Enfermeira Residente Renata Melo
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCOPRONTO SOCORRO CARDIOLÓGICO DE PERNAMBUCO
PROFº LUIZ TAVARESPROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃO EM CARDIOLOGIA
MODALIDADE RESIDÊNCIA
Assistência de enfermagem ao paciente com transposição de grandes artérias -
Estudo de caso
Objetivos •Compreender a fisiopatologia da
TGA(Transposição de Grandes Artérias),manifestações, diagnóstico e tratamento.
•Relatar o caso de um paciente com TGA e associá-lo aos achados na literatura.
•Elaborar a SAE(Sistematização da Assistência em Enfermagem), para o paciente em questão, de acordo com suas peculiaridades.
Histórico da TGA•1797 : Descrito pela primeira vez por
Mathew Baillie.
•1875 : Estudo anatômico detalhado e classificação por Rokitansky.
•1976 : Inovação cirúrgica por Jatene.
Epidemiologia: TGA•1981 – 1989 : estudo epidemiológico
Baltimore –Washington, TGA representou 4,2% das malformações cardíacas congênitas. Com prevalência de 2/10.000 nascidos vivos. (Brenner, 1993)
•Mais frequente em meninos do que em meninas. (Porto, 2005)
Fisiopatologia: TGA• Principal característica: concordância
atrioventricular e discordância ventriculoarterial.
• O sangue venoso é bombeado pelo VD para a circulação sistêmica através da aorta, enquanto o sangue venoso pulmonar é ejetado pelo VE na circulação pulmonar.
(Fonte: http://www.sbccv.org.br/dccvped/04caso_junho.asp)
Fisiopatologia: TGA•A fisiopatologia varia de acordo com o local e
a magnitude entre os dois sistemas circulatórios e o grau de obstrução no circuito pulmonar. Divide-se em três:
- TGA com peq comunicações(FO ou PCA).- TGA com grand comunicações (CIA e CIV).- TGA associada a CIV e estenose pulmonar.
Manifestações clínicas: TGA
•Duas manifestações clínicas principais: cianose e insuficiência cardíaca.
•Ausculta cardíaca: hiperfonese na 1º bulha no FT, e hiperfonese da 2º bulha no FP.
•Quando há CIV o sopro é mais audível e intenso na região mesocárdica.
Diagnóstico•Exames laboratoriais: a gasometria
demonstra acentuada hipoxemia com evolução para acidemia, nos casos com septo interventricular íntegro.
• Eletrocardiograma: vai depender dos defeitos cardíacos associados, porém constantemente observa-se sobrecarga VD.
•Rx de tórax: vão depender dos defeitos cardíacos associados e da faixa etária.
Diagnóstico•Ecocardiograma: permite fazer o diagnóstico
desta cardiopatia intra-útero.
(Fonte: http://www.scielo.br/pdf/abc/v91n4/15.pdf)
Diagnóstico•Cateterismo cardíaco: tem finalidade
diagnóstica e terapêutica.
•Como medida terapêutica pode-se realizar a septostomia atrial com balão.
• Instituída por Blalock em 1950 e aperfeiçoada por Rashkind em 1966.
Tratamento•Não existe tratamento clínico.
•Cirurgia de Jatene
(F0nte:http://ecgepm.files.wordpress.com/2011/11/jatene.jpg)
ESTUDO DE
CASO
Coleta de dados: Enfermaria de Cardiopatias Congênitas do Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE .
Período da coleta: maio/junho, 2013.
Identificação: J.K.P.V.S, 10 meses de vida, sexo masculino, branco, nascido e procedente da cidade de Parnamirim – PE, admitido no dia 13/05/2013.
•História Clínica: Histórico de dispnéia, cianose e irritabilidade, notada com 3 semanas de vida. Na ocasião foi internado com ITR, quando foi evidenciado cardiopatia e encaminhado a um cardiologista. Em janeiro de 2013 foi internado no IMIP, realizado o ecocardiograma, evidenciou DVSVD com CIV restritiva subpulmonar + HAP.
•Diagnóstico secundário: desnutrição
Exame físico(antes da cirurgia)•Evolução(dia 20/05/2013)EGR, consciente, irritado, sono prejudicado, cianótico(+++/4+), desidratado(+/4+), afebril(35,5ºC), taquipnéico(Fc~140bpm), tórax abaulado, precórdio dinâmico, emagrecido, baixa acietação da dieta por via oral, abdômen, fíg palpável 3cm do RCD, depressível, indolor a palpação, eliminações presente, evacuação diarréica( 3 episódios durante a noite e um de manhã), diurese presente sem alterações segundo genitora.ACV: RCR em 2T, B2 , SS BEEM.AR: MV presentes com creptos basais em AHT.
