manual de formaçãogestão de risco e controlo de infecção hospitalar
Actividade Hospitalar
Definições e Conceitos
Serviço de Saúde Ocupacional e Gestão de Risco Geral
Gestão de Risco
Primeiros Socorros
Segurança Hospitalar
Avaliação de Riscos por Categoria Profissional
Medidas Preventivas / Correctivas
Equipamentos Dotados de Visor
Sinalização de Segurança
Exames de Saúde e Vacinação
Movimentação Manual de Doentes
Controlo de Infecção Hospitalar
Precauções Universais
Isolamentos
Higienização das Mãos
Triagem e Acondicionamento
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Introdução
O Manual de Formação destina-se, a todos os colaboradores da instituição. Este manual tem como finalidade informar e sensibilizar os colabora-dores do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, EPE (IPOPFG, EPE), para as suas respon- sabilidades, normas e regras em
matéria de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho/Gestão de Risco, contribuindo assim para o bom desempenho sócio-profissional. A prevenção deve ser efectuada por todos, para tal necessitamos da sua colaboração para que este manual seja útil.
ACTIVIDADE HOSPITALAR
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Actividade Hospitalar
Aproximadamente 10% dos traba-lhadores da União Europeia exer-cem a sua actividade profissional no sector da saúde e da protecção social. Uma proporção significativa trabalha nos hospitais.
Esta circunstância faz da saúde um dos maiores sectores de emprego na Europa, abrangendo um vasto leque de actividades.Cerca de 77% dos trabalhadores são do sexo feminino. Segundo dados
europeus, a taxa de acidentes de trabalho no sector da saúde é 34% superior à média comunitária. Além disso, o sector da saúde ostenta uma elevada taxa de incidência de dis-túrbios músculo-esqueléticos rela- cionados com o trabalho, apenas precedido do sector da construção. Os factores de risco de natureza profissional subdividem-se tradicio-nalmente, de acordo com a respecti-va origem, em factores de risco de natureza ergonómica, de natureza
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química, psicossocial,fisica, mecâni-ca, riscos ambientais, segurança e ainda factores de risco de natureza biológica.Os principais factores de risco, bem como os problemas do sector da saúde com eles relacionados são os seguintes:
Riscos de natureza ergonómica derivados de esforços muscu-lares relacionados com a manu- tenção de posturas e movimen- tação manual de cargas pesa-das.
Riscos Biológicos - Exposição a microrganismos, vírus, por ex. a exposição a HIV, hepatite B e a sangue contaminado.
Risco químico - nomeadamente a exposição a desinfectantes e esterilizantes, gases anestésicos e medicamentos citotóxicos.
Riscos de natureza física - expo- sição a radiações ionizantes, tais como RX ou materiais radio- -activos (ex. cobalto), tempera-turas elevadas, ruído excessivo, etc.
Riscos psicossociais, como tra- balho por turnos rotativos, ritmos intensos de trabalho, violência verbal/ fisica, factores e conteúdos relacionados com a organização do trabalho e o relacionamento com os cole-gas/utentes.
Riscos de Natureza mecânica, tais como picadas, quedas e entalamento.
Riscos de Segurança, associa-dos aos incêndios, crimes in-formáticos, furtos, fuga de doentes das instalações.
Riscos Ambientais, tais como, poluição dos solos, das águas, do ar.
Os riscos profissionais existem e podem conduzir a acidentes de tra-balho e doenças profissionais por isso é necessário estar alerta. Todos os grupos profissionais do sector da saúde podem estar expostos a factores de risco.
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
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Definições e Conceitos
A actividade profissional pode ser responsável por alterações na saúde do trabalhador se não for realizada em condições adequadas.
O que é uma doença profissional? É a lesão corporal, perturbação fun-cional ou doença que seja conse-quência necessária e directa da acti-vidade exercida pelo trabalhador e não represente normal desgaste do organismo.
O que é um acidente em serviço? É o acidente de trabalho que se veri- fique no decurso da prestação de trabalho pelos trabalhadores do IPO- PFG, EPE, designadamente, quando por facto verificado no local e no tempo de trabalho ocorrer lesão corporal reconhecida a seguir ao acidente.
O que é um risco profissional?Combinação da probabilidade e da gravidade de um trabalhador sofrer um dano devido ao trabalho.
O que são danos derivados do trabalho?Doenças, patologias ou lesões sofri-das, motivadas ou ocasionadas pelo trabalho.
O que é a prevenção?A acção de evitar ou diminuir os ris- cos profissionais através de um con-junto de disposições ou medidas que devam ser tomadas no inicio da actividade ou em todas as fases da actividade do IPOPFG, EPE.
SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONALE GESTÃO DE RISCO GERAL
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SSO e GRGServiço de Saúde Ocupacional e Gestão de Risco Geral
O Serviço de Saúde Ocupacional e Gestão de Risco Geral (SSOGRG), é um serviço interno do IPOPFG, EPE, que assegura as actividades de Ambiente, Segurança e Higiene no Trabalho (ASHT), da Medicina e Enfermagem do Trabalho (MET) e da Psicologia da Saúde Ocupacional (PSO).O SSOGRG tem como missão Pro-mover, Prevenir e Garantir a Segu-rança, Higiene e Saúde de todos os
trabalhadores do IPOPFG, EPE.Cabe ainda no âmbito da sua inter-venção a prevenção de todos os ris-cos gerais que possam afectar insta-lações, ambiente, visitas, doentes ou as populações vizinhas.Cabe assim, ao SSOGRG a respon-sabilidade pela prevenção dos acidentes de serviço, das doen-ças profissionais e pela vigilância médica e promoção da saúde dos trabalhadores do IPOPFG, EPE.
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O SSOGRG executa as seguintes áreas no âmbito da prevenção:
Segurança no Trabalho: ocupa-se de actividades relacionadas com a avaliação e controlo de riscos gera-dos por máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, lugares e espaços de trabalho, emergência e auto-protecção.
Higiene Ocupacional: ocupa-se de actividades relacionadas com a exposição e tarefas que impliquem a utilização de agentes químicos, agentes biológicos e agentes físi-cos.
Ergonomia: ocupa-se do controlo de riscos relacionados com a confi-guração de um posto de trabalho, problemas de carga física em geral.
Psicologia da Saúde Ocupacio-nal: ocupa-se de actividades rela-cionadas com a exposição a riscos psicossociais, através da aplicação dos principios e práticas da psicolo-gia aos objectivos da sáude ocupa-cional.
Medicina do Trabalho: cobre todos os aspectos de controlo e vigilância da saúde do pessoal do IPOPFG, EPE exposto a riscos.
Edifício E – Laboratórios, no piso 1.
SSOGRG
Secretaria
Extensão
5113/5116
ssocup@ ipoporto.min-saude.pt
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Acidentes de Trabalho (Acidentes em serviço, incidentes e acontecimentos perigosos)
No IPOPFG, EPE existem procedi- mentos a seguir no caso de um aci-dente de trabalho:
A quem comunicar?Ao seu superior hierárquico no prazo de 2 dias úteis. Se o superior hierár-quico presenciou o acidente cabe a este efectuar a participação.O superior Hierárquico após ter toma- do conhecimento ou ter presencia-do o acidente deve participá-lo no
prazo de 1 dia útil ao SSOGRG.
