FUSÃO DAS IMAGENS DE PET-CT COM 18F-
FDG E RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA
NO DIAGNÓSTICO DE LESÕES MAMÁRIAS
PRIMÁRIAS
ALMIR GALVÃO VIEIRA BITENCOURT
Tese apresentada à Fundação Antônio
Prudente para obtenção do título de Doutor
em Ciências
Área de concentração: Oncologia
Orientador: Dr. Eduardo Nóbrega Pereira Lima
Co-Orientador: Dr. Rubens Chojniak
São Paulo
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca da Fundação Antônio Prudente
Bitencourt, Almir Galvão Vieira Fusão das imagens de PET-CT com 18f-FDG e ressonância nuclear magnética no diagnóstico de lesões mamárias primárias / Almir Galvão Vieira Bitencourt – São Paulo, 2013. 67p. Tese (Doutorado)-Fundação Antônio Prudente. Curso de Pós-Graduação em Ciências - Área de concentração: Oncologia. Orientador: Eduardo Nóbrega Pereira Lima Descritores: 1. TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE PÓSITRONS. 2. RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA 3. NEOPLASIAS DA MAMA. 4. DIAGNÓSTICO.
DEDICATÓRIA
A minha esposa Flávia, minha maior inspiração, pelo amor, incentivo e
companheirismo em todos os momentos dessa jornada.
A meus pais, pelo exemplo de dedicação e força, e por acreditarem em mim
sempre.
AGRADECIMENTOS
A Pós-Graduação da Fundação Antônio Prudente, pela oportunidade
de conciliar a residência médica com o doutorado.
Aos meus orientadores, Dr. Eduardo e Dr. Rubens, por viabilizar este
projeto, pela amizade, confiança e estímulo para investir cada vez mais na
carreira acadêmica e científica.
Aos muitos orientadores extra-oficiais que tive durante esta fase, Dra.
Paula, Dr. Chiang, Dr. Marcos Duarte, Dra. Miriam, e especialmente a Dra.
Elvira e Dra. Juliana, com os quais pude realizar muitos trabalhos e aprender
muito mais que apenas radiologia.
A meus colegas da residência (Adriana, Eduardo, Pedro e Wagner),
não poderia ter tido uma turma melhor, sem eles não teria sido possível
chegar até aqui.
A todos os colegas do Departamento de Imagem do Hospital AC
Camargo, médicos titulares, residentes, biomédicos, auxiliares e
administrativo, pela convivência diária e apoio para realização deste
trabalho. A Luciane e todos os funcionários da recepção que me ajudaram
no agendamento dos exames.
Aos médicos do Departamento de Mastologia do Hospital AC
Camargo, por apoiarem este projeto, em especial ao Dr. Wesley, que
colaborou ativamente desde os momentos iniciais.
A meus pais (Valmir e Railda), irmãos (Aline, Alissandro, Ivan e
Verbena) e sobrinho (Guga), pelo carinho de sempre e por serem a base da
minha formação pessoal e profissional.
A meus sogros (José Carlos e Nedy) e cunhada (Bia), minha segunda
família, por estarem sempre comigo e apostarem no meu sucesso.
Em especial, a minha esposa Flávia, co-autora de tudo que eu faço,
por me estimular a crescer, me apoiar nos momentos difíceis e valorizar as
minhas conquistas e realizações.
RESUMO
Bitencourt A. Fusão das Imagens de PET-CT com 18F-FDG e ressonância
nuclear magnética no diagnóstico de lesões mamárias primárias. São
Paulo; 2013. [Tese de Doutorado-Fundação Antônio Prudente].
Introdução: A Ressonância Nuclear Magnética (RM) vem ganhando
crescente importância no diagnóstico e manejo de pacientes com câncer de
mama. No entanto, apesar de apresentar uma elevada sensibilidade para o
diagnóstico de câncer de mama, a especificidade da RM mamária é apenas
moderada. Para alguns autores, um aumento na especificidade da RM pode
ser alcançado através da avaliação combinada com métodos de imagem
metabólicos, como a Tomografia por Emissão de Pósitrons - Tomografia
Computadorizada (PET-CT) com 18F-flúor-2-deoxi-D-glicose (18F-FDG). Para
adequada avaliação dos dois métodos, o PET-CT deve ser realizado com a
paciente em decúbito ventral e as mamas pendentes, mesma posição
utilizada na RM das mamas. Objetivo Principal: Confeccionar um
dispositivo que permita a realização do PET-CT com 18F-FDG em decúbito
ventral, com as mamas pendentes, e avaliar a viabilidade da fusão das
imagens de RM de mamas e PET-CT com 18F-FDG (PET-RM) e seu
potencial uso diagnóstico na caracterização de lesões mamárias primárias.
Materiais e Métodos: Foram estudadas 60 pacientes com lesões mamárias
suspeitas identificadas na RM. Estas pacientes foram submetidas ao PET-
CT realizado com protocolo específico para este estudo e, posteriormente, a
estudo histopatológico no Hospital A. C. Camargo. As imagens da RM e do
PET-CT foram avaliadas individualmente e após fusão em software
específico, e correlacionadas com os achados histopatológicos. Resultados:
Foi desenvolvido com sucesso um dispositivo que permite a aquisição das
imagens do PET-CT com a paciente em decúbito ventral, utilizando como
molde a bobina utilizada para RM de mamas. Foram identificadas 76 lesões
mamárias na RM, com diâmetro entre 06 e 94 mm, e 57 áreas de
concentração anômala de 18F-FDG no PET-CT, com SUV máximo entre 0,8
e 23,1. Após fusão das imagens do PET realizado em decúbito ventral com
as imagens da RM, observou-se que todas as áreas de metabolismo
anormal no PET correspondiam a lesões previamente identificadas na RM.
O resultado do estudo histopatológico evidenciou 17 lesões benignas
(22,4%) e 59 malignas (77,6%). Considerando todas as lesões, a fusão PET-
RM apresentou sensibilidade de 89,8%, especificidade de 76,5% e acurácia
de 86,8%. Quando analisamos apenas as lesões nodulares com diâmetro ≥
10 mm, a sensibilidade foi de 95,8%, especificidade de 83,3% e acurácia de
93,3%. Conclusões: Foi confeccionado com sucesso um dispositivo para
aquisição das imagens do PET com a paciente em decúbito ventral, que
tornou viável a fusão das imagens do PET e da RM. Na avaliação do
potencial uso diagnóstico da fusão PET-RM, observou-se boa acurácia
deste método na diferenciação entre lesões mamárias benignas e malignas,
principalmente nas lesões nodulares com diâmetro ≥ 10 mm.
SUMMARY
Bitencourt A. [Fusion of 18F-FDG PET-CT and magnetic resonance
imaging in the diagnosis of primary breast lesions]. São Paulo; 2013.
[Tese de Doutorado-Fundação Antônio Prudente].
Introduction: Magnetic Resonance Imaging (MRI) has become increasingly
important in the diagnosis and management of patients with breast cancer.
However, despite a high sensitivity for the diagnosis of breast cancer, the
specificity of breast MRI is only moderate. For some authors, an increase in
MRI’s specificity can be achieved by by combining morphologic and dynamic
MRI features with functional imaging methods, such as Positron Emission
Tomography - Computed Tomography (PET-CT) with 18F-fluoro-2-deoxy-D-
glucose (18F-FDG). For proper evaluation of the two methods, PET-CT
should be performed with the patient in the same position used in breast MRI
(prone position with the breasts pending). Main Objectives: To build a
device that allows the performance of 18F-FDG PET-CT in prone position,
with outstanding breasts, and to evaluate the feasibility of fusion of breast
MRI and 18F-FDG PET-CT images (PET-MRI) and its potential diagnostic
use in characterizing primary breast lesions. Materials and Methods: We
studied 60 patients with suspicious breast lesions identified on MRI. These
patients underwent PET-CT performed with specific protocol for this study
and, subsequently, histological analysis at the Hospital A. C. Camargo. MRI
and PET-CT images were evaluated individually and after fusion in specific
software, and correlated with histopathologic findings. Results: We
developed a device that allows the acquisition of the PET-CT images with the
patient in the prone position, using as a template the coil used for breast
MRI. It was identified 76 breast lesions on MRI, with diameters between 06
and 94 mm, and 57 areas of concentration anomalous in 18F-FDG PET-CT,
with maximum SUV between 0.8 and 23.1. After fusion of PET images
performed in the prone position with MRI imaging, we found that all areas of
abnormal metabolism in PET corresponded to previously identified lesions on
MRI. The result of the histopathological study revealed 17 benign lesions
(22.4%) and 59 (77.6%) malignant. Considering all lesions, PET-MRI fusion
provided a sensitivity of 89.8%, specificity of 76.5% and accuracy of 86.8%.
When analyzing only the nodular lesions with a diameter ≥ 10 mm, the
sensitivity was 95.8%, specificity of 83.3% and accuracy of 93.3%.
Conclusions: We successfully developed a device for image acquisition of
PET-CT in the prone position, which made possible the fusion of MRI and
PET-CT images. In assessing the potential diagnostic use, PET-MRI fusion
showed good accuracy in differentiating between benign and malignant
breast lesions, especially in nodular lesions with a diameter ≥ 10 mm.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fotos da bobina para realização da Ressonância Magnética
(RM) de Mama............................................................................... 20
Figura 2 Dispositivo confeccionado para realização do PET-CT em
decúbito ventral com as mamas pendentes................................... 21
Figura 3 Imagens da Ressonância Magnética (RM), PET e fusão dos dois
métodos (PET-RM) em paciente com extenso tumor na mama
direita associado a linfonodomegalia axilar................................... 22
Figura 4 Gráfico de dispersão demonstrando correlação entre o valor do
SUV máximo e o índice mitótico nas lesões mamárias malignas
(n=59)............................................................................................. 37
Figura 5 Gráfico de dispersão demonstrando a correlação entre o valor
do SUV máximo e a expressão de Ki-67 das lesões mamárias
malignas......................................................................................... 38
Figura 6 Paciente de 59 anos com Doença de Paget na mama direita....... 39
Figura 7 Paciente de 64 anos com queixa de nódulo palpável na mama
direita.............................................................................................. 40
Figura 8 Paciente de 52 anos com nódulo na mama direita identificado
em mamografia de rotina............................................................... 41
Figura 9 Paciente de 77 anos com história de mastectomia esquerda por
Doença de Paget apresentou nódulo na mama reconstruída em
ultrassonografia de acompanhamento........................................... 42
LISTA DE TABELAS E QUADRO
Tabela 1 Características morfológicas e dinâmicas das lesões nodulares
identificadas na RM de mamas (n=64).......................................... 24
Tabela 2 Características morfológicas e dinâmicas das áreas de realce
não-nodular identificadas na RM de mamas (n=12)...................... 25
Tabela 3 Achados da mamografia e ultrassonografia das lesões nodulares
identificadas na RM de mamas (n=64).......................................... 26
Tabela 4 Achados da mamografia e ultrassonografia das áreas de realce
não-nodular identificadas na RM de mamas (n=12)...................... 26
Tabela 5 Resultados histológicos das lesões identificadas na RM de
mamas (n=76)................................................................................ 27
Tabela 6 Características histológicas e imunohistoquímicas dos tumores
malignos (n=59)............................................................................. 28
Tabela 7 Correlação dos achados da RM com o resultado da fusão PET-
RM nas lesões mamárias (n=76)................................................... 30
Tabela 8 Correlação dos achados da RM com o resultado histológico das
lesões mamárias (n=76)................................................................. 31
Tabela 9 Correlação entre o resultado da fusão PET-RM e o resultado da
histologia para todas as lesões mamárias incluídas, para as
lesões nodulares e não nodulares, para as lesões com diâmetro
igual ou superior a 10 mm e para as lesões nodulares com
diâmetro igual ou superior a 10 mm............................................... 33
Tabela 10 Sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor
preditivo negativo e acurácia da fusão PET-RM para todas as
lesões mamárias incluídas, para as lesões nodulares e não
nodulares, para as lesões com diâmetro igual ou superior a 10
mm e para as lesões nodulares com diâmetro igual ou superior a
10 mm............................................................................................ 33
Tabela 11 Correlação entre o resultado da fusão PET-RM e o resultado da
histologia nas lesões mamárias classificadas como BIRADS 4
na RM (n=27)................................................................................. 34
Tabela 12 Correlação entre fatores histológicos e o resultado da fusão
PET-RM nas lesões mamárias malignas....................................... 35
Tabela 13 Comparação entre o número de mitoses e o percentual de
positividade do ki-67 (média desvio-padrão) o resultado da fusão
PET-RM nas lesões mamárias malignas (n=59)............................ 35
Tabela 14 Correlação entre fatores histológicos e o valor do SUV máximo
das lesões mamárias malignas...................................................... 36
Tabela 15 Áreas de concentração anômala de 18F-FDG identificadas em
outras partes do corpo nas 60 pacientes com lesões mamárias
incluídas no estudo........................................................................ 44
Quadro 1 Resultados falso-positivos e falso-negativos da fusão PET-RM.... 34
LISTA DE ABREVIATURAS
18F-FDG 18F-flúor-2-deoxi-D-glicose
BIRADS Breast Imaging Data and Report System
CDI Carcinoma Ductal Invasivo
CDIS Carcinoma Ductal In Situ
CLI Carcinoma Lobular Invasivo
DP Desvio-Padrão
Gd-DTPA Gadolínio (Gadopentato Dimeglumine) DTPA
P25 Percentil 25
P75 Percentil 75
PAAF Punção Aspirativa por Agulha Fina
PEM Mamografia por Emissão de Pósitrons
PET Tomografia por Emissão de Pósitrons
PET-CT Tomografia por Emissão de Pósitrons - Tomografia
Computadorizada
PET-RM Tomografia por Emissão de Pósitrons - Ressonância Nuclear
Magnética
RM Ressonância Nuclear Magnética
SUV Standard Uptake Value
SUVmax SUV máximo
TC Tomografia Computadorizada
US Ultrassonografia
VPN Valor Preditivo Negativo
VPP Valor Preditivo Positivo
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
2 OBJETIVOS .......................................................................................... 11
2.1 Objetivo Principal ................................................................................... 11
2.1 Objetivos Secundários ........................................................................... 11
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................... 12
3.1 Desenho do Estudo ............................................................................... 12
3.2 População do Estudo ............................................................................ 12
3.3 Aspectos Éticos ..................................................................................... 12
3.4 Critérios de Inclusão .............................................................................. 13
3.5 Critérios de Exclusão ............................................................................. 13
3.6 Metodologia / Protocolo dos Exames .................................................... 13
3.7 Análise Estatística ................................................................................. 18
4 RESULTADOS ...................................................................................... 20
4.1 Confecção e teste do Dispositivo para realização de PET-CT
dedicado às Mamas .............................................................................. 20
4.2 Caracterização da Casuística ................................................................ 23
4.3 Resultados Histológicos ........................................................................ 27
4.4 Achados do PET-CT e Fusão PET-RM ................................................. 29
4.5 Correlação entre RM e Histologia .......................................................... 30
4.6 Acurácia Diagnóstica da Fusão PET-RM e correlação com achados
Histológicos ........................................................................................... 32
4.7 Achados Adicionais do PET-CT ............................................................ 43
5 DISCUSSÃO ......................................................................................... 45
6 CONCLUSÕES ..................................................................................... 57
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................... 59
ANEXOS
Anexo 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Anexo 2 Ficha de Coleta de Dados
1
1 INTRODUÇÃO
O câncer de mama é o segundo tumor maligno mais incidente, após o
câncer de pele não-melanoma, e a principal causa de morte por neoplasia
entre mulheres no Brasil (Ministério da Saúde 2011). A redução da taxa de
mortalidade desta neoplasia depende essencialmente de um planejamento
terapêutico adequado baseado em programas de rastreamento e detecção
precoce (NEWMAN e SABEL 2003).
