UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
OS INTERLOCUTORES MIDIÁTICOS
UM ESTUDO DE CASO DA CONSTRUÇÃO COMUNICACIONAL DE UM WEB SITE ACADÊMICO
FERNANDO PEDRO DE MORAES
São Paulo
2008
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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
OS INTERLOCUTORES MIDIÁTICOS
UM ESTUDO DE CASO DA CONSTRUÇÃO COMUNICACIONAL DE UM WEB SITE ACADÊMICO
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Comunicação da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Comunicação, sob orientação do Profo. Dro. Geraldo Carlos do Nascimento.
FERNANDO PEDRO DE MORAES
São Paulo
2008
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FERNANDO PEDRO DE MORAES
OS INTERLOCUTORES MIDIÁTICOS
UM ESTUDO DE CASO DA CONSTRUÇÃO COMUNICACIONAL DE UM WEB SITE ACADÊMICO
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Comunicação da Universidade Paulista – UNIP, para obtenção do título de Mestre em Comunicação, sob orientação do Profo. Dro. Geraldo Carlos do Nascimento.
Aprovado em: BANCA EXAMINADORA ____________________________ Profo Dro Geraldo Carlos do Nascimento Universidade Paulista – UNIP ____________________________ Profo. Dro. Antonio Adami Universidade Paulista – UNIP ___________________________ Profa. Dra. Mayra Rodrigues Gomes Universidade de São Paulo – ECA/USP
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação a minha mãe Vilma, a minha esposa Flávia e aos meus
irmãos, que de forma verdadeira me ajudaram a crescer como pessoa e ser humano,
servindo com fonte incessante de motivação para a minha formação, criando meios
sustentáveis de alegria, amor, moral, bons costumes, ética, respeito, tolerância,
dignidade e de tantas outras virtudes que pude adquirir durante todos os anos da minha
vida;
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelos benefícios que me concedeu.
A minha mãe Vilma pela sabedoria com que me educou e me ensinou a viver, a
respeitar, a ser atencioso, digno, verdadeiro e a ser integro, mesmo com dificuldades foi
vencedora e batalhadora em toda a sua vida.
A minha esposa Flávia, pessoa tão presente em minha vida, que me permitiu
entender sobre o que é o amor e o que significa viver.
Aos meus irmãos que sempre acreditaram em meu potencial e minha força de
estudo e de alguma forma acabaram por contribuir nesta minha caminhada.
Aos meus amigos Márcio e Silvia que foram irmãos de coração, que espero ser
digno de suas amizades.
Ao meu orientador Profo Dro Geraldo Carlos do Nascimento, pela orientação,
ensino e confiança em meu trabalho.
Aos professores Dro Antonio Adami e Dra Mayra Rodrigues Gomes, pela
participação e contribuição no Exame de Qualificação deste trabalho.
6
“Eu aprendi que todos querem viver no topo da montanha,
mas toda a felicidade e crescimento ocorrem quando
você está escalando-a.”
William Shakespeare
“A Tecnologia revolucionou os negócios, agora deve
revolucionar o aprendizado .”
Trade Urban e Cornelia Weggen,
W.R. Hambrecht & Co.
7
RESUMO
Esta dissertação apresenta um estudo da utilização e da construção
comunicacional do espaço virtual de aprendizado Moodle, para suporte ao ensino-
aprendizado de sala de aula tradicional dos Cursos de Administração de Empresa das
Faculdades Metropolitanas de Campinas – METROCAMP, sob a orientação e tutoria do
Professor Fernando Moraes.
Especificamente, o Moodle é utilizado em uma plataforma configurada como um
Web Site próprio do professor, que destaca e demonstra uma análise e uma percepção
das interações mediadas pela plataforma Moodle deste ambiente virtual de aprendizado
e agentes envolvidos, como professor e alunos.
Para consolidar esta pesquisa, foram realizadas coletas de dados por meio de
questionários e controle de acesso da ferramenta do ambiente virtual de aprendizado.
Foi utilizada uma amostra de 145 alunos dos cursos de Administração, do 3o Semestre,
no período de 2003 a 2007 para acompanhamento das atividades e das ações que
todos os agentes efetuavam neste ambiente virtual de aprendizado.
O 1º capítulo, retrata o contexto tecnológico da comunicação e a relação da
interatividade com o meio virtual, demonstrando dados pesquisados sobre alguns
propósitos de utilização da Web, sua relação com a Educação e o Treinamento, as
ferramentas utilizadas e os usuários deste espaço.
O 2º capítulo, trabalha com as definições e conceitos do ambiente virtual de
aprendizado que é objeto desta pesquisa, o Moodle, relatando seu histórico e suas
principais características.
No 3º capítulo, é demonstrado o espaço virtual do Professor Fernando Moraes,
mediado pela ferramenta Moodle, descrevendo suas funcionalidades e sua relação com
8
a interação dos agentes envolvidos neste processo de construção comunicacional de
ensino-aprendizado.
Por fim, o 4º capítulo, referencia as relações das interações entre o ambiente
Moodle, o professor e os alunos. Descrevemos comparações feitas entre o Moodle e a
sala de aula tradicional, destacando a relação de uso entre o ambiente virtual e seus
agentes envolvidos com todas as ferramentas oferecidas nesta interação.
Como referencial teórico de análise, podemos destacar, entre os vários autores
estudados, os trabalhos de Alex Primo e André Lemos sobre a teoria da interação e
interatividade e a interação mediada por computador, as explicações de Howard
Rheingold, por ter sido um dos primeiros autores a efetivamente utilizar o termo
"comunidade virtual" para os grupos humanos que travavam e mantinham relações
sociais no ciberespaço, pode contribuir por suas observações e colocações em
discussões públicas durante um tempo adequado, com suficientes sentimentos
humanos, para formar redes de relações pessoais no espaço cibernético, aqui
associando o ciberespaço à Web Site pesquisado e estudado. Robert Yin com suas
colocações de planejamento e métodos para estruturação e definição de estudos de
caso, como também a utilização de tantos outros autores da área da Comunicação que
de alguma forma contribuíram com suas idéias para a devida realização desta
dissertação.
9
ABSTRACT
This dissertation presents a study of the use and of the construction
comunicacional of the virtual space of learning Moodle, for support to the teaching-
learning of room of traditional class of the Courses of Administration of Company of
Metropolitan Universities of Campinas - METROCAMP, under the orientation and tutor
of Teacher Fernando Moraes.
Specifically, Moodle will be used in a platform configured as a Web the teacher's
own Site, that will highlight and it will demonstrate an analysis and a perception of the
interactions mediated by the platform Moodle of this it adapts virtual of learning and
involved agents, as teacher and students.
To consolidate this research, collections of data were accomplished through
questionnaires and control of access of the tool of the virtual atmosphere of learning. A
sample of 145 students of the courses of Administration was used, of the 3o Semester,
in the period from 2003 to 2007 for accompaniment of the activities and of the actions
that all the agents made in this it adapts virtual of learning.
The 1st chapter, it portrays the technological context of the communication and
the relationship of the interactive with the virtual way, demonstrating data researched on
some purposes of use of the Web, your relationship with the Education and the Training,
the used tools and the users of this space.
The 2nd chapter, he works with the definitions and concepts of the virtual
atmosphere of learning that it is object of this research, Moodle, telling your report and
your characteristic principal.
In the 3rd chapter, Teacher Fernando Moraes' virtual space is demonstrated,
mediated by the tool Moodle, describing your functionalities and your relationship with
10
the agents' interaction involved in this process of construction teaching-learning
comunicacional.
Finally, the 4th chapter, reference the relationships of the interactions among the
atmosphere Moodle, the teacher and the students. We described comparisons done
between Moodle and the room of traditional class, detaching the use relationship
between the virtual atmosphere and your agents involved with all the tools offered in this
interaction.
As theoretical reference of analysis, can highlight, among the several studied
authors, Alex Primo works and André Lemos we Read about the theory of the
interaction and interactive and the interaction mediated by computer, Howard
Rheingold's explanations, for it belonging one to the first authors the indeed to use the
term "virtual" community for the human groups that joined and they maintained social
relationships in the cyberspace, it can contribute for your observations and placements
in public discussions for an appropriate time, with enough human feelings, to form nets
of personal relationships in the cybernetic space, here associating the cyberspace to the
Web researched Site and studied. Robert Yin with your planning placements and
methods for structuring and definition of case studies, as well as the so many other
authors' of the area of the Communication use that contributed with your ideas to the
accomplishment of this dissertation in some way.
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1. CAPÍTULO I - A COMUNICAÇÃO E A INTERATIVIDADE ............................... 22
1.1 O CONTEXTO TECNOLÓGICO ............................................................................... 22
1.2 OS MODELOS DE INTERAÇÃO .............................................................................. 33
1.2.1 A INTERAÇÃO POR MEIO DE HIPERTEXTOS ........................................................ 38
1.3 AS PESSOAS E A INTERATIVIDADE ........................................................................ 41
2. CAPÍTULO II - O MOODLE ............................................................................... 48
2.1. HISTÓRICO......... ............................................................................................ 48
2.2. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE VIRTUAL......... ............................................... 54
2.3. PONTOS FORTES DE UTILIZAÇÃO......... ............................................................ 57
2.3.1. A ESTRUTURA DO AMBIENTE......... ............................................................... 57
3. CAPÍTULO III - O AMBIENTE VIRTUAL DO PROFESSOR ............................. 61
3.1. O WEB SITE ............................................................................................... ....61
3.1.1 A COMUNICAÇÃO INTERATIVA DO AMBIENTE.......................................................63
3.1.2 A USABILIDADE DO AMBIENTE............................................................................70
3.2. A INTERAÇÃO DA COMUNIDADE ACADÊMICA E A FERRAMENTA...............................78
4. CAPÍTULO IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS . ................................................... 81
4.1 A RELAÇÃO DA INTERAÇÃO: AMBIENTE, PROFESSOR E ALUNO.... ........................ 81
4.2 A IMPORTÂNCIA AS COMUNIDADE.... ................................................................. 88
REFERENCIAS. .................................................................................................... 91
ANEXO 1. ............................................................................................................. 95
12
ANEXO 2. ............................................................................................................. 96
ANEXO 3. .............................................................................................................. 97
ANEXO 4. .............................................................................................................. 98
ANEXO 5. .............................................................................................................. 99
ANEXO 6. ............................................................................................................ 100
13
INTRODUÇÃO
Tendo em vista a realidade contemporânea, nas quais as organizações, instituições
de ensino e demais corporações sentem a necessidade de ampliar seus meios
comunicacionais com seus receptores, elas acabam por disponibilizar conteúdos
eletrônicos, em ambientes virtuais, por meio de informações on-line, cursos, sites de
busca, blogs, comunidades virtuais, bate-papo, fóruns, entre outros, visando otimizar o
espaço e tempo dessa interlocução. Hoje em dia parece ser imprescindível a utilização
desses meios por parte das organizações de diversas áreas, tais como: governo,
multinacionais, hospitais e também a área acadêmica.
O espaço virtual proporcionado pela Internet provocou grandes impactos
comunicacionais em diversas áreas da informação.
Diante disso, as pessoas possuem visões grandiosas sobre o impacto da tecnologia
na educação (Eales & Byrd, 1997). Existe um reconhecimento do potencial dos
recursos da Web para a educação atraindo a atenção de grupos e comunidades de
pesquisa de diversas universidades desenvolvendo modelos e produtos para a
educação baseada na Web (Lucena, et. al., 1997).
Na comunicação, voltada ao ensino e pesquisa, podemos dizer que tem causado
grandes alterações no comportamento dos Interlocutores Midiáticos, que têm
encontrado neste universo virtual, infinitas opções de produtos e serviços conforme
suas necessidades.
As unidades de informação produzem diversos produtos e serviços direcionados a
sociedade atual como fontes de informação, permitindo a utilização das mídias
disponíveis com a finalidade de disseminar e propagar as informações de acordo com
o interesse de cada agente envolvido neste ambiente. (AMARAL, 2004).
O crescimento exponencial no uso da Internet comparado com as outras mídias,
em se tratando de tempo para atrair a atenção, ou como alguns preferem o termo
14
penetração, de 50 milhões de pessoas para o rádio demoraram cerca de 38 anos, o
mesmo número para televisão foi de 13 anos, e, para a Internet, aconteceu em apenas
4 anos, deixando claro a facilidade de absorção dessa mídia pela população.
(Communications of the ACM, 1999)
Historicamente a mídia de massa tem como significado o uso de produtos de
informação para entretenimento centralmente produzido, padronizado e distribuído a
grandes públicos através de canais distintos. Os novos desafiantes eletrônicos
modificam todas essas condições. Por esta razão seus produtos não se originam de
uma fonte central. As novas mídias, de uma forma geral, fornecem serviços
especializados a públicos adversos. Porém, a inovação mais importante é a distribuição
de produtos de voz, vídeo e impressos em um canal eletrônico comum. Na maioria das
vezes é disponibilizado em formatos interativos bidirecionais, que proporcionam aos
envolvidos um maior controle com relação aos serviços recebidos e obtidos. (DIZARD,
2000).
No contexto atual, a internet como mídia de massa, possui um espaço de grande
importância ao pensar na comunicação existente entre pessoas. Isso permite que exista
um envolvimento em quase todos os lugares do mundo, eliminando barreiras com
relação ao tempo e ao espaço ocupado. As tecnologias permitem de uma forma fácil,
barata e rápida, uma inclusão dos envolvidos neste ambiente tecnológico (LAUDON;
LAUDON, 1999).
Um dos possíveis caminhos a percorrer para atingir grandes massas está na
comunicação da educação à distância, pois devido à extensão territorial, o crescimento
populacional e a qualificação dos profissionais envolvidos fazem-se necessário a
criação de novos meios e novos espaços de ensino-aprendizado, permitindo que o
contexto atual das salas de aulas tradicionais seja suportado por modelos de educação
à distância.
15
A necessidade de se implantar a educação à distância nos países em
desenvolvimento são óbvias devido à extensão regional, crescimento populacional e
insuficiência de professores qualificados. Contudo, novas tecnologias têm que ser
incorporadas progressivamente, após se ter ganho experiência com métodos simples
de distribuição e de ensino. As deficiências principais não são com freqüência a falta de
equipamentos ou de recursos financeiros, mas a falta de recursos humanos
qualificados para o ensino e gerenciamento. A educação à distância não resolverá
todos os problemas educacionais, mas no mínimo permitirá um suporte ao ensino
tradicional podendo dar uma contribuição muito importante ao contexto atual do ensino
e da educação. (LAASER, 1994).
A comunicação à distância voltada ao ensino mediado por meios eletrônicos não
é algo recente. Niskier (2001) em seus estudos de Educação à Distância, enumera
algumas experiências que representam o marco desta evolução. Dessa forma aqui será
retratado o ambiente que suporta a interação dos agentes envolvidos em uma
ferramenta mediada pela internet.
Nos casos da comunicação existente entre os Interlocutores Midiáticos de cursos
à distância que não tenham tido experiências prévias de estudo na modalidade, pode
ser considerado que:
Torna-se imprescindível informar o que significa estudar a distância e em
que consiste o conteúdo dos cursos com maior clareza e precisão
possíveis. Se acrescentarmos a isso que a utilização do suporte
tecnológico pode ser uma novidade para os usuários, também será
necessário ensinar a utilizá-lo. Portanto, os sistemas ou programas de
educação à distância deverão conter uma proposta propedêutica para
resolver os problemas do início e da organização dos estudos. (LITWIN,
1999, p.19).
16
Segundo PRIMO (2007), ao pensarmos nas grandes massas e na sua relação
com o mundo eletrônico, é importante falar das estruturas de interação e sua relação
com o tecnológico disponível pela internet.
A rigor, as teorias de comunicação de massa pouco ou nada podem
ajudar na compreensão das conversações que ocorrem nas salas de
bate-papo na Web, por exemplo. Os modelos lineares que separam pólos
antagônicos (emissor e receptor) tão pouco contribuem para o estudo dos
intensos debates que emergem em fóruns ou mesmo nas janelas de
comentários de blogs. (PRIMO, 2007, p.9).
Aqui não realizamos a substituição da educação tradicional pela educação à
distância ou pelo ambiente virtual, mas sim utilizamos o ambiente como forma de prover
uma continuidade dos processos de educação a quem interessar e participar das salas
tradicionais do professor. Nesta pesquisa não serão abordados nem tão pouco
detalhados pontos positivos e negativos destas contribuições. O objetivo é mostrar a
Interatividade oferecida por um ambiente virtual de aprendizado.