Como Comunicar?De forma escrita no prazo de 2 dias úteis, utilizando os modelos adopta-dos pelo IPO (informe-se no seu Serviço) e entregando no SSOGRG.
No caso de assistência médica a quem recorre?Os primeiros socorros são prestados de imediato, seguindo o estabele-
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cido no respectivo procedimento (consultar o manual de Gestão de Risco/Saúde Ocupacional existente no seu Serviço).O desenvolvimento da situação clíni-ca do sinistrado, após os primeiros socorros até à alta, deve ser regis-tado no boletim clinico.No caso do sinistrado (funcionário ou contratado) necessitar de assis-tência médica urgente será encami-nhado para o Hospital de São João (HSJ), Hospital com protocolo com a companhia de seguros AXA, Santa
Maria (HSM) ou outro que se encon-tre mais próximo.
E as FALTAS?As faltas por acidente em serviço devem ser justificadas, no prazo de 5 dias úteis, a contar do 1.º dia de
COMO FAZER?
O trabalhador deve dirigir-se ao HSM ou HSJ ou outro que se encontre mais próximo. Ao chegar ao HSM ou outro Hospital, deve identificar-se di-zendo que é trabalhador do IPOPFG, EPE (apresentando o cartão de iden-tificação) e se possível identificar o n.º da apólice do seguro da AXA: 1010113260 e dizer que teve um acidente de trabalho
LEGISLAÇÃO - ACIDENTES DE TRAbALHO
Lei nº 98/2009, de 04 de Setembroregulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doen-ças profissionais, incluindo a reabili-tação e reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Có-digo do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.
ausência ao serviço.
DOCUMENTOS A APRESENTAR no SSOGRG:- Boletim clinico.- Participação de Acidente de Trabalho correctamente preenchi- da no prazo de 2 dias úteis após o acontecimento.
LEMbRE-SETodos os ACIDENTES, INCIDENTES ou ACONTECIMENTOS PERIGOSOS devem ser participados para que se tomem medidas correctivas para a pro-tecção de todos os trabalhadores.Deve participar ao SSOGRG no pra-zo máximo de 2 DIAS ÚTEIS.
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Formação dos Trabalhadores
Os trabalhadores devem receber uma formação adequada e sufici-ente no domínio da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, tendo em conta as respectivas funções e o posto de trabalho (art. 5º, Lei 102/2009 de 10 de Setembro regu-lamenta o regime jurídico da pro-moção da prevenção da segurança e da saúde no trabalho; e artigo 282º do Código do Trabalho).
Nestes temos, existem 3 níveis de formação em SHST/GR: 1) Formação Obrigatória; 2) Formação Facultativa; 3) Informação.
1.1. Formação ObrigatóriaTodos os trabalhadores do IPOPFG, EPE recebem formação obrigatória no domínio da prevenção contra in-cêndios, planeamento de emergên-cia, suporte básico de vida, gestão de risco e movimentação manual de cargas, controlo de infecção e gestão de resíduos.Será dada formação específica, nos postos de trabalho em que se justifi-que, em manipulação de substâncias perigosas, trabalho com equipamen-
tos dotados de visor, entre outros.Todas estas acções são objecto de um plano anual de formação a in-tegrar no âmbito da actividade for-mativa do Centro de Formação do IPOPFG, EPE.
1.2. Formação FacultativaSerão ainda propostas acções de for-mação com carácter facultativo, mas que o SSOGRG julga de importante frequência pelos trabalhadores do IPOPFG, EPE e que são propostas na sequência das avaliações de riscos efectuadas e da avaliação das ne-cessidades de formação específicas em SHST.
1.3. InformaçãoSão divulgados textos informativos relacionados com a segurança e saú- de no trabalho.Inscreva-se para recepção da News-letter e consulte o Cantinho do Risco do seu serviço.
INFORME-SE NO CENTRO DE FORMAÇÃO
E PARTICIPE NA FORMAÇÃO!
GESTÃO DE RISCO
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A gestão de risco subdivide-se em duas áreas, a Gestão de Risco Geral e a Gestão de Risco Clínico. O Gestor de Risco Geral é o Director do SSOGRG, e as suas funções são desenvolvidas através do mesmo Serviço.O Gestor de Risco Clínico é um clíni-co do quadro de pessoal do IPOPFG, EPE.Em cada serviço, há um Gestor de Risco Local responsável pela imple-mentação local do programa de pre-venção de riscos.
NOTIFICAÇÃO DE RISCOO que é a Notificação de Risco?A notificação de risco é o processo confidencial pelo qual os trabalha-dores podem comunicar situações de risco.
Como notificar?No portal do IPO Porto (menu supe-rior) opção Ficha de Notificação de Risco (Geral, Clínico e de Quedas de doentes) preencher e enviar “on- -line” com a possibilidade ao Notifi-cante de seguir os desenvolvimen-tos e a situação da sua notificação em tempo real.
Manual de procedimentos em matéria de Gestão de Risco e Saúde Ocupacional.
Informe-se relativamente ao Gestor de Risco Local no seu Serviço, pois ele é o interlocu-tor com a Saúde Ocupacional e Gestão de Risco.
Gestão de Risco
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} Uma situação de Risco
Quando notificar?Sempre que: - Presencie; - Tenha conhecimento; - Ocorra; - Verifique;
PRIMEIROS SOCORROS
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Primeiros Socorros
O que são os primeiros socorros?Entende-se por primeiros socorros o conjunto de actuações e técnicas que permitem dar atenção imediata a um acidentado, até que chegue a assistência médica profissional, de modo a que as lesões sofridas não piorem.
ACTIVAÇÃO DO SISTEMA DE EMER-GÊNCIA - Proteger - Avaliar e Avisar - Socorrer
PROTEGERAfastar o perigo da vítima ou afastar a vítima do perigo.
AVALIAR e AVISAR1.º Verificar se responde a estímulos; 2.º Verificar se respira;3.º Verificar se tem sinais de circu- lação. Pedir ajuda, o mais rápido possível.
SOCORRERUma vez executadas as acções ante-riores, concentre as suas atenções no acidentado.Iniciar medidas de Suporte Básico de Vida.
Se respira e /ou tem sinais de circulação avisar:
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Se não respira e/ou não tem sinais de circulação avisar:
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SEGURANÇA HOSPITALAR
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Seguranca Hospitalar
Os estabelecimentos hospitalares têm que estar preparados para res- ponder a dois tipos de emergên-cias: - Externa (que ocorre fora do hospi- tal, sem o afectar)- Interna (que o atinge directamen- te).
Conheça os Planos de Emergência no seu serviço, saiba onde estão e quais as suas responsabilidades. No Manual de GR/SO os Planos estão resumidos e também podem ser consultados no seu Serviço. Fale com o Gestor de Risco Local.
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Um incêndio é um fogo não contro-lado, que produz efeitos indeseja-dos como lesões individuais e danos materiais.Podemos prevenir a ocorrência de um incêndio se controlarmos as ma-térias-primas em processo assim como os factores de ignição e se efectuarmos manutenção preven-tiva das instalações.
Prevenção do Incêndio: Normas gerais
Armazenar os produtos inflamá- veis e combustíveis em locais isolados e afastados das zonas de trabalho.
Utilizar recipientes fechados, hermeticamente, tanto para o armazenamento como para o
transporte e depósito de re-síduos.
Não fumar nos locais de traba-lho.