Os métodos de imagem são de fundamental importância para o
manejo de pacientes com câncer de mama, especialmente no diagnóstico
precoce de lesões mamárias não-palpáveis. O rastreamento anual é capaz
de reduzir de 20 a 35% a mortalidade por este tipo de câncer em mulheres
entre 50 e 69 anos e em um menor percentual em mulheres entre 40 e 49
anos. A mamografia ainda é considerada o método de escolha para
rastreamento populacional (ELMORE et al. 2005).
Segundo consenso publicado pelo Ministério da Saúde (2004), o
rastreamento para câncer de mama no Brasil deve incluir exame clínico
anual para mulheres acima de 40 anos e rastreamento mamográfico a cada
dois anos para mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos. Além disso, o
exame clínico das mamas deve fazer parte do atendimento integral à mulher
em todas as faixas etárias e, para aquelas submetidas ao rastreamento
mamográfico, deve ser garantido o acesso aos demais exames de
diagnóstico, ao tratamento e ao acompanhamento das alterações
2
encontradas. Segundo este consenso, mulheres com elevado risco de
câncer de mama devem ser submetidas ao exame clínico e à mamografia
anualmente a partir dos 35 anos de idade. São consideradas com risco
elevado aquelas com parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com
câncer de mama antes dos 50 anos, bilateral ou com câncer de ovário, com
história familiar de câncer de mama em homens e com lesão mamária
proliferativa com atipia comprovada em biópsia.
A sensibilidade da mamografia de rastreamento depende de fatores
como idade da paciente, densidade do tecido mamário e uso de terapia de
reposição hormonal, assim como da qualidade da imagem e experiência do
radiologista leitor do exame. Por exemplo, a sensibilidade aumenta de 63%
nas pacientes com mamas densas para 87% naquelas com mamas
predominantemente adiposas. Em relação à faixa etária, a sensibilidade
aumenta de 68% nas mulheres entre 40 e 44 anos para 83% nas mulheres
entre 80 e 89 anos (CARNEY et al. 2003). Outros fatores que podem
dificultar o diagnóstico mamográfico de câncer de mama incluem a presença
de implantes mamários e alterações pós-terapêuticas. Além disso, uma
considerável parte das lesões suspeitas de malignidade pelo método, que
são submetidas a estudo histopatológico, trata-se de doença benigna (HALL
et al. 1988).
O American College of Radiology - ACR elaborou, em 1993, um
conjunto de recomendações para a padronização de laudos de mamografia
que ficou conhecido pela sigla BIRADS (Breast Imaging Reporting and Data
System). O objetivo desta sistematização é padronizar a nomenclatura dos
3
laudos, que devem possuir conclusão diagnóstica e propor conduta, de
acordo com a probabilidade de malignidade, visando reduzir o número de
procedimentos desnecessários. Segundo a última edição do BIRADS do
Colégio Brasileiro de Radiologia - CBR (2005), os resultados mamográficos
podem ser classificados em sete categorias:
Categoria 0: indica exame inconclusivo, ou seja, é necessário
avaliação adicional com outras incidências mamográficas ou outros
métodos de imagem;
Categoria 1: exame sem achados alterados, estando indicado apenas
acompanhamento de rotina;
Categoria 2: exame com achados benignos, estando indicado apenas
acompanhamento de rotina;
Categoria 3: exame com achados provavelmente benignos (risco de
câncer inferior a 2%), estando indicado controle precoce em seis
meses ou, eventualmente, biópsia;
Categoria 4: exame com achados suspeitos de malignidade, estando
indicado avaliação anatomopatológica em todos os casos;
Categoria 5: exame com achados provavelmente malignos (risco de
câncer superior a 95%), estando indicado avaliação
anatomopatológica em todos os casos;
Categoria 6: exame com achados malignos confirmados
histologicamente, em avaliação antes do tratamento definitivo.
Apesar desta classificação, habitualmente mais de dois terços das
biópsias realizadas em pacientes com lesões suspeitas na mamografia
4
(BIRADS 4) são negativas (LIBERMAN et al. 1998). Deste modo, outros
métodos de imagem devem ser associados à mamografia, com o objetivo de
aumentar a sensibilidade e especificidade deste método e reduzir o número
de exames falso-positivos e falso-negativos.
A Ultrassonografia (US) mamária é habitualmente indicada para
avaliação complementar de áreas suspeitas na mamografia ou exame
clínico, sendo capaz, por exemplo, de diferenciar lesões sólidas de císticas.
Pode ainda ser utilizada como rastreamento em pacientes jovens, com
mamas densas e alto risco de câncer de mama. Esta modalidade, apesar de
ser equipamento e examinador dependente, tem demonstrado bom custo-
benefício e acurácia para diagnóstico de lesões mamárias (YANG e
DEMPSEY 2007).
Mais recentemente, a Ressonância Nuclear Magnética (RM) vem
ganhando crescente importância no manejo de pacientes com câncer de
mama. As indicações atuais da RM mamária incluem: identificação de
lesões mamárias ocultas em pacientes com metástase linfonodal ou
descarga papilar positiva, cujo foco primário não foi identificado nos outros
métodos de imagem; detecção de lesões multifocais ou multicêntricas em
pacientes com câncer de mama candidatos a cirurgia conservadora;
diferenciação entre tecido cicatricial e tumor em pacientes com suspeita de
recorrência local; avaliação de pacientes com prótese mamária com suspeita
de ruptura; e rastreamento de pacientes com mamas densas e alto risco de
câncer (MORRIS 2007).
5
A principal vantagem da RM em relação à mamografia e US é a
capacidade de avaliar a vascularização do tecido mamário após a injeção
endovenosa do contraste paramagnético com Gadolínio (Gd-DTPA). Devido
à neoangiogênese e à permeabilidade vascular aumentada, a maioria dos
carcinomas apresenta impregnação focal e precoce pelo contraste
endovenoso, ao contrário da maioria das lesões benignas. Além disso, a RM
possui maior acurácia em avaliar o tamanho e as características
morfológicas do tumor, bem como na detecção de lesões multifocais
(ALVARES e MICHELL 2003).
Apesar de apresentar uma elevada sensibilidade para o diagnóstico
de câncer de mama (86-96%), a especificidade da RM mamária é apenas
moderada na maioria dos estudos (SCHEIDHAUER et al. 2004). Em uma
metanálise de 44 estudos avaliando a acurácia da RM em pacientes com
lesões mamárias, a especificidade combinada do método foi de 72%
(PETERS et al. 2008). Os resultados falso-positivos estão habitualmente
associados a lesões de alto risco como carcinoma lobular in situ e
hiperplasias atípicas, além de alterações fibrocísticas e lesões benignas
como fibroadenomas, papilomas, linfonodos, dentre outras. Além da baixa
especificidade, outras limitações da RM incluem tolerância do paciente, alto
custo e tempo de exame (MORRIS 2007).
Outro método de imagem que vem sendo amplamente utilizado para
o diagnóstico, estadiamento e reestadiamento de diversos tipos de câncer é
a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) com 18F-flúor-2-deoxi-D-
glicose (18F-FDG). Ao contrário dos métodos de imagem convencionais
6
capazes de detectar apenas alterações anatômicas, o PET com 18F-FDG é
capaz de fornecer informações relacionadas ao metabolismo da glicose nos
diversos órgãos e tecidos.
As células neoplásicas apresentam consumo aumentado de glicose
em relação à maioria das células normais por mecanismos diversos
(GILLIES et al. 2008). A superexpressão de proteínas transportadoras de
glicose (GLUT) na superfície celular permite um maior influxo de 18F-FDG
nessas células. Há também uma maior atividade da enzima hexocinase,
responsável pela fosforilação intra-celular do 18F-FDG em 18F-FDG-6-fosfato,
que, ao contrário da glicose-6-fosfato, não pode ser degradada pela via
glicolítica. Como as células neoplásicas apresentam ainda atividade
reduzida da glicose-6-fosfatase e a membrana celular é impermeável à 18F-
FDG-6-fosfato, esta substância tende a se acumular no interior dessas
células. Consequentemente, as neoplasias malignas, em geral, concentram
mais 18F-FDG que os tecidos normais e são identificadas no PET como
áreas de atividade celular metabólica anormal (BUCK et al. 2004; LIM et al.
2007).
A concentração de 18F-FDG nos tumores é variável a depender do
órgão de origem e do tipo de tumor. O nível de concentração pode ser
expresso através de uma análise semi-quantitativa simples, cujo índice é
conhecido como valor de captação padrão (SUV – Standard Uptake Value).
O SUV é calculado pela concentração do 18F-FDG nos tecidos em uma
única imagem realizada de 60 a 120 minutos após a injeção, e corrigida para
a dose injetada e a área de superfície corporal do paciente (AVRIL e ADLER
7
2007). Valores maiores de SUV estão associados à maior agressividade do
tumor e pior prognóstico.
Os aparelhos mais recentes de PET são acoplados a um aparelho de
Tomografia Computadorizada (TC), que promove correção de atenuação e
correlação anatômica para as imagens do PET. A fusão das imagens
metabólicas do PET com imagens anatômicas da TC (PET-CT) permite a
identificação topográfica precisa das estruturas metabolicamente ativas ou
alteradas, elevando a especificidade do método (LIMA 2005).
Para pacientes com câncer de mama, o PET-CT com 18F-FDG tem
papel comprovado na detecção de metástases à distância, recorrências e
avaliação de resposta terapêutica. No entanto, para o diagnóstico de lesões
mamárias primárias e estadiamento locorregional, o PET-CT com 18F-FDG
tem valor diagnóstico limitado quando comparado aos outros métodos de
imagem (LIM et al. 2007; ROSEN et al. 2007). Na literatura, o PET com 18F-
FDG demonstrou sensibilidade de 64-96% e especificidade de 73-100%
para o diagnóstico de lesões mamárias suspeitas (SCHEIDHAUER et al.
