz no exterior foi muito maior que o destinado à missões como a Op Arcanjo e São Francisco, que em minha opinião, foram de complexidade muito maiores e um grau de risco mais elevado.
1
As regras foram mudadas durante e não estavam claras na operação da Maré 1
As Regras de Engajamento utilizadas no Haiti são específicas da ONU, sendo que no preparo já são abordados esses aspectos.
1
O emprego em Op Paz, embora que semelhante ao emprego em Op GLO, demanda ROE diferenciadas. A proteção de civis deve ser buscada a qualquer preço. As TTP empregadas em Op Urbanas, GLO, devem ser adaptadas para o emprego em Op Paz, onde o efeito colateral deve ser evitado a qualquer custo.
1
TOTAL 10
QUADRO 10: Fator diferença de complexidade das RE para justificar a diferença do nível de adestramento em RE. Fonte: o autor
Com um menor número de observações o fator seleção de pessoal foi
mencionado por apenas 3 (três) respondentes e teve um percentual de 3% da
amostra selecionada. O Quadro 11, apresenta o resultado obtido:
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
SELEÇÃO DO PESSOAL
(3%)
Sim. A missão de paz no Haiti foi planejada e o preparo da tropa até o embarque seguiu o programa específico para a atividade na qual a tropa seria empregada. As Op GLO das quais participei foram inopinadas e não exigiram a seleção de pessoal, mas, antes, empregaram todo o pessoal da OM.
1
Os fatores são: conjuntura do motivo da operação,arcabouço jurídico e diferença cultural Fatores complicadores tais como idioma no caso na missão no Haiti e a regionalidade por ocasião da Op São Francisco, uma vez que militares de vários comando de áreas foram pregados no Rio de Janeiro, com a cultura bastante distintas das de suas cidades de origem.
1
Os fatores são: tempo e meios para adestramento, pessoal selecionado, motivação da tropa e estrutura logística
1
TOTAL 3
QUADRO 11: Fator Seleção do Pessoal para justificar a diferença do nível de adestramento em RE. Fonte: o autor
O fator diferença do ambiente operacional foi, também, mencionado por,
apenas, 3 (três) integrantes da amostra, perfazendo um percentual de 3%, conforme
a Quadro 12.
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
DIFERENÇA DO AMBIENTE
OPERACIONAL
(3%)
Conjuntura do motivo da operação, arcabouço jurídico, diferença cultural Fatores complicadores tais como idioma no caso na missão no Haiti e a regionalidade por ocasião da Op São Francisco, uma vez que militares de vários comando de áreas foram empregados no Rio de Janeiro, com a cultura bastante distintas das de suas cidades de origem.
1
A diferença é devido ao ambiente operacional, mas a essência das regras são as mesmas.
1
O emprego em solo haitiano tem mais rigor devido ao ambiente operacional e a falta de identidade com o com os citadinos, fazendo muitas vezes ser empregado de uma forma mais firme sem muito diálogo.
1
TOTAL 3
QUADRO 12: Fator Diferença do Ambiente Operacional para justificar a diferença do nível de adestramento em RE Fonte: o autor
Após considerar todos os fatores mencionados e analisar seus graus de
72
importância, tanto em valor absoluto quanto em percentual, segundo os integrantes
da amostra, chega-se ao Quadro 13, adiante, que apresenta os principais aspectos
que diferenciam a capacitação em Regras de Engajamento atualmente praticadas
pelo Exército Brasileiro na instrução militar aplicada na preparação para a Missão de
Paz do Haiti e Operações de GLO.
Nr FATORES NÚMERO
ABSOLUTO PERCENTUAL
1 Tempo de preparação 36 43%
2 Recursos financeiros e meios 24 29%
3 Preparação específica para a missão 14 17%
4 Complexidade da RE na Op GLO 10 12%
5 Seleção do pessoal 03 3%
6 Diferença do ambiente operacional 03 3%
QUADRO 13: Principais fatores que justificam a diferença do nível de adestramento em RE Fonte: o autor
Reforça, ainda, o presente item a verificação junto à amostra acerca da
importância da utilização do simulador virtual nas instruções de Regras de
Engajamento (pergunta 6).
O objetivo desse questionamento foi investigar a percepção dos respondentes
quanto à validade do emprego dessa ferramenta, já que todos os integrantes da
amostra tiveram a oportunidade de realizar exercícios no simulador virtual do
CCOPAB. As respostas estão apresentadas, de acordo com as frequências, na
Tabela 3 e no Gráfico 5.
TABELA 3: Relevância do emprego do simulador virtual nas instruções de Regras de Engajamento
Importância do emprego do simulador fi Fi fri Fri
Concordo totalmente 84 84 .8316 .8316
Concordo 15 99 .1486 .9802
Nem concordo, nem discordo 2 101 .0198 1
Discordo 0 101 .0000 1
Discordo totalmente 0 101 .0000 1
∑= 101 - 1 -
Fonte: o autor
73
Gráfico 5: Relevância do emprego do simulador virtual nas instruções de Regras de Engajamento Fonte: o autor
Notadamente, a maioria dos oficiais respondentes (83,16%) considera que é
muito importante o emprego do simulador virtual nas instruções de Regras de
Engajamento.
Da mesma maneira, esse resultado é confirmado ao verificar-se o conteúdo
das entrevistas com instrutores do CCOPAB e com oficiais que operaram o
simulador virtual para seus subordinados na preparação para a Missão de Paz do
Haiti e Operações de GLO, conforme comentários resumidos das pesquisas:
- “O simulador é uma ferramenta importante que poderia ser mais bem
explorada pelas brigadas”;
- “Com certeza os militares que realizam a simulação ficam mais
autoconfiantes, antes do embarque para a missão”;
- “Nós verificamos que o soldado estava mais pronto no fator decisão, não
titubeava em alguns tipos de atitude, tendo em vista que ele já tinha verificado essa
situação no simulador”;
- “O simulador dava autoestima para o soldado e também serviu para os
oficiais e sargentos como uma forma de aperfeiçoamento a reciclagem no que tange
às regras de engajamento e conduta de proporcionalidade da força”.
4.4 ASPECTOS RELEVANTES PARA O EMPREGO DO SIMULADOR VIRTUAL
O objetivo desta seção, no questionário, foi verificar a relevância de
determinados atributos desenvolvidos após a realização dos exercícios no simulador
74
virtual de Regras de Engajamento.
Assim sendo, na pergunta 7, os respondentes deveriam classificar de 1 a 5
(sendo 5 o aspecto mais importante e 1 o menos), de acordo com a relevância os
atributos: autoconfiança, destreza com o armamento, discernimento do uso da força,
autocontrole e velocidade de reação. O Quadro 14 e o Gráfico 6, apresentam o
resultado obtido:
RELEVÂNCIA
ASPECTOS
1 2 3 4 5
% n % n % n % n % n
Autoconfiança 26,74 23 26,74 23 13,95 12 22,09 19 10,47 9
Destreza com o armamento 43,68 38 17,24 15 19,54 17 13,79 12 5,75 5
Discernimento do uso da força 8,89 8 4,44 4 11,11 10 22,22 20 53,33 48
Autocontrole 5,56 5 20,20 18 37,78 34 22,22 20 14,44 13
Velocidade de reação 8,08 8 22,22 22 20,20 20 27,27 27 22,22 22
QUADRO 14: Aspectos mais relevantes no emprego do simulador virtual nas instruções de RE Fonte: o autor
GRÁFICO 6: Aspectos mais relevantes no emprego do simulador virtual nas instruções de RE Fonte: o autor
A partir do Quadro 14 verifica-se que o atributo discernimento do uso da força
com 48 (quarenta e oito) observações de valor 5 (53,33%) é o aspecto mais
relevante para os oficias respondentes. Em segundo lugar, observa-se a velocidade
de reação com 22 (vinte e duas) observações de grau máximo (22,22%), seguidos
dos tópicos autocontrole com 13 (treze) observações do maior grau (14,44%),
autoconfiança com 9 (nove) (10,47%) e por fim a destreza com o armamento
75
(5,75%), com 5 (cinco) avaliações no valor 5.
É forçoso, portanto, afirmar que a preparação dos militares do EB em Regras
de Engajamento no simulador virtual desenvolve atributos de difícil capacitação nas
instruções convencionais e com o emprego de outros meios auxiliares de instrução
em uso, atualmente.
4.5 PARÂMETROS E PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA A IMPLANTAÇÃO
Esta seção constituiu o foco principal de todo o questionário. Assim sendo, as
perguntas, além de considerar as questões de estudo, definidas no Capítulo 1.3
deste trabalho, visou identificar os parâmetros que devem ser observados no
emprego da simulação virtual nas instruções de RE, com vistas a melhorar o
adestramento do EB, em Operações de GLO.
Desse modo, a pergunta 8 de respostas abertas, procurou investigar a
percepção da amostra quanto as características e capacidades que deve possuir um
simulador virtual de Regras de Engajamento a ser instalado em uma OM do EB,
valor Batalhão.
Após o recebimento das respostas cada uma delas foi categorizada em oito
características/capacidades do simulador virtual de RE, mais mencionadas na
pesquisa, conforme o Quadro 15:
Nr CARACTERISTICAS NÚMERO
ABSOLUTO PERCENTUAL
1 Cenários/situações diversas 54 53%
2 Realismo 39 38%
3 Interação 20 19%
4 Simplicidade 19 18%
5 Baixo custo de aquisição e manutenção 12 11%
6 Estrutura adequada 10 9%
7 Múltiplos usuários 10 9%
8 Módulo de tiro 04 3%
QUADRO 15: Características do simulador virtual de RE mais mencionadas na pesquisa Fonte: o autor
A característica que se destacou dentre as demais foi à possibilidade do
simulador virtual de RE dispor de múltiplos cenários e apresentar situações diversas
e variadas. Este subitem foi mencionado por cinquenta e quatro respondentes (53%)
da amostra. Como se vê, no resultado descrito no Quadro 16:
76
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
CENÁRIO/
SITUAÇÕES
DIVERSAS
(53%)
Possibilidade de desenvolver todos os módulos de tiro previstos nas IGTAEx, ferramentas para a correção/ aperfeiçoamento das técnicas de tiro, cenário interativo, possibilidade de inclusão de novos cenários.
1
Deve ter cenas reais, se possível mostrando os impactos. 1
Deve proporcionar um treinamento progressivo iniciando com estandes de tiro, tiros em alvos móveis e de ação e reflexão, exercícios de interação com vídeos de situações reais vivenciadas com tropas.
1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão.
1
Ser atualizado e contextualizado de acordo com a Operação específica. 1
Possibilidade de inserção de situações diversas 1
Capacidade de representar ao máximo a realidade vivida nesse tipo de operação, ao passo que se torna importante, também, ter possibilidade de alterar as Regras de Engajamento tendo em vista a evolução do entendimento jurídico.
1
Deve ser adaptado a cada operação possibilitando avaliar as ordens de alerta do executante e a precisão dos disparos letais e não letais.
1
Empregar o armamento orgânico do Btl e ter vídeos condizentes com o ambiente operacional que o Btl está inserido.
1
A possibilidade de simular diversas situações de necessitam de atividades específicas da tropa 1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
(O quadro completo encontra-se no ANEXO B) 44
TOTAL 54
QUADRO 16: Característica do simulador virtual de RE de possuir cenários e situações diversas Fonte: o autor
Em segundo lugar a característica do realismo foi mencionada por 39 (trinta e
nove) oficiais, alcançando um percentual de 38% da amostra, o que demonstra a
necessidade da ferramenta apresentar situações factíveis e que possam se
referenciar com o que de fato acontece em operações. O resultado é descrito no
Quadro 17:
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS NR
REALISMO
(38%)
Deve ter cenas reais, se possível mostrando os impactos. 1
Capacidade de adestrar muitas militares de uma só vez. Capacidade de adestrar o grupo de combate conjuntamente além do individual. Focar na rapidez da conduta que deva ser adotada.
1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão. 1
Capacidade de representar ao máximo a realidade vivida nesse tipo de operação, ao passo que se torna importante, também, ter possibilidade de alterar as Regras de Engajamento tendo em vista a evolução do entendimento jurídico.
1
Empregar o armamento orgânico do Btl e ter vídeos condizentes com o ambiente operacional que o Btl está inserido. 1
Acredito que ele tenha q ter a capacidade de ser com tiro real, para ambientar da melhor forma a missão real 1
Diversas situações que possam aparecer durante a missão; Utilização do armamento de dotação de cada militar; Sensor para verificar onde foi o impacto do disparo da tropa
1
Deve permitir o emprego do armamento de dotação, permitir a interação verbal Homem-simulador e deve retratar as situações normalmente vivenciadas nas Op GLO e Pacificação.
1
77
Abranger armamentos e equipamentos menos letal (granadas Luz e Som, lacrimogêneo e Spray de Pimenta) e maior interação com o vídeo, individuo responder de acordo as suas ações tomadas.
1
Mais próximo à realidade possível. 1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO B)
29
TOTAL 39
QUADRO 17: Característica do simulador virtual de RE ser realista Fonte: o autor
Em seguida, outra característica que se destacou de forma razoável foi a
possibilidade de o simulador permitir a interação entre a simulação e o usuário. Essa
capacidade possibilita, entre outras coisas, identificar o ponto e momento exatos da
ocorrência dos impactos, durante o exercício e a mudança de conduta da simulação
de acordo com ações do usuário. O resultado está apresentado no Quadro 18:
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
INTERAÇÃO
(19%)
Possibilidade de desenvolver todos os módulos de tiro previstos nas IGTAEx, ferramentas para a correção/ aperfeiçoamento das técnicas de tiro, cenário interativo, possibilidade de inclusão de novos cenários.
1
Deve ter cenas reais, se possível mostrando os impactos. 1
Deve proporcionar um treinamento progressivo iniciando com estandes de tiro, tiros em alvos móveis e de ação e reflexão, exercícios de interação com vídeos de situações reais vivenciadas com tropas.
1
Deve ser adaptado a cada operação possibilitando avaliar as ordens de alerta do executante e a precisão dos disparos letais e não letais.
1
Diversas situações que possam aparecer durante a missão; Utilização do armamento de dotação de cada militar; Sensor para verificar onde foi o impacto do disparo da tropa
1
Deve permitir o emprego do armamento de dotação, permitir a interação verbal Homem-simulador e deve retratar as situações normalmente vivenciadas nas Op GLO e Pacificação.
1
Abranger armamentos e equipamentos menos letal (granadas Luz e Som, lacrimogêneo e Spray de Pimenta) e maior interação com o vídeo, individuo responder de acordo as suas ações tomadas.
1
Ambiente escuro; Possibilidade de simular o ambiente noturno, assim como o diurno; Ter pelo menos 2 Box de treinamento que possam ser utilizados ao mesmo tempo; Ser compatível com vários tipos de armamento; e Ter capacidade de reação do simulador em caso de acerto/erro do atirador, tendo continuidade do exercício (não realizar missões estanques.
1
Ambiente específico para a atividade e material para projeção. Seria ideal que os disparos efetuados pelo instruendo fossem monitorados a fim de se ter a ciência de onde ocorreram os impactos.
1
Capacidade de dissimular as diversas situações que necessitam de reações, particularmente o uso da força e funcionamento do armamento simulado que será utilizado na ação.
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO B)
10
TOTAL 20
QUADRO 18: Característica do simulador virtual de RE de permitir a interação entre a simulação e o usuário Fonte: o autor
A característica da simplicidade, também, apresentou um razoável destaque
dentre as demais. Assim sendo, implicou em respostas de 19 (dezenove) dos oficiais
integrantes da amostra, com um percentual de 18%, conforme o resultado
apresentado no Quadro 19:
78
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
SIMPLICIDADE
(18%)
Ser de fácil utilização e de manutenção barata. 1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão.
1
Deve ser rústico e de baixo custo de manutenção e de fácil operação. O 1
Rusticidade, Fácil entendimento para operação do mesmo, permitir utilização de diversos tipos de armamento, manutenção fácil e modularidade
1
Deve possuir: Deve possuir um estrutura simples e modular, Diferentes cenários, Os cenários devem ser atualizados conforme a evolução do combate urbano
1
Baixo custo para a manutenção, ser de simples emprego, ser rústica o suficiente para ser empregada por todo efetivo operacional, sem apresentar defeitos frequentes.
1
características de fácil manuseio e situações que desenvolvam o raciocínio rápido do combatente.
1
Simplicidade para sua operação, baixo custo para sua manutenção e meios de TI e equipamentos disponíveis no mercado.
1
Facilidade na operação e na manutenção, Instrução especial sobre como utilizar todas as funções disponíveis.
1
Ser de simples manuseio e manutenção; Estar atualizado de acordo com a operação na qual a OM será empregada; Ser preparado para receber desde efetivo valor GC ao treinamento individual; Estar adaptado ao armamento da OM (IA2; Para-fal etc SFC)
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO B)
9
TOTAL 19
QUADRO 19: Característica do simulador virtual de RE de ser simples Fonte: o autor
Já a característica de ter baixo custo de aquisição teve um percentual de
11%, na pesquisa sendo mencionada por 12 (doze) dos respondentes. O Quadro 20
apresenta o resultado:
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
BAIXO CUSTO DE
AQUISIÇÃO E
MANUTENÇÃO
(11%)
Ser de fácil utilização e de manutenção barata. 1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão.
1
Deve ser rústico e de baixo custo de manutenção e de fácil operação. O 1
Rusticidade, Fácil entendimento para operação do mesmo, permitir utilização de diversos tipos de armamento, manutenção fácil e modularidade.
1
Baixo custo de aquisição e manutenção, facilidade no manuseio, capacidade de retratar os armamento em uso pelo EB e capacidade de simular diversas situações de combate, individuais e coletivas.
1
Baixo custo para a manutenção. Ser de simples emprego.Ser rústica o suficiente para ser empregada por todo efetivo operacional, sem apresentar defeitos frequentes.
1
O mais tecnológico possível, mas acredito não ser viável financeiramente. Neste caso, um projetor e redes camufladas numa sala de instrução resolvem o problema. Mas o ideal seria estar inclusive simulando o emprego do armamento e outros fatores mais.
1
Simplicidade para sua operação, baixo custo para sua manutenção e meios de TI e equipamentos disponíveis no mercado.
1
Facilidade na operação e na manutenção, Instrução especial sobre como utilizar todas as funções disponíveis.
1
Deve ser de fácil manuseio. Deve ter um custo de manutenção baixo.Tem que proporcionar vários tipos de ambientes.
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO B)
2
TOTAL 12
QUADRO 20: Característica do simulador virtual de RE ser de baixo custo de aquisição e manutenção Fonte: o autor
79
As capacidades de ter uma estrutura adequada e permitir sua utilização por
múltiplos usuários alcançaram ambas o percentual de 9%, sendo valorizadas por 10
(dez) respondentes e embora tenham sido mencionadas por um menor número de
oficiais são, mesmo assim, importantes e devem merecer, como as demais, a
atenção necessária. Os resultados acham-se apresentados nos Quadros 21 e 22.
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
ESTRUTURA
ADEQUADA
(9%)
Deve proporcionar um treinamento progressivo iniciando com estandes de tiro, tiros em alvos móveis e de ação e reflexão, exercícios de interação com vídeos de situações reais vivenciadas com tropas.
1
Deve possuir: Deve possuir um estrutura simples e modular,Diferentes cenários, Os cenários devem ser atualizados conforme a evolução do combate urbano
1
Deve ser um ambiente isolado e com boa estrutura. 1
Ambiente escuro; Possibilidade de simular o ambiente noturno, assim como o diurno; Ter pelo menos 2 box de treinamento que possam ser utilizados ao mesmo tempo; Ser compatível com vários tipos de armamento; e Ter capacidade de reação do simulador em caso de acerto/erro do atirador, tendo continuidade do exercício (não realizar missões estanques.
1
Ambiente específico para a atividade e material para projeção. Seria ideal que os disparos efetuados pelo instruendo fossem monitorados a fim de se ter a ciência de onde ocorreram os impactos.
1
Próximo ou no estande de tiro. Projeção dos vídeos, possibilidade de realização de tiro real 1
um simulador nos mesmos moldes do CCOPAB 1
Possibilitar uma simulação em 4D, com a utilização de óculos, movimentos e odores. 1
Possuir uma sala específica com capacidade para comportar um efetivo valor GC. Ter vídeos simulados e projetores
1
O mais tecnológico possível, mas acredito não ser viável financeiramente. Neste caso, um projetor e redes camufladas numa sala de instrução resolvem o problema. Mas o ideal seria estar inclusive simulando o emprego do armamento e outros fatores mais.
1
TOTAL 10
QUADRO 21: Característica do simulador virtual de RE de possuir estrutura adequada Fonte: o autor
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
MÚLTIPLOS
USUÁRIOS
(9%)
Capacidade de adestrar muitas militares de uma só vez. Capacidade de adestrar o grupo de combate conjuntamente além do individual. Focar na rapidez da conduta que deva ser adotada.
1
Ambiente escuro; Possibilidade de simular o ambiente noturno, assim como o diurno; Ter pelo menos 2 box de treinamento que possam ser utilizados ao mesmo tempo; Ser compatível com vários tipos de armamento; e Ter capacidade de reação do simulador em caso de acerto/erro do atirador, tendo continuidade do exercício (não realizar missões estanques.
1
Poucas vezes vi o GC ser fracionado nas operações, sendo assim, julgo interessante a instalação de um simulador que atenda a essa demanda operacional.
1
Ser utilizado pelo a fração no mínimo esquadra 1
Possuir uma sala específica com capacidade para comportar um efetivo valor GC. Ter vídeos simulados e projetores
1
Ser de simples manuseio e manutenção; Estar atualizado de acordo com a operação na qual a OM será empregada; Ser preparado para receber desde efetivo valor GC ao treinamento individual; Estar adaptado ao armamento da OM (IA2; Para-fal etc.) (SFC)
1
Explorar as situações de emprego real. Ter a capacidade de simular o emprego simultâneo de vários militares, emprego da fração. Variar o ambiente operacional. Capacidade de empregar vários armamentos, gás de pimenta, granadas de efeito moral...
1
Deve ter a versatilidade de realizar o tiro de estande, onde o militar irá adquirir e aprimorar as técnicas de tiro estático, voltado aos fundamentos do tiro. E, também, a capacidade de apresentar situações "de combate" onde o militar deve engajar decidir e atirar. Deve também propiciar o adestramento do tiro de fração, no mínimo o GC, e simular o emprego de Armt não-letal.
1
80
Nível Esquadra no mínimo,com realismo daquele local e armamento do cotidiano 1
Deve permitir a utilização de munição real de forma a verificar seus impactos acertaram as silhuetas. Além disso, é interessante que mais de um militar utilize a pista virtual ao mesmo tempo.
1
TOTAL 10
QUADRO 22: Característica do simulador virtual de RE de comportar múltiplos usuários Fonte: o autor
Finalmente a capacidade de possibilitar o emprego do simulador, também,
como estande de tiro virtual foi mencionada por, apenas, quatro integrantes da
amostra (3%). Essa característica, embora desprezível, presta-se como informação
com vistas a otimizar e racionalizar a utilização do equipamento. Como se vê, o
resultado é descrito no Quadro 23:
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS NR
MÓDULO DE TIRO
(3%)
Possibilidade de desenvolver todos os módulos de tiro previstos nas IGTAEx, ferramentas para a correção/ aperfeiçoamento das técnicas de tiro, cenário interativo, possibilidade de inclusão de novos cenários.
