FUNDAÇÃO DOM CABRAL
ESTUDO DE ATRATIVIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DE
ALTERNATIVAS PARA ENTREGAS DE PRODUTOS PARA MORADORES EM ÁREAS DE RISCO
EGUINALDO LUCIO MARCHIORO
FRANCIELY LORENZON CARVALHO
GIOVANNI SAVERGNINI BRUSCHI
JOÃO HENRIQUE STEFENON SIMÕES
PAMELLA DE OLIVEIRA SANTOS
WAGNER CANTARELA SOUZA (COORDENADOR)
VITÓRIA - ES
2019
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ESTUDO DE ATRATIVIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DE
ALTERNATIVAS PARA ENTREGAS DE PRODUTOS PARA
MORADORES EM ÁREAS DE RISCO
Eguinaldo Lucio Marchioro
Franciely Lorenzon Carvalho
Giovanni Savergnini Bruschi
João Henrique Stefenon Simões
Pamella De Oliveira Santos
Wagner Cantarela Souza (Coordenador)
Projeto apresentado à Fundação Dom Cabral com requisito parcial para a conclusão do Programa de Especialização em Gestão de Negócios. Professor Orientador: Paulo César Pêgas Ferreira, DSc. Gerente do Programa: Mônica Côrtes
Vitória - ES
2019
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AGRADECIMENTOS
As instituições em que atuamos, que nos propuseram esta oportunidade de desenvolvimento.
A Fundação Dom Cabral, ITL, CNT, SEST SENAT e seu corpo docente, direção e
administração que oportunizaram um horizonte superior, eivada pela acendrada confiança no
mérito e ética aqui presentes.
Ao nosso orientador Paulo César Pêgas Ferreira, pelo suporte que lhe coube, pelas suas
correções e incentivos.
Agradecemos também às nossas famílias por todo apoio e compreensão nas horas de
ausência, em que foi preciso abdicar nosso tempo para dedicarmos aos estudos.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte para esta formação, o nosso muito
obrigado.
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RESUMO
Esse projeto visa propor o estudo de uma alternativa de atendimento ao público com
restrições de recebimento devido a diversos fatores encontrados em nosso país, como a
infraestrutura urbana caótica, aumento das áreas de risco nas grandes cidades, crescimento
desordenado das grandes comunidades sem endereçamento formal, a demanda social e
econômica em função da falta de atendimento e principalmente a “última milha” no qual é a
parte mais onerosa e ineficiente da cadeia logística.
A alternativa é propor comodidade e facilidade aos clientes no recebimento de seus pedidos
de compras utilizando endereços fixos, disponibilizados pela loja virtual no momento da
compra online, com menor custo e tempo de entrega. Permite flexibilizar ao cliente a retirada
de seus pedidos e encomendas por mercados e-commerce, provenientes de lojas virtuais, em
curso de seu translado, a qualquer dia e horário por meio da instalação de estruturas físicas em
pontos de alto tráfego de pessoas (estações de embarque e desembarque de passageiros).
A solução analisada discute a viabilidade do uso de lockers segregados e identificados para o
recebimento dos pedidos, que receberão a confirmação de sua chegada (pedido) na data
programada e com prazo para a retirada. Para o estudo de viabilidade operacional e
econômica foram considerados as oportunidades existentes com base na estatística de
demanda reprimida do mercado e-commerce, dados que apontam o crescimento desse
mercado, a competitividade com base nos preços de frete atualmente praticados, a relação
oferta e demanda conforme a capacidade de atendimento e, o nível de segurança do local onde
o equipamento seria instalado. A alternativa de entrega analisada é viável, com base nas
pesquisas e estudos realizados e apresentados neste projeto.
Palavras-chave: entrega, lockers e-commerce.
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ABSTRACT
This project aims to propose the study of an alternative to the public with restricted reception
due to several factors found in our country, such as chaotic urban infrastructure, increased risk
areas in large cities, disorderly growth of large communities without formal addressing, social
and economic demand due to lack of service and especially the “last mile” in which it is the
most costly and inefficient part of the logistics chain.
The alternative is to offer customers convenience and ease in receiving their purchase orders
using fixed addresses, made available by the online store at the time of online purchase, with
lower cost and delivery time. It allows the customer to be more flexible in order to withdraw
their orders and orders by e-commerce markets, from virtual stores, in the course of their
transfer, at any time and day by installing physical structures in high traffic points of people
(railway stations). embarkation and disembarkation of passengers).
The analyzed solution discusses the feasibility of using segregated and identified lockers to
receive orders, which will receive confirmation of their arrival (order) on the scheduled date
and deadline for withdrawal. For the study of operational and economic viability, the existing
opportunities were considered based on the repressed demand statistics of the e-commerce
market, data that indicate the growth of this market, the competitiveness based on the
currently practiced freight prices, the relation supply and demand. according to the service
capacity and the safety level of the place where the equipment would be installed. The
delivery alternative analyzed is viable, based on the research and studies performed and
presented in this project.
Keywords: Delivery, lockers, e-commerce.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Restrições atendimento CORREIOS 14 Figura 2 - Bairros do RJ com restrição de entrega 15 Figura 3 - Participação por categoria 20 Figura 4 - Variação do tíquete médio por semestre, do período de janeiro de 2011 a junho de 2018 21 Figura 5 - Porcentagens de gênero e idade no e-commerce no 1º semestre de 2018 22 Figura 6 - Parcela da participação do e-commerce por Classe Social e por Região Geopolítica do Brasil 23 Figura 7 - Crescimento da população 24 Figura 8 - Vendas por região 25 Figura 9 - Horários de entrega do serviço disponibilizado pelo Extrabom 43 Figura 10 – Mapa do Metrô do Rio de Janeiro 47 Figura 11 – Restrições de entregas dos CORREIOS no Rio de Janeiro 48 Figura 12 - Mapa de estações do Metrô de Salvador 50 Figura 13 – Mapa Trajeto Barca Rio – Niterói 52 Figura 14 - Idade dos entrevistados 54 Figura 15 - Sexo dos entrevistados 55 Figura 16 - Percentual de quantas pessoas entre as pesquisadas utilizam meio de transporte público 55 Figura 17 - Percentual de usuários que fazem compra online 56 Figura 18 - Percentual de indivíduos no qual deixaram de efetuar compras online devido o custo do frete 57 Figura 19 - Percentual de indivíduos que sofrem diretamente devido a falta de entrega em seu endereço 58 Figura 20 - Indivíduos que deixam de realizar compras online devido a ausência de alguém para receber a encomenda 58 Figura 21 - Resultados da pesquisa de mercado 59 Figura 22 - Fluxo do modelo de negócio 67 Figura 23 - Estação Metrô Bahia 68 Figura 24 - Estação Metrô Fortaleza 70 Figura 25 - Espaços publicitários do Metrô do Distrito Federal 71 Figura 26 - Segurança no Sistema Metrô-DF 72 Figura 27 - Avaliação de segurança no sistema Metrô-DF 72 Figura 28 - Casos de aparelhos bloqueados 73 Figura 29 - Bloqueio de Celulares, por estado, a cada 10.000 habitantes. 74 Figura 30 - Relação de roubo a transeunte 75 Figura 31 - Municípios mais violentos do Brasil 76 Figura 32 - Modelo de armário Locker 79 Figura 33 - Lojas virtuais de e-commerce 80 Figura 34 - Processo da entrega 81 Figura 35 – Vantagens x Desvantagens dos Lockers 82 Figura 36 - Proposta de solução 83 Figura 37 – Análise SWOT 85
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Quadro demonstrativo com medidas de curto e longo prazo dos correios 17 Quadro 2 - Variação percentual do volume de pedidos, faturamento e tíquete médio no e-commerce 21 Quadro 3 - Embarques por dia útil Metrô Rio 49 Quadro 4 - Trajetos e tarifas Barcas CCR 53 Quadro 5 - Dimensionamento da área ocupada 86 Quadro 6 - Capacidade Mensal 86 Quadro 7 - Distribuição da População, por sexo e faixa etária 87 Quadro 8 - Faturamento mensal estimado 87 Quadro 9 - Custos operacionais 88 Quadro 10 - Ponto de equilíbrio 88 Quadro 11 - Faturamento e margem de contribuição mensal 89 Quadro 12 - Faturamento e margem de contribuição anual 89 Quadro 13 - Indicadores de viabilidade econômica do projeto 90 Quadro 14 - Cronograma de implementação 90
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMA – American Marketing Association
AMBA – Association of MBAs
ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres
BSC – Balanced Scorecard
CGU - Controladoria Geral da União
CNT – Confederação Nacional do Transporte
FDC – Fundação Dom Cabral
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ITL – Instituto de Transporte e Logística
PA – Projeto Aplicativo
PAEX – Parceiros para a Excelência
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
SINCOTELBA - Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos do estado da Bahia
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SUMÁRIO 1 RESUMO EXECUTIVO (Apresentação do Problema) 10
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 10 1.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA 10 1.3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO PROBLEMA A SER TRABALHADO E A RELEVÂNCIA DO PROJETO PARA A ORGANIZAÇÃO 10 1.4 OBJETIVOS 11
1.4.1 Objetivo geral 11 1.4.2 Objetivo específico 11
1.5 BREVE APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTULOS DO PROJETO APLICATIVO 11
2 BASES CONCEITUAIS 13 2.1 – A REALIDADE DO COMÉRCIO ELETRÔNICO 13 2.2 – RELACIONAMENTO DAS ENTREGAS DE ENCOMENDAS E VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL 13 2.3 O PERFIL DOS CLIENTES E-COMMERCE 18 2.4 O IMPACTO DA INOVAÇÃO SOBRE AS VENDAS DO E-COMMERCE 25
3 METODOLOGIA DA PESQUISA 27 3.1 A PESQUISA QUALITATIVA 28 3.2 A PESQUISA QUANTITATIVA 30 3.3 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS 30 3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 31 3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS 32 3.6 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS 32 3.7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 33
4 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA INFORMAÇÃO 34 4.1 ANÁLISE DO SETOR 34 4.2 BENCHMARKING REALIZADO / REALIDADES ORGANIZACIONAIS 40
4.2.1 Rede de lojas C&A 41 4.2.2 Rede de supermercados Extrabom 42
4.3 PESQUISA DE MERCADO 43 4.3.1 Empresa Wine 44 4.3.2 DHL e FEDEX 45 4.3.3 Metrô do Rio de Janeiro 46 4.3.4 Metrô de Salvador 49 4.3.5 CCR Barcas Rio de Janeiro 51 4.3.6 Questionário – Pesquisa de mercado 54
4.4 O USO DE ARMÁRIOS TIPO LOCKERS 60 4.5 O TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 67
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4.6 DADOS SOBRE A VIOLÊNCIA URBANA E SEU IMPACTO SOBRE O E-COMMERCE 73
5 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 77 5.1 PROPOSTA DE SOLUÇÃO 78 5.2 ANÁLISE DE VIABILIDADE 84
5.2.1 Viabilidade técnica e operacional 84 5.2.2 Viabilidade financeira 85
5.3 CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO 90
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 93
BIBLIOGRAFIA 95
GLOSSÁRIO 101
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1 RESUMO EXECUTIVO (Apresentação do Problema)
Este projeto se propõe a contextualizar os problemas relacionados às entregas de encomendas
em áreas de risco em cidades brasileiras, porém restringindo a abordagem à cidade do Rio de
Janeiro, analisando a viabilidade de uma solução que se utilize de estruturas físicas de
pequeno porte em pontos de alto tráfego de pessoas (estações de embarque e desembarque de
passageiros situados na região sudeste, centro oeste e nordeste do Brasil) para entrega de
encomendas, de modo a proporcionar conveniência aos usuários de transportes de massa, em
pontos de grandes concentrações como por exemplo: estações de metrô, barcas ou outros
pontos de grande concentração de passageiros que residem em locais em que há ou não
restrição para entrega de encomendas, seja por falta de segurança, por falta de acesso
adequado para veículos ou por conveniência.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Analisar a viabilidade do desenvolvimento de uma solução que permita viabilizar um
procedimento de entregas alternativas para pessoas residentes em áreas de difícil acesso seja
pela excessiva violência urbana ou pela restrição física do acesso.
1.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
A TLI Technology Logística, é uma empresa de entregas de encomendas, para moradores em
áreas com restrições de entrega, através de instalações fixas que viabilizem a sua retirada em
pontos de grande fluxo de pessoas, tais como terminais de embarque e desembarque de
passageiros, como por exemplo, estações de trem, metrô, rodoviárias, entre outros.
1.3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO PROBLEMA A SER TRABALHADO E A
RELEVÂNCIA DO PROJETO PARA A ORGANIZAÇÃO
Pressupõe-se que transportadoras e Correios possuem dificuldade de acesso a determinadas
regiões do país, seja por questões de segurança ou por falta de acessos adequados que
impedem a circulação de veículos de pequeno porte. Pressupõe-se que a dificuldade citada
restringe significativamente o acesso de pessoas residentes nesses lugares ao mercado
e-commerce, além de ocasionar uma demanda social.
✔ Suprir deficiência logística de entrega de encomendas.
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✔ Atender uma demanda social.
✔ Disponibilizar comodidade ao consumidor.
✔ Promover a inserção de uma parcela potencial de clientes no mercado consumidor.
✔ Exploração de um novo mercado.
Sua importância baseia-se na alternativa de atendimento de uma demanda reprimida no
mercado e-commerce em função da dificuldade de atendimento, uma vez que o alto número
de endereçamento informal, riscos e dificuldades de acesso, tornam a malha final onerosa e
consequentemente as empresas de logística deixam de atender.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo geral
Elaborar um projeto de atratividade econômico-financeira e operacional para o serviço
alternativo de recebimento e entrega de encomendas, acrescentando eficiência na logística
(redução de prazo e custo) por meio de terminais conectados com o sistema e-commerce
situados em locais de grande fluxo de modo a disponibilizar conveniência aos usuários.
1.4.2 Objetivo específico
● Analisar modelos e entregas alternativas (Práticas de sucesso).
● Analisar oportunidades e gargalos em relação a distribuição e logística em áreas de
acesso restrito.
● Descrever o conceito de serviço alternativo de entregas.
● Avaliar a percepção dos consumidores em relação ao serviço alternativo de entregas.
● Propor um modelo alternativo para entregas e avaliar a viabilidade.
1.5 BREVE APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTULOS DO PROJETO APLICATIVO
No trabalho será realizada uma breve apresentação onde será destacada a justificativa do
trabalho, seus objetivos gerais e secundários, assim como a metodologia de pesquisa utilizada.
O segundo capítulo descreve o cenário do comércio eletrônico, com suas restrições nas
entregas da última milha, mudança de hábito da população brasileira, o crescimento
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desordenado da comunidade, o que a violência causa no comércio e-commerce. Transcreve
sobre o perfil dos consumidores e-commerce e o crescimento por regiões.
O Terceiro capítulo, trata-se da explicação dos conceitos da metodologia aplicada a este
estudo de projeto (quantitativa, qualitativa, os procedimentos técnicos, procedimentos
metodológicos, coleta de dados, análises de dados da pesquisa). Permite a consulta de como
foi realizado a pesquisa deste estudo.
No quarto capítulo, análise do setor, buscou-se demonstrar, através de fatos e dados, diversos
fatores que comprovam o bom momento do mercado de eletroportáteis brasileiro. Em
sequência, é apresentado o benchmarking realizado com organizações que atravessam
experiências similares. São analisadas oportunidades e ameaças que possam vir a contribuir
com o projeto em questão. São estudadas possíveis localidades que possam atender e
concentrar o maior número de pessoas e mercadoria tendo um dos pilares de análise a
violência e restrições de CEP.
O quinto capítulo é dedicado a uma revisão do modelo conceitual, onde é apresentada a
posição da equipe de projeto relativa aos pontos de extrema importância na realização de um
projeto desta magnitude, buscando sugerir melhores práticas e pontos de atenção essenciais
para a implementação. Faz-se a análise de viabilidade pelo VPL, TIR e ROI, do conceito
operacional proposto pela equipe do projeto, bem como o tempo estimado para sua
implementação, fortalecido pela análise de SWOT.
No sexto capítulo é apresentado o modelo conceitual, que busca elencar fatores chave para
que a implementação do projeto ocorra com êxito.
Por fim, serão feitas considerações finais constituídas de alertas e recomendações fora do
escopo deste projeto, mas que podem ser úteis para o bom desenvolvimento do mesmo, além
de caracterizarem oportunidades de melhoria.
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2 BASES CONCEITUAIS
2.1 – A REALIDADE DO COMÉRCIO ELETRÔNICO
Frente ao grande crescimento mundial do e-commerce, tendo o fator tecnologia como
propulsor para a evolução em nossas vidas e em novas formas de realizar compras virtuais,
formou-se um novo padrão de consumo, com uma nova tendência tecnológica que acompanha
a transformação da sociedade, atendendo os anseios do cliente como: benefícios, conforto,
praticidade e segurança, que vem conseguindo atrair até mesmo os públicos mais resistentes
às compras on-line.
O comércio digital mundial já é considerado uma realidade contemporânea, a tendência é que
essa abordagem comercial seja cada vez mais utilizada. Com uma taxa de crescimento de 23%
no ano de 2017. Conforme ECOMMERCEBRASIL (2018), o e-commerce permanece com
grande potencial com uma estimativa de atingir 39% de crescimento até o ano 2022.