2004). As principais limitações do PET-CT com 18F-FDG no diagnóstico de
lesões mamárias estão relacionadas à baixa resolução espacial do PET, que
dificulta a identificação de lesões inferiores a 10 mm. Para tumores menores
que 10 mm, a sensibilidade do PET-CT com 18F-FDG é de 25% comparado
a 84% para tumores entre 10 e 20 mm (AVRIL et al. 2000). A concentração
de 18F-FDG também é menor nos tumores não-invasivos como o carcinoma
ductal in situ (CDIS) ou de crescimento lento como o carcinoma tubular (LIM
et al. 2007). Além disso, o PET-CT com 18F-FDG é menos sensível para o
8
diagnóstico do carcinoma lobular invasivo (CLI) em relação ao carcinoma
ductal invasivo (CDI) (CRIPPA et al. 1998). Para avaliação do envolvimento
linfonodal regional, apesar de ter demonstrado elevada sensibilidade e
especificidade, o PET-CT com 18F-FDG não é suficiente para dispensar a
avaliação histológica (LIM et al. 2007).
Para alguns autores, um aumento na especificidade da RM pode ser
alcançado através da avaliação combinada de fatores morfológicos e
dinâmicos da RM com métodos de imagem metabólicos, como o PET com
18F-FDG (BRIX et al. 2001; KUMAR et al. 2007; IAGARU et al. 2007).
GOERRES et al. (2003) avaliaram 32 pacientes com câncer de mama e
encontraram uma acurácia diagnóstica semelhante entre a RM e o PET com
18F-FDG (88% versus 84%) para detecção do tumor primário. No entanto, a
sensibilidade da RM foi superior ao PET com 18F-FDG (100% vs. 79%),
enquanto este demonstrou maior especificidade (94% do PET vs. 72% da
RM). STADNIK et al. (2006) compararam ambos os métodos para avaliação
do comprometimento axilar em dez pacientes com câncer de mama e
encontraram sensibilidade e especificidade de, respectivamente, 100% e
80% para RM e 80% e 100% para PET com 18F-FDG. Segundo WALTER et
al. (2003) a combinação de ambos os exames pode reduzir o percentual de
biópsias desnecessárias de 55 para 17%.
Aparelhos que permitam a aquisição simultânea de imagens
metabólicas do PET com 18F-FDG com imagens morfológicas e
dinâmicas/funcionais da RM (PET-RM) vêm sendo desenvolvidos e já estão
disponíveis para uso comercial em alguns países. Acredita-se que o PET-
9
RM pode fornecer informações morfológicas e funcionais acuradas, com
potencial para ser, no futuro, o exame de escolha para avaliação e
estadiamento de diversos tipos de tumor, substituindo a avaliação
convencional com múltiplos métodos (DOMINGUES et al. 2009). A principal
vantagem da RM acoplada ao PET, em relação à CT, é o melhor contraste
entre os tecidos moles, fundamental para avaliação das lesões mamárias
(PICHLER et al. 2008). Apesar desse equipamento ainda não estar
disponível em nosso meio, a avaliação dos exames de RM e PET pode ser
feita de forma isolada ou através da fusão das imagens dos dois métodos
realizados em equipamentos diferentes.
A principal limitação na análise comparativa das imagens do PET-CT
com 18F-FDG e da RM está relacionada ao posicionamento da paciente. Na
maioria dos protocolos de PET-CT, o exame é realizado em decúbito dorsal,
enquanto os exames de RM mamária são realizados em decúbito ventral,
com uma bobina específica em que as mamas ficam pendentes, permitindo
uma melhor visualização do tecido mamário (HARMS 1999). A comparação
dos exames realizados com estes protocolos é prejudicada pela dificuldade
em localizar as alterações em ambos os estudos.
Alguns autores vêm propondo a realização do PET-CT em decúbito
ventral, através da confecção de dispositivo semelhante à bobina utilizada
na RM (MOY et al. 2007a; SEMPLE et al. 2004). Esta metodologia aumenta
a eficácia do PET-CT com 18F-FDG na avaliação das lesões mamárias e
permite uma melhor comparação com os dados da RM (MOY et al. 2007a).
Com os exames realizados na mesma posição, é possível que as imagens
10
sejam fusionadas e avaliadas em conjunto. Esta fusão das imagens permite
uma avaliação semelhante à comparação “lado-a-lado” dos exames, porém
de forma mais rápida e objetiva (MOY et al. 2007a).
O PET-CT com 18F-FDG pode ainda contribuir para o estadiamento
locorregional e identificação de metástases à distância, sendo capaz de
modificar o planejamento terapêutico em muitos casos. Num estudo
retrospectivo, EUBANK et al. (2004) demonstraram que o PET-CT com 18F-
FDG alterou o planejamento terapêutico em até 44% dos pacientes com
suspeita de disseminação locorregional, tanto por detectar doença mais
disseminada que a CT, como por evitar a realização de procedimentos
cirúrgicos conservadores em pacientes com metástases à distância não
identificadas nos exames convencionais.
Acredita-se que o PET-CT com 18F-FDG realizado com protocolo
específico pode ser útil na avaliação complementar de lesões suspeitas na
RM, fornecendo maior subsídio para a escolha da conduta adequada para
cada caso. No entanto, há uma carência de estudos mais específicos, bem
desenhados e com maior número de pacientes para avaliar esta nova
metodologia.
11
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO PRINCIPAL
Confeccionar um dispositivo que permita a realização do PET-CT com
18F-FDG em decúbito ventral, com as mamas pendentes, e avaliar a
viabilidade da fusão das imagens de RM de mamas e PET com 18F-FDG
(PET-RM) e seu potencial uso diagnóstico na caracterização de lesões
mamárias primárias.
2.1 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS
Correlacionar os achados do PET-CT com 18F-FDG com os achados
da RM e os resultados histopatológicos.
Avaliar os achados adicionais do PET-CT com 18F-FDG nas pacientes
com lesões mamárias primárias suspeitas na RM.
12
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 DESENHO DO ESTUDO
Estudo transversal, com coleta prospectiva dos dados, unicêntrico,
desenvolvido no Departamento de Imagem do Hospital A.C. Camargo.
3.2 POPULAÇÃO DO ESTUDO
Foram estudadas 60 pacientes com lesões mamárias à RM e
indicação formal de biópsia, seja percutânea ou cirúrgica, no Hospital A.C.
Camargo, no período de maio de 2010 a janeiro de 2012.
3.3 ASPECTOS ÉTICOS
Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital A.C. Camargo / Fundação Antônio Prudente (n.
1195/09) antes do início da coleta dos dados. Todos os pacientes incluídos
no estudo foram esclarecidos quanto aos objetivos do trabalho, métodos
utilizados, possíveis riscos e benefícios relacionados aos procedimentos
realizados na pesquisa e foram incluídos somente após concordância e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) - Anexo
1.
13
3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Pacientes do sexo feminino, com lesões mamárias na RM,
submetidas a estudo histopatológico, percutâneo ou cirúrgico, no
Hospital A.C. Camargo, no período do estudo;
Realização de biópsia tecnicamente adequada.
3.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Lesões mamárias identificadas na RM com diâmetro ≤ 05 mm (focos
de realce);
Realização de biópsia mamária até 15 dias antes do PET-CT com
18F-FDG;
Pacientes em tratamento com quimioterapia ou radioterapia, ou que
tivessem recebido a última dose há menos de 30 dias;
Pacientes grávidas ou que estivessem amamentando.
3.6 METODOLOGIA / PROTOCOLO DOS EXAMES
As pacientes submetidas à RM mamária no Departamento de Imagem
do Hospital A.C. Camargo, que apresentaram lesões mamárias suspeitas,
com indicação formal de biópsia, seja percutânea ou cirúrgica, foram
contatadas para inclusão no estudo. Após concordância em participar do
estudo e assinatura do TCLE, as pacientes foram submetidas a exame de
14
PET-CT com 18F-FDG, realizado com protocolo específico para este estudo.
O PET-CT com 18F-FDG foi realizado até 15 dias após a RM. As imagens da
RM e do PET-CT com 18F-FDG foram avaliadas individualmente e após
fusão em software específico, e correlacionadas com os achados
histopatológicos. Uma ficha de dados padrão foi preenchida para todas as
pacientes incluídas no estudo – Anexo 2.
As imagens da RM foram obtidas com paciente em decúbito ventral,
em aparelhos de 1,5T (Magnetom Symphony, Siemens ou Signa HDxt, GE),
usando bobina dedicada à mama. Cada exame consiste de imagens
realizadas antes e após a utilização de contraste paramagnético, iniciando-
se com um “scout view” (topograma) que permite localizar a distribuição
espacial do tecido mamário e a partir do qual são planejadas as demais
sequencias. Antes da administração do contraste, são realizadas uma
sequencia pré-contraste gradiente-eco em T1, tridimensional (3D), no plano
axial, com cortes de 2,5 mm de espessura, e uma sequência T2/STIR, pré-
contraste, no plano sagital, de ambas as mamas, com cortes de 04 mm de
espessura. Para exame dinâmico, são realizadas cinco sequências
gradiente-eco em T1, 3D, no plano axial, com supressão de gordura. O
contraste utilizado é o Gadolínio (gadopentato dimeglumine; Gd-DTPA), na
dose de 20 ml, com velocidade infusão de 03 ml/segundo, seguido de
injeção “em bolo” de 20 ml de solução salina. A primeira imagem é obtida
antes da injeção do contraste, a segunda após 20 segundos da injeção do
contraste, e as demais sequencialmente nos minutos seguintes. A partir
destas imagens dinâmicas são obtidas imagens pós-processamento,
15
subtraindo-se a imagem pré-contraste das imagens pós-contraste para
melhorar a visualização das áreas de realce. A última sequência consiste de
imagens gradiente-eco em T1, pós-contraste, 3D, no plano sagital, de
ambas as mamas, com cortes de 01 mm de espessura e saturação de
gordura.
As lesões evidenciadas na RM foram avaliadas quanto às suas
características morfológicas e dinâmicas (da cinética do realce após
administração do contraste), segundo os critérios estabelecidos pelo
Sistema BIRADS (CBR 2005). As lesões foram divididas quanto ao seu tipo
em dois grupos: lesões nodulares e áreas de realce não-nodular. Focos de
realce inferiores a 05 mm não foram incluídos na análise. Para todas as
lesões foram caracterizadas a localização e dimensão no maior eixo em
milimetros (mm). As lesões nodulares foram caracterizadas quanto à sua
forma (ovóide, redondo, lobulado ou irregular), contornos (regulares,
irregulares ou espiculados), padrão de realce (sem realce, homogêneo,
heterogêneo ou periférico/anelar) e curva dinâmica (tipos I, II ou III). A curva
tipo I ou ascendente representa um realce progressivo e contínuo no estudo
dinâmico pós-contraste, mais comum nas lesões benignas. A curva tipo II ou
platô representa um realce rápido no primeiro minuto atingindo um nível que
persiste nos minutos subsequentes, ocorrendo tanto em lesões benignas
como malignas. A curva tipo III ou “washout” representa um realce rápido no
primeiro minuto seguido de declínio/eliminação do realce, sendo mais
comum nas lesões malignas. As áreas de realce não-nodular foram
caracterizadas quanto à sua distribuição (focal, linear, segmentar, regional,
16
múltiplas regiões ou difusa) e padrão interno de impregnação (homogêneo
ou heterogêneo). Foram descritos ainda achados adicionais, incluindo
comprometimento da pele, invasão do complexo áreolo-papilar ou da parede
torácica e presença de linfonodomegalia axilar. Quando disponíveis, os
dados do exame físico, mamografia e US de cada lesão foram avaliados.
O PET-CT foi realizado em aparelho dedicado (PET-CT Gemini,
Philips) após administração de 0,154 mCi/Kg de peso de 18F-FDG, em jejum,
durante repouso muscular. Antes da administração de 18F-FDG foi colhida
glicemia capilar para garantir que os níveis séricos de glicose encontravam-
se abaixo de 150 mg/dl. As imagens foram iniciadas no intervalo entre 60 e
120 minutos após a dose. Foi realizado o exame de PET-CT pelo protocolo
padrão de avaliação oncológica, que consiste em avaliação do corpo todo
com a paciente em decúbito dorsal. Em seguida, foi feita a sequência
especial de imagens dedicadas à avaliação das mamas, que compreendem
toda a região do tórax e as axilas, sendo realizada com a paciente em
decúbito ventral e as mamas pendentes, propiciando completa visualização
do parênquima mamário. A aquisição céfalo-caudal se inicia com cortes
tomográficos contíguos de 2,5 mm de espessura sendo realizados em
sistema helicoidal de dois canais sem uso de contraste endovenoso,
seguidos da aquisição das imagens do 18F-FDG pelo PET acoplado. Cada
“bed-position” de 15 cm de campo de visão foi adquirido com tempo de
aquisição de 90 segundos.