1
Deve ser o mais completo possível. As instruções nos Btl, em sua maioria, se resumem a instruções teóricas com quadro mural e uma pista precária onde o militar simula o tiro com a boca (pou pou). Não há munição para adestramento, mal da para realizar o TIB. Neste contexto cresce de importância o simulador.
1
Deve ter a versatilidade de realizar o tiro de estande, onde o militar irá adquirir e aprimorar as técnicas de tiro estático, voltado aos fundamentos do tiro. E, também, a capacidade de apresentar situações "de combate" onde o militar deve engajar, decidir e atirar. Deve também propiciar o adestramento do tiro de fração, no mínimo o GC, e simular o emprego de Armt não-letal.
1
Deve proporcionar um treinamento progressivo iniciando com estandes de tiro, tiros em alvos móveis e de ação e reflexão, exercícios de interação com vídeos de situações reais vivenciadas com tropas.
1
TOTAL 4
QUADRO 23: Característica do simulador de RE de possibilitar o seu emprego como estande virtual Fonte: o autor
Os resultados, contidos no Quadro 15, apresentados foram corroborados
pelos depoimentos colhidos em entrevistas realizadas com praças que utilizaram o
simulador virtual na sua preparação, conforme declarações, a seguir:
- “O simulador deve ter mais situações conforme o tipo de missão”;
- “Ter um simulador com locomoção, por exemplo: uma esteira”;
- “Ter um simulador com a possibilidade da utilização da nossa visão
periférica”;
- “Quando eu fui para uma missão na Argentina, existia um simulador igual ao
do CCOPAB. Aqui no Batalhão nós só usamos festim ou munição real em um lençol
com o projetor. Na Argentina era igual a um videogame, indicava quando o tiro
acertava a vítima ou a força adversa. Aqui, você atira e não sabe se está acertando
o alvo. Acho que, também, poderia ter um simulador que usasse um óculos 3D para
81
dar maior realidade e ter um estante de tiro preparado só para isso;
- “Os vídeos são muito repetitivos tem que criar mais cenários”
- “Poderia melhorar a área do simulador, ter uma sala preparada para isso,
porque às vezes a imagem não fica boa”;
Conforme foi apresentado nos comentários, supramencionados, há muito que
se aperfeiçoar no emprego dos simuladores virtuais de Regras de Engajamento no
Exército Brasileiro, inclusive em relação aos exércitos de países vizinhos, segundo
verificado em declaração de militar em entrevista para este estudo.
Continuando nesta investigação, o item subsequente (pergunta 9), questionou
os respondentes sobre quais as maiores dificuldades a serem enfrentadas na
implantação do simulador virtual e ainda solicitou que justifica-se a sua resposta.
Da mesma maneira, do aplicado para a pergunta anterior, após o recebimento
das respostas cada uma delas foi categorizada em seis classes de dificuldades mais
mencionadas na pesquisa, conforme a consolidação dos resultados que está
apresentada no Quadro 24:
Nr DIFICULDADES NÚMERO ABSOLUTO PERCENTUAL
1 Recursos financeiros 68 67%
2 Estrutura na OM 17 16%
3 Produção de vídeos variados 13 12%
4 Pessoal especializado 10 9%
5 Preconceito com a simulação virtual 7 6%
6 Criar interação 5 4%
QUADRO 24: Dificuldades para a implantação do simulador virtual de RE mais mencionadas na pesquisa Fonte: o autor
A dificuldade relativa à falta de recursos financeiros para a aquisição e
manutenção de um simulador virtual de Regras de Engajamento foi, sem sombra de
dúvidas, o fator de maior incidência nas respostas ao questionamento desta
pergunta. Assim sendo, 68 (sessenta e oito) respondentes focalizaram esse aspecto,
ou seja, 67% da amostra. O Quadro 25, apresenta o resultado:
DIFICULDADE RESPOSTAS Nr
RECURSOS
FINANCEIROS (67%)
Recursos financeiros para a aquisição e manutenção. 1
O custo e a manutenção do simulador. 1
O custo para implementação, creio que não seja necessário que cada OM tenha o ser equipamento, mas, sim que exista um centro de simulação de alta tecnologia em cada comando militar de área que priorize os BTL no preparo.
1
Manutenção do sistema (equipamento muita caro), manutenção de pessoal especializado e em condições de empregar os simuladores, tendo em vista a rotatividade dos militares.
1
82
Conseguir num mesmo sistema de simulação aliar a qualidade elevada, flexibilidade no uso e o baixo custo de aquisição e manutenção, fatores normalmente diametralmente opostos.
1
Falta de recursos. 1
Recursos financeiros e atualização de cenários adaptados a cada operação. 1
O custo de aquisição e manutenção do mesmo. 1
Recursos financeiros 1
As dificuldades seriam a falta de recursos e toda a burocracia administrativa necessária à sua implantação.
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO C)
58
TOTAL 68
QUADRO 25: Dificuldade pela falta de recursos financeiros para a implantação do simulador virtual de RE Fonte: o autor
Em segundo lugar, a dificuldade de falta da estrutura adequada nas OM foi
mencionada por 17 (dezessete) integrantes da amostra, alcançando um percentual
de 16%, o que demonstra a precariedade de meio disponíveis, atualmente, para
realizar esse tipo de instrução militar nas Unidades. O resultado é descrito no
Quadro 26:
DIFICULDADE RESPOSTA Nr
ESTRUTURA NA OM
(16%)
A OM possuir estande; 1
Financeiro; Falta de local para instalar o simulador; Falta de munição; Falta de projetores;
1
A padronização âmbito EB de um "gabarito" a ser seguido. 1
Custo e espaço físico. 1
Acredito que a adequação de um local e o gasto que seria com isso. 1
Custo da estrutura 1
Instalações e equipamento. Muitas vezes a OM não dispõe de material e local adequado.
1
Infraestrutura das OM 1
Aquisição de material e local específico. Pela escassez de recursos. 1
Não existência de projetor multimídia em abundância nas OM. 1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO C)
7
TOTAL 17
QUADRO 26: Dificuldade pela falta de estrutura nas OM para a implantação do simulador virtual de RE Fonte: o autor
A dificuldade na produção de vídeos variados foi valorizada por 13 (treze) dos
respondentes, representando 12% da amostra, e embora tenha sido mencionada por
um menor número depoentes é mesmo assim muito importantes e deve ser como as
demais, bastante considerada. Os resultados acham-se apresentados nos Quadros
27 e 28:
83
DIFICULDADE RESPOSTAS Nr
PRODUÇÃO DE VÍDEOS
VARIADOS
(12%)
Condizente com a realidade e que abrange variedade grande de situações. 1
Recursos financeiros e atualização de cenários adaptados a cada operação. 1
Manutenção, variedade de vídeos 1
Compra de material. E produção dos vídeos. 1
A gravação dos vídeos e a produção, devido à Nec de produtos de qualidade. 1
Acho que a maior dificuldade seria a confecção de vídeos, feitos por equipes especializadas, para as diversas situações que podem ser abrangidas em uma determinada Regra de Engajamento, para uma determinada operação. Deveriam existir vídeos para Operações contra crimes transfronteiriços, GLO, Varredura de presídios, Patrulhamento a pé, Patrulhamento motorizado, Patrulhamento em embarcação, Operações em ambientes urbanos, Operações em ambientes de selva etc.
1
Custo e pessoal especializado no equipamento e na criação de situações condizentes com a realidade.
1
Acho que os meios visuais 1
Proporcionar interatividade em tempo real. Em razão da necessidade de treinar pessoal e desenvolver os vídeos nesse sentido.
1
Acredito que seja a produção de conteúdo de qualidade para que se adapte a realidade da missão
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO C)
3
TOTAL 13
QUADRO 27: Dificuldade para a produção de vídeos variados Fonte: o autor
Da mesma maneira, a existência de pessoal especializado na OM, em
condições de operar os equipamentos e solucionar problemas citada por 10 (dez)
dos respondentes e assim obteve um percentual de 9% da amostra.
DIFICULDADE RESPOSTAS Nr
PESSOAL
ESPECIALIZADO (9%)
Manutenção do sistema (equipamento muita caro), manutenção de pessoal especializado e em condições de empregar os simuladores, tendo em vista a rotatividade dos militares.
1
Questões financeiras e equipe com conhecimento técnico para manutenção dos equipamentos.
1
Criar a interação do aparelho com o operador 1
Custos e adaptação de instrutores e técnicos. 1
Recurso para aquisição e manutenção, pessoal com conhecimento do equipamento. 1
Capacitação do pessoal. Tendo em vista a dificuldade de implementar um curso ou estágio para esse fim.
1
Efetivo para manutenção.... 1
Custo para sua manutenção e acesso aos meios de TI. Tendo em vista algumas OM se situarem em regiões e localidades com pouca disponibilidade, muitas vezes nenhuma, de pessoal habilitados a trabalharem com a manutenção de determinadas ferramentas tecnológicas, sendo necessário um desdobramento logístico dos Esc sup para suprir essa precariedade.
1
Domínio da tecnologia para implantação e manutenção. 1
Maior dificuldade é o valor para implementação, bem como pessoal habilitado à operar o simulador e avaliar os resultados
1
TOTAL 10
QUADRO 28: Dificuldade pela falta de pessoal especializado Fonte: o autor
Esta pesquisa levantou, também, uma dificuldade inusitada e surpreendente.
Qual seja o preconceito com a simulação virtual, que ainda, existe, quando a grande
84
maioria das pessoas acessa, constantemente, a internet e utiliza celulares
inteligentes para se comunicar. Este óbice foi mencionado por 7 (sete) oficiais,
perfazendo um percentual de 6% da amostra investigada. O resultado verifica-se no
Quadro 29:
DIFICULDADE RESPOSTAS NR
PRECONCEITO COM A
SIMULAÇÃO VIRTUAL
(6%)
Quebra de paradigma. 1
Custo para as unidades, mentalidade de manutenção preventiva, aceitação dos militares.
1
Talvez a maior dificuldade seja o desconhecimento dos resultados dessa ferramenta, tendo em vista que a tropa é assinada para as missões de GLO, de forma que não possibilite e execução desse tipo de atividade antes dominical da missão. Esse fator é aliado ao fato de que as operações de GLO ainda não são encaradas com a principal atividade operacional REAL pelo Exército Brasileiro, sendo encarada como uma missão secundaria prevista Constituição. Por isso muito não vêem essa ferramenta como prioridade.
1
Sistema novo que não é dado importância pelo Cmdo do Btl. 1
Alguns Militares considerarem que somente o tiro real é o que realmente adestra. 1
Acredito que seja recursos e um pouco de incentivo por parte do escalão superior, pois já nos adestramos dessa forma (de maneira precária: projetor e vídeos com munição de festim).
1
Segurança da instrução, às vezes, muitos superiores que não tiveram esta instrução na AMAN não irão autorizar a execução da mesma.
1
TOTAL 7
QUADRO 29: Dificuldade pelo preconceito com a simulação virtual Fonte: o autor
Embora pouco considerada pelos respondentes a capacidade de interação do
instruendo e da ameaça simulada foi citada por cinco dos respondentes e chegou
com isso a um percentual de 4% da amostra, conforme o Quadro 30:
DIFICULDADE RESPOSTAS Nr
CRIAR INTERAÇÃO (4%)
Criar a interação do aparelho com o operador 1
Proporcionar interatividade em tempo real. Em razão da necessidade de treinar pessoal e desenvolver os vídeos nesse sentido.
1
Material eletrônico para simular o disparo do armamento somente. 1
Operacionalizar essas mudanças de ação de acordo com a execução do militar. 1
Interação entre o armamento e o equipamento de simulação, pois dependendo da atitude tomada pelo militar que está treinando o simulador responde de uma forma.
1
TOTAL 5
QUADRO 30: Dificuldade de criar a interação Fonte: o autor
Concluindo o questionário, a pergunta Nº 10 buscou averiguar junto à amostra
quais OM deveriam produzir e centralizar os vídeos para as Operações de GLO, já
que este é um dos itens de maior dificuldade para sua elaboração, e ainda, solicitou
que os oficiais justificassem as suas respostas.
Da mesma forma, do praticado para as perguntas anteriores, após o
recebimento das respostas cada uma delas foi categorizada em quatro
85
possibilidades de OM que criariam e centralizariam os vídeos. O Quadro 31
apresenta essas ideias:
Nr CATEGORIA NÚMERO
ABSOLUTO PERCENTUAL
1 Criação e centralização pelo CI Op GLO 42 41%
2 Criação por qualquer OM 41 40%
3 Criação e centralização pelo CCOPAB 11 10%
4 Criação e centralização pelo CAAdEx 10 9%
5 Centralização pelo Comando Militar de Área 5 4%
QUADRO 31: OM que poderiam criar e centralizar os vídeos para emprego em simuladores virtuais de RE Fonte: o autor
A possibilidade que mais se destacou dentre as demais foi à criação e
centralização dos vídeos pelo CI Op GLO. Esta alternativa foi mencionada por
quarenta e dois respondentes (41%) da amostra. Como se vê, o resultado é descrito
no Quadro 32:
CATEGORIA RESPOSTAS NR
CRIAÇÃO E
CENTRALIZAÇÃO
NO CI OP GLO
(41%)
CI Op GLO, por ser o Centro de Instrução responsável pelo aprimoramento, desenvolvimento e instrução dessa doutrina no EB.
1
CIOP GLO contando com a colaboração de outras OM recém experimentadas, por ser a OM que difunde o conhecimento nessa seara e deve também prover vídeos. 1
O CI GLO, pois é o centro responsável pelo desenvolvimento da doutrina deste tipo de operação. 1
CI Op GLO, tendo em visto que é o Centro de Instrução responsável por Operações de GLO. 1
28º BIL mais precisamente o CI Op GLO, porque são referência de Op de GLO. 1
Uma boa opção seria o CIGLO (campinas SP). Por sua destinação está atualizado sobre as várias operações GLO ocorridas no país e possui melhores condições de adaptá-las aos cenários gráficos.
1
CI OP GLO - 28 BIL CAMPINAS 1
CIGLO e Bda Inf Pqdt. Uma por ser a mais vocacionada e a outra, por estar atuando constantemente neste tipo de missões. 1
CIGLO e CIOpEsp. A primeira possui todo o know-how necessário para a confecção dos vídeos. Já a segunda possui adestramento e capacidade operacional suficientes para tal.
1
Estabelecimentos de ensino. AMAN, ESA, CIGS, CIOpEsp e centros de avaliação, CAAdEx e outros. 1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (O quadro completo encontra-se no ANEXO D)
32
TOTAL 42
QUADRO 32: Criação e centralização pelo CI Op GLO Fonte: o autor
Logo em seguida, a possibilidade de criação dos vídeos em qualquer OM foi
levantada por quarenta e um oficiais, alcançando um percentual de 40% da amostra,
alternativa, também, citada em entrevistas com instrutores do CCOPAB que no caso
acrescentaram que a centralização deveria ser, preferencialmente, no CI Op GLO. O
resultado é descrito no Quadro 33:
86
CATEGORIA RESPOSTAS Nr
CRIAÇÃO EM
QUALQUER OM
(40%)
Havendo um centro de simulação em cada CMA no mínimo, creio que as diversas situações a serem simuladas devem estar centralizadas nesta OM, como o que ocorre como CCOPAB.
1
Não necessariamente, mas, a produção e vídeos pela própria OM pode facilitar a atualização de cenários para diferentes missões. Talvez, se houvesse um banco de dados através do qual a OM possuidora do sistema de simulação pudesse compartilhar seus vídeos, desde que respeitadas as limitações legais (direito de imagem, direitos autorais etc), facilitasse a utilização de vídeos que padronizassem o adestramento da força e que tivessem melhor qualidade e maior realismo.
1
Uma OM por C Mil A para poder adaptar para cada região 1
Qualquer OM é capaz de produzir tais vídeos de acordo com a necessidade da missão que irá executar
1
Todas as OM, com a supervisão e atualização desses vídeos, baseados nas atualizações das TTP, sob responsabilidade do Cmdo da Brigada, dessa forma, envolvendo todo s os níveis nesse processo de aperfeiçoamento nas TTP de combate urbano dentro do contexto de Op GLO.
1
Qualquer OM que possua recursos audiovisuais, em apoio e direcionamento de tropas que já vivenciaram operações em GLO.
1
Tropas de atuação estratégica. 11 e 12 Bda e Bda Inf Pqdt. 1
OM que participam de missão real, mas não uma OM, e sim montar um equipe de militares que participaram das missões e montar um vídeo e ser difundido.
1
Em todas. Cada OM devera ter o seu e adaptado para cada adestramento diverso, frente a missão que possa surgir.
1
Bda de GLO As próprias OM que participarem do 1º contingente.
1
Poderia ser franqueado a outras unidades, sendo centralizadas e selecionadas as imagens no CIGLO ou no CCOPAB.
1
- - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
(O quadro completo encontra-se no ANEXO D) 31
TOTAL 41
QUADRO 33: Criação por qualquer OM Fonte: o autor
As opções de criação e centralização pelo CCOPAB e CAAdEx foram,
mencionadas por onze e dez dos respondentes, respectivamente, representando
10 e 9% da amostra, de modo recíproco. Os resultados acham-se apresentados
nos Quadros 34, e 35:
CATEGORIA RESPOSTA NR
CRIAÇÃO E
CENTRALIZAÇÃO
PELO CCOPAB
(10%)
CCOPAB está mais apto a conduzir este tipo de atividade. 1
O CCOPAB deveria produzir os vídeos para missão no exterior, e o CAADEX deveria produzir os vídeos para as diversas operações realizadas no território brasileiro, e todos os batalhões deveriam possuir os vídeos para o adestramento contínuo da tropa
1
CCOPAB 1
Para que a "roda gire" é necessário que continue centralizado no CCOPAB, caso contrário a burocracia e as prioridades das OM fariam o vídeo demorar demais para ficar pronto. O ideal seria que uma comissão do CCOPAB percorresse as OM em operações levantando necessidades e atualizasse os vídeos de modo centralizado. Acredito que deste modo, a produção, edição e divulgação seria mais rápida e oportuna.
1
CCOPAB e CI Op GLO. 1
Talvez outras OM operacionais estratégicas também o tenham, mas a mais apta, creio que seja o CCOPAB, mesmo
1
CCOPAB, CAADEX 1
CCOPAB, CAADEX e CIGLO. 1
Acredito que qualquer OM que esteja em preparação para uma Operação de GLO é capaz de produzir vídeos próprios após instrução centralizada dos Quadros da OM no CIGLO ou no CCOPAB. Acho também que qualquer vídeo produzido em qualquer OM deva ser centralizado
1
87
no CCOPAB, no caso de Missões de Paz, e no CIGLO, se for um contexto de Op GLO no Brasil, para melhor compartilhamento de ideias.
Creio que CCOPAB e CAAdEx sejam as mais apropriadas, sendo apoiadas por OM que são largamente empregadas em operações desta natureza, como a Bda Inf Pqdt, COPEsp, 9ª Bda Inf Es.
1
CCOPAB com o auxílio de OM que tenham participado de Op GLO (Bda Pqdt, 9º Bda Inf Mtz), tropas cariocas.
1
TOTAL 11
QUADRO 34: Criação e centralização pelo CCOPAB Fonte: o autor
CATEGORIA RESPOSTA NR
CRIAÇÃO E
CENTRALIZAÇÃO
PELO CAADEX
(9%)
A Brigada de Operações Especiais e o CAAdEx. 1
Estabelecimentos de ensino. AMAN, ESA, CIGS, CIOpEsp e centros de avaliação, CAAdEx e outros.
1
O CCOPAB deveria produzir os vídeos para missão no exterior, e o CAADEX deveria produzir os vídeos para as diversas operações realizadas no território brasileiro, e todos os batalhões deveriam possuir os vídeos para o adestramento contínuo da tropa
1
CAADEX, em razão da sua vocação para o treinamento e avaliações. 1
CCOPAB, CAADEX 1
CIGLO ou CAADEX 1
CCOPAB, CAADEX e CIGLO. 1
CIGLO e CAADEX. OM dedicadas ao desenvolvimento e avaliação de TTP para o emprego em GLO.
1
Creio que CCOPAB e CAAdEx sejam as mais apropriadas, sendo apoiadas por OM que são largamente empregadas em operações desta natureza, como a Bda Inf Pqdt, COPEsp, 9ª Bda Inf Es.
1
CIGLO. Pois é o centro com maior expertise no que tange as operações de GLO ou o CADEX que avalia as tropas do EB.
1
TOTAL 10
QUADRO 35: Criação e centralização pelo CAAdEx Fonte: o autor
Já a opção de centralização dos vídeos nos Comandos Militares de Área (C
Mil A), embora com uma menção muito pequena, merece registro, já que os C Mil A
teriam mais facilidade na disseminação dos vídeos para as suas OM subordinadas.
Pode-se verificar as respostas no Quadro 36.
CATEGORIA RESPOSTA NR
CENTRALIZAÇÃO
PELO COMANDO
MILITAR DE ÁREA
(4%)
Havendo um centro de simulação em cada CMA no mínimo, creio que as diversas situações a serem simuladas devem estar centralizadas nesta OM, como o que ocorre como CCOPAB.
1
Uma OM por C Mil A para poder adaptar para cada região 1
Acredito que o Cmdo Mil A deveriam centralizar essa produção, adequando-os a realidade Op de cada área.
1
As próprias OM devem produzir seus vídeos, uma vez que o ambiente operacional brasileiro no que se refere à Op GLO é multifacetado, sendo assim cada Btl terá suas especificidades da A Op.
1
Deveria haver um estudo centralizado para a elaboração de um vídeo institucional, as operações GLO mudam de característica (a fronteira sul é muito diferente da maré). Por se tratar de um assunto sensível, que envolve muito estudo jurídico, acredito que o cada comando militar de área deve providenciar vídeos conforme a característica da missão e as regras de engajamento utilizadas.
1
Havendo um centro de simulação em cada CMA no mínimo, creio que as diversas situações a serem simuladas devem estar centralizadas nesta OM, como o que ocorre como CCOPAB.
1
TOTAL 5
QUADRO 36: Centralização pelo Comando Militar de Área Fonte: o autor
88
Algumas das entrevistas realizadas com os oficiais instrutores do CCOPAB e
CTEx podem enriquecer o presente item, conforme se verifica nos comentários,
adiante:
- “O processo de criação dos vídeos é bastante complexo, pois necessita de
tempo e de pessoal que tenha conhecimento em edição, bem como experiência em
regras de engajamento para a criação de cenários de acordo com a realidade atual
da missão, pois os vídeos devem apresentar desfechos diferentes para a
verbalização, o uso de gás de pimenta, a utilização de munição não letal e para o
tiro real”
- “A principal dificuldade no processo de criação é tornar o vídeo realista, ter
condições de filmar no mesmo local onde deseja realizar a missão, por exemplo,
filmar no Haiti ou em uma comunidade e controlar o cenário para que as gravações
sejam boas para edições posteriores”.