Com minha experiência profissional, atuando como professor em cursos
profissionalizantes, ensino médio e ensino superior, ministrando aulas de informática
básica, informática aplicada e passando a lecionar aulas voltadas a Administração de
Empresas nas IES1, desenvolvi espaços virtuais, Web Sites, para disponibilizar
conteúdos para meus alunos acessarem e irem mais preparados para as aulas que
aconteciam em salas de aulas tradicionais. Após desenvolver diversos sites em
diversas plataformas, conheci uma ferramenta de ambiente virtual de aprendizado
(AVA) que era muito prática e muito fácil de usar, tanto para os alunos, bem como para
o professor. Assim fiz um estudo sobre o uso de ambientes virtuais de aprendizado e a
sua relação comunicacional com os agentes envolvidos em um período de aulas e com
um grupo de alunos. Este estudo começou em 2003 quando configurei um Web Site
próprio, utilizando uma ferramenta AVA, o Moodle, passando a monitorar todas as
1 IES – Instituições de Ensino Superior
17
atividades envolvendo os alunos, que de alguma forma, acessavam o site
www.fernandomoraes.pro.br.
Pesquisas semelhantes a essa já resultaram na criação de um Ambiente Virtual
de Aprendizado próprio repercutindo discussões de interações e atividades acadêmicas
em Congressos Nacionais e Internacionais, conforme publicações de RIBEIRO, M.
NOYA, R. and FUKS, H. (1998).
Nesta pesquisa busca-se analisar como a informática e a internet, por meio do
aplicativo Moodle, podem ser uma ferramenta essencial no suporte da comunicação
existente na interlocução professor-aluno. Embora a Internet tenha se tornado tão
comum entre nós na prática de entretenimentos e diversão, existe ainda um foco não
tão explorado e de muita importância, que é o de suporte para o aprendizado individual
e coletivo. A importância do papel da Internet como meio que facilita o ensino-
aprendizado não está restrita apenas ao local físico das salas de aulas tradicionais,
mas hoje o espaço virtual se coloca como uma nova possibilidade.
Os elementos virtuais correspondem ao conjunto de elementos técnicos e
principalmente humanos e seu feixe de relações contido no ciberespaço
(Internet) com uma identidade e um contexto específico criados com a
intenção clara do aprendizado. (SANTOS; OKADA, 2005, p.5).
E para que tudo isto ocorra faz-se necessário a comunicação, quer seja ela
presencial ou mediada por qualquer suporte tecnológico. Posto isso, através de
Ferramentas de Tecnologia, como o Moodle, as Instituições disponibilizam um espaço
para a discussão e desenvolvimento de estratégias educacionais visando favorecer a
possibilidade do processo ensino-aprendizagem por intermédio das comunicações
virtuais.
A importância desse estudo está em justamente entender este processo
comunicacional, refletindo sobre esta interatividade e conectividade tentando revelar os
beneficiários desse sistema. Assim entender este processo, de fato, é de fundamental
18
importância para a ciência, pois olhares limítrofes sobre esta questão põem em risco
questões de independência e autonomia dos indivíduos.
Para compor a pesquisa teórica nos valeremos das teses desenvolvidas por
alguns teóricos da Comunicação e da Indústria de Massa co-relacionando os termos
interatividade, conectividade e internet (WEB). Entre estes, figuram Alex Primo, André
Lemos, Howard Rheingold e Zygmunt Bauman. Os conceitos, teorias e discussões
propostos por estes autores e outros fundamentarão a reflexão sobre o objeto de
estudo.
De Alex Primo procuramos entender o conceito de “interação em meios
informáticos”. Compreender como este conceito de interação se da na relação entre os
agentes da interlocução, os Interlocutores Midiático, com a Ferramenta Moodle. Através
deste pensamento, avaliaremos como a Web se apropria deste conceito ao se colocar
como novo lócus social no qual as relações humanas se configuram. A mídia procura
dar sentido de realidade aos seus Interlocutores fazendo uso do universo virtual
presente na vida dos agentes envolvidos.
Acredita-se que este senso de realidade se configura na mídia pelo uso de
mecanismos eletrônicos e digitais, a interatividade entre os agentes passa a ter uma
concepção técnica e ao mesmo tempo social. Diante disso algumas ações são
marcadas na relação tratada nesta dissertação sobre os interlocutores midiáticos no
processo de interação com a ferramenta Moodle. Para essa abordagem será utilizado o
conteúdo de André Lemos na ótica de que algumas características vão marcar a
interatividade entre os interlocutores e as mídias digitais, neste caso o Web Site:
1) Feedback imediato, ou seja, cada ação do interlocutor corresponde a uma
reação praticamente simultânea da máquina.
2) Os sistemas informatizados, Ferramenta Moodle, são concebidos de modo a
prever o número mais alto possível de perguntas e as múltiplas combinações de
respostas para que o usuário tenha a impressão de estar interagindo de forma análoga
19
ao diálogo interpessoal e não perceba que a interação se dá dentro de um número
limitado de possibilidades oferecidas pelo equipamento.
3) Capacidade de interagir de forma individualizada, em oposição aos meios
massivos tradicionais.
4) Possibilidade de manipulação do conteúdo da informação.
Ao permitir a comunicação entre os diversos usuários, a exemplo das trocas de
e-mails, IRCs e chats na Internet, as novas tecnologias também possibilitam uma
interação social.
Já Howard Rheingold, por ter sido um dos primeiros autores a efetivamente
utilizar o termo "comunidade virtual" para os grupos humanos que travavam e
mantinham relações sociais no ciberespaço, pode contribuir por suas observações e
colocações em discussões públicas durante um tempo adequado, com suficientes
sentimentos humanos, para formar redes de relações pessoais no espaço cibernético,
aqui associando o ciberespaço à Web Site pesquisado e estudado.
E por fim justificar a importância da interatividade comunicacional por meio de
comunidades virtuais e eletrônicas reportando isso ao autor Zygmunt Bauman, que
enfatiza em sua obra “Comunidade”, termos e idéias que podem ser associados a
questões e vivências de interações entre agentes envolvidos, neste caso associadas às
interações específicas de uma realidade vivida pela comunidade acadêmica estudada.
Através de um método de pesquisa exploratória pretende-se desenvolver e
esclarecer conceitos e idéias de conectividade e interatividade, com vistas à resolução
das hipóteses pesquisáveis por meio de um estudo de caso feito sobre a cultura de
interação dos interlocutores midiáticos proposto no site www.fernandomoraes.pro.br.
Este estudo consistirá na realização de um levantamento bibliográfico, com o
objetivo de verificar os conteúdos disponíveis até o presente momento para que a partir
deste ponto o estudo possa estruturar o arcabouço teórico desta pesquisa.
20
Em qualquer projeto de pesquisa é de fundamental importância reunir as
informações e conhecimentos teóricos a respeito do assunto tratado.
Segundo YIN, o estudo de caso é a opção adequada quando se pretende
estudar um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto real, e quando se
colocam questões do tipo “como” e “por que”, quando o pesquisador tem pouco controle
sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos
inseridos em algum contexto da vida real.
O estudo de casos é um estudo empírico que investiga um fenômeno
atual dentro de seu contexto real, no qual as fronteiras entre o fenômeno
e o contexto não são claramente definidas. (YIN, 2001, p. 32-33)
Para alcançarmos os objetivos estabelecidos, o trabalho será conduzido por
meio de um estudo de caso. Segundo SCHRAM (1971, In: YIN, 2001), a essência do
estudo de caso é tentar esclarecer a decisão ou elenco de decisões implementadas,
atentando para os porquês elas foram tomadas, como foram implantadas e
desenvolvidas e quais os resultados.
Na busca desta essência, o objeto de estudo “Os Interlocutores Midiáticos”,
permitirá revelar a Interação Mediada por uma Ferramenta, o Moodle, e seus agentes
envolvidos em atividades acadêmicas da mídia/WEB.
Ainda segundo Yin, através do estudo de caso é possível ampliar a visão de algo
particular, representativo de um fenômeno, neste caso a Ferramenta Moodle no Web
Site Acadêmico, e a partir de tal identificação, o método permite que se faça uma
generalização analítico-teórica do que uma generalização estatística do fenômeno em
estudo.
Outros fatores que colaboram para a decisão deste método, segundo a autora, é
que não há uma exigência de se ter um controle sobre os eventos comportamentais do
21
objeto em estudo e que se pressupõem que haja conhecimentos anteriores sobre o
problema.
Acredita-se que nesse objeto se enquadra perfeitamente na metodologia
proposta. Além do que, o estudo de caso descritivo, explicam os autores, permite um
maior aprofundamento deste fenômeno estudando os recursos de uma comunidade e
seu emprego, ou seja, no nosso estudo, a Web. Ratificamos, aqui, que o trabalho não
perderá de vista a extensão que este fenômeno alcança, e constataremos que algumas
idéias, conceitos e técnicas são, também, utilizados na confecção de outros Sites
Acadêmicos que utilizam a Ferramenta Web Moodle.
22
CAPITULO I – A COMUNICAÇÃO E A INTERATIVIDADE
1.1. O CONTEXTO TECNOLÓGICO
Existem atualmente inúmeras discussões sobre a relação da interatividade em
ambientes computacionais e eletrônicos. Alguns estudos foram executados focando a
essência tecnológica fomentada em modelos e teorias da informação2, outros
considerando toda a evolução da comunicação e seus impactos com as novas
tecnologias e sua relação com o homem, a educação e a pesquisa3, com os sistemas
de hipertextos4 e a relação com a máquina e interação como uma troca de mensagens
entre pessoas e agentes5 envolvidos em um processo comunicacional.
Muitas pessoas ainda falam que a Internet é moda, em uma primeira visão,
poderíamos até concordar que se trata de um valor que está na moda, mas não no
sentido de que “passando um determinado período de tempo já se torna ultrapassado”.
Muito pelo contrário, é um valor que está na moda porque faz parte do dia a dia.
Começando pelo suprimento das necessidades básicas nos diferentes ambientes de
trabalho passando pelas idas aos supermercados, farmácias, bancos, etc., até chegar
ao lazer, em tudo “respiramos o ar” da Informática.
2 Lastres M H M, Albagli S(orgs.) Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Campus; 1999. 318p. cap. 9 p. 217-61; Barreto A A. Mudança estrutural no fluxo do conhecimento: a comunicação eletrônica. Ci Inf. (Brasília), 1998,27(2):122-127.
3 Araújo V M R H. Estudos dos canais de comunicação técnica: seu papel na transferência de tecnologia e na inovação tecnológica. Ci Inf (Rio de Janeiro) 1979; 8:79-100; Dagnino R P. A Universidade e a pesquisa científica e tecnológica. Ci e Cult 1985; 37 Supl.7:133-54.
4 ALCKMAR salienta em seus estudos que o hipertexto possui algumas vantagens para trocas de idéias, manipulação de arquivos sem restrição de espaços geográficos, a tecnologia está cada vez mais barata proporcionando acesso ao seu uso, o uso é mais interativo, dinâmico e agradável e os arquivos podem ser lidos, gravados e impressos.
5 Agentes corresponde pessoas ativas enquanto se comunicam.
23
Diante disso, ao visualizar o acesso em cenários midiáticos, via Web, nos últimos
anos, no Brasil, houve um aumento da quantidade de pessoas que usam a internet para
treinamento e educação. Destacam-se as informações dos quadros abaixo que
descrevem algumas informações relevantes sobre:
- 1) Propósitos de Utilização na Web;
- 2) Utilização da Web para Educação e Treinamento;
- 3) Ferramentas Utilizadas,
- 4) Usuários da Web para Educação.
A tabela abaixo descreve a porcentagem de pessoas que utilizam a Web e seus
respectivos propósitos:
Percentual (%)
Pessoal ou privado
Educação ou estudos
Trabalho remunerado ou
negócios
Trabalho voluntário ou comunitário
TOTAL 69,40 49,42 29,08 3,26 REGIÕES DO PAÍS Sudeste 69,68 44,26 28,83 3,04
Nordeste 68,84 54,91 22,40 2,98
Sul 65,42 48,50 33,03 3,01
Norte 62,10 58,45 22,68 2,91
Centro-Oeste 75,17 65,52 32,72 4,90
SEXO Masculino 69,55 45,38 34,08 3,41
Feminino 69,24 53,72 23,75 3,09
GRAU DE INSTRUÇÃO Analfabeto / Educação infantil
67,38 48,63 9,25 2,20
Fundamental 68,90 49,95 12,72 0,61
Médio 70,99 40,45 29,20 3,16
Superior 68,02 60,86 44,17 5,51
FAIXA ETÁRIA 10 – 15 65,76 63,90 2,58 0,56 16 – 24 74,05 52,92 23,00 2,84 25 – 34 66,31 44,25 41,20 4,59 35 – 44 68,20 40,91 49,52 4,25 45 – 59 68,24 31,97 48,92 5,18 60 + 66,33 21,99 31,26 7,90
Tabela1. Utilização da Web e seus propósitos. Fonte (Source): NIC.br - jul/ago (aug) 2006
24
Ao observar a Tabela 1, o que mais nos chama a atenção é a situação voltada a
Educação ou Estudos principalmente por estar buscando cada vez mais presença no
ambiente virtual, ocupando uma colocação com mais adeptos do que o uso em
propósitos profissionais como trabalhos remunerados ou voluntários. Isso fortalece a
relação interativa vista nesta pesquisa sobre a interação do Professor e do Aluno.
A Tabela 2, demonstrado abaixo, descreve a porcentagem das atividades
desenvolvidas por usuários na utilização da Web para Educação ou Treinamento:
Percentual
(%)
Realizar atividades
/ pesquisas escolares
Fazer cursos on-line
Informar-se sobre a
disponibilidade de um livro ou
artigo
Trocar mensagens relativas ao curso com colegas /
tutor
Buscar informações sobre cursos de extensão
e pós-graduação
Outras atividades
relacionadas à educação
TOTAL 57,13 6,76 19,86 17,97 14,02 8,70 REGIÕES DO PAÍS Sudeste 53,36 6,75 19,43 18,22 13,07 7,05
Nordeste 58,83 6,13 16,94 15,15 11,60 10,40
Sul 52,62 5,62 16,04 12,91 12,40 12,41
Norte 75,18 4,92 18,76 18,47 15,49 8,56
Centro-Oeste
70,66 10,49 28,29 24,08 18,11 6,64
SEXO Masculino 52,48 6,81 19,98 16,74 11,79 8,38
Feminino 62,08 6,71 19,74 19,28 16,41 9,04
GRAU DE INSTRUÇÃO Analfabeto / Educação infantil
55,27 0,65 7,46 11,64 1,64 5,73
Fundamental 56,32 2,51 9,75 12,95 3,52 7,13
Médio 51,04 5,66 15,05 13,40 8,78 7,65
Superior 65,96 12,33 35,59 28,65 30,60 11,72
FAIXA ETÁRIA 10 – 15 70,63 2,35 10,94 13,29 2,27 6,66 16 – 24 61,01 6,14 22,20 21,18 15,77 9,65 25 – 34 52,34 10,37 21,22 20,28 19,15 9,90 35 – 44 51,17 7,95 26,59 15,10 17,51 8,50 45 – 59 36,52 6,95 16,80 13,48 11,74 5,37 60 + 15,86 5,01 1,68 0,53 11,20 8,70
Tabela2. Utilização da Web para Educação e Treinamento. Fonte (Source): NIC.br - jul/ago (aug) 2006
25
Já a tabela 3, descreve a porcentagem de pessoas que utilizam a Web para
Educação e Treinamento relacionando os tipos de ferramentas utilizadas no suporte a
comunicação.
Percentual (%)
Usar um mecanismo
de busca de
informação
Enviar e-mails com
arquivos anexados
Enviar mensagens
em salas de bate-
papo, etc.
Usar um programa
para trocar filmes,
músicas, etc.