No Brasil este cenário não é diferente posicionado em décimo lugar no ranking mundial com
um faturamento de 18.8 Bilhões de dólares, com uma taxa de crescimento de 36% entre 2014
a 2017. Sendo que o crescimento do ano 2017 quando comparado com ano 2016 foi de
19,9%. (TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, 2018)
2.2 – RELACIONAMENTO DAS ENTREGAS DE ENCOMENDAS E VIOLÊNCIA
URBANA NO BRASIL
Com uma infraestrutura caótica nos grandes centros urbanos, aliado ao crescimento
desordenado das grandes comunidades sem endereçamento formal e com um aumento
frequente das áreas de risco, parte da sociedade não é atendida com a entrega de seus pedidos
do e-commerce, não tendo opção de retirá-los em locais que permitam o acesso a esse modelo
de compras.
“A explosão da criminalidade nos últimos anos levou os Correios a suspender a entrega de
produtos em quase metade do Rio de Janeiro. Dos 27.616 endereços da cidade, há algum tipo
de restrição em 12.037 deles, o que equivale a 43,6% do total[...]” (PAGNAN, VERPA,
MARIANI, 2018) oferecidos na Bahia e que deve piorar, segundo o presidente do Sindicato
dos Trabalhadores.
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Conforme Montanha (2017), correspondência que antes eram entregues em dois dias e que
agora demoram até duas semanas para chegar no destino. Essa é a realidade do serviço dos
correios em Correios e Telégrafos do Estado da Bahia (SINCOTELBA), Josué Canto, com os
cortes de gastos anunciados pelo governo. A entrega tem sido comprometida por falta de
efetivo pessoal. De 2015 para cá, pelo menos dois mil funcionários se aposentaram e o último
concurso aconteceu em 2011. Os cortes anunciados só vão tornar ainda mais precário o
serviço oferecido, afirma Canto.
Segundo IBGE (2019), a população brasileira ultrapassou a marca de 210 milhões de pessoas.
Hoje os CORREIOS tem cerca de 11 mil agências e pontos de atendimento em todo o país,
estima-se porém que, em função de sua crise econômica o número de agência deve ser
reduzido, caso isso se confirme, haverá uma redução ainda maior na sua área de cobertura e
atendimento à população, tornando a espera pelas encomendas mais longas e/ou mais onerosa
ao cliente final.
A figura a seguir representa a quantidade de localidades (identificadas por um CEP) nas
Regiões sudeste, centro oeste e nordeste. Esta última ainda com mais destaques em prejuízos
no recebimento das encomendas. Figura 1 - Restrições atendimentos CORREIOS
Fonte: AGNAN, VERPA, MARIANI, 2018.
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Figura 2 - Bairros do Rio de Janeiro com restrições de entrega
Fonte: AGNAN, VERPA e MARIANI (2018).
Segundo G1 RIO (2016), a violência urbana está afetando as entregas dos Correios no Rio e
na Região Metropolitana. A empresa alega que só em janeiro ocorreram pelo menos 11
assaltos por dia a funcionários [...] nas agências, as filas são gigantescas para que os clientes
busquem o que deveria chegar na porta de casa. "Vim buscar uma carta do INSS, que eu
liguei, mas ninguém atendia o telefone, aí eu vim aqui. Pagar as contas de luz, água e telefone
que nunca chegam", disse Paulo Roberto Souza Barros, operador de máquinas industriais.
Segundo Agência o Globo (2018), há pouco mais de uma década, os Correios eram
considerados a instituição mais confiável do país. A certeza de que uma carta ou encomenda
chegará às mãos do destinatário já não existe mais. Atualmente, quase todo mundo tem uma
história de pacote perdido para se queixar dos Correios. Segundo CGU (2017), em seu
relatório de auditoria da Controladoria Geral da União (CGU), onde foi feita uma avaliação da
estatal no segundo semestre do ano passado, ficou evidenciada a dimensão dos problemas de
logística da empresa.
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A CGU (2017), verificou que os correios no decorrer do período de 2011 a 2016 a empresa
apresentou crescente degradação na sua capacidade de pagamento no longo prazo (Liquidez),
aumento do endividamento e da dependência de capitais de terceiros, e principalmente,
redução drástica de sua rentabilidade, com a geração de prejuízos crescentes a partir do
exercício de 2013.
Observa-se que no período, devido ao constante aumento dos Prejuízos Acumulados, o
“Patrimônio Líquido” reduziu, em aproximadamente 92,63%. Seguindo esta tendência de
geração de “Prejuízo”, considera-se que sem a injeção de recursos por parte do controlador
(União), no exercício de 2017, a empresa irá apresentar “Passivo a Descoberto”, e por
consequência, agravamento da sua atual situação econômica financeira.
Se medidas efetivas não forem tomadas, no curto prazo, para ampliação da receita e redução
dos custos, principalmente em relação aos Benefícios Pós-Emprego, constata-se que a
empresa irá se tornar gradativamente dependente de recursos transferidos pela “União” para o
seu custeio. Portanto deverá ter ações em alguns requisitos, conforme tabela a seguir:
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Quadro 1 - Quadro demonstrativo com medidas de curto e longo prazo dos correios
Fonte: CGU (2017)
Com a implementação do plano de ação de recuperação dos Correios, irá ficar mais caro
entregar as encomendas em áreas mais restritas, principalmente o custo final da última milha.
Conforme o mapa de restrições ( fig 11) existem localizações de estações (fig 10) como
alternativa de entregas.
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Vendo o quadro acima percebe-se que o pilar do plano de recuperação dos correios, baseia-se
em implementos de custos que serão repassados ao consumidor final e ao seu capital humano.
Com os incentivos de redução pessoal junto a incremento ou reajustes de taxas, irão piorar
ainda mais a logística da última milha para o sistema e-commerce, podendo aumentar as
perdas das vendas on-line.
O e-commerce, que já sofre com a crise financeira do Rio, está perdendo negócios no estado
também por causa do aumento do roubo de cargas. Lojas on-line passaram a restringir
entregas em áreas de risco. “É o CEP do inferno”, diz o diretor de Segurança do Sindicato das
Empresas de Carga e Logística do Rio de Janeiro, Coronel Venâncio Alves de Moura"...
descreve também que o "Roubo de cargas impacta negativamente nas vendas on-line..." Cita
também que "...Ao fazer a compra pela internet, é de praxe o consumidor informar o CEP
(Código de Endereçamento Postal) antes de fechar o pedido. O que tem acontecido,
principalmente no Rio, é que algumas lojas, ao detectarem que o CEP fica em local de risco,
avisam que não entregam o produto naquele endereço. Moura diz que essa prática começou há
dois anos e vem aumentando. O custo é muito alto: a cada seis caminhões que entram nessas
áreas de risco, um é roubado [...]. (AGÊNCIA ESTADO, 2017).
Todo esse cenário faz com que as empresas transportadoras façam um aumento de até 35% no
frete principalmente pelos assaltos frequentes na última milha, além de criarem a chamada
taxa da violência no estado do Rio de Janeiro. Impactando negativamente as vendas on-line.
Os índices de roubo de cargas nunca foram tão elevados, criando as áreas de risco, onde os
Correios e transportadoras não conseguem realizar as entregas, regiões onde vivem milhões
de pessoas. O crescimento desordenado e o processo de favelização, criaram enormes
barreiras logísticas. Os volumes de “pacotes” passaram a ser inconvenientes nos hotéis e
grandes condomínios.
2.3 O PERFIL DOS CLIENTES E-COMMERCE
Segundo Burgarelli (2011), a família tradicional, com pai, mãe e três filhos, está cada vez
mais rara, o número de pessoas morando sozinhas ultrapassou o das famílias com cinco
integrantes. Hoje, os domicílios com apenas um morador já são 12,2% do total, ante 10,7%
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das residências com cinco pessoas. Os brasileiros solitários já somam 6,9 milhões – quase três
vezes mais que os 2,4 milhões de 1991. (BURGARELLI, 2011).
Outro cenário que está mudando com o avanço tecnológico é a alteração de acesso aos
condomínios, tendo como premissa a segurança e economia financeira [...] no entanto, muitos
edifícios estão abrindo mão dessa convivência em nome da segurança e da economia. Tem
crescido nos últimos anos o número de empresas que investe em portarias remotas, aquelas
sem porteiro, monitoradas à distância (MUNARO, 2018).
È importante perceber que tanto o aumento de “moradores solitários”, quanto “portarias
remotas” dificultam substancialmente o serviço de entregas de encomendas, pela inexistência
de pessoas autorizadas a receber as encomendas na ausência do comprador no domicílio.
Segundo G1 Rio (2016), o número de brasileiros que moram sozinhos somam 6,9 milhões.
Conforme Ebit (2018), os pedidos realizados pelo e-commerce registraram um total de 54,4
milhões. Outro destaque foi o aumento das vendas por dispositivos móveis no primeiro
semestre de 2018, 17,4 milhões de pedidos foram realizados por meio de smartphones ou
tablets, movimentando cerca de R$ 6,7 bilhões, alta de 30% quando comparada ao mesmo
período do ano anterior.
Para acompanhar o crescimento do varejo online, é importante que os lojistas também estejam
preparados para as novas tendências de consumo e, neste cenário, o mobile commerce ganha
cada vez mais importância. A figura a seguir busca representar a segmentação (Share) por
categorias de produtos por volume de pedidos e volume financeiro, das vendas do
e-commerce no Brasil:
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Figura 3- Participação por categoria
Fonte: ECOMMERCEBRASIL (2018b).
Como se pode observar, a categoria que teve maior volume de pedidos foi a relacionada à
Saúde e Cosméticos, porém ela é sexta colocada quando se analisa o volume financeiro, o que
permite concluir que são itens de valor unitário relativamente baixo em comparação às demais
categorias de itens comercializados via e-commerce. Já a categoria telefonia e celulares se
mostra numa situação antagônica haja vista que foi a quinta em volume, porém a primeira em
volume financeiro, o que permite inferir que se trata de uma categoria de itens de maiores
riscos e vulnerabilidade.
A figura a seguir, busca analisar os dados relacionados ao chamado tíquete médio acompanhou a inflação e registrando crescimento de 3,8% em relação ao ano de 2017.
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Figura 4 – Variação do tíquete médio por semestre, do período de janeiro de 2011 a junho de 2018
Fonte: ECOMMERCEBRASIL (2018b).
Pela figura anterior, é possível perceber que houve um aumento de 3,8% no valor do tíquete
médio, que segundo Oliveira (2018), guarda paridade com a variação da Inflação, de 2,95%,
segundo IPCA, no ano de 2017.
Quadro 2 - Variação percentual do volume de pedidos, faturamento e tíquete médio no e-commerce Números do E-Commerce Período Pedidos Faturamento Tíquete Médio 1⁰ semestre 2017 12,4 Milhões R$ 5,2 Bilhões R$ 417,00 1⁰ semestre 2018 17,4 Milhões R$ 6,7 Bilhões R$ 366,00 Variação % + 41% +30% - 7%
Fonte: EBIT (2018). Adaptado pelos autores. Segundo ainda o EBIT (2018), as vendas através de aplicativos móveis, aumentaram em cerca
de 30% o volume de faturamento e de 41% no volume de pedidos, mas com perda de cerca de
7% no valor do tíquete médio.
Prosseguindo a análise dos dados tomando-se por base o perfil dos compradores do
e-commerce, segundo dados do EBIT (2018), o sexo feminino é responsável pelo maior
número de pedidos representando 51,5% no 1º semestre de 2018, já as pessoas com a faixa
etária entre 35 a 49 anos representam o maior volume de compras 37,8%, conforme a figura a
seguir:
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Figura 5 - Porcentagens de gênero e idade no e-commerce no 1º semestre de 2018
Fonte: ECOMMERCEBRASIL (2018b).
A figura anterior apresenta um leve aumento das compras por parte das mulheres, ainda não
muito coerente, por exemplo, com os dados censitários do IBGE (apud 2016), onde há uma
predominância do sexo feminino em relação ao masculino na população brasileira. Em
números recentes, segundo dados da PNAD do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a população feminina é maioria no Brasil. Outro dado importante: o público feminino
representou cerca de 60% dos consumidores que migraram para o comércio eletrônico. A
EBIT estima que 5 milhões de pessoas compraram pela primeira vez no e-commerce em 2016,
ou seja, 3 milhões são mulheres. (SBVC, 2017)
Apesar do crescimento da venda online, a frequência dos consumidores nas visitas a lojas
físicas subiu no último ano. Ela chegou a 61% de pessoas que dizem ter ido a uma loja ao
menos uma vez por mês. Em 2017, o porcentual era de 55%. (Estado de São Paulo, 2018).
Os dados do 1⁰ semestre de 2018 já apresentam uma participação percentual no mínimo
proporcional aos dados censitários.
Torna-se relevante portanto identificar fatores críticos de sucesso que possam trazer um maior
nível de confiança nos diferentes elos das sistemáticas de e-commerce / m-commerce, como
forma de consolidar a preferência do público feminino nas novas soluções a serem
desenvolvidas.
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Segundo e-commerce Brasil (2018), as classes C, D e E representam 82% dos consumidores
no 1º semestre de 2018, sendo que os compradores estão concentrados na região Sudeste,
tendo a maior relevância nas compras do e-commerce, com 61,2% do share de produtos do
Brasil, mas que perde aos poucos sua hegemonia para as outras regiões. A figura a seguir
busca representar os dados obtidos.
Figura 6 - Parcela da participação do e-commerce por Classe Social e por Região Geopolítica do Brasil
Fonte: ECOMMERCEBRASIL (2018).
A figura anterior permite evidenciar alguns aspectos que se tornam extremamente relevantes
na análise das entregas dos produtos adquiridos via e-commerce:
● Há uma maior participação de populações de menor poder aquisitivo podem estar
sinalizando pelo menos dois cenários:
o O entendimento das razões da queda do tíquete médio de cerca de -7%
(Tabela 1), haja vista a maior participação da população de menor poder
aquisitivo;
o Que o aumento da demanda das classes C, D e E pode sinalizar um grande
potencial de crescimento, especialmente nas áreas mais violentas, onde
estas classes sociais predominam.
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● Faz-se necessária uma maior investigação dos problemas relacionados às
entregas urbanas reportados, por exemplo pelos Correios, para validar este
entendimento sugerido.
Segundo o IBGE (2018) há um crescimento populacional, com poder de renda, futuro
deslocamento dos indicadores sociais e populacionais do Brasil, provando a priorização dos
estudos de impactos do processo e-commerce para a população. A figura abaixo representa a
expectativa de crescimento da população, por Estado Brasileiro, para os próximos anos.
Figura 7 - Crescimento da População
Fonte: IBGE (2018).
Pela figura anterior é razoável inferir que o movimento de compras via e-commerce para os
próximos anos, desde que os sistemas de compra e de entregas sejam cada vez mais
confiáveis. Segundo o Agência IBGE (2018), em 2017, cada brasileiro que tinha algum
rendimento no ano passado recebeu R$ 2.112 por mês, em média. A Região de maior renda
foi o Centro-Oeste registrou o maior valor, com cerca de R$ 2.479,00 e a de menor renda o
Nordeste com cerca de R$ 1.429,00. Esses dados tornam-se relevantes para estimar possíveis
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potenciais de crescimento das vendas pelo e-commerce, desde que haja uma estrutura
adequada de entregas, em função do crescimento potencial estimado para cada uma das
cidades que compõem o território brasileiro.
A figura a seguir apresenta a participação potencial das diferentes regiões brasileiras nas
vendas pelo e-commerce. Figura 8 - Vendas por região
Fonte: ECOMMERCEBRASIL (2018b). Adaptado pelos autores.
Todas as Regiões apresentaram crescimento em vendas durante o primeiro trimestre de 2018,
porém a Região Sudeste foi a que apresentou o melhor desempenho com um crescimento de
cerca de 24% em relação a igual período do ano anterior.
2.4 O IMPACTO DA INOVAÇÃO SOBRE AS VENDAS DO E-COMMERCE
Segundo Schumpeter (pág. 06 apud, 1982) a inovação ocorre fundamentada em cinco
pressupostos, quais sejam: a introdução ao mercado de um novo bem ou serviço; introdução
de um novo método de produção; a criação de um novo mercado em determinado país; a
conquista de uma nova fonte de suprimento de matérias-primas ou de produtos
semimanufaturados, e; a implantação de uma nova estrutura em um mercado. (BRUCHÊZ;
D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
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Para Freeman (pág. 06 apud 1982), a inovação é caracterizada pela racionalidade econômica,
através de ganho financeiros obtidos por novos produtos, processos e/ou procedimentos. Por
sua vez, Dosi (pág. 06 apud 1982) afirma que a inovação é gerada através da descoberta,
experimentação, desenvolvimento e até mesmo imitação. Drucker (pág. 06 apud 1986) “a
inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a
mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente”. Van
de Ven et al. (pág. 06 apud 1999) corroboram afirmando que enquanto a invenção é a criação
de uma nova ideia, a inovação inclui o processo de desenvolvimento e implementação desta
nova ideia. Desse modo, ocorre através da recombinação de velhas ideias, um esquema que
desafie a ordem presente, uma fórmula ou ainda uma forma única percebida como nova pelos
indivíduos envolvidos. (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
Fundamentado nos pressupostos de Schumpeter, o Manual de Oslo (pág. 06 apud OCDE,
2005) conceitua inovação como a “implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou
significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um
novo método organizacional nas práticas de negócios”. Desse modo, a inovação consiste em
um processo e não em um evento isolado, devendo, portanto, ser gerenciada (pág. 06 apud
TIDD; BESSANT; PAVIT, 2005). (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS;
OLEA; 2018).