Cabe, ainda, destacar neste subitem a entrevista realizada com o Maj Eng Mil
TRAJANO, do Centro Tecnológico e Inovação do Exército Brasileiro, militar que
chefiou a equipe que concebeu o Simulador de Tiro de Armas Leve (STAL),
atualmente, em utilização, em algumas Organizações Militares, da Força Terrestre,
conforme se verifica nos esclarecimentos, em seguida:
”- O STAL foi uma demanda que surgiu do Exército através do COTER. O EB
deveria desenvolver um simulador de tiro que identificasse um ponto de impacto em
uma tela de projeção. Inicialmente, sua finalidade, era simular o tiro de uma arma de
fogo em uma tela de projeção.
Hoje, o sistema é modular e pode simular Arma Leve Anticarro (ALAC), míssil
antiaéreo portátil 9K38 Igla, fuzil e pistola. O projeto teve seu iniciou em 2007, porém
efetivamente só foi concluído, em 2010. Foram necessários sete anos para seu
efetivo desenvolvimento. A principal dificuldade sempre foi à falta de recursos
financeiros.
O equipamento é relativamente simples, é só ligar o projetor, o computador e
preparar a arma. Não há necessidade de conhecimentos técnicos para colocá-lo em
funcionamento. Pode ser levado a qualquer lugar. Como uma sala de aula, que
disponho, apenas, de energia elétrica.
A manutenção é simples como qualquer computador e o suporte técnico das
armas é prestado pela empresa Spectra. O software é licenciado pela Spectra para
produção e comercialização, mas a patente pertence ao Exército. Atualmente, esta
89
sendo utilizado na AMAN, CAAdEx e no 20º RCB (SISFRON).
Para seu desenvolvimento foi investido cerca de 1,5 milhões de reais. Por ser
modular pode ser utilizado em outros tipos de simulação, inclusive adaptado a
regras de engajamento. Nesse caso, teria a capacidade de permitir a interação entre
o usuário e a ameaça simulada e emitir relatórios de desempenho.
“A adaptação para regras de engajamento implicaria em um investimento de,
aproximadamente, R$ 25.000,00 por cenário e o equipamento pronto custaria cerca
de R$ 200.000,00 a unidade, com a capacidade de utilização por 04 (quatro)
militares, ao mesmo tempo”.
90
5. CONCLUSÃO
Esta pesquisa chega ao seu final, concluindo, inicialmente, que os trabalhos
realizados por esta investigação resolveram o problema anteriormente proposto, ou
seja, definiu os parâmetros que devem ser observados no emprego da simulação
virtual, nas instruções militares de Regras de Engajamento, para apoiar o preparo de
uma subunidade em Operações de GLO.
Todavia, deve-se, ainda, ressaltar que as ideias consideradas nessa
conclusão não esgotam o assunto, pela complexidade e nível de constante
atualização e, principalmente, devido à velocidade no desenvolvimento de novas
soluções tecnológicas, no tocante a simulação virtual.
Além disso, este trabalho ampliou a compreensão sobre o tema e revelou
novas relações da simulação virtual com diversas áreas do conhecimento, nos
meios civil e militar, colaborando para a concepção de novos materiais e dando
condições para facilitar a execução de atividades que realizadas de outras formas
implicariam em alto custo financeiro e maior risco para seus executantes.
Ao mesmo tempo, esta investigação constatou, também, outros problemas,
em relação ao problema, originariamente, escolhido. O primeiro deles, é que as
praças realizam os exercícios de simulação virtual de Regras de Engajamento em
piores condições do que os oficiais, embora os sargentos, cabos e soldados sejam
empregados em bem maior número, estejam, invariavelmente, na linha de frente e
sujeitos a encarar maior quantidade de situações adversas.
Por um lado, verificou-se que os oficiais, que realizam o exercício de
simulação durante o Estágio de Preparação de Comandantes de Subunidade e de
Pelotão, no CCOPAB, têm a possibilidade de experimentar a interação automática
do tiro real, e interações convencionais de verbalização e de armamentos não letais.
De um modo geral, a simulação virtual realizada pelas praças, em dispositivos
improvisados, das suas OM, tanto na preparação para Missões de Paz quanto para
Operações de GLO, não permite, qualquer tipo de interação entre os executantes e
a ameaça simulada, prejudicando a percepção do instruendo da existência de um
enfrentamento.
Assim sendo, uma solução para essa deficiência, no treinamento das praças,
poderia ser o emprego de simuladores virtuais modulares e portáteis, percorrendo as
guarnições militares de forma itinerante, conforme já é realizado por forças policiais
91
de alguns Estados da Federação, de acordo com o descrito na revisão de literatura,
deste trabalho.
Da mesma maneira, a revisão de literatura permitiu constatar, também, que o
Programa Padrão de Instrução de Cabos e Soldados para Missões de Paz é mais
completo que o Programa de Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional
(CTTEP), possuindo uma carga horária de no mínimo oito horas para Regras de
Engajamento, enquanto que, o CTTEP tem as RE apenas como uma tarefa do
assunto Garantia da Lei e da Ordem.
A propósito, no que diz respeito às oportunidades de melhoria para as Fases
e os Objetivos de Adestramento, do SIMEB, nas Operações de GLO, este estudo
concluiu com base no resultado das entrevistas, que a preparação no quesito RE
para Missões de Paz é muito superior ao de Operações de Garantida da Lei da
Ordem.
Com efeito, tal assertiva foi corroborada pelos respondentes do questionário e
está calcada, ainda, na diferença de tempo despendido em cada uma das
atividades, na criteriosa seleção do pessoal, na maior disponibilidade de meios e
recursos financeiros, na diferença do ambiente operacional, na preparação
específica para a missão e por fim pela maior complexidade das Regras de
Engajamento, nas Op GLO.
Igualmente, a investigação sobre como são os simuladores virtuais, de
Regras de Engajamento, já empregados por militares que atuaram em Operações
de GLO e Missões de Paz, revelou que todos os equipamentos, mesmo os mais
complexos disponíveis, apresentam recursos improvisados, tal como o emprego do
armamento não letal, spray de pimenta, simulado por uma pulverização de espuma.
Desse modo, a metodologia empregada neste trabalho, em conjunto com a
bibliografia utilizada responderam cada uma das questões de estudo, inicialmente
formuladas, no sentido de atingir aos objetivos desta pesquisa, visando melhorar o
desempenho do soldado brasileiro em Missões de Paz e Operações de Garantia da
Lei e da Ordem.
De maneira idêntica, o objetivo geral dessa investigação, foi alcançando pela
definição de uma alternativa de prática virtual para o treinamento e a avaliação do
desempenho individual e coletivo dos militares que cumprem missões de GLO e
que, invariavelmente, empregam as técnicas de RE.
Essa alternativa é a utilização de simuladores virtuais de Regras de
92
Engajamento, que são ferramentas de instrução militar que podem ser empregadas,
de forma eficaz no adestramento das tropas que irão cumprir missões de Garantia
da Lei e da Ordem.
Assim sendo, seguindo o planejamento inicial, a metodologia aplicada para
localizar os dados desta pesquisa foi, apenas, a utilização do referencial bibliográfico
e documental, entrevistas exploratórias com especialistas e observações.
No entanto, no decorrer das atividades, houve a necessidade da aplicação de
um questionário, visando identificar a interseção das informações colhidas dos
peritos, por intermédio das entrevistas, com as exigências levantadas pelos
executantes.
Por sua vez, a bibliográfica selecionada correspondeu às expectativas deste
estudo, no que se refere ao levantamento das carências e oportunidades de
melhoria na execução da instrução militar de Regras de Engajamento, com o intuito
de aperfeiçoar o emprego da Força Terrestre nas Operações de Garantia da Lei e
da Ordem e Missões de Paz, colaborando para alcançar os objetivos específicos,
desta investigação.
Os diferentes autores pesquisados que tiveram suas obras lidas, analisadas e
comparadas deram as informações preliminares que serviram de base para o
entendimento, apropriado, a respeito dos diversos aspectos relativos a simulação, a
simulação virtual e a simulação aumentada, facilitando a formulação das entrevistas
e dos questionários utilizados na pesquisa de campo.
No que diz respeito às dificuldades a serem enfrentadas para a implantação
de um simulador virtual em uma Organização Militar do Exército Brasileiro, verificou-
se que a falta de recursos financeiros, para aquisição e manutenção dos
dispositivos, foi o fator mais considerado na pesquisa de campo.
Nesse caso, devido ao custo elevado desses equipamentos poder-se-ia
centralizá-los em Grandes Unidades ou até mesmo em Comandos Militares de Área,
racionalizando seu emprego e permitindo que um maior número de profissionais
executasse um treinamento de melhor qualidade.
Este estudo averiguou, ainda, quais as Organizações Militares deveriam
produzir e centralizar os vídeos empregados nos equipamentos de simulação virtual,
pois constatou a dificuldade na produção dessas mídias e, ainda, a carência de
pessoal especializado e em condições de operar os equipamentos e solucionar
problemas.
93
Neste quesito, a pesquisa revelou que a concepção poderia ser atribuída a
qualquer Organização Militar, no entanto a centralização mais adequada deveria ser
delegada ao Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem,
facilitando o envio do material e a difusão para as Organizações Militares
interessadas.
A pesquisa de campo revelou que o fator mais importante segundo os
respondentes do questionário é à capacidade desse dispositivo apresentar vários
cenários e diversas situações. Em segundo lugar o realismo foi a característica mais
valorizada.
Além disso, também, foram levantados como aspectos relevantes nesses
equipamentos: a capacidade de permitir a interação entre o usuário e a ameaça
simulada; o baixo custo de aquisição e manutenção; e a simplicidade, sendo essas
as mais significativas contribuições dessa pesquisa para o desenvolvimento das
ciências militares.
Acerca dos benefícios do emprego da simulação virtual nas instruções de
Regras de Engajamento identificados por militares, com experiência em Operações
de Garantia da Lei e da Ordem e Missões de Paz, destacaram-se, neste estudo, o
discernimento do uso da força e o aumento da velocidade de reação em situações
adversas.
Ademais, esta pesquisa identificou que a utilização do simulador virtual
aperfeiçoa os aspectos da autoconfiança, destreza com o armamento e
autocontrole, ratificando os resultados das entrevistas realizadas com técnicos
especialistas e oficiais instrutores do CAAdEx e CCOPAB.
Por tudo isto, esta investigação sente-se em condições de recomendar às
Unidades Militares que ainda não utilizam a simulação virtual, essa oportunidade de
melhoria, na sua instrução e preparação, concluindo que esta ferramenta é um
passo intermediário entre a instrução teórica e o exercício prático.
De maneira idêntica, a revisão de literatura ratificou essa assertiva ao
mencionar o Triângulo de Treinamento das etapas do FAPV, utilizado pelo exército
americano, que corrobora a posição da simulação virtual entre a instrução expositiva
ou tradicional e as simulações construtiva e viva, realizadas, ao final da preparação.
No tocante, as soluções tecnológicas, físicas, pedagógicas e orçamentárias
que militares do EB e ou integrantes do SCTIEx consideraram necessárias para o
desenvolvimento e emprego de um simulador virtual de RE, para uma subunidade,
94
destacaram-se as informações prestadas pelo Maj Eng Mil TRAJANO ALENCAR DE
ARAUJO COSTA, do CTEx.
O Maj TRAJANO chefiou a equipe que concebeu o Simulador de Tiro e Armas
Leve (STAL) e esclareceu que esse equipamento pode ser utilizado em outros tipos
de simulação, inclusive adaptado às RE. Nesse caso, teria a capacidade de permitir
a interação entre o usuário e a ameaça simulada e emitir relatórios de desempenho
dos instruendos.
O trabalho mostrou que essa adaptação para Regras de Engajamento
implicaria em um investimento de, aproximadamente, vinte e cinco mil reais e o
equipamento pronto custaria cerca de duzentos mil reais a unidade, tendo a
capacidade de ser utilizado por quatro militares, ao mesmo tempo.
Esse dilema é resolvido, em principio e em parte, com a aquisição de, pelo
menos, um STAL, por Comando Militar de Área, adaptado para o emprego no
treinamento de Regras de Engajamento, o que contribuiria sobremaneira para a
melhoria do desempenho das tropas do EB empregadas em Operações de GLO e
Missões de Paz.
Muito embora, não seja o foco desta pesquisa pode-se, ainda, mencionar
como uma investigação de interesse do EB, no que se refere à simulação virtual,
nas Operações de GLO, o emprego desse meio auxiliar de instrução em atividades
relativas ao tiro embarcado de aeronaves e veículos, no contexto das instruções de
Regras de Engajamento.
Vale lembrar que esses exercícios de tiro, pelas suas características são de
difícil execução, implicando na escolha de um local adequado e empregando
medidas de segurança bastante restritivas, o que poderia ser substituído com
vantagem pela utilização de simuladores virtuais, acarretando na econômica de
recursos financeiros e evitando riscos.
Com efeito, esse tema poderá ser objeto de uma nova pesquisa voltada ao
adestramento na utilização de armamento individual e coletivo, favorecendo o
emprego da Força Terrestre em Missões de Paz e Operações de Garantia da Lei e
da Ordem.
Com base no que foi discutido, o autor do presente trabalho apresenta as
seguintes sugestões:
a. pesquisar as diferenças apresentadas entre todas as respostas dos
questionários, entrevistas exploratórias com especialistas e bibliográfica
95
especializada no assunto;
b. estender os estudos para outras formas de simulação, tal como, a
aumentada, a fim de verificar se tal ferramenta pode ser aplicada nas instruções de
Regras de Engajamento;
c. ampliar as ações de comando quanto ao investimento e utilização do
emprego da simulação virtual para o adestramento de uma subunidade em
operações de Garantida da Lei e da Ordem, até mesmo, através da utilização de
simuladores improvisados;
d. realizar novas investigações e estudos para apurar as soluções
tecnológicas, físicas, pedagógicas e orçamentárias para descobrir se o, atual,
emprego dos simuladores virtuais está sendo vantajoso e eficiente; e
e. investigar o motivo e o porquê da ausência do emprego de simuladores
virtuais de Regras de Engajamento na preparação de subunidades designadas para
Missões de Paz e Operações de GLO.
Finalmente, recomenda-se elaborar publicações, manuais e cadernos de
instrução que apresentem os resultados das pesquisas retro mencionadas como
forma de contribuir para o enriquecimento da doutrina militar brasileira para o
emprego de efetivos em Missões de Paz e Operações de GLO, com base no
documento apresentado, no Apêndice H - Caderno de Instrução destinado a orientar
aqueles que ministram sessões de instrução militar voltadas para o adestramento
em Regras de Engajamento.
Em assim sendo, chega-se, neste ponto ao final da presente investigação
que respondeu, por intermédio da pesquisa de campo, as questões de estudo,
visando encontrar respostas adequadas para solucionar o problema, anteriormente
formulado, que consistiu na definição dos parâmetros que devem ser observados no
emprego da simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento.
Ademais, levantou subsídios para o desenvolvimento e a futura
implementação de um simulador virtual nacional, a um custo, que permita a
aquisição por um maior número de OM, já que, hoje, a maioria dos simuladores
virtuais, normalmente importados, encontra-se em Escolas Militares e Centros de
Instrução.
Em última análise, considerando o continuado emprego do Exército Brasileiro
em ações de combate ao crime organizado, enfrentando agentes perturbadores da
ordem pública, sob os questionamentos da mídia e os olhos atentos da população,
96
recomenda-se que a pesquisa dos assuntos relacionados a simuladores virtuais
como ferramentas de instrução militar e emprego de equipamentos para o
adestramento de Regras de Engajamento seja incentivada, e os conhecimentos
sejam disseminados nos Centros de Instrução e nas Escolas Militares.
97
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Brasileiro para a condução da análise das considerações civis em operações
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98
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mar. 2017.
102
GLOSSÁRIO
Adestramento: Conjunto de atividades realizadas para desenvolver ou treinar
capacidades individuais ou coletivas que contribuirão para que uma Organização
Militar (OM) atinja a condição de participar de Operações Militares (BRASIL, 2012,
p.1-3).
Agente Perturbador da Ordem Pública: Pessoas, grupos de pessoas ou
organizações cuja atuação comprometa a preservação da ordem pública ou a
incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Arma Leve Anticarro (ALAC): Canhão Anticarro 84 mm de ombro projetado
para uso individual no combate anticarro aproximado, produzido pelo Centro
Tecnológico do Exército Brasileiro(CTEx) em parceria com a Gespi Aeronáutica.
Briefings: Descrever de maneira concisa a tarefa a ser executada.
Caderno de instrução: Publicação padronizada do Exército Brasileiro que tem
por objetivo orientar a instrução de táticas, técnicas e procedimentos, relativa a
assunto específico.
Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB): Centro sediado
no Rio de Janeiro – RJ, que repara os militares da Forças Armadas e Forças
Auxiliares para todas as missões de Paz. Foi criado em 2010, a partir da estrutura
do Centro de Instrução de Operações de Paz do Exército Brasileiro.
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem (CI Op
GLO): Centro sediado em Campinas – SP, que contribuir para a pesquisa, o
desenvolvimento e a avaliação da doutrina de emprego da Força Terrestre, no
tocante às Op GLO. Planeja e conduz cursos e estágios, visando à especialização e
ao adestramento de militares, de pequenas frações, de pelotões, de subunidades e
de unidades para o cumprimento de Op GLO.
Comando de Operações Terrestres (COTER): Órgão de Direção Setorial
Operacional que orienta e coordena o preparo e o emprego da Força Terrestre, em
conformidade com as políticas e diretrizes estratégicas do Exército.
Considerações Civis: "são traduzidas pela influência das instituições civis, das
atitudes e atividades das lideranças civis, da população, da opinião pública, do meio
ambiente, de infraestruturas construídas pelo homem, das agências civis, com
103
capacidade de influir e formar opiniões entre os nacionais ou internacionais, no
Espaço de Batalha (BRASIL, 2014c, p. 3-15)."
Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx): Órgão de Direção
Setorial que coordena o Sistema de Ensino Militar que voltado para formar,
aperfeiçoar, especializar ampliar os conhecimentos profissionais dos militares de
carreira.
Espaço de Batalha: Espaço geográfico onde são desenvolvidas as operações
militares
Estado Final Desejado: Situação política ou militar a ser alcançada ao final
das operações
Estresse: Conjunto de perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por
vários agentes agressores.
Feedback: Significa dar uma resposta (retorno) de uma tarefa avaliada, ela
pode ser positiva ou negativa.
Força oponente (ForOp): Força criada para testar/avaliar outras forças de
diferentes formação, incluindo tropas de infantaria, de cavalaria, engenharia e
operações especiais do EB.
Fração: Pequeno grupo de homens com a possibilidade de emprego tático.
Imersão: Sensação atingida quando o aprendiz se sente dentro de uma
realidade fictícia, criada através de recursos tecnológicos, como: gráficos e
projeções.
Instrução individual e de adestramento: Fases de Instrução Individual e de
Adestramento, O ano de instrução do Exército Brasileiro é dividido em duas fases.
Inicia-se pela Fase de Instrução Individual.
Legalidade: Uso da força para a execução de um objetivo de acordo com os
mandamentos da lei (BRASIL, 2014d).
Meio auxiliar de instrução: Material que contribui para facilitar o aprendizado,
como por exemplo, um projetor de slides.
Memento: Escrito em que são resumidas as partes essenciais de um assunto.
Míssil antiaéreo portátil 9K38 Igla: Sistema portátil de lançamento de mísseis
terra-ar desenvolvido e produzido pela União Soviética e posteriormente
pela Rússia.
Níveis decisórios: São os diversos níveis de emprego militar de acordo com
as responsabilidades e competências
104
Nível estratégico: "Transforma as condicionantes e as diretrizes políticas em
ações estratégicas, voltadas para os ambientes externo e interno, a serem
desenvolvidas, setorialmente pelos diversos ministérios, de maneira coordenada
com as ações da expressão militar (BRASIL,2014b, p. 5-7)."
Nível político: Representado pelo Presidente da República que tem como
órgão de assessoramento o Conselho de Defesa Nacional. Estabelece os objetivos
estratégicos do conflito (BRASIL, 2014b).
Normas de conduta: Conduta dos militares seguindo os preceitos sociais e
legais da Área de Operações.
Objetivos de adestramento: Objetivo que deve ser realizados em cada
instrução de combate e é caracterizado por três elementos que são: a tarefa a ser
executada, as condições de execução e o padrão mínimo que deve ser atingido
(BRASIL, 2001).
Objetivo individual de instrução (OII): Grau de aprendizagem do instruendo na
instrução militar e pressupõe a realização de uma tarefa, em determinada condição
para atingir um padrão mínimo.
Operação de não guerra - Operação executada pelas Forças Armadas em
que não são empregados todos os meios bélicos disponíveis em observância a
normas legais.
Princípio da distinção: Deve-se ser estabelecida a distinção entre
combatentes e não combatentes. Somente objetivos militares e os combatentes
poderão ser atacados.
Proporcionalidade: Aplicação da força letal ou não letal em intensidade e
duração compatíveis com o nível da ameaça (BRASIL, 2014d).
Razoabilidade: Emprego de meios compatíveis com os com objetivos
buscados (BRASIL, 2014d).
Regras de engajamento: Regras estabelecidas com o propósito de regular o
uso do armamento e o emprego da força letal, dentro de parâmetros jurídicos
preestabelecidos (BRASIL,2012b, p.2).
Serious games: Jogos sérios tem o objetivo principal é o aprendizado ou
treinamento, sendo esse processo reforçado pelo estímulo, competição e diversão
(PONTES, 2013).
Sistema de Instrução Militar do Exército (SIMEB): Sistema que integra o
Ensino Profissional no Exército Brasileiro que é voltado para o adestramento da
105
Força Terrestre como instrumento de combate, para a formação dos Sargentos
temporários, Cabos e Soldados
Sistema de Simulação do Exército Brasileiro: Sistema que estabelece a
sistematização dos procedimentos para a obtenção, integração e modernização de
simuladores ao Exército Brasileiro visando o ensino militar e a economia de recursos
financeiros.
106
APÊNDICE A - Roteiro de perguntas de entrevistas com oficiais que operaram
simuladores improvisados de tiro e de Regras de Engajamento
Entrevistador: _____________________________________________________
Entrevistado:______________________________________________________
Contingente na MINUSTAH:__________________________________________
Data:________________________
Local:________________________
O presente instrumento é parte integrante da dissertação de mestrado em
Ciências Militares do Cap Inf Juliano Dill de Almeida Cardoso, cujo tema é a
Simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento para a preparação
das operações de Garantia da Lei e da Ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real.
Este trabalho se propõe a identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções de RE, visando
melhorar o adestramento das subunidades em operações de GLO.
Esta entrevista tem por finalidade levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento. O
pesquisador, por sua vez, garante que as informações apresentadas serão mantidas
em sigilo.
A vossa colaboração é fundamental para consolidar os trabalhos de pesquisa
e concluir sobre os benefícios e forma de emprego das ferramentas de simulação,
podendo contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos de simulação
no Exército Brasileiro.
Perguntas:
1) Durante a preparação para a Missão de Paz do Haiti, no CCOPAB, o senhor
executou exercícios no simulador virtual de RE?
2) O senhor consegue descrever esse equipamento?
3) Quais os incidentes reproduzidos naquele simulador?
4) Na execução do exercício houve o emprego de armamento letal e não letal?