Afastar das zonas de risco de in-cêndio as fontes de calor como fornos, caldeiras, estufas, etc.
Evitar que a instalação eléctrica seja origem de focos de calor. No fim do turno de trabalho deverá certificar-se que todos os aparelhos eléctricos estão desligados da rede.
Não misturar substâncias quí-micas cuja reacção desconheça, porque pode gerar-se calor su-ficiente para fazer deflagrar o incêndio.
Emergência e Evacuação Instru-ções de Segurança em Caso de Incêndio/Sinistro Grave
1. Manter a calma.
2. Dar o alarme (de preferência, em simultâneo, através de uma 2ª pessoa) verbalmente e através do número de emergência interno.
INCENDIO
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3. Providenciar a evacuação da área atingida, seguindo a prioridade de evacuação definida no Plano.
4. Atacar o fogo com o extintor mais próximo desde que adequado a essa classe de fogo.
Emergência ExternaConsideram-se situações de emer-gência externas os acidentes graves ou catástrofes, ocorridas fora das instalações do IPOPFG, EPE e sem o afectarem directamente.Assim foi elaborado um plano para dar resposta a estas situações, defi-nindo níveis de emergência e criada a organização interna para estas situações. CONSULTE ESTE PLANO NO SEU SERVIÇO.
Conheça os extintores do seu serviço, onde estão localizadas as saídas de emergência, para onde se deve dirigir no caso de evacua-ção (ponto de reunião) e as plantas de emergência no seu serviço.
LEMbRE-SE!O n.º de emergência geral interno é o 2000. Consulte os planos de emer-gência no seu Serviço.
AVALIAÇÃO DE RISCOS POR CATEGORIA PROFISSIONAL
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Avaliação de Riscos por Categoria Profissional
Uma avaliação de riscos tem como objectivo colocar o empregador em posição de tomar eficazmente as medidas necessárias para proteger a segurança e a saúde dos trabalha-dores.Os factores de risco de origem pro-fissional a que os trabalhadores de saúde se encontram expostos, pode- rão classificar-se em 6 categorias principais:
Factores de natureza física;
Factores de natureza mecânica;
Factores de natureza ergonómica;
Factores de natureza química;
Factores de natureza biológica;
Factores de natureza psicossocial.
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Médicos (Riscos característicos)
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Enfermeiros (Riscos característicos)
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Técnicos Superiores e TS Saúde(Riscos característicos)������������������������������������������������������
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Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (Riscos característicos)�������������������������������������������������������������
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Assistentes Técnicos(Riscos característicos)���������������������������������������������������
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Assistentes Operacionais(Riscos característicos)�����������������������������������������������
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Assistentes Operacionais(Operários - Riscos característicos)����������������������������������
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MEDIDAS PREVENTIVAS/CORRECTIVAS
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Medidas Preventivas Correctivas
Para os principiais factores de risco identificados inerentes às profissões desenvolvidas, é necessário a imple-mentação de boas práticas de traba-lho e de medidas de prevenção a adoptar para eliminar ou reduzir os riscos referidos. Destacam-se as seguintes:
Prevenção das perturbações músculo-esqueléticas - podem ser evitadas com intervenção ergonó-mica para modificar a organização do trabalho e a concepção dos locais de trabalho.Formação em movimentação ma-nual de cargas/doentes.Introdução de ajudas técnicas para a mobilização de doentes/cargas ou peça ajuda aos colegas.Utilizar a mecânica corporal ade-quada para evitar lesões músculo- -esqueléticas. Empurre em vez de puxar um deter-minado objecto.Formação em técnicas de transfe-rência de doentes.
Prevenção riscos mecânicos - usar calçado apropriado, manusear com muito cuidado instrumentos
que possam provocar cortes ou per-furações, utilizar os equipamentos apenas para o fim a que se desti-nam.
Prevenção de riscos biológicos.Medidas de higiene apropriadas. Descontaminação e medidas de emergência em caso de derrame.Formação sobre manuseamento seguro de espécimes infecciosos, resíduos cortantes, tecidos conta-minados e outros materiais.
Prevenção riscos quimicos - for-mação sobre manuseio, transpor-te e armazenamento de produtos quimicos. Uso de equipamento de protecção individual. Reduzir o tempo de exposição.Reduzir o número de pessoas ex-postas.Substituir os produtos nocivos por outros menos nocivos.
EQUIPAMENTOS DOTADOS DE VISOR
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Equipamentos Dotados de Visor
Por posto de trabalho com recurso a equipamento dotado de visor enten-de-se o conjunto constituído por um equipamento dotado de visor, even-tualmente munido de um teclado ou de um dispositivo de introdução de dados e ou de software que assegure a interface homem/máqui-na, por acessórios opcionais e por equipamento anexo, bem como pelas suas condições ambien-tais. (art. 3º, Decreto de Lei nº 349/93, de 01 de Outubro). Os equipamentos de trabalho dotados de visor não devem constituir fonte
de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, sendo que devem ser convenientemente adaptados e ajus- tados ao trabalho a efectuar.
Deve ter-se em consideração:- A posição dos trabalhadores duran- te a utilização dos equipamentos de trabalho.- Os princípios ergonómicos a asse- gurarem no seu correcto dimen- sionamento.
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A área de trabalho deverá ser dis-posta mediante as seguintes reco-mendações:
As actividades pouco frequentes de-vem ser dispostas numa zona mais afastada. A concepção ergonómica de um posto de trabalho dotado de visor deve atender a vários requisi-tos entre os quais:
a) O VISOR deve:- Ter uma imagem estável.- Possibilitar ao utilizador uma fácil regulação da iluminância e do con- traste.- Ser de orientação e inclinação re- guláveis de modo livre e fácil.
b) O TECLADO deve:- Ser de inclinação regulável, disso- ciado do visor e deixar um espaço livre à sua frente de modo a per- mitir ao utilizador apoiar as mãos e os braços.
c) O SUPORTE DE DOCUMENTOS- Deve ser estável e regulável e evi- tar movimentos desconfortáveis da cabeça e olhos.
d) A MESA - A altura da mesa de trabalho deve ser dimensionada de acordo com o tipo de tarefas a executar.
trabalho exigindo elevadaprecisão visual
trabalho exigindo apoio para as mãos
trabalho exigindo liberdade de movimentos da mão
manipulação de materiais pesa-dos (só em trabalho de pé)
10-20 cm acima do níveldo cotovelo
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5-7 cm acima do níveldo cotovelo
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nível do cotovelo
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ligeiramente abaixodo nível do cotovelo
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Se considerarmos a postura de tra-balho sentado com recurso a equi-pamentos dotados de visor a mesa de trabalho deverá estar cerca de 5 a 7 cm acima do nível do cotovelo de forma a permitir um adequado apoio para mãos. As mesas de trabalho devem ter:
- Uma superfície de base, com di- mensões que permitam acomodar o monitor e documentos de supor-te às tarefas que realiza.- Deve ter um acabamento opaco de modo a minimizar os reflexos na mesa.- Não ter rebordos ou arestas sali- entes, que possam ferir o traba-lhador.- Quando se trata de uma super-fície de trabalho fixa deve ter 700 milímetros de altura.
e) A CADEIRAPara ser confortável uma cadeira de escritório numa perspectiva ergonómica deve obedecer a cri-térios que emergem das tarefas que o trabalhador tem que realizar e as suas características antropo- -métricas, biomecânicas e fisioló-gicas.