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3 METODOLOGIA DA PESQUISA
O método de pesquisa consiste no elemento que fornece confiabilidade e veracidade a
investigação empírica. Todavia, não há um método científico homogêneo adequado a todo
tipo de problema a ser estudado. (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS;
OLEA, 2018).
Pode-se conceituar metodologia como a explicação detalhada de toda ação realizada no
trabalho de pesquisa. É a explanação do tipo de estudo, das ferramentas utilizadas (entrevista
e estudo de campo), da divisão do trabalho e das formas de tabulação dos dados. Em resumo:
de tudo o quanto necessário e utilizado no referido diagnóstico, podendo ser este do tipo
exploratório, descritivo ou explicativo. (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES;
CASTILHOS; OLEA, 2018).
No que tange à pesquisa explicativa, esta tem como foco primordial mapear fatores que
contribuem e/ou atuam como causa para a ocorrência de certos fenômenos. É o tipo de
pesquisa que explica os motivos e os porquês das coisas. (BRUCHÊZ; D'AVILA;
FERNANDES; CASTILHOS; OLEA, 2018).
Para este projeto, para fins exploratórios, a metodologia empregada será de uma pesquisa
explicativa em suas nuances quantitativa e qualitativa, focando um estudo de caso específico.
(FRANKENTHAL, 2017).
Na nuance qualitativa o tipo de pesquisa empregado será o estudo de caso utilizando o
questionário como instrumento de coleta de dados para obter opiniões, interesses e
expectativas mapeando fatores que contribuem e/ou atuam como possibilidade de aceitação
do negócio a ser implantado explicando possíveis ajustes dos motivos e os porquês das coisas.
Adotando-se como procedimento técnico estudo de caso e análise por questionário, citam a
classificação quanto ao grau de adaptabilidade ao negócio a ser implantado.
(FRANKENTHAL, 2017).
Segundo Frankenthal (2017, apud LINDSTROM, 2016), a análise científica fundamenta-se
na lógica da metodologia de Lindstrom, visto que, demonstrar a importância de manter um
contato próximo com os clientes, compreendendo o seu cotidiano e extraindo insights de seus
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hábitos e comportamento como um procedimento sistemático e reflexivo que objetiva a
aquisição do conhecimento cotidiano de fatos.
Todavia, para assegurar o prestígio e confiabilidade deste processo, é necessária a adoção de
um método de pesquisa adequado, capaz de contemplar da melhor forma possível o problema
de análise (FRANKENTHAL, 2017 apud HAGUE; MORGAN, 2013), com explicações sobre
como utilizar, de maneira efetiva, as ferramentas e métodos para se obter dados significativos.
Inclusive nas áreas de desenvolvimento de pesquisas, amostras e estatísticas, desenvolvimento
de questionários, análise de dados. Pode ser encarado como um checklist. funciona como um
guia passo a passo de todo o processo de pesquisa de mercado, abrangendo desde o
planejamento até a apresentação de resultados.
Posteriormente, elencam-se os resultados obtidos e confronta-se com a teoria. Por fim,
apresentam-se as considerações finais abrangendo as limitações da pesquisa realizada e
sugestões para estudos futuros. (FRANKENTHAL, 2017).
3.1 A PESQUISA QUALITATIVA
Segundo Freitas e Jabour (2010), a abordagem qualitativa é viável quando o fenômeno em
estudo é complexo, de natureza social e de difícil quantificação (apud LIEBSCHER 1998). De
acordo com o autor, para usar adequadamente a abordagem qualitativa, o pesquisador precisa
aprender a observar, analisar e registrar as interações entre as pessoas e entre as pessoas e o
sistema. Dentro deste tipo de abordagem há uma interação dinâmica “entre o mundo real e o
sujeito, isto é um vínculo indissociável do mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que
não pode ser traduzida em números” (apud SILVA; MENEZES, 2005, p.20).
A pesquisa qualitativa pode ser definida como a que se fundamenta principalmente em
análises qualitativas, caracterizando-se, em princípio, pela não utilização de instrumental
estatístico na análise dos dados (FRANKENTHAL, 2017 apud VIERA; ZOUAIN, 2006;
BARDIN, 2011). Deste modo, não é apenas a “pesquisa não quantitativa”, tendo
desenvolvido sua própria identidade. Assim, visa entender, descrever e explicar os fenômenos
sociais de modos diferentes, através da análise de experiências individuais e grupais, exame
de interações e comunicações que estejam se desenvolvendo, assim como da investigação de
documentos (textos, imagens, filmes ou músicas) ou traços semelhantes de experiências e
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integrações (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018 apud
FLICK, 2009).
Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de
determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, assim como compreender e
classificar processos dinâmicos vivenciados por grupos sociais. (pág. 03 apud
RICHARDSON, 1999). As técnicas qualitativas focam a experiência das pessoas e seu
respectivo significado em relação a eventos, processos e estruturas inseridos em cenários
sociais (pág. 03 apud SKINNER; TAGG; HOLLOWAY, 2000). (BRUCHÊZ; D'AVILA;
FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
O enfoque qualitativo caracteriza-se pelo fato do pesquisador ser o instrumento-chave, o
ambiente ser considerado fonte direta dos dados e não requerer o uso de técnicas e métodos
estatísticos (pág. 04 apud GODOY, 1995). Também possui caráter descritivo, cujo foco não
consiste na abordagem, mas sim no processo e seu significado, ou seja, o principal objetivo é
a interpretação do fenômeno objeto de estudo (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES;
CASTILHOS; OLEA; 2018, pág. 04 apud SILVA; MENEZES, 2005).
Dentre as metodologias de pesquisa que apresentam abordagem qualitativa, o estudo de caso,
a etnografia e a pesquisa documental configuram-se como aqueles comumente utilizados,
apesar de sua flexibilidade não excluírem outras possibilidades de estratégias. (BRUCHÊZ;
D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018. pág. 05 apud GODOY, 1995.
O resultado de uma pesquisa qualitativa compreende o entendimento mais profundo de uma
realidade (pag. 05 apud MALHOTRA; ROCHA; LAUDISIO, 2005), com o objetivo de
desenvolver teorias empiricamente fundamentadas (pág. 05 apud FLICK, 2009). (BRUCHÊZ;
D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
A metodologia qualitativa “atravessa disciplinas, campos e temas” e envolve o uso e coleta de
uma variedade de materiais empíricos (pág. 05 apud DENSYN; LINCOLN, 2006). Assim, a
pesquisa qualitativa caracteriza-se por ser “interpretativa, baseada em experiências,
situacional e humanística”, sendo consistente com suas prioridades de singularidade e
contexto (pag. 05 apud STAKE, 2011). (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES;
CASTILHOS; OLEA; 2018).
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3.2 A PESQUISA QUANTITATIVA
A pesquisa quantitativa é caracterizada pelo uso da quantificação, tanto na coleta quanto no
tratamento das informações, utilizando-se de técnicas estatísticas (pag. 4 apud
RICHARDSON, 1999). Objetiva a aquisição de resultados que evitem possíveis distorções de
análise e interpretação e que possibilitem a maximização da margem de segurança (pag. 4
apud DIEHL, 2004). De modo geral, a pesquisa quantitativa é passível de ser medida em
escala numérica (pág. 4 apud ROSENTAL; ÉMONTIER-MURPHY, 2001). (BRUCHÊZ;
D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
A coleta de dados é realizada através de questionários que apresentam variáveis distintas,
cujas análises são geralmente apresentadas através de quadros e gráficos (FACHIN,2003).
Nesse tipo de pesquisa, a representação dos dados ocorre através de técnicas quânticas de
análise, cujo tratamento objetivo dos resultados dinamiza o processo de relação entre
variáveis (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; pág. 02 apud
MARCONI; LAKATOS, 2011).
Este método é frequentemente aplicado nos estudos descritivos, que procuram descobrir e
classificar a relação entre variáveis, os quais propõem descobrir as características de um
fenômeno. Nesse tipo de pesquisa, identificam-se primeiramente as variáveis específicas que
possam ser importantes, para posteriormente explicar as complexas características de um
problema (pág. 04 apud RICHARDSON, 1999). Para tanto, o pesquisador utiliza-se de
“alegações pós-positivistas para o desenvolvimento de conhecimento” (pag. 04 apud
CRESWELL, 2007). A objetividade, obtenção de dados mensuráveis e técnicas estatísticas de
análise permitem a generalização dos resultados para toda a população em estudo (pág. 04
apud BRYMAN, 1988; LAKATOS; MARCONI, 2011). (BRUCHÊZ; D'AVILA;
FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
3.3 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
Os procedimentos técnicos permitem o delineamento da investigação empírica, sendo
divididos em dois grupos, quais sejam: “aqueles que se valem de fontes de papel ‟e aqueles
cujos dados são fornecidos por pessoas” (pág. 05 apud GIL, 2002,). Para o caso, o segundo
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grupo é composto por questionário, estudo de caso. A pesquisa bibliográfica e a documental
utilizam-se de dados existentes. Todavia, a diferença entre estas consiste no fato da primeira
utilizar-se de dados que já receberam tratamento analítico, ou seja, é baseada em material
(artigos científicos e livros) já publicado (pág. 05 apud GIL, 2010). Para Fonseca (pág. 05
apud, 2002) “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas
já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos”. (BRUCHÊZ; D'AVILA;
FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
O estudo de caso, por sua vez investiga um fenômeno considerando seu contexto, ou seja,
realiza uma análise sob a conjuntura real (pág. 05 apud YIN, 2015). Segundo Hartley (pág. 05
apud, 2004), o estudo de caso objetiva “fornecer uma análise do contexto e processos que
iluminam as questões teóricas que estão sendo estudadas” e, desse modo, trata-se de uma
atividade heterogênea. Para Creswell (pág. 05 apud, 2007), o estudo de caso caracteriza-se
pela profundidade da investigação. (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS;
OLEA; 2018).
Por sua vez, a Survey visa interrogar diretamente as pessoas cujo comportamento está sendo
estudado. Desse modo, consiste na solicitação de informações a um quantitativo significativo
de respondentes sobre a problemática em foco (pág. 05 apud, GIL, 2011). Para Pinsonneault e
Kraemer (pág. 05 apud, 1993) a Survey se caracteriza como procedimento de pesquisa onde
os dados são obtidos junto a uma população-alvo, normalmente, via questionários.
(BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
Para Babbie (pág. 05 apud, 1999), esse tipo de pesquisa caracteriza-se por ser lógica,
determinística, geral, parcimoniosa e porque tipicamente examina uma amostra da
população”, por meio da aplicação de um questionário estruturado. Nesse sentido, Gil (pág.
05 apud, 2010) afirma que se trata de uma “metodologia para intervenção, desenvolvimento e
mudança no âmbito de grupos, organizações e comunidades”. (BRUCHÊZ; D'AVILA;
FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Tratando-se da abordagem, consiste em uma pesquisa qualitativa e quantitativa, adotando
como procedimento técnico pesquisa documental e levantamento operacionalizado através de
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análise bibliométrica. Deste modo, através da classificação das fontes possibilita a realização
de um julgamento qualitativo complementado por “estudo estatístico comparado” (pág. 06
apud FONSECA, 1986). (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA;
2018).
3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS
Adotou-se como orientação de busca, a 1ª Lei de Zipf da Bibliometria que consiste na
ocorrência de palavras no texto (pág. 06 apud BUFREM; PRATES, 2005). Deste modo, como
filtro de busca consideraram-se as palavras escritas no idioma português, cujos títulos
continham” Locker, e-commerce e restrições de entregas,”, pois entende-se que o título
apresenta as características do estudo descrevendo se é pertinente ou não ao tema pesquisado.
(BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
Os dados foram obtidos através de consulta eletrônica a Biblioteca Digital através da opção
“busca avançada”, estabeleceram-se filtros de busca, com a palavra “Locker, e-commerce e
restrições de entregas”, contida no título.
Pesquisa eletrônica, através de questionário, divulgado em vários grupos digitais, abrangendo
diferentes públicos, gêneros e classes sociais com abordagem de mudança “inovação” do
processo alternativa de entrega. Posteriormente, inseriram-se como critério de seleção, os
trabalhos que se enquadram no tópico de busca denominado “Locker, e-commerce e restrições
de entregas”. (BRUCHÊZ; D'AVILA; FERNANDES; CASTILHOS; OLEA; 2018).
3.6 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram compilados através da utilização de planilhas eletrônicas, gráficos e quadros
de referência cruzada. Posteriormente classificou-se a metodologia de pesquisa conforme
declaração de utilização nos trabalhos em relação à abordagem, finalidade e procedimentos
técnicos.
Através da leitura do referencial teórico pertinente, identificaram-se a variabilidade e
percentuais de viabilidade ou não de aceitação da alternativa de entrega contemplados por este
estudo.
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3.7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os resultados obtidos, por meio da aplicação dos filtros adotados, demonstraram que a relação
entre volume de compras com atendimentos de regiões e necessidade de atendimentos
permitem ou não a implementação do objeto deste estudo.
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4 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
4.1 ANÁLISE DO SETOR
Com o advento da globalização novas formas de comunicação surgiram, consequentemente
transformou também a maneira de comercialização dos produtos, tendo em vista a evolução
da experiência de compra por meio da utilização de plataformas de vendas online e na
modernização dos meios de pagamento. O desenvolvimento do comércio mundial juntamente
a migração da experiência física para distribuição online, mudou completamente a forma da
prestação de serviços de transporte de encomendas no mundo. (ITRANSPORT, 2019).
O crescimento das compras em lojas virtuais para entrega dos mais variados tipos de produtos
diretamente na casa do cliente, atrelado ao crescimento da população urbana, exige cada vez
mais do transporte de entrega na última milha, ou seja, a utilização de uma quantidade
considerável de veículos de pequeno e médio porte para efetuar individualmente as entregas
fracionadas dentro do prazo previsto.
A última milha é a última etapa da viagem, ou seja, é parte final do processo de entrega de
uma encomenda, compreendida a distância entre o centro de distribuição e a casa do
comprador.
O aumento da migração da população para as áreas urbanas e o crescimento desordenado das
cidades intensificaram o crescimento da violência urbana, em função da ausência de políticas
públicas que deveriam permitir aos cidadãos acessos à direitos fundamentais. Além disso,
congestionamentos alcançam patamares caóticos em função da enorme quantidade de
veículos em circulação, impactando na mobilidade das pessoas nas regiões metropolitanas e
nas condições ambientais devido a propagação de ruídos e gases poluentes. O transporte de
entrega de encomendas na última milha, que possui diariamente vários veículos espalhados
pela cidade, tem uma parcela significativa de responsabilidade por esses impactos.
(ITRANSPORT, 2019).
O novo padrão de compra torna o consumidor mais ansioso pela chegada da compra desejada,
por isso é fundamental que o lojista demonstre a qualidade do serviço e como valoriza uma
entrega bem feita. A última etapa é muito importante pois é decisiva para a experiência do
cliente com a empresa uma vez que avaliará o tempo de entrega e as condições em que a
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encomenda chegou às suas mãos. Assim, é nítido o quanto a última milha é fundamental para
uma loja virtual, pois é nessa fase que tornará a avaliação do consumidor positiva ou não,
afirma Ilhe (2018). O mesmo autor, acrescenta que, mesmo possuindo tamanha importância, a
última milha possui dificuldades que torna o custo extremamente oneroso ao lojista
empreendedor, como o trânsito intenso e até mesmo ausência do cliente para receber a
encomenda.
Segundo CNDL e SPC Brasil (2017) em uma pesquisa sobre os hábitos e consumos das
pessoas que moram sozinhas, foi demonstrado, via dados do IBGE, que 2015 havia 10,4
milhões de residências ocupadas por um único indivíduo, representando nada menos que 14,
6% de todos os domicílios do país. A motivação é atribuída a fase de transição demográfica
na qual o país atravessa, como o aumento da expectativa de vida, redução expressiva na taxa
de fecundidade nos últimos anos e aumento do número de lares com casais sem filhos. Como
desvantagem de morar sozinho, 19% alegaram que não ter ninguém para receber entregas é
um aspecto negativo. Na cesta de consumo desse público o uso da internet está em 2° lugar,
atrás apenas do uso de telefone celular, com uma representatividade de 47%, sendo que 27%
afirma fazer compras pela internet. Esses dados demonstram que 73% desse público não
fazem compra pela internet e o fato de morarem sozinhas é um dificultador, o que não impede
que novas estratégias de atendimento sejam desenvolvidas para despertar a atenção e alcançar
essa expressiva fatia do mercado e-commerce, haja vista que o comércio online é uma
tendência mundial em função das vantagens de praticidade e conveniências oferecidas.
Dessa forma, o aspecto conveniência ganha relevância pela oportunidade de atendimento ao
público que mora sozinho e ficam ausentes de suas residências durante o horário comercial.
EMERICK (2015), afirmou que: “No mercado que apresenta um crescimento expressivo a
cada ano e já se consolidou em diversos países como um dos mais fortes da economia,
pequenos, médios e mesmo gigantes do comércio eletrônico enfrentam o mesmo desafio: a
eficiência do processo de entrega da mercadoria, principalmente o da última etapa da cadeia,
conhecida como logística de última milha. O problema da logística de última milha persiste há
tempos para as empresas que atuam diretamente com vendas e entrega de produtos. As
soluções para apresentar eficiência nesse processo, porém, estão surgindo. Aqueles que
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conseguirem atender essa demanda do mercado de forma simples e eficiente abocanharão
uma fatia carente e expressiva do setor, iniciando uma revolução na cadeia logística”.