5) O senhor sentiu falta de algum incidente que não foi realizado no simulador?
107
Qual?
6) Que outros materiais poderiam aperfeiçoar o simulador do CCOPAB?
(Software, Hardware e etc.)
7) O senhor percebeu melhorias do seu desempenho após o exercício tático
virtual? (Se sim, quais?)
8) Como foi realizada a simulação para militares da sua OM que não executaram
o exercício no CCOPAB?
9) Quais seriam os matérias e equipamentos necessários para a montagem de
um simulador de RE, na sua OM?
10) Na sua OM, o exercício de simulação para a Missão de Paz foi,
posteriormente, aplicado na preparação para as Operações de GLO? Foram
utilizados os mesmos vídeos ou criados novos?
11) Durante as operações, propriamente ditas, o senhor percebeu a melhoria na
execução dos seus procedimentos, tal como, a tomada de decisões?
12) Há uma evolução no aspecto autoconfiança dos militares, após o exercício
tático virtual?
13) Quais os avanços na área psicomotora podem ser notados após o exercício
virtual? (o senhor verificou um melhor manejo do armamento?)
14) O que poderia ser aperfeiçoado no exercício de simulação virtual?
15) O senhor conhece algum outro modelo de simulador? Qual?
16) Quais as situações podem ser acrescentadas ao simulador?
17) A simulação esclareceu alguma dúvida de procedimento?
18) Qual o principal benefício advindo da utilização do simulador?
19) O senhor considera satisfatórios os atuais objetivos individuais de instrução
(tarefa, condição e padrão mínimo) do PPI CTTEP para as RE? Por quê?
20) Como o senhor imagina que serão os simuladores virtuais de RE, daqui a 10
anos?
Desde já agradeço a atenção e o tempo disponibilizado.
108
APÊNDICE B - Roteiro de perguntas de entrevistas com praças que utilizaram
simuladores como ferramenta de instrução de Regras de Engajamento
O presente instrumento é parte integrante da dissertação de mestrado em
Ciências Militares do Cap Inf Juliano Dill de Almeida Cardoso, cujo tema é a
Simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento para a preparação
das operações de Garantia da Lei e da Ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real.
Este trabalho se propõe a identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções de RE, visando
melhorar o adestramento das subunidades em operações de GLO.
Esta entrevista tem por finalidade levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento. O
pesquisador, por sua vez, garante que as informações apresentadas serão mantidas
em sigilo.
A vossa colaboração é fundamental para consolidar os trabalhos de pesquisa
e concluir sobre os benefícios e forma de emprego das ferramentas de simulação,
podendo contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos de simulação
no Exército Brasileiro.
Data:_____________________________
Local:_____________________________
Entrevistado:______________________________________________________
Graduação:_____________________________________
Unidade:_______________________________________
Perguntas:
1) O senhor se interessa por jogos eletrônicos? Quais jogos?
2) Como foi a sua preparação para a Operação de Garantia da Lei e da Ordem
em 2016?
3) Como foram as instruções teóricas sobre regras de engajamento?
4) Como foram as instruções práticas sobre regras de engajamento?
5) Como foram as instruções práticas sobre regras de engajamento utilizando
109
simulador virtual?
6) A simulação parecia realista? Os sons e imagens eram claros?
7) Senhor se sentiu “dentro” (imerso) da simulação? Como foi isso?
8) Qual a diferença que senhor achou entre a instrução prática com a figuração
e instrução prática no simulador?
9) O senhor conseguiu distinguir as ameaças e os civis inocentes? Teve alguma
dificuldade? Qual?
10) O senhor errou algum procedimento ou agiu no momento inoportuno? Qual?
E por quê?
11) O senhor acha que o emprego desse simulador ajudou na sua autoconfiança,
você se sentiu mais seguro?
12) O senhor ainda tem alguma dúvida sobre o emprego proporcional da força?
Qual?
13) O que senhor acha do simulador como ferramenta de ensino?
14) O que poderia ser melhorado no simulador virtual de Regras de Engajamento,
no futuro?
Desde já agradeço a atenção e o tempo disponibilizado.
110
APÊNDICE C - Roteiro de perguntas de entrevistas com praças que não utilizaram
simuladores como ferramenta de instrução de Regras de Engajamento
O presente instrumento é parte integrante da dissertação de mestrado em
Ciências Militares do Cap Inf Juliano Dill de Almeida Cardoso, cujo tema é a
Simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento para a preparação
das operações de Garantia da Lei e da Ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real.
Este trabalho se propõe a identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções de RE, visando
melhorar o adestramento das subunidades em operações de GLO.
Esta entrevista tem por finalidade levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento. O
pesquisador, por sua vez, garante que as informações apresentadas serão mantidas
em sigilo.
A vossa colaboração é fundamental para consolidar os trabalhos de pesquisa
e concluir sobre os benefícios e forma de emprego das ferramentas de simulação,
podendo contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos de simulação
no Exército Brasileiro.
Data:_____________________________
Local:_____________________________
Entrevistado:______________________________________________________
Graduação:_________________________________________
Unidade:___________________________________________
Perguntas:
1) O senhor se interessa por jogos eletrônicos? Quais jogos?
2) Como foi a sua preparação para a Operação de Garantia da Lei e da Ordem,
em 2016?
3) O senhor teve instruções teóricas sobre regras de engajamento?
4) O senhor teve instruções práticas sobre regras de engajamento?
5) O senhor teve instruções práticas sobre regras de engajamento, utilizando
111
simulador virtual?
6) O senhor gostaria de ter utilizado um simulador virtual na sua preparação?
Por quê? (Mostrar vídeo do emprego do simulador virtual na instrução de RE)
7) O senhor acha que o emprego desse simulador ajudaria na sua
autoconfiança?
8) O senhor ainda tem alguma dúvida sobre o emprego da força ou o momento
de agir quando se deparar com uma ameaça? Qual?
9) O que poderia ser melhorado nas instruções de Regras de Engajamento?
Desde já agradeço a atenção e o tempo disponibilizado.
112
APÊNDICE D - Roteiro de perguntas de entrevistas com instrutores (oficiais,
subtenentes ou sargentos) que operam simuladores de tiro e Regras de
Engajamento no CCOPAB
O presente instrumento é parte integrante da dissertação de mestrado em
Ciências militares do Cap Inf Juliano Dill de Almeida Cardoso, cujo tema é a
Simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento para a preparação
das operações de Garantia da Lei e da Ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real.
Este trabalho se propõe a identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções de RE, visando
melhorar o adestramento das subunidades em operações de GLO.
Esta entrevista tem por finalidade levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento. O
pesquisador, por sua vez, garante que as informações apresentadas serão mantidas
em sigilo.
A vossa colaboração é fundamental para consolidar os trabalhos de pesquisa
e concluir sobre os benefícios e forma de emprego das ferramentas de simulação,
podendo contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos de simulação
no Exército Brasileiro.
Entrevistador: _____________________________________________________
Entrevistado:______________________________________________________
Posto ou Grad: ______________________________
Data:________________________
Local:________________________
Perguntas:
1) Como surgiu o simulador de RE no CCOPAB?
2) Qual o software utilizado no simulador? É importado?
3) Qual a finalidade original desse dispositivo de simulação?
4) Qual foi o investimento na aquisição do equipamento?
5) Como são criadas as simulações para as instruções de Regras de
113
Engajamento?
6) Quais as principais dificuldades no processo de criação?
7) Quais as principais situações de conduta criadas no CCOPAB?
8) Há o apoio jurídico na elaboração dos vídeos encenados?
9) Qual o custo de manutenção e suporte do equipamento?
10) Como o instruendo é avaliado? O simulador emite relatórios?
11) Há interação entre o instruendo e a ameaça simulada?
12) O senhor identifica uma melhora significativa no desempenho do militar
após o exercício, no simulador de RE?
Desde já agradeço a atenção e o tempo disponibilizado.
114
APÊNDICE E - Roteiro de perguntas de entrevistas com militares que desenvolvem
simuladores no Centro Tecnológico do Exército (CTEx)
O presente instrumento é parte integrante da dissertação de mestrado em
Ciências Militares do Cap Inf Juliano Dill de Almeida Cardoso, cujo tema é a
Simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento para a preparação
das operações de Garantia da Lei e da Ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real.
Este trabalho se propõe a identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções de RE, visando
melhorar o adestramento das subunidades em operações de GLO.
Esta entrevista tem por finalidade levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento. O
pesquisador, por sua vez, garante que as informações apresentadas serão mantidas
em sigilo.
A vossa colaboração é fundamental para consolidar os trabalhos de pesquisa
e concluir sobre os benefícios e forma de emprego das ferramentas de simulação,
podendo contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos de simulação
no Exército Brasileiro.
Data:_____________________________
Local:_____________________________
Entrevistado:______________________________________________________
Posto:_________________________________________
Unidade:_______________________________________
1) Qual foi a origem do STAL?
2) Qual a sua finalidade?
3) Qual foi o prazo de desenvolvimento?
4) Qual foi a principal dificuldade no projeto?
5) Há alguma funcionalidade que poderia ser melhorada?
6) O equipamento é fácil e rápido de montar?
115
7) Qual é a sua mobilidade? É de fácil transporte?
8) Para sua instalação há a necessidade de local com alguma preparação
técnica?
9) Para o funcionamento há a necessidade de conexão com a internet?
10) Como é a manutenção ou suporte técnico?
11) O software necessita de licença ou é aberto?
12) O STAL funciona em qualquer sistema operacional de computador?
13) Atualmente, onde ele está sendo utilizado?
14) Para utilizar o simulador, os militares necessitam de conhecimento técnico?
15) Qual o investimento financeiro para o desenvolvimento do STAL?
16) Há algum planejamento de atualização ou aperfeiçoamento do simulador?
17) Ele poderia ser utilizado em outros tipos de simulação?
18) Ele poderia ser adaptado à simulação de Regras de Engajamento?
19) Essa adaptação permitiria a interação do usuário com a ameaça simulada?
20) O simulador teria a capacidade de emitir um relatório de desempenho?
21) Qual seria o custo do desenvolvimento dessa adaptação?
22) Depois de feita a adaptação qual seria o custo de aquisição por uma OM?
Desde já agradeço a atenção e o tempo disponibilizado.
116
APÊNDICE F - Roteiro de perguntas de entrevista com o oficial que opera o
Simulador de Armas Leves (STAL) no Centro de Avaliação de Adestramento do
Exército (CAAdEX)
O presente instrumento é parte integrante da dissertação de mestrado em
Ciências Militares do Cap Inf Juliano Dill de Almeida Cardoso, cujo tema é a
Simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento para a preparação
das operações de Garantia da Lei e da Ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real.
Este trabalho se propõe a identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções de RE, visando
melhorar o adestramento das subunidades em operações de GLO.
Esta entrevista tem por finalidade levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento. O
pesquisador, por sua vez, garante que as informações apresentadas serão mantidas
em sigilo.
A vossa colaboração é fundamental para consolidar os trabalhos de pesquisa
e concluir sobre os benefícios e forma de emprego das ferramentas de simulação,
podendo contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos de simulação
no Exército Brasileiro.
Data:_____________________________
Local:_____________________________
Entrevistado:______________________________________________________
Posto:_________________________________________
Unidade:_______________________________________
1) Quando o CAAdEx adquiriu o STAL?
2) Qual a finalidade desse simulador?
3) Como é realizada a operação do equipamento?
4) Quais os militares que realizam os exercícios no simulador?
5) Como os instruendos são avaliados?
117
6) Os militares têm facilidade de realizar o exercício de simulação?
7) Há interação entre o avaliado e a ameaça simulada?
8) O senhor identifica significativa melhora no desempenho dos militares, após o
exercício de simulação?
9) É produzido um relatório de desempenho dos militares avaliados?
10) O senhor vê possibilidade de adaptação do STAL para instruções de RE?
118
APÊNDICE G - Questionário destinado a levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento.
O presente instrumento é parte integrante da dissertação de mestrado em
Ciências Militares do Cap Inf Juliano Dill de Almeida Cardoso, cujo tema é a
Simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento para a preparação
das operações de Garantia da Lei e da Ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real.
Este trabalho se propõe a identificar os parâmetros que devem ser
observados no emprego da simulação virtual nas instruções de Regras de
Engajamento, visando melhorar o adestramento das subunidades em operações de
Garantia da Lei e da Ordem.
Este questionário tem por finalidade levantar informações e dados relativos ao
emprego da simulação de virtual em instruções de regras de engajamento. O
pesquisador, por sua vez, garante que as informações apresentadas serão mantidas
em sigilo.
A vossa colaboração é fundamental para consolidar os trabalhos de pesquisa
e concluir sobre os benefícios e forma de emprego das ferramentas de simulação,
podendo contribuir para o desenvolvimento e implantação de projetos de simulação
no Exército Brasileiro.
1. O senhor participou da Missão de Paz do Haiti? ( ) Sim.(Em caso afirmativo, qual foi o seu contingente e sua função?) ______________________________________________________ ( ) Não
2. O senhor participou de Operações de Garantia da Lei e da Ordem?
( ) Sim. (No caso de ter participado em mais de uma, qual das Operações o senhor considera a mais importante?
_______________________________________________________ ( ) Não
3. Caso o senhor tenha participado da Missão de Paz do Haiti, no que diz respeito ao quesito Regras de Engajamento, durante a preparação para a operação, qual o grau de 1 a 5, o senhor atribui para o nível de adestramento alcançado? (Sendo 5 muito bom e 1péssimo)
( ) 5 ( ) 4 ( ) 3 ( ) 2 ( ) 1 4. Caso o senhor tenha participado de uma missão de GLO, no que diz
119
respeito ao quesito Regras de Engajamento, durante a preparação para a operação, qual o grau de 1 a 5, o senhor atribui para o nível do adestramento alcançado? (Sendo 5 muito bom e 1péssimo)
( ) 5 ( ) 4 ( ) 3 ( ) 2 ( ) 1 5. Caso o senhor tenha participado da Missão de Paz do Haiti e de Missões de GLO, o senhor notou diferença no nível de adestramento em Regras de Engajamento? Em caso afirmativo, quais fatores o senhor atribui a diferença do nível de adestramento, comparando suas duas participações?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Caso o senhor tenha utilizado o simulador virtual nas instruções de Regras Engajamento, considera importante o emprego dessa ferramenta?
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo ( ) Nem concordo, nem discordo ( ) Discordo ( ) Discordo totalmente ( ) Não utilizei o simulador
7. Com relação ao emprego da simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento, enumere, todos os aspectos, de 1 a 5, de acordo a sua relevância (5 deve ser o aspecto mais importante e 1 o menos importante):
( ) Autoconfiança ( ) Discernimento do uso da força ( ) Velocidade de reação ( ) Destreza com o armamento ( ) Autocontrole
8. Na opinião do senhor, quais as características e capacidades que deve possuir um simulador virtual de Regras de Engajamento a ser instalado em uma OM, valor Batalhão?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9. Na opinião do senhor, quais as maiores dificuldades a serem enfrentadas na implantação do equipamento retro mencionado? Por quê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10. Os simuladores virtuais de Regras de Engajamento, para Missões de Paz, utilizam vídeos produzidos e centralizados pelo CCOPAB. Na visão do senhor, quais OM deveriam produzir e centralizar os vídeos para as Operações de GLO? Por quê?
____________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________
120
APENDICE H - Caderno de Instrução destinado a orientar aqueles que ministram
sessões de instrução militar voltadas para o adestramento em Regras de
Engajamento
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS
CADERNO DE INSTRUÇÃO
SIMULADOR VIRTUAL DE REGRAS DE ENGAJAMENTO
121
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Pág
CAPÍTULO 1 – PRESSUPOSTOS
ARTIGO I - Introdução ................................................................................ 1 - 1
1-1. Finalidade .............................................................................................. 1 - 1
1-2. Objetivo ................................................................................................. 1 - 1
1-3. Referências ........................................................................................... 1 - 1
1-4. Antecedentes ......................................................................................... 1 - 1
1-5. Conceitos ............................................................................................... 1 - 1
ARTIGO II - A Simulação virtual ................................................................ 1 - 1
1-6. As Modalidades de simulação ............................................................... 1 - 1
1-7. As Aplicações militares dos simuladores virtuais .................................. 1 - 1
1-8. A simulação virtual no uso proporcional da força .................................. 1 - 1
CAPÍTULO 2 - O SIMULADOR VIRTUAL DE REGRAS DE ENGAJAMENTO
ARTIGO I - A Simulação na Força Terrestre ............................................ 2 - 1
2-1. O emprego da simulação no Exército Brasileiro ................................... 2 - 1
2-2. O Estágio atual da simulação virtual no EB .......................................... 2 - 1
2-3. A experiência do CCOPAB ................................................................... 2 - 1
ARTIGO II - Requisitos e dificuldades para a implantação de um simulador
virtual ......................................................................................................... 2 - 1
2-4. Características de um simulador virtual ............................................... 2 - 1
2-5. Dificuldades para a implementação ...................................................... 2 - 1
CAPÍTULO 3 – UM SIMULADOR VIRTUAL IMPROVISADO
ARTIGO I - Escolha do local .................................................................... 3 - 1
122
3-1. Generalidades ....................................................................................... 3 - 1
3-2. Características do local ......................................................................... 3 - 1
ARTIGO II - Material empregado ............................................................... 3 - 1
3-3. Relação de material ............................................................................... 3 - 1
ARTIGO III - Definição dos incidentes ...................................................... 3 - 1
3-4. Possibilidades de emprego da OM ........................................................ 3 - 1
3-5. Situações mais prováveis ..................................................................... 3 - 1
ARTIGO IV - Elaboração dos vídeos ......................................................... 3 - 1
3-6. Aproveitamento dos vídeos existentes .................................................. 3 - 1
3-7. Filmagem e edição ................................................................................ 3 - 1
CAPÍTULO 4 – RELATÓRIOS DE DESEMPENHO E LIÇÕES APRENDIDAS
4-1. Generalidades ....................................................................................... 4 - 1
4-2. Documentos a elaborar ........................................................................ 4 - 1
123
CAPITULO 1
PRESSUPOSTOS
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
1-1. FINALIDADE
Este Caderno de Instrução destina-se a orientar aqueles que ministram
sessões de instrução militar (IM) voltadas para o adestramento em Regras de
Engajamento (RE), na preparação para Missões de Paz e Operações de Garantia da
Lei e da Ordem (GLO).
O presente trabalho teve como base a dissertação de mestrado ”A
Simulação virtual nas instruções de regras de engajamento para a preparação
das operações de garantia da lei e da ordem: uma avaliação da ferramenta de
aprendizado no ambiente real” elaborada por um capitão aluno da Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e visa contribuir para o aperfeiçoamento do
desempenho dos contingentes designados para missões dessa natureza.
Trata-se de um documento aberto à colaboração de todos os militares que
tenham o interesse em contribuir para o aperfeiçoamento deste Caderno de
Instrução. Portanto, aqueles que tiverem contribuições a fazer, devem entrar em
contato com a Divisão de pós-graduação da EsAO.
1-2. OBJETIVO
O objetivo é apresentar aos usuários às modalidades de simulação, as
aplicações militares dos simuladores virtuais, a simulação virtual no uso proporcional
da força e a situação atual da simulação no Exército Brasileiro e, por fim, fornecer
subsídios para a montagem de um simulador virtual improvisado que permita o
treinamento de Regras de Engajamento em uma Organização Militar (OM), valor
Batalhão.
124
1-3. REFERÊNCIAS
a. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988;
b. CTTEP - programa-padrão de instrução – capacitação técnica e tática do
efetivo profissional. 2009;
c. Discrete-Event System Simulation. 4. ed. BANKS, Jerry. NELSON, John S.
Carson II Barry L. NICOL, David M. 2001;
d. EB70-CI-11.405 - caderno de instrução de emprego da simulação. 1. ed.
2015;
e. Guia para a elaboração de lições aprendidas. RUEGG, Caio. 2009;
f. INFORMOCA. Ano I, 1ª Edição, 1º Trimestre. 2016;
g. MD33-M-10 - garantia da lei e da ordem. 1. Ed. 2014d;
h. Missão no Haiti torna Brasil referência em treinamento de forças de paz.
WILTGEN, Guilherme. 2015;
i. O papel da ciência e tecnologia no processo de transformação do Exército
Brasileiro. BÔAS, Eduardo Dias da Costa Villas. 2016;
j. Portaria Nr 32, de 11 de setembro de 2012c. Aprova a Diretriz de Iniciação
do Projeto de Transformação do Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército
(SCTEx);
l. Regras de Engajamento e Normas de Conduta do Comando de Operações
Especiais. 2012b;
m. Seis dicas para produzir vídeos de forma rápida e fácil. SAMBATECH.
2016;
n. Serious games - jogos e educação. LEMES, David de Oliveira. 2014;
o. Serious games - você ainda jogará um. PONTES, Herleson. 2013;
p. Tudo que você precisa saber sobre psicologia: um livro prático sobre o
estudo da mente humana. KLEINMAN, Paul. Traduzido por: Leonardo Abramowicz.
1. ed. 2015;
q. Virtual combat. WARWICK, Graham.1995;
125
r. Virtual Reality: State of Military Research and Applications in Member
Countries. NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION. 2003.
1-4. ANTECENDENTES
As Forças Armadas brasileiras, a partir dos anos 2000, passaram a ser
largamente empregadas em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO),
contra o crime organizado e em apoio aos Estados, por conta de greves das
Policiais Militares.
Além disso, o Exército Brasileiro (EB) conjuntamente com a Marinha e a
Aeronáutica participaram, nos últimos anos, da realização de grandes eventos,
sediados pelo Brasil.
De acordo com o Ministério da Defesa (2017), a primeira ação integrada,
desse porte, foram os Jogos Mundiais Militares, realizados em 2011, no Rio de
Janeiro. No ano seguinte, o EB participou do plano de segurança das delegações
estrangeiras que vieram ao país para a Conferência das Nações Unidas para
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Em 2013, a Força Terrestre contribuiu para a segurança das seis cidades-
sede da Copa das Confederações da FIFA, atuando na defesa de estruturas
estratégicas, na segurança cibernética, no controle de explosivos e na prevenção ao
terrorismo.
Nesse mesmo ano, o EB integrou o esquema de segurança da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ), garantindo a integridade dos peregrinos e da comitiva
do Papa Francisco, que, além do Rio de Janeiro, visitou a cidade de Aparecida, em
São Paulo.
Os últimos grandes desafios de segurança foram os dois maiores eventos
esportivos no planeta, quando o Brasil recebeu centenas de milhares de visitantes
na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio
de Janeiro.
A participação nesses dois grandes eventos exigiu do Exército Brasileiro um
detalhado planejamento e uma intensa preparação com vistas a atender as
importantes atribuições, a cargo da Força Terrestre, conforme determina a
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/88) (BRASIL, 1988).
126
Nesse contexto, evidenciaram-se os Jogos Olímpicos Rio 2016. Evento que
teve a participação de mais quinze mil atletas de duzentos e seis países, além de
familiares, profissionais de imprensa, autoridades de Estado e inúmeros torcedores
e turistas.
Em virtude desta missão de visibilidade internacional, foi fundamental que
houvesse a capacitação em Operações de Garantia de Lei e da Ordem. Atividade
militar que tem como um dos seus fundamentos o emprego de Regras de
Engajamento.