Criar uma
página na
web
Usar a internet
para realizar ligações
telefônicas
Nenhuma das
mencionadas
TOTAL 28,00 19,85 16,53 8,15 5,53 3,97 68,19 REGIÕES DO PAÍS Sudeste 30,66 22,43 18,99 9,70 6,54 4,43 64,77
Nordeste 18,32 11,54 11,20 4,48 3,54 2,22 78,86
Sul 30,18 21,30 15,25 7,64 4,36 3,90 65,91
Norte 20,67 13,49 11,01 4,32 2,91 2,73 75,76
Centro-Oeste
36,29 25,10 20,16 10,16 7,85 5,26 61,63
SEXO Masculino 30,33 21,42 18,37 9,89 5,55 4,82 65,63
Feminino 25,90 18,44 14,87 6,58 5,51 3,20 70,50
GRAU DE INSTRUÇÃO Analfabeto / Educação infantil
3,54 1,55 2,05 0,49 0,29 0,21 95,21
Fundamental 20,49 11,51 13,14 5,08 3,25 1,78 74,30
Médio 45,56 30,87 26,72 12,40 9,64 5,87 48,73
Superior 82,40 73,27 46,37 30,26 18,15 17,16 14,16
FAIXA ETÁRIA 10 – 15 32,12 18,28 21,18 8,07 5,64 1,95 58,64 16 – 24 50,43 37,14 35,26 16,54 12,33 6,65 42,73 25 – 34 38,31 28,68 20,27 11,50 7,81 7,07 58,69 35 – 44 20,49 14,99 10,16 5,72 2,89 4,11 77,05 45 – 59 11,43 7,96 3,88 2,15 1,18 1,02 87,79 60 + 2,85 1,65 0,51 0,50 0,11 0,63 96,93
Tabela3. Ferramentas de utilização de comunicação da Web. Fonte (Source): NIC.br - jul/ago (aug) 2006
Nota-se que as principais utilizações são os mecanismos de busca, emails com
arquivos em anexo e mensagens em salas de bate-papo (Chat), correspondendo às
26
interações entre as ferramentas oferecidas pelos ambientes virtuais e os agentes que
estão envolvidos neste processo suportado, promovido e permitido pela Web.
Assim as práticas de ensino-aprendizado, baseados e suportados pela Web,
permitem ao aluno certa facilidade de usar recursos e ferramentas disponíveis em um
ambiente virtual, por exemplo, visualizar um material didático.
Uma das maiores vantagens da Internet, e em particular a Web, é que ela
leva o aluno face a face (através de uma interface satisfatória e
padronizada) à um universo de informação digital em constante
expansão. Aqui a metáfora que se aplica é a da biblioteca virtual.
(EALES; BYRD, 1997, p.158).
A tabela 4 corresponde à proporção de pessoas que utilizam a Web somente
para Educação.
Percentual (%)
Sim
Não
TOTAL 64,39 35,61
REGIÕES DO PAÍS Sudeste 60,53 39,47
Nordeste 66,43 33,57
Sul 59,82 40,18
Norte 83,09 16,91
Centro-Oeste 76,77 23,23
SEXO Masculino 60,63 39,37
Feminino 68,39 31,61
GRAU DE INSTRUÇÃO Analfabeto / Educação infantil 59,33 40,67
Fundamental 61,56 38,44
Médio 60,07 39,93
Superior 72,93 27,07
FAIXA ETÁRIA 10 – 15 74,03 25,97 16 – 24 69,44 30,56 25 – 34 59,60 40,40 35 – 44 58,41 41,59 45 – 59 45,96 54,04
27
60 + 34,40 65,60 RENDA FAMILIAR < R$ 300,00 51,82 48,18 R$ 301,00 - R$ 500,00 60,46 39,54 R$ 501,00 - R$ 1.000,00 60,76 39,24 R$ 1.001,00 - R$ 1.800,00 67,95 32,05 R$ 1.801,00 + 68,31 31,69
Tabela4. Utilização da Web para Educação. Fonte (Source): NIC.br - jul/ago (aug) 2006
Diante dessas informações exibidas nas tabelas citadas acima, alguns
entendimentos são latentes, e podem ser interpretados de algumas formas pensando
no uso da internet. São eles:
• Seu uso já é corriqueiro e existem atualmente estruturas de suporte
adequado para tal relação de forma barata e comum.
• Computadores e equipamentos de informática são vendidos em grandes
hipermercados e grandes lojas de departamentos.
• As conexões de internet estão disponíveis em locais de acessos públicos
gratuitos ou pagos, tanto em ambientes virtuais como tradicionais. Neste
caso existem espaços físicos com diversos computadores que permitem
acesso a internet ou provedores de acessos virtuais que permitem acesso
a internet residencial.
Os dados publicados pelo Comitê Gestor de Internet, CGI, demonstram uma
relação do uso da internet com classes sociais. Assim, verificamos que cerca de 33%
da população brasileira já acessou a internet alguma vez na vida, enquanto somente
27,8% são considerados usuários, ou seja, acessaram a rede nos últimos três meses.
Assim como ocorre com relação aos computadores, o uso da internet cresce
conforme aumenta a classe social, o nível de instrução e a renda do usuário. O uso da
internet na classe A chega a 95%, enquanto na classe D e E é de somente 12,2%. Em
relação ao grau de instrução, temos 87% das pessoas com nível superior utilizando a
internet enquanto apenas 5,6% de analfabetos ou pessoas com baixa escolaridade são
usuárias da ferramenta.
28
Observando com mais detalhe, existe uma crescente carga de informação, e
uma possibilidade cada vez maior da informação interagir entre dois pontos quaisquer,
mesmo com estrutura precária. Mais do que isso, no primeiro contato com o ambiente,
o usuário acaba não utilizando todo recurso disponível para acessar as informações e
criar interações com ferramentas disponíveis. Após convívio com o uso do ambiente, o
usuário passa a entender que existem recursos diversos para a interação e a
comunicação com o meio. Mais tarde, numa fase mais avançada, existe a possibilidade
de criar interações e comunicações com a própria idéia de manifestações e de
posicionamento em um bate-papo, um fórum ou em uma comunidade virtual. Assim, o
verdadeiro poder que o ambiente virtual traz ao usuário apenas começa a ser notado
numa fase de uso mais avançada, tanto em termos de conhecimento da internet, como
do uso de recursos tecnológicos mais avançados suportados por ela como um
ambiente virtual de aprendizado.
O uso do ambiente virtual como ferramenta de educação, como suporte ao
ensino tradicional é uma tendência evolutiva da educação presencial. Com o ambiente
mediado pela internet, o uso de ambientes virtuais de aprendizado para suportes de
conteúdos acadêmicos pode ser uma ferramenta de escolha para uma interação
complementar ao ensino tradicional.
Para Moran (2001), a Internet pode tornar-se uma mídia poderosa para o ensino
de Comunicação, tanto para os professores como para os alunos. Atualmente
consegue integrar texto, imagem e som a um custo reduzido, com rapidez, flexibilidade
e interação até há pouco tempo impossíveis.
Os AVA’s (Ambientes Virtuais de Aprendizado) começaram a serem
desenvolvidos no final da década de 90, quando os primeiros navegadores Web foram
implementados e a Internet começou a ser acessada por empresas e outras instituições
que não as acadêmicas, exclusivas no acesso à rede até então. Com o surgimento da
Web, universidades e empresas passaram a oferecer sistemas para serem usados
como ambientes educacionais. Os recursos oferecidos por esses ambientes auxiliaram
29
no início os cursos de graduação, pós-graduação, extensão, cursos livres e capacitação
de funcionários. Uma quantidade expressiva de ambientes informatizados, direcionados
às atividades de educação e treinamento, foram desenvolvidos nessa época.
Destacaram-se o WebCT, o UniverSite, o IntraLearn, o Top Class, o TelEduc, o
AulaNet e o Moodle(SILVA, 2003).
- WebCT
O Web Course Tools foi estruturado e projetado no departamento de Ciência da
Computação da University of British Columbia, gerenciado por Murray W. Goldberg. É
um ambiente virtual de aprendizado mediado pela Internet. Ele permite aos agentes
envolvidos fazerem o design da aparência das páginas de cursos, oferecendo um
conjunto de ferramentas voltadas para a interação do professor e do aluno que podem
ser facilmente incorporadas em qualquer estrutura de curso.
UniverSite
O UniverSite foi criado por 3 alunos do curso de Engenharia da Computação da
PUC-RIO, atualmente proprietários da empresa MHW – Informática, que por meio de
recursos interativos de Ensino a Distância via Web, oferece as empresas treinamentos
aos seus funcionários. O produto funciona como uma universidade virtual coorporativa,
criando um ambiente intuitivo muito próximo ao do ensino tradicional em sala de aula.
Intra Learn
O IntraLearn é um software de LMS (Learning Management System),
desenvolvido pela Empresa Americana Intra Learn Software e distribuído no Brasil pela
QuicKMind Knowledge Management. Esse LMS possui um conjunto de ferramentas
que permite a criação de interatividade entre os agentes desse ambiente por meio da
30
colaboração mediada das ferramentas e dos recursos digitais estruturados e
desenvolvidos no ambiente.
Top Class
O Top Class foi uma propostas de estudantes Irlandeses, em 1995, para a
estruturação de ambientes amistosos de EaD. Atualmente é um ambiente em constante
desenvolvimento pela empresa WBT Systems Inc. Americana.
TelEduc
O TelEduc é um ambiente virtual de aprendizado, desenvolvido, em 1997, pelo
NIED - Núcleo de Informática Aplicada à Educação, em parceria com o Instituto de
Computação (IC) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É um ambiente
gratuito disponibilizado e utilizado por diversas Universidades e IES do Brasil.
AulaNet
O AulaNet foi um projeto inicialmente, em 1997, desenvolvido no Laboratório de
Engenharia de Software (LES), do Departamento de Informática da PUC do Rio de
Janeiro. Atualmente uma empresa, a EduWeb é a detentora de seus direitos e
representante legal da distribuição deste ambiente em todo o Brasil e fora dele.
O ambiente Moodle, por ser objeto de estudo desta pesquisa nas interações
virtuais da Web Site do Professor Fernando Moraes, será detalhado no decorre do
capítulo 3.
A interação com esses ambientes (AVA), aqui especificamente estruturados na
plataforma Moodle e viabilizada pela Web Site www.fernandomoraes.pro.br, é feita por
meio de um navegador (browser) que permite que as páginas da internet sejam
iniciadas e aqui neste caso a ferramenta Moodle seja utilizada. Isso inclui os diferentes
níveis de usuário, que são normalmente o administrador – responsável pela instalação,
31
manutenção da base de dados, criação e exclusão de cursos; professor tutor ou
formador - responsável pela customização das páginas dos cursos, manutenção da
base de dados dos alunos matriculados nos cursos, acompanhamento de cada aluno;
aluno - usuário que utiliza, testa e aprende com os cursos.
Diante desse pensamento, abro para outras disciplinas e conteúdos da
Comunicação. Assim o foco desse trabalho e analisar o assunto interatividade na
relação do processo de mediação que leva conteúdos (Hipertexto e Hipermídia) aos
alunos por uma ferramenta comunicacional eletrônica disponível em um Web Site.
Neste aspecto a interatividade entre os agentes midiáticos6, professores e
alunos, permite uma possibilidade de escolhas de assuntos a serem lidos, exercícios a
serem respondidos e um feedback adequado diante desse cenário criado e mediado
por uma ferramenta computacional e disponível na web7.
Ainda sobre o pensamento da mediação oferecida pela Internet, os projetos
pioneiros de construção de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) destinados à
educação ocorreram em meados da década de 90, conforme SILVA (2003), depois de
uma significativa mudança na Internet. Essa mudança ocorreu, principalmente, pela
ocorrência de dois acontecimentos muito importantes: o desenvolvimento do primeiro
navegador da Web8 e a incorporação das empresas pela rede mundial de
computadores9. Com as novas funcionalidades da Web foram criados os primeiros
ambientes virtuais de aprendizagem, para serem usados especificamente em atividades
de aprendizado.
Os ambientes virtuais correspondem ao conjunto de elementos técnicos e
principalmente humanos e seu feixe de relações contido no ciberespaço
6 Envolvidos na mídia web. 7 WWW – World Wide Web, interface gráfica da Internet. Também chamada de World Wide Web é conhecida como um sistema de informações de Hipertextos gráfico global, interativo, dinâmico, distribuído e que pode ser aplicado a várias plataformas e é executado através da Internet. Laura Lemay – Autora de Livros de Internet e Web. 8 W3C. http://www.w3c.com 9 IBM. http://www.ibm.com
32
(internet) com uma identidade e um contexto específico criados com a
intenção clara de aprendizado. (SANTOS; OKADA, 2005, p.5).
O que ocorre atualmente é que essas ferramentas não dão apenas suporte de
comunicação educacional10, mas também de métodos e práticas comportamentais,
como vistas, por exemplo, em grupos virtuais, comunidades virtuais, sites de
recolocação profissional entre outros recursos disponíveis na web. Por conta disso não
será esgotada a discussão sobre modelos de interação, pois o foco é demonstrar e
permitir uma análise perceptiva11 sobre a interatividade em uma ferramenta específica
entre os agentes envolvidos.
10 AZEVEDO, Wilson (2002) considera em seus estudos de preparo de alunos e professores como um desafio para utilização de ambientes on-line, que a interação acontece de alguma maneira em ambientes presenciais, ainda que de modo informal. Turmas são grupos sociais, são comunidades. Este fato passa despercebido na prática docente convencional. Mas uma das coisas que logo se evidencia ao se passar para ambientes virtuais é que turmas virtuais são comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa - um conceito fundamental para o desenvolvimento da educação a distância com uso de novas tecnologias. Este aspecto comunitário tem se destacado graças à adoção de mídias interativas entre as novas tecnologias. Mas agora o desafio se coloca do lado dos professores. 11
Percepção da interação no ambiente virtual Moodle do Professor Fernando Moraes nas Faculdades Metropolitanas de Campinas.
33
1.2. OS MODELOS DE INTERAÇÃO
No mundo globalizado os meios midiáticos têm exercido uma influência enorme
sobre os indivíduos e as organizações. Esta influência tem determinado a construção
de ambientes midiáticos. Assim, por meio desse processo, as organizações procuram
criar uma maior interação entre agentes, através de múltiplas ferramentas, mas só que
em um espaço virtual.
A ênfase na interação dos agentes ou interlocutores midiáticos, aqui tratados
como professor e aluno, o respeito pelas diferenças e percurso de desenvolvimento
individual de cada aluno, a dupla dimensão formativa e informativa que a comunicação
virtual pode promover, entre outros aspectos fundamentais da coerência e da Ética
Profissional, não pode ser desconsiderada quando se propõe uma atividade na
comunicação pedagógica utilizando a informática.
Um ambiente virtual de aprendizagem é um sistema que reúne uma série
de recursos e ferramentas, permitindo e potencializando sua utilização
em atividades de aprendizagem através da internet em um curso a
distância. (VAVASSORI; RAABE, 2003, p.312).
Assim, nas abordagens feitas sobre Interação, é importante considerar que:
Para que se possa compreender como se apresenta o problema
interação mediada por computador é importante passar em revista
diferentes enfoques que buscam abordá-la. (PRIMO, 2007, p.17).
Sendo assim, o posicionamento dos termos “Interação” e “Interatividade” serão
aplicados a relação mediada pelo ambiente virtual de aprendizado e os agentes
envolvidos neste processo de mediação. O “Inter” aqui será demonstrado como o
“Entre”, não apenas estudando o receptor ou o emissor, mas o que acontece entre
esses agentes envolvidos neste ambiente.
34
O desenvolvimento dos meios de comunicação veio a oferecer novas
formas de ação e novos tipos de relacionamentos sociais. A interação
passa a dissociar-se, então, do ambiente físico, estendendo-se no
espaço e proporcionando uma ação à distância. (PRIMO, 2007, p.19).
Segundo PRIMO (2007, p.9): “[...] os meios digitais abrem novas formas de
comunicação e demandam a reconfiguração dos meios tradicionais ao mesmo tempo
em que ampliam potenciais poucos explorados [...]”
A interação pode ser compreendida de duas formas: a sócio-
interacionista e a do construtivismo-interacionista. A primeira concepção
foi abordada por Vygotsky por demonstrar que na troca de informações
entre pessoas, as funções mentais superiores resultam na aprendizagem.
Já na primeira abordagem, a do construtivismo-interacionista, Piaget
enfatiza que a interação de pessoas e objetos formam a construção
estruturada de um aprendizado. (BARROS; CAVALCANTE, 2000, p.76).