Ao mesmo tempo em que os veículos de entrega de encomendas na última milha procedem
com a prestação de serviço mesmo diante de muita dificuldade, uma parcela considerável da
população que reside em áreas com alto índice de violência deixa de ser atendida pelas
empresas transportadoras. Além da restrição de entrega por motivo de violência, há também
aquelas pessoas desassistidas por residir em endereços informais e em locais de difícil acesso
devido à falta de infraestrutura, provocando uma demanda social em função da exclusão
digital dessas pessoas, o que contraria o processo inverso que encontra-se amplamente em
crescimento no mundo, ou seja, essas pessoas não possuem a oportunidade de efetuar compras
online nas mais diversas lojas e dos mais diversos produtos em condições financeiras
significativamente mais favoráveis.
Os índices de falta de segurança no serviço de transporte rodoviários de cargas no Brasil são
alarmantes, em decorrência do aumento da criminalidade notadamente na Região Sudeste, que
representa 84,79% dos casos de roubos de cargas, onde 41,39% concentra-se no Estado do
Rio de Janeiro (CNT, 2019).
O transporte rodoviário vem sentindo os efeitos desse problema, especialmente na Região
Sudeste. Em 2019, o fluxo de veículos pesados no primeiro trimestre ficou 8,8% abaixo do
período pré-recessão. A situação mais crônica é no Rio de Janeiro, que registrou fluxo 18,8%
abaixo do período pré-recessão (CNT, 2019).
“As empresas de transporte estão se tornando empresas de segurança, e o consumidor está
pagando mais caro, porque tem uma taxa embutida para conter o risco. Não é só o custo da
perda em razão do roubo. Existe uma cadeia que fica mais cara para tentar prevenir esse tipo
de ação”, afirma o Presidente da NTC&Logistica, José Hélio Fernandes. (CNT, 2019).
Dessa forma, compreendido a mudança no perfil do consumidor e o novo padrão de consumo
no Brasil atrelado as dificuldades existentes no serviço de entregas da última milha,
BERTAGLIA (2019), afirma que: “A experiência de compra do cliente mudou, e à medida
que cresce a preferência pelas compras via internet, as expectativas também aumentam. A
entrega rápida passa a ser uma exigência cada vez mais constante. Estudos realizados por
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grandes empresas têm demonstrado que existem segmentos de consumo que estão dispostos a
pagar uma taxa extra para receber mais rapidamente. Por outro lado, nota-se que grande parte
busca preço e agilidade.
Nesse sentido, com base na pergunta-problema objeto deste trabalho, que consiste em
identificar se existe o interesse de mercado para o desenvolvimento do serviço de entregas
alternativas a pessoas residentes em áreas de difícil acesso e/ou com restrição de acesso,
podemos compreender que há uma demanda reprimida no mercado e-commerce cuja parcela
considerável da população precisa ser alcançada num momento de tendência de crescimento
do e-commerce, o que justifica a implementação desse projeto do ponto de vista
mercadológico, uma vez que trata-se de uma inovação tecnológica com foco nas
sustentabilidades econômica e socioambiental, uma vez que contribuirá significativamente
para a redução da circulação em vias públicas daqueles veículos que atendem a última milha,
minimizando os impactos ambientais, além de proporcionar a inclusão digital daquele público
ainda não assistido, permitindo-lhes condições de consumo financeiramente mais favoráveis.
(LUNARDI, 2018).
Ainda Bertaglia (2019), fez uma relação entre a experiência de compras pela internet e o
aumento da expectativa para recebimento do produto, e fez a seguinte afirmação: “O desafio
está em conciliar este binômio. Modos mais rápidos de entrega a um preço mais barato têm
tirado o sono de muita gente. Modelos de negócios precisam ser revistos”.
Quanto aos stakeholders, pode-se destacar:
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), vinculada ao
Ministério de Infraestrutura, possui as atribuições de regular, supervisionar e
fiscalizar as atividades de prestação de serviços e de exploração da
infraestrutura de transportes, exercidas por terceiros, garantindo a
movimentação de pessoas e bens.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), também
vinculado ao Ministério de Infraestrutura, é uma autarquia cujo objetivo é
atuar na operação, manutenção, restauração, reposição, adequação de
capacidade e ampliação mediante construção de novas vias e terminais, sendo
| 37 |
também responsável pela fiscalização e aplicação de multas por excesso de
peso e/ou velocidade.
A Confederação Nacional do Transporte (CNT), instituição de relevância
para o setor de transporte do Brasil, uma associação sindical sem fins
lucrativos, de maior importância e representatividade do país, reúne
federações, sindicatos e associações com atuação em todo o território
nacional, cuja missão é promover o desenvolvimento e a defesa dos
transportadores e do setor de transporte.
Como filiadas a CNT, destacam-se o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT), cuja missão é transformar a
realidade dos trabalhadores do transporte e dos seus dependentes e contribuir
para elevar a competitividade dos transportadores por meio da educação
profissional e da promoção da saúde e da qualidade de vida, e o Instituto de
Transporte e Logística (ITL), cuja missão é promover a geração do
conhecimento, o aprimoramento do capital humano e a competitividade do
setor de transporte.
Lojas virtuais que atuam no Mercado e-commerce, cujos empreendedores
sofrem com as dificuldades logísticas de entrega na última milha.
Empresas transportadoras, que se desdobram diariamente para cumprir as
entrega nos prazos estabelecidos e enfrentam o trânsito intenso.
Centro de distribuição, logisticamente imprescindível para atuar como
concentrador de cargas oriundas do transporte interestadual para
posteriormente distribuir nas regiões abrangentes.
Sociedade, alvo do setor produtivo para comercializar seus produtos, mas que
também recebe oportunidades de emprego e renda, aquela que requer atenção
do poder público para que suas condições básicas sejam atendidas, e também é
aquela que sofre diariamente com os impactos ambientais e de mobilidade
urbana.
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Todos esses stakeholders envolvidos possuem fundamental importância nesse contexto
logístico da última milha, que envolve o marco regulatório, infraestrutura, instituições
apoiadoras e de desenvolvimento, o setor produtivo e a sociedade, pois serão propulsores e
reivindicadores de mecanismos de melhorias que visa o crescimento econômico do Brasil,
cujo setor de transporte rodoviário de cargas, além do mercado interno, também possui
interfaces internacionais, compreendendo ainda uma demanda mundial por inovações
tecnológicas objetivando a criação de novas formas de atuação, contribuindo para o
desenvolvimento de uma sociedade mais justa e sustentável.
Assim, pode-se destacar que os pontos fortes e fracos objeto deste projeto são:
Pontos Fortes:
Melhorar significativamente a eficiência de entrega da última milha,
proporcionando melhor atendimento aos clientes que anseiam por agilidade e
pontualidade.
Reduzir a quantidade de veículos em vias públicas destinados a entrega na
última milha, o que reduz os impactos ambientais em função da minimização
da emissão dos gases poluentes, bem como contribui para melhoria da
mobilidade urbana.
Permitir ao mercado e-commerce alcançar uma parcela significativa da
população ainda não assistida por este segmento, proporcionando a inclusão
digital bem como permitindo-lhes condições e oportunidades de consumo
financeiramente mais favoráveis, ou seja, atende a uma demanda social.
Proporciona conveniência àquelas pessoas que moram sozinhas e ficam
ausentes de suas residências durante o horário comercial.
Pontos Fracos:
O alto índice de violência na região de instalação do equipamento objeto deste
projeto pode ocasionar a restrição das pessoas a utilizá-lo, seja pela falta de
segurança ou até mesmo a sensação de insegurança.
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Dessa forma, todo esse conjunto de fatores positivos contribuirá para o desenvolvimento da
sustentabilidade socioambiental das regiões de abrangência deste projeto.
4.2 BENCHMARKING REALIZADO / REALIDADES ORGANIZACIONAIS
Nos dias atuais, o conhecimento sobre as normas de transporte rodoviário de cargas é um
desafio constante para as empresas interessadas em executar boas práticas em logística,
diferenciando-se positivamente da concorrência.
A normatização do transporte de cargas no território nacional é fundamental para identificar
quais são as responsabilidades das transportadoras e dos clientes em todos os processos
(principais normas de transporte do Brasil, ANTT e as mudanças recentes nas normas de
transporte, regulamentação do transporte de cargas perigosas e os desafios atuais do transporte
rodoviário de cargas).
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é o órgão do Governo Federal
responsável pela regulamentação de todas as atividades de transporte realizadas no país,
incluindo o transporte rodoviário de cargas, que é regido pela Lei 11.442/ 2007.
Já para o processo Lockers não foi encontrado legislação específica. Para controle do processo
Lockers são considerados medidas para armazenamento logístico termos por responsabilidade
dos usuários da composição da carga.
Com o uso das tecnologias e a aplicação correta de todas as exigências das normas de
transporte rodoviário, é possível alcançar os objetivos traçados de forma contínua e garantir a
satisfação de todos os clientes.
O Propósito e o estudo da atratividade para o desenvolvimento do serviço de entrega
alternativa estão associados à crescente oferta de vendas pelo e-commerce e pela demanda de
novas alternativas de entregas às regiões e indivíduos com restrições de diversos motivos.
Realizamos benchmarking com a rede de lojas de departamento C&A e a rede extrabom de
supermercados.
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4.2.1 Rede de lojas C&A
A C&A é uma das maiores cadeias de varejo de moda no mundo. De origem holandesa, foi
fundada em 1841 pelos irmãos Clemens e August, cuja união das iniciais de seus nomes
resultou na marca C&A. Nessa trajetória de sucesso, em 1976 foi inaugurada a primeira loja
no Brasil, no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. Atualmente, a C&A está presente em
grande parte do território nacional.
Na loja C&A, do shopping Vila Velha, localizado na cidade Vila Velha – ES, fomos
atendidos por Isabela, responsável pelo sistema Clique e Retire, que é o sistema de retirada
das compras online.
Isabela nos informou que não são todos os produtos do site que contam com o serviço e não
são todas as lojas da rede que participam do sistema. A consulta é feita pelo CEP informado
pelo cliente no momento da compra. O consumidor só vai saber se é possível retirar no ponto
de venda físico na hora de concluir a compra online.
Na loja que realizamos o benchmarking o sistema foi implantado em 2019 e teve boa
aceitação dos consumidores.
Para utilizar essa opção, o cliente realiza a compra online e ao finalizar o carrinho de
compras, digita o CEP do local onde gostaria de receber sua compra online, após o
preenchimento o site já oferece ali mesmo nesse espaço as opções de frete e entrega, caso
tenha alguma loja com o sistema no CEP informado, a opção “Clique e Retire, descrito como
Frete Retirada na Loja” vai surgir como primeira e vai informar o tempo previsto para que a
compra chegue em loja, o cliente escolhe a loja desejada e aguarda o prazo de retirada.
O prazo para retirada varia de região para região. Assim que o pagamento for aprovado, o
cliente receberá um e-mail com a data estimada para a entrega na loja escolhida. A opção
clique e retire é grátis e o cliente não paga nenhuma taxa de conveniência. O horário de
retirada segue o horário de funcionamento da loja. O consumidor será informado nos e-mails
de acompanhamento, que receberá após finalizar o pedido.
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Após a escolha da loja para retirada e finalização do pedido, não é possível trocar a retirada
do pedido para outra loja ou para outro endereço.
Por questões de segurança, apenas o comprador poderá retirar o pedido na loja. Se o
comprador não puder ir pessoalmente buscar o pedido, ele deverá contatar o SAC da rede de
lojas C&A para solicitar a autorização de retirada por terceiros.
Um diferencial desse serviço é que o cliente pode experimentar os produtos no ato da retirada
e se necessário, poderá fazer a troca imediatamente. Após a escolha da loja para retirada e
finalização do pedido, não é possível trocar a retirada do pedido para outra loja ou para outro
endereço, por questões de segurança.
4.2.2 Rede de supermercados Extrabom
A história do Extrabom começou em 1978, com a abertura de uma pequena mercearia em
Jardim América, Cariacica. Com o passar do tempo, a empresa foi crescendo com foco no
trabalho, bom atendimento e no envolvimento familiar. E mais tarde, com a formação de
importantes parcerias, nasceu a Rede de Supermercados Extrabom, que hoje conta com 24
lojas no Espírito Santo.
Hoje, o Extrabom é uma das maiores empresas do setor supermercadista do país, possui o
maior número de lojas no Espírito Santo e ocupa o 39º lugar no ranking nacional de
faturamento da Associação Brasileira de Supermercados (Ranking da AC Nielsen / ABRAS).
Em visita ao Extrabom do bairro Jardim América, localizado na cidade de Cariacica-ES,
falamos com a gerente de loja Luana, que nos explicou sobre o funcionamento do processo de
entrega de compra online.
Ela nos informou que os clientes fazem a compra online e podem solicitar a retirada em
qualquer loja física da rede de supermercados ou escolher por entregar em domicílio.
A seguir temos os horários disponibilizados para entrega:
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Figura 9 - Horários de entrega do serviço disponibilizado pelo Extrabom
Fonte: Extrabom (2019)
O valor aproximado da taxa de serviço/conveniência é de R$19,90, de acordo com o CEP
informado, conforme simulação abaixo.
A entrega das mercadorias é feita somente após a confirmação/aprovação do pagamento,
mediante consulta no sistema na central de distribuição.
Perguntamos se esta operação gera algum risco para o negócio e ela nos informou que hoje
não mais, mas no início da operação ocorreu uma fraude, onde um cliente efetuou uma
compra com um cartão de crédito clonado e a empresa não conseguiu detectar a tempo de
cancelar a compra e recuperar o valor, pois não contavam com um sistema integrado entre as
lojas físicas e o centro de distribuição.
A rede considera o negócio viável e o resultado satisfatório, de acordo com avaliação dos
clientes que utilizam o serviço.
4.3 PESQUISA DE MERCADO
Para o entendimento do funcionamento do mercado de entrega de compras realizadas via
e-commerce, foi realizada uma entrevista com o diretor da área de logística de uma empresa
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de comercialização de vinhos pela internet, pois foi do entendimento do grupo que se tratava
de um item de características singulares, como fragilidade e ser desejável para roubo (de fácil
comercialização posterior).
Numa segunda abordagem buscamos parceiros potenciais para implementação de possíveis
soluções onde o requisito seria um razoável volume de passageiros das classes C, D e E, com
o objetivo de se identificar a viabilidade de implantação de uma solução nestes locais e
mensuração dos custos relacionados, com vistas a realização das análises de viabilidade
necessária à conclusão do presente estudo.
4.3.1 Empresa Wine
A Wine (2019) é uma empresa estabelecida na cidade de Serra (ES), atuando a mais de 10
anos no mercado de vinhos, com a missão de promover momentos de prazer para seus
clientes. Por isso, tem a cuidadosa e ampla seleção de rótulos para qualquer momento.
Os Wine Hunters acompanham de perto o que os clientes desejam e o que há de especial no
mercado, desde novas vinícolas a marcas já renomadas no mundo do vinho. A equipe vai
pessoalmente até aos produtores, tudo para saber como é elaborado cada rótulo e garantir a
qualidade dos exemplares que chegam no endereço do cliente. Onde tem vinho que você pode
gostar, lá estão eles. (WINE, 2019).
Na tradução literal, WineHunter seria um ‘caçador de vinhos’. Entretanto, a tarefa exige muito
mais que talento para caçar, eles também têm de descobrir e avaliar novos sabores. E isso,
fortalece ainda mais um dos seus principais pilares: a seleção. (WINE, 2019).
Pode-se notar a importância da chegada da logística de transporte desses vinhos que permitam
sua chegada em tempo hábil e perfeitas condições de preservação.
Enxergando a empresa como um possível parceiro de negócios, foi feito contato via correio
eletrônico com a empresa, feito por Souza (2019), onde apresentou-se o projeto e foi
encaminhado alguns questionamentos.
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Foi perguntado ao Souza (2019), representante da empresa Wine, qual era a percepção
preliminar sobre o projeto apresentado, mesmo que com informações sucintas, que respondeu
ser um projeto interessante e inovador.
Porém, ao perguntarmos sobre a viabilidade do projeto, se a Wine via com bons olhos a
possibilidade de convênio e parceria e qual a possibilidade de aceitação da loja virtual, para
com o projeto, foi respondido que, no momento, a solução apresentada é inviável para a Wine,
sendo incompatível com a proposta da empresa, de proporcionar aos seus clientes a
experiência de receber seus vinhos em casa. (SOUZA, 2019)
Hoje a empresa tem convênio com a v1, que é uma empresa de transporte executivo por
aplicativo, que faz a entrega dos vinhos na Grande Vitória - ES, com motoristas próprios.
4.3.2 DHL e FEDEX
A DHL e-commerce é especialista em logística de e-commerce e já oferece o serviço de
locker como uma maneira conveniente de coleta de encomendas através de postos próprios e
também como alternativa de ponto de entrega disponíveis em lojas virtuais. (DHL, 2019a).