Por sua vez, as RE devem levar em consideração a observância dos
princípios da proporcionalidade, razoabilidade e legalidade e sua capacitação prevê
o treinamento de inúmeras condutas, visando enfrentar as diversas situações de
proteção aos cidadãos e aos bens patrimoniais, sob ameaça (BRASIL, 2014).
Muito embora as RE sejam, desde então, bastante empregadas, não há, até o
presente, uma padronização e ou normatização das melhores práticas, para o seu
emprego em missões do Exército Brasileiro em Operações de GLO, ficando a critério
de cada Organização Militar (OM) a execução do treinamento, conforme sua
disponibilidade de meios.
Dessa maneira, uma das possíveis ferramentas da instrução militar que
podem ser empregadas, no adestramento das tropas, são os simuladores virtuais.
Tais mecanismos possibilitam o desenvolvimento de perícias e habilidades
necessárias ao adestramento em Regras de Engajamento.
Além disso, esses simuladores são capazes de torná-las mais claras, durante
a realização dos exercícios de preparação, fazendo com os treinamentos não se
limitem, apenas, a uma orientação expositiva, mas permita a execução de práticas
de conduta individual e coletiva dos militares (BRASIL, 2012b).
Da mesma forma, estudos de Kleinman (2015) sobre a mente humana
revelam a importância de exercícios de condicionamento para a tomada de decisões
precisas, em situações adversas.
Assim sendo, os simuladores virtuais, por meio de aplicação de tecnologias
de imersão, podem colaborar para que a tropa adquira comportamentos e
habilidades apropriados, durante os ensaios de exercícios simulados que se
assemelhem as circunstâncias vividas em situações reais, de aplicação das RE.
127
1-5. CONCEITOS
A fim de facilitar o entendimento, destacam-se, adiante, conceituações
referentes a termos empregados neste caderno de instrução:
- As Regras de engajamento são estabelecidas com o propósito de regular o
uso do armamento e o emprego da força letal, dentro de parâmetros jurídicos
preestabelecidos (BRASIL,2012b, p.2).
- A conduta dos militares é o modo de agir seguindo os preceitos sociais e
legais da Área de Operações.
- A imersão é atingida quando o aprendiz se sente dentro de uma realidade
fictícia, criada através de recursos tecnológicos, como: gráficos e projeções.
- Os Serious games (jogos sérios) tem o objetivo principal é o aprendizado ou
treinamento, sendo esse processo reforçado pelo estímulo, competição e diversão
(PONTES, 2013).
- A ForOp é uma força criada para testar/avaliar outras forças de diferentes
formação, incluindo tropas de infantaria, de cavalaria, engenharia e operações
especiais do EB.
- Corpo de tropa são organizações militares voltadas para a atividade fim do
Exército Brasileiro.
128
ARTIGO II
A SIMULAÇÃO VIRTUAL
1-6. AS MODALIDADES DE SIMULAÇÃO
A simulação é uma imitação de um processo ou operação do mundo real, que
pode ser instrumentalizada com objetos ou cenários físicos e virtuais. Conforme
BANKS, CARSON II, NELSON, NICOL (2001), simulação consiste na representação
do funcionamento de um sistema ou processo.
Através da simulação um modelo pode ser empregado com variações
ilimitadas, produzindo cenários complexos. Esses recursos permitem a análise e
compreensão de como os elementos individuais interagem e afetam o ambiente
simulado.
Assim sendo, a simulação se segmenta nas seguintes modalidades, conforme
especifica o Caderno de Instrução de Emprego da Simulação (BRASIL, 2015):
a. Simulação Viva: que envolve agentes reais, operando sistemas reais
(armamentos, equipamentos, viaturas e aeronaves de dotação), no mundo real, com
o apoio de sensores, dispositivos apontadores laser e outros instrumentos que
permitam acompanhar as ações e simular os efeitos dos engajamentos (BRASIL,
2015);
b. Simulação Virtual: que compreende agentes reais, operando sistemas
simulados, em cenários gerados em computador, que substitui sistemas de armas,
veículos, aeronaves e outros equipamentos cuja operação exige elevado grau de
adestramento, envolve riscos e/ou custos elevados para sua operação (BRASIL,
2015);
c. Simulação Construtiva: que abarca tropas e elementos simulados,
operando sistemas simulados, controlados por agentes reais, normalmente em uma
situação de comandos constituídos, conhecida pela designação de “jogos de guerra”
e com ênfase na interação entre agentes, divididos em forças oponentes, que se
enfrentam sob o controle de uma direção de exercício (BRASIL, 2015).
129
1-7 AS APLICAÇÕES MILITARES DOS SIMULADORES VIRTUAIS
A primeira aplicação militar dos simuladores virtuais, que merece destaque,
ocorreu, em 1991, durante Guerra do Golfo. Essa foi a primeira vez que uma equipe
treinada em simuladores de combate para helicópteros, na Base Aérea de Kirtland,
nos Estados Unidos, entrou em ação, no conflito.
De acordo com WARWICK (1995), foi consenso entre os instrutores que as
tripulações que usaram os simuladores estavam prontas para o combate após 20
horas de vôo, enquanto que as tripulações que não usaram os simuladores nas
instruções só atingiram os mesmos resultados após 50 horas de vôo (Figura 1).
FIGURA 1 – Simulador de combate de helicópteros Fonte: Site da Base Aérea de Kirtland, EUA, 2016
Da mesma maneira, na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
(NATO, 2003), os simuladores virtuais são, atualmente, empregados com diferentes
finalidades, tais como: concepção, testes, instrução e planejamento e ensaios de
missões, como serão exemplificadas a seguir.
Assim sendo, na fase da concepção de novos produtos de defesa produzidos
para países integrantes da OTAN, é possível simular a arquitetura dos sistemas de
armas, a interação homem - máquina, a interface ou a carga de trabalho, a partir de
tarefas realizadas com realidade virtual (RV).
Com isso, os desenvolvedores de materiais podem criar protótipos e avaliá-
130
los. Por exemplo, a figura, a seguir, mostra um motor à combustão, sendo
desenvolvido por intermédio de um sistema de realidade virtual (Figura 2).
FIGURA 2 – Aparelho de RV para conceber um motor de combustão. Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
Dessa forma, após o desenvolvimento de um protótipo é possível testar o
modelo criado em realidade virtual, colocando esse material ou armamento em
situações que seriam difícil de materializar nos centros de testes convencionais,
devido à segurança e outras considerações práticas (Figura 3).
FIGURA 3 – Um exemplo de teste de um míssil antiaéreo. Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
Dessa forma, o emprego da realidade virtual para o treinamento e a
aprendizagem é uma evolução dos simuladores mecânicos, originalmente
131
desenvolvidos para o adestramento de pilotos de aeronaves. Hoje, a realidade
virtual pode fornecer ferramentas de capacitação para as atividades militares,
permitindo melhores condições para operar em diferentes ambientes (Figura 4).
FIGURA 4 – Simulador de voo na Dinamarca para a Força Aérea. Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
Da mesma maneira, a realidade aumentada (RA), também, está sendo
empregada no treinamento militar. Um exemplo disso é o adestramento de combate
a curtas distâncias, das forças armadas americanas.
Assim sendo, no exercício, da Figura 5, adiante, a equipe de militares realiza
um deslocamento em uma sala completamente vazia, tendo, no entanto, cômodos e
ameaças simuladas que aparecem, apenas, nos visores dos capacetes,
caracterizando a integração entre a realidade aumentada e o mundo real.
FIGURA 5 – RA empregada no adestramento de Combate a Curtas Distâncias Fonte: Site Sandia.gov
Outra forma de emprego da RV é o adestramento de apoio de fogo de
132
artilharia e de armas anticarro. Na Figura 6, existem quatro imagens, a superior
esquerda é uma imagem, somente, do mundo real, as outras três já possuem
elementos virtuais, como os carros de combate e a fumaça dos disparos produzidos
pela simulação. Neste caso, é necessário considerar, aqui, que a simulação é a
expressão de algum conteúdo de verdade para a percepção sensível do observador.
FIGURA 6 – RA no adestramento de armas anticarro. Fonte: Site Military.com
Já para a aplicação da RV no planejamento e ensaios de missões, a condição
básica necessária é o uso de um ambiente virtual que represente um terreno em que
uma operação será realizada.
Dessa maneira, por exemplo, na figura a seguir, vê-se a imagem de uma
bancada, com uma maquete virtual, representando um terreno real. Neste caso, a
simulação virtual permite aos operadores planejar e visualizar itinerários para
cumprir a missão (Figura 7).
FIGURA 7 – Maquete virtual
Fonte: NORTH ATLANTIC TREATY ORGANISATION, 2003.
133
Há, portanto, muitas razões para entender que a simulação virtual já vem
sendo empregada, intensamente, para facilitar a criação e os testes de
equipamentos militares, bem como apoiar a instrução, o planejamento e os ensaios
das operações, contribuindo para a segurança e redução dos custos dessas
atividades.
1-8 A SIMULAÇÃO VIRTUAL NO USO PROPORCIONAL DA FORÇA
Os fundamentos para o emprego da força nas Operações de Garantia da Lei
e da Ordem assentam-se na observância dos princípios da razoabilidade, da
proporcionalidade e da legalidade, influenciando a opinião pública de forma
favorável à operação (BRASIL,2014d).
Assim sendo, a proporcionalidade é a correspondência entre a ação e a
reação do oponente, de modo a não haver excesso por parte do integrante da tropa
empregada na operação, a fim a ser preservada ou restabelecida a segurança local.
(BRASIL,2014d).
Dessa forma, a intensidade e a amplitude no tempo e no espaço do emprego
da força deve se limitar ao indispensável, de modo a evitar o desgaste para as FA
empregadas em Op GLO.
Esse desgaste tende a aumentar com o tempo em função de possíveis danos
indesejáveis ao patrimônio e à integridade física, mental e moral da população civil
ou da implantação de medidas que afetem a rotina da população, por força da
execução da Operação (BRASIL,2014d).
Por certo, somente, com um intenso e adequado adestramento da tropa
empregada, se atingirá o nível desejado de capacitação, de forma a atender as
condicionantes do uso proporcional da força. Para isso, uma boa alternativa é a
utilização da simulação virtual nas instruções de Regras de Engajamento.
134
CAPITULO 2
O SIMULADOR VIRTUAL DE REGRAS DE ENGAJAMENTO
ARTIGO I
A SIMULAÇÃO NA FORÇA TERRESTRE
2-1. O EMPREGO DA SIMULAÇÃO NO EXÉRCITO BRASILEIRO
O usuário do presente caderno deverá, ainda, refletir sobre o emprego da
simulação no Exército Brasileiro. Acerca desse tema, atualmente, a F Ter tem se
esforçado para prover meios de adestramento baseados em tecnologias aplicadas
em ambientes simulados, conforme prescreve o Caderno de Instrução de Emprego
da Simulação (2015).
Além disso, busca empregar equipamentos que utilizem sistemas de
simulação, no adestramento individual e coletivo, tentando desenvolver, nos
instruendos, comportamentos e habilidades, após a realização de exercícios que,
obrigatoriamente, ocorrerão no terreno, em fase posterior.
Ademais, segundo o Caderno de Instrução, o uso da simulação proporciona a
resolução de questões complexas, sem os custos elevados das tentativas da vida
real. Com efeito, aliando-se a otimização à simulação pode-se assegurar que as
soluções implementadas estejam próximas dos resultados mais satisfatórios.
Assim sendo, a simulação pode ser definida como um método técnico que
possibilita representar artificialmente uma atividade ou um evento real, por meio de
um modelo e reproduz as características e a evolução de um processo ao longo do
tempo.
Em particular, no EB, a simulação militar conceitua-se como a reprodução,
conforme determinadas regras, de aspectos específicos de uma atividade militar ou
da operação de material de emprego militar, utilizando um conjunto de
equipamentos, softwares e infra-estruturas, inerentes à atividade militar.
Por essas razões, o uso da simulação contribui para acelerar o adestramento
135
e o aprendizado. No entanto, necessita, normalmente, de elevados investimentos
em recursos financeiros, tempo e pessoas capacitadas para operar os equipamentos
e está ligada ao preparo da tropa em seus diversos níveis.
Nesse contexto, é importante salientar que, o preparo dos militares do
Exército Brasileiro para o emprego em operações se inicia com a formação técnica
individual, seguida da formação tática individual e do treinamento em grupo,
finalizando com o adestramento das frações e unidades. (BRASIL, 2015)
Além disso, a simulação pode ser aplicada usando sistemas de simulação tipo
jogos para realizar o ensaio das operações, quando os participantes do treinamento
ocupam as suas funções utilizando computadores e interagindo com o ambiente
virtual do campo de batalha. Segundo LEMES (2014):
A tendência é o aumento do uso de serious games nos diversos setores. Apesar de
terem custo alto, uma vez produzidos, os jogos podem reduzir muito o custo da
formação profissional, seleção de pessoal, entre outros. Além disso, o aumento de
colaboradores da chamada geração millenium (nascidos a partir da década de 90),
favorece a adoção dos games como ferramenta de treinamento para o trabalho
(LEMES,2014).
De qualquer forma, vale assinalar que, embora o EB incentive e normatize a
utilização de simuladores virtuais, em seus objetivos de adestramento, o uso desses
equipamentos, ainda, não é padronizado entre as OM, permitindo que essas utilizem
conforme os seus planejamentos, e, ainda, existindo algumas que não os
empreguem, uma vez que não é uma exigência.
No caso de simuladores de Regras de Engajamento, a padronização e a
análise das melhores práticas são, até o momento atual, apenas, consideradas na
preparação das Missões de Paz, conduzidas pelo CCOPAB.
2-2. O ESTÁGIO ATUAL DA SIMULAÇÃO VIRTUAL NO EB
As constantes inovações tecnológicas e o incerto ambiente internacional têm
causado profundas mudanças nas formas de emprego das forças armadas, de
muitos países, nos cinco continentes.
136
Em virtude desta realidade, o comando do EB determinou, em setembro de
2011, a atualização da Diretriz de Implantação do Processo de Transformação do
Exército Brasileiro, resolvendo transformar o Sistema de Ciência e Tecnologia do
Exército (SCTEx) em Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Exército
(SCTIEx) (BRASIL, 2012c).
Isso se deu devido à constatação de que havia esgotado a capacidade de
inovação do antigo SCTEx, diante das novas demandas do EB em seu processo de
transformação. Assim sendo, a inovação que se espera do novo SCTIEx é aquela
que aumentará o Poder de Combate do EB, por meio de uma visão de futuro
alinhada com as necessidades da Força Terrestre.
O novo Sistema de transformação do Exército deverá ter a capacidade de
acelerar o ciclo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para poder dar
ênfase à entrega de Produtos de Defesa (PRODE) que atendam as necessidades do
EB no curto, médio e longo prazos.
Diante esse desafio, o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) apresenta-se
como o responsável pela pesquisa e o desenvolvimento dos projetos de PRODE
definidos no Planejamento Estratégico do Exército, em conjunto com a indústria
nacional e com o meio acadêmico.
No que diz respeito à simulação, merece ser considerado com a necessária
ênfase que, ainda, em 2010, o EB antecipando-se a essas tendências criou o Grupo
Especial de Simuladores (GES), no CTEx. Logo em seguida, o GES devolveu um
simulador de tiro denominado de Simulador de Tiro de Armas Leves (STAL) (BÔAS,
2016).
O STAL, por sua vez, é um produto cem por cento nacional, de baixo custo e
tem a capacidade de simular o tiro de fuzil, pistola e arma leve anticarro (ALAC). O
equipamento comporta até seis atiradores simultâneos em cenários virtuais, e com
grande fidelidade, é capaz de responder aos disparos virtuais com erro máximo de
cinco centímetros para alvos simulados, a 25 m. (BRASIL, 2016)
Além disso, foi construído a partir de componentes simples e com materiais
que podem ser encontrados facilmente no mercado brasileiro, o que facilita a
reposição de peças e periféricos. Esse sistema possui, ainda, baixo custo de
aquisição e manutenção, viabilizando seu emprego em larga escala.
137
FIGURA 8 – STAL (Simulador de Tiro de Armas Leves) Fonte: Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), 2016
Nesse mesmo diapasão, o Centro de Avaliação de Adestramento do Exército
(CAAdEx) criado em 1996, e que tem por missão aprimorar o treinamento, o
adestramento e avaliar a Força Terrestre, interessou-se pelo STAL, adquirindo-o do
Grupo Especial de Simuladores (BRASIL, 2016).
Essa aquisição, ocorrida, em 2017, teve como objetivo melhorar o
desempenho dos integrantes do CAAdEx, na habilidade do tiro e com isso ter
melhores condições de emprego do seu pessoal, na avaliação do adestramento das
frações da Força Terrestre.
Assim sendo, o STAL passou a ser utilizado para aperfeiçoar a prática no tiro
dos militares da força oponente (ForOp) do Centro, permitindo que o emprego do
dispositivo de simulação de engajamento tático (DSET), fosse bem melhor aplicado
na avaliação gradativa de pelotões e subunidades.
Para elucidar, os DSET são equipamentos que avaliam os efeitos do combate
entre duas forças beligerantes. Estes aparelhos podem quantificar as baixas sofridas
pelas forças oponentes e são constituídos por emissores laser fixados aos
armamentos e sensores laser ajustados a coletes, no corpo dos militares (BRASIL,
2012b).
138
FIGURA 9 – Militar equipado com o DSET no cano do seu armamento e no seu capacete. Fonte: assuntosmilitares.jor.br
Vale, ainda, mencionar, como exemplo, que em uma avaliação de Garantia da
Lei e da Ordem, os coletes com sensores (DSET) podem ser vestidos em elementos
civis figurados que, no contexto da atividade, não participam das hostilidades, mas,
se encontram na área de operações.
Nesse caso, o CAAdEx pode avaliar se a tropa usando o princípio da
distinção, característico das Regras de Engajamento, sabe diferenciar os elementos
combatentes dos não combatentes e engajar, apenas, os que representam uma
ameaça (BRASIL, 2012b).
2-3. A EXPERIÊNCIA DO CCOPAB
No Brasil já se emprega a simulação virtual durante as instruções de Regras
de Engajamento na preparação para a Missão de Paz no Haiti, no adestramento em
GLO e, também, no treinamento de algumas Forças Auxiliares (WILTGEN, 2015).
Por exemplo, existe no CCOPAB um simulador de tiro que foi adaptado para
cumprir essa finalidade. Neste equipamento, exercitam-se todos os oficiais na fase
de preparação para as Missões de Paz durante o Estágio de Preparação de
Comandantes de Subunidade e Pelotão (Figura 10).
139
FIGURA 10 – Simulador Virtual de RE (CCOPAB) Fonte: Autor, 2017
Segundo WILTGEN (2015), o Centro investiu uma alta soma de recursos
financeiros, na aquisição desse simulador, em 2011. Por ser um equipamento
importado e estar instalado na cidade do Rio de Janeiro, apenas os oficiais passam
por esse treinamento.
Assim sendo, a fim de compensar a falta dessa ferramenta, no corpo de tropa,
o CCOPAB disponibiliza vídeos elaborados no Haiti com situações de engajamento.
Os oficiais estagiários, posteriormente, conduzem essas mídias para suas OM de
origem.
Já nas Organizações Militares, os oficiais replicam esses conhecimentos,
utilizando os vídeos de simulação em estandes de tiro ou em salas de instrução.
Assim, os sargentos, cabos e soldados podem utilizar essa ferramenta em sua
preparação. Por ser de baixo custo, algumas OM utilizam o simulador com o
projetor, também, nas instruções de GLO (Figura 11).
140
FIGURA 11 – Simulador Virtual de Regras de Engajamento com projetor (25º BI Pqdt) Fonte: Autor, 2016
141
ARTIGO II
REQUISITOS E DIFICULDADES PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SIMULADOR
VIRTUAL
2-4. CARACTERÍSTICAS DE UM SIMULADOR VIRTUAL
A pesquisa de campo da dissertação de mestrado base deste caderno de
instrução, visando aprofundar a investigação sobre o tema, levantou as principais
características que deve possuir um simulador virtual de Regras de Engajamento.
Essa averiguação foi realizada junto a oficiais e praças que cumpriram a
Missão de Paz do Haiti e participaram de Operações de GLO e que realizaram
durante suas preparações, exercícios de adestramento em simuladores virtuais
improvisados, bem como, naqueles que empregam alta tecnologia.
Assim sendo, essas características foram mensuradas em números absolutos
e percentuais, sendo ordenadas, conforme a sua importância, da seguinte maneira:
possuir vários cenários e situações diversas; expressar a realidade; possibilitar a
interação entre o usuário e a ameaça simulada; caracterizar-se pela simplicidade; ter
baixo custo de aquisição e manutenção; aproveitar uma estrutura adequada nas
OM; ter a capacidade de ser utilizado por mais de um militar simultaneamente; e
poder ser empregado como estande de tiro virtual.
Dessa forma, a característica mais desejável para um SV é que seus
incidentes possuam vários cenários e situações diversas. Eles devem retratar o
ambiente operacional do futuro local de emprego, apresentado as mais diversas
situações, dentro do contexto cultural da região, possibilitando, ainda, a atualização
de cenários para os mais variados tipos de missão, de acordo com a especificidade
da operação e conforme a evolução dos acontecimentos.
Em seguida, foi apontada a peculiaridade de expressar realismo, retratando
cenas o mais factíveis possível, representando ao máximo a realidade vivida. Nesse
aspecto o equipamento deve ter a capacidade de ser operado com tiro real,
utilizando o armamento e equipamento de dotação do militar, ou com características
semelhantes. Além disso, o ambiente deve retratar ruas, becos e vielas, evitando
142
filmagens de ambientes conhecidos, tal como o interior das OM.
Mais adiante, sobressaiu-se a característica de permitir a interação entre o
usuário e a ameaça simulada, de forma a possibilitar pronta resposta à verbalização
dos executantes e aos disparos letais e não letais. Em caso de empregar o sensor
laser os disparos devem ser computados em seus locais de impacto. O software
deve reagir de acordo com as ações realizadas, tendo a capacidade de discernir
entre o acerto e o erro do atirador, sendo desejável que o cenário se modifique de
acordo com as ações do militar.
Logo a seguir destacou-se o fator de ser de fácil utilização, operação e
manutenção. Além disso, possuir uma estrutura simples, modular e resistente de
forma a ser empregado por todo o efetivo da OM, sem apresentar defeitos ou panes,
bem como, ser instalado em ambiente de fácil acesso de modo a facilitar a prática
constante, sem a necessidade de grandes deslocamentos.
Da mesma maneira, deve implicar em um dispêndio pouco oneroso para o
EB, devendo ser durável de forma a necessitar de mínima manutenção. Ademais,
carece ser instalado em ambiente específico e isolado, para evitar interferências
externas, como por exemplo, uma sala com a capacidade para, pelo menos, o
efetivo de um grupo de combate (GC) e que permita, no seu interior, a execução do
tiro real.
Do mesmo modo, é desejável que permita a utilização por vários usuários
simultaneamente, possuindo a capacidade de adestrar vários militares ao mesmo
tempo, tendo em vista que em operações poucas vezes o grupo de combate é
fracionado.