Na relação estudada nesta pesquisa, os interlocutores midiáticos (professores e
alunos), possuem interações distintas entre os modelos existentes e oferecidos em uma
plataforma Web, neste caso a ferramenta Moodle. Essas interações serão mais
detalhadas no capítulo 2 no item 2.2. Abaixo destaco uma pequena comparação:
- Professor com aluno= O professor passa a ter papel de interlocução mediada
pela ferramenta (Moodle) para a construção de um processo de conhecimento por meio
de interações sociais.
- Aluno com aluno = O próprio aluno é o agente do contexto social existente da
ferramenta e ele mesmo tem que criar iniciativas de conhecimentos e interações
oferecidas e estabelecidas pelos demais envolvidos.
35
- Aluno com Moodle = O Moodle permitem que o aluno seja capaz de interagir
com os objetos de conhecimento ou ampliadores culturais, aqui representados pelas
ferramentas do Moodle.
Diante disso podemos dizer que esses recursos gerados pelo Moodle e suas
ferramentas formam um meio de comunicação e interação entre os interlocutores
midiáticos.
Nessa ótica, a interação entre os interlocutores midiáticos torna-se
extremamente importante para a relação da comunicação moderna, aqui destacada
pela Web e pela internet12 mediada pelo ambiente.
Segundo BELLONI (1999): “[...] A troca de mensagem com aspecto sócio-afetivo
possuem retorno rápido e uma situação de intersubjetividade, que auxiliam e facilitam o
processo de interação [..].”
Essa relação acaba por ter um significado muito útil e completa a forma de
relacionar a comunicação disponível pela interação feita entre os interlocutores e o
ambiente virtual de aprendizado.
É fundamental esclarecer com precisão a diferença entre o conceito
sociológico de interação (ação recíproca entre dois ou mais atores onde
ocorre intersubjetividade, isto é, encontro de dois sujeitos) que pode ser
direta ou indireta mediada por algum veículo de comunicação, por
exemplo, a internet; e a interatividade, termo que vem sendo usado
indistintamente com dois significados diferentes em geral confundidos: de
um lado a potencialidade técnica oferecida por determinado meio, por
exemplo CD-ROMs, Hipertextos em geral e jogos informatizados.
(BELLONI, 1999, p.58).
12 Mecanismo de disseminação de informações e um meio para colaboração e interação de indivíduos e seus computadores sem considerar sua localização geográfica.
36
Ao falar de interatividade, verifica-se que é recente a sua origem, datado da
década de 70 a 80; surge junto com as novas tecnologias de informação e
comunicação. Para LEVY (2003) o computador era uma máquina centralizada e com o
tempo passou a incorporar a tecnologia do hipertexto. Muitos pesquisadores
escreveram sobre a interação homem-máquina e seus tipos. Para Primo a interação se
divide em dois tipos: Mútua e Reativa.
No modelo de interação mútua, os agentes envolvidos interagem por meio de
cenários problematizados. Essas interações são baseadas em ações inventadas e
momentâneas, que podem ter resultados em futuras problematizações. A relação
existente entre os agentes envolvidos cria um problema que motiva constantemente
uma ação de negociação. Assim, cada ação possui um envolvimento sobre a relação e
o comportamento dos agentes.
O relacionamento entre os agentes envolvidos estrutura-se em definição de
tempos iguais aos dos acontecimentos dos eventos interativos. Devido a essa
dinâmica, e em conseqüência dos sucessivos desequilíbrios que impulsionam a
transformação do sistema, a interação mútua é um constante acaso, que possui
atualização por meio de ações entre os agentes envolvidos. Um exemplo pode ser um
fórum em um ambiente virtual de aprendizado. (PRIMO, 2007).
Neste caso essa interação corresponde às relações constantes dos
interlocutores mídiaticos, onde existe interação por meio da ferramenta Moodle, pois ele
faculta a interação dos agentes neste ambiente.
Quando os interlocutores começam um processo de interação eles podem criar
modificações comportamentais, pois o comportamento é construído pelas ações
anteriores envolvidas pela ferramenta. Essas relações constroem um relacionamento
que não são previstas e também podem influenciar o comportamento dos envolvidos.
Diante dessa colocação o que se destaca é a relação existente entre os agentes como
uma negociação.
37
Já a interação reativa, é aquela que estabelece relações potenciais de estímulo-
resposta, imposta por pelo menos um dos interlocutores envolvidos nessa interação
(PRIMO, 2007).
Existe também a concepção sobre a multi-interação, na relação de interações
simultâneas. Um exemplo disso pode ser um bate-papo, a interação com o software ou
com a ferramenta, que permite aos interlocutores as práticas de educação on-line
valorizando as atividades cooperativas, as discussões de grupo e as leituras sobre
textos disponibilizados, oferecendo assim uma melhor estrutura na construção de
conhecimento.
1.2.1 A INTERAÇÃO POR MEIO DE HIPERTEXTOS
Ao ser considerada a interação em textos e mídias eletrônicas, conforme
pesquisado e demonstrado nessa pesquisa, os textos dinâmicos, aqui tratados como
Hipertextos e Hipermídias13, possuem características fundamentais nesse processo:
- São multi-dimensionais (links);
- Associação de textos, imagens, sons, vídeos, etc.
- Melhor interface com a plataforma disponível na Internet e seus programas de
navegação.
O Hipertexto é uma fonte potencializada de informação e comunicaçãos e é
consolidada e fortalecida pelo uso e pela interação com o interlocutor. O interlocutor
passa a ser mais ativo do que a leitura com o papel, pois ele passa a aproximar-se da
tela (aqui a interface da ferramenta Moodle), oferecendo suporte a sua imaginação e as
suas interpretações. Essa interação permite ao interlocutor uma nova descoberta, um
13 Hipermídia é a reunião de várias mídias num suporte computacional, suportado por sistemas eletrônicos de comunicação. LEMAY, Lemay. Aprenda a criar páginas Web com HTML e XHTML Person, 2002 p. 4- 19.
38
novo universo. Isso é uma das contribuições feitas e oferecidas pela rede digital. Sendo
assim todos os envolvidos nisso, estão conectados, escrevendo, lendo e interagindo
por meio de meios hipertextuais.
Assim a escrita e a leitura trocam seus papeis. Todo aquele que participa
do hipertexto, do traçado pontilhado das possíveis dobras dos sentidos,
já é um leitor. Simetricamente, quem atualiza um percurso ou manifesta
este ou aquele aspecto de reserva documental, contribui para a redação,
conclui momentaneamente uma escrita interminável. As costuras e
remissões, os caminhos de sentido originais que o leitor inventa podem
ser incorporados à estrutura mesma de corpus. A partir do hipertexto,
toda leitura tornou-se um ato de escrita. (LEVY, 2000, p.46).
Selecionando o paradigma do hipertexto, vimos que a reflexão sobre uma escrita
coletiva pode ser vista:
Os limites já precários entre diferentes leitores que concorrem para uma
leitura dialógica de um mesmo texto (separados por quilômetros e, mais
freqüentemente, por anos ou décadas) são ainda mais apagados. Ainda
porque o hipertexto exige uma reconstrução incessante disso que
chamamos de mesmo texto. A intersubjetividade deixa assim de ser
pressuposto de uma filosofia da linguagem para se tornar parte integrante
e explícita do processo de produção e leitura hipertextual. (SANTOS,
2003, p.5).
Parafraseando LEVY (2003), quando descreve que a humanidade está
conectada ao mundo pelo texto, o espaço virtual (aqui visualizado pelo Moodle) permite
aos interlocutores uma escrita sem limites e uma leitura inventada. O mundo da escrita
digital, o próprio interlocutor pode modificar, alterar, editar, passar-se de uma página a
outra rapidamente mudando significativamente sua postura e seu comportamento
diante dos hipertextos.
39
Todas essas tecnologias disponíveis em textos e mídias eletrônicas podem ser
vistas em portais no dia-a-dia como no exemplo abaixo:
• notícias (www.estadao.com.br)
• compras (www.magazineluiza.com.br)
• comunidades (www.orkut.com)
• vida acadêmica (www.unicamp.br)
• informações e pesquisas (www.google.com.br)
• etc...
A interação de um leitor de um hipertexto torna-se relevante quando falamos das
relações com os textos e seus componentes e seu envolvimento com os interlocutores
midiáticos, verifica-se que isso acontece quando o individualismo cede espaço para a
troca cooperativa do conhecimento.
Cooperar na ação é operar em comum, isto é, ajustar por meio de novas
operações (qualitativas ou métricas) de correspondência, reciprocidade
ou complementariedade, as operações executadas por cada um dos
parceiros. (...) por um lado, a cooperação constitui o sistema das
operações interindividuais, isto é, dos agrupamentos operatórios que
permitem ajustar umas às outras as operações dos indivíduos; por outro
lado, as operações individuais constituem o sistema das ações
descentradas e suscetíveis de se coordenar umas às outras em
agrupamentos que englobam as operações do outro, assim como as
operações próprias. (PIAGET, 1973, p.105-106).
Assim o ambiente virtual de aprendizado é estruturado pelo princípio da
interação e da cooperação, permitindo um trabalho ativo entre os interlocutores e um
ambiente virtual que é oferecido por uma poderosa ferramenta neste processo de
ensino-aprendizado.
40
O próprio espaço virtual criado pela ferramenta oferece meios para a interação
com os interlocutores14. É possível participar de conversas on-line, fóruns de
discussões, leituras dinâmicas, aulas expositivas com vídeos, sons e imagens. Será
possível verificar essa interação mais a frente no capítulo 3 que falará sobre a
ferramenta.
14 Figura 4, Capítulo II.
41
1.3. AS PESSOAS E A INTERATIVIDADE
Ao se falar de interatividade, nota-se de imediato o potencial de recursos de
multimídia oferecidos e mediados por tecnologias e computadores. Assim os estudos de
interação e interatividade devem levar em consideração as ações entre os agentes
envolvidos neste processo, pois é de suma importância ir além das discussões
tecnicistas (PRIMO, 2007).
É importante verificar que existe um número significativo de estudos feitos sobre
interatividade e o computador, estes enfatizam apenas a máquina e consideram as
relações sociais dos envolvidos em segundo plano.
PRIMO, Alex (op. cit.). p.33: “[...] “interatividade” dá poder ao “usuário final” de
controlar o conteúdo e o fluxo da informação [...]”
Ao considerarmos que existe uma grande reflexão sobre a interatividade, é
importante destacar que o ambiente virtual de aprendizado, possui recursos que
proporcionam interatividade e dão poder aos agentes envolvidos no processo de
comunicação. Esse processo permite criar uma possibilidade de intercambiar saberes,
rompendo com a unidirecionalidade dos processos comunicacionais, promovendo desta
forma, uma interação simultânea que enfatiza os aspectos quantitativos (número de
pessoas interagindo) e principalmente criar um diferencial na busca da construção de
idéias e conhecimento, suportando as aulas no método tradicional, as salas de aula
tradicionais.
Desta forma, a interatividade oferecida pela ferramenta, passa ser vista como
uma possibilidade dos agentes envolvidos, os agentes midiáticos, de participar
ativamente, interferindo no processo com ações, reações, intervindo, emitindo e
recebendo mensagens, arquivos, avisos, atividades, permitindo uma associação com o
meio através de uma identidade entre os agentes e o meio que está sendo utilizado.
42
Isso acaba por desenvolver uma capacidade aplicada a essa ferramenta de associar a
necessidade dos envolvidos e de certa forma atendê-los.
Assim as atividades interativas disponíveis pelo ambiente virtual de aprendizado
permitem, desde que seja estimulada e gerenciada adequadamente, uma relação de
comunicação interativa com os agentes deste processo e as ferramentas.
Como exemplo desse processo de interação, pode-se destacar um grupo de
agentes ou interlocutores midiáticos, ou simplesmente alunos e professores que se
reúnem e interagem através de conferências eletrônicas, como fóruns, chats, diálogos
ou experimentando atividades oferecidas por meio da ferramenta.
As interações do professor, enquanto mediador, são suportadas por
mecanismos de coordenação, cooperação e comunicação. Existem considerações que
os mecanismos de comunicação e cooperação fornecem as ferramentas de
comunicação professor-aluno e aluno-aluno. Assim, os mecanismos de coordenação
possibilitam a veiculação de avisos, tarefas, elaboração de relatórios, organização de
avaliações e etc. (ANDRADE, 1998).
Nesta postura, o professor sabe que não é deixando o aluno sozinho que o
conhecimento "brotará" de forma espontânea. Quem constrói é o sujeito, mas a partir
da relação social, mediada pela realidade.
O professor deverá disponibilizar continuamente no ambiente as contribuições
dos alunos (textos, resumos, indicação de sites, etc.), para que eles possam se sentir
motivados e incentivados a colaborar, fazendo parte do ambiente e interagindo com a
aprendizagem. Estas contribuições constituem material de apoio ao aluno como forma
de revisão dos conteúdos abordados durante a aula presencial ou tradicional.
43
É possível então fazer uma associação deste exemplo com comunidade virtual,
pois podem surgir comunidades específicas, de turmas de faculdades, cursos,
empresas, ou até mesmo pessoas diferentes que se encontram para criar uma
sociedade na Internet e discutir sobre temas e assuntos diversos em diversos lugares
virtuais. Assim quando um número de pessoas criarem discussões por um tempo
determinado, ou indeterminado, com emoção, ou sem emoção, acabam por formarem
teias de relações pessoais em Web Sites na Internet.
Os processos de interatividade são particularmente importantes na relação das
comunidades virtuais e na interação existente entre elas.
No universo eletrônico viabilizado pela Internet e suas ferramentas de conexão
on-line, a sociedade contemporânea, cada vez mais permeada por tecnologias de
informação e comunicação (TIC’s), tem permitido a criação de novos grupos coletivos.
Bases eletrônicas educacionais passaram, desde o surgimento da internet na
década de 90, a serem usadas para auxiliar no processo ensino-aprendizagem. A
informática passou a fazer parte do cotidiano das IES. Nota-se que no início os
recursos disponíveis eram escassos e por isso os professores iniciavam o uso dessas
bases educacionais, como auxílio primário nos processos de aprendizagem de formas
diferentes e com objetivos não tão claros. A adaptação desse novo conceito
relacionado à informática foi muito discutida e evitada por educadores tradicionais e
conservadores, pois resistiam em aceitar modificações do próprio modelo de ensino da
época que exigiria transformações econômicas, sociais e políticas, estimulando o
desenvolvimento científico que caracterizava a modernidade. Diante disso, surgiram
curiosos e usuários iniciais desses ambientes e ferramentas eletrônicas, defensores
dessa prática. Eles observavam que os computadores “podiam ser usados para
ensinar” (VALENTE, 1993, p.3).
44
Atualmente a tecnologia é considerada uma maneira de transformar o ambiente
das esferas globalizadas, como empresas, IES, governo, entre outros, Nesta ótica as
IES necessitam de modificação e adaptação de modelos mais amplos de ensino e
aprendizagem, pois o método tradicional em uma sala de aula, professor-aluno, não é o
único e nem o mais adequado espaço de desenvolver conhecimento e sabedoria. Então
esses ambientes eletrônicos, virtuais ou sustentados por sistemas de informação são
estruturados em novas condições de ensino, tornando esse processo mais dinâmico e
eficaz, conservando seu objetivo fundamental de ensinar pessoas de uma forma
individual ou coletiva, fortalecendo e comprometendo neste processo de comunicação
social.
O deslumbramento da tecnologia se intensifica quando permite acessos a
conteúdos e informações direcionadas e aplicadas a um objetivo, em um certo espaço e
tempo para ser visto, lido, impresso a qualquer momento e a qualquer hora, por
qualquer pessoa.
Uma base eletrônica educacional então pode ser compreendida como um
ambiente virtual de aprendizagem, aqui visto como uma ferramenta de mediação de
ensino-aprendizagem que permite o envolvimento de comunidades virtuais por meio de
interação e interatividade entre pessoas e a própria plataforma pesquisada.
Primo (2007, p.197) relata que “redes de relacionamento (como o Orkut) vieram
atualizar o interesse pela discussão sobre cooperação online e comunidades virtuais”.
Assim relacionam-se as comunidades virtuais de relacionamento como o Orkut e
o Linkedin como uma possibilidade de interação por meio de trocas de idéias, e
cooperação.