As encomendas podem ser coletadas no locker escolhido no próximo dia útil após o envio e a
retirada deve ser feita em até 7 dias corridos a partir da entrega no armário (locker), o cliente
insere o código recebido por SMS e seu número de telefone, e a porta do armário é aberta para
retirada da encomenda. (DHL, 2019b).
Os armários ficam instalados dentro de lojas e só é possível realizar a coleta em horário
comercial, o que faz com que o destinatário se sinta seguro durante a retirada. Esse serviço é
sistematicamente ampliado nas Américas, na Ásia-Pacífico, no Oriente Médio e na África. No
entanto, no momento, o serviço DHL Locker não é oferecido no Brasil. (DHL, 2019b).
Em 2017 a FEDEX também lançou o serviço em Hong Kong, o FedEx Self-Service Locker,
que funciona no mesmo formato, o cliente escolhe o local do armário de sua preferência,
recebe um SMS contendo os detalhes da coleta e uma senha. Os clientes precisarão inserir seu
número de telefone celular e a senha fornecida na máquina automatizada do armário ao serem
retirados. (FEDEX, 2017).
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O serviço só é aplicável a remessas de até 15 kg de peso e 128,5 cm de dimensões (ou seja, a
soma do comprimento, largura e altura, cada uma das quais não deve exceder 57 cm), e com
um valor total declarado para alfândega não superior a US $ 500 por remessa. A retirada dos
pacotes deve acontecer em até 48 horas após o recebimento da mensagem SMS, caso
contrário, os pacotes serão devolvidos para a FedEx. A garantia de devolução do dinheiro da
FedEx não se aplica a este serviço.
4.3.3 Metrô do Rio de Janeiro
Inaugurado em março de 1979, o metrô do Rio de Janeiro começou transportando meio
milhão de pessoas, numa média diária de 60 mil usuários. Em 1998 a empresa Metrô Rio
assumiu a administração e a operação das Linhas do metrô carioca, e em dezembro de 2009,
passou a fazer parte do Grupo INVEPAR – Investimentos e Participações em Infraestrutura
S.A, juntando-se à CART – Concessionária Auto Raposo Tavares (SP), LAMSA – Linha
Amarela S.A (RJ) e CLN – Concessionária Litoral Norte (BA).
Atualmente, o Metrô Rio possui 41 estações, três linhas em atividade e 14 pontos de
integração. Possui mais de 2.500 funcionários e sede localizada no Centro do Rio de Janeiro.
O Metrô Rio vem possibilitando uma melhoria da mobilidade urbana para cariocas e turistas,
seja no dia a dia ou em eventos importantes, como o Réveillon e o Carnaval. Principalmente
nos grandes eventos da cidade, o Metrô Rio se destaca e opera com altíssima taxa de
confiabilidade.
As figuras a seguir apresentam os trajetos das linhas do Metrô Rio e o mapa obtido junto aos
Correios relacionando as localidades do Rio de Janeiro onde não são realizadas entregas
domiciliares de correspondências e/ou encomendas.
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Figura 10 – Mapa do Metrô do Rio de Janeiro
Fonte: Metrô Rio (2019).
As figuras 10 e 11 demonstram que 12 estações de metrô situadas na Zona Norte do Rio de
Janeiro, desde a Estação Pavuna até a Estação Maria da Graça, estão próximas à região onde
está concentrada a maior parte dos endereços com restrições de entrega. As estações
localizadas entre a Estação São Conrado e a Estação Central, estão próximas dos demais
endereços com restrição de entrega situados nas Zonas Sul e Central respectivamente.
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Figura 11 - Restrições de entregas dos CORREIOS no Rio de Janeiro.
Fonte: PAGNAN, VERPA, MARIANI (2018).
Foi realizado uma pesquisa de marketing de forma a avaliar potenciais parceiros para o
projeto, e uma entrevista com o Diretor de Operações do MetrôRio, onde buscou-se
identificar a quantidade de passageiros que embarcam em cada estação do Metrô Rio por dia
útil, foi constatado um total de 197.269 passageiros por dia útil, a maior estação em volume é
a de Botafogo com 64.457 mil passageiros embarcados, as demais compreendem um volume
menor de passageiros, conforme tabela a seguir Embarque por dia útil Metrô Rio.
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Quadro 3 - Embarques por dia útil Metrô Rio
Estação Botafogo Cardeal
Arco verde Siqueira Campos
Cantagalo
General Osório
Nossa Senhora da
Paz Jardim de Alah
Antero de Quental
Embarques por dia útil 64.457 15.739 31.175
15.820 18.890 17.407 13.811 19.970
Fonte: Metrô Rio (2019).
Foi feito um estudo se o Metrô Rio possui informações sobre o perfil dos usuários, obteve-se
ao resultado que 50% são mulheres e 50% homens, não foi informado dados de faixa etária e
bairros ou cidades que residem.
Para contribuir para o estudo de viabilidade foi verificado sobre o valor de locação por metro
quadrado dentro das estações, obtivemos retorno que para estações de menor fluxo o valor
médio é de R$250,00 m2 e para estações de grande fluxo R$700,00 m2. Demonstrado interesse
em utilizar venda de imagem (publicidade) nos espaços alugados, foi identificado que o Metrô
Rio tem uma empresa parceira que possui exclusividade na comercialização de publicidade.
Na questão de segurança, foi feito uma análise se a segurança patrimonial é restrita à Estação
ou também se estende ao espaço locado, como resultado obtivemos retorno positivo, que o
Metrô Rio possui profissionais de segurança que abrangem toda a área das estações,
possibilitando uma sensação de segurança positiva para os usuários.
4.3.4 Metrô de Salvador
A CCR Metrô Bahia é uma empresa do Grupo CCR, uma das maiores companhias de
concessões em infraestrutura da América Latina. Desde 2013, a concessionária é responsável
pela construção, manutenção e operação do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de
Freitas, por um período de 30 anos, através de uma Parceria Público-Privada (PPP), com
investimentos na ordem de R$ 5,8 bilhões. Além de ter sido o sistema metroviário que mais
cresceu na América Latina nos últimos anos, gerando cerca de oito mil empregos no auge das
obras.
Em 2018, a concessionária concluiu o projeto de implantação do metrô baiano com a entrega
da Estação Aeroporto e a chegada à Região Metropolitana de Salvador, colocando a cidade
como uma das três capitais brasileiras a ter o modal interligando o centro ao aeroporto. No
mesmo ano, foi finalizado o projeto paisagístico e urbanístico do canteiro central da Avenida
Paralela que conta com pista de caminhada e ciclovia de 12 km. Atualmente, a CCR Metrô
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Bahia opera duas linhas, com 33 km de extensão, 20 estações, 8 terminais de integração com
ônibus, frota de 40 trens, emprega cerca de 1.500 colaboradores e possui mais de 2 mil
câmeras de monitoramento interligadas ao Centro de Controle Operacional da Concessionária.
(CCR METRÔ BAHIA, 2019). Figura 12 – Mapa de estações do Metrô de Salvador
Fonte: CCR Metrô Bahia (2019).
Foi realizado pesquisa de marketing no Metrô de Salvador, com o objetivo de identificar o
volume de passageiros embarcados nas estações, informações estatísticas sobre o perfil dos
usuários, custo de locação, segurança das estações e sobre utilização de publicidade nas
estações do metrô.
Conforme resultado foi identificado que a estação Lapa é a maior em número de passageiros,
considerando embarque e desembarque, com média mensal de 1.150.959 usuários. O Metrô
Bahia não possui estatística de perfil dos usuários, relacionados a faixa etária, renda, bairro e
cidade de residência. (SANTOS, 2019).
Quanto ao assunto segurança, ficou diagnosticado que dentro das estações possuem
monitoramento 24 horas, dessa forma a responsabilidade sobre a área das estações e área
locada é do Cessionário. (SANTOS, 2019).
Santos (2019), também informou que a exploração da publicidade nos espaços comerciais,
são realizadas através de mídia Kit com identificação dos espaços em diversos formatos de
mobiliário, para exploração deste segmento nas estações e áreas internas.
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4.3.5 CCR Barcas Rio de Janeiro
No dia 2 de julho de 2012, o Grupo CCR assumiu o controle acionário da Concessionária
Barcas S/A, adquirindo 80% das ações da empresa. Com a chegada do grupo, uma das
maiores entidades privadas de concessões de infraestrutura da América Latina, a
Concessionária passa a se chamar CCR Barcas, marcando o início de uma nova fase para esse
transporte de massa que tem 183 anos de existência.
Desde que assumiu a concessão do transporte aquaviário, a CCR já realizou melhorias como
obras de manutenção e reforma da infraestrutura das estações, garantindo a segurança dos
usuários. Foram incorporados à frota sete catamarãs (Harpia, Falcão, Fênix, Pão de Açúcar,
Corcovado, Ilha Grande e Itacoatiara) para aumentar a oferta de lugares nos horários de rush.
Na Estação Charitas, Zona Sul de Niterói, foi feita instalação de ar condicionado e assentos
preferenciais no túnel de embarque, e do novo flutuante, permitindo a redução do tempo de
embarque e desembarque. A Concessionária também investiu na reestruturação do estaleiro,
que permitiu melhorias como a reforma das embarcações Brizamar (500 lugares) e Itaipu
(1.000 lugares), que foram completamente remodeladas.
A CCR Barcas é a única concessionária de serviços públicos dedicada à operação de
transporte de massa no modal aquaviário, com direito de atuação no Estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, é a quarta maior operação de transporte aquaviário de passageiros no mundo,
navegando cerca de 745 mil quilômetros por ano e transportando, em média, 73 mil
passageiros por dia. A concessionária tem 19 embarcações, 830 colaboradores e opera seis
linhas em cinco estações e três pontos de atracação.
A frota é composta de 19 embarcações, sendo 13 catamarãs e 6 barcas. As embarcações
transportam cerca de 20 milhões de passageiros por ano, nas seis linhas oferecidas pela
empresa.
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Figura 13 – Mapa Trajeto Barca Rio – Niterói
Fonte: Moovit (2019).
Mesmo o custo por Km sendo superior ao do transporte rodoviária (ônibus) a população
privilegia este tipo de transporte por redução de tempo e garantia dos horários. Adotando-se
este trajeto rotineiro, cria-se a necessidade de implementação de afazeres para a população
ocupante deste território, possibilitando a criação de negócios.
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Quadro 4 – Trajetos e tarifas Barcas CCR Linha Terminais Tarifas Distância (m)
Rio de Janeiro ↔ Niterói
Praça XV R$6,30 5 000 Praça Araribóia Rio de Janeiro ↔
Paquetá Praça XV R$6,30 19 180 Paquetá
Mangaratiba ↔ Ilha Grande
Mangaratiba R$16,70 24 100 Abraão Angra dos Reis ↔
Ilha Grande Angra dos Reis R$16,70 23 890 Abraão
Rio de Janeiro ↔ Cocotá
Praça XV R$6,30 13 700 Cocotá Rio de Janeiro ↔
Charitas Praça XV R$17,60 8 140 Charitas
Fonte: CCR Barcas (2019), adaptado pelos autores.
Foi realizado pesquisa de marketing na CCR Barcas, com o objetivo de identificar o volume
de passageiros embarcados, informações estatísticas sobre o perfil dos usuários, custo de
locação, segurança das estações e sobre venda de publicidade nas estações.
Conforme resultado foi identificado que a CCR Barcas realiza o transporte médio diário de
setenta e três mil passageiros, sendo que a linha Arariboia destaca-se como maior em volume,
com média mensal de sessenta mil passageiros, seguida pela linha Charitas com média de sete
mil, em terceiro a linha Paquetá com média mês de três mil passageiros e a linha Cocotá com
um mil passageiros mês. (CARVALHO, 2019).
A empresa não possui dados estatísticos do perfil de seus usuários relacionados a faixa etária,
renda, bairro e cidade de residência. Os espaços internos estão disponíveis para locação a
terceiros, as áreas internas da CCR Barcas contam com segurança patrimonial que geram
segurança as áreas alugadas e os funcionários da segurança, ficam posicionados em locais
estratégicos nos arredores e dentro dos terminais, gerando sensação de segurança positiva para
os usuários. (CARVALHO, 2019).
A mesma também informou que a exploração de publicidade é realizada pelo setor comercial
da empresa, sendo responsável pela comercialização de mídia e publicidades na área locadas e
área interna das estações.
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4.3.6 Questionário – Pesquisa de mercado
Foi realizado uma pesquisa de mercado, através do envio de um questionário on-line, no qual
foi elaborado com uma plataforma virtual, criando um link que foi divulgado em ambientes
virtuais. A pesquisa alcançou 192 participantes, localizados pela região Sudeste, Nordeste e
Centro-Oeste.
Toda a pesquisa tem o objetivo a verificação dos dados fornecidos por fonte oficiais como
IBGE, Jornais e outros para confirmação. A partir da confirmação dos dados ofertados x
pesquisa de mercado compara com os grandes centros de concentrações de pessoas.
Figura 14 - Idade dos entrevistados
Fonte: Os autores (2019)
Para este perfil, leva-se em considerações os compradores por faixa etária no e-commerce,
que estão ente 26 e 40 anos independente do sexo. Hoje este público representa
aproximadamente 61% das compras, conforme “e-commerce na prática. Nas grandes
concentrações como metro possui característica similar de seus passageiros que representam
65,5 % de utilização de 3 a 5 vezes por semana, conforme dados Metrô Rio, o que traz uma
possível atratividade para o projeto em estudo.
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Figura 15 - Sexo dos entrevistados
Fonte: Fonte: Os autores (2019)
De todas as vendas que o e-commerce brasileiro fez no primeiro semestre de 2017, metade foi
para homens e a outra metade para mulheres. Apesar de a participação das mulheres ser
levemente maior, ela não chega a 0,1% de diferença, então podemos considerar, para efeitos
práticos, como um mercado 50/50. Conforme dados fornecidos pela Gerência de Operações
do metrô” 57% do público são mulheres entre classe C, D e E, sendo 89,9 utilizam de forma
habitual – fonte transporte metropolitano metrô.
Figura 16 – Percentual de quantas pessoas entre as pesquisadas utilizam meio de transporte público
Fonte: Os autores (2019)
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Os centros urbanos tendem cada vez mais a ser locais de concentração de automóvel de
passeio ou cargo gerando grandes dificuldades de entrega de mercadoria ou traslado da
população em função tempo ou limitação de acessibilidade, sem considerar efeito poluição.
Estes veículos tendem a causar à diminuta ocupação dos transportes públicos. Uma das
soluções, que todos os estados estão realizando para este problema, passa por atrair mais
usuários aos transportes públicos.
Análise de dados de bilheteria e fontes externas de contextualização de locais com restrições
de entrega por e-commerce, convergem para a utilização do transporte público as classes C, D
e E com o percentual de 61% conforme dados mobilidade de transporte de São Paulo.
Figura 17 – Percentual de usuários que fazem compras on-line
Fonte: Os autores (2019)
Comprar pela internet se tornou um hábito e mais conforto para os usuários. Pelo menos os
que não tem restrições em seus endereços (por risco, restrições por mobilidade ou restrições
em CEPs) e lógico vantagem financeiramente, revela um estudo feito pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL) nas 27 capitais do país. De acordo com o levantamento, percentual que se mantém
elevado em todos as classes sociais analisadas. Dos consumidores e 99% pertencem às classes
A e B, C e D. Apenas 4% das pessoas que têm acesso à internet, nunca realizaram qualquer
compra online.
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Figura 18 - Percentual de indivíduos no qual deixaram de efetuar compra online devido o custo do frete
Fonte: Os autores (2019)
Um dos maiores pilares do e-commerce e o que o diferencia do comércio físico, é a forma de
fazer entrega, ou seja, além de ser imprescindível o serviço de entrega de encomendas, a
experiência em adquirir um produto e recebê-lo no meio mais atrativo para os compradores.
Para entender a importância do frete online, basta constatar que uma pesquisa realizada pelo
INVESP (instituto inglês de pesquisa), no ano passado, demonstrou que 44% dos carrinhos de
compra são abandonados devido aos custos relativos ao frete. Esse acabou sendo apontado
como o motivo principal para o abandono de compras no carrinho. De acordo com uma
pesquisa realizada pelo eBit, a praticidade também conta como um dos motivos para comprar
pela internet, representando 28% de interesse.
É exatamente por essa importância que os serviços voltados ao melhor envio devem ser
tratados com atenção. Algumas das reclamações dos clientes são justamente sobre o prazo,
custo e o não recebimento do produto.
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Figura 19 - Percentual de indivíduos que sofrem diretamente devido a falta de entrega em seu endereço
Fonte: Os autores (2019)
Em vários casos de compra online, a mercadoria seja destinada a uma área com restrições de
entrega domiciliar, serão avaliados qual a providência pela lojas e-commerce a ser tomada
para o CEP indicado, podendo alongar o prazo de entrega da mercadoria ou não permitir
habilitar o processo de compra, de modo que o destinatário passa a ter que retirar em lojas
físicas ou em pontos onde terão que se deslocar, incrementando custos adicionais, a um ponto
que talvez não seja de sua rotina. Vendas são perdidas em função de restrições de entrega, em
inclusão na taxa que chegam até 35% a mais no valor de última milha ou mesmo taxa
adicional de risco para a entrega, o que na maioria dos casos acaba em perda da venda.
Empresas de e-commerce buscam alternativas de entrega desta última milha para áreas com
restrições ou sem atendimento ao cep’s mapeados com zona de risco.