A altura do assento deve ser ajustável em altura. Nos casos em que as pessoas mais pequenas
não consigam ter os pés bem as-sentes no chão torna-se necessário o apoio de pés.
A almofada da superfície de assento deve ser firme, os rebordos da al-mofada devem ser arredondados e almofadados, a cobertura depende da actividade, no entanto deve ser impermeável, de preferência.
A superfície de apoio de costas deve dar suporte às curvaturas lombar e dorsal.O apoio de costas deve permitir a sua inclinação.
O apoio de antebraços deve ser amovível e com regulação de dis-tância entre os antebraços.
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A base de apoio da cadeira deve ser robusta suportada por cinco per-nas para prevenir quedas.
Os comandos da cadeira devem ser de fácil acesso a partir da pos-tura sentada;
f) O APOIO DE PÉSUm apoio de pés deve:- Ser ajustável em altura e inclina- ção;- Deve ter uma superfície suficien- temente espaçosa para não difi- cultar os movimentos dos mem-
bros inferiores.- 45cm x 35 cm;- Ser revestido por um material anti-derrapante;- Não ter elementos agressivos que possam provocar incómodo ou lesões nos trabalhadores;
Apoio de pés
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h) SOFTWARE deve:- Ser adaptado à tarefa a executar.- Ser de fácil utilização e atender aos conhecimentos do utilizador.
i) DISPOSIÇÃO DO POSTO DE TRA-bALHO
j) EXERCICIOSExistem alguns exercicios de relaxa-mento e alongamento adaptados à actividade exercida de cada um dos funcionários.
Informe-se junto do SSOGRG.
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SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
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Sinalização de Segurança
A sinalização de segurança esti-mula e desenvolve a atenção do trabalhador para os riscos a que está exposto.Por sinalização de segurança enten-de-se a que está relacionada com um objecto, uma actividade ou uma determinada situação, fornecendo a indicação relativa à segurança ou à saúde do trabalhador, ou de ambas, por intermédio de uma placa, uma cor, um sinal luminoso ou acústico, uma comunicação verbal ou um si-nal gestual.
Na sinalização de segurança e de saúde no trabalho, temos três op-ções:- Sinais luminosos, acústicos e comunicação verbal;- Sinais gestuais e comunicação verbal;- Cor de segurança e placa, quando se trate de assinalar riscos de tro- peçamento ou quedas de altura.
Significado e aplicação das cores de segurança:
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EXAMES DE SAÚDE E VACINAÇÃO
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Exames de saúde e vacinação
Atendendo à legislação em vigor (Art. 44º da Lei 102/2009 de 10 de Setembro, regulamenta o regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e da saúde no tra-balho, de acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho, no que respeita à prevenção). O SSOGRG, efectua exames médicos que permitem verificar a aptidão
física e psíquica de cada trabalhador para o exercício da sua profissão, assim como as implicações das condições dos locais de trabalho na sua saúde.
Tipo de exames:Exames de Admissão Realizados antes do início da prestação de trabalho, ou quando a urgência da
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admissão o justificar, nos 15 dias seguintes à sua admissão.
Exames PeriódicosRealizados anualmente para os trabalhadores com mais de 50 anos e de dois em dois anos para os restantes trabalhadores. Os tra-balhadores considerados de grupos vulneráveis serão convocados de acordo com o protocolo de vigilân-cia médica definido pelo Médico do Trabalho.
Exames ocasionaisRealizados sempre que se verifi- quem alterações na oganização, meios ou ambientes de trabalho, bem como no caso de regresso ao trabalho depois de uma ausência superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente.
Queixas de Saúde relacionadas com o trabalhoSempre que existirem queixas de saúde relacionadas com o trabalho, o trabalhador deve comunicar ao SSOGRG para investigação do nexo causal e elaboração de Relatórios e Pareceres de Saúde sobre os proble-mas detectados (individuais ou de grupo), com relevância para a saúde dos trabalhadores e a sua relação
com a actividade profissional.
VacinaçãoOs trabalhadores devem conhecer o seu estado imunológico de modo a evitar determinadas doenças, e caso sejam susceptíveis, receber imunização protectora. Aconselhe-se no SSOGRG!
Rastreio Oftalmológico e Audi-ológicoOs rastreios têm como objectivo registar o controlo da função audi-tiva e visual dos trabalhadores.
Atendimento Individual de Psi-cologia Social e do Trabalho (PST)O Atendimento Individual em PST, funciona como um apoio e suporte personalizado aos trabalhadores, cujo ambiente psicossocial do tra-balho se encontre perturbado e que consequentemente afecte psicologi-camente os profissionais.
MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE DOENTES
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Muitas actividades na assistência prestada aos pacientes exigem que os profissionais de saúde puxem, empurrem, levantem e carreguem pesos/cargas.As movimentações manuais de car-gas comportam inúmeros riscos, no- meadamente ao nível dorso-lom-bar.
1. Características da carga:- demasiado pesada ou demasiado grande;- muito volumosa e difícil de pegar; - está em equilíbrio instável ou o seu conteúdo corre o risco de deslizar;- situada a uma grande distância do corpo;- agarrada mediante uma flexão ou torção do tronco.
Especificidades associadas aos pacientes:- agitação do paciente;- falta de participação do paciente; - estimativa difícil do peso do paci- ente;- possibilidades de agarrar reduzi- das.
2. Esforço físico necessário:- é demasiado grande;- exige um movimento de torção ou de flexão do tronco;- desequilíbrio da carga- exige uma posição instável.
3. Características do ambiente de trabalho:- o espaço livre, especialmente o vertical, é insuficiente;- o piso é irregular e/ou escorrega- dio;- quando a temperatura, humidade e circulação de ar são inadequa- dos;- quando a iluminação é inadequa- da;- quando existe exposição a vibra- ções.
Movimentação manual de doentes
Factores de RiscoA movimentação manual de uma carga pode apresentar risco, em particular dorso-lombar, nos seguin-tes casos:
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4. Exigências da actividade:- esforços físicos demasiado frequen- tes ou prolongados que interfiram em particular com a coluna verte- bral;- período insuficiente de repouso fi- siológico ou de recuperação;- distâncias demasiado grandes de elevação, declive ou transporte;- ritmo imposto por um processo que o trabalhador não pode con- trolar.
5. Factores individuais de risco:- falta de capacidade física para re- alizar as tarefas em questão;- equipamento de trabalho (roupas, calçado e outros) inadequado;- falta ou insuficiente formação do trabalhador;- a existência prévia de problema/ patologia dorso-lombar.
1. Eliminação dos RiscosEvitar as movimentações manuais através da mecanização ou auto-matização total da tarefa de movi-mentação.
Medidas de PrevençãoConhecendo os riscos é necessário tomar medidas. Eliminando-os se possível ou reduzindo-os. A priori-dade das acções, de acordo com a legislação em vigor, é sempre dada às acções que permitem eliminar os riscos.
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Gruas/elevadores de doentesSubstituem as transferências manu-ais de doentes por transferências mecânicas.
2. Redução do Riscoa) Medidas Técnicas (ajudas técnicas).
As ajudas técnicas tais como camas reguláveis em altura, pranchas de transferência, carrinhos, diminuem os riscos nas operações de movi-mentação e em muitos casos tam-bém os permitem eliminar.