Por outro lado, também vale salientar que o treinamento empregando a
simulação virtual não substitui a pratica real, essa ferramenta é um estágio
intermediário entre a instrução teórica e a instrução prática, as quais não poderão
ser suprimidas pelo emprego exclusivo do simulador.
Por fim, necessita ter a propriedade de poder ser utilizado como estande de
tiro virtual, possibilitando o desenvolvimento dos módulos de tiro da IGTAEx e o
adestramento do tiro de fração, permitindo, ainda, o treinamento progressivo com
alvos estáticos, móveis, de ação reflexa e por fim a simulação virtual.
143
2-5. DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO
As dificuldades, também, foram investigadas na pesquisa e expressam os
principais obstáculos à implantação dos simuladores virtuais de Regras de
Engajamento.
Essas dificuldades são: o alto custo financeiro; a falta de estrutura física
disponível nas OM; a produção de vídeos variados; a inexistência de pessoal
especializado nas Unidades; o preconceito com a atividade de simulação virtual; e a
capacidade de realizar a interação entre o usuário e a ameaça simulada.
Dessa maneira, a principal dificuldade é o alto custo financeiro dos
simuladores virtuais, como consequência do grande valor agregado dos
equipamentos aplicados nesses dispositivos que, normalmente, utilizam variados
recursos tecnológicos, muitas vezes importados, prejudicando sua aquisição e
manutenção, ao longo do tempo.
De igual modo, as OM, normalmente, não possuem instalações adequadas
para atender a montagem dos simuladores virtuais, quais sejam, estande de tiro de
fuzil, com fácil acesso, e dispondo de fonte de energia elétrica e no caso de um
simulador, totalmente, eletrônico uma sala com adequado isolamento acústico e de
luminosidade.
Da mesma, o processo de criação dos vídeos é bastante complexo, pois
necessita de tempo e de pessoal que tenha conhecimento em edição, bem como
experiência em Regras de Engajamento. A principal dificuldade no processo de
criação é tornar o vídeo realista, sendo importante filmar no mesmo local onde será
o cumprimento da missão. Por exemplo, filmar no Haiti ou em uma comunidade e
controlar o cenário para que as gravações sejam boas para edições posteriores.
Do mesmo modo, as Unidades Militares têm grande dificuldade na seleção,
capacitação e na permanência de pessoal especializado em informática e eletrônica
nas OM para realizar a montagem e manutenção dos equipamentos de alta
tecnologia da informação empregados nos simuladores virtuais.
Similarmente, outra questão é o preconceito com a atividade de simulação
virtual. Muitos militares, por não terem praticado nas escolas de formação a SV e
desconhecerem os seus resultados, consideram que, somente, o tiro real realiza um
adestramento efetivo. Assim, o emprego da simulação virtual é mais uma quebra de
paradigma na evolução da instrução militar no EB.
144
Sob o mesmo ponto de vista, outra dificuldade impactante é a capacidade do
SV proporcionar a interação entre o usuário e a ameaça simulada, ou seja,
proporcionar interatividade entre ambos, alterando a reação da ameaça de acordo
com a execução do militar, pois dependendo da atitude tomada pelo executante é
desejável que o simulador responda de forma específica.
145
CAPITULO 3
UM SIMULADOR VIRTUAL IMPROVISADO
ARTIGO I
ESCOLHA DO LOCAL
3-1. GENERALIDADES
Neste capítulo será apresentado um simulador virtual improvisado de Regras
de Engajamento montado, no 25º Batalhão de Infantaria Paraquedista, para os
Cadetes do Curso de Infantaria da AMAN, durante o Estágio de Garantia da Lei e da
Ordem, no Corpo de Tropa.
3-2. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL
a. O local mais adequado para a instalação de simulador virtual de Regras de
Engajamento improvisado em uma OM é, se existir, o estande de tiro de fuzil da
Unidade, que tenha condições de ser escurecido durante o dia e em caso contrário,
somente, poderá ser aproveitado durante a noite.
b. Caso se queira realizar a simulação com tiros de festim, poderá ser
aproveitada uma sala com o devido isolamento luminoso, ficando, neste caso,
prejudicada a avaliação dos disparos.
c. A dependência escolhida deve possuir fonte de energia elétrica para a
alimentação dos diversos equipamentos.
d. O local deve, ainda, ser coberto para assim proteger os equipamentos da
chuva e da exposição ao sol.
e. A dependência deverá possuir estruturas que permitam a fixação de telas
de projeção em tecido, a poucos metros da linha de tiro.
f. Em se tratando de mais de um executante, realizando o exercício ao
mesmo tempo, os boxes deverão ter anteparos que impossibilitem que um atirador
veja os procedimentos adotados pelo outro.
146
Figura 12 – Estande preparado para a simulação
Figura 13 – Box preparado para a simulação
147
Figura 14 – Execução da simulação com acompanhamento
Figura 15 – Executante se preparando para o disparo
148
ARTIGO II
MATERIAL EMPREGADO
3-3. RELAÇÃO DE MATERIAL
a. Redes de camuflagem;
b. Computadores portáteis;
c. Telas de projeção de tecido;
d. Armamento e munição;
e. Obréias adesiva ou esparadrapos brancos;
f. Mesas para apoiar laptops e projetores;
g. Lonas para o escurecimento dos boxes;
h. Equipamentos de som;
i. Equipamentos de segurança obrigatórios para a realização do tiro real; e
j. Outros matérias, conforme a necessidade.
149
ARTIGO III
DEFINIÇÃO DOS INCIDENTES
3-4. POSSIBILIDADES DE EMPREGO DA OM
Os incidentes apresentados no simulador improvisado devem ser o mais
próximo possível da realidade a ser enfrentada pela OM, na área de operações. As
filmagens devem ser feitas em locais similares ao do futuro emprego, evitando
cenários conhecidos, principalmente, os do interior do aquartelamento.
3-5. SITUAÇÕES MAIS PROVÁVEIS
As situações mais prováveis a serem enfrentadas pelos militares empregados
em Operações de GLO, que necessitem da utilização de Regras de Engajamento
podem ser encontradas no histórico de participações da OM ou em atuações de
outras Unidades Militares que cumpriram missões semelhantes.
150
ARTIGO IV
ELABORAÇÃO DOS VIDEOS
3-6. APROVEITAMENTO DOS VÍDEOS EXISTENTES
A partir do ano de 2011 várias Organizações Militares do Exército Brasileiro
vêm se dedicando a produzir vídeos para o emprego em simuladores virtuais de
Regras de Engajamento.
Nesse contexto, o CCOPAB produziu vários vídeos para a preparação das
Missões de Paz do Haiti. No entanto, para o correto aproveitamento das mídias
existentes devem-se selecionar, apenas, aquelas que atendem a realidade a ser
enfrentada, evitando produções que, por exemplo, tragam verbalizações em idioma
estrangeiro e ou características culturais diferentes da população brasileira.
3-7. FILMAGENS E EDIÇÃO
Conforme já foi verificado o processo de criação dos vídeos é bastante
complexo. Entretanto, é possível produzir vídeos amadores de boa qualidade
(SAMBATEC, 2016), seguindo os passos, adiante:
a. Criar uma relação de tomadas ou cenas:
Não iniciar as gravações sem antes ter uma ideia clara do que se quer de fato
filmar. Começar a produzir vídeos sem um planejamento definido e sem saber ao
certo o que fazer, criando cenas de improviso levará a perda de muito tempo
corrigindo erros, fazendo regravações e mudando planos.
Dessa forma, é necessário reunir a equipe de filmagem, realizar um
brainstorming, definir objetivos, planejar as cenas que se deseja filmar e relacioná-
las em ordem cronológica.
b. Definir um roteiro:
O roteiro deve apresentar de forma cronológica todas as cenas da filmagem e
como elas vão aparecer na versão final. É necessário definir, de maneira detalhada,
151
todos os aspectos da gravação, tais como, movimentos de câmeras, falas dos
atores, trilha sonora, legendas e letreiros a serem incluídos, efeitos especiais, e
outros aspectos.
Com isso, evita-se que os atores tenham de improvisar falas e perca-se muito
tempo com erros e correções, fazendo com que as posições de câmeras e dos
atores já estejam definidas e que se economize em testes, e também evitando que
as cenas ou as falas das pessoas entrem em conflito e não se encaixem na edição
final.
c. Escolher local adequado para as filmagens:
Relacionar os locais adequados para filmar e que garanta boas condições
para produzir os vídeos, verificando se:
- há espaço suficiente para os equipamentos e os atores, sem que ele
comprometa o enquadramento e outros aspectos técnicos;
- se não há pessoas passando ao fundo quando isso não é desejado;
- se, na falta de equipamentos específicos, o local oferece uma boa
iluminação para a cena;
- se existem ruídos que possam comprometer o áudio e a qualidade da
filmagem;
- se vai ser possível, realmente, poder utilizar o local para gravar, sem
interrupções ou sem ter que mudar os planos durante a atividade – isso
principalmente no caso de espaços públicos, que às vezes precisam de autorização
para uso.
Imprevistos acontecem, porém, seguindo os passos apresentados consegue-
se evitar a maioria dos contratempos e gravar todas as cenas em cada locação sem
maiores dificuldades.
d. Utilizar equipamentos conhecidos:
Se a equipe não tem experiência com produção de vídeos ou não tem
familiaridade com equipamentos profissionais, devem-se utilizar equipamentos mais
simples, evitando perda de tempo na preparação e filmagem e, ainda, erros
técnicos, de manuseio e configuração dos equipamentos.
Equipamentos caseiros como celulares inteligentes realizam excelentes
filmagens, dependo da perícia do operador.
152
e. Gravar todas as cenas de uma só vez:
É importante reservar períodos específicos apenas para filmar, de modo que
se grave tudo de uma só vez e não haja a necessidade de despender tempo com
montagem de estruturas, mais de uma vez.
Para gravar uma cena específica, por exemplo, reserve um período para
gravar com todos os atores que estarão nela de uma só vez e garanta que, como
indicado no passo acima, não haverá interrupções ou necessidade mudar de local.
Assim sendo, não haverá a necessidade de montar o espaço apenas uma vez
e depois já poderá partir-se para a edição ou a gravação nos outros locais.
f. Se for possível, terceirizar a edição:
Uma das fases mais demoradas da produção de vídeos é a edição,
principalmente, se a equipe não é familiarizada com os softwares e suas funções.
Com isso, esse trabalho pode ser despender um valioso tempo, fazendo
testes, descobrindo funcionalidades e realizando alterações no projeto final.
Portanto, em alguns casos, se for possível e querendo-se garantir um bom trabalho,
é desejável que se terceirize a edição.
Um profissional competente vai realizar a edição em um tempo menor e com
qualidade garantida. Porém, se a contratação não for exequível, seguem-se alguns
lembretes importantes:
1) Organizar os arquivos:
O primeiro passo para iniciar a edição é criar uma pasta para o vídeo. Em
seguida, devem-se transferir todos os arquivos da filmagem para um computador.
Após isso, escolher as cenas que irão ser utilizadas na edição e separá-las em uma
pasta específica dentro da que foi criada para o vídeo. Logo após, selecionar as
imagens, sons, efeitos especiais e outros arquivos que irão ser necessários
separando-os em pastas específicas.
Esses procedimentos irão facilitar a busca no computador na hora de importar
os arquivos para o editor e também evitar que se extraviem arquivos ou apague-se
algo inadvertidamente.
2) Escolher o programa de edição:
Concluída a organização dos arquivos, o próximo passo é escolher o
153
programa em que irá realizar a edição.
Existem programas bem simples, ideais para os iniciantes, e também os mais
complexos, com mais funcionalidades e ferramentas, que são mais indicados para
alguém com mais experiência ou tempo para explorá-los.
Para as equipes que estão começando a produzir vídeos e ainda não querem
se aventurar em softwares mais complexos de edição, as indicações são o Windows
Movie Maker (PC) e o iMovie (Mac), nativos de seus sistemas operacionais.
Ambos são bastante fáceis de usar e atendem perfeitamente às demandas de
projetos mais simples, sem grandes exigências em termos de edição.
Porém, apesar disso, se o desejo é continuar evoluindo as habilidades em
edição, deve-se considerar o uso destes apenas temporariamente, uma vez que eles
são bem limitados e não oferecem grandes recursos ou não proporcionam liberdade
criativa.
Para as equipes mais familiarizadas com os programas de edição ou que têm
disposição para aprender mais e produzir vídeos de forma mais profissional, as
indicações são o Adobe Premiere e o Sony Vegas.
Ambos são softwares mais sofisticados, com mais funcionalidades e recursos,
porém, que exigem um conhecimento técnico maior em termos de edição e
produção de vídeos.
Os dois programas possuem uma versão de teste de 30 dias e, após esse
período precisam ser comprados. Uma vantagem é que eles funcionam tanto em
PCs como em Macs.
3) Seguir o roteiro estabelecido:
No roteiro, anteriormente elaborado, além da sequência de edição e
montagem das cenas, estão os efeitos especiais, as músicas, as imagens e os
letreiros a serem inseridos, se for o caso, em cada uma das partes. Deve-se seguir o
roteiro com atenção, pois ele será o guia da edição.
3-8. EMPREGO DE SILUETA VIRTUAL PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
Para facilitar a identificação dos impactos na tela de projeção ao final da
execução do exercício de simulação, podem-se criar quadros, contendo os
contornos das siluetas, tanto dos agentes perturbadores da ordem pública (APOP),
154
quanto dos representantes da população, que não participam das hostilidades.
A Figura 16, adiante, mostra uma cena com um APOP e dois civis. A projeção
do quadro dos contornos das siluetas, a direita, da figura, facilita a identificação dos
impactos por quem está conduzindo a instrução.
Figura 16 – Avaliação dos impactos na simulação
155
CAPITULO 4
RELATÓRIOS DE DESEMPENHO E LIÇÕES APRENDIDAS
4-1. GENERALIDADES
O desempenho dos militares que executaram o exercício no simulador virtual
improvisado deverá ser registrado em relatórios. Esses documentos deverão ser do
conhecimento do instruendo e da sua OM, visando possibilitar o aperfeiçoamento
das técnicas em Regras de Engajamento.
Além dos relatórios de desempenho, deverão ser elaborados relatórios das
lições aprendidas com a execução dos exercícios. Essa providencia visa disseminar
os conhecimentos sobre o assunto, propondo novas soluções, propiciando a
melhoria dos processos e evitando-se incorrer em erros já cometidos.
4-2. DOCUMENTOS A ELABORAR
a. Relatórios de desempenho dos participantes:
Os relatórios de desempenho dos executantes deverão trazer os erros e
acertos de cada participante no uso proporcional da força, bem como, o resultado
dos impactos com o tiro real.
b. Relatórios de lições aprendidas:
Ao final de cada exercício de simulação virtual o pessoal envolvido deverá
participar de uma seção de levantamento de lições aprendidas, conduzidas pelo
instrutor responsável, com vistas à elaboração do relatório.
A seguir serão descritos alguns passos que podem ser adotados para o
desenvolvimento dessa atividade (CAIO RUEGG, 2009):
1) Criar uma atmosfera positiva para o intercambio de experiências, deixando
claro que a sessão é uma oportunidade de aprender com os acertos e equívocos.
156
2) Estimular os participantes a não culpar os indivíduos nem os
equipamentos. O foco é através das lições aprendidas, olhar para o futuro.
3) Abordar os fatos a ressaltar, conforme os quatros itens, a seguir:
a) O evento (O que ocorreu?)
b) A(s) causa(as) (Por que ocorreu?)
c) O impacto (Qual foi à consequência?)
d) O futuro (Qual é a sugestão para os próximos exercícios?)
4) Iniciar os trabalhos identificando o que foi bem sucedido, podendo ser
utilizados os questionamentos, adiante:
a) Que experiências importantes ocorreram durante o exercício?
b) Que expectativas foram cumpridas e quais não foram alcançadas?
c) Quais os incidentes bem sucedidos e por quê?
d) Quais os incidentes mal sucedidos e por quê? Quais foram às
consequências?
e) Houve imprevistos ou surpresas positivas/negativas?
5) Encorajar a contribuição de todos os participantes, por intermédio de
perguntas.
6) Utilizar quadro giz ou “flipcharts” para registrar os primeiros
apontamentos.
8) Identificar os temas junto com os participantes.
7) Organizar, por grupos de trabalho, os temas com contribuições afins.
9) Não esquecer que as lições aprendidas poderão ser utilizadas por
militares não familiarizados com o assunto Regras de Engajamento.
Terminado o levantamento das lições aprendidas o militar responsável pela
atividade deverá redigir um relatório pormenorizado, devendo encaminhá-lo ao
Chefe da Seção de Instrução e Operações da OM.
157
ANEXO A - Fatores que contribuem para a diferença do nível de adestramento em
Regras de Engajamento entre as Missões de Paz e a Missões de Garantia da Lei e
da Ordem
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
TEMPO PARA
PREPARAÇÃO
(43%)
Sim. O tempo de preparação para a missão de Paz do Haiti é muito maior que a preparação nas Op GLO.
1
O tempo de preparo para a MINUSTAH foi bastante adequado para a absorção de conhecimentos transmitidos na instrução. Como o 27º BI Pqdt teve tão pouco mais de 4 jornadas para se preparar antes do início do investimento, tal aspecto foi bastante prejudicado.
1
Sim, acredito que foi ao fato de ter ocorrido menos tempo para a preparação, além das RE serem mais vagas.
1
Sim, fator tempo de preparo 1
Sim, pois a preparação para missão de paz do Haiti recebe mais tempo e investimento para o adestramento.
1
Sim. A diferença reside no tempo destinado à preparação da tropa (6 meses para o Haiti e 2 semanas para a Maré)
1
As diferenças decorrem do tempo destinado à preparação. Para a missão do Haiti, é disponibilizado um tempo significativamente maior às instruções e exercícios de preparação, enquanto que para as missões de GLO o tempo é irrisório.
1
Tempo de preparação específico para a missão de paz do Haiti, apesar dos dois apresentarem o nível muito bom na preparação para Haiti foi dada uma carga maior nos exercícios e adestramentos dessa natureza.
1
Para missão no Haiti tivemos mais tempo para adestramentos. 1
Na preparação do Haiti, a tropa utilizou o simulador e teve mais tempo durante o preparo.
1
Sim. O tempo de preparação, maior na Missão de Paz no Haiti, proporciona um nível de adestramento mais elevado.
1
Nível de preocupação e organização dos Cmt, dedicando pouco tempo para as instruções.
1
Tempo dedicado ao adestramento. 1
Tempo e Meios para adestramento, Pessoal selecionado, Motivação da tropa e Estrutura logística.
1
O nível da preparação para a missão do Haiti supera e muito em quantidade e qualidade o preparo para missões de GLO, que gira em torno de no máximo 01 mês. O tempo de preparo,quantidade de exercícios de tiro, estágio dos Cmt Pel, exercícios simulando a missão( EBOP e EAOP).
1
Maior disponibilidade de tempo e meios para a missão do Haiti. Além da regra de engajamento ser mais clara.
1
Para a missão de paz tivemos maior tempo para preparo e adestramento da tropa. 1
Acredito que o principal facilitador para o ganho em adestramento, foi o tempo maior de preparação e treinamento.
1
Tempo para treinamento. 1
Houve diferença. Carga bastante superior de regras de engajamento (teoria e prática) para a missão do Haiti. Inclusive com simulador.
1
Notei diferença. Os fatores foram o tempo de preparação da missão de paz, tempo maior destinado ao preparo em relação a missão de GLO e os meios utilizados durante o preparo da missão de paz também uma quantidade maior.
1
158
Sim. Ao tempo de preparação específica para o cumprimento da missão. 1
Sim.Na preparação do Haiti as regras de engajamento foram exaustivamente treinadas pela tropa com a figuração profissional e preparada. Nas Op GLO foram ministradas apenas instruções teóricas, o que na prática, para o CB/SD, de pouco adianta.
1
Considero similar o adestramento, tendo como diferenciador em relação ao Haiti o tempo destinado a preparação, de quase 6 meses, o que não acontece em GLO. Mas em GLO tive oportunidade de permanecer no 57º BI Mtz adestrando meu pelotão antes de ir efetivamente ocupar o Complexo da Penha, o que gerou uma boa preparação para a missão.
1
Sim, o Haiti houve maior preparação, missão houve pouca preparação 1
O tempo de preparação de 4 meses para a missão do Haiti possibilita melhor nível de adestramento que as outras missões de GLO que são esporádicas, às vezes inopinadas.
1
Tempo de preparo 1
Sim. O tempo destinado ao preparo para uma missão de paz no exterior foi muito maior que o destinado à missões como a Op Arcanjo e São Francisco, que em minha opinião, foram de complexidade muito maiores e um grau de risco mais elevado.
1
Tempo de preparo e meios disponíveis 1
Tempo de preparo e meios utilizados 1
No Haiti esse adestramento é feito muito melhor tendo em vista o tempo e a preocupação com o preparo da tropa
Sim. A diferença esteve no tempo e na qualidade da preparação realizada para a Missão de Paz, em contraponto à tempestividade inopinada da Op CEARÁ.
1
A principal é o tempo de preparo e a seriedade que é dada ao preparo da tropa para a missão do Haiti e, praticamente, não existir tempo de preparo específico para a tropa em Op GLO. Isso faz com que a tropa que vai atuar em Op GLO, praticamente, não consiga ter um adestramento das Regras de Engajamento.
1
Houve muito mais tempo de preparação para as missões no Haiti. 1
A preparação específica do Haiti é realizada em um período de aproximadamente 6 meses, o que permite que o nível de adestramento seja mais adequado.
1
Mais meios adquiridos para a preparação do Haiti e tempo de preparo específico maior (6 meses).
1
Sim. O tempo de preparação, maior na Missão de Paz no Haiti, proporciona um nível de adestramento mais elevado.
1
TOTAL 36
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
RECURSOS FINANCEIROS
E MEIOS (29%)
Sim, as regras de engajamento para missões GLO são muito mais restritivas e complexas que as utilizadas no Haiti, dificultando o adestramento das mesmas. Além disso, os meios disponibilizados para o adestramento para o Haiti foram maiores.
1
Sim, pois a preparação para missão de paz do Haiti recebe mais tempo e investimento para o adestramento.
No Haiti a tropa teve acesso ao exercício de simulação que não esgota as regras de engajamento, mas é um bom instrumento.
1
Durante a preparação para a Missão de Paz do Haiti foi utilizado o simulador onde era apresentado diversos tipos de situações que poderiam aparecer durante a missão. Para a preparação dos jogos olímpicos e paraolímpicos rio 2016 não foi utilizado, o que no final do adestramento verificou-se que ainda restavam muitas dúvidas a cerca das atitudes a serem adotadas na missão.
1
Os meios disponíveis para a preparação nas operações GLO eram escassos. 1
A utilização de Simulador Virtual existente no 20° BIB. 1
Na preparação do Haiti, a tropa utilizou o simulador e teve mais tempo durante o preparo.
1
Tempo e Meios para adestramento. Pessoal selecionado Motivação da tropa. 1
159
Estrutura logística
Instruções e simulações sobre o assunto. 1
O nível da preparação para a missão do Haiti supera e muito em quantidade e qualidade o preparo para missões de GLO, que gira em torno de no máximo 01 mês. O tempo de preparo,quantidade de exercícios de tiro, estágio dos Cmt Pel, exercícios simulando a missão( EBOP e EAOP).