A interpretação e avaliação do PET-CT com 18F-FDG foi realizada por
pelo menos dois médicos nucleares com experiência em PET-CT, sem as
17
imagens da RM das mamas como orientação. As áreas com concentração
aumentada de 18F-FDG em relação ao parênquima mamário normal foram
consideradas positivas, sendo realizado cálculo do SUV máximo para cada
região de interesse. Para análise dos dados, foi considerado apenas o valor
de SUV máximo mensurado nas imagens de PET-CT realizadas em
decúbito ventral, no exame dedicado para as mamas.
A fusão das imagens obtidas pela RM e PET-CT foi realizada em
estação de trabalho dedicada com o software Aquarius, versão 4.4
(TeraRecon Inc.), por médico radiologista com experiência em RM das
mamas. As imagens anatômicas dos cortes tomográficos do PET-CT foram
utilizados como referência para definição dos pontos anatômicos e
localização das imagens metabólicas do PET com 18F-FDG em relação às
imagens de RM. Para fusão foram definidos pontos de referência
identificáveis tanto nas imagens do PET-CT como nas imagens da RM,
como o complexo aréolo-papilar, contornos da mama, o ápice cardíaco e o
fígado. Estes pontos de referência foram identificados nas imagens axiais,
sagitais e coronais, permitindo fusão semi-automática dos dois métodos. Foi
considerado como resultado positivo na fusão PET-RM quando houve
correspondência topográfica entre a área de concentração aumentada de
18F-FDG no PET-CT e a lesão suspeita identificada na RM.
Os dados histológicos foram obtidos a partir dos relatórios do
Departamento de Anatomia Patológica do hospital. Nos tumores malignos os
seguintes parâmetros morfológicos e imunohistoquímicos foram observados:
tipo histológico, grau histológico, grau nuclear, índice mitótico, receptores
18
hormonais para estrógeno e progesterona, receptor para Her-2 e expressão
do Ki-67. De acordo com o perfil imunohistoquímico, os carcinomas
mamários foram classificados em quatro imunofenótipos: luminal A (receptor
positivo para estrógeno e/ou progesterona, com baixa expressão dos
marcadores de proliferação celular); luminal B (receptor positivo para
estrógeno e/ou progesterona, com Her-2 superexpresso ou alta expressão
dos marcadores de proliferação celular); Her-2 (receptores hormonais
negativos e receptor para Her-2 positivo) e; triplo-negativo (receptores
hormonais e para Her-2 negativos).
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todos os dados obtidos foram armazenados em um banco de dados
para análise estatística através do o programa SPSS versão 20.0. A análise
descritiva das variáveis categóricas consistiu no cálculo das frequências
simples e relativas. As variáveis numéricas foram descritas como média,
desvio-padrão (DP), mediana, percentil 25 (P25), percentil 75 (P75), mínimo
e máximo.
Na análise estatística foi utilizado o teste t de Student (ou não
paramétrico de Mann-Whitney, conforme indicação) para comparação de
variáveis escalares. Em caso de três ou mais grupos foi utilizado o teste de
Análise de Variância (ANOVA) ou o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis.
Para estudo das variáveis categóricas foram utilizadas tabelas 2 x 2 e 2 x 3,
19
com avaliação da significância estatística pelo Teste do qui-quadrado de
Pearson com correção de Yates ou Teste Exato de Fisher, quando indicado.
A sensibilidade foi calculada baseada na razão entre os resultados
verdadeiro-positivos pelo total de lesões malignas. A especificidade foi
calculada através da razão entre os resultados verdadeiro-negativos pelo
total de lesões benignas. A acurácia foi calculada através da razão entre a
soma dos resultados verdadeiro-positivos e verdadeiro-negativos pelo
número total de lesões avaliadas. O valor preditivo positivo (VPP) foi
calculado através da razão entre os resultados verdadeiro-positivos pelo
número total de resultados positivos, e o valor preditivo negativo (VPN) pela
razão entre os resultados verdadeiro-negativos pelo número total de
resultados negativos.
Foram considerados estatisticamente significantes os resultados que
tiveram probabilidade de erro tipo I menor ou igual a 5% (p≤0,05).
20
4 RESULTADOS
4.1 CONFECÇÃO E TESTE DO DISPOSITIVO PARA
REALIZAÇÃO DE PET-CT DEDICADO ÀS MAMAS
Para realização das imagens de PET-CT dedicadas à avaliação das
mamas, foi utilizado um dispositivo especialmente confeccionado, que
reproduz exatamente a posição e o formato da bobina utilizada nos exames
de RM das mamas (Figura 1).
Figura 1 - Fotos da bobina para realização da Ressonância Magnética (RM) de Mama. A) Bobina posicionada na maca da RM, antes do posicionamento da paciente.
B) Detalhe da bobina.
21
Para confecção desse dispositivo, foi criado um desenho modelo em
três dimensões, utilizando-se o software AutoCAD®, baseado nas medidas
da bobina utilizada para RM das mamas e no tamanho da maca do aparelho
de PET-CT utilizados na instituição. O material escolhido para confecção do
dispositivo foi o Etil Vinil Acetato (EVA), um tipo de borracha utilizado em
tatames e colchões em academias de ginástica. Antes da confecção do
dispositivo, foi realizado um teste com este material, para avaliar se o
mesmo produzia algum artefato no exame de PET ou TC, não sendo
evidenciadas alterações. A confecção do dispositivo foi feita, a partir do
modelo digital (Figura 2), em uma empresa especializada em produtos de
EVA.
Figura 2 - Dispositivo confeccionado para realização do PET-CT em decúbito ventral com as mamas pendentes. A) Planta do dispositivo com as medidas em 3 dimensões. B) Desenho em 3D com modelo do dispositivo. C) Dispositivo confeccionado e posicionado na maca do PET-CT, antes do posicionamento da paciente. D) Paciente posicionada para realização do exame em decúbito ventral com o dispositivo.
22
Após a confecção do dispositivo foram realizados testes para avaliar
sua eficácia. Os testes foram realizados em pacientes com câncer de mama
avançado, em programação de quimioterapia neoadjuvante, que realizaram
RM das mamas no hospital e estariam realizando o exame de PET-CT antes
do início do tratamento neoadjuvante seja para estadiamento ou como
exame referencial de linha de base para posterior avaliação de resposta
terapêutica. Em todos os casos, as lesões principais foram evidenciadas
tanto na RM como no PET, sendo possível boa correlação na fusão das
imagens (PET-RM), conforme exemplificado na Figura 3. Estes casos não
foram incluídos na nossa casuística.
Figura 3 - Imagens da Ressonância Magnética (RM), PET e fusão dos dois métodos (PET-RM) em paciente com extenso tumor na mama direita associado a linfonodomegalia axilar. A) Corte axial das mamas: RM (A1), PET (A2) e PET-RM (A3). B) Corte sagital da mama direita: RM (B1), PET (B2) e PET-RM (B3).
23
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA CASUÍSTICA
Sessenta mulheres foram incluídas no estudo. A idade destas
pacientes variou de 29 a 78 anos, com média de 47,9 anos (DP: 12,2 anos;
mediana: 49 anos; P25: 35 anos; P75: 57 anos). História familiar de câncer
de mama esteve presente em 22 mulheres (36,7%), sendo 09 em parentes
de primeiro grau (mãe ou filha) e 13 em parentes de segundo grau (avó, tia
ou prima). Apenas cinco pacientes (8,3%) tiveram diagnóstico prévio de
câncer de mama.
Foram identificadas 76 lesões mamárias na RM das sessenta
pacientes incluídas, das quais 64 (84,2%) eram lesões nodulares e 12
(15,8%) eram áreas de realce não-nodular. A maioria das lesões estava
localizada na mama direita (n=43; 56,6%) e a topografia mais comum foi o
quadrante súpero-lateral (n=30; 39,5%). As características morfológicas e
cinéticas das lesões nodulares e áreas de realce não-nodular identificadas
na RM estão descritas nas tabelas 1 e 2, respectivamente. O diâmetro
máximo das lesões nodulares variou de 06 a 80 mm, com média de 28,0 mm
(DP: 18,4 mm; mediana: 21,5 mm; P25: 14,2 mm; P75: 38,3 mm), e o
diâmetro máximo das lesões não-massa variou de 12 a 94 mm, com média
de 38,3 mm (DP: 21,7 mm; mediana: 38,0 mm; P25: 22,5 mm; P75: 45,0
mm).
No exame físico, 38 das lesões nodulares (59,4%) e 03 das áreas de
realce não-nodular (25,0%) eram palpáveis. As tabelas 3 e 4 ilustram os
24
achados na mamografia e US das lesões nodulares e áreas de realce não-
nodular identificadas na RM.
Tabela 1 - Características morfológicas e dinâmicas das lesões nodulares identificadas na RM de mamas (n=64).
Característica N (%)
Contornos
Regulares
Irregulares / Espiculados
13 (20,3%)
51 (79,7%)
Dimensões (maior eixo)
< 10 mm
10-19 mm
20-29 mm
30-49 mm
>= 50 mm
04 (6,3%)
23 (35,9%)
15 (23,4%)
10 (15,7%)
12 (18,7%)
Padrão de Realce
Sem realce
Homogêneo
Heterogêneo
Periférico / Anelar
01 (1,6%)
09 (14,1%)
40 (70,3%)
09 (14,1%)
Curva Dinâmica
Tipo I
Tipo II
Tipo III
20 (31,3%)
21 (32,8%)
23 (35,9%)
Achados Adicionais
Comprometimento da pele
Invasão do complexo áreolo-papilar
Invasão da parede torácica
Linfonodomegalia axilar
06 (9,4%)
04 (6,3%)
0 (0,0%)
19 (29,7%)
BIRADS
3
4
5
6
05 (7,8%)
19 (29,7%)
23 (35,9%)
17 (26,6%)
25
Tabela 2 - Características morfológicas e dinâmicas das áreas de realce não-nodular identificadas na RM de mamas (n=12). Característica N (%)
Distribuição
Focal
Ductal
Segmentar
Regional
03 (25,0%)
01 (8,3%)
07 (58,3%)
01 (8,3%)
Dimensões (maior eixo)
10-19 mm
20-29 mm
30-39 mm
40-49 mm
>= 50 mm
02 (16,7%)
01 (8,3%)
04 (33,4%)
03 (25,0%)
02 (16,7%)
Padrão Interno de Impregnação
Homogêneo
Heterogêneo
0 (0,0%)
12 (100%)
Achados Adicionais
Comprometimento da pele
Invasão do complexo áreolo-papilar
Invasão da parede torácica
Linfonodomegalia axilar
0 (0,0%)
02 (16,7%)
0 (0,0%)
0 (0,0%)
BIRADS
3
4
5
01 (8,3%)
08 (66,7%)
03 (25,0%)
26
Tabela 3 - Achados da mamografia e ultrassonografia das lesões nodulares identificadas na RM de mamas (n=64). Achados N (%)
Mamografia
Lesão não caracterizada
Nódulo
Grupamento de Microcalcificações
Assimetria focal
Distorção arquitetural
59 (92,2%)
14 (23,7%)
36 (61,0%)
05 (8,5%)
03 (5,1%)
01 (1,7%)
Ultrassonografia
Nódulo
Distorção arquitetural
62 (96,9%)
59 (95,2%)
03 (4,8%)
Tabela 4 - Achados da mamografia e ultrassonografia das áreas de realce não-nodular identificadas na RM de mamas (n=12). Achados N (%)
Mamografia
Lesão não caracterizada
Nódulo
Grupamento de Microcalcificações
Assimetria focal
Distorção arquitetural
11 (91,7%)
03 (27,3%)
01 (9,1%)
05 (45,5%)
01 (9,1%)
01 (9,1%)
Ultrassonografia
Lesão não caracterizada
Nódulo
Distorção arquitetural
11 (91,7%)
04 (36,4%)
02 (18,2%)
05 (45,5%)
27
4.3 RESULTADOS HISTOLÓGICOS
A análise histológica foi realizada por meio de biópsia percutânea em
40 lesões (52,6%), sendo 38 guiadas por US e 02 por mamografia, e
ressecção cirúrgica em 36 lesões (47,4%), incluindo 16 ressecções
segmentares, 05 quadrantectomias e 16 mastectomias. O resultado do
estudo histopatológico evidenciou 17 lesões benignas (22,4%) e 59 malignas
(77,6%). A lesão benigna mais comum foi o fibroadenoma (n=6; 35,3%) e a
maligna foi o CDI (n=47; 79,7%). A Tabela 5 descreve todos os resultados
histológicos. As características histológicas e imunohistoquímicas dos
tumores malignos estão descritas na Tabela 6.