2.1. Adaptar em altura
- Camas e banheiras reguláveis em altura.- Sistema maca-banheira.- Carrinho adaptado à escrita.
2.2. Facilitar as movimentações dos pacientesAjudam a facilitar a deslocação e, portanto, diminuir os constrangimen-tos ao nível da coluna vertebral.
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Exemplos:
Estruturas de transferência
Tábua/Prancha de Transferên-cia de madeira, em plástico flexível, curvada constituída por fibra, de rolos, etc.
Lençol de material de algodão Utilizado para transferências laterais.
Trapézio
Localizado na cabeceira da cama
Apoio para o doente colaboran-te, diminuindo os esforços dos profissionais
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Auxiliares de banho
Apoios de banheira
Banco de duche rebatível
Cadeira de duche e sanitaMaca-banheira
2.3. Facilitar a AcessibilidadeO acesso à cadeira de braços é mui-tas vezes obstruído pela presença de apoios de braços que obrigam o pessoal auxiliar a efectuar movi-mentações manuais inadaptadas. Uma cadeira de braços equipada com apoios que podem baixar faci-lita nomeadamente a utilização da prancha de transferência.
Cinto de Transferência
Colocado no doente
Serve como pega para o profis-sional
Cadeira de bracos regulaveis
2.4. Posicionamento do doente Manter a posição do doente
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2.5. Melhorar o armazenamento de cargasMelhore o armazenamento das cargas. Uma distribuição equilibra-da das cargas nas zonas de arma-zenagem evita excessos de carga da coluna e facilita o acesso às áreas de arrumação.
3. Medidas organizacionaisNa perspectiva da ergonomia a pla-
nificação do trabalho compreende a adaptação do mobiliário, do mate-rial e da organização do trabalho.É importante também não negli-genciar o corpo e aprender os ges- tos e posições que respeitam a co-luna vertebral e facilitam o trabalho. Utilizar a mecânica corporal ade-quada, pode evitar lesões músculo-esqueléticas e fadiga.
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PRINCÍPIOS bÁSICOS:
1. Mantenha o centro de gravidade baixo, flexionando os quadris e os joelhos, em vez de curvar-se ao nível da cintura.
2. Use uma base de sustentação ampla, afastando os pés.
3. Mantenha o alinhamento apropri-ado do corpo e conserve o seu cen-tro de gravidade directamente sobre a base de apoio, movimentando os pés, em vez de girar e inclinar-se na cintura.
SEMPRE QUE POSSÍVEL:
EMPURRE em vez de puxar um ob-jecto.
MOVIMENTAÇÃO SEGURA DE PACI-ENTESOs acidentes que ocorrem durante a transferência de pacientes estão en-tre os incidentes mais comuns que envolvem profissionais de saúde. Informe-se das técnicas de transfe-rência usadas no seu serviço assim como dos equipamentos disponíveis para efectuar essa transferência.
Use sapatos baixos, solas flexíveis e antiderrapante.
Conheça as suas limitações e tenha bom senso. Quando for levantar ou movimentar objectos pesados, utilize sem-pre dispositivos mecânicos para o ajudar (se estiverem disponíveis), ou solicite a ajuda dos colegas.
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A Mobilização de doentes pode-se dividir em 2 objectivos principais, que requerem a mobilização ma-nual:
1. Transferências - mobilizar o pa-ciente de uma superfície para outra.
2. Reposição - mobilizar o paciente na mesma superfície.
TÉCNICAS DE MObILIZAÇÃOTécnica para alterar um decúbito la-teral para o lateral contrário.
Os pés devem estar afastados e a efectuarem um ângulo entre si, de 60 a 90º.
As pernas devem estar ligeira-mente flectidas pelos joelhos e os músculos abdominais con-traídos.
Estar o mais próximo possível da carga a movimentar.
Alargar a base de apoio e diminuir a pressão sobre a coluna.Sentar na beira da cama com as per-nas pendentes.
Técnica da ponte
Após começar a mover o objecto, mante-
nha-o em movimento. Isso consome me-
nos energia do que parar e recomeçar. Evite
quedas dos doentes. Caso o doente co-
mece a cair durante a transferência, mova-
-o cuidadosamente na direcção à superfície
mais próxima, cama, piso ou cadeira. Não
se esforce para concluir a transferência,
isso poderá acarretar perda de equilíbrio,
quedas, distensões musculares e outras
lesões no doente ou em você mesmo.
LEMbRE-SE
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A maioria das técnicas utilizadas, hoje em dia, são consideradas in-seguras, devido ao risco músculo-esquelético que comportam para o profissional.
Com o desenvolvimento tecnoló-gico actual existem formas seguras de efectuar essas mobilizações com equipamentos adequados.
Exemplos de Técnicas Inseguras
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Movimentação Manual de Car-gas
A boa técnica para levantar car-gas deve ser:
aproximar-se da carga;
procurar o equilíbrio;
endireitar a coluna vertebral;
utilizar a força das pernas;
agarrar firmemente;
não fazer movimentos bruscos.
Transportar correctamente quer dizer:
evitar o trabalho fatigante dos músculos: o centro de gravi-dade da carga deve encontrar-se, na medida do possível, ver-ticalmente acima dos pés;
transportar os sacos e as caixas ao ombro; o corpo deve ficar direito;
carregar o corpo simetricamen-te; transportar a carga de bra-ços estendidos;
evitar torções perigosas da co-luna vertebral ao levantar-se ou ao baixar-se;
aquando do transporte e levan-tamento de cargas, proteger os pés com calçado de protecção e as mãos com luvas apropria-das.
Transporte com a ajuda de carros de braços
na medida do possível, deslo-car o carro de braços empur-rando-o;
ao movimentar o carro, é neces--sário prestar atenção para que os calcanhares ou outras partes do corpo não sejam feridos pe-las rodas ou pela plataforma de carga.
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proteger os punhos e pulsos com luvas especiais ou colocá-los de forma que as mãos não ultrapassem os bordos do car-ro;
aquando da paragem do traba-lho colocar o cabeçalho do car-ro em posição vertical e fixá-lo para que não caia.
Armazenagem e empilhamentoAquando da armazenagem e do empilhamento, garantir que:
os percursos não tenham obs-táculos;
as portas e saídas não estejam barradas;
as vias de emergência estejam desimpedidas;
os extintores estejam sempre acessíveis.
Dispor os stocks e as pilhas de forma a que:
a carga seja mantida com toda a segurança;
e que não exista perigo devi-do a objectos que caiam ou rolem.
As substâncias perigosas e as garrafas de gás, por exem-plo, devem ser depositadas em armários especiais ou locais protegidos contra o sol e a chu-va, bem arejadas e sinalizadas com toda a conformidade.
Os materiais compridos tais como varas, mastros, tubos, etc., devem ser empilhados de forma a que não rolem.
Entre as pilhas ou os depósitos e as vias de circulação para car-ros manuais e outros aparelhos de transporte, é necessário pre-ver um espaço de segurança de, pelo menos, 0,5 m.
Eliminar imediatamente os meios de transporte defeituosos, como por exemplo as paletes.
ATENÇÃO!