O Orkut considerado como um sistema de comunidades virtuais e eletrônicas
criado pelo Google foi lançado em fevereiro de 2004. O nome vem de um funcionário da
empresa, que desenvolveu esse projeto: Orkut Buyukkokten. O Orkut é um serviço que
45
permite criar comunidades de amigos e interesses similares, no qual participam de
comunidades sobre os mais diversos assuntos. Basicamente, você tem um painel com
a relação de seus amigos e outro painel com a relação das comunidades. Cada pessoa
tem uma descrição e você pode ver de quais comunidades ela participa, quais os
amigos que ela tem, mandar mensagens e criar configurações específicas sobre
comunidades e pessoas envolvidas.
Orkut (www.orkut.com) conta hoje com mais de 4,8 milhões de usuários,
segundo matéria divulgada pela folha on-line15, tem uma infinidade de comunidades
que tratam de assuntos das mais diversas naturezas. Do seu total de usuários 66% são
brasileiros.
O Orkut é considerado a maior comunidade virtual do planeta, onde pessoas
podem colocar tudo o que gostam em seus cadastros, colocar fotos, gostos,
preferências, etc. Estas pessoas fazem uma lista de amigos que também estão nesta
comunidade, amigos reais e, em muitos casos, só amigos virtuais.
Já o Linkedin, também considerado como um sistema de comunidades
eletrônicas virtuais, só que no aspecto de uma rede voltada aos negócios. Foi fundada
em Dezembro de 2002 e lançada em Maio de 2003. É comparável as redes de
relacionamentos existentes como o ORKUT, só que é principalmente utilizada por
profissionais de diversas áreas e diversas localidades. Em Novembro de 2007, ela tinha
mais de 16 milhões de usuários registrados, abrangendo 150 indústrias e mais de 400
regiões econômicas (como classificado pelo serviço). Ao considerarmos dados
estatísticos, o Brasil já ocupa a segunda posição entre os países participantes, com
mais de 78 mil profissionais. Atrás apenas dos Estados Unidos e na frente de Reino
Unido, França e Países Baixos. Isso é relativamente importante, pois profissionais da
área acadêmica e da área empresarial consideram as comunidades virtuais como um
15 Informações extraídas do Site Folha Uol. Acessado em 05/04/2005. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u18267.shtml)
46
espaço útil para permitir a criação de uma cadeia de contatos e recomendações, ou
seja, o networking16.
Existem muitas soluções comercializadas como novidades educacionais que são
consideradas como um nicho mercadológico muito promissor em diversos países. Nos
EUA existe uma parcela muito significativa de recursos públicos que poderiam ser
usados para outras formas de desenvolvimento de professores (Slavin, 1989).
O Linkedin também possui a mesma referência de acesso como o Orkut, o
usuário deve ser convidado por um integrante da comunidade Linkedin, para poder
fazer parte e ter acesso às redes de relacionamento profissional. Diante de tantas
relações eletrônicas e virtuais, podemos citar algumas considerações feitas nas
relações em comunidades.
As comunidades estariam desaparecendo da vida moderna devido à falta
dos lugares que ele chamava "great good places". Segundo ele, haveriam
três tipos importantes de lugar em nossa vida cotidiana: o lar, o trabalho e
os terceiros lugares. (RHEINGOLD, 1994, p.61)
Este último refere-se a lugares onde os laços sociais fomentadores das
comunidades seriam formados, como a igreja, o bar, a praça entre outros. Esses
lugares seriam mais propícios para a relação social que ele julga necessária para o
"sentimento de comunidade", porque seriam aqueles onde existe o "lazer", onde as
pessoas encontram-se de modo desinteressado para se divertirem. Como esses
lugares estariam desaparecendo da vida moderna, devido às atribulações do dia a dia,
as pessoas estariam percebendo que o "sentimento de comunidade" estaria em falta.
Uma relação disso é que essas comunidades passam a ser as comunidades virtuais,
deixando de existir fisicamente e passando a estar presentes mais nos meios
eletrônicos e virtuais do que em meios mais tradicionais.
16 Redes de Relacionamentos.
47
Diante das abordagens desse capítulo, percebe-se que as pessoas, aqui
tratadas neste ambiente como interlocutores midiáticos são valorizadas pela
possibilidade de livre debate, influência recíproca e a cooperação oferecida pelo
ambiente Moodle. Os interlocutores, de certa forma controlam o fluxo de informações
em discussões por meio de ferramentas que o próprio ambiente disponibiliza, criando
assim a relação da interatividade com os agentes envolvidos.
48
CAPÍTULO II – O MOODLE
2.1 - HISTÓRICO
O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é um
ambiente que permite à comunicação e a interatividade da aprendizagem a distância,
que foi desenvolvido pelo australiano Martin Dougiamas, na década de 90, mais
precisamente em 1999, quando Martin era webmaster na Curtin University of
Technology e administrador de sistemas WebCT17. Este último, WebCT, foi uma das
primeiras iniciativas de desenvolvimento de um ambiente para ser usado como um
recurso auxiliar no processo ensino-aprendizagem. Isso ocorreu no início da década de
90, no departamento de Ciência da Computação da University of British Columbia18,
Vancouver, Canadá. No projeto, chefiado por Murray W. Goldberg desenvolveram-se
ferramentas de apoio ao ensino presencial, que eram disponibilizadas por meio da
Web. Essas ferramentas de apoio tinham o objetivo de aplicar novas tecnologias na
preparação de cursos e no enriquecimento das experiências de aprendizagem dos
alunos.
O Moodle é um projeto em andamento liderado e continuado por seu criador e é
assim considerado como um Software ABERTO e LIVRE. Foi idealizado devido as suas
muitas frustrações com o uso de sistemas e da própria internet. Assim ele foi adquirindo
senso crítico sobre ferramentas de uso sistêmico e sua relação com a comunicação e
sua colaboração mediada pela internet. Suas críticas permitem a criação de uma
alternativa ABERTA e LIVRE para que as pessoas possam usar ferramentas e recursos
para ajudar a disponibilizar suas capacidades tecnológicas em ambientes de rede.
Diante disso, Martin completa seu Mestrado e depois um Doutorado em Educação,
combinando a carreira anterior, em Ciência da Computação, para desenvolver a
ferramenta sobre a natureza da aprendizagem e de colaboração.
17 Informações retiradas do site http://moodle.org. Acesso em julho de 2007. 18 Informações retiradas do site http://webct.com. Acesso em julho de 2007.
49
Em especial, foi influenciado pela epistemologia do construcionismo social - que
não só trata a aprendizagem como uma atividade social, mas focaliza a atenção na
aprendizagem que acontece em quanto são construídos ativamente artefatos como, por
exemplo, textos, comunicação, interação, para que outros vejam ou utilizem das
mesmas formas de se interagir e de se comunicar.
Vários protótipos iniciais do Moodle foram desenvolvidos e descartados, antes
que ele lançasse a versão 1.0 para um mundo surpreso, no dia 20 de agosto de 2002.
Esta versão estava dirigida a pequenas turmas, mais íntimas, no nível universitário, e
era sujeita a pesquisa de estudos de caso que analisavam de perto a natureza da
colaboração e da reflexão que aconteciam entre pequenos grupos de participantes
adultos.
Desde então, tem havido uma disponibilização constante de uma série de novas
versões, que acrescentam novos recursos, melhor escalabilidade e melhor
desempenho.
Assim, este ambiente vem sendo utilizado por diversas instituições no mundo
todo, possuindo uma grande comunidade cujos membros estão envolvidos em
atividades que abrangem desde correções de erros e o desenvolvimento de novas
ferramentas à discussão sobre estratégias pedagógicas, comunicacionais e interativas
de utilização do ambiente e suas interfaces. Por exemplo, o Moodle não só é usado em
universidades, mas também em escolas secundárias e primárias, organizações sem
fins lucrativos, empresas privadas, por professores independentes e mesmo por pais
que ensinam em casa.
Um número cada vez maior de pessoas pelo mundo vem contribuindo com o
Moodle de diversas maneiras. Podemos dizer que qualquer instituição que utilize o
ambiente Moodle, com qualquer fim que seja, está colaborando com o seu
desenvolvimento de alguma maneira, mesmo que de forma simples, como divulgar sua
50
existência e possibilidades, identificar problemas ou experimentar novas perspectivas
de comunicação e interatividade.
Essa contribuição pode ser associada com o pensamento de PARENTE (1993)
que associa as tecnologias que se conjugam em interfaces com a informática e o ser
humano, conjugando a interatividade em interface com a tecnologia.
À medida que o Moodle se espalhou e a comunidade cresceu mais sugestões e
comentários foram recebidos de uma gama mais ampla de pessoas em diversas
situações de ensino.
O ambiente virtual de aprendizado Moodle, aqui pesquisado, possui como
objetivo a socialização de produções, pesquisas, conteúdos, exercícios, atividades e
cenários feitos e elaborados, pelo próprio professor da sala tradicional em ambiente
eletrônico. Faculta assim a interação quanto ao suporte e complemento das aulas
tradicionais.
O Web Site, www.fernandomoraes.pro.br, sustentado pelo ambiente virtual de
aprendizado (Moodle), permite a construção do conhecimento pelo trabalho em grupos
nesses ambientes virtuais de aprendizagem, aqui citados como comunidades virtuais.
Isso é feito por meio de discussão, reflexão e tomadas de decisões mediadas pelos
recursos oferecidos pelo ambiente.
Um exemplo disso é a própria comunidade existente do Moodle no mundo, o
Web Site www.moodle.org, que cria uma interação colaborativa de idéias e conteúdos
para que todos os agentes envolvidos no processo de aprendizagem do ambiente
possam trocar conhecimento ensinando a todos.
Essas características vistas no Web Site Moodle, acabam por definir uma
identidade de comunidade virtual acadêmica, em que grupos de agentes criam relações
51
entre si, para trocas interativas de determinadas ações que são suportadas sobre
interação mútua (PRIMO, 2007) e comentadas no item 1.2 do capítulo 1.
Como as comunidades Moodle, por meio de seu Web Site, existem projetos que
buscam a constituição de ambientes colaborativos e cooperativos de aprendizagem.
Para isso, é comum que existam outros ambientes virtuais de aprendizado e
suas relações com comunidades específicas para suas contribuições. Existem
atualmente diversas ferramentas com essa mesma abordagem que já foram relatadas
nesta pesquisa no Capítulo 1 no tópico 1.1.
As comunidades existentes do Moodle no mundo, são associadas ao Web Site
abaixo:
Figura 1: Site Ambiente Virtual de Aprendizado Moodle Mundo.
52
O Web Site Moodle.org, promove um ponto central para informação, discussão e
colaboração entre os usuários deste ambiente virtual de aprendizagem, o que inclui
administradores de sistemas, professores, pesquisadores, desenhistas instrucionais e,
é claro, desenvolvedores.
Surgiram também outros sites para suporte as comunidades que usam a
plataforma Moodle no Brasil. Estas comunidades permitem desde trocas de
experiências vividas no ambiente virtual de aprendizagem até treinamentos específicos
em nível nacional.
- Moodlebrasil.net
Figura 2: Site Ambiente Virtual de Aprendizado Moodle Brasil.
Então a comunidade Moodle, possui relações entre os seus agentes envolvidos
associando e relacionando a importância da interatividade. As interações deste
ambiente enfatizam que é preciso partir da interação humana para compreender a
53
interatividade da comunicação da ferramenta e do ambiente, pois, deste modo, os
agentes não são apenas colocados como disparadores de informações do sistema,
mas sim como interlocutores midiáticos, acessando conteúdos que interagem e
alimentam a estrutura do Moodle. Assim o envolvimento de interatividade e
comunidades virtuais, se dá de forma negociada, aberta, por meio de um processo de
negociação, com ações interdependentes que geram interpretações, possuindo fluxo
dinâmico, cuja relação se dá através da construção negociada. Essas interações são
representadas por um chat no Moodle, por exemplo, conversas sobre dúvidas de um
conteúdo disponível para estudo, ou até mesmo dias de aulas e datas de avaliações.
Essas comunidades podem ser destacadas por suas interações ocorridas entre
todos os agentes envolvidos neste ambiente, pois a ação e interatividade dessas
comunidades acabam por desencadear novas formas de relacionamento, novos
modelos de negócio e novas formas de ensino-aprendizagem, criando novos coletivos.
Como o Moodle, este site está sempre evoluindo para se adequar às
necessidades da comunidade e, como o Moodle, será sempre Aberto e Gratuito.
Em 2003, foi criada a empresa http://moodle.com/, para dar suporte adicional, em
termos comerciais, para aqueles que precisarem, e para oferecer hospedagem
gerenciada, consultoria e outros serviços.
54
2.2 – CARACTERISTICAS DO AMBIENTE VIRTUAL
O Moodle é um ambiente virtual de aprendizagem de código aberto, livre e
gratuito, seus usuários podem baixá-lo, usá-lo, modificá-lo e distribuí-lo seguindo
apenas os termos estabelecidos pela licença GNU GPL
(http://www.fsf.org/licenses/gpl.html). Ele pode ser executado, sem nenhum tipo de
alteração, em sistemas operacionais19 Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e
outros sistemas que suportem a linguagem PHP.
Os dados são armazenados em bancos de dados MySQL e PostgreSQL, mas
também podem ser usados Oracle, Access, Interbase, ODBC e outros.
O Moodle dispõe de um conjunto de ferramentas que podem ser selecionadas
pelos interlocutores de acordo com seus objetivos. Dessa forma podemos conceber
interações mediadas pela ferramenta, oferecendo interações que utilizem fóruns,
diários, chats, questionários, textos wiki, objetos de aprendizagem sob o padrão
SCORM20, publicar materiais de quaisquer tipos de arquivos, dentre outras
funcionalidades. Contudo, ressaltamos este ambiente em particular, por ele permitir que
estes mecanismos sejam oferecidos de forma flexibilizada, ou seja, os interlocutores,
além de poder definir as suas disposições na interface, poderá utilizar metáforas que
imputem a estas ferramentas diferentes perspectivas, que apesar de utilizarem a
mesma funcionalidade, se tornem espaços didáticos e interativos únicos.
O Moodle é um servidor Web, e a interação com ele é feita por meio de um
navegador (browser).
19
Um sistema operacional é um programa ou um conjunto de programas cuja função é servir de interface entre um computador e seus recursos computacionais (softwares ou hardwares) e o usuário e um gerenciador destes recursos dentro do sistema computacional. Dados extraídos Microsoft Company, no site www.microsoft.com em 01/03/2007 20 Advanced Distributed (ADL) / Sharable Content Object Reference Modelo (SCORM). Discponível em Http://adlnet.org.
55
Assim, um simples Chat, pode ser utilizado com um espaço para discussão de
conceitos relacionados a um tema, como pode ser chamado de “Ponto de Encontro” e
ser utilizado para estimular o estabelecimento de vínculos entre os participantes do
curso ou comunidade. Parece simples, mas os resultados são importantes, já que esta
decisão não depende da interferência de qualquer profissional da área de tecnologia ou
design, o próprio professor que diante das particularidades de seu corpo discente é
quem vai decidir que novos espaços podem ser criados e refletir sobre a possível
interação no processo de comunicação de ensino-aprendizagem.
Khan (1997) fez duas observações importantes:
1-) Os agentes envolvidos em um ambiente virtual de aprendizado suportado
pela Web, podem controlar sua interatividade, sua comunicação (síncrona e
assíncrona), sua procura online de atividades e conteúdos, publicação eletrônica de
arquivos e documentos, entre outras ações mediadas por esta ferramenta, neste caso o
Moodle.
2-) É possível ter conveniência e comodidade nos acessos dos conteúdos
disponíveis, uma facilidade aplicada ao uso deste ambiente, suporte online, tanto pelo
ambiente como pelos agentes envolvidos, baixo custo, facilidade manutenção de
conteúdos e informações, ambientes formais e informais, comunidades de aprendizado
cooperativo, etc.
Da mesma forma podemos criar metáforas para outras ferramentas como o
fórum, que pode se tornar um portfólio, um repositório de atividades, um relatório de
atividades de campo, além de um espaço para discussão de conceitos. Ao mesmo
tempo, um glossário pode ser usado com um dicionário, uma FAQ, um pequeno
manual, dentre outras alternativas. É bom lembrar, que o uso de uma ação ou atividade
para uma ferramenta não inviabiliza outras possibilidades, pois cada uma delas pode
ser inserida no mesmo curso quantas vezes e em que posição ou momento o professor
achar necessário.