Tabela 5 - Resultados histológicos das lesões identificadas na RM de mamas (n=76). Resultados histológicos N (%)
Benignos
Fibroadenoma
Alterações fibrocísticas
Papiloma
Fibrose estromal
Lesão esclerosante complexa
Processo inflamatório crônico
17 (22,4%)
06 (35,3%)
05 (29,5%)
02 (11,8%)
02 (11,8%)
01 (5,9%)
01 (5,9%)
Malignos
Carcinoma ductal invasivo (CDI)
Carcinoma lobular invasivo (CLI)
Carcinoma ductal in situ (CDIS)
Carcinoma mucinoso
Doença de Paget
59 (77,6%)
47 (79,7%)
06 (10,2%)
02 (3,4%)
02 (3,4%)
02 (3,4%)
28
Tabela 6 - Características histológicas e imunohistoquímicas dos tumores malignos (n=59). Característica N (%)
Grau histológico (n=51)
I
II
III
07 (13,7%)
22 (43,1%)
22 (43,1%)
Grau nuclear (n=54)
I
II
III
03 (5,6%)
12 (22,2%)
39 (72,2%)
Invasão (n=53)
Vascular
Perineural
Linfática
0 (0,0%)
01 (1,9%)
07 (13,2%)
Imunofenótipo (n=58)
Luminal A
Luminal B
Her-2
Triplo-negativo
17 (29,3%)
27 (46,6%)
05 (8,6%)
09 (15,5%)
Positividade para p53 (n=52) 32 (61,5%)
Positividade para p63 (n=55) 07 (12,7%)
Expressão de Ki-67 (n=54)
≤ 15%
> 15%
17 (31,5%)
37 (68,5%)
29
4.4 ACHADOS DO PET-CT E FUSÃO PET-RM
No PET-CT, foram identificadas 57 áreas de concentração anômala
de 18F-FDG no parênquima mamário das 60 mulheres incluídas no estudo.
Após fusão das imagens do PET-CT realizado em decúbito ventral com as
imagens da RM, observou-se que todas estas áreas correspondiam a lesões
previamente identificadas na RM. Deste modo, das 76 lesões identificadas
na RM, 57 (75,0%) apresentaram concentração aumentada de 18F-FDG em
relação ao parênquima mamário normal, sendo consideradas positivas na
fusão PET-RM, com SUV máximo variando de 0,8 a 23,1 (média: 5,7; DP:
5,0; mediana: 4,0; P25: 1,8; p75: 8,7). Não foram identificadas outras áreas
de concentração anômala do 18F-FDG nas mamas que não haviam sido
identificadas na RM.
A correlação dos achados da RM com o resultado da fusão PET-RM
está descrita na Tabela 7. Houve maior percentual de positividade na fusão
PET-RM nas lesões nodulares com contornos irregulares ou espiculados e
naquelas com curva dinâmica do tipo II ou III, assim como nas lesões
associadas a achados adicionais sugestivos de malignidade na RM.
Também foi encontrada correlação estatisticamente significante entre as
categorias BIRADS e o percentual de positividade na fusão PET-RM. O
diâmetro médio das lesões positivas na fusão PET-RM foi superior ao das
lesões negativas (35,0 mm [DP: 19,2 mm] vs. 13,6 mm [DP: 5,2 mm];
p<0,001).
30
Tabela 7 - Correlação dos achados da RM com o resultado da fusão PET-RM nas lesões mamárias (n=76).
Resultado da fusão PET-RM
Negativo Positivo total p
Tipo de lesão Nodular 16 48 64 0.538
Não-nodular 3 9 12
Contornos Regulares 11 2 13 <0.001
Irregulares / Espiculados 5 46 51
Curva Dinâmica
Tipo I 12 8 20 0.004
Tipo II 4 17 21
Tipo III 0 23 23
Achados Adicionais
Sim 1 23 24 0.003
Não 18 34 52
Categoria BIRADS
3 5 1 6 <0.001
4 12 15 27
5 2 24 26
6 0 17 17
4.5 CORRELAÇÃO ENTRE RM E HISTOLOGIA
A correlação dos achados da RM com o resultado histológico está
descrita na Tabela 8. Não houve diferença estatisticamente significante no
percentual de resultados malignos entre as lesões nodulares e não-
nodulares. Considerando apenas as lesões nodulares, houve maior
percentual de malignidade naquelas com contornos irregulares ou
espiculados e naquelas com curva dinâmica do tipo II ou III. Todas as lesões
associadas a achados adicionais sugestivos de malignidade na RM
(comprometimento da pele, invasão do complexo áreolo-papilar ou da
parede torácica, presença de linfonodomegalia axilar) foram confirmadas
31
como malignas na histologia. O diâmetro médio das lesões malignas foi
superior ao das lesões benignas (32,2 mm [DP: 18,4 mm] vs. 20,7 mm [DP:
19,9 mm]; p<0,001).
Houve associação estatisticamente significante entre a categoria
BIRADS e o resultado histológico. Das 06 lesões classificadas como
BIRADS 3, apenas uma foi maligna na histologia (CDI de 07 mm, grau
nuclear I). Onze lesões classificadas como BIRADS 4 (40,7%) foram
benignas e 16 malignas (59,3%). Das 26 lesões classificadas como BIRADS
5, apenas uma foi benigna (lesão esclerosante complexa). Todas as lesões
classificadas como BIRADS 6 em biópsia prévia foram confirmadas como
malignas após nova biópsia ou ressecção cirúrgica.
Tabela 8 - Correlação dos achados da RM com o resultado histológico das lesões mamárias (n=76).
Resultado Histológico
Benigno Maligno Total p
Tipo de lesão Nodular 13 51 64
0.538 Não-nodular 4 8 12
Contornos
Regulares 10 3 13
<0.001 Irregulares / Espiculados 3 48 51
Curva Dinâmica
Tipo I 8 12 20
0.004 Tipo II 5 16 21
Tipo III 0 23 23
Achados Adicionais Sim 0 24 24
0.003 Não 17 35 52
Categoria BIRADS
3 5 1 6
<0.001 4 11 16 27
5 1 25 26
6 0 17 17
32
4.6 ACURÁCIA DIAGNÓSTICA DA FUSÃO PET-RM E
CORRELAÇÃO COM ACHADOS HISTOLÓGICOS
Foi calculada a sensibilidade, especificidade, VPP, VPN e acurácia da
fusão PET-RM para todas as lesões mamárias incluídas, para as lesões
nodulares e áreas de realce não nodular, para as lesões com diâmetro igual
ou superior a 10 mm e para as lesões nodulares com diâmetro igual ou
superior a 10 mm (Tabelas 9 e 10). Todos os resultados falso-positivos e
falso-negativos estão descritos no Quadro 1.
Considerando apenas as lesões classificadas como BIRADS 4 na
RM, grupo com maior divergência diagnóstica, aquelas que apresentaram
metabolismo anormal na fusão PET-RM tiveram um maior percentual de
malignidade quando comparado às que não apresentaram aumento do
metabolismo, sendo este resultado estatisticamente significante (Tabela 11).
Os fatores histológicos que foram associados à presença de
concentração aumentada de 18F-FDG nas lesões malignas foram grau
histológico, grau nuclear e expressão de ki-67 (Tabelas 12 e 13). Os fatores
histológicos que foram associados a valores mais altos de SUV máximo nas
lesões malignas foram tipo histológico, grau histológico, imunofenótipo,
índice mitótico e expressão de ki-67 (Tabela 14, Figuras 4 e 5).
As Figuras 6 a 9 ilustram casos de fusão PET-RM.
33
Tabela 9 - Correlação entre o resultado da fusão PET-RM e o resultado da histologia para todas as lesões mamárias incluídas, para as lesões nodulares e não nodulares, para as lesões com diâmetro igual ou superior a 10 mm e para as lesões nodulares com diâmetro igual ou superior a 10 mm.
Resultado Histologia
Fusão PET-RM Benigno Maligno total
Todas as lesões Negativo 13 6 19
Positivo 4 53 57
Lesões nodulares Negativo 11 5 16
Positivo 2 46 48
Áreas de realce não nodular
Negativo 2 1 3
Positivo 2 7 9
Lesões com diâmetro ≥10 mm
Negativo 12 3 15
Positivo 4 53 57
Lesões nodulares com diâmetro ≥10 mm
Negativo 10 2 12
Positivo 2 46 48
Tabela 10 - Sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP), valor preditivo negativo (VPN) e acurácia da fusão PET-RM para todas as lesões mamárias incluídas, para as lesões nodulares e não nodulares, para as lesões com diâmetro igual ou superior a 10 mm e para as lesões nodulares com diâmetro igual ou superior a 10 mm.
Sensibilidade Especificidade VPP VPN Acurácia
Todas as lesões 89,8 76,5 93,0 68,4 86,8
Lesões nodulares 90,2 84,6 95,8 68,8 89,1
Áreas de realce não
nodular 87,5 50,0 77,8 66,7 75,0
Lesões com diâmetro ≥10
mm 94,6 75,0 93,0 80,0 90,3
Lesões nodulares com
diâmetro ≥10 mm 95,8 83,3 95,8 83,3 93,3
34
Quadro 1 - Resultados falso-positivos e falso-negativos da fusão PET-RM.
Achados na RM SUVmax Resultado Histológico
Falso-Positivos
1 Área de realce não-nodular, com
distribuição segmentar, medindo 30 mm, BIRADS 4
1,8 Alterações fibrocísticas e
micropapilomas intraductais
2 Nódulo lobulado com realce homogêneo e curva tipo I, medindo 25 mm, BIRADS 3
1,6 Fibroadenoma
3 Nódulo irregular com realce periférico e curva tipo II, medindo 11 mm, BIRADS 4
1,7 Processo inflamatório
crônico linfoplasmocitário abscedido
4 Área de realce não-nodular, com
distribuição regional, medindo 94 mm, BIRADS 4
1,9
Alterações fibrocísticas, hiperplasia lobular atípica e
hiperplasia estromal pseudo-angiomatosa
Falso-Negativos
1 Área de realce não-nodular, com
distribuição focal, medindo 12 mm, BIRADS 4
1,1 CDI, Luminal B
2 Nódulo lobulado com realce homogêneo e
curva tipo I, medindo 7 mm, BIRADS 3 0,7 CDI, Luminal A
3 Nódulo espiculado com realce
heterogêneo e curva tipo I, medindo 12 mm, BIRADS 5
0,7 CDI, Luminal A
4 Nódulo lobulado com realce heterogêneo e curva tipo I, medindo 7 mm, BIRADS 4
0,9 CLI, Luminal A
5 Nódulo irregular com realce homogêneo e
curva tipo I, medindo 6 mm, BIRADS 4 0,6 CDI, Luminal A
6 Nódulo irregular com realce heterogêneo e curva tipo I, medindo 15 mm, BIRADS 4
0,8 CDI, Luminal B
Tabela 11 - Correlação entre o resultado da fusão PET-RM e o resultado da histologia nas lesões mamárias classificadas como BIRADS 4 na RM (n=27).
Resultado Histologia
Fusão PET-RM Benigno Maligno Total
Lesões BIRADS 4 Negativo 8 (66,7%) 4 (33,3%) 12 (100%)
Positivo 3 (20,0%) 12 (80,0%) 15 (100%)
Total 11 (40,7%) 16 (59,3%) 27 (100%)
p=0,022
35
Tabela 12 - Correlação entre fatores histológicos e o resultado da fusão PET-RM nas lesões mamárias malignas.
Resultado da fusão PET-RM
Negativo Positivo total p
Tipo histológico CDI 5 42 47
0.76 Outros 1 11 12
Grau Histológico
I 3 4 7
0.02 II 2 20 22
III 1 21 22
Grau Nuclear
I 1 2 3
0.07 II 3 9 12
III 2 37 39
Imunofenótipo
Luminal A 4 13 17
0.34 Luminal B 2 25 27
Her-2 0 5 5
Triplo-Negativo 0 9 9
Tabela 13 - Comparação entre o número de mitoses e o percentual de positividade do ki-67 (média desvio-padrão) o resultado da fusão PET-RM nas lesões mamárias malignas (n=59).
Resultado da fusão PET-RM
Negativo Positivo p
Índice mitótico 4,6 ± 4,8 13.2 ± 14,4 0,23
Expressão de Ki-67 13.3 ± 11,3 42.3 ± 29,4 0,01
36
Tabela 14 - Correlação entre fatores histológicos e o valor do SUV máximo das lesões mamárias malignas.