CONTROLO DE INFECÇÃO HOSPITALAR
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As questões relacionadas com a In-fecção Associada aos Cuidados de Saúde, têm levado várias entidades internacionais, nomeadamente o Conselho da Europa e a Organização Mundial de Saúde, a intervirem so-bre este assunto.A Direcção Geral de Saúde, cons-ciente do esforço concertado que é necessário desenvolver em Portugal para minimizar e controlar o risco da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde, determinou a constituição/ operacionalização das Comissões de Controlo de Infecção em todas as unidades de saúde públicas e priva-das, através da Circular Normativa nº 18 de 15/10/07, na qual lhes atribui as seguintes funções:
Vigilância epidemiológica (de processo, estrutura e resultado)
Elaboração e monitorização do cumprimento de normas e reco- mendações de boas práticas
Formação e informação a profis--sionais de saúde, utentes e visitantes
Consultadoria e apoio (Consul-tar Norma 1 e 2 do Manual de Controlo de Infecção Hospita-lar)
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PRECAUÇÕES UNIVERSAIS
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As precauções universais surgiram na década de 80 nos EUA e estiveram associados ao fenómeno da SIDA. No entanto, rapidamente se perce-beu que não diziam apenas respeito a este tipo de doentes mas, a todos os que tivessem uma doença poten-cialmente transmissível. Nasceram assim, da consciência de que é im-possível termos a certeza de quem, a qualquer momento pode estar ou não infectado, pelo que, devemos considerar TODO o indivíduo como potencialmente contaminado.Mas, o que são as precauções uni-versais?São medidas simples a adoptar pe-los profissionais de saúde no manu-seamento de sangue e fluidos cor-porais. Devem ser aplicadas por TODOS, nomeadamente pessoas que lidem habitualmente com sangue e outros fluidos corporais.
As precauções universais podem ser resumidas em 5 categorias:1. Precauções de barreira2. Protecção contra penetração (in-oculação)3. Boa higiene pessoal4. Controlo da higiene ambiental5. Higienização das mãos
1. Precauções de barreira:As precauções barreira são aquelas que impedem o contacto directo entre o prestador de cuidados e o agente. Podem ser luvas, máscara, óculos ou viseira, avental ou bata.
Luvas - devem ser utilizadas sem-pre que se manuseiam:- Fluidos corporais- Mucosas ou pele não intacta- Superfícies ou equipamentos con-taminados.Devem ser calçadas imediatamente antes do procedimento e retiradas imediatamente após o procedimen-to e trocadas depois do contacto com cada indivíduo. Após retirar as luvas, as mãos devem ser lavadas, antes de tocarmos em superfícies ou objectos, como esferográficas,
Precauções Universais
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computador, processos, telefone...
Máscara, óculos de protecção -Devem ser colocados sempre que haja necessidade de proteger as membranas mucosas dos olhos, na-riz e boca durante procedimentos e actividades inerentes à prestação de cuidados onde possam ocorrer salpi-cos ou aeróssois de sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções sobre a face.
bata/avental – utilizados para proteger a pele e prevenir a conta-minação da roupa durante procedi-mentos e actividades inerentes à prestação de cuidados onde possa ocorrer salpicos ou aerossóis de san-gue, fluidos orgânicos, secreções e excreções sobre o corpo.
2. Protecção contra penetração (inoculação):Não recapsular as agulhas, dobrar, partir ou manipular indevidamente agulhas usadas com as mãos. Todo o material corto-perfurante deve ser imediatamente rejeitado após a sua utilização em recipientes próprios.O pessoal de saúde com lesões ex-sudativas deve abster-se do conta-cto directo com doentes. Se não for possível, todas as lesões da pele de-
vem ser protegidas com um penso impermeável.
3. boa higiene pessoal:Todos aqueles que trabalham em serviços onde é utilizado fardamen-to e calçado próprio, não o devem transportar para fora da unidade. Sempre que isso aconteça por al-guma situação de urgência, a farda deve sempre ser trocada quando regressa ao serviço.Em ambiente hospitalar, o farda-mento deve apresentar-se sempre limpo e asseado independente-mente da função desempenhada.
4. Controlo da Higiene ambien-tal. Material e Equipamento:
Manuseamento:Todo o equipamento contami-nado deve ser manuseado de modo a prevenir a exposição da pele e membranas mucosas, contaminação da roupa e trans-ferência de microrganismos.
Reprocessamento:O material de uso múltiplo deve ser limpo (lavado) e reproces-sado (desinfecção ou esteri-lização) antes de ser utilizado no doente seguinte, de forma
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a evitar a transmissão cruzada de infecção.
Ambiente: É da responsabilidade dos Serviços Hoteleiros, da CCI e dos Chefes e Responsáveis de serviço, o desenvolvimento de procedimentos de rotina (diária e periódica) de limpeza e desin-fecção da unidade do doente e do ambiente, de forma a man-ter o ambiente seguro dentro do hospital.
Roupa:A roupa suja/usada deve ser manuseada de modo a prevenir contaminação e transferência
de microrganismos para outros doentes e para o ambiente.As roupas contaminadas devem ser imediatamente retiradas e colocadas em sacos estanques.
Colocação dos doentes:Os doentes que contaminam o ambiente ou aqueles em que não se consegue manter uma higiene apropriada devem ser colocados em quartos indivi-duais.
Resíduos:Devem ser bem acondicionados para não constituírem risco.
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5. Higienização das mãos
Após contacto com sangue, flu-idos orgânicos, secreções, ex-creções, material contaminado.
Imediatamente após remover as luvas.
Entre doentes.
É a Precaução Universal mais importante no Controlo de Infecção
Consultar Norma 12 do Manual de Controlo de Infecção Hospi-talar.
ISOLAMENTOS
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A infecção é uma causa importan-te de morbilidade e mortalidade nos doentes neutropénicos, em es-pecial no doente oncológico, sendo necessário tomar medidas de pre-venção de infecção no doente.Os tratamentos de quimioterapia convencional, provocam depressão medular intensa e por vezes, pro-longada, o que contribui para que o doente fique mais susceptível a infecções.
Por este motivo, torna-se necessá-rio a instituição de normas de pre-venção das mesmas.A infecção durante estes tratamen-tos pode advir da própria flora endó-gena do doente ou da aquisição de novos microrganismos a partir do meio ambiente. A prevenção de complicações infecciosas resulta da combinação de vários procedimen-tos, nomeadamente da utilização de técnicas de isolamento protector.
Isolamentos de protecção e de contenção
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Em isolamento protector, o doente deverá ficar num quarto individual/ quarto com pressão positiva e filtros HEPPA (diminuição de risco de trans-missão por via aérea).
Os objectivos para este isolamento protector são:
Manter o ambiente protector para o doente, protegendo-o do ambiente hospitalar, da equipa de saúde, das visitas e dele próprio.
Prevenir o aparecimento de in-fecções oportunistas.O tipo de abordagem que se aplica ao doente em isolamen-to protector pode ser:
Abordagem directa - quando se entra em contacto com o doente para prestar cuidados. É obrigatório o uso de touca, máscara cirúrgica, bata não es-terilizada, desinfecção higiénica das mãos e luvas conforme procedimento.
Abordagem indirecta - en-globa os procedimentos que obrigam a entrada do profis-sional no quarto do doente
que não necessita de contacto directo com o próprio doente. É obrigatório o uso de touca, máscara cirúrgica, bata e de-sinfecção higiénica das mãos.