1
Maior disponibilidade de tempo e meios para a missão do Haiti. Além da regra de engajamento ser mais clara.
1
Houve diferença. Carga bastante superior de regras de engajamento (teoria e prática) para a missão do Haiti. Inclusive com simulador.
1
Notei diferença. Os fatores foram o tempo de preparação da missão de paz, tempo maior destinado ao preparo em relação a missão de GLO e os meios utilizados durante o preparo da missão de paz também uma quantidade maior.
1
Estrutura do CCOPAB proporciona melhor preparação 1
Sim. Na preparação do Haiti as regras de engajamento foram exaustivamente treinadas pela tropa com a figuração profissional e preparada. Nas Op GLO foram ministradas apenas instruções teóricas, o que na prática, para o CB/SD, de pouco adianta.
1
Utilização de filmes de possíveis situações reais para o treinamento de regras de engajamento
1
Houve grande diferença no quesito regras de engajamento, tendo em vista os meios e materiais empregados no adestramento como preparação para a Missão de Paz.
1
A diferença principal é que a preparação para o Haiti tem um ritual de instruções e de aprendizados que se aprimoram a cada continente. Já em outras mais de GLO dependem do conhecimento prévio dos militares do efetivo da unidade.
1
Sim. Instruções práticas com simuladores. E condução das instruções por militares do CCOPAB
1
Sim, a participação de um centro voltado basicamente para o preparo de tropa (CCOPAB)
1
Para a preparação do Haiti, tivemos instruções específicas no centro e ainda vários estudos de caso e treinos em simuladores. Para as operações na faixa de fronteira, apenas uma formatura para o comandante e um aprestamentos para o Cap Cmt da força. Nem sabia o que era regra de engajamento.
1
A falta de meios de simulação viva e virtual dificultou a seriedade por parte do efetivo profissional nas operações de GLO, diferente mente do que ocorreu na preparação para a MINUSTAH.
1
Sim. O emprego da simulação com vídeo facilitou sobremaneira o entendimento da tropa sobre como atuar exatamente.
1
Mais meios adquiridos para a preparação do Haiti e tempo de preparo específico maior (6 meses).
1
TOTAL 24
FATOR JUSTIFICATIVA Nr
PREPARAÇÃO
ESPECÍFICA PARA A
MISSÃO
(17%)
Sim. A missão de paz no Haiti foi planejada e o preparo da tropa até o embarque seguiu o programa específico para a atividade na qual a tropa seria empregada. As Op GLO das quais participei foram inopinadas e não exigiram a seleção de pessoal, mas, antes, empregaram todo o pessoal da OM.
1
Para a tropa das duas missões tiveram o mesmo nível de adestramento porém para a MINUSTAH houve um trabalho de preparação dos Cmt Pel e Cmt SU no CCOPAB.
1
Sim, no Haiti houve preparação para ida, o que facilitou o alcance mais rápido do nível de adestramento.
1
Tempo de preparação específico para a missão de paz do Haiti, apesar dos dois apresentarem o nível muito bom na preparação pro Haiti foi dada uma carga maior nos exercícios e adestramentos dessa natureza.
1
O nível da preparação para a missão do Haiti supera e muito em quantidade e qualidade o preparo para missões de GLO, que gira em torno de no máximo 01 mês. O
1
160
tempo de preparo,quantidade de exercícios de tiro, estágio dos Cmt Pel, exercícios simulando a missão( EBOP e EAOP).
O tipo de missão e a preparação específica. 1
Notei diferença. Os fatores foram o tempo de preparação da missão de paz, tempo maior destinado ao preparo em relação a missão de GLO e os meios utilizados durante o preparo da missão de paz também uma quantidade maior.
1
Sim. Ao tempo de preparação específica para o cumprimento da missão. 1
Sim.Na preparação do Haiti as regras de engajamento foram exaustivamente treinadas pela tropa com a figuração profissional e preparada. Nas Op GLO foram ministradas apenas instruções teóricas, o que na prática, para o CB/SD, de pouco adianta.
1
Para a preparação do Haiti, tivemos instruções específicas no centro e ainda vários estudos de caso e treinos em simuladores. Para as operações na faixa de fronteira, apenas uma formatura para o comandante e um aprestamentos para o Cap Cmt da força. Nem sabia o que era regra de engajamento.
1
A instrução do CCOPAB foi mais completa e específica atingiu todos os objetivos desde Cmt Pel até o Sd mais moderno.
1
Sim, a preparação para as Missões de Paz é uma mais eficiente que uma preparação para missões de GLO
1
As Regras de Engajamento utilizadas no Haiti são específicas da ONU, sendo que no preparo já são abordados esses aspectos.
1
A principal é o tempo de preparo e a seriedade que é dada ao preparo da tropa para a missão do Haiti e, praticamente, não existir tempo de preparo específico para a tropa em Op GLO. Isso faz com que a tropa que vai atuar em Op GLO, praticamente, não consiga ter um adestramento das Regras de Engajamento.
1
TOTAL 14
161
ANEXO B - Características e capacidades que deve possuir um simulador virtual de
Regras de Engajamento
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
CENÁRIO/
SITUAÇÕES
DIVERSAS
(53%)
Possibilidade de desenvolver todos os módulos de tiro previstos nas IGTAEx, ferramentas para a correção/ aperfeiçoamento das técnicas de tiro, cenário interativo, possibilidade de inclusão de novos cenários.
1
Deve ter cenas reais, se possível mostrando os impactos. 1
Deve proporcionar um treinamento progressivo iniciando com estandes de tiro, tiros em alvos móveis e de ação e reflexão, exercícios de interação com vídeos de situações reais vivenciadas com tropas.
1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão.
1
Ser atualizado e contextualizado de acordo com a Operação específica. 1
Possibilidade de inserção de situações diversas 1
Capacidade de representar ao máximo a realidade vivida nesse tipo de operação, ao passo que torna-se importante, também, ter possibilidade de alterar as Regras de Engajamento tendo em vista a evolução do entendimento jurídico.
1
Deve ser adaptado a cada operação possibilitando avaliar as ordens de alerta do executante e a precisão dos disparos letais e não letais.
1
Empregar o armamento orgânico do Btl e ter vídeos condizentes com o ambiente operacional que o Btl está inserido.
1
A possibilidade de simular diversas situações que necessitam de atividades específicas da tropa
1
Possibilidade de simular diversas situações 1
Os simuladores devem testar o discernimento sobre a real necessidade de se utilizar a força e, principalmente, qual o tipo de armamento (segundo as Regras de engajamento).
1
Deve possuir: Deve possuir uma estrutura simples e modular. Diferentes cenários. Os cenários devem ser atualizados conforme a evolução do combate urbano
1
Diversas situações que possam aparecer durante a missão; Utilização do armamento de dotação de cada militar; Sensor para verificar onde foi o impacto do disparo da tropa.
1
Deve permitir o emprego do armamento de dotação, permitir a interação verbal Homem-simulador e deve retratar as situações normalmente vivenciadas nas Op GLO e Pacificação.
1
Ambiente escuro; Possibilidade de simular o ambiente noturno, assim como o diurno;Ter pelo menos 2 box de treinamento que possam ser utilizados ao mesmo tempo; Ser compatível com vários tipos de armamento; e Ter capacidade de reação do simulador em caso de acerto/erro do atirador, tendo continuidade do exercício (não realizar missões estanques.
1
Regras de engajamento de acordo com a realidade que a tropa está sendo empregada nos dias atuais.
1
Simular as diversas situações que podem se apresentar ao soldado durante os patrulhamentos. 1
Segurança, buscar ao máximo a realidade e situações variadas. 1
Vídeos diversos e incidentes distintos. Não repetir e viciar. 1
Armamentos idênticos ao empregado pela tropa, dos mais variados calibres e tipos ( letal e não letal). Situações contextualizadas no ambiente onde a tropa irá ser empregada.
1
Próximo ou no estande de tiro. Projeção dos vídeos, possibilidade de realização de tiro real 1
Ter situações com complexidade progressivas e cenas enquadradas com as regras de engajamento.
1
Deve abranger o máximo de situações possíveis que o militar pode encontrar durante a operação. Um vídeo para cada tipo de ambiente operacional que a tropa atuará.
1
162
Vídeos inéditos devem ser passados no máximo duas vezes por militar. Com possibilidade de emprego de munição M1 para acostumar o militar a manusear o Armt.
1
Ser em um ambiente de rápido acesso, para as regras de engajamento possam ser praticadas constantemente sem precisar de muita logística. O simulador deve apresentar boa qualidade visual e auditiva. Vídeos devem ser produzidos por equipes especializadas, para que tenha o máximo de qualidade e realismo, mas isso não impede que sejam produzidos, também, pelas OM, diante de suas demandas.
1
Deve permitir o emprego do armamento com munição real. Deve simular as mais diversas situações possíveis.
1
Um simulador nos mesmos moldes do CCOPAB. 1
Ambiente da operação em que determinada OM irá participar. 1
Deve simular o máximo de situações que a tropa irá se deparar em Op de GLO com APOP. 1
Capacidade de simular as diversas situações que necessitam de reações, particularmente o uso da força, e o funcionamento do armamento simulando a que será utilizado na ação.
1
Fácil manuseio e atualização de cenários. 1
Possuir uma sala específica com capacidade para comportar um efetivo valor GC. Ter vídeos simulados e projetores
1
Ser móvel, possuir diferentes cenários e personagens, contemplar as ações da tropa ainda embarcada.
1
Deve se aproximar da realidade (ruas/vielas) e situações que vão desde a verbalização até a execução de disparo de arma letal.
1
Possuir várias situações que possam ser utilizadas todos os níveis de força. 1
Possibilidade de incluir diversas situações simuladas 1
Diversidade de situações, em especial, as que não se deve empregar o armamento. 1
Realmente simular situação que poderá ocorrer naquela missão. Ser confeccionado diversas situações.
1
Situações de impacto que forcem uma tomada de decisão rápida, com a finalidade de desenvolver respostas reflexas para momentos de tensão é um instrumento que promova interatividade.
1
Situações simuladas de acordo com a missão. Op GLO diferente de Op Pac, diferente de Op Mnt Paz.
1
Capacidade do adestramento principalmente sobre o discernimento da Força e a destreza do armamento. Outros atributos são treinados fora do Simulador.
1
Diferentes cenários; diferentes armamentos (letais e não letais) para emprego 1
Poder simular com máximo de realismo as situações que serão encontradas na missão que será o foco do preparo, no caso de características: o peso do armamento, o tiro, falhas, reação esperada do vídeo, podemos comparar com os cinemas 3D,4D,5D...Quanto mais sentidos forem simulados melhor.
1
Possuir a capacidade de modificar ou incluir os cenários, estudos de casos e novas situações. 1
Deve ser de fácil manuseio. Deve ter um custo de manutenção baixo. Tem que proporcionar vários tipos de ambientes.
1
Seria importante o controle do cenário (filmagem real) de cada fase da conduta do militar. Modificando de acordo com o que o militar fosse agindo. Esse controle seria feito por um operador que iria mudando de acordo com a ação do militar que estariam executando a ação.
1
Enquadrar diversos casos de acordo com as regras vigentes. Estar ambientado no mesmo tipo de ambiente aonde a operação será desenvolvida. Ser dinâmico. Ser simples a correção dos erros.
1
Diversidade nas situações apresentadas para o instruendo para testar a reação em cada situação
1
Explorar as situações de emprego real. Ter a capacidade de simular o emprego simultâneo de vários militares, emprego da fração. Variar o ambiente operacional. Capacidade de empregar vários armamentos, gás de pimenta, granadas de efeito moral, etc.
1
Baixo custo de aquisição e manutenção, facilidade de uso e adaptabilidade a diversas regras de engajamento, a diversos tipos de operação, a diversos tipos de ambiente operacional.
1
Deve ter a versatilidade de realizar o tiro de estande, onde o militar irá adquirir e aprimorar as técnicas de tiro estático, voltado aos fundamentos do tiro. E, também, a capacidade de
1
163
apresentar situações "de combate" onde o militar deve engajar, decidir e atirar. Deve também propiciar o adestramento do tiro de fração, no mínimo o GC, e simular o emprego de Armt não-letal.
Colocar o militar em situações parecidas com que ele vai enfrentar!
Situações compatíveis com a realidade a ser apresentada. Máximo de diversidade de situações a serem exploradas para conduta. Ambiente diurno e noturno.
1
TOTAL 54
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS NR
REALISMO
(38%)
Deve ter cenas reais, se possível mostrando os impactos. 1
Capacidade de adestrar muitas militares de uma só vez. Capacidade de adestrar o grupo de combate conjuntamente além do individual. Focar na rapidez da conduta que deva ser adotada co realismo.
1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão.
1
Capacidade de representar ao máximo a realidade vivida nesse tipo de operação, ao passo que se torna importante, também, ter possibilidade de alterar as Regras de Engajamento tendo em vista a evolução do entendimento jurídico.
1
Empregar o armamento orgânico do Btl e ter vídeos condizentes com o ambiente operacional que o Btl está inserido.
1
Acredito que ele tenha que ter a capacidade de ser com tiro real, para ambientar da melhor forma a missão real
1
Diversas situações que possam aparecer durante a missão; Utilização do armamento de dotação de cada militar; Sensor para verificar onde foi o impacto do disparo da tropa
1
Deve permitir o emprego do armamento de dotação, permitir a interação verbal Homem-simulador e deve retratar as situações normalmente vivenciadas nas Op GLO e Pacificação.
1
Abranger armamentos e equipamentos menos letal (granadas Luz e Som, lacrimogêneo e Spray de Pimenta) e maior interação com o vídeo, individuo responder de acordo as suas ações tomadas.
1
Mais próximo à realidade possível. 1
Ambiente escuro; Possibilidade de simular o ambiente noturno, assim como o diurno; Ter pelo menos 2 box de treinamento que possam ser utilizados ao mesmo tempo; Ser compatível com vários tipos de armamento; e Ter capacidade de reação do simulador em caso de acerto/erro do atirador, tendo continuidade do exercício (não realizar missões estanques.
1
Regras de engajamento de acordo com a realidade que a tropa está sendo empregada nos dias atuais.
Simular o máximo a realidade, tiro real. 1
Segurança, buscar ao máximo a realidade e situações variadas. 1
Máximo de realidade. 1
Armamento e equipamento com características semelhantes ao utilizado na missão. 1
Armamentos idênticos ao empregado pela tropa, dos mais variados calibres e tipos ( letal e não letal). Situações contextualizadas no ambiente onde a tropa irá ser empregada.
1
Próximo ou no estande de tiro. Projeção dos vídeos, possibilidade de realização de tiro real 1
Baixo custo para a manutenção. Ser de simples emprego. Ser rústica o suficiente para ser empregada por todo efetivo operacional, sem apresentar defeitos frequentes.
1
Vídeos inéditos, devem ser passados no máximo duas vezes por militar. Com possibilidade de emprego de munição M1 para acostumar o militar a manusear o Armt.
1
Ser em um ambiente de rápido acesso, para as regras de engajamento possam ser praticadas constantemente sem precisar de muita logística. O simulador deve apresentar boa qualidade visual e auditiva. Vídeos devem ser produzidos por equipes especializadas, para que tenha o máximo de qualidade e realismo, mas isso não impede que sejam produzidos, também, pelas OM, diante de suas demandas.
1
Deve permitir o emprego do armamento com munição real. Deve simular as mais diversas situações possíveis.
1
164
Mais próximo possível da realidade da missão. 1
O simulador deve se aproximar o máximo possível da realidade e reagir as ações do militar em adestramento no simulador.
1
Deve se aproximar da realidade (ruas/vielas) e situações que vão desde a verbalização até a execução de disparo de arma letal.
1
Adaptação constante as regras de engajamento de acordo com o tipo de missão. Tipo de viatura e material. Creio que não possua OCD e acho muito importante
1
Ser de simples manuseio e manutenção; Estar atualizado de acordo com a operação na qual a OM será empregada; Ser preparado para receber desde efetivo valor GC ao treinamento individual; Estar adaptado ao armamento da OM (IA2; Para-FAL, etc SFC)
1
Diferentes cenários; diferentes armamentos (letais e não letais) para emprego 1
Poder simular com máximo de realismo as situações que serão encontradas na missão que será o foco do preparo, no caso de características: o peso do armamento, o tiro, falhas, reação esperada do vídeo, podemos comparar com os cinemas 3D,4D,5D...Quanto mais sentidos forem simulados melhor.
1
Feita no estande de tiro com retroprojetor, pano branco e munição real. 1
Deve ser o mais próximo da realidade. 1
Realismo 1
Aparelho de som com qualidade e potência; projeção com tamanho real. 1
Explorar as situações de emprego real. Ter a capacidade de simular o emprego simultâneo de vários militares, emprego da fração. Variar o ambiente operacional. Capacidade de empregar vários armamentos, gás de pimenta, granadas de efeito moral, etc.
1
Adaptabilidade, realismo, interatividade, baixo custo de compra e manutenção, facilidade de operação.
1
Interação entre equipamento e homem, e simulação de ambiente que represente fielmente o terreno e características da população do local a ser patrulhado.
1
Nível Esquadra no mínimo,com realismo daquele local e armamento do cotidiano 1
A possibilidade de realizar uma simulação viva seria melhor que a virtual por possibilitar atividades reais com consequências virtuais.
1
Representar a realidade 1
TOTAL 39
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
INTERAÇÃO
(19%)
Possibilidade de desenvolver todos os módulos de tiro previstos nas IGTAEx, ferramentas para a correção/ aperfeiçoamento das técnicas de tiro, cenário interativo, possibilidade de inclusão de novos cenários.
1
Deve ter cenas reais, se possível mostrando os impactos. 1
Deve proporcionar um treinamento progressivo iniciando com estandes de tiro, tiros em alvos móveis e de ação e reflexão, exercícios de interação com vídeos de situações reais vivenciadas com tropas.
1
Deve ser adaptado a cada operação possibilitando avaliar as ordens de alerta do executante e a precisão dos disparos letais e não letais.
1
Diversas situações que possam aparecer durante a missão; Utilização do armamento de dotação de cada militar; Sensor para verificar onde foi o impacto do disparo da tropa
1
Deve permitir o emprego do armamento de dotação, permitir a interação verbal Homem-simulador e deve retratar as situações normalmente vivenciadas nas Op GLO e Pacificação.
1
Abranger armamentos e equipamentos menos letal (granadas Luz e Som, lacrimogêneo e Spray de Pimenta) e maior interação com o vídeo, individuo responder de acordo as suas ações tomadas.
1
Ambiente escuro; Possibilidade de simular o ambiente noturno, assim como o diurno; Ter pelo menos 2 box de treinamento que possam ser utilizados ao mesmo tempo; Ser compatível com vários tipos de armamento; e Ter capacidade de reação do simulador em caso de acerto/erro do atirador, tendo continuidade do exercício (não realizar missões estanques.
1
165
Ambiente específico para a atividade e material para projeção. Seria ideal que os disparos efetuados pelo instruendo fossem monitorados a fim de se ter a ciência de onde ocorreram os impactos.
1
Capacidade de dissimular as diversas situações que necessitam de reações, particularmente o uso da força e funcionamento do armamento simulado que será utilizado na ação.
1
Possibilitar uma simulação em 4D, com a utilização de óculos, movimentos e odores. 1
Ter uma boa medição de resultados. Senão a simulação sem esse meio se torna tão eficaz quanto.
1
Poder simular com máximo de realismo as situações que serão encontradas na missão que será o foco do preparo, no caso de características: o peso do armamento, o tiro, falhas, reação esperada do vídeo, podemos comparar com os cinemas 3D,4D,5D...Quanto mais sentidos forem simulados melhor.
1
Seria importante o controle do cenário (filmagem real) de cada fase da conduta do militar. Modificando de acordo com o que o militar fosse agindo. Esse controle seria feito por um operador que iria mudando de acordo com a ação do militar que estariam executando a ação.
1
Enquadrar diversos casos de acordo com as regras vigentes. Estar ambientado no mesmo tipo de ambiente aonde a operação será desenvolvida. Ser dinâmico. Ser simples a correção dos erros.
1
Adaptabilidade, realismo, interatividade, baixo custo de compra e manutenção, facilidade de operação.
1
Interação entre equipamento e homem, e simulação de ambiente que represente fielmente o terreno e características da população do local a ser patrulhado.
1
As principais características seriam: interação com o usuário; linguagem prática e objetiva; e simplicidade. Trata-se de um projeto complexo para tornar as regras de engajamento mais inteligível para o nosso soldado (executor principal) que normalmente não tem um nível cultural muito elevado.
1
Capacidade de identificar o deslocamento e a fala; capacidade de simular o emprego de armamento não letal; simular o deslocamento embarcado e desembarcado.
1
TOTAL 20
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
SIMPLICIDADE
(18%)
Ser de fácil utilização e de manutenção barata. 1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão.
1
Deve ser rústico e de baixo custo de manutenção e de fácil operação. O 1
Rusticidade, Fácil entendimento para operação do mesmo, permitir utilização de diversos tipos de armamento, manutenção fácil e modularidade
1
Deve possuir: Deve possuir uma estrutura simples e modular Diferentes cenários. Os cenários devem ser atualizados conforme a evolução do combate urbano
1
Baixo custo para a manutenção. Ser de simples emprego. Ser rústica o suficiente para ser empregada por todo efetivo operacional, sem apresentar defeitos frequentes.
1
Ser em um ambiente de rápido acesso, para as regras de engajamento possam ser praticadas constantemente sem precisar de muita logística. O simulador deve apresentar boa qualidade visual e auditiva. Vídeos devem ser produzidos por equipes especializadas, para que tenha o máximo de qualidade e realismo, mas isso não impede que sejam produzidos, também, pelas OM, diante de suas demandas.
1
Fácil manuseio e atualização de cenários. 1
Deve ser o mais completo possível. As instruções nos Btl, em sua maioria, se resumem a instruções teorias com quadro mural e uma pista precária onde o militar simula o tiro com a boca (pou pou). Não há munição para adestramento, mal da para realizar o TIB. Neste contexto cresce de importância o simulador.
1
Que tenha possibilidades técnicas suficientes para atender a finalidade 1
Ser móvel, possuir diferentes cenários e personagens, contemplar as ações da tropa ainda embarcada.
1
Características de fácil manuseio e situações que desenvolvam o raciocínio rápido do
166
combatente.
Simplicidade para sua operação, baixo custo para sua manutenção e meios de TI e equipamentos disponíveis no mercado.
1
Facilidade na operação e na manutenção, Instrução especial sobre como utilizar todas as funções disponíveis.
1
Ser de simples manuseio e manutenção; Estar atualizado de acordo com a operação na qual a OM será empregada; Ser preparado para receber desde efetivo valor GC ao treinamento individual; Estar adaptado ao armamento da OM (IA2; Para-FAL etc SFC)
1
O simulador não precisa ser no padrão encontrado no CCOPAB, um projetor multimídia, uma sala escura e festim cumprem a missão sem muito gasto.
1
Deve ser de fácil manuseio. Deve ter um custo de manutenção baixo.Tem que proporcionar vários tipos de ambientes.
1
Baixo custo de aquisição e manutenção, facilidade de uso e adaptabilidade a diversas regras de engajamento, a diversos tipos de operação, a diversos tipos de ambiente operacional.