56
Nesta perspectiva, concebemos o ambiente virtual como mais do que um simples
espaço de publicação de materiais, permeado por interações pré-definidas, mas como
um local onde o professor espelhe as necessidades de interação e comunicação que
cada contexto educacional lhe apresente em diferentes momentos e situações.
Com as novas tendências da educação nacional, baseadas em evoluções da
informação globalizada, os ambientes virtuais de aprendizagem agregaram novas
funcionalidades e elementos. Esses ambientes têm hoje uma preocupação com
escalabilidade, usabilidade e portabilidade. Isso significa, respectivamente, que há uma
preocupação com a quantidade de usuários que acessam o sistema e sua integração
com bases de dados de sistemas acadêmicos; com o bom uso as funcionalidades pelos
usuários e com as formas de exportar conteúdos didáticos e cursos de um ambiente
virtual de aprendizagem para outro. Para suportar as questões relacionadas à
portabilidade dos AVA, a ADL (Advanced Distributed Learning) passou a desenvolver, a
partir de 2000, um padrão para exportação de conteúdos e dos próprios cursos dos
AVA.
57
2.3 - PONTOS FORTES DE UTILIZAÇÃO DO AMBIENTE
O Moodle disponibiliza alguns recursos ao professor como a estrutura do
ambiente, a mediação constante e o planejamento das atividades para o suporte
estratégico na interação dos agentes no uso do ambiente virtual e suas ferramentas.
2.3.1 A Estrutura do Ambiente
Visualizando a estrutura citada no capítulo 2 (figura 3), o layout da página deve ficar
mais atrativo aos agentes envolvidos, assim criando um clima mais agradável das
janelas e das páginas do ambiente oferecido pelo Moodle, para que os agentes sintam-
se a vontade para navegar por todo o material ou conteúdo das páginas do ambiente,
criando assim um envolvimento que é oferecido pelo próprio meio.
Alguns estudos feitos por EALES(1997) comprovam a importância do ambiente
virtual para o ensino-aprendizado.
Desta forma, são relações importantes sobre este meio, a estrutura desenvolvida
com a distribuição de seus conteúdos e de seu layout :
a-) Designer do Ambiente:
Esta idéia é relacionada com o objetivo da disciplina, relacionando e adequando o
perfil dos agentes envolvidos ao seu objetivo de uso.
Toda parte gráfica, como as imagens, as cores, o tamanho das fontes, os estilos de
fontes, os sons, as animações precisam estar corretamente alinhadas ao perfil dos
agentes envolvidos com a disciplina. Isso acaba tendo como objetivo a facilitação da
navegação tornando-a mais agradável e amistosa, permitindo estímulos a leitura e a
interpretação sensorial e emotiva.
58
b) Gestão de Estratégica do Ambiente Virtual.
Neste tópico todas as áreas do ambiente do Moodle devem ser bem definidas,
conforme figuras 10 e 11, viabilizando e facilitando a interação e a usabilidade do
ambiente para que os alunos não fiquem desamparados em um local totalmente
desconhecido, caracterizando-o aqui como um meio que permite facilidade ao visualizar
conteúdos e atividades.
É importante relacionar a sala de aula tradicional (presencial) e o ambiente virtual
Moodle como, avisos disponibilizados em portfólios, notícias ou até mesmo em murais
de avisos (figuras 14 e 15), onde as informações servirão de ponto de apoio para
encontros e desenvolvimento de atividades, fóruns e chats associados às aulas
tradicionais.
Figura 14: Quadro de Avisos
Figura 15: Quadro de Avisos
59
Diante dessas relações podemos considerar que tudo que o aluno precisar, em
termos de recursos de apoio, durante sua interação no ambiente, poderá ser obtido no
próprio Moodle. Se ele necessitar de uma pesquisa ou busca, o link21 estará disponível
e de fácil localização. Se determinada atividade precisar de uma leitura complementar,
um programa específico para a leitura, o link para download22, estará disponível para
que o aluno não precise sair do ambiente em busca de recursos que o ambiente não
disponibilize.
Uma caixa de informações trazendo as últimas notícias do Brasil e do Mundo para
que o aluno acompanhe os acontecimentos, enquanto trabalha nas atividades da
disciplina. O professor, prevendo as atividades a serem desenvolvidas, já disponibiliza
os recursos necessários, como links de sites e programas. Isso evitará a saída da
página e distração do aluno com as inúmeras outras opções de navegação da Internet.
Uma boa estratégia é sempre abrir novas páginas separadas da página principal do
Moodle, pois, assim que elas forem fechadas, restará ao fundo a página do curso que
poderá ser imediatamente retomada.
d) Conveniência e Praticidade.
O ambiente é acessado de qualquer lugar e em qualquer horário, mesmo sem a
presença do professor. Desta forma, o ambiente deve estar preparado para que o aluno
encontre as instruções das tarefas, e que possa criar interações com o professor por
meio de envio de dúvidas (fórum ou email), possa fazer trabalhos (lição, tarefa e,
atividades) e os envie pelos próprios recursos oferecidos pelo ambiente.
Assim, mesmo sem um mediador de plantão, vinte e quatro horas por dia, uma ação
assíncrona pode dar continuidade aos procedimentos do próprio ambiente e demonstrar
ao aluno, sua funcionalidade.
21 Simplesmente uma ligação 22 Baixar, neste caso transferência de dados de um computador para outro
60
Nota-se que, apesar dos recursos do ambiente, o professor deve se
preocupar sempre com a organização do ambiente virtual e atuar como
coordenador, motivador e elo do grupo. (MORAN, 2001, p.56)
Assim, o professor ajuda, problematiza, incentiva e relaciona. Ele ficará atento às
reações do aluno protagonista que não executará apenas tarefas, mas estará
produzindo em função de toda a sistemática criada em torno no conteúdo a ser
ministrado.
61
CAPÍTULO III – O AMBIENTE VIRTUAL DO PROFESSOR.
3.1. O WEB SITE
O Web Site do Professor Fernando Moraes, (www.fernandomoraes.pro.br), é um
ambiente cooperativo de aprendizado baseado na ferramenta Moodle, (conforme citado
no item 1.1). Essa ferramenta é utilizada para a assistência da interação
comunicacional dos interlocutores midiáticos (alunos e professores) envolvidos em
grupos e comunidades virtuais para a prática nos cursos de Administração, nas
disciplinas Sistemas de Informação e Tecnologia da Informação, nas Faculdades
Metropolitanas de Campinas.
Esta ferramenta possuí como objetivos a criação de uma cultura interativa entre
a comunicação dos envolvidos e o ambiente virtual educacional. Permite contribuir com
mudanças no campo da comunicação, da educação e da tecnologia, dando suporte à
recriação, a conexão e o encorajamento dos envolvidos para a evolução do
conhecimento e da criação de comunidades de conhecimento.
Figura 3: Tela inicial do Web Site Moodle www.fernandomoraes.pro.br
62
O ambiente criado pelo Professor Fernando Moraes, por meio da ferramenta
Moodle, possui um diferencial de comunicação para o ensino-aprendizado, pois ele se
baseia em uma abordagem cooperativa mediada pelo ambiente virtual e a internet.
Considerando esse ambiente como um ambiente voltado ao ensino e a
educação, abordo que o principal objetivo da educação (Piaget, 1973) é criar homens
que sejam capazes de fazer novas coisas e não de simplesmente repetir o que outras
gerações fizeram. Esse ambiente, então, permite que a educação forme mentes que
possam ser críticas, que possam analisar e não aceitar tudo que lhes é oferecido.
Diante disso, apresentam-se alguns desafios iniciais tanto para o aluno como
para o professor. No começo, o aluno que nunca participou desse ambiente voltado
para o ensino-aprendizado, pode experimentar sentimentos de isolamento e confusão.
Isso acontece porque está acostumado com o ambiente da sala de aula onde tem
contato com seus colegas e professor quase diariamente e pode tirar dúvidas e
interagir.
63
3.1.1 A COMUNICAÇÃO INTERATIVA DO AMBIENTE
Na modalidade suportada pela Web em ambientes virtuais de aprendizado, neste
caso o Moodle, existe quatro tipos de interatividade: aluno/Moodle, aluno/aluno,
aluno/professor e aluno/conteúdo, levando em consideração as ferramentas oferecidas
aos agentes envolvidos deste ambiente. O reconhecimento da existência destes quatro
canais de interatividade e a sua utilização da maneira correta serão vistos na figura 4.
Figura 4: Interatividade Professor e Aluno no Ambiente de Aprendizado Moodle
Inicialmente, leva-se em consideração a interação aluno/Moodle. No ambiente
onde as disciplinas estão disponíveis existe um espaço onde, tanto professores como
alunos interagem em uma apresentação informal. Nessa interação, os agentes
envolvidos destacam, por exemplo, de onde são, onde trabalham e seus “hobbies”, ou
qualquer outro aspecto de seu interesse.
Nesse espaço, também é importante anexar uma foto e colocar o seu correio
eletrônico para contato, como visto na figura 5.
64
Figura 5: Interatividade Professor e Aluno no Ambiente de Aprendizado Moodle
O Web Site Fernando Moraes, oferece disciplinas para os cursos de Graduação,
Graduação Tecnológica, Extensão e Pós-Graduação como extensão da sala tradicional
utilizando o ambiente virtual de aprendizado Moodle. No Moodle existe uma guia
chamada PERFIL (figura 5) onde alunos e professores podem fazer essa identificação,
disponibilizando informações pessoais entre eles. Isso faz com que se interajam de
forma mais eficiente, e consigam achar afinidades entre os agentes envolvidos,
contribuindo assim para criação de grupos e comunidades de trabalho.
O ambiente em estudo apresenta um espaço para sessões de chat (figura 6),
fóruns de discussão (Figura 7), correio eletrônico interno, notícias, atividades entre
outros mecanismos de interação para facilitar a relação dos agentes envolvidos nas
disciplinas e os conteúdos disponíveis com o professor.
65
Figura 6: Ferramenta para diálogos em Chats
Figura 7: Ferramenta para interação em Fórum
Logo após a interação aluno/Moodle, consideramos a interação aluno/aluno,
nesta relação o professor cria atividades, para servir de apoio no aprendizado de forma
colaborativa, ou seja, que proporcione trocas de conhecimentos entre os agentes
envolvidos, neste caso alunos, construindo assim juntos o conhecimento.
Este tipo de interação é caracterizado pela presença de pequenos grupos ou
comunidades, aqui cadastradas como as identificações de salas tradicionais (ADM3A,
ADM3B e ADM3C) de alunos que interagem na busca da realização de uma tarefa ou
atividade em comum aplicando e sintetizando os conceitos desenvolvidos em sala de
aula tradicional.
66
Figura 8: Comunidades de Alunos no Moodle
Dessa forma o aprendizado é maior quando os alunos se envolvem em
interatividade uns com os outros, ou seja, em grupos e comunidades, pois os fatores
motivadores e afetivos, os fatores sociais e estruturais ligados às diferenças pessoais
por meio das trocas interativas promovem um melhor resultado no processo de
aprendizagem. Essas interações criam no aluno um senso de comprometimento, já que
ele reconhece que a sua aprendizagem, bem como a aprendizagem de outra pessoa
dependem da sua participação e interesse nas atividades disponíveis no ambiente
Moodle.
A interatividade entre alunos também pode ser estimulada em sessões de chat
(Figura 6) e fóruns de discussão (Figura 7). Primo (2001) observa que tanto os e-mails
quanto as listas de discussão permitem interações assíncronas, os chats ou salas de
bate-papo oferecem um ambiente para a livre discussão em tempo real, isto é, de forma
síncrona.
67
Então, considerando Primo (2001), as sessões de chat (figura 6) são encontros
síncronos eletrônicos realizados em horários pré-estabelecidos, onde o aluno pode tirar
dúvidas, interagir com outros alunos e debater um tema pré-estabelecido pelo professor
que já programa em conteúdo de ementa entregue no primeiro dia letivo. Já os fóruns
(figura 7) de discussão proporcionam comunicação assíncrona entre os participantes do
ambiente e o professor.
Nos fóruns, o professor lança um tema de discussão relacionado ao conteúdo da
disciplina. Nesse espaço, os alunos registram suas argumentações e suas opiniões
com os demais participantes sempre tendo o professor como moderador do debate.
Já a interação aluno/professor apresenta alguns pontos importantes para ser
discutido. Se o aluno estiver com qualquer dificuldade com relação à interação do
ambiente, das disciplinas, ou até mesmo do conteúdo, o professor estará disponível on-
line em fóruns ou chats. Neste sentido, o professor possui horários previamente
agendados, especificados na agenda, para fazer o acompanhamento do aluno durante
o processo de interação no ambiente. Quando esta relação é efetivada, o aluno adquire
segurança, pois conta com o apoio do professor.
Deste modo, o contato constante entre o professor e alunos, é de suma
importância, pois se baseia em responder dúvidas enviadas pelo ambiente virtual de
aprendizado.
O professor é responsável por incentivar a busca de conhecimentos, a aquisição
de novas informações, o estabelecimento de interações entre o que se aprende na sala
de aula tradicional e o ambiente virtual de aprendizado. Isso caracteriza a importância
do papel do professor tanto no modelo presencial quanto no ambiente virtual.
Refletindo sobre a figura 4, que representa a interação dos agentes com as
ferramentas disponíveis com o ambiente, o professor busca uma criação de vínculos
mais profundos com seus alunos, podendo enviar mensagens que não tratam
68
necessariamente do conteúdo das aulas. Nessas mensagens de correio eletrônico,
bate-papo ou até mesmo notícias, o professor pode refletir e compartilhar pensamentos,
comentários e até mesmo experiências de âmbito profissional e pessoal. Essas
interações fortalecem e refletem no crescimento pessoal dos agentes envolvidos neste
ambiente virtual de ensino aprendizado.
Nesta relação de interatividade aluno/conteúdo é importante destacar a relação
direta com o processo de aprendizado, pois, pela relação interativa, o aluno estrutura o
seu conhecimento. Um cuidado tomado neste ambiente interativo, para justificar essa
própria relação, é que o conteúdo disponibilizado para os alunos não pode ser
formulado apenas para uma simples leitura. Muitos professores que utilizam este
ambiente limitam-se a simplesmente transcrever o conteúdo escrito das aulas para a
tela do computador, com pouco ou nenhum cuidado didático ou interativo, mas este
ambiente virtual não consiste apenas em meramente reproduzir textos e enviar
apostilas pela Web. A criação de links no texto e a possibilidade do aluno responder a
perguntas no próprio ambiente virtual do professor o ajudam a interagir com o
conteúdo. Essa interação o ajudará a manter-se interessado nos conteúdos da
disciplina e a buscar informações adicionais sobre o próprio conteúdo em outras fontes.
Fortalecendo as interações por meio do ambiente virtual, é importante lembrar a
importância que nós mesmos possuímos de estar em constante interação, pois somos
sociais e a interação está em nosso cotidiano. Os ambientes virtuais de aprendizado
acabam por complementar as necessidades acadêmicas ao desenvolver atividades
baseadas em práticas e modelos que permitam e ofereçam a interatividade onde a
aprendizagem possa ser uma experiência válida e objetiva para todos os agentes
envolvidos neste ambiente. O Web Site do professor, por meio do ambiente virtual
Moodle, sustenta aos professores e alunos trocas de conhecimentos, favorecendo o
crescimento cultural, no compartilhamento de idéias, conteúdos e até mesmo
experiências vividas em casos discutidos e ilustrados por meio desta interação.
69
Sendo assim os principais beneficiários deste ambiente são os próprios
interlocutores midiáticos, professor e aluno. Acredita-se que o professor deve dominar a
sua área de conhecimento sem ser necessariamente obrigado a saber sobre as
tecnologias da Internet. A tarefa do professor consiste em criar material educacional de
boa qualidade, deixando a programação da navegação para o ambiente. Com a
ferramenta Moodle, o professor não precisa saber qualquer linguagem técnica e nem
tão pouco ter habilidades lógicas de computação para criar, alterar e interagir neste
meio virtual e eletrônico. O Moodle promove a separação do conteúdo da navegação,
tirando a tarefa técnica da lista de responsabilidades do professor. Já a tarefa dos
alunos, consiste em interagir e participar dos grupos criados pelo professor e criar a
prática desse envolvimento dessa nova tecnologia de informação e comunicação para
suporte aos conteúdos oferecidos em salas de aula tradicional.