Exame físico(após cirurgia)•Evolução(dia 31/05/2013)EG um pouco comprometido, consciente, ativo, reativo, sono preservado, cianótico(+/4+), hidratado, AVC/SCD sem sinais flogísticos, afebril(35,5ºC), taquipnéico(Fc~150bpm), em uso de cateter de O2 contínuo, emagrecido, dieta por SNG em BI, abdômen, fíg palpável 3cm do RCD, depressível, indolor a palpação, eliminações, evacuação ausente há 2 dias, diurese presente sem alterações.ACV: RCR em 2T, BNF, s/s.AR: MV presentes com creptos em BHE.
Exames complementares• Rx de tórax 25/05/2013
(antes da cirurgia)
Exames complementares• Rx de tórax 03/06/2013 (depois da
cirurgia)
Exames complementares• Exames laboratoriais(13/05/2013)(antes da
cirurgia) Resultados Referências
Eritrócito 8,79 x 10^6/uL [4,5 – 6,10]10^6/uL
Hemoglobina 19,2g/dl [12,8 - 17,8] g/dl
Hematócrito 65,5% [40 – 54] %
Leucócitos 9,22 10^3/uL [4 – 11] 10^3/uL
Plaquetas 150,00 10^3/uL [150 – 450] 10^3/uL
Uréia 38,8mg/dl [10 – 50]mg/dl
Creatinina 0,23mg/dl [0,17 - 0,42]mg/dl
Exames complementares•Ecocardiografia TT(14/05/2013)(antes da
cirurgia)VE: aumento de grau leve.AE: aumentado de grau moderado.AD: aumento de grau moderado(septo abauladopara o AE).VD: dimensões normais.Aorta: ascendente com calibre normal.Valva aórtica e mitral: textura e mobilidades normais.Artéria pulmonar: dilatação moderada com refluxo pulmonar de grau leve.
Conclusão: TGA com pequena CIV muscular de via de saída + HAP.
Exames complementares•Ecocardiografia TT(04/06/2013)(depois da
cirurgia)VE: sem alterações.AE: dimensões normais.AD e VD: levemente diminuído??Aorta: anterior à AP, com calibre normal.Valva aórtica e mitral: sem alterações.Artéria pulmonar: posterior
Conclusão: TGA com pequena CIV muscular com shunt VD/VE. Cerclagem de AP com gradiente sistólico máximoVE/AP= 40 mmHg.
Exames complementares•ECG
Medicamentos em uso(31/05/2013)• Cefazolina 1g+AD > 1,5ml IV de 8/8h
• Mupirocina pomada em vestíbulo nasal 3x dia
• Furosemida >0,2ml IV de 12/12h
• Vit K (10mg/ml) > 0,5ml+9,5ml AD IV 24/24h
• NBZ c/ berotec 5 gts + SF à 0,9% > 3ml +O2- 6l/min
SAE•Diagnóstico de Enfermagem1. Atraso no crescimento e desenvolvimento relacionado a capacidade física comprometida e dependência a defeitos cardíaco congênito, evidenciado emagrecimento acentuado para a idade.
• Intervenções de EnfermagemProporcionar períodos de repouso antes da alimentação.Observar interação mãe-filho durante a alimentação.Observar aceitação da dieta por VO ou por SNG.
SAE•Diagnóstico de Enfermagem2. Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos, evidenciado por AVC, AVP e cirurgia.
• Intervenções de EnfermagemVerificar temperatura a cada 6h.Avaliar a FO a cada 24h e registrar alterações.Usar técnica asséptica ao realizar curativos.Administrar antibiótico dentro de 15min do horário estabelecido.
SAE•Diagnóstico de Enfermagem3. Padrão respiratório ineficaz relacionado a cardiopatia, evidenciado por taquipinéia.
• Intervenções de EnfermagemVerificar e registrar SSVV a cada 6h.Observar nível de reatividade do bebê.Monitorar Sat de O2 regularmente.Observar mudança de padrão respiratório.
SAE•Diagnóstico de Enfermagem4. Perfusão tissular ineficaz relacionado a distúrbios vasculares, evidenciado por cianose central e periférica.
•Intervenções de EnfermagemInvestigar os fatores causadores.Manter paciente aquecido.Monitorizar Sat de O2 regularmente.Oferecer O2 quando necessário.
Referências• Porto, C.C. Doenças do coração - prevenção e tratamento. 2
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
• Estudo de caso, retirado do endereço eletrônicohttp://www.sbccv.org.br/dccvped/04caso_junho.asp . Data 10/06/2013.
• Artigo retirado do endereço eletrônicohttp://www.scielo.br/pdf/abc/v91n4/15.pdf , no dia 10/06/2013.
• Thaler, M.S. ECG essencial: Eletrocardiograma na prática clínica. São Paulo: Atheneu, 2009.
OBRIGADA!