Para entrar num quarto de isola-mento protector é necessário:
Perguntar sempre ao profissio-nal de saúde, responsável por aquele quarto de internamento se pode entrar e se necessita de algum cuidado especial.
Colocar uma touca, máscara e vestir uma bata.
Lavar/desinfectar bem as mãos antes de entrar no quarto. O doente está debilitado. Temos que o proteger.
Não sentar na cama do doente.
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Não são permitidas flores den-tro dos quartos de isolamento ou enfermarias de doentes imunodeprimidos pois são um grande veículo de microrgan-ismos.
Não são permitidas mais do que duas visitas por dia, nem mais do que uma pessoa junto do doente de cada vez.
Cada quarto deve ter o mínimo mobiliário possível e necessário ao conforto do doente.
Os objectos pessoais devem estar em bom estado de con-servação para não haver acu-mulação de poeiras, fazendo-se a desinfecção da superfície com álcool a 70º, diariamente e sempre que necessário.
A roupa do doente que vem do domicílio deve ser lavada em temperaturas superiores a 60º. No caso de impossibilidade, devido à sua tipologia, é lavada
a 40º, passada a ferro e trans-portada em saco limpo.Apesar da limpeza da unidade incluir o chão, este é sempre considerado contaminado, qual- quer que seja o tipo de isola-mento. Qualquer objecto que entre em contacto com o chão deve ser rejeitado ou sujeito a desinfecção de superficie, após lavagem, ou mesmo esteri-lizado, antes de voltar a entrar novamente no quarto.
Não devem ser mantidos dentro do quarto recipientes para resíduos. Apenas devem ser colocados sacos pretos ou transparentes na unidade do doente, que devem ser reti-rados de turno para turno ou sempre que necessário.O quarto de isolamento deverá ser assinalado com um poster, disponível no Manual de Con-trolo de Infecção, de cor azul.Consultar norma 13,14,15, 19 e 19A do Manual de Controlo de Infecção Hospitalar.
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Ocorre quando o doente está coloni-zado/infectado e queremos conter a infecção nesse doente, evitando a infecção cruzada.As vias de transmissão podem ser:
- Contacto;- Gotícula;- Disseminação aérea.
É da responsabilidade do profissio-nal de saúde evitar a propagação da infecção, sendo indispensável respei- tar as normas preconizadas para doentes infectados.
Precauções baseadas na Trans-missão
1. Precauções por disseminação aérea (partículas)Aplicam-se a doentes com infe-cções suspeitas ou confirmadas por microrganismos transmitidos por nú- cleos de partículas com 5 µm ou menos e que são transportadas pelo ar. Estas partículas podem manter-se em suspensão no ar durante bas-tante tempo e serem transportadas a longas distâncias. São exemplos a tuberculose, o sarampo e a varicela.
Precauções padrãoO doente deve ser isolado em quar- to individual com casa-de-banho, com pressão negativa, filtros HEP-PA, drenagem de ar para o exte-rior do edifício e capacidade para 12 renovações de ar/hora. A porta e janelas devem estar fechadas, deve haver restrição nas visitas e o doente só pode sair do quarto para procedimentos considerados im-prescindíveis.O acesso ao doente deve fazer-se com respirador de partículas/más-cara de alta eficiência. Este tipo de máscara deve estar devidamente identificada como respirador.
O quarto de isolamento deverá ser assinalado com um poster, dispo-nível no Manual de Controlo de In-fecção, de cor verde.A utilização adequada de máscaras pode ser consultada na Norma 16 do MCIH.
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2. Precauções por gotícula
Aplicam-se aos doentes com in- fecção confirmada ou suspei-ta transmitida por gotículas (par- tículas com mais de 5 µm e que podem ser geradas pelo doente durante a tosse, espirro ou fala ou ainda por determinados pro- cedimentos como aspiração de secreções ou broncoscopia).Devido ao seu peso, estas gotí- culas só podem percorrer dis-tâncias pequenas, habitualmen- te, não superiores a 1m, po-dendo no entanto atingir 2,5m em ambientes com correntes de ar.
O doente deve permanecer em quarto individual sem cuidados especiais com o ar ou ventila-ção. Quando tal não for possível pode ser colocado num quarto com outro doente que tenha uma infecção activa pelo mes-mo microrganismo, mas sem outra infecção. Em situação limite o doente poderá manter-se a uma distância mínima de 1 metro de outros doentes ou visitantes (necessidade de rea-lização de exames).
O uso de máscara é necessário para quem permanece a me-nos de 1 metro do doente.
Sempre que o doente sair do quarto deverá usar máscara cirúrgica.O quarto de isolamento deverá ser assinalado com um poster, disponível no Manual de Con-trolo de Infecção, de cor ama-rela.
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3. Precauções por contacto
Aplica-se a todos os doentes com infecção suspeita ou confir-mada ou ainda colonizados por microrganismos epidemiologi-camente importantes, que po-dem ser transmitidos por con- tacto directo com o doente ou indirecto através do con-tacto com utensílios, objectos ou dispositivos utilizados pelo doente. Deve haver precauções de contacto em situações de infecção ou colonização gastro-intestinais, respiratória ou cutâ- nea por bactérias consideradas multi-resistentes.
Precauções Padrão
Quarto individual. Se não for possível o doente pode ser co-locado em quarto com doente que tenha infecção activa pelo mesmo microorganismo. Caso não seja possível deverá ter-se em conta a epidemiologia do microrganismo e a população de doentes. Consultar a CCIH.
Individualização de material clí-nico e não clínico.
Higienização ou desinfecção.
Higiénica das mãos e utilização de luvas.
Os resíduos produzidos em quar- tos de isolamento, devem ser colocados em contentores do Grupo III.
Quarto de isolamento deverá ser assinalado com um poster, disponível no Manual de Con-trolo de Infecção, de cor ver-melha.
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No Manual de Controlo de Infecção, pode também ser consultado um quadro com as indicações para apli-cação de posteres no isolamento de
contenção.Consultar Norma 12, 12A, 12B e 17 do Manual de Controlo de Infecção Hospitalar.
INDICAÇÕES PARA APLICAÇÃO DE POSTERS DE ISOLAMENTO DE CONTENÇÃO
ISOLAMENTO DE CONTENÇÃO - TRANSMISSÃO POR CONTACTO: Cor Vermelha
- MRSA
- Acinetobacter
- Pseudomonas aeruginosa MR
- VRE (Enterococcus Resistente à Vancomicina)
ISOLAMENTO DE CONTENÇÃO – TRANSMISSÃO POR GOTÍCULA : Cor Amarela
- Adenovírus + precauções contacto
- Borderella pentussis
- Haemophilus influenza
- Mycoplasma pneumoniae
- Neisseria meningitides
- Parvovírus B19
- Rubéola
- Streptococcus A
ISOLAMENTO DE CONTENÇÃO – TRANSMISSÃO AÉREA : Cor Verde
- Tuberculose pulmonar ou laríngea (suspeita ou diagnosticada)
- Varicela + precauções contacto
- Zooster disseminado + precauções contacto
- Sarampo
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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
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A lavagem das mãos é o procedi-mento mais simples, e, talvez o mais eficaz, que um profissional de saúde pode realizar para reduzir a disseminação das infecções noso-comiais. No entanto, quando ques-tionados, a maioria dos profissionais refere que não lava as mãos com a frequência que deveriam.