70
3.1.2 A USABILIDADE DO AMBIENTE
Atualmente, ao se pensar em como utilizar ambientes virtuais de aprendizado, é
importante considerar o fato que existem muitas dificuldades por parte dos
professores/mediadores, mesmo aqueles já acostumados em práticas de ambientes
virtuais de aprendizado, em estruturar áreas no ambiente que sejam efetivas de suporte
ao ensino e analisar os processos de interação entre os agentes capturando o que
realmente acontece em cada parte do ambiente.
Para diminuir essas dificuldades, o Moodle fornece um conjunto de mecanismos
de comunicação, coordenação e cooperação. Com isso o professor pode customizar
seus conteúdos de aulas de acordo com os objetivos da comunicação adequada do
processo de ensino-aprendizado que devem ser alcançados.
Os mecanismos de comunicação fornecem as facilidades que permitem a troca
ou o envio de informação entre os interlocutores midiáticos. Estes mecanismos incluem
ferramentas de correio eletrônico (uma ferramenta de correio eletrônico e uma
ferramenta de lista de discussão), uma ferramenta de conferência assíncrona textual
(ferramenta de grupos e comunidades) e uma ferramenta de conferência síncrona
textual (chat).
O uso deste ambiente foi centrado na investigação das atitudes de alunos com
relação aos conteúdos disponibilizados para as disciplinas de Sistemas de Informação
e Tecnologia da Informação, suportadas pelo ambiente virtual de aprendizado Moodle.
O público alvo foram os alunos matriculados (145) em uma das disciplinas
cadastradas no ambiente virtual do professor, no qual utiliza como suporte das aulas
tradicionais de uma instituição de ensino superior de Campinas-SP. Essas disciplinas
são oferecidas semestralmente. Destaca-se que existe um Conteúdo Programático das
Disciplinas destacando um cronograma de atividades tanto no método tradicional como
nos encontros pelo ambiente virtual.
71
Abaixo tabela do conteúdo programático contendo cronograma das atividades.
4. CRONOGRAMA DAS AULAS
Aulas Previsão do conteúdo e/ou estratégias de ensino
1 Apresentação da Disciplina e Bibliografias; Sistema de Avaliação e Metodologia de ensino; Conteúdo programático;
2 Aula Laboratório: Cadastro Moodle 3 Aula expositiva: Sistemas, conceitos, exemplos do que é um sistema de informação. Conceitos
Básicos e Aplicações: (Slide ADSI – Introdução) 4 Continuação – Introdução. O que é um Sistema, SubSistemas? O que é Informação? O que é
Informação Gerencial? Componentes de SI 5 Tipos de Sistemas de Informação: SIG; SSD; SI/SE; ERP/CRM.
6 Chat Moodle: SAD
7 E-Business: Conceitos e Aplicações; Funcionalidades; Áreas internas e de atuação – Principais Tendências
8 Continuação do E-Business - Fundamentos: Segmentos Econômicos; Principais Tendências; Paradoxo Econômico do TI
9 Revisão de Conteúdo
10 1ª. Avaliação (P1)
11 Divulgação de notas, Divisão dos Grupos para Seminário de E-Business
12 • Enfoques e Classes do e-Business: e-CRM; e-ERP; e-Commerce; e-SCM; e-Procuremment; e-DSS
13 Gestão da Informação como ferramenta de tomada de decisão. Segurança em Sistemas de informação. Ética em SI
14 Chat Moodle: Estudo de Caso Bosch
15 Interdependência de Sistemas e Organização. Sistemas de Informações nas Empresas. Tendências – Homens de estudo vs Homens de Ação
16 BI – Business Intelligence: Cenário Atual; Níveis de Informação; A organização e seu Ambiente de Negocio; O papel da IC na tomada de decisão
17 Estudo de Caso : Casos diversos
18 • Continuação do BI – Business Intelligence: O sistema de Inteligência Competitiva; Inteligência Competitiva com ética, legalidade e segurança.
19 Chat Moodle: Revisão e Exercícios
20 2ª. Avaliação (P2)
Tabela 4: Parte do Conteúdo Programático da Disciplina de SI e TI (Cronograma das Aulas)
72
Vale lembrar que este site foi ao ar em Janeiro de 2003 e desde então são
monitoradas as atividades e interações dos agentes envolvidos.
O primeiro acesso no ambiente virtual é feito em laboratório de informática com o
auxílio do professor para apresentação e cadastro do Moodle. Isso é feito em todas as
turmas do professor.
Inicialmente o aluno é cadastrado (tela de cadastro – Figura 9) no ambiente
Moodle para que o professor possa gerenciar as interações dos agentes e do próprio
ambiente, conforme visualizado na Figura 4.
Figura 9: Tela de Cadastramento do Moodle.
Após o cadastro autorizado, os agentes possuem acesso as ferramentas
disponibilizadas e configuradas pelo professor. Veja a tela inicial do ambiente com os
agentes devidamente autorizados e logados.
73
Figura 10: Tela do usuário (agente mediador) do ambiente Moddle
O ambiente Moodle disponibiliza para os agentes cadastrados, diversas
ferramentas para a interação de atividades. Aqui se destacam algumas delas para
exemplificar a relevância da interação da ferramenta com os agentes envolvidos:
• Materiais
• Chat
• Fórum
Cada ferramenta possui um mecanismo de interação, como o intuito deste
trabalho não é a criação de um manual de utilização deste ambiente, não serão
detalhados os meios de configuração e de utilização do mesmo, só serão destacadas
as suas relações interativas entre os agentes envolvidos, aqui os alunos pesquisados.
74
Assim descrevo abaixo as ferramentas de maior importância na pesquisa feita
sobre a interação e as informações referente às ferramentas disponíveis no ambiente
Moodle:
- Materiais
Esses materiais disponíveis no ambiente Moodle são meios de criação de
páginas de texto simples, páginas web, indicação de links de acesso entre outros.
Abaixo destaco um exemplo de utilização de páginas simples para informações as
comunidades dos alunos no ambiente Moodle:
Figura 11: Tela de Materiais disponíveis.
Esses materiais, aqui criados e estruturados, mesmo reconhecendo a
importância da comunicação como uma das principais condições para a interação
humana, não se pode entender essa produção de materiais didáticos, para o processo
ensino-aprendizagem, como uma simples transmissão de um conhecimento por parte
75
dos agentes envolvidos neste ambiente virtual; mas sim como construções e
reconstruções inerentes ao conhecimento. (OLIVEIRA, 2002).
- CHATS
Os Chats, ou bate-papos, são atividades em que, os agentes envolvidos, alunos
e professores estabelecem uma comunicação por escrito, on-line, com dia e hora
previamente determinados. É semelhante, em tudo, às ferramentas disponíveis na
internet com este mesmo nome. Alguns comentários sobre sua interação serão
demonstrados a seguir.
Figura 12: Tela de mensagens dos Chats (Aluno vs Professor).
- FÓRUM
Esta atividade é basicamente uma lista de discussão, ou várias listas. Os
agentes podem criar e participar de fóruns para a discussão de tópicos e conteúdos
dados em aulas ou até mesmo marcar sobre aulas interativas e eletrônicas. Neste caso
76
os agentes midiáticos, tanto o professor, como os alunos podem criar um fórum para
discutir cada tópico ou capítulo do curso ou tema em questão.
Abaixo um exemplo de fórum disponibilizado pelo professor e a interação entre
alunos da disciplina de sistemas de informação e tecnologia da informação:
Figura 13: Tela de tópicos de Fóruns abertos para futuras discussões.
Depois de cadastrados os tópicos dos fóruns os agentes podem interagir com
conteúdos e com os demais envolvidos.
Todos os mecanismos existentes no ambiente virtual do professor fornecem
meios para assegurar que os participantes (grupo e comunidades) possam trabalhar de
forma efetiva, e assim, alcançar seus objetivos. O ambiente oferece uma ferramenta
básica de agenda, que serve para agendar compromissos, como uma sessão de chat,
ou para se fazer anúncios sobre o desenvolvimento do curso. Estes mecanismos
também incluem ferramentas para a avaliação de aprendizado, tais como tarefas e
auto-avaliação.
77
Os mecanismos de cooperação fornecem os meios para promover o
aprendizado, a resolução de problemas e a realização de tarefas em grupo, isto é, os
meios para o compartilhamento de idéias e informação. No Moodle, o conceito de
cooperação deve ser entendido como a preparação do material pelo professor e, de um
ponto de vista construtivista, a criação de um espaço para a contribuição de outros
participantes (outros Interlocutores Midiáticos). Entre estes mecanismos existem
ferramentas para a transferência de materiais e indicação de autorias e tutorias.
Todo poder oferecido aos alunos é baseado em parâmetros definidos pelo
professor. Este controle oferece uma lista de serviços e facilidades de navegação de
alto nível, customizados pela seleção dos mecanismos de comunicação, coordenação e
cooperação feita previamente pelo professor. Os alunos estão familiarizados com o uso
de ferramentas web em diversos recursos existentes na rede (internet). Utilizando um
menu prático e de fácil entendimento, os alunos podem escolher entre os diversos
serviços, como por exemplo, contato com o professor, listas de discussão, grupos de
interesse, comunidades, entre outros.
78
3.2 – A INTERAÇÃO DA COMUNIDADE ACADÊMICA E A FERRAMENTA
Um ambiente como este, de aprendizado virtual, que oferece suporte ao
construtivismo23 permite uma participação ativa na construção de conhecimento através
da interação e do acesso à estrutura e a estratégia de construção do conhecimento de
outros participantes ou de um grupo. Entretanto, uma alta carga de interação pode
originar problemas de coordenação, como por exemplo, desorientação no hiper-espaço,
sobrecarga de comunicação, desorientação na execução de tarefas e perda de
sincronismo de um grupo.
O Workflow Management Coalition define workflow como uma facilidade
computacional ou uma automação de um processo de negócio no seu todo ou em
parte. A tecnologia de workflow pode melhorar a eficiência operacional de um processo.
Isto porque um workflow pode ajudar na coordenação e no fornecimento de informação
relevante à execução de tarefas.
A tecnologia de workflow ajuda na racionalização e na explicação de uma ação,
facilitando o processo de cooperação. No entanto, o fluxo de interação descrito em um
workflow deve ser seguido à risca. Assim, o uso de workflow em ambientes de
learningware necessita uma adaptação de sua estrutura.
A utilização da tecnologia de workflow em ambientes de learningware permitirá a
coordenação de tarefas em grupo, verificar o rastro das interações dos interlocutores
midiáticos com os materiais do curso. Esta coordenação ajudará o professor a analisar
o processo de construção de conhecimento dos alunos. Outros benefícios conseguidos
através do uso deste mecanismo são a redução da sobrecarga de comunicação e da
noção de desorientação no hiper-espaço.
23
Neste caso, explica os processos de desenvolvimento e aprendizagem como resultado de uma interação da ferramenta Moodle (Professor e aluno). Baseado em GOULART, Iris B. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor. 14a ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
79
Recorrendo a Bauman, ao conceito de “comunidade estética” de Kant, definindo
como “a natureza superficial, transitória dos laços que surgem entre seus participantes,
todas essas comunidades que são criadas neste momento são de laços descartáveis e
pouco duradouros” (p. 67). Exatamente em função da interação entre alunos e
professores naquele momento de aula e suporte aos seus conteúdos. Estes laços são
desmanchados após o término do curso e causam pouco ou nenhum mal-estar. Porém
é importante salientar que isso está desencadeando novas formas de relacionamento e
criando novos coletivos, que têm na internet, e mais específico neste WebSite interativo
(www.fernandomoraes.pro.br), o espaço de sua constituição.
Se acreditarmos que as comunidades devem ocupar um lócus, um território
específico, um espaço geograficamente determinado onde as pessoas estejam ligadas
pelos mesmos interesses, então saberemos que elas essas barreiras foram quebradas
aqui, pelo uso desta ferramenta.
Os Interlocutores Midiáticos, vivem aqui com um senso de interdependência e
integração. Não é apenas o fato de um grupo viver num determinado território que irá
caracterizá-lo como uma comunidade. O grupo pode estar com o sentimento de
comunidade (entendimento entre os envolvidos), segundo Bauman (2003, p.15),
citando Tönnies, é um “entendimento compartilhado por todos os membros. Não um
consenso”. Isso porque consenso se refere a uma escolha de opinião feita pela maioria.
Para haver consenso é preciso que haja alternativas de escolha que possam ser
analisadas e votadas.
Dentro desta perspectiva, vista nos tópicos anteriores, a partir do momento em
que a comunidade passa a ter troca de informações com o mundo exterior (relações
das comunicações entre as pessoas da comunidade e o mundo exterior), as fronteiras
são quebradas e a comunidade passa a ser como a conhecemos atualmente. Então é
possível que a formação de comunidades localizadas em territórios geograficamente
demarcados, conforme entendido por Bauman (2003), seja mesmo difícil de acontecer
no mundo contemporâneo, porém o desenvolvimento da comunicação baseada nas TIC
80
tem feito com que novos coletivos de pessoas estejam sendo formados com objetivos
comuns.
Todos esses novos coletivos formados pelo Web Site do professor Fernando
Moraes não ocupam apenas um espaço determinado, mas cada ponto da rede onde
haja um participante conectado realizando, neste caso, as aulas e a interatividade com
os conteúdos e situações propostas. Essas comunidades são constituídas por grupos
de alunos que possuem afinidades de interesses, projetos comuns, construção de
conhecimentos coletivos por meio de trocas interativas e cooperação. Todas as
atividades desenvolvidas numa comunidade do Web Site independem do espaço
geográfico onde cada membro possa estar localizado.
81
CAPÍTULO IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1 – A RELAÇÃO DA INTERAÇÃO: AMBIENTE, PROFESSOR E ALUNO
Um fator muito importante para a eficácia do ambiente virtual é a capacitação do
agente que gerencia e coordena as disciplinas a serem disponibilizadas para os alunos.
O ensino e as comunicações virtuais necessitam uma nova postura de
comunicação. As interações de métodos de ensino necessitam de muita consciência e
segurança e, certamente, requerer uma adaptação não somente quanto aos aspectos
tecnológicos, mas, principalmente, no que diz respeito à própria forma de ensinar e
compartilhar seus conhecimentos com os alunos.
Dos aspectos acima citados, é importante destacar o papel do professor como
mediador. A mediação do professor pode acontecer virtualmente, por recursos como
chat e fórum de discussão, já demonstrados nos capítulos anteriores, e representa um
momento de encontro do professor com seus alunos, propiciando o aprofundamento de
questões, o envio de comentários e as intervenções necessárias para o bom
andamento das atividades propostas. A postura do professor, nesse momento, não
pode ser de monopólio, já que ele faz parte de uma ação de construção coletiva do
conhecimento.
Segundo Kenski (2002, p.225):”[...] alguns alunos sentem falta da presença do
professor, gerando uma espécie de "solidão" durante os estudos [...]”.
Reforça-se a necessidade da presença, virtualmente ou não, do professor. No AVA,
o professor deve acompanhar as interações dos alunos através das ferramentas do
próprio ambiente Moodle. O aluno, por ficar dependente das ações do ambiente e das
atividades, deve ser estimulado constantemente por meio de mensagens de interesse
do professor, indagando sobre suas dificuldades e incentivando sua participação.
82
O Moodle do ambiente do professor possui ferramentas de controle de acesso para
a avaliação de como o aluno tem interagido com o ambiente. Nesse controle, o
professor controla, por meio de registros gerados pelo ambiente, as atividades
realizadas pelo aluno.
Com a convivência do espaço tradicional, sala de aula e o ambiente virtual
oferecido pelo Moodle do professor, é possível traçar um quadro que compare o modelo
tradicional de ensino e o Moodle do professor:
Mediadores Sala de Aula Moodle
Professor Agente único do conhecimento Agente Mediador
Aluno Agente receptor de informações
Agente Interlocutor (Interage na relação
de troca de informação para o ensino-
aprendizado).
Conteúdos Com o interesse de ser
decorados e não entendidos
Sujeito a críticas e a sugestões para a
interpretação.
Avaliação Feita com relação da informação
assimilada pelos alunos Feita por interpretação.