Figura 20 - Indivíduos que deixam de realizar compra online devido a ausência de alguém para receber a encomenda
Fonte: Os autores (2019)
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As mudanças de comportamentos de segurança estão fazendo vários condomínios ou
residência mudarem a forma de atuação, eliminando a recepção. Como também as famílias
estão menores e seus membros estão compartilhando responsabilidade financeiras o que
obrigado a vários membros da família estarem trabalhando. Quando não tem ninguém para
receber a carga, começa uma operação de retorno que tem um custo, e quem paga por ela é
quem vendeu. Não sai um centavo do bolso do cliente”, este um dos principais custos de
devolução de mercadoria no e-commerce. Por conta disso, algumas empresas passaram a
oferecer serviços para facilitar entregas de e-commerce, exemplo A Pegaki (2018), que
iniciou suas atividades em 2016, criou uma rede de pontos de retirada de encomendas. Se a
pessoa tem alguma dificuldade para receber em casa, se não fica por lá em horário comercial
por causa do trabalho, pode escolher retirar a compra no ponto mais próximo da sua
residência ou de sua rotina, e o que o estudo de projeto pretende.
Figura 21 - Resultados da pesquisa de mercado
Fonte: Os Autores (2019).
O gráfico demonstra, juntamente com os demais a oportunidade de mercado para a aceitação
de uma alternativa de entrega de mercadoria com segurança, custo aceitável e que gere
comodidade aos usuários finais. Atendendo a vários requisitos que são controlados no
e-commerce como custo na milha final, atendimento a áreas com restrições e atendimento a
um setor do mercado que não estão utilizando as compras online, somando ambos uma
oportunidade de aceitação de quase 94%, sendo 77,5% afirmaram que optariam pelo método
de entrega e 16,8% talvez.
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Esta alternativa possibilita a redução de custo da última milha em função de entregas
concentradas em um único ponto, eliminando o incremento da taxa de risco e a desocupação
de malhas rodoviárias. Conforme resultado da pesquisa de mercado, o índice de aceitação da
“alternativa de entrega” é de aproximadamente 78% de um público de 192 entrevistados.
Considerando a movimentação, na Barca do Rio de Janeiro, de 73 mil passageiros, sendo 50%
com restrição de entrega, existe potencial de 28 mil clientes. Com o percentual de compras de
98% pela internet, conforme pesquisa, entende-se que pode haver um grande potencial para
consumo (locker).
4.4 O USO DE ARMÁRIOS TIPO LOCKERS
Durante o desenvolvimento das possíveis soluções que pudessem atender ao escopo do
presente trabalho, foi identificada a oportunidade de estudo sobre a viabilidade da instalação
de Terminais Lockers Inteligentes em pontos de alto tráfego de pessoas, onde moradores de
áreas de risco ou o público que mora sozinho, não tem porteiro, pessoa que moram em região
sem CEP formal, etc., possam ter uma opção de entrega das compras feitas através dos
e-commerce.
A pesquisa de mercado realizada gerou informações importantes que contribuíram na decisão
de escolha do modelo de entrega a ser realizada, conforme dados levantados, o perfil do
público pesquisado se enquadra na proposta de utilização de armários tipo Locker, tendo em
vista que o perfil de sexo e faixa etária são similar ao perfil do e-commerce, considerando que
48% utiliza transporte público regularmente, 97% realizam compras pela internet o que
demonstra ser um público aderente a novas tecnologias, 92% deixam de realizar uma compra
devido ao custo do frete, 44% deixam de comprar por não ter entrega em seu endereço, 34%
deixam de realizar uma compra por não ter pessoas na residência para receber a mercadoria e
77% do público pesquisado afirmou que gostaria de ter uma opção de retirar sua mercadoria
em armários que estejam disponíveis em seu trajeto diário, dessa forma identificamos um
grande sinergia para a proposta da escolha do modelo de entrega. (EUGÊNIO, 2019).
Sua importância baseia-se na alternativa de atendimento de uma demanda reprimida no
mercado e-commerce em função da dificuldade de atendimento, uma vez que o alto número
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de endereçamento informal, riscos e dificuldades de acesso, tornam a malha final onerosa e
consequentemente as empresas de logística deixam de atender.
Caso o objeto seja destinado a uma área com restrições de entrega domiciliar, os Correios
avaliarão qual a providência a ser tomada para o CEP indicado, podendo alongar o prazo de
entrega do objeto em mais 7 dias ou enviar o objeto para uma das Unidades dos Correios, de
modo que o destinatário possa retirá-lo: os Correios deixarão um aviso de chegada no
endereço do destinatário, que deverá se se dirigir à unidade dos Correios indicada, portando
documentos que permitam a sua identificação, para fazer a retirada do objeto. (CORREIOS,
2018).
Outros problemas encontrados na logística são os atrasos, furtos e altas taxas da última milha,
onde este número tem aumentado consideravelmente devido à crescente população sem
endereço, moradores de comunidades, favelas etc. Com isso, só resta ao comprador três
alternativas, ir a uma loja física, se deslocar a um CD do Correio para retirar sua compra ou
desistir da compra conforme. (ELIZARDO, 2014).
Devido a todos os problemas provenientes da logística de entregas do e-commerce no Brasil,
nota-se a importância de analisar a viabilidade de uma nova alternativa de transporte.
Segundo Cristofolini (2018), em alguns países da Europa, 40% das compras efetuadas no
e-commerce tem sua entrega finalizada em um terminal locker, demanda gerada pelo fator
residência vazia e/ou conveniência, ou seja, é um processo já em operação na Europa, mas
que precisa ser avaliado, adaptado e tropicalizado para saber se enquadraria na realidade
brasileira.
Diante do cenário visto na apresentação do problema, identificou-se a oportunidade de
trabalhar com o sistema locker nas regiões mais afetadas e de difíceis acessos às
transportadoras, tais como: periferias, pessoas que moram sozinhas e aqueles que não
possuem CEP. Dessa forma, inicialmente o foco será a instalação do Terminal Locker
Inteligente em alto ponto tráfego de pessoas (embarque e desembarque de passageiros na
região sudeste, centro oeste e nordeste), para que os consumidores que utilizam o transporte
de ida e volta possam efetuar a retirada da encomenda no local sem dificuldades e transtornos.
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O desenvolvimento imposto é encarar a gestão de operações como um diferencial estratégico
alcançando novos mercados, com ganhos de custos e nível de serviço aos clientes. (TADEU,
2013).
Nesse sentido, a busca pelo planejamento operacional e estratégico é fundamental. Avaliar as
incertezas e propor mudanças de objetivos deve ser algo constante na busca de resultados
econômicos.
Objetivamente, os primeiros passos nesse sentido são:
● Planejar e entender a situação atual e propostas de melhoria dos processos
produtivos.
● Avaliar as incertezas do mercado e estabelecer um plano efetivo de previsão de
demanda.
● Estabelecer indicadores de desempenho para acompanhamento dos processos.
● Alinhar os processos logísticos ao planejamento estratégico.
● Desenvolver um cronograma de atividades de curto e longo prazo.
● Esses itens podem ser desdobrados como funções do S&OP, da seguinte
forma:
● Planejar e entender a situação atual e propostas de melhoria dos processos
produtivos, destacando os planos de desenvolvimento de novos produtos,
financeiro, vendas agregadas produção (MRP).
● Avaliar as incertezas do mercado, destacando análises econômicas, impactos
na produção e os riscos para as vendas.
● Estabelecer indicadores de desempenho para acompanhamento dos processos
do S&OP.
● Alinhar os processos do S&OP ao planejamento estratégico.
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● Desenvolver um cronograma de atividades de curto e longo prazo. (TADEU,
2013, pág. 02).
Verifica-se também que já existem empresas que estão utilizando os armários inteligentes,
porém, que não conseguem atingir o mesmo público alvo que o nosso. Citamos abaixo
exemplo de algumas e como estão praticando.
Segundo a PEGAKI (2018), a empresa adotou o sistema e como teste está operando com um
locker que funciona 24 horas por dia e esse é o seu grande diferencial. Se o consumidor deseja
retirar o seu produto no meio da madrugada, por exemplo, basta se dirigir até o local com o
código recebido. É inegável que essa facilidade ajuda a vender mais, pois gera praticidade ao
usuário. Por outro lado, um locker não é uma estrutura barata. Diferentemente do que
acontece com os pick ups points, o e-commerce precisa investir na instalação e na manutenção
dos armários. Dessa forma, os custos são bem mais altos do que a comissão destinada ao
ponto físico por cada entrega ou devolução. Colocando tudo isso na balança, o locker é uma
alternativa interessante, mas os pontos de retirada e seu modelo de economia compartilhada
funcionam melhor.
Para o consumidor, o custo da operação para o cliente é um atrativo tanto nos lockers quanto
nos pontos de retirada. Fica bem mais em conta do que nas operações de entrega tradicional,
via Correios ou transportadoras, ambos formatos são interessantes, embora há quem sinta falta
da interação humana no recebimento de suas encomendas, o que não ocorre nos lockers.
Mas há outro ponto que, por vezes, gera insatisfação nos usuários, que é a limitação de
armários, nem mesmo o serviço da Amazon, que é referência em lockers, conta com
estruturas suficientes para a demanda atual.
No fim das contas, a preferência entre um modelo e outro é bastante pessoal. De todo modo, o
importante para o consumidor é contar com uma opção se ele não está em casa ou se o
porteiro não tem autorização para receber encomendas, por exemplo.
Já na outra ponta, considerando quem entrega de fato o produto, só o modelo de economia
compartilhada oferece benefícios. Afinal, como já dito, o estabelecimento credenciado recebe
uma comissão, aumenta o fluxo de pessoas na sua loja e, não raro, conquistar novos clientes.
Não é algo que ocorra com os lockers, que não geram novas demandas de consumo. A
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comparação entre os modelos para identificar qual o melhor, nesse caso, é desnecessário.
Tantos os lockers quanto os pick ups points são alternativas novas de entrega e devolução de
itens adquiridos no e-commerce, ao menos no Brasil. Mas isso não significa que sejam
inacessíveis ao seu negócio. No caso do locker, a sugestão é recorrer a empresas
especializadas e avaliar se o investimento cabe no seu orçamento. Já com os pick ups points, o
caminho é buscar quem intermedia a relação entre o e-commerce e o estabelecimento físico.
Esse é o caso da PEGAKI (2018), que é a primeira e maior rede de pontos de retirada do país.
Atualmente, ela já conta com mais de 100 locais ativos em São Paulo e no Rio de Janeiro,
além de outros 1.000 pontos sendo preparados para entrar em operação. Há ainda outros
números a destacar, como mais de R$ 1 milhão em produtos entregues em pontos Pegaki,
além da retirada da maioria deles em até 24 horas após a compra. O modelo vem dando tão
certo que grandes varejistas já têm utilizado como solução logística.
É o caso da DAFITI, por exemplo, que é o maior e-commerce de moda da América Latina.”
Segundo O Globo (2018), comprar online e retirar a encomenda em um armário instalado em
ponto estratégico da cidade. Assim funciona a entrega por meio dos chamados lockers,
modelo popular nos EUA e na Europa, que começou a ganhar fôlego no Brasil neste ano. Na
experiência internacional, a ideia é reduzir custos de frete e oferecer mais conveniência a
cliente. Por aqui, as varejistas têm um incentivo a mais para adotar a tecnologia: driblar as
dificuldades impostas pela falta de segurança pública, que muitas vezes impede que o produto
chegue diretamente à casa do cliente. O problema é particularmente grave no Rio, onde,
segundo um estudo da Firjan, os 10.599 roubos de carga registrados em 2017 causaram um
prejuízo de R$ 607,1 milhões.
A expectativa do setor é que a modalidade de entrega deslanche no país após a Via Varejo,
dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, iniciar seu projeto piloto em São Paulo. A empresa
instalou quatro armários na capital paulista e planeja para o mês que vem estrear uma
operação semelhante no Rio. A ideia é que os pontos de coleta fiquem em pontos estratégicos
da cidade. Em São Paulo, a varejista opera em parceria com os Postos Ipiranga, que abrigam
os armários. Para retirar a encomenda, basta informar um código no terminal de
autoatendimento.
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"Como os lockers foram recém-implementados em quatro postos de São Paulo, ainda estamos
em fase piloto do projeto, mas temos a previsão de expandi-lo para outras regiões já no
próximo mês. O que está definido é que o Rio de Janeiro será a segunda cidade que receberá o
serviço e a velocidade dessa extensão vai depender da maturidade dos testes que estamos
realizando", explica Flávio Salles, diretor de multicanalidade da Via Varejo.
Em dezembro, reportagem do O GLOBO mostrou que cerca de 13% das encomendas dos
CORREIOS que tinham como origem ou destino o Estado do Rio precisou de algum tipo de
medida adicional de segurança, como escolta armada, de acordo com dados da empresa de
logística INTELIPOST. Na média nacional, esse percentual é bem menor, de 1,6%. No ano
passado, o consumidor carioca se acostumou a ouvir a expressão “CEP do inferno” — regiões
onde nem os CORREIOS nem transportadoras privadas entram, por causa do risco de
violência.
Segundo especialistas, a ideia é que os lockers ajudem a mitigar esses entraves. A modalidade
é um desdobramento do sistema de clique e retire, em que é possível comprar online e pegar o
produto em uma loja física. A diferença é que os armários ampliam os possíveis pontos de
coleta para além da rede de lojas. Postos de gasolina, shopping centers, estações de metrô e
outros pontos de passagem são potenciais locais de retirada.
"Os lockers são tendências para implantar o omnichannel (multicanal, integração entre
operações online e físicas), independentemente da questão da segurança. É uma ferramenta
que ajuda as operações de e-commerce a atuarem com entrega de forma descentralizada e
mais barata. No e-commerce, o que tem de mais caro é a última milha até a porta do cliente.
Para a gente, no Brasil, além de tudo é uma solução para os consumidores que vivem em
regiões com restrição. O locker é uma alternativa interessante de entrega para qualquer cidade
que tenha zona de risco", avalia a especialista em varejo Ana Paula Tozzi, diretora executiva
da AGR Consultores. (AGÊNCIA O GLOBO, 2018).
Assim, espera-se que as pessoas que residem nesses locais poderiam utilizar “o ponto de
entrega” que lhe for mais conveniente, seja pela proximidade da residência ou pelo trajeto
percorrido, para ser usado como endereço de entrega de compras efetuadas pela internet.
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A estrutura utilizada como ponto de entrega consiste numa base metálica com portas
independentes, com estrutura similar a um conjunto de armários, denominado Terminal
Locker Inteligente, cujo processo de abertura ocorre via código de acesso ou QRcode®
gerado ao responsável no ato da compra online.
O processo operacional para utilização do Terminal Locker Inteligente é desenhado da
seguinte forma:
● Usuário efetua a compra via internet;
● O Usuário indica o Terminal Locker Inteligente que lhe for mais conveniente para retirada do
produto;
● O sistema da loja virtual (e-commerce), conveniado com o Terminal Locker Inteligente, emite
o número do Locker onde o produto será armazenado, bem como o código de acesso ou
QRcode® para que o usuário possa abri-lo;
● Concluída a compra, a loja virtual aciona o fornecedor;
● O fornecedor aciona o transportador para entrega do produto no CD (Centro de Distribuição)
mais próximo do consumidor;
● O CD recebe o produto;
● O CD providencia a entrega até o Terminal Locker Inteligente;
● Disponibilização do produto no Terminal Locker Inteligente;
● O consumidor/usuário retira a encomenda no Locker indicado e, ao fechá-lo, estará disponível
para nova ocupação por outro usuário. Caso conste alguma avaria/violação basta o cliente
deixar o produto no mesmo Locker.
A figura a seguir expõe o fluxo de forma ilustrativa:
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Figura 22 - Fluxo do modelo de negócio
Fonte: Os autores.
A fonte de receita do negócio seria proveniente de convênios junto as lojas virtuais
(e-commerce), além de outras fontes de receita que podem ser exploradas principalmente pela
publicidade.
4.5 O TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
A coleta de dados será realizada a partir da identificação da região Sudeste, Centro-Oeste e
Nordeste como as regiões com grande share de pedidos, sobretudo as capitais São Paulo e Rio
de Janeiro, representando mais de 35% dos pedidos nacionais. NEOATLAS (2018).
Na Região Nordeste, as oportunidades podem ser potencializadas por outros fatores, como na
Bahia, onde foi publicada matéria no site G1 Bahia (2019), noticiando que em 2018 foram
fechadas 3 agências dos CORREIOS e foi anunciado que até 5 de julho de 2019 mais 12
agências serão fechadas na Bahia, 8 delas em Salvador, sendo que em todo o Brasil serão
fechadas 161 agências. (G1 BA, 2019).
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A partir da informação sobre o fechamento de agências dos CORREIOS, foram efetuadas
pesquisas sobre as estações de metrô de Salvador, que está em funcionamento há cinco anos e
opera com duas linhas e 20 estações, com extensão de 33km, fazendo integração com 8
terminais de ônibus, por onde passam 350 mil passageiros por dia, esse público é representado
em 61% por mulheres e 39% por homens, com prevalência das classes B e C, considerando
33% e 57% respectivamente. (CCR METROBAHIA, 2019).
A Estação Lapa é a unidade de maior fluxo de passageiros em Salvador, por onde passam
aproximadamente 38.400 pessoas por dia (referência junho 2019).