Algumas das razões apontadas são as cargas de trabalho pesadas, lava-tórios mal localizados, irritação da pele causada por exposição fre-quente aos produtos de lavagem, as mãos não parecem sujas e a lavagem das mãos demora muito tempo.
Higienizaçao das Mãos
Zonas das mãos frequentemente mal lavadas
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As vantagens de uma correcta higie-nização das mãos estão associadas essencialmente ao controlo da in-fecção cruzada, uma vez que reduz significativamente a quantidade de microrganismos patogénicos aloja-dos nas mãos, reduz a quantidade de infecções nosocomias, impede que as mãos sejam uma fonte de transmissão de infecção e reduz os gastos por internamento relaciona-dos com as infecções hospitalares.Mãos impecáveis e sem adereços reduzem o risco de contaminação. A lavagem e a desinfecção higié-nica das mãos são os métodos mais utilizados no quotidiano hospitalar e têm como principal objectivo di-minuir a possibilidade de transmis- -são de microrganismos. Para que as mãos fiquem bem higieniza-das, deve prestar especial atenção às zonas que frequentemente são mal lavadas, como os polegares, as pontas dos dedos e os espaços in-terdigitais.A desinfecção higiénica das mãos deve ser efectuada antes de proce-
dimentos assépticos, entre o contac-to com doentes, antes do contacto com doentes em risco de infecção (imuno-deprimidos), após o contac-to com doentes em isolamento de contenção (infectados ou coloniza-dos), após o contacto com objectos e materiais contaminados e no final do trabalho diário, antes de abando-nar o serviço.
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Consultar Norma 4 e 4A do MCIH
Lavagem higiénica das mãos
Desinfecção higiénica das mãos
TRIAGEM E ACONDICIONAMENTODE RESÍDUOS HOSPITALARES
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Dada a natureza, diversidade, peri-gosidade, grau de risco e conse-quentes procedimentos de manipu-lação e tratamento diferenciado, a triagem correcta dos resíduos, no local de produção, por quem os pro-duz, sendo uma das principais fases do processo, vai condicionar todo o desenvolvimento posterior, com implicações de natureza diversa em todo o processo de gestão.Todos os funcionários da Instituição devem ter formação nesta área, pois todos manipulam resíduos hos-pitalares.
Definição de resíduos hospita-lares (Decreto-Lei n.º 178/2006 de 5 de Setembro)
Resíduos hospitalares são resíduos resultantes de actividades médicas desenvolvidas em Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde, em actividade de prevenção, diag-nóstico, tratamento, reabilitação e investigação, relacionada com seres humanos ou animais, em farmácias, em actividades médicolegais, de en- sino e em quaisquer outras que en-volvam procedimentos invasivos,
tais como acunpunctura, piercings e tatuagens.
A necessidade de minimizar a pro-dução de resíduos e de assegurar a sua gestão constitui uma responsa-bilidade partilhada por todos os profissionais. Daí a importância da política dos 3 Rs:1. Reduzir2. Reutilizar3. Reciclar
Os resíduos hospitalares estão clas-sificados em 4 grupos:
GRUPO IResíduos equiparados a urbanos;
GRUPO IIResíduos hospitalares não perigo-sos;
GRUPO IIIResíduos hospitalares de risco bioló-gico;
GRUPO IVResíduos hospitalares específicos.Segundo o Despacho n.º 242/96 de 13 de Agosto os resíduos devem ser
Triagem e acondicionamento de resíduos hospitalares
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acondicionados da seguinte forma:
Resíduos dos grupos I e II - sacos de cor preta;
Resíduos do grupo III - sacos de cor branca;
Resíduos do grupo IV - sacos de cor vermelha. Os materiais cortan-tes e perfurantes devem ser acondi-cionados em contentores imperfu-ráveis.Os contentores de transporte dos resíduos dos grupos III e IV, devem ser facilmente manuseáveis, resis-tentes, estanques, mantendo-se her- meticamente fechados, laváveis e desinfectáveis, se forem de uso múltiplo.
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Grupo I Grupo II
GRUPO II Resíduos hospitalares não perigosos
Não estão sujeitos a tratamento específico, sendo equiparados a urbanos
Material ortopédico não contaminado e sem vestígios de sangue (ex: talas,
gessos e ligaduras gessadas).
Fraldas, e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue.
Material de protecção individual utilizado nos serviços gerais e de apoio, com
excepção do utilizado na recolha de resíduos.
Embalagens vazias de medicamentos ou de outros produtos de uso clínico
e/ou comum, com excepção dos incluídos no Grupo III e no Grupo IV.
Frascos de soros não contaminados, com excepção dos do Grupo IV.
Despacho 242/96, de 05.07.96Ministério da Saúde
GRUPO I Resíduos equiparados a urbanos
Não apresentam exigências especiais para o seu tratamento
Resíduos provenientes de serviços gerais (ex: gabinetes, salas de reunião,
salas de convívio, instalações sanitárias, vestiários).
Resíduos provenientes de serviços de apoio (ex: jardins, oficinas, armazéns).
Embalagens e invólucros comuns (ex: papel, cartão, mangas mistas).
Resíduos provenientes da hotelaria resultantes da confecção e restos de alimentos servidos a doentes, não
incluídos no grupo III.
Despacho 242/96, de 05.07.96Ministério da Saúde
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Grupo III Grupo IV
GRUPO IIIResíduos hospitalares de risco biológico
Resíduos contaminados, sujeitos a tratamento eficaz para eliminação com
resíduos urbanos.
Todos os resíduos provenientes dos quartos ou enfermarias de doentes infecciosos ou
suspeitos, de unidades de hemodiálise, blo-cos operatórios, de salas de tratamento, de salas de autópsia e de anatomia patológica,
de patologia clínica e de laboratórios de investigação, com excepção dos do Grupo IV.
Todo o material utilizado em diálise.
Peças anatómicas não identificáveis.
Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados.
Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos, com excepção
dos do Grupo IV.
Sacos colectores de fluidos orgânicos e respectivos sistemas.
Material ortopédico contaminado ou com vestígios de sangue (ex: talas, gessos e ligaduras gessadas), material de prótese
retirado a doentes.
Fraldas, e resguardos descartáveis contami-nados ou com vestígios de sangue.
Material de protecção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral em que haja contacto com produtos
contaminados (ex: luvas, máscaras, aventais e outros).
Despacho 242/96, de 05.07.96Ministério da Saúde
GRUPO IVResíduos hospitalares específicosResíduos de incineração obrigatória
Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas
Cadáveres de animais de experiência laboratorial
Materiais cortantes e perfurantes(ex: agulhas, cateteres e todo o
material invasivo).
Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica
Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração,
colocados dentro dos contentores próprios que se encontram nas salas de sujos ou
junto às “hotes” de preparação de citostáticos.
Fezes e urina de doentes internados, submetidos a tratamento de quimioterapia
e, pelo menos, até 48 horas após o término da mesma. Devem ser recolhidas
directamente, em sacos de plástico transparente e fechados.
Despacho 242/96, de 05.07.96Ministério da Saúde
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Reciclagem:- Embalagens/plástico- Esferovite- Vidro- Papel e cartão- Óleos saturados provenientes da cozinha central
- Óleos de máquinas e motores (não inclui automóveis/viaturas)- Fixadores e reveladores- Películas de RX- Pilhas- Tinteiros e tonners
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Elaborado por: SSOGRG, CCI e EPOP
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