SUV máximo
Média Desvio-Padrão p
Tipo histológico CDI 6,3 5,3
0,005 Outros 2,2 1,5
Grau Histológico
I 1,6 1,1
0,001 II 4,2 3,7
III 8,1 5,8
Grau Nuclear
I 1,4 1,2
0,081 II 4,3 3,5
III 5,4 5,0
Imunofenótipo
Luminal A 3,5 3,5
0,006 Luminal B 4,9 3,9
Her-2 4,8 3,7
Triplo-Negativo 11,9 6,7
37
Figura 4 - Gráfico de dispersão demonstrando correlação entre o valor do
SUV máximo e o índice mitótico nas lesões mamárias malignas (n=59).
Espera-se que o SUV máximo aumente em 0.17 para cada aumento de uma unidade no
número de mitoses (p=0.0005).
38
Figura 5 - Gráfico de dispersão demonstrando a correlação entre o valor do
SUV máximo e a expressão de Ki-67 das lesões mamárias malignas. Espera-
se que o SUV máximo aumente em 0.09 para um aumento de 1% na expressão do ki-67
(p<0.0001).
39
Figura 6 - Paciente de 59 anos com Doença de Paget na mama direita. A)
RM das mamas evidenciando realce assimétrico do complexo aréolo-papilar na mama
direita e área de realce não-nodular na junção dos quadrantes inferiores da mesma mama.
B) PET-CT evidenciando área de aumento da concentração do 18F-FDG na junção dos
quadrantes inferiores da mama direita (SUV máximo: 1,8). C) Fusão das imagens de PET e
RM evidenciando correspondência entre a área de realce evidenciada na RM e a área de
metabolismo anormal no PET. O resultado histológico foi carcinoma ductal in situ associado
à Doença de Paget.
40
Figura 7 - Paciente de 64 anos com queixa de nódulo palpável na mama
direita. A) RM evidenciou massa irregular na mama direita e nódulo lobulado na mama
esquerda. B) Aspecto das lesões na ultrassonografia. C) Fusão das imagens da RM e PET
na mama direita, evidenciando aumento da concentração de 18F-FDG na topografia da
massa identificada na RM (SUV máximo: 2,7). D) Fusão das imagens da RM e PET na
mama esquerda, evidenciando aumento da concentração de 18F-FDG na topografia do
nódulo identificado na RM (SUV máximo: 1,8). O resultado histológico foi carcinoma lobular
invasivo na mama direita e carcinoma ductal invasivo na mama esquerda.
41
Figura 8 - Paciente de 52 anos com nódulo na mama direita identificado em
mamografia de rotina. A) RM evidenciando nódulo de contornos lobulados no
quadrante súpero-lateral da mama direita. B) Fusão das imagens de RM e PET
demonstrando ausência de concentração anômala de 18F-FDG na topografia do nódulo. O
resultado histológico foi fibroadenoma.
42
Figura 9 - Paciente de 77 anos com história de mastectomia esquerda por
Doença de Paget apresentou nódulo na mama reconstruída em
ultrassonografia de acompanhamento. A) RM evidenciando nódulo irregular com
realce periférico no quadrante supero-medial da mama esquerda, junto à prótese. B) Fusão
das imagens de RM e PET demonstrando aumento da concentração de 18F-FDG na
topografia do nódulo (SUV máximo: 1,7). O resultado histológico foi processo inflamatório
crônico linfoplasmocitário abscedido (resultado falso-positivo).
43
4.7 ACHADOS ADICIONAIS DO PET-CT
Não foram evidenciadas áreas de concentração anômala de 18F-FDG
em linfonodos na região axilar ou em outras partes do corpo nas pacientes
que não tiveram diagnóstico histológico de câncer de mama (n=10).
Foi evidenciada concentração anômala de 18F-FDG em linfonodos na
região axilar em 23 das 50 pacientes com diagnóstico histológico de câncer
de mama (46,0%). Destas, oito pacientes não haviam apresentado
alterações em linfonodos axilares nos exames de imagem convencional,
incluindo a RM. Duas pacientes haviam apresentado linfonodomegalias
axilares na RM, sem concentração anômala do 18F-FDG nas imagens de
fusão PET-RM.
Nove das 50 pacientes com diagnóstico histológico de câncer de
mama (18,0%) demonstraram concentração anômala do 18F-FDG em outras
regiões do corpo (Tabela 15). Em quatro pacientes as áreas de
concentração anômala do 18F-FDG correspondiam a lesões benignas
confirmadas por punção/biópsia ou acompanhamento com exames de
imagem e em cinco pacientes correspondiam a lesões metastáticas, das
quais duas apresentaram lesões não identificadas nos exames de imagem
convencionais (cintilografia óssea e TC de tórax, abdome e pelve).
44
Tabela 15 - Áreas de concentração anômala de 18F-FDG identificadas em outras partes do corpo nas 60 pacientes com lesões mamárias incluídas no estudo.
N Áreas de metabolismo
anormal SUV
máximo Exames convencionais Seguimento
1 Lobos tireoidianos 2,3 Não tinha exames prévios da tireoide.
Realizada PAAF de nódulos tireoidianos
com citologia negativa para malignidade.
2 Linfonodo cervical 3,7 Não tinha exames prévios da região
cervical.
Benigna, confirmada por PAAF (linfonodo
reacional).
3 Lesão óssea na cabeça
umeral 1,1
Não demonstraram lesão.
RM sugeriu lesão condróide, sem
alteração nos exames de seguimento,
considerada benigna.
4 Lesão intra-luminal no
cólon 7,4
Não demonstraram lesão.
Benigna, confirmada por biópsia (adenoma vilo-tubular com baixo
grau de displasia).
5 Lesões hepáticas 4,2 Identificada na TC de
abdome.
Confirmadas como malignas com biópsia
percutânea.
6 Lesão óssea na calota
craniana 7,9
Identificada em cintilografia óssea.
Considerada maligna de acordo com outros exames de imagem.
7 Lesões ósseas 4,3 Identificadas na TC. Consideradas malignas
após biópsia.
8
Múltiplas lesões ósseas e linfonodos na cadeia
torácica interna e paratraqueal
4,7
Lesões ósseas identificadas na TC e
cintilografia óssea. Linfonodos não
identificados nos exames convencionais (incluindo TC de tórax).
Consideradas malignas após biópsia / PAAF.
9 Linfonodo mediastinal
com dimensões normais e lesão óssea no esterno
9,1
Lesões não identificadas nos exames
convencionais (incluindo TC de tórax).
Consideradas malignas após biópsia.
45
5 DISCUSSÃO
No presente estudo, desenvolvemos com sucesso um dispositivo que
permite a aquisição das imagens do PET com a paciente em decúbito
ventral e as mamas pendentes. Este dispositivo, pioneiro no país no
momento do início do trabalho (2009), foi confeccionado utilizando como
molde a bobina utilizada para RM de mamas, o que permitiu a realização
dos dois métodos na mesma posição, possibilitando a fusão de suas
imagens em um sistema semi-automático. A correspondência de todas as
áreas de metabolismo anormal identificadas no PET-CT com as lesões
previamente descritas na RM confirma o sucesso da fusão das imagens em
todos os casos incluídos no trabalho.
Desde 1999, quando YUTANI et al. descreveram pela primeira vez a
utilização do PET em decúbito ventral, vários autores demonstraram as
vantagens deste posicionamento na avaliação de lesões mamárias. O PET-
CT na posição prona aumenta a detecção do câncer de mama devido ao
maior contraste entre os tecidos tumoral e não-tumoral e aos maiores
valores de SUV apresentados pelos tumores mamários nesta forma de
aquisição, quando comparado ao PET realizado na posição supina,
aumentando a confiança dos observadores na avaliação das áreas de
metabolismo anormal (YUTANI et al. 1999; MOY et al. 2007b; KAIDA et al.
2008).
46
A fusão das imagens de RM com as imagens funcionais de medicina
nuclear já havia sido sugerida por outros autores. DUARTE et al. (2007)
desenvolveram um estudo piloto para avaliar a fusão das imagens da RM
com a cintilografia mamária com 99mTc-sestamibi realizada em decúbito
ventral com as mamas pendentes. Neste estudo, os autores demonstraram
que a técnica de fusão é viável e que seus resultados pareciam ser
superiores aos da RM isolada. No entanto, devido à maior resolução
espacial, sensibilidade e especificidade, o PET com 18F-FDG tem sido mais
estudado que a cintilografia mamária.
Nossa casuística foi composta propositalmente por uma amostra
heterogênea de lesões mamárias identificadas na RM, com diâmetro, padrão
de realce e curva dinâmica, e diagnóstico histológico variados, permitindo
análise do comportamento de diversos tipos de lesão no PET. Conforme
esperado, as lesões identificadas na RM com diâmetro maior, contornos
irregulares ou espiculados, curva dinâmica tipos II ou III e presença de
achados adicionais tiveram mais resultados positivos no PET e maior
percentual de malignidade na histologia. É importante ressaltar que todas as
lesões com curva dinâmica tipo III ou com algum achado adicional na RM
foram confirmadas como malignas na patologia.
Em relação ao grau de suspeita de malignidade das lesões na RM,
das seis lesões provavelmente benignas (BIRADS 3) apenas uma era
maligna. Todas as lesões com diagnóstico prévio (BIRADS 6) foram
confirmadas como malignas após ressecção cirúrgica ou nova biópsia e das
17 lesões provavelmente malignas (BIRADS 5), apenas uma era benigna.
47
Como esperado, a maior divergência de diagnóstico se deu nas lesões
suspeitas (BIRADS 4), das quais cerca de 40% foram benignas e cerca de
60% malignas. É neste subgrupo específico que a adição das informações
metabólicas do PET poderia ser mais útil no manejo das pacientes, evitando
a realização de procedimentos invasivos desnecessários. Observamos que
as lesões suspeitas com metabolismo aumentado no PET apresentaram
maior percentual de malignidade (80%) que as lesões sem alteração do
metabolismo glicolítico (33%) e que este resultado teve significância
estatística. No entanto, o número de resultados falso-negativos (15%) ainda
não nos permite prescindir do estudo histológico nas lesões mamárias
suspeitas na RM que não apresentarem concentração aumentada de 18F-
FDG.
Apenas dois outros trabalhos na literatura avaliaram o potencial uso
diagnóstico da fusão das imagens da RM e do PET na posição prona para
caracterização de lesões mamárias primárias. MOY et al. (2010) avaliaram a
fusão das imagens de PET e RM em 90 lesões identificadas em 36
pacientes e demonstraram que a fusão aumenta a probabilidade de
correspondência entre uma lesão com realce na RM e uma área de
metabolismo anormal no PET, mesmo nas lesões em que há apenas um
discreto aumento na concentração de 18F-FDG em relação à concentração
fisiológica normal do parênquima. Estes autores encontraram um aumento
estatisticamente significante no VPP de 77% na RM para 98% na fusão
PET-RM e na especificidade de 53% para 97%. No entanto, foram
48
encontrados oito resultados falso-negativos neste trabalho, dois quais seis
tinham diâmetro inferior a 10 mm (MOY et al. 2010).
Em oposição aos resultados encontrados por MOY et al. (2010),
HEUSNER et al. (2011) concluíram que a fusão PET-RM é capaz de
aumentar apenas discretamente a especificidade da RM. Neste trabalho os
autores avaliaram 58 lesões mamárias em 27 pacientes com câncer de
mama e encontraram uma sensibilidade, especificidade, VPP, VPN e
acurácia de respectivamente 93%, 60%, 87%, 75% e 85% para RM e de
88%, 73%, 90%, 69% e 92% para a fusão PET-RM.
No presente estudo, não foi possível calcular a especificidade da RM
porque todas as lesões incluídas tinham algum grau de suspeita na RM.
Utilizando como referência os valores de especificidade da RM descritos na
literatura (em torno de 70%), a fusão PET-RM apresentou especificidade
discretamente superior à RM na nossa casuística, considerando todas as
lesões incluídas. No entanto, observamos que há um aumento mais
significativo da especificidade nas lesões nodulares quando comparado às
áreas de realce não-nodular, principalmente naquelas com diâmetro ≥ 10
mm.
A principal limitação do PET encontrada no nosso trabalho foi a
resolução espacial do método com os equipamentos disponíveis atualmente
no mercado. Nesta casuística, houve 6 resultados falso-negativos, dos quais
três tinham diâmetro inferior a 10 mm e o maior tinha diâmetro de 15 mm.
Diversos autores já haviam demonstrado a menor sensibilidade do PET para
lesões menores que 10 mm (KUMAR et al. 2006; IMBRIACO et al. 2008;
49
MOY et al. 2010). KUMAR et al. (2006), por exemplo, correlacionaram
fatores clínicos e patológicos associados aos resultados do PET nas lesões
mamárias e encontraram que tumores pequenos (≤ 10 mm) e de baixo grau
são forte preditores de resultados falso-negativos.
