A Experiência Estética
e os
Juízos Estéticos
Escola Secundária de Bocage
Profª Júlia Martins 2010|11
O que é a estética?
O conceito…
“A palavra “estética” só apareceu no século XVIII, sob a pena de Baumgarten (1714-1762), e ainda assim, nessa altura, significava apenas teoria da sensibilidade, de acordo com a etimologia da palavra grega: aisthesis.”
Raymond Bayer, História da Estética
Análise do texto - O que é a estética? (manual - vol 2- p.79)
Uma definição possível…
Estética ( do grego - aisthésis: perceber, sentir) é um ramo da filosofia que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da Arte. Ela estuda o juízo e as emoções estéticas, bem como as diferentes formas de arte, do trabalho artístico; a ideia de obra de arte e de criação; relação entre matérias e formas nas artes; toda a realidade, de todos os seres.”
wikipédia
EstéticaO adjectivo «estético» é muitas vezes usado para qualificar certo tipo
de experiências, de objectos, de propriedades, de juízos, de
prazeres, de valores e de atitudes.
Estética.
A estética enquanto disciplina filosófica, surgiu na antiga Grécia, como uma reflexão sobre as manifestações do belo natural e o belo artístico.
A estética começou por ser sobretudo uma TEORIA DO BELO, depois passou a ser entendida como TEORIA DO GOSTO e nos nossos dias é predominantemente identificada com a FILOSOFIA DA ARTE
Enquanto, TEORIA DO BELO a estética defronta-se com problemas como "O que é o belo?" e "Como chegamos a saber o que é o belo?".
Já para os filósofos do séc. XVIII, como HUME e KANT, é no campo da subjectividade que se encontra a resposta para o problema do belo. A estética transformou-se, assim, em TEORIA DO GOSTO.
Com as revoluções artísticas dos dois últimos séculos, ao alargar de tal modo o universo de objectos que passaram a ser catalogados como arte, acabaram por despertar nos filósofos vários problemas que se tornaram o centro das disputas estéticas. É o caso dos problemas de FILOSOFIA DA ARTE como "O que é arte?" e "Qual o valor da arte?", entre outros. Quanto ao problema da definição de arte, há três tipos de teorias: as essencialistas — teorias da representação, da expressão e formalista —, as não-essencialistas — teorias institucionais, de filósofos como o americano George Dickie (n. 1936) — e as que, inspiradas no filósofo austríaco WITTGENSTEIN.
Teoria do belo, Teoria do gosto e Filosofia da arte
Obras de arte que não são belas
Há obras de arte que não gostamos
Urinol, DuchampNatureza morta , Cézanne
Teoria do belo, Teoria do gosto e Filosofia da arte
Lagoa das Sete cidades, Açores
Há coisas belas que não são arte,
e
há coisas de que gostamos que não são arte mas são belas, como comer uma taça de morangos ou de estar deitado no sofá a ler um livro…
Estética ou Filosofia da Arte?
http://www.youtube.com/watch?v=44Qnzlf6z08&feature=related
Experiência estética
O que é a experiência
estética?
A catedral, Rodin
A experiência estética é algo que está intimamente relacionado com a circunstância do sujeito que realiza e que avalia esteticamente uma determinada obra de arte.
Conceito - Experiência estética
Experiência estética -. designa o conhecimento imediato e sensorial de um objecto, natural ou artístico. Esse conhecimento caracteriza-se pela reacção e atitude que o ser humano tem perante a forma, a articulação, a harmonia e a proporção de certos objectos.
É a capacidade apreciativa ou valorativa do sujeito perante um objecto.
Momentos e condições da experiência estética.
1 – Contacto com o objecto estético ( um quadro, uma música, um poemas…) Exige-se que o sujeito esteja predisposto a observar ou ouvir todo o conjunto de estímulos que lhe são apresentados…
2 – Disposição do sujeito para se interessar pelo tema ou assunto ou técnica utilizada na obra de arte que contempla. Ver é diferente de contemplar…
3 – Ter conhecimento ou informação da corrente artística em que o criador se situa.
Momentos da experiência estética
Que experiência estética?