A administradora do metrô oferece áreas para locação de espaços nas áreas internas das
estações e terminais de ônibus e conta com mais de 2.000 câmeras de monitoramento 24h,
além de dispor de um player de mídia que oferece ao anunciante a possibilidade de divulgação
em toda a malha do metrô Bahia. (CCR METROBAHIA, 2019).
Figura 23 - Estação Metrô Bahia - Divulgação dentro do metro
Fonte: ELETROMIDIA METRÔ BAHIA (2019).
A figura anterior apresenta o uso dos espaços publicitários dentro da estação do metrô,
mostrando a disponibilidade de aproveitamento destes canais para divulgação do Locker e
também mostrando possíveis aproveitamento dos armários locker como receita vinculada em
marketing de outras marcas.
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No Ceará a crise nos CORREIOS gera atraso na entrega de compras online. Em relato a um
jornal local, um consumidor informa que uma mercadoria com previsão de entrega de 60 dias
demorou cerca de um ano para chegar até ele, causando frustração, levando-o a pedir o
ressarcimento do valor da compra que não foi entregue no prazo estipulado.
O déficit de servidores tem contribuído para que as encomendas demorem a chegar aos
consumidores, o CORREIOS informa que existe a necessidade de ampliar em 11% o quadro
de servidores atual para garantir a regularidade das entregas no estado. (DIÁRIO DO
NORDESTE, 2017).
Com base na dificuldade que o CORREIOS tem enfrentado no atendimento de entrega de
encomendas também no Estado do Ceará, enxergamos a capital Fortaleza como um potencial
mercado, assim, o sistema de metrô da cidade, METROFOR, também foi pesquisado.
Atualmente o sistema de transporte tem extensão de 54 quilômetros de linha e possui 37
estações em funcionamento e 16 estações em implantação, transportando um total de
12.640.000 passageiros em 2018. Em 2019 a previsão é de 16.400.000 em 2019.
Os passageiros que utilizam o serviço são representados por 51,33% mulheres e 48,67%
homens, sendo que o público que mais circula nas estações é representado pela faixa etária de
26 a 40 anos, já o público que menos circula é representado pela faixa etária de 0 a 18 anos e
os maiores de 60 anos, com prevalência das classes B, C e D. 53,10% dos passageiros
utilizam o metrô para ir ao trabalho, e 60% dos passageiros utilizam o metrô 5 dias por
semana. (METROFOR, 2019).
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Figura 24 - Estação Metrô Fortaleza
Fonte: METROFOR (2019).
De forma similar ao que foi observado nos metrôs do rio e de Salvador, é comum a
exploração de espaços publicitários dentro da estação do metrô, mostrando a disponibilidade
de aproveitamento destes canais para divulgação do Locker e também mostrando possíveis
aproveitamento dos armários locker como renda extra com propaganda de outras marcas.
Na Região Centro Oeste, foi estudado o Metrô-DF, situado em Distrito Federal/Brasília,
composto por 29 estações das quais 24 estão em funcionamento. Com uma frota de 32 trens,
transportam em média 160 mil passageiros por dia. Toda a via tem extensão de 42,38 km e
liga a região administrativa de Brasília às de Ceilândia e Samambaia, passando pela Asa Sul,
Setor Policial Sul, Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), Guará, Park Way,
Águas Claras e Taguatinga. (METRODF, 2019a)
A via do Metrô-DF possui o formato de Y. Dessa forma, 19,19 km constituem o eixo
principal e interliga a Estação Central (localizada na rodoviária do Plano Piloto) à Estação
Águas Claras. Outros 14,31 km compreendem o ramal que parte da estação Águas Claras até
Ceilândia Norte. O outro ramal, com 8,8 km, abrange o trecho que liga a estação Águas
Claras a Samambaia. (METRODF, 2019a).
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O Metrô-DF transporta por dia 160 mil usuários. Segundo pesquisa realizada pela empresa
Polo Pesquisas em fevereiro de 2018, 55% dos passageiros são do sexo feminino. A faixa
etária é constituída majoritariamente pelo público jovem, economicamente ativo e receptivo a
novas tendências. São mais de 56% dos passageiros com idade entre 21 e 40 anos. Quase 45%
tem renda familiar superior a R$1.909 e inferior a R$4.720. Mais de 46% tem o ensino médio
completo e quase 20% possui nível superior completo. (POLO PESQUISA, 2018)
Hoje, 65,65% dos usuários do Metrô-DF utilizam o sistema diariamente, sendo que mais de
72% o usam para ir ao trabalho. O índice de satisfação dos usuários com o serviço de
transporte metroviário é de 83,5%.
Os espaços publicitários do Metrô-DF são boas alternativas para mídias e ações promocionais,
pois as estações têm projetos arquitetônicos que valorizam a exposição, com alto impacto
comercial e com grande alcance de público. Isso tudo com um excelente custo benefício.
Os espaços disponíveis para estandes, quiosques e feiras são diferenciados, pois ofertam
público diário garantindo visibilidade para a marca dentro das estações.
Figura 25 - Espaços Publicitários do Metrô do Distrito Federal
Fonte: METRODF (2019b).
Em uma pesquisa realizada junto aos usuários, somente 5% disseram que já foram vítimas de
assalto no sistema. Em relação à segurança, 69,85% dos usuários avaliaram como boa ou
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ótima. (POLO PESQUISAS, 2018). As figuras a seguir apresentam um pequeno resumo
através de gráficos dos resultados dessas pesquisas:
Figura 26 - Segurança no Sistema Metrô-DF
Fonte: Polo pesquisas (2018).
Segurança dentro do Metro DF, apontando a porcentagem de roubos que ocorreram dentro do
metro DF. Figura 27 - Avaliação de segurança no sistema Metrô-DF
Fonte: Polo pesquisas (2018).
É fundamental avaliarmos a segurança de onde irá ser implantado o sistema Locker, para
assim oferecer maior segurança aos usuários.
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4.6 DADOS SOBRE A VIOLÊNCIA URBANA E SEU IMPACTO SOBRE O E-COMMERCE
O site Santino (2018), realizou uma comparação entre o número de aparelhos bloqueados que
foram adicionados ao Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (CEMI) com o
número de habitantes de cada estado segundo estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística IBGE (2018), encontrou-se uma análise dos casos de roubo de celulares por
capitais do Brasil.
Na tabela a seguir, consta o número absoluto de casos de aparelhos bloqueados e a proporção
diante do número de habitantes de cada unidade da federação: Figura 28 - Casos de aparelhos bloqueados
Fonte: Santino (2018).
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Pode-se observar que o Rio de Janeiro tomou a liderança nacional em celulares roubados e
bloqueados, com 11,25 aparelhos afetados para cada 10 mil habitantes ao longo de
fevereiro/2018. Em seguida vem São Paulo, 10,11 casos, e o Distrito Federal, com
aproximadamente 10 casos para cada 10 mil habitantes durante o mês passado. A figura a
seguir apresenta os mesmos números na forma gráfica, de forma a permitir uma melhor
percepção dos números associados a cada estado. Figura 29 - Bloqueio de Celulares, por estado, a cada 10.000 habitantes.
Fonte: Santino (2018). Adaptado pelos autores
Analisando o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018, temos abaixo a relação de roubo
a transeunte, podemos observar que o Estado do Pará está em primeiro lugar, em segundo
lugar o Rio de Janeiro e em terceiro lugar temos Pernambuco.
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Figura 30 - Relação de roubo a transeunte
Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2018).
Segundo Acayaba e Pinhoni (2018), um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrou que as maiores
taxas de violência ficaram com Queimados (RJ), com cerca de 135 mortes para cada grupo de
100 mil moradores, Eunápolis (124,3) e Simões Filho (107,7), ambas na Bahia.
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Figura 31 – Municípios mais violentos do Brasil
Fonte: Acayaba e Pinhoni (2018).
Os dados de violência urbana impactam no e-commerce, pois devido o grande número de
assaltos em determinadas regiões torna o frete mais alto ou até mesmo não realizável.
Tornando assim a violência um limitador para o crescimento do e-commerce.
Através dessas informações de falta de segurança e violência urbana ocasiona uma deficiência
no serviço de entrega para determinadas áreas, e é onde percebemos a oportunidade e
necessidade de se implantar uma alternativa de entrega a esses indivíduos que não são
atendidos.
Com base nos dados analisados, o Rio de Janeiro possui grandes índices de roubos, e de
bairros onde não ocorrem a entrega devido o mesmo fator, logo torna-se fundamental analisar
os dados sobre violência urbana e a segurança de onde irá ser implantado o sistema Locker,
para assim oferecer maior segurança aos usuários que escolheram o serviço.
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5 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO
A partir das estatísticas apresentadas no capítulo anterior, entende-se que a cidade do Rio de
Janeiro teria uma boa aceitação ao uso de uma solução que permitisse ao comprador receber
remotamente suas encomendas e levá-las de forma discreta para suas comunidades.
Assim, foram feitos levantamentos em diferentes pontos da cidade que teriam um grande
afluxo de pessoas, especialmente aquelas das classes C, D e E, objeto deste trabalho, desta
forma as estações do Metrô Rio se mostraram como pontes de maior possibilidade de sucesso
em função de características como grande fluxo de passageiros das citadas classes, razoáveis
níveis de segurança no interior de suas estações. Por isso foi feito um trabalho de pesquisa
direcionado à uma estação de metrô de grande fluxo no Rio de Janeiro e, foi identificada a
estação Botafogo (Metrô Rio), por onde passam cerca de 64 mil pessoas por dia (Metrô Rio,
2019)
A partir dos dados coletados e segmentados, será feito o seu tratamento com o uso das
ferramentas Excel, gráficos e tabelas.
O público diário que circula na estação é representado em 50% por mulheres e 50% por
homens, sendo que a maioria está entre 20 a 29 anos, com prevalência das classes B e C. O
público que menos circula na estação é representado pelas pessoas menores de 19 anos e
maiores de 60 anos. (METRÔ RIO, 2019).
O valor médio do metro quadrado para locação/arrendamento de espaço nas Estações do Rio
de Janeiro /RJ varia entre R$ 250,00 para estações de menor fluxo e R$ 700,00 para estações
de grande fluxo, estando incluso o serviço de segurança patrimonial.
Não é possível, pelo menos nesse primeiro momento, considerar a possibilidade de minimizar
o impacto do custo de locação do espaço com publicidade no Terminal Locker Inteligente,
tendo em vista que o Metrô Rio possui empresa parceira com exclusividade de exploração de
propaganda. No entanto, é possível negociar propagandas institucionais, o que reduziria os
custos com marketing.
Outra hipótese também apresentada foi a estação de barcas no Rio de Janeiro, atualmente
operada pela empresa CCR Barcas, que é responsável pela travessia diária, Rio-Niterói, dentre
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outras. Ela realiza o transporte de milhares de pessoas que trabalham, estudam e se
locomovem para ambas as cidades em um trajeto de ida e volta. "A CCR Barcas é a quarta
maior operação de transporte aquaviário do mundo, navegando cerca de 745 mil quilômetros
por ano e transportando, em média, 73 mil passageiros por dia. A concessionária tem 19
embarcações, 850 colaboradores e opera seis linhas em cinco estações e três pontos de
atracação." (CCR BARCAS, 2019).
A Estação de Barcas (CCR Barcas) possui vantagens competitivas relevantes em relação à
Estação Metrô Botafogo, como:
Circulação diária de 9 mil passageiros a mais do que a Estação Metrô Botafogo;
Liberdade para negociar receita acessória com publicidade;
A Estação de Barcas está em busca de alternativas visando oferecer serviços aos
passageiros, em total consonância com o serviço objeto deste projeto.
Dessa forma, ainda que o estudo de viabilidade tenha sido elaborado com base nos números
da Estação de Metrô Botafogo, o local escolhido para implementação desse projeto foi a
Estação de Barcas (CCR Barcas), uma vez as vantagens citadas acima representam maiores
chances de sucesso na primeira fase de implementação, pois, apenas na movimentação diária
de passageiros há uma superioridade de 14% em relação a Estação Metrô Botafogo.
5.1 PROPOSTA DE SOLUÇÃO
A instalação de Terminais Lockers Inteligentes em pontos de alto tráfego de pessoas, onde
moradores de áreas de risco, áreas de difícil acesso ou o público que “mora sozinho”, que não
tem porteiro ou outra situação que impeça de receber a encomenda, possam ter uma
alternativa de entrega das compras feitas através dos e-commerces. É necessário estabelecer
um convênio de arrendamento ou locação de espaço junto a seus administradores (área
cedente) para instalação do Terminal Locker Inteligente.
Nos postos de entrega haveria várias unidades (lockers) segregadas para armazenamento, tipo
armários, e cada locker contendo um número de identificação, com sistema de rastreabilidade
com avisos desde o faturamento do pedido até disponibilização no locker, notificação via
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celular ou e-mail. O desbloqueio da porta ocorre mediante validação do código QRcode®,
para os casos de retirada e devolução. Conforme figura a seguir: Figura 32 - Modelo de armário Locker
Fonte: UNSPLASH (2019).
Além da locação de espaço em estações de metrô, terminais de barcas ou terminais
rodoviários, a proposta é de se estabelecer convênios com as principais lojas virtuais do
e-commerce, de modo que a alternativa de entrega da encomenda seja disponibilizada no
momento da compra. A figura a seguir ilustra as lojas virtuais com volumes mais expressivos
atualmente no Brasil.
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Figura 33 - Lojas virtuais do e-commerce
Fonte: DMCommerce (2019).
As etapas do processo, conforme ilustrado na figura abaixo, desde a compra até a entrega, se
baseia na simplificação da atividade logística para que os objetivos principais sejam
alcançados, que são: oferecer a uma parcela de consumidores a oportunidade de compra
online, a conveniência e rapidez da entrega da encomenda, e a custos inferiores aos que são
praticados na atualidade.
A loja virtual efetua a venda, o transportador contratado efetua apenas dois deslocamentos, do
fornecedor ao centro de distribuição e do centro de distribuição até o local onde o Terminal
Locker está instalado, e o cliente fica responsável pela retirada do produto. Ainda que na
modalidade atual de entrega o transporte também efetue apenas dois deslocamentos, o fator
crítico corresponde ao custo da última milha para entrega diretamente na casa do cliente, isto
quando há disponibilidade de atendimento.
O fator crítico de sucesso desse projeto consiste na disponibilidade do consumidor para ir até
ao Terminal Locker Inteligente, compreendido o quesito facilidade e conveniência tendo em
vista que o equipamento encontrar-se-á no local de trajeto do cliente.
Em resumo, é fazer a mesma coisa, porém de forma diferente.
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Figura 34 - Processo da entrega
Fonte: Os Autores (2019).
No ato da compra, por meio da loja virtual (e-commerce), o sistema faz a leitura dos lockers
disponíveis de acordo com o local escolhido pelo cliente, e define aleatoriamente uma
unidade.
O sistema, ao escolher um Locker, gera um código de acesso e/ou QRcode® e envia ao cliente
juntamente com a identificação do referido locker de armazenamento. Nesse momento, o
cliente de posse do código QRcode® e número do locker conseguirá efetuar a abertura para
retirada de sua encomenda, conforme a data de entrega programada, cujo rastreamento de
localização do produto será enviado ao celular do cliente.
Após a retirada do produto aquele locker volta a ficar disponível para nova utilização.
Seriam as seguintes, as etapas do processo:
1) O cliente efetua a compra via internet;
2) O cliente indica o Terminal Locker Inteligente que lhe for mais conveniente para
retirada do produto;
3) O sistema da loja virtual (e-commerce), conveniado com o Terminal Locker
Inteligente, emite o número do locker onde o produto será armazenado, bem
como o código de acesso ou QRcode® para que o usuário possa abri-lo;
4) Concluída a compra, a loja virtual aciona o fornecedor;
| 81 |
5) O fornecedor aciona o transportador para entrega do produto no CD (Centro de
Distribuição) mais próximo do consumidor;
6) Recebimento do produto no CD;
7) O CD providencia a entrega até o Terminal Locker Inteligente;
8) Armazenagem do produto no Terminal Locker Inteligente;
9) O consumidor/usuário retira a encomenda no Locker indicado e, ao fechá-lo, está
disponível para nova ocupação por outro usuário. Caso conste alguma avaria/violação
o cliente poderá fazer a devolução do produto no mesmo Locker.
Figura 35 – Vantagens x Desvantagens dos Lockers
Fonte: Os autores (2019).
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A principal vantagem do sistema de serviço de entrega alternativa de encomendas é a
flexibilização para o usuário no recebimento de suas encomendas, pois oferece um serviço
diferente do padrão já estabelecido no mercado, em outro modelo e com melhor performance
do processo da última milha.
O resultado esperado deste projeto se resume na inovação do processo de entrega de
encomendas, com vinculação diretamente junto as lojas virtuais (e-commerce), cujo propósito
é alcançar aqueles potenciais consumidores que permanecem “off-line”, ou seja, não são ou
são mal atendidos, em prazo, qualidade e custo, decorrente das dificuldades da última milha
de transporte.
Esse projeto, atrelado ao mercado e-commerce, além proporcionar benefícios à economia,
também proporcionará integração digital aos consumidores desassistidos, ou seja, contribui
para a causa social, conforme fluxo ilustrativo:
Figura 36 - Proposta de Solução
Fonte: Os autores (2019).
A instalação de lockers em pontos de alto tráfego de pessoas, onde moradores de áreas de
risco ou público que “mora sozinho”, não tem porteiro entre outros, possam ter uma opção de
entrega das compras feitas através do e-commerces.