Alguns autores já tentaram definir um ponto de corte do valor de SUV
máximo para diferenciar lesões benignas e malignas na mama (ADLER et al.
1993, CHAE et al. 2012). No entanto, a maioria dos trabalhos comprovou
que considerando qualquer ponto de corte, muitos diagnósticos seriam
perdidos devido aos baixos valores de SUV apresentados por alguns tipos
de carcinomas mamários, principalmente aqueles de baixo grau (KUMAR et
al. 2005; MAVI et al. 2006; KAIDA et al. 2008). Deste modo, a maioria dos
trabalhos atuais considera que todas as lesões com concentração de 18F-
FDG superior ao parênquima normal devem ser consideradas suspeitas.
Nestes casos, é fundamental a correlação com exames de imagem
convencionais, dados clínicos e, se necessário, estudo histológico para
afastar possíveis resultados falso-positivos, que podem estar relacionados a
processos inflamatórios agudos ou crônicos, lactação, lesões benignas
(alterações fibrocísticas, fibroadenomas, etc), granulomas de silicone,
necrose gordurosa e alterações pós-operatórias/actínicas (ADEJOLU et al.
2012). No nosso estudo, houveram quatro resultados falso-positivos na
fusão PET-RM, sendo dois casos de alterações fibrocísticas, um
fibroadenoma e um processo inflamatório crônico.
Assim como demonstrado por outros autores, foi confirmado neste
estudo que o PET tem o potencial de identificar tumores de mama mais
50
agressivos e suas implicações prognósticas, podendo ser uma ferramenta
útil para prever as características biológicas do tumor antes do tratamento.
Os fatores histológicos que foram associados a valores mais altos de SUV
máximo nas lesões malignas foram tipo histológico, grau histológico,
imunofenótipo, índice mitótico e expressão de ki-67. Em relação ao tipo
histológico, os CDI apresentaram valores de SUV superiores à combinação
dos outros carcinomas encontrados na nossa amostra (CDIS, CLI,
carcinoma mucinoso e doença de Paget).
Em relação ao imunofenótipo, é importante ressaltar que todos os
tumores com receptores hormonais negativos (subtipos Her-2 e triplo-
negativo) apresentaram concentração anômala de 18F-FDG no PET-CT.
Estes resultados estão de acordo com outros trabalhos presentes na
literatura (MAVI et al. 2007; BASU et al. 2008; UEDA et al. 2008). Os
tumores menos diferenciados, sem receptores hormonais, são mais
agressivos e tem um metabolismo da glicose mais acelerado para suprir a
demanda de crescimento rápido. BASU et al. (2008) observaram uma
sensibilidade de 100% do PET nos cânceres de mama do subtipo “triplo-
negativo” e maior concentração de 18F-FDG neste subtipo quando
comparado aos subtipos com receptores hormonais positivos. Estes autores
sugeriram que o PET pode ser um importante marcador da atividade tumoral
e reposta ao tratamento nestes tumores.
UEDA et al. (2008) examinaram 152 pacientes com câncer de mama
e, em análise multivariada, encontraram que o tamanho do tumor invasivo,
grau nuclear e negatividade para receptor de estrógeno estavam associados
51
a maiores valores de SUV. MAVI et al. (2007) também demonstraram que os
tumores de mama com receptores negativos para estrógeno tem valores de
SUV máximo significativamente superiores aos tumores com receptores
positivos. Neste mesmo trabalho, os autores encontraram 25 tumores
maiores que 05 mm na peça cirúrgica que não apresentaram concentração
aumentada de 18F-FDG e todos tinham receptores hormonais positivos. Na
nossa casuística também observamos que todos os resultados falso-
negativos na fusão PET-RM eram tumores que expressavam receptores
hormonais (subtipos luminal A e luminal B).
Além de identificar os tumores mais agressivos, o PET-CT é superior
aos métodos de imagem convencionais na detecção de metástases à
distância em pacientes com diagnóstico de câncer de mama, especialmente
nos tumores que apresentam maiores valores de SUV no tumor primário.
Enquanto os exames convencionais (radiografia do tórax, ultrassonografia
do abdome e cintilografia óssea) detectam 3,4% a 3,9% de lesões
metastáticas à distância, o PET-CT detecta cerca de 9,2% (CERMIK et al.
2008). No nosso trabalho foram identificadas lesões à distância em 05 de 50
pacientes com diagnóstico histológico de câncer de mama (10%), dos quais
dois apresentaram lesões que não haviam sido diagnosticadas por outros
exames de imagem, incluindo tomografias de tórax e abdome. No entanto,
em quatro pacientes foram identificadas lesões à distância que necessitaram
investigação adicional e comprovaram ser alterações benignas, retardando o
tratamento adequado nestes casos.
52
A avaliação de metástase linfonodal para a região axilar com o PET-
CT ainda é um tema controverso na literatura. Apesar da alta especificidade
na identificação de linfonodos acometidos, a sensibilidade do PET-CT assim
como dos outros métodos de imagem é baixa, de modo que a pesquisa do
linfonodo sentinela no intra-operatório ainda é o método de escolha,
principalmente para pesquisa de micrometástases. Neste trabalho foram
identificados linfonodos acometidos em 46% das pacientes com câncer de
mama no PET-CT, dos quais cerca de 35% não haviam sido detectados nos
outros métodos de imagem, incluindo a RM.
Vários métodos vem sendo desenvolvidos no sentido de melhorar os
resultados atuais do PET-CT com 18F-FDG no diagnóstico das lesões
mamárias. Alguns trabalhos, por exemplo, demonstraram que a aquisição
das imagens do PET em dois momentos (dual-time PET) aumenta a
especificidade do método, já que os tumores malignos tendem a apresentar
aumento na concentração do 18F-FDG com o passar do tempo, enquanto o
tecido mamário normal e as alterações benignas tendem a manter ou
diminuir a concentração de 18F-FDG (KUMAR et al. 2005; MAVI et al. 2006;
IMBRIACO et al. 2008). Num trabalho de KUMAR et al. (2005), de 39
carcinomas mamários, 33 tiveram aumento e 06 não tiveram alteração ou
apresentaram redução dos valores de SUV com o passar do tempo,
enquanto de 18 lesões benignas, 03 demonstraram aumento e 15 não
tiveram alteração ou apresentaram redução. Potenciais limitações do dual-
time PET são a o maior tempo de exame, que poderia prejudicar a rotina do
serviço, e a maior exposição à radiação da TC.
53
Nos últimos anos foi desenvolvido um aparelho específico para a
obtenção de imagens PET com 18F-FDG dedicado apenas para as mamas,
em que são adquiridas imagens tridimensionais sob leve compressão, nas
mesmas incidências realizadas no exame de mamografia. Este novo exame,
denominado PEM (Mamografia por Emissão de Pósitrons), tem como
principais vantagens em relação ao PET-CT: elevada resolução espacial,
sendo capaz de identificar lesões de até 02 mm; correlação com as imagens
da mamografia e; possibilidade de guiar biópsia percutâneas (ZAIDI e
THOMPSON 2009; TAFRESHI et al. 2010). Este método tem demonstrado
elevada acurácia diagnóstica para lesões mamárias primárias, incluindo os
carcinomas in situ, com sensibilidade e especificidade de até 91% e 93%,
respectivamente (BERG et al. 2006; NARAYANAN et al. 2011). PEM
também tem demonstrado ser útil na avaliação pré-cirúrgica de tumores
mamários, com resultados semelhantes à RM (TAFRA et al. 2005;
SCHILLING et al. 2011).
Recentemente um grupo de pesquisadores vem desenvolvendo
também um equipamento de PET-RM dedicado às mamas, que também
permite a realização de um exame de PET de alta resolução espacial, assim
como o PEM, além da combinação com as informações morfológicas e
funcionais da RM em um mesmo exame. (RAVINDRANATH et al. 2012)
Este aparelho ainda encontra-se em fases de testes, sem previsão de
comercialização.
Além do aumento da resolução espacial, novos marcadores mais
específicos para o câncer de mama vêm sendo desenvolvidos para superar
54
os resultados do PET com 18F-FDG, que é um marcador pouco específico.
Dentre estes novos marcadores, destacam-se o 18F-16-alfa-17-beta-
fluoroestradiol e o 68Ga-trastuzumab, que podem retratar de forma não
invasiva a expressão tumoral de receptores para estrógeno e Her-2,
respectivamente, com potencial para auxiliar no planejamento terapêutico e
avaliação de resposta (PINKER et al. 2011).
Além dos avanços na tecnologia dos exames de PET, novas técnicas
da RM podem também fornecer informações funcionais adicionais aos
dados morfológicos e dinâmicos já realizados de rotina. Dentre estas,
destaca-se a sequência com imagens ponderadas em difusão. A sequência
em difusão demonstra a diferença de movimentação das moléculas de água
nos tecidos, que está relacionada principalmente à celularidade do tecido e
integridade das membranas celulares. A alta proliferação celular nos
tumores malignos causa aumento da densidade celular, criando mais
barreiras para a difusão das moléculas de água e resultando em imagens de
hipersinal na sequência em difusão. Ao contrário, nos tumores benignos a
densidade celular é menor e o espaço extracelular maior, promovendo
menor restrição à difusão das moléculas de água (IACCONI 2010; PEREIRA
et al. 2011). Devido a estas características, a sequência em difusão parece
ser uma ferramenta útil para diferenciação entre lesões benignas e malignas
(PEREIRA et al. 2009; PARTRIDGE et al. 2009; CHEN et al. 2010;
YABUUCHI et al. 2011).
Até o momento a maioria dos trabalhos avaliou a combinação das
informações metabólicas do PET apenas com as informações morfológicas
55
e dinâmicas da RM. A introdução nesta análise dos dados funcionais
fornecidos pelas novas sequências de RM, especialmente a difusão, pode
fornecer mais subsídios na avaliação das lesões mamárias. PINKER-
DOMENIG et al. (2012) estão conduzindo um trabalho neste sentido e seus
resultados iniciais foram recentemente apresentados em congresso.
Segundo os dados apresentados, 106 lesões mamárias foram avaliadas
com PET-RM, incluindo a análise da difusão, sendo observada uma
sensibilidade de 100%, especificidade de 80% (contra especificidade de
68% da RM isolada) e acurácia de 95%, evitando a realização de biópsias
desnecessárias em 80% das lesões benignas, sem perder nenhum caso de
câncer. Estes resultados iniciais confirmam o potencial da avaliação
multiparamétrica com PET-RM no diagnóstico diferencial das lesões
mamárias, que deve ser objeto de estudos futuros para confirmar estes
achados.
Os resultados do presente trabalho devem ser considerados no
contexto de algumas limitações. Pelo fato de ter incluído apenas lesões com
algum grau de suspeição na RM, não foi possível calcular a especificidade
deste método na nossa população e avaliar o exato valor adicional da fusão
PET-RM. Além disso, devido à heterogeneidade da amostra, a análise de
algumas variáveis foi prejudicada pelo pequeno número de pacientes em
certos subgrupos. Em algumas pacientes o PET-CT foi realizado após a
biópsia percutânea (lesões BIRADS 6) e o processo inflamatório secundário
ao procedimento pode ter interferido nos valores de SUV. Nestes casos,
com o objetivo de atenuar esta interferência, o PET-CT foi realizado no
56
mínimo 15 dias após o procedimento. Por fim, apesar de termos usado um
dispositivo de posicionamento no PET com o mesmo modelo da bobina
utilizada na RM de mamas, não é possível evitar que as estruturas de mama
possam estar em uma posição ligeiramente diferente em ambos os exames.
Para minimizar possíveis incompatibilidades, realizamos um alinhamento
ajustado manualmente, utilizando pontos de referência identificáveis tanto
nas imagens do PET-CT como nas imagens da RM, conforme descrito na
metodologia. Pode-se esperar que este problema da fusão estática seja
reduzido ou até mesmo eliminado com o advento dos equipamentos híbridos
de PET-RM.
É importante enfatizar que o diagnóstico final deve ser sempre
baseado na combinação das informações morfológicas e dinâmicas da RM
com a concentração de 18F-FDG no PET, assim como dados clínicos e dos
exames de imagem convencionais (mamografia e US), e que todos os casos
que apresentarem discordância entre os achados da RM e do PET devem
ser submetidos a estudo histológico. Acreditamos que este método tem
potencial para auxiliar de forma mais efetiva no manejo das lesões
mamárias num futuro próximo, com a incorporação de equipamentos de
PET-RM que permitam a aquisição simultânea dos dois métodos, a melhora
da resolução espacial dos aparelhos de PET, introdução de novos
radiofármacos e correlação com informações funcionais da RM.