1
Adaptabilidade, realismo, interatividade, baixo custo de compra e manutenção, facilidade de operação.
1
TOTAL 19
CARACTERÍSTICA RESPOSTAS Nr
BAIXO CUSTO DE
AQUISIÇÃO E
MANUTENÇÃO
(11%)
Ser de fácil utilização e de manutenção barata. 1
Baixo custo de aquisição e manutenção. Simplicidade de operação. Realismo e possibilidade de atualização de cenários para diferentes tipos de missão. 1
Deve ser rústico e de baixo custo de manutenção e de fácil operação. O 1
Rusticidade, Fácil entendimento para operação do mesmo, permitir utilização de diversos tipos de armamento, manutenção fácil e modularidade. 1
Baixo custo de aquisição e manutenção, facilidade no manuseio, capacidade de retratar os Armt em uso pelo EB e capacidade de simular diversas situações de combate, individuais e coletivas.
1
Baixo custo para a manutenção. Ser de simples emprego. Ser rústica o suficiente para ser empregada por todo efetivo operacional, sem apresentar defeitos frequentes. 1
O mais tecnológico possível, mas acredito não ser viável financeiramente. Neste caso, um projetor e redes camufladas numa sala de instrução resolvem o problema. Mas o ideal seria estar inclusive simulando o emprego do armamento e outros fatores mais.
1
Simplicidade para sua operação, baixo custo para sua manutenção e meios de TI e equipamentos disponíveis no mercado. 1
Facilidade na operação e na manutenção, Instrução especial sobre como utilizar todas as funções disponíveis. 1
Deve ser de fácil manuseio. Deve ter um custo de manutenção baixo.Tem que proporcionar vários tipos de ambientes. 1
Baixo custo de aquisição e manutenção, facilidade de uso e adaptabilidade a diversas regras de engajamento, a diversos tipos de operação, a diversos tipos de ambiente operacional. 1
Adaptabilidade, realismo, interatividade, baixo custo de compra e manutenção, facilidade de operação.
1
TOTAL 12
167
ANEXO C - Dificuldades a serem enfrentadas na implantação de um simulador
virtual de Regras de Engajamento
DIFICULDADE RESPOSTAS Nr
RECURSOS
FINANCEIROS (67%)
Recursos financeiros para a aquisição e manutenção. 1
O custo e a manutenção do simulador. 1
O custo para implementação, creio que não seja necessário que cada OM tenha o seu equipamento, mas, sim que exista um centro de simulação de alta tecnologia em cada comando militar de área que priorize os BTL no preparo.
1
Manutenção do sistema (equipamento muita caro). Manutenção de pessoal especializado e em condições de empregar os simuladores, tendo em vista a rotatividade dos militares.
1
Conseguir num mesmo sistema de simulação aliar a qualidade elevada, flexibilidade no uso e o baixo custo de aquisição e manutenção, fatores normalmente diametralmente opostos.
1
Falta de recursos. 1
Recursos financeiros e atualização de cenários adaptados a cada operação. 1
O custo de aquisição e manutenção do mesmo. 1
Recursos financeiros 1
Recursos financeiros 1
As dificuldades seriam a falta de recursos e toda a burocracia administrativa necessária à sua implantação.
1
O valor do equipamento é o seu custo de manutenção. 1
Custo para as unidades, mentalidade de manutenção preventiva, aceitação dos militares. 1
Financeiro; Falta de local para instalar o simulador; Falta de munição; Falta de projetores; 1
Questões financeiras e equipe com conhecimento técnico para manutenção dos equipamentos.
1
Meios disponíveis para a implantação. 1
Custo e espaço físico. 1
Acredito que a adequação de um local e o gasto que seria com isso. 1
Recursos orçamentários. 1
Recursos financeiros. 1
O preço do simulador, para que este seja acessível aos diversos batalhões que podem ser empregados nesse tipo de missão.
1
Custo da estrutura 1
Verba 1
Instalações e equipamento. Muitas vezes a OM não dispõe de material e local adequado. 1
Custos e adaptação de instrutores e técnicos. 1
Verba. Alguns Militares considerarem que somente o tiro real é o que realmente adestra. 1
Manutenção, variedade de vídeos 1
Compra de material. E produção dos vídeos. 1
Recursos financeiros. 1
168
Custo. 1
Acredito que sejam recursos e um pouco de incentivo por parte do escalão superior, pois já nos adestramos dessa forma (de maneira precária: projetor e vídeos com munição de festim).
1
Não visualizo grandes dificuldades, a não ser de ordem orçamentária. 1
Restrição orçamentária do EB. 1
Recurso para aquisição e manutenção, pessoal com conhecimento do equipamento. 1
Aquisição CI 1
Custo e pessoal especializado no equipamento e na criação de situações condizentes com a realidade.
1
Questões orçamentárias, pois para se ter um simulador de qualidade tem que se ter investimento. Cabe ressaltar que deve ter tecnologia nacional, para que possa ter facilidade na hora da manutenção ou reposição de peças. Independência do estrangeiro é questão de soberania.
1
A maior dificuldade seria a contratação do serviço manutenção. Não existe no EB a cultura de comprar um equipamento novo, já com serviço de manutenção contratado. Isso resulta no sucateamento prematuro dos equipamentos. É isso que aconteceu com praticamente tudo que o EB comprou nos últimos 10 anos. Tudo parado por falta de manutenção.
1
acredito que seja o custo, entretanto existem formas de simular situações sem a necessidade propriamente dita de um simulador. Ex usando projetor com pequenos filmes.
1
Aquisição de material e local específico. Pela escassez de recursos. 1
A principal seria financeira, seguida da dificuldade técnica de se empregar algo muito tecnológico. Já no ponto de vista da simplicidade, acredito que qualquer OM já tem condição de preparar a simulação similar ao do CCOPAB.
1
Recursos sempre escassos. 1
Questão orçamentária. 1
Custo, local adequado na OM, manutenção do simulador, previsão real de utilização no aparelho (não apenas de maneira pontual).
1
O Equipamento que deve custar caro. E local adequado na OM. 1
Recursos 1
Orçamento e entraves colocados por militares que não passaram por esta experiência, que julgam os gastos desproporcionais às benesses trazidas com ele.
1
Recurso 1
Custo. 1
Recursos Financeiros 1
Custo. A descentralização de recursos para as OM do corpo de tropa para aquisição de materiais permanentes tem sido quase nula.
1
Provavelmente o valor, investimento alto por parte do governo. 1
Valor, pessoal especializado e utilização efetiva. Não apenas para aparecer e mostrar em visitas de generais
1
Custos 1
Falta de recursos para comprar o simulador. 1
Limitações financeiras. Pois há OM que não recebem tantos recursos como outras prioritárias.
1
Valor. Uma empresa estrangeira que adapta o armamento desejado para o emissor e receptor laser, tornando esse procedimento muito caro.
1
Se a questão se refere à implantação de um simulador permanente, a maior dificuldade é a obtenção de recursos para a construção dessa instalação em uma OM.
1
Elevado custo de instalação e manutenção. Será melhor empregado em centros de formação e adestramento.
1
O custo elevado de aquisição e manutenção. 1
Relação preço X Funcionalidade, pois, se for de alto custo e houver pouco uso, pode se 1
169
tornar um recurso mal empregado.
O custo inicial, e a necessidade de pessoal especializado para a operação e manutenção. Existe também a necessidade da atualização permanente do equipamento.
1
Falta de recurso e desconhecimento de boa parte dos militares dessas ferramentas. 1
Valores 1
A dificuldade existente no Brasil é recurso. Fora isso, não visualizo outros obstáculos. 1
Financeiro e tecnológico 1
Obtenção de recursos pelos corpos de tropa; demora no processo de atualização dos PPB/ PPQ.
1
Somente pode ser utilizado no período noturno. Não abordas todas as condutas. Equipamento de alto custo para ser adquirido.
1
TOTAL 68
DIFICULDADE RESPOSTA Nr
ESTRUTURA NA OM
(16%)
A OM possuir estande. 1
Financeiro; Falta de local para instalar o simulador; Falta de munição; Falta de projetores;
1
A padronização âmbito EB de um "gabarito" a ser seguido. 1
Custo e espaço físico. 1
Acredito que a adequação de um local e o gasto que seria com isso. 1
Custo da estrutura 1
Instalações e equipamento. Muitas vezes a OM não dispõe de material e local adequado.
1
Infraestrutura das OM 1
A implantação de um simulador desse porte requer uma adequação de instalações, e um repasse de recursos consideráveis. Uma alternativa para as OM é a utilização dos vídeos do simulador em uma sala de instrução, com o instruendo portando o armamento de dotação. Apesar de não haver a "reação" no vídeo, é uma opção que exige pouco ou nenhum recurso para ser implementada.
1
Disponibilidade de equipamento. 1
Aquisição de material e local específico. Pela escassez de recursos. 1
não existência de projetor multimídia em abundância nas OM. 1
Custo, local adequado na OM, manutenção do simulador, previsão real de utilização no aparelho (não apenas de maneira pontual).
1
Espaço, material. 1
Se a questão se refere à implantação de um simulador permanente, a maior dificuldade é a obtenção de recursos para a construção dessa instalação em uma OM.
1
Estande de tiro com capacidade para posicionar o vídeo com uma iluminação adequada, além disso, tela de projeção que permita a conferência dos impactos e, por fim, um vídeo que represente a silhueta dos impactos no término.
1
Somente pode ser utilizado no período noturno. Não abordas todas as condutas. Equipamento de alto custo para ser adquirido.
1
TOTAL 17
DIFICULDADE RESPOSTAS Nr
PRODUÇÃO DE VÍDEOS Condizente com a realidade e que abrange variedade grande de situações. 1
Recursos financeiros e atualização de cenários adaptados a cada operação. 1
170
VARIADOS
(12%)
Manutenção, variedade de vídeos 1
Compra de material. E produção dos vídeos. 1
A gravação dos vídeos e a produção, devido à Nec de produtos de qualidade. 1
Acho que a maior dificuldade seria a confecção de vídeos, feitos por equipes especializadas, para as diversas situações que podem ser abrangidas em uma determinada Regra de Engajamento, para uma determinada operação. Deveriam existir vídeos para Operações contra crimes transfronteiriços, GLO, Varredura de presídios, Patrulhamento a pé, Patrulhamento motorizado, Patrulhamento em embarcação, Operações em ambientes urbanos, Operações em ambientes de selva etc.
1
Custo e pessoal especializado no equipamento e na criação de situações condizentes com a realidade.
1
Acho que os meios visuais 1
Proporcionar interatividade em tempo real. Em razão da necessidade de treinar pessoal e desenvolver os vídeos nesse sentido.
1
Antes de ter vivenciado a instrução no CCOPAB não imaginava a importância e o realismo da simulação. Creio que a maior dificuldade seja a padronização da instrução nas OMS, tendo em vista que as regras de engajamento das operações estão sempre mudando
1
Acredito que seja a produção de conteúdo de qualidade para que se adapte a realidade da missão
1
Estande de tiro com capacidade para posicionar o vídeo com uma iluminação adequada, além disso, tela de projeção que permita a conferência dos impactos e, por fim, um vídeo que represente a silhueta dos impactos no término.
1
Somente pode ser utilizado no período noturno. Não abordas todas as condutas. Equipamento de alto custo para ser adquirido.
1
TOTAL 13
171
ANEXO D - Organizações Militares que deveriam produzir e centralizar os vídeos
para as operações de Garantia da Lei e da Ordem
CATEGORIA RESPOSTAS NR
CRIAÇÃO E
CENTRALIZAÇÃO
NO CI OP GLO
(41%)
CI Op GLO, por ser o Centro de Instrução responsável pelo aprimoramento, desenvolvimento e instrução dessa doutrina no EB.
1
CIOP GLO contando com a colaboração de outras OM recém experimentadas, por ser a OM que difunde o conhecimento nessa seara e deve também prover vídeos.
1
O CI GLO, pois é o centro responsável pelo desenvolvimento da doutrina deste tipo de operação.
1
CI Op GLO, tendo em visto que é o Centro de Instrução responsável por Operações de GLO. 1
28º BIL mais precisamente o CI Op GLO, porque são referência de Op de GLO. 1
Uma boa opção seria o CIGLO (campinas SP). Por sua destinação está atualizado sobre as várias operações GLO ocorridas no país e possui melhores condições de adaptá-las aos cenários gráficos.
1
Ci OP GLO - 28 BIL CAMPINAS 1
CIGLO e CI Op Esp. A primeira possui todo o know-how necessário para a confecção dos vídeos. Já a segunda possui adestramento e capacidade operacional suficientes para tal.
1
CIGLO e Bda Inf Pqdt. Uma por ser a mais vocacionada e a outra, por estar atuando constantemente neste tipo de missões.
1
CI Op GLO. Creio que lá é o lugar onde o estado da arte do EB é praticado em relação ao GLO.
1
CI Op GLO. Pela característica de emprego, no que se refere as situações que podem se apresentar diferentes das situações em missões de paz.
1
Talvez os Centros de Instrução de Garantia de Lei e da Ordem, como exemplo o de Campinas. Centralizar os vídeos facilitaria a padronização do treinamento da tropa.
1
O CI Op GLO (para as ações gerais de Infantaria) e o BPEB (para as atividades específicas da PE), pois são as OM com maior grau de conhecimento nesta área do Brasil.
1
CIGLO. Por estar mais próximo ao emprego GLO. 1
28 BIL ( no CIGLO) 1
CIGLO, porque é o centro especializado em operações GLO e que entende melhor o contexto tático que a tropa vivencia em território nacional.
1
Seria interessante a produção de tais vídeos por OM referência nesse tipo de atividade, como o CI Op GLO.
1
CIGLO. Porque é o Centro de Instrução especialista nestes tipos de operações. 1
Acredito que OM mais vocacionadas às Op GLO. 1
Os vídeos deveriam ser produzidos pelo CIGLO. 1
CIGLO sediado em Campinas, pelo fato de ser um Centro de Instrução voltado para GLO. 1
CIGLO em campinas 1
CI GLO. Porque é o Centro de instrução dessa área. 1
Penso que tudo deveria ser centralizado na Bda GLO, tendo em vista aproveitar o conhecimento do CIGLO.
1
No caso de GLO, acredito que seria interessante que os filmes fossem produzidos pelo Centro de Instrução de Garantia da Lei e da Ordem.
1
Imagino que a OM mais indicada seria o Centro de Instrução (CIGLO), por serem eles a referência na atividade no EB.
1
172
CIGLO, haja vista ser o centro especializado de nossa força e devido a importância da padronização das ações a nível EB
1
CCOPAB e CI Op GLO. 1
Poderia ser o CIGLO. Mas esses vídeos deveriam ser divulgados para as OM de tropa. 1
BIL GLO, devido ao preparo destas OM voltadas exclusivamente para Op GLO 1
CI Op GLO, devido ao conhecimento 1
Acredito que a OM mais indicada para a produção e difusão desse material seja o 28º BIL, por contar com o CI Op GLO, Centro este que desenvolve a doutrina de emprego em Op GLO, bem como conduz os estágios existentes no EB relativos ao tema.
1
CI Op GLO e as OM de fronteira que tem suas missões específicas. 1
CIGLO ou CAADEX 1
CCOPAB, CAADEX e CIGLO. 1
Acredito que qualquer OM que esteja em preparação para uma Operação de GLO é capaz de produzir vídeos próprios após instrução centralizada dos Quadros da OM no CIGLO ou no CCOPAB. Acho também que qualquer vídeo produzido em qualquer OM deva ser centralizado no CCOPAB, no caso de Missões de Paz, e no CIGLO, se for um contexto de Op GLO no Brasil, para melhor compartilhamento de ideias.
1
CIGLO e CAADEX. OM dedicadas ao desenvolvimento e avaliação de TTP para o emprego em GLO.
1
O 28º BIL, por se tratar de OM de Emprego Peculiar em OP GLO deve centralizar a produção destes vídeos, por meio do Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem.
1
CIGLO 1
Todas as OM tem capacidade para produzir esse tipo de vídeo porque GLO faz parte das instruções individuais básicas. Entretanto, acredito que a Força Terrestre deve aproveitar suas especialidades e empregar o CComSEx para produzir os vídeos e a Bda GLO para planejar as situações táticas e executar as simulações.
1
CIGLO 1
CIGLO. Pois é o centro com maior expertise no que tange as operações de GLO ou o CADEX que avalia as tropas do EB.
1
TOTAL 42
CATEGORIA RESPOSTAS Nr
CRIAÇÃO EM
QUALQUER OM
(40%)
Havendo um centro de simulação em cada CMA no mínimo, creio que as diversas situações a serem simuladas devem estar centralizadas nesta OM, como o que ocorre como CCOPAB.
1
Não necessariamente, mas, a produção e vídeos pela própria OM pode facilitar a atualização de cenários para diferentes missões. Talvez, se houvesse um banco de dados através do qual a OM possuidora do sistema de simulação pudesse compartilhar seus vídeos, desde que respeitadas as limitações legais (direito de imagem, direitos autorais etc), facilitasse a utilização de vídeos que padronizassem o adestramento da força e que tivessem melhor qualidade e maior realismo.
1
Uma OM por C Mil A para poder adaptar para cada região 1
Qualquer OM é capaz de produzir tais vídeos de acordo com a necessidade da missão que irá executar
1
Todas as OM, com a supervisão e atualização desses vídeos, baseados nas atualizações das TTP, sob responsabilidade do Cmdo da Brigada, dessa forma, envolvendo todo s os níveis nesse processo de aperfeiçoamento nas TTP de combate urbano dentro do contexto de Op GLO.
1
Qualquer OM que possua recursos audiovisuais, em apoio e direcionamento de tropas que já vivenciaram operações em GLO.
1
Tropas de atuação estratégica. 11 e 12 Bda e Bda Inf Pqdt. 1
CIGLO e Bda Inf Pqdt. Uma por ser a mais vocacionada e a outra, por estar atuando 1
173
constantemente neste tipo de missões.
OM que participam de missão real, mas não uma OM, e sim montar um equipe de militares que participaram das missões e montar um vídeo e ser difundido.
1
Em todas. Cada OM devera ter o seu e adaptado para cada adestramento diverso, frente a missão que possa surgir.
1
Bda de GLO. As próprias OM que participarem do 1º contingente. 1
Poderia ser franqueado a outras unidades, sendo centralizadas e selecionadas as imagens no CIGLO ou no CCOPAB.
1
As tropas que com mais frequência atuam nesses tipos de operação. Por exemplo a Brigada de Infantaria Paraquedista.
1
Qualquer OM, de forma centralizada, que possua pessoal especializado para tal é sempre ouvindo o Feedback de todas as unidades.
1
As OM operacionais de todo país, produzindo vídeos respeitando a paisagem local de emprego e cultura.
1
Todas as OM operacionais dessas armas (Inf, Cav, Art e Eng). Porque essas OM devem estar aptas constantemente nesse tipo de Operações
1
Principalmente as OM de fronteira que atuam rotineiramente nas Op GLO e os BPE e RCG, que são tropas vocacionadas para essa atividade.
1
CAAdEx, CI Op GLO, Brigada Leve, brigada paraquedista e brigada de operações especiais. 1
As localidades que possuem históricos de registro de empregos de tropa do EB em GLO de forma mais duradoura (Ex.: Greve da PM em Salvador, Missões de Pacificação no RJ).
1
OM disseminadoras de doutrina e de conhecimento na área, visando abordar somente aspectos relevantes para o adestramento.
1
os Btl participam bastante de missões GLO. 1
OM(s) que historicamente foram utilizadas para EBOP e EAOP, quando p BRABAT estava centralizado. Possivelmente serão utilizadas nas próximas missões
1
As próprias OM devem produzir seus vídeos, uma vez que o ambiente operacional brasileiro no que se refere à Op GLO é multifacetado, sendo assim cada Btl terá suas especificidades da A Op.
1
Talvez outras OM operacionais estratégicas também o tenham, mas a mais apta, creio que seja o CCOPAB, mesmo
1
Deverá ser baseado no sistema de lições aprendidas nas operações, a fim de colocar maior realidade aos simuladores.
1
Poderia ser o CIGLO. Mas esses vídeos deveriam ser divulgados para as OM de tropa. 1
As OMs que tivessem uma maior experiência prática neste tipo de Operação, como por exemplo as OMs da 9ª Bda Inf Mtz (Es) e o próprio CIGLO para fins acadêmicos.
1
Todas as OM`s durante as instruções de GLO tem plenas condições de fazer um vídeo desses. Cabe um instrutor fazer o vídeo e apresentar para o S3 e OPAU o plano de sessão, segurança e gerenciamento de risco para que estes sejam observados. A instrução também poderá ser realizada primeiramente com festim.
1
CI Op GLO e as OM de fronteira que tem suas missões específicas. 1
Deveria haver um estudo centralizado para a elaboração de um vídeo institucional, as operações GLO mudam de característica (a fronteira sul é muito diferente da maré). Por se tratar de um assunto sensível, que envolve muito estudo jurídico, acredito que o cada Comando Militar de Área deve providenciar vídeos conforme a característica da missão e as regras de engajamento utilizadas.
1
Infantaria, por serem mais afetas a atividade 1
As OM que estão sendo utilizadas em operações de GLO. Para que as mesmas tenham condições de manter seus quadros adestrados.
1
Acredito que deveria haver uma autonomia para a Brigada enquadrante da OM. 1
Acredito que qualquer OM que esteja em preparação para uma Operação de GLO é capaz de produzir vídeos próprios após instrução centralizada dos Quadros da OM no CIGLO ou no CCOPAB. Acho também que qualquer vídeo produzido em qualquer OM deva ser centralizado no CCOPAB, no caso de Missões de Paz, e no CIGLO, se for um contexto de Op GLO no
1
174
Brasil, para melhor compartilhamento de ideias.
Os vídeos poderiam ser produzidos pelas próprias OM detentoras do material, entretanto, o fundamental seria um banco de vídeos gerenciado e fiscalizado pelo COTER que pudesse ser acessado pela 3ª Seção das OM para ser carregado em seu sistema simulador.
1
Creio que CCOPAB e CAAdEx sejam as mais apropriadas, sendo apoiadas por OM que são largamente empregadas em operações desta natureza, como a Bda Inf Pqdt, COPEsp, 9ª Bda Inf Es.
1
Além do CCOPAB seria interessante que o CIGLO, 1° BAC, 1° BFEsp e Cia Prec, pois são unidades com grande experiência em missões de paz e de pacificação.
1
Tropas mais capacitadas em operação de GLO 1
Todas as OM operacionais que tenham possibilidade de emprego direto nas operações de GLO, para melhor adestrar seus quadros, cabos e soldados para esse tipo de operação.
1
Todas as OM tem capacidade para produzir esse tipo de vídeo porque GLO faz parte das instruções individuais básicas. Entretanto, acredito que a Força Terrestre deve aproveitar suas especialidades e empregar o CComSEx para produzir os vídeos e a Bda GLO para planejar as situações táticas e executar as simulações.
1
Acredito que a melhor oportunidade para a produção dos vídeos seja no transcurso de uma operação. Assim, creio que tais vídeos devam ser centralizados no COTER (relatórios) , que com base nestes determine a produção dos vídeos para os simuladores.
1
TOTAL 41