Toulouse Lautrec
http://www.youtube.com/watch?v=S7c_JdPpaQE
http://www.youtube.com/watch?v=A-9MYU1tB_E&feature=related
Experiência estética“(…) os artistas sentem, às vezes, como se estivessem
empreendendo tal viagem de descoberta. Querem ver o mundo como se fosse um novidade e rejeitar todas as noções aceites e todos os preconceitos sobre a carne rosada e as maçãs amarelas ou vermelhas. Não é fácil libertarmo-nos dessas ideias preconcebidas, mas os artistas conseguem fazê-lo produzem frequentemente as obras mais excitantes. São eles quem nos ensina a ver a natureza novas belezas de cuja existência nunca havíamos sonhado. Se os acompanharmos e aprendermos através deles, até mesmo um relance de olhos para fora da nossa própria janela converter-se numa aventura emocionante.”
E.H.Gombrich, A História de Arte.
A beleza nunca é clarano modo em que se aproximaSomos com certas coisasum mundo ainda terrívelincapaz de explicaçõessem nenhuma das certezasmesmo aquelas, ínfimas, que sustentamuma palavra, um olhar ou um gritoSó nos resta a maneiramais purade igual para igualtão desconhecidos.
José Tolentino Mendonça
O conceito de BeloO conceito de BELEZA tem sido diferente conforme as épocas e os lugares.
BELEZA…
BELEZA
A luz e a cor
Antiguidade Clássica
Beleza Física e Beleza espiritual
Idade Média
Beleza como sentimento subjectivo
O Sublime: nova categoria do belo
Idade Moderna
Beleza como harmonia e Proporção
Da Arte Nova à Arte Déco
A Beleza dos Média
1900
Séc XX
Experiência estética : o belo, o feio e os juízos estéticos
A experiência estética é a experiência do Belo.
O que é o
BELO?
http://www.youtube.com/watch?v=OOIOkc6fSuE&feature=player_embedded
O Feio
Goya Francis Bacon
Experiência estética e Juízo estético
A nossa experiência estética conduz-nos à construção de juízos estéticos.
http://youtu.be/d88xIIRDI9U
Requiem Mozart
http://youtu.be/ROllcRNrGI4
Características do Juízo estético
a) Pressupõe um envolvimento;
b) Não está fundado em critérios conceptuais. É condicionado pela sensibilidade;
c) Está enquadrado por circunstâncias histórico-culturais;
d) Não está condicionado a nenhum interesse particular.
Subjectivismo estético
O subjectivismo estético é a perspectiva acerca da justificação do juízo estético que defende basicamente que a beleza resulta do que sentimos quando observamos as coisas, ou seja, a beleza está nos olhos de quem vê.
O subjectivismo estético defende que os objectos são belos em virtude de sentirmos prazer ou desprazer ao observá-lo.
A beleza ou fealdade dependem, não das propriedades intrínsecas do objecto, mas dos sentimentos que em nós provoca e desperta.
Experiência estética - Kant
• Segundo Kant a experiência estética só é possível se na relação com os objectos adoptarmos uma atitude desinteressada.
• A experiência estética não é:
a) uma atitude prática ou utilitária;
b) uma atitude cogntiva;
c) uma atitude subordinada a princípios morais.
Juízos estético – posição Kantiana
Kant faz uma distinção entre os juízos:a) Juízo de gosto;b) Juízo científico;c) Juízo moral,d) Juízo estético.
E ainda podemos falar em juízos: Juízos filosóficos,
Juízos cognitivos.
Juízo estético - Kant
Kant refere a experiência estética para caracterizar o juízo estético, sendo impossível desligar uma noção da outra.
Um juízo só é estético se for determinado por um prazer desinteressado.
A experiência estética é completamente desinteressada porque é completamente livre e independentemente dos nossos desejos, necessidades ou conhecimentos. Tudo o que conta para a experiência estética é a própria experiência.
Experiência estética - Kant
O prazer é desinteressado precisamente porque é meramente contemplativo. Isto significa que:
• Não visa satisfazer qualquer interesse prático,• Não se confunde com conceitos,• Não depende sequer da existência real do
objecto representado.
“Ao afirmar que o belo satisfaz universalmente, Kant não quer dizer que de facto todos dizemos que são belas as mesmas coisas, mas sim que só chamamos belo ao que consideramos ter direito e mérito suficiente em si mesmo para ser reconhecido como tal por toda a gente, ao passo que tal exigência de universalidade não se verifica a respeito de outros tipos de gosto: seria de uma ridícula falsa modéstia dar a entender que algo é belo só para mim.”
Fernando Savater, As perguntas da Vida