57
6 CONCLUSÕES
1) Foi confeccionado com sucesso um dispositivo para aquisição das
imagens do PET com a paciente em decúbito ventral e as mamas
pendentes. Este dispositivo tornou viável a fusão das imagens do PET
e da RM num sistema semi-automático, possibilitando adequada
correlação das lesões identificadas na RM com as áreas de
metabolismo anormal identificadas no PET, mesmo aquelas com
aumento apenas discreto na concentração de 18F-FDG. Na avaliação
do potencial uso diagnóstico da fusão PET-RM, observou-se boa
acurácia deste método na diferenciação entre lesões mamárias
benignas e malignas, principalmente nas lesões nodulares com
diâmetro ≥ 10 mm.
2) O PET-CT com 18F-FDG teve boa correlação com os achados
sugestivos de malignidade na RM e permitiu a identificação dos
carcinomas mamários mais agressivos na histologia. Houve
associação estatisticamente significante entre os valores de SUV
máximo e importantes fatores histológicos e imunohistoquímicos
relacionados à agressividade e prognóstico dos carcinomas
mamários.
58
3) Como achados adicionais, o PET-CT com 18F-FDG identificou
disseminação para linfonodos axilares em 46% dos pacientes com
diagnóstico de câncer de mama, dos quais 35% não haviam sido
detectados nos exames convencionais, e metástases à distância em
10% dos pacientes, dos quais 40% apresentaram lesões não
identificadas em outros métodos.
59
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Anexo 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Obrigatório para Pesquisa Clínica em Seres Humanos – Resolução N.
196/96 e resolução CNS 251/97 do Ministério da Saúde)
PROJETO: FUSÃO DAS IMAGENS DE PET-CT COM 18F-FDG E
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA NO DIAGNÓSTICO DE LESÕES
MAMÁRIAS PRIMÁRIAS.
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL
NOME DO PACIENTE:
Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
Data de nascimento:___/___/_____
Documento de identidade n.:_______________________
Endereço:
Número: _______ Complemento:____________ CEP:__________________
Cidade: Estado:
TEL: CEL:
RESPONSÁVEL:
OBJETIVOS DO ESTUDO
Você foi convidado a participar deste estudo por ter apresentado uma
alteração mamária na Ressonância Magnética, com indicação de biópsia. Existe
um exame de imagem moderno, denominado PET-CT (Tomografia por Emissão de
Pósitrons – Tomografia Computadorizada), que vem demonstrando ser muito útil
em pacientes com suspeita de neoplasias de vários órgãos. O PET-CT é um exame
capaz de identificar alterações no metabolismo da glicose nos tecidos e órgãos do
corpo e identificar áreas com maior chance de malignidade. Ainda não se sabe com
certeza se esse exame pode ajudar na avaliação de pacientes com lesões
mamárias. O objetivo deste estudo é avaliar o potencial de uso diagnóstico do PET-
CT, associado à Ressonância Magnética, no diagnóstico de lesões mamárias.
A sua participação no estudo não implicará em nenhum custo para você ou
convênios.
PROCEDIMENTOS
Após a assinatura deste termo de consentimento (autorizando sua
participação no estudo), você será encaminhado para a realização do exame de
PET-CT antes de realizar a biópsia da mama. Este exame será marcado o mais
breve possível de forma a não interferir na programação da biópsia.
No dia da realização do exame, em jejum, você receberá a administração
venosa de um material específico e encomendado previamente que é denominado 18F-FDG e produzido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN),
que é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada técnica,
administrativa e financeiramente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) e associado para fins de ensino de pós-graduação à Universidade de São
Paulo (USP). O 18F-FDG é uma molécula de glicose modificada, marcada com flúor
radioativo, que não apresenta efeitos colaterais significativos. Este material é
utilizado regularmente no setor de Medicina Nuclear deste hospital para a
realização deste exame sem maiores complicações. Antes da injeção venosa do 18F-FDG você terá a glicemia verificada através de um exame denominado
hemoglicoteste que utiliza punção capilar digital para certificar-se de que a glicemia
encontra-se em níveis menores do que 200 mg/dl, pois acima destes valores a
qualidade do exame pode estar prejudicada.
Você deverá dispor de pelo menos 3 horas do seu dia para a realização do
exame previamente marcado, pois deverá permanecer cerca de 30 minutos em
repouso antes da injeção do 18F-FDG, aguardar cerca de 90 minutos para iniciar o
exame após a injeção do 18F-FDG e cerca de 40 a 50 minutos para a obtenção das
imagens do exame e a verificação da sua qualidade técnica. Ressalta-se, porém,
que este período poderá ser estendido se houver atraso no horário de entrega do
material à instituição e há orientação rotineira no agendamento deste exame no
setor aos pacientes que realizam este tipo de exame para que não assumam
compromissos com horários previstos neste dia.
BENEFÍCIOS
Os resultados obtidos nos exames de PET-CT serão correlacionados com
os outros exames de imagem realizados, incluindo a Ressonância Magnética. Os
resultados do estudo poderão beneficiar todas as pacientes com lesões mamárias,
podendo, no futuro, ser capaz de evitar a realização de biópsias desnecessárias em
casos que o PET-CT possa garantir que a lesão seja benigna, ou ajudar o
planejamento terapêutico nos casos em que o PET-CT possa garantir que a lesão
seja maligna.
RISCOS
Os riscos previstos são aqueles envolvidos com a sensação de dor que
poderá ocorrer quando for realizada a punção capilar digital com agulha de insulina
para a verificação da glicemia e na punção venosa com escalpe para a injeção do 18F-FDG. Há, ainda, o risco de extravasamento dérmico do material injetado
venosamente, mas, que caso ocorra, não implicará em nenhuma lesão de órgão e,
também, o risco de possível infecção após as punções citadas, mas que são
minimizadas com assepsia adequada. Não há risco de reação alérgica ao 18F-FDG.
CONFIDENCIALIDADE
A confidencialidade das suas informações será mantida. Apenas as pessoas
envolvidas diretamente nesse estudo poderão verificar as informações se
necessário. Seu nome e informações pessoais não serão incluídos em nenhum
outro estudo de pesquisa.
A sua participação neste estudo é voluntária, tendo o direito de retirar-se do
estudo a qualquer momento. Sua recusa ou desistência não irá prejudicar o
tratamento.
A identidade dos pacientes será preservada, sendo que somente os
membros da equipe médica e da Comissão de Ética terão acesso aos registros.
Qualquer dúvida sobre o estudo, você poderá entrar em contato com o Dr.
Eduardo Nóbrega Pereira Lima no telefone 2189-5000 ramal 1198. Se o
pesquisador principal não fornecer as informações/esclarecimentos suficientes, por
favor, entre em contato com o Coordenador do Comitê de Ética do Hospital A C
Camargo – SP, pelo telefone 2189-5020.
DECLARAÇÃO
Declaro que fui esclarecido: sobre os procedimentos, riscos e benefícios sobre este
estudo; que tenho liberdade em retirar o meu consentimento a qualquer momento,
sem que isto traga prejuízo à continuidade do meu tratamento; que não haverá
remuneração financeira para este estudo; a minha identidade será preservada,
mantendo-se todas as informações em caráter confidencial. Concordo em participar
deste estudo.
São Paulo, ____ de _____________de _____.
______________________________________________
Assinatura do paciente ou responsável/representante local
____________________________________
Assinatura do pesquisador ou representante
Anexo 2 - Ficha de Coleta de Dados
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Nome: _____________________________________________ RGH: ___________________
Sexo: (1) Feminino (2) Masculino Idade (anos): ________
Data de Nascimento: ____/____/______
Historia Familiar Ca Mama: (0) Não (1) Sim (9) Não encontrado
Parentesco:_______________
CA de mama prévio: (0) Não (1) Sim (9) Não encontrado Tipo: _______________________
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Data:____/____/_______
Número da Lesão: __________ / Total de Lesões: __________
Tipo de Lesão: (1) Nódulo (2) Realce não nodular (3) Outro_________________________
Mama: (1) Direita (2) Esquerda
Localização: (1) QSL (2) QIL (3) QIM (4) QSM (5) JQQSS (6) JQQLL (7) JQQII
(8) JQQMM (9) Retroareolar (10) Outro __________________
SE NÓDULO: Forma: (1) Ovóide (2) Redondo (3) Lobulado (4) Irregular (8) NSA
Contornos: (1) Regulares (2) Irregulares (3) Espiculados (8) NSA
Tamanho (mm): _________________ (8) NSA
Realce do Nódulo: (1) Homogêneo (2) Heterogêneo (3) Realce periférico (8) NSA
Curva Dinâmica: (1) IA (2) IB (3) II (4) III (9) Não tem (8) NSA
REALCE NÃO-NODULAR: Distribuição: (1) Área Focal (2) Linear (3) Ductal (4)
Segmentar (5) Regional (6) Múltiplas regiões (7) Difuso (8) NSA
Padrão Interno: (1) Homogêneo (2) Heterogêneo (3) Puntiforme (4) Outro:
______________ (8) NSA
DIFUSÃO: Restrição: (1) Sim (2) Não ADC: ___________ Tamanho (mm): ______________
ACHADOS ASSOCIADOS Espessamento / Retração / Invasão da Pele: (0) Não (1) Sim
Invasão do CAP: (0) Não (1) Sim Invasão da Parede Torácica: (0) Não (1) Sim
Linfonodomegalia Axilar: (0) Não (1) Sim Tamanho (menor eixo): ______________mm
BIRADS RM: (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (9) Sem BIRADS
EXAME CLÍNICO Data:____/____/_______
Tipo de Lesão: (1) Lesão Palpável (2) Lesão Não-Palpável
Alterações na Pele: (0) Não (1) Sim (9) Não informado Tipo: ___________________
Descarga Papilar: (0) Não (1) Sim (9) Não informado Tipo: ___________________
MAMOGRAFIA Data:____/____/_______
Tipo de Lesão: (0) Lesão Não Caracterizada (1) Nódulo (2) Grupamento de
Microcalcificações
(3) Assimetria Focal (4) Distorção Arquitetural (5) Outro: _____________________________
(8) NSA - DESCRIÇÃO: ______________________________________________
Linfonodomegalia Axilar: (0) Não (1) Sim (8 ) NSA Tamanho (menor eixo): ________mm
BIRADS MAMOGRAFIA: (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (8) NSA (9) Sem BIRADS
ULTRA-SONOGRAFIA Data:____/____/_______
ULTRA-SONOGRAFIA: (0) Lesão Não Caracterizada (1) Nódulo (2) Distorção Arquitetural
(3) Outro: _________________________________________________ (8) NSA
DESCRIÇÃO: ____________________________________________________
BIRADS US: (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (8) NSA (9) Sem BIRADS
PET-TC Data:____/____/_______
Tempo entre injeção e imagem (min): ____________ Peso (kg): _______ Dose: __________
Avaliação Subjetiva: (1) Positivo (2) Negativo SUV Máximo: ______________
Linfonodomegalia Axilar: (1) Positivo (2) Negativo (8) NSA SUV Máximo: _____________
Outras áreas: (0) Não (1) Sim Local: _________________ SUV Máximo: _____________
Confirmação: (1) Lesão Benigna (2) Lesão Maligna (8) NSA (9) Não encontrado
AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA Data:____/____/_______
BIÓPSIA: (1) PAAF (2) Core-Biópsia (3) Mamotomia (4) Outro: ______________ (8) NSA
Guiada por: (1) Mamografia (2) US (3) Outro: ________________________ (8) NSA
CIRURGIA: (1) Ressecção segmentar (2) Quadrantectomia (3) Mastectomia/Adeno (8) NSA
Tamanho da Lesão (só para cirurgia): ___________________mm (8) NSA
Resultado: (1) Benigno sem atipias (2) Benigno com atipias (3) Maligno
SE BENIGNO: ( ) Fibroadenoma ( ) Tumor filóides benigno ( ) Papiloma ( ) Hiperplasia
( ) Adenose simples ( ) Adenose esclerosante ( ) Cicatriz Radial ( ) Fibrose estromal
( ) Outro. Especificar:_______________________________________________________
SE MALIGNO: ( ) CDI ( ) CDIS ( ) CLI ( ) CLIS ( ) Tumor filóides maligno
( ) Carcinoma Invasivo – Tipo Especial: ______________________________________
Grau de Malignidade: Histológico : (1) (2) (3) / Nuclear: (1) (2) (3)
INVASÃO: Vascular: (0) Não (1) Sim Perineural: (0) Não (1) Sim Linfática: (0) Não (1) Sim
Linfonodos: No Retirados:_____ No Comprometidos:______ No Mitoses/campo: _______
IMUNOHISTOQUÍMICA: ( ) RE ___ % ( ) RP ______% ( ) Her-2 _____%
( ) citoqueratinas ( ) p53 ( ) p63 ( ) Ki-67 ___% ( ) Caderina-E
Imunofenótipo: ( ) Luminal A ( ) Luminal B ( ) Her-2 ( ) Triplo-Negativo