Metodologia Relação mínima de interação
Interação total entre os agentes
envolvidos (Alunos, Professores,
Conteúdos e Ferramentas)
Meio de
Acesso
Caderno do aluno, livros
didáticos, apostilas e anotações
das aulas.
Universo Global
Atividades Geralmente individuais
Colaboração por meio de comunidades
e colaborações
Tabela 5: Relação da Interatividade do Moodle e da Sala Tradicional.
Assim, no ambiente virtual suportado pelo Moodle, é necessário que o professor
estruture suas atividades com o intuito de criar uma interação entre os agentes
83
envolvidos, promovendo no aluno, uma relação objetiva de pensamento crítico e um
estímulo de progredir em seus estudos, mantendo uma postura madura e autônoma.
O importante não é só disponibilizar conteúdos adequados, mas sim como esses
conteúdos e atividades fortalecem o indivíduo com raciocínio lógico, flexível e criativo.
Após pesquisa feita por meio de questionário, sobre o desempenho do professor, a
atitude dos alunos manteve-se positiva quanto à promoção de um ambiente de
aprendizagem agradável e estimulante (55%). Os alunos demonstraram certa
negatividade em o professor responder às questões encaminhadas por e-mail ou pelo
ambiente de aprendizagem (41%). O professor auxilia e incentiva o aprendizado no
ambiente Moodle (90%), o ambiente permite relação de interatividade com aos alunos
(57%) e a interação e o incentivo de atividades são bem consideráveis (68%).
Relação do desempenho: Ambiente e o Professor
Questões Sim Não Média
De maneira geral, o
professor tem
auxiliado
efetivamente o
grupo a aprender
130 15 90%
Nessa disciplina
disponível no
Moodle recebi mais
atenção do que em
sala de aula
tradicional.
83 62 57%
O formato deste
ambiente facilita a
interação com o
professor.
100 45 69%
84
O professor
incentiva a
interação por meio
de
questionamentos,
desafios e críticas
98 47 68%
O professor cria
ambientes
agradáveis de
interação
80 65 55%
O professor
responde aos email
encaminhados de
atividades e
exercícios.
60 85 41%
Tabela 6: Relação de desempenho de interação do ambiente e do professor
Esses resultados indicam que os alunos valorizam o ambiente virtual para suporte
ao método tradicional, valorizando o feedback rápido e à clarificação das expectativas
por parte do professor. Isso concretiza a importância do ambiente Moodle para o
aumento da facilitação da interação entre alunos e professores em ambientes virtuais
de aprendizado para suporte de cursos tradicionais e futuramente cursos à distância.
Uma outra questão levantada foi a de conveniência para acessar o ambiente. Dessa
questão surgiu a próxima tabela.
85
Conveniência de Acesso: Ambiente e os Alunos
Questões Sim Não Média
O ambiente
proporcionar
interação com a
disciplina e o ritmo
dos alunos
145 0 100%
Maior flexibilidade
de acesso aos
conteúdos.
145 0 100%
Tabela 7: Relação de Conveniência e Acessibilidade do Ambiente
Ao destacar a relação de conveniência, os alunos pesquisados associaram que o
ambiente virtual é totalmente flexível e oferece a eles melhor facilidade de escolha de
local e hora de acesso aos conteúdos ou atividades oferecidas pelo ambiente.
Ao relacionar a conveniência de acesso aos conteúdos, foi pensado em algumas
questões sobre o convívio social, até mesmo pelas reflexões feitas de comunidades
nesta pesquisa, estruturaram-se algumas perguntas neste sentido, citadas na tabela 8.
Sociabilidade no Ambiente
Questões Sim Não Média
O ambiente permite
a criação de novas
amizades.
45 100 31%
Preferência por
atividade em grupo 105 40 72%
Curiosidade no
perfil dos agentes
envolvidos.
132 13 91%
Tabela 8: Relação social dos usuários com o Ambiente
86
Uma hipótese que pode ser levantada para compreender a atitude negativa com
relação a criação de novas amizades é que as comunidades existentes eram da própria
sala de aula tradicional, criando assim o mesmo sentimento existente no método
tradicional, ou seja os grupos de estudos do ambiente eram mantidos pela origem da
sala tradicional. Uma percepção, por parte do professor, é que a interação efetivamente
ocorre, pois mesmo sem possuir interesse em novas amizades existe uma preferência
relativa em executar tarefas em grupos (72%) e uma curiosidade em buscar
informações de perfil dos agentes cadastrados no ambiente (91%).
Outra questão de grande importância é a atitude dos alunos com o ambiente virtual
de aprendizado. A relação por parte dos alunos sobre o uso do ambiente e à
flexibilidade de acesso ao Moodle viso na tabela 9.
Ambiente Virtual
Questões Sim Não Média
O ambiente é fácil de
acessar e usar. 104 41 72%
Você acessa o
ambiente de qualquer
lugar. (não apenas na
Faculdade)
127 18 88%
As ferramentas
disponíveis me
auxiliaram na
aprendizagem do
conteúdo.
123 22 85%
O ambiente favorece o
acesso prático e rápido
ao conteúdo da
disciplina.
135 10 93%
Tabela 9: Relação da percepção dos alunos quanto ao Moodle
87
Diante disso, os alunos associam o fato de poderem acessar o ambiente de
qualquer lugar com conexão à internet, reconhecem à capacidade que um sistema
interativo oferecer vantagens aos agentes envolvidos, em um determinado contexto de
operação, para a realização de tarefas, atividades, fórum e chats, de maneira eficaz,
eficiente e agradável.
Por fim os conteúdos acessados pelos alunos eram prioritariamente sobre as aulas
dadas no método tradicional, visualizadas na tabela abaixo.
Material Acessado
Questões Sim Não Média
Você acessa todos os
arquivos, apostilas e
comentários da
disciplina.
123 22 85%
Você acessa as
ferramentas de
interação das
disciplinas.
135 10 93%
O material é bem
elaborado 117 28 80%
O material oferecido no
ambiente virtual
permite suporte as
aulas tradicionais
140 15 96%
Tabela 10: Relação do material oferecido pelo Moodle
88
4.2 – A IMPORTÂNCIA DAS COMUNIDADES
A relação dada nesta pesquisa demonstrou o conceito de uma ambiente virtual
colaborativo, permitindo que haja um crescimento de vantagens e benefícios oferecidos
pelas ferramentas do ambiente virtual do professor para melhorar a relação do
conhecimento adquirido em atividades do aluno. As atividades feitas pelo ambiente
colaborativo proporcionam pelo uso de ferramentas que facilitam a representação,
construção e análise de informações, um diferencial e uma opção a mais para o aluno
ter contato com conteúdos e atividades dadas em sala de aula tradicional.
Neste contexto, a pesquisa se concentrou em identificar a relação de interatividade
dos agentes e do ambiente virtual como suporte ao ensino aprendizado. Assim, foi
caracterizado este ambiente em particular, por ele permitir que esta interação, por meio
de ferramentas oferecidas pelo Moodle, interaja com o aluno de forma flexível, ou seja,
o professor, além de gerenciar o ambiente, ele pode configurar e disponibilizar estas
ferramentas em diferentes perspectivas, que apesar de utilizarem a mesma
funcionalidade, se tornem espaços didáticos únicos.
Diante disso, um simples Chat, pode ser utilizado com um espaço para discussão
de conceitos relacionados a um tema e ser utilizado para criar vínculos entre os
agentes envolvidos na disciplina ou na comunidade. Dessa forma os resultados
possuem grande relevância, pois, o próprio professor que diante das características de
seu grupo de alunos é quem vai decidir se novos espaços podem ser criados e refletir
sobre a possível intervenção destes no processo ensino-aprendizagem. O mesmo
acontece com o fórum, que pode se tornar um portfólio, um banco de atividades, um
relatório de atividades de campo, além de um espaço para discussão de conceitos.
Ao mesmo tempo, um glossário pode ser usado com um dicionário, uma FAQ24, um
pequeno manual, dentre outras alternativas. É bom lembrar, que o uso de uma ação ou
atividade para uma ferramenta não inviabiliza outras possibilidades, pois cada uma
24
Frequently Asked Questions – Perguntas Frequentes
89
delas pode ser inserida no mesmo curso quantas vezes e em que posição ou momento
o professor achar necessário. Nesta perspectiva, concebemos o ambiente virtual como
mais do que um simples espaço de publicação de materiais, permeado por interações
pré-definidas, mas como um local onde o professor espelhe as necessidades de
interação e comunicação que cada contexto educacional lhe apresente em diferentes
momentos e situações.
Então, em todo o contexto da pesquisa, os alunos podem ter compreendido
ambiente virtual de aprendizado como mero meio de armazenamento e disseminação
de conteúdos, e não como modelo de ensino/aprendizagem que utiliza tecnologias para
mediar parte desse processo, aqui representado pelo Moodle.
Este estudo constatou que o impacto positivo da flexibilidade oferecida pelo
Ambiente Virtual Moodle, garante o funcionamento adequado das interações virtuais,
viabilizando as necessidades dentro e fora das salas de aulas tradicionais, como
ampliar o conhecimento e incentivar as atividades de interação de conteúdos
eletrônicos. Permite acessibilidade prática e dinâmica de materiais e ferramentas de
interação comunicacional, tanto por parte dos alunos como por parte do professor, aqui
tratados como agentes midiáticos. O ambiente Moodle permite que o professor melhore
seus conteúdos e dinamize suas aulas. Os recursos disponíveis permitem criar uma
nova cultura ao professor e ao aluno envolvido, isso tanto na percepção do uso de
arquivos como textos de word, planilhas de excel, como também usar o próprio
ambiente para pesquisas e construção de novos conhecimentos.
É importante salientar que é indispensável o controle dos alunos, por parte do
professor, para levantar dados de acesso e de interação das atividades. O Moodle
permite que sejam filtradas informações dos alunos envolvidos para estudos de perfil e
de individualidade dos alunos, pois pode-se saber qual o conteúdo descrito em um
fórum, um chat entre outras atividade feitas pelos envolvidos.
90
Então associo o Ambiente Moodle, estudado aqui, como um ambiente de
interação de sucesso, quando é usado de acordo com noções mais objetivas de
conteúdos e atividades entre os envolvidos. Deve-se também ter censo estratégico para
controlar a própria metodologia, possibilitando um melhor envolvimento entre as
necessidades dos envolvidos.
91
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Adja. Ferreira., et al. (1998) Realidade Virtual na Escola : Um Panorama.
Anais do XVIII Congresso da SBC, Belo Horizonte/MG. (pp 604-613)
AMARAL, Sueli Angélica. Marketing da Informação na Internet. Campo Grande:
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95
ANEXO 1 – Questionários utilizados na coleta de dados.
Aluno: Turma:
Disciplina:
QUESTÕES:
Relação do Desempenho: Ambiente e Professor
1-) De maneira geral, o professor auxilia efetivamente o grupo a entender o conteúdo?
( ) Sim ( ) Não
2-) Nessa disciplina disponível no Moodle, recebi mais atenção do quem em Sala de
aula tradicional?
( ) Sim ( ) Não
3-) O formato deste ambiente facilita a interação com o professor?
( ) Sim ( ) Não
4-) O professor incentiva a interação por meio de questionamentos, desafios e críticas?
( ) Sim ( ) Não
5-) O professor cria ambiente agradável de interação?
( ) Sim ( ) Não
6-) O professor responde os emails encaminhados de atividades e exercícios feitos no
ambiente?
( ) Sim ( ) Não
96
ANEXO 2 – Questionários utilizados na coleta de dados.
Aluno: Turma:
Disciplina:
QUESTÕES:
Conveniência de Acesso: Ambiente e Alunos
1-) O ambiente proporciona interação com a disciplina e o ritmo de aprendizado dos
alunos?
( ) Sim ( ) Não
2-) Existe maior flexibilidade aos acessos dos conteúdos comparados com as aula
tradicionais?
( ) Sim ( ) Não
97
ANEXO 3 – Questionários utilizados na coleta de dados.
Aluno: Turma:
Disciplina:
QUESTÕES:
Sociabilidade no Ambiente25
1-) O ambiente permite a criação de novas amizades?
( ) Sim ( ) Não
2-) Você prefere as atividades em grupo?
( ) Sim ( ) Não
3-) Você tem curiosidade em saber, ou acessar, as informações dos integrantes de
outros grupos por meio do Perfil?
( ) Sim ( ) Não
25 Foram utilizadas nestes questionários conceitos e conteúdos enfatizando uma nova relação entre as tecnologias e a sociabilidade, configurando um tipo de cultura contemporânea (Lemos, 2004).
98
ANEXO 4 – Questionários utilizados na coleta de dados.
Aluno: Turma:
Disciplina:
QUESTÕES:
Ambiente Virtual26
1-) O ambiente é de fácil utilização?
( ) Sim ( ) Não
2-) Você acessa o Moodle de qualquer lugar, não estando apenas restrito a faculdade
ou a sua residência?
( ) Sim ( ) Não
3-) As ferramentas disponíveis no Moodle auxiliaram você a entender melhor o
conteúdo dado em sala de aula tradicional?
( ) Sim ( ) Não
4-) O Moodle favorece o acesso prático e rápido do conteúdo da disciplina?
( ) Sim ( ) Não
26 Foram utilizadas nestes questionários conceitos e conteúdos enfatizando uma nova relação entre as tecnologias e a sociabilidade, configurando um tipo de cultura contemporânea (Lemos, 2004).
99
ANEXO 5 – Questionários utilizados na coleta de dados.
Aluno: Turma:
Disciplina:
QUESTÕES:
Material Acessado
1-) Você acessa todos os materiais disponíveis do ambiente (Artigos, Planilhas,
Documentos e Slides).
( ) Sim ( ) Não
2-) Você acessa as ferramentas todas as ferramentas que permitem conversa no
ambiente (Chat, Fórum)?
( ) Sim ( ) Não
3-) O material é bem escrito e padronizado?
( ) Sim ( ) Não
4-) O ambiente oferecido no Moodle é um suporte, de fato, as aulas tradicionais?
( ) Sim ( ) Não
100
ANEXO 6 - A utilização do ambiente Moodle em algumas Comunidades
Acadêmicas.
Atualmente o Moodle é usado em cerca de 2.900 projetos educacionais em 112
países, e quase 80 projetos educacionais no Brasil (universidades e cursos), incluindo
grandes universidades públicas e particulares e projetos corporativos27. Grandes
empresas desenvolvedoras de softwares de gestão empresarial, como a SAP, estão
desenvolvendo projetos para sistemas AVA e utilizando plataformas Moodle para
aplicações de treinamento empresarial.
Diante de tantas utilizações, retrato aqui as comunidades mais representativas
no espaço acadêmico:
http://ead.mackenzie.com.br/mackvirtual/
27
Fonte: www.moodle.org/sitesmoodle.htm. Acessado em 12/02/2006.
101
Figura 17:Web Site: http://www.eadslmandic.com.br/ead/login/index.php
Figura 18:Web Site: http://www.eadslmandic.com.br/
102
Figura 19: http://www.eadslmandic.com.br/ead/
Figura 20: Web Site: http://moodle.redealuno.usp.br/moodle/
103
Figura 21: http://moodle.redealuno.usp.br/moodle/course/category.php?id=22 (ECA)
Figura 22: Web Site: http://acd.ufrj.br/~ead_guedes/moodle/
104
Figura 23: Web Site: http://moodle.grude.ufmg.br/
Figura 24: Web Site: http://www.moodle.ufba.br/
105
Figura 25: Web Site: http://www.gente.pro.br/moodle/
Figura 26: Web Site: http://200.131.212.100/moodle/login/index.php - UNIV DE OURO PRETO
106
Figura 27: Web Site: http://www.ufv.br/ecologia.moolde.br
Figura 28: Web Site: http://www.moodle.ufscar.br/course/category.php?id=90
107
Figura 23: Web Site: http://woodstock.unicamp.br/moodle183/
Figura 23: Web Site: http://moodle.fgv.br/
108
Figura 23: Web Site: http://moodle.pucsp.br/
Todos os sites existentes da plataforma Moodle, são credenciados e informados
em um cadastro de usuários. Esse cadastro é feito pelo próprio usuário da plataforma,
não tendo nenhuma obrigatoriedade deste cadastro, o que dificulta o controle exato de
usuário em IES e particulares, como professores independentes. Em Janeiro de 2007
existiam cadastrados 448 sites de Instituições de Ensino no Brasil28.
28
Fonte: Moodle.org
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
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