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Um dos resultados esperados é disponibilizar uma alternativa para as entregas do
e-commerce, com apelo da conveniência física e prazo de entrega, cujo objetivo principal é
atender a população de todas as classes, que não recebem nas “zonas de risco”; e para os
demais compradores com o apelo da “residência vazia”, sigilo e prazo.
A contribuição apresentada tem como vantagem a diferenciação e conveniência, voltada à
pessoas que residem em lugares onde as empresas de logística não atendem, ao público que
“mora sozinho”, não ocupem residências em horários comerciais, não tem porteiro entre
outros, com isso possibilitando uma opção de entrega das compras feitas através dos
e-commerce.
O aspecto da inovação do projeto consiste em estabelecer convênios junto às lojas de
e-commerce, objetivando a disponibilização da alternativa de entrega no ato da compra na
loja virtual, proporcionando ao consumidor a oportunidade de optar pela forma de entrega que
melhor lhe atende, incluindo flexibilização de dias e horários com uma oferta de entrega mais
rápida, mais barata e mais conveniente.
5.2 ANÁLISE DE VIABILIDADE
A formulação da solução proposta implica a necessidade de avaliação de sua viabilidade bem
como o planejamento de sua operacionalização. A análise de viabilidade da solução pode ser
feita de forma qualitativa ou qualitativa e envolver a avaliação de viabilidade sob as
perspectivas técnica, operacional, estratégica e financeira.
5.2.1 Viabilidade técnica e operacional
Foi utilizada a ferramenta Análise SWOT, analisando os ambientes com um olhar interno,
identificamos como força a flexibilização de entrega de encomenda em horário diversificado,
levando comodidade para o cliente, sistema com alta tecnologia possibilitando a garantia da
entrega para a pessoa que realmente realizou a compra, possibilidade de rastreabilidade e
envio de notificações posicionando o cliente o status de localização da compra, contribuição
com a mobilidade urbana, reduzindo o volume de veículos nos grandes centros urbanos.
Foi identificado como fraqueza a manutenção dos armários, uma vez que necessita de
técnicos especializados, outro fator foi a gestão de ocupação, pois, caso o cliente não retire
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seu produto no prazo programado, ocupará um armário e consequentemente impedirá novas
utilizações.
Quanto ao ambiente externo, identificamos oportunidade de negócio com uma solução
inovadora, permitindo que determinados bairros e cidades sejam plenamente atendidos. O
mercado e-commerce de vendas on-line possui alta tendência de crescimento, evolui ano após
ano, porém, atrelado ao mercado com pouca ou sem opção de atendimento em locais
considerados de risco, que utiliza uma logística nos grandes centros tão complexa e com
restrições que impedem ou oneram significativamente o custo de frete, que dificulta
expressivamente as entregas porta a porta, tem no Terminal Locker Inteligente uma solução
que vem sendo utilizado em vários países, sinalizando uma tendência de mercado.
Foram identificados como ameaças a quebra de contrato do locatário, velocidade na adesão da
solução, novos entrantes e Estado com elevadas taxas de roubo e furto (Rio de Janeiro).
Figura 37 – Análise SWOT
Fonte: Os Autores (2019).
5.2.2 Viabilidade financeira
O estudo da viabilidade econômica da solução objeto deste projeto baseou-se em um cálculo
conservador, e na relação entre os valores correspondentes aos investimentos necessários e os
custos operacionais, atrelado a necessidade de oferecer aos clientes um preço pelos serviços
que, não apenas fique mais competitivo do que a modalidade porta a porta atual, mas
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principalmente que o preço diferenciado venha ser facilmente percebido pelos usuários do
mercado e-commerce.
O equipamento escolhido possui 532 portas e 8 módulos de sistema, com ocupação de área
correspondente a 16,80m2, cujo custo mensal de locação de área é de R$ 8.400,00, conforme
tabela 4, a seguir.
Quadro 5 - Dimensionamento da área ocupada
Fonte: Os autores (2019)
Considerando a disponibilidade de 532 portas multiplicado por 24 dias por mês (segunda a
sábado) haveria capacidade mensal de atendimento para 12.768. No entanto, o projeto oferece
um dia de tolerância além da data marcada para retirada da encomenda, dessa forma, a
capacidade efetiva de atendimento mensal é reduzida à metade, ou seja, 6.384 atendimentos,
conforme tabela 5 a seguir:
Quadro 6 - Capacidade Mensal
Fonte: Os autores (2019)
O estudo de viabilidade econômica deste projeto considerou os dados da Estação de Botafogo
(RJ) por tratar-se da unidade que recebe diariamente 64 mil pessoas, que equivale a 1.536
milhão de pessoas em 24 dias do mês, a maior estação em fluxo de pessoas do Estado do Rio
de Janeiro.
Não há distinção de classe social como público alvo para estudo de viabilidade deste projeto,
cuja representatividade está distribuída em: 11% classe A, 46% classe B, 38% classe C, e 5%
classes D e E.
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No entanto, está sendo considerado 74% da distribuição da faixa etária, compreendido as
faixas entre 20 e 29 anos (31%), 30 e 39 anos (26%), e 40 a 49 anos (17%), conforme tabela 6
a seguir: Quadro 7 – Distribuição da População, por sexo e faixa etária
Fonte: Os autores (2019)
O público alvo correspondente as faixas etárias acima, que totaliza 74% das pessoas que
circulam diariamente na estação, representa o total de 1.136.640 de pessoas por mês.
Considerando uma margem conservadora de 0,7% como margem de demanda, a quantidade
mínima estimada de utilização mensal dos lockers seria de 7.956, porém, a capacidade de
atendimento é de 6.384 utilizações.
Nesse sentido, o cálculo é totalmente baseado no número correspondente a capacidade de
atendimento, 6.384, ao preço unitário de R$ 15,00 por utilização, totalizando um faturamento
mensal de R$ 95.760,00. Quadro 8 – Faturamento mensal estimado
Fonte: Os autores (2019)
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O valor total do investimento, incluindo custos iniciais de início do projeto, é de R$
350.500,00. Foi considerado ainda uma carência de 3 (três) meses para iniciar o faturamento,
período que envolve forte atuação de marketing para novo entrante no mercado. (GLOBOXP,
2019).
A partir do quarto mês foi considerado uma fatia de apenas 50% do faturamento total
previsto, quinto mês 60%, sexto mês 70%, sétimo mês 80%, oitavo mês 90%, e 100% a partir
do nono mês.
Pela característica do projeto praticamente todo custo/despesa é fixa, com exceção dos
impostos, totalizando R$ 40.320,00 por mês, o que representa um ponto de equilíbrio de 2.688
utilizações mensais para cobrir todas as despesas, incluindo R$ 7.670,00 correspondente aos
impostos que incidirem sobre o faturamento de 2.688 utilizações, ou seja, o custo/despesa
total mensal conforme o ponto de equilíbrio seria R$ 32.650,00 + R$ 7.670,00 de impostos,
totalizando a despesa mínima mensal de R$ 40.320,00.
Quadro 9 – Custos operacionais
Fonte: Os autores (2019)
Quadro 10 - Ponto de equilíbrio
Fonte: Os autores (2019)
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A partir do nono mês estima-se alcançar a receita máxima conforme a capacidade de
atendimento dos lockers, o que representa R$ 95.760,00 mensais, consequentemente os
impostos que incidem sobre a receita também serão mais elevados. Assim, esta receita menos
as despesas totais de R$ 50.855,80, incluindo os impostos correspondentes, representa um
lucro bruto ou ponto de equilíbrio de R$ 44.904,20, que equivale a 46,89% do faturamento,
livre de todas as despesas.
Quadro 11 – Faturamento e Margem de Contribuição mensal
Fonte: Os autores (2019)
A margem de contribuição anual seria de R$ 538.850,40, ou seja, 46,89% do faturamento
livre de despesas. Quadro 12 – Faturamento e Margem de Contribuição anual
Fonte: Os autores (2019)
O Regime Tributário adequado para nortear as alíquotas de impostos incidentes sobre as
atividades do Terminal Locker Inteligente é o Simples Nacional, cujo seguimento possui
enquadramento fiscal previsto na Tabela V do referido regime. (SEBRAE, 2019).
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A TMA (Taxa Mínima de Atratividade) considerada pelos investidores é de 12% a.a. (1%
a.m.). Assim, pode-se afirmar que o projeto possui viabilidade econômica para
prosseguimento, tendo em vista que, apenas no primeiro ano de projeto a projeção dos
resultados dos indicadores de análise são:
● VPL: Positivo = R$ 9.915,51.
● TIR (Taxa Interna de Retorno): Superior a TMA = 1,20% a.m.
● Payback Descontado (Período de retorno sobre investimento): 17 meses e 22 dias.
● ROI (Retorno sobre o investimento): 24,29%.
Quadro 13 – Indicadores de viabilidade econômica do projeto
Fonte: Os autores (2019)
5.3 CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Quadro 14 – Cronograma de implementação.
Fonte: Os autores (2019)
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O estudo do projeto Terminal Locker Inteligente iniciou em novembro de 2018, quando o
tema, área de atuação, justificativa, problematização e objetivos foram identificados e as
diretrizes definidas.
Em julho/19 foi definido a escolha do fornecedor, tendo em vista a capacidade de
fornecimento da solução completa na fabricação dos lockers, desenvolvimento, licenciamento
e gerenciamento do sistema.
As etapas que envolveram o planejamento foram desempenhadas pelos seis (6) sócios do
projeto, compreendido o período entre novembro/18 a julho/19, na sequência iniciar-se-á a
fase de execução a partir do mês seguinte, agosto/19.
Inicialmente, a partir das etapas de execução do projeto, será providenciado os trâmites
necessários para o processo de abertura da empresa junto aos órgãos competentes, entre os
meses de agosto e setembro de 2019.
Posteriormente serão ajustadas as bases contratuais de locação da área na qual os lockers
serão instalados, junto ao administrador da unidade escolhida, seja estação de metrô, terminal
barcas ou outro local que atenda aos objetivos estratégicos do negócio.
A negociação definirá temas como valor mensal da área utilizada, conforme preço por m2 de
área ocupada, segurança local, acesso 24 horas, consumo de energia elétrica e possíveis meios
de publicidade na estrutura dos lockers.
A negociação junto aos administradores das lojas virtuais envolverá principalmente o critério
de integração entre o sistema de venda online e o Terminal Locker Inteligente, de modo que
no ato da venda o sistema consiga visualizar a unidade locker disponível para ser ofertada ao
cliente, assim como calcular o valor total do frete caso o serviço locker seja escolhido, sendo
que no valor do frete já estará incluído o valor de R$ 15,00 correspondente ao serviço locker.
Após assinaturas dos contratos junto aos administradores da área alugada e lojas virtuais, cuja
etapa deverá ser concluída até novembro/19, será procedida a ordem de serviço junto ao
fornecedor para fabricação dos lockers, aquisição dos demais recursos e insumos necessários
para a gestão do negócio, contratação de serviços de assessoria contábil, jurídica e marketing,
| 91 |
bem como a contratação de auxiliar administrativo. Esta etapa possui programação para
conclusão até o final de janeiro/20.
As etapas de execução do projeto, que compreende o período entre agosto/19 e janeiro/20,
serão de responsabilidade de apenas três (3) sócios, dos seis (6) que fazem parte do projeto.
A empresa Terminal Locker Inteligente está programada para entrar em operação em fevereiro
de 2020, inicialmente com utilização da mão de obra dos três (3) sócios responsáveis pela fase
de execução do projeto.
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6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Baseando-se pelos estudos, pesquisas e dados que compreendem o Projeto Terminal Locker
Inteligente percebeu-se que a demanda reprimida de atendimento pelo mercado e-commerce,
em decorrência da dificuldade que as empresas de transporte possuem na prestação de
serviços de entrega de encomendas na última milha, em regiões com problemas de falta de
infraestrutura e/ou falta de segurança, podem ser resolvidas por meio da oferta de entrega
alternativa que proporcione ao cliente condições favoráveis como: conveniência e facilidade
na retirada da encomenda, maior rapidez na entrega e baixo custo.
Paralelamente a solução da demanda reprimida pelo não atendimento do serviço de entregas,
no âmbito econômico, a solução proposta de alternativa de entregas também resolveria uma
demanda social, uma vez que a exclusão digital restringe o acesso das pessoas a outras opções
de compras financeiramente mais favoráveis, pois, quando o serviço é atendido, o valor do
frete cobrado aos consumidores é completamente fora dos padrões normais em função dos
custos inerentes a última milha.
Considerando que um frete dos CORREIOS entre São Paulo x Rio de Janeiro é de
aproximadamente R$ 55,15 e que 35% desse custo é atribuído ao adicional de risco e/ou
dificuldades logísticas, o custo normal desse trajeto seria da ordem de R$ 35,85, que somado
ao preço de utilização do locker, R$ 15,00, o preço final seria de R$ 50,85. Embora a
diferença seja pequena, 8% menor do que o preço praticado, devemos considerar os
benefícios de prazo de entrega, facilidade, conveniência e que os preços dos CORREIOS são
os mais competitivos do mercado.
O Terminal Locker Inteligente como alternativa de entrega surge num momento em que o
crescimento desordenado das cidades dificulta a regularização de endereços formais, e, ainda
que problemas relacionados à segurança e infraestrutura venham ser razoavelmente
solucionados, a solução proposta também atenderá as pessoas que residem nessas áreas de
endereços informais.
O crescimento desordenado das cidades tem provocado encontros a nível municipal e estadual
que envolvem representantes do setor público, setor produtivo e a comunidade, em debates
que visa a busca por soluções para minimizar os impactos na mobilidade urbana.
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A solução proposta pelo Terminal Locker Inteligente elimina o trânsito de veículos na última
milha, contribuindo significativamente na minimização dos impactos de mobilidade urbana,
cujo tema é debatido por representantes do setor público, setor produtivo e comunidade.
Famílias cujas pessoas trabalham durante o dia e pessoas que optam por morar sozinhas,
mesmo que possuam endereço formal e condições favoráveis para o recebimento de
encomendas, encontrarão dificuldades, pois, não haverá ninguém para registrar e receber o
produto a ser entregue. Nesse caso, a solução seria pela utilização do locker situado no local
de trajeto proporcionando-lhes a conveniência necessária.
Assim, conclui-se que o projeto tem, não apenas potencial para minimização e solução dos
problemas apresentados, mas também se conclui que o projeto é financeiramente viável, uma
vez que os resultados econômicos apresentam o Valor Presente Líquido (VPL) positivo e
Taxa Interna de Retorno (TIR) maior que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), com
Payback descontado de 18 meses.
Por fim, ressalta-se que soluções similares vêm sendo praticadas em alguns países e em
algumas cidades do Brasil.
No entanto, as dificuldades existentes no Brasil atreladas a fatia reprimida do mercado
e-commerce proporciona condições favoráveis de exploração desse setor, cujo
posicionamento estratégico deve ser alinhado à facilidade, conveniência e principalmente aos
critérios de segurança ao cliente.
Oportunamente, seguindo a tendência de crescimento do mercado e-commerce no Brasil, que
além da Região Sudeste também encontra-se em expansão econômica as Regiões Centro
Oeste e Nordeste, os dados analisados da Estação Botafogo (RJ) servem de referência para
que, em qualquer lugar que seja avaliada a possibilidade de instalação do Terminal Locker
Inteligente, o número mínimo médio de pessoas em circulação diária não deve ser inferior a
48 mil.
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GLOSSÁRIO
Dropshiping - uma técnica de gestão da cadeia logística na qual o revendedor não mantém os produtos em estoque. consiste em receber pedidos de seus clientes e encaminhar estas ordens de compra ao seu fornecedor, que cuidará do envio dos produtos para os seus clientes em nome da empresa
e-commerce - comércio virtual ou venda não-presencial, é um tipo de transação comercial feita especialmente através de um equipamento eletrônico
ebit - reputação das lojas virtuais por meio de pesquisas com consumidores reais, gerando dados estratégicos e táticas para o mercado online
Internet - rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum, unindo usuários particulares, entidades de pesquisa, órgãos culturais, institutos militares, bibliotecas e empresas de toda envergadura
Lockers - armários disponíveis em pontos de retirada fixos
m-commerce - transação comercial de bens e serviços feita através de dispositivos móveis
mobile commerce - toda a transação comercial de bens e serviços feita através de dispositivos móveis.
Omnichannel - multicanal, integração entre operações online e físicas
PickUp DropOff - “pontos de retirada” — nada mais são do que locais em que o cliente consegue retirar a sua mercadoria com mais rapidez e facilidade OU rede de pontos de retirada de mercadorias
pick-up in store - é o atendimento o qual os lojistas utilizam o estoque das lojas físicas para atender pedidos online
QRcode® - código de barras bidimensional que pode ser facilmente escaneado usando a maioria dos telefones celulares equipados com câmera.
Share - participação de mercado
Ship From Store - processo de atendimento que transforma a loja física em um ponto de distribuição utilizando o estoque local para atender pedidos online.
Terminal Locker inteligente - Armário inteligente para postos de retirada de encomendas.
Última milha - etapa final do transporte, em outras palavras, é a entrega direta ao consumidor do produto adquirido.
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Zonas de Riscos - área definida pelas empresas de transporte onde as entregas serão suspensas, visando garantir a segurança dos envolvidos, das mercadorias contidas no veículo e até mesmo dos clientes.
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