A cultura e a criatividade
na internacionalizao
da economia portuguesa
Relatrio Final
Augusto Mateus & Associados
A cultura e a criatividade
na internacionalizao
da economia portuguesa
Relatrio Final
ficha tcnica
Ttulo
A cultura e a criatividade na internacionalizao da economia portuguesa
Novembro | 2013
Promotor
Gabinete de Estratgia, Planeamento e Avaliao Culturais
Secretaria de Estado da Cultura
Autoria
Sociedade de Consultores
Augusto Mateus & Associados
Coordenao global
Augusto Mateus
Consultores
Cristina Silva
Joana Mateus
Joo Romo
Nuno Ferreira
Susana Gouveia
ndice
8 Parte I.
Abordagem metodolgica
10
Todas as indstrias sero culturais e criativas
18 Parte II.
Posicionamento internacional no comrcio e na produo de ndole riativa
20 Balana comercial riativa
Grfico II.1. Exportaes e importaes riativas em Portugal | 2002 a 2011
Grfico II.2. Evoluo das exportaes riativas face s principais fileiras exportadoras
de bens em Portugal desde a ecloso da crise financeira internacional | 2008 a 2011
Caixa II.1. Sobre o cabaz riativo
28 Atlas das exportaes riativas
Caixa II.2. Sobre privilegiar as tendncias e no os nmeros
Tabela II.1. Evoluo das exportaes riativas de Portugal | 2002 a 2011
49 Sobre a lngua portuguesa
Grfico II.3. Evoluo dos produtos de indstrias criativas exportados por Portugal para
pases de lngua oficial portuguesa | 2002 a 2011
53 Atlas da produo riativa
Grfico II.4. Produo riativa e nvel de vida: posicionamento internacional de
Portugal e da UE | 2013
Grfico II.5. Relevncia das produes riativas: posicionamento internacional de
Portugal | 2013
60 Parte III.
Sinergia cultural
62 Introduo
Grfico III.1. Empresas exportadoras no setor cultural e criativo | 2011
66 Capacitar
Caixa III.1. Sobre a internacionalizao das artes portuguesas
73 Promover
Caixa III.2. Sobre a mobilidade internacional dos agentes culturais e criativos
78 Conectar
Mapa III.1. Exemplos de sinergias culturais no mundo
87 Parte IV.
Sinergia turstica
89 Introduo
Caixa IV.1. Sobre a diferenciao, interao e segmentao
90 Diferenciar destinos
Caixa IV.2. Sobre o turismo como plataforma de exportao de Portugal
99 Segmentar
Caixa IV.3. Sobre o turismo e a economia da experincia
103 Interagir
Mapa IV.1. Exemplos de sinergias tursticas no mundo
112 Parte V.
Sinergia industrial
114 Introduo
Caixa V.1. Sobre o entendimento internacional de inovao
120 Diferenciar produtos
Caixa V.2. Sobre as 21 recomendaes para o design contribuir para o crescimento e a
prosperidade
126 Impregnar
Caixa V.3. Sobre E.P.C.O.T., o Prottipo Experimental da Comunidade do Amanh
132 Incentivar
Caixa V.4. Sobre o papel da cultura e da criatividade na internacionalizao das
empresas portuguesas
Mapa V.1. Exemplos de sinergias industriais no mundo
143 Parte VI.
Concluses e recomendaes
144 Diagnstico
147 Potencial
150 Estratgia
156 Bibliografia e anexos
157 Bibliografia
170 Lista de boas prticas
175 Questionrio
siglas e abreviaturas AICEP
Agncia para o Investimento e Comrcio
Externo de Portugal
BRIC
Brasil, Rssia, ndia, China
Cnuced
Conferncia das Naes Unidas para o
Comrcio e o Desenvolvimento
CPLP
Comunidade dos Pases de Lngua
Portuguesa
FMI
Fundo Monetrio Internacional
INE
Instituto Nacional de Estatstica
I&D
Investigao e desenvolvimento
I&DT
Investigao e desenvolvimento
tecnolgico
I+D+i
Investigao, desenvolvimento e inovao
OMC
Organizao Mundial do Comrcio
MIT
Massachusetts Institute of Technology
NACE
Nomenclatura estatstica das atividades
econmicas
NESTA
National Endowment for Science,
Technology and the Arts
PNUD
Programa das Naes Unidas para o
Desenvolvimento
OCDE
Organizao para a Cooperao e
Desenvolvimento Econmico
OMPI
Organizao Mundial da Propriedade
Intelectual
ONUDI
Organizao das Naes Unidas para o
Desenvolvimento Industrial
PME
Pequenas e mdias empresas
TIC
Tecnologias de informao e comunicao
Unesco
Organizao das Naes Unidas para a
Educao, a Cincia e a Cultura
AT
ustria
AU
Austrlia
BE
Blgica
BG
Bulgria
CY
Chipre
CZ
Repblica Checa
DE
Alemanha
DK
Dinamarca
EE
Estnia
EL
Grcia
ES
Espanha
EUA
Estados Unidos da Amrica
FI
Finlndia
FR
Frana
HR
Crocia
HU
Hungria
IE
Irlanda
IS
Islndia
JP
Japo
IT
Itlia
LT
Litunia
LU
Luxemburgo
LV
Letnia
MT
Malta
NL
Pases Baixos
NO
Noruega
PL
Polnia
PT
Portugal
RDA
Repblica Democrata Alem
RO
Romnia
RU
Federao da Rssia
SE
Sucia
SI
Eslovnia
SK
Eslovquia
UE
Unio Europeia
UK
Reino Unido
Parte I
Abordagem metodolgica
Aqui se expem os principais objetivos e metodologias desenvolvidas no presente estudo para
revelar o papel da cultura e da criatividade na internacionalizao da economia portuguesa.
No mbito do processo de programao nacional dos fundos comunitrios para o perodo
2014-2020, importa clarificar as lgicas e as oportunidades de interveno das polticas
pblicas cofinanciadas pela Unio Europeia atravs dos programas operacionais e regionais
estabelecidos no Acordo de Parceria que podem promover o reforo mtuo do setor cultural e
criativo e da economia portuguesa como um todo.
O desafio criar as condies para que a cultura e a criatividade sejam chamadas a contribuir
e a protagonizar o processo de reforo da internacionalizao e da competitividade do pas,
seja pelo reforo da prpria internacionalizao do setor cultural e criativo, seja pelo reforo
da internacionalizao da economia portuguesa atravs da inovao e da diferenciao.
O presente estudo tem como objetivo principal contribuir para fundamentar melhorias nas
estratgias empresariais e nas polticas pblicas que permitam aproveitar o potencial da
cultura e da criatividade enquanto instrumentos para fortalecer a competitividade no-custo
do tecido produtivo nacional e para promover a internacionalizao das atividades
exportadoras do pas.
A crise de competitividade da economia portuguesa exige uma participao na globalizao
muito mais ativa e articulada com a qualidade e sustentabilidade do desenvolvimento
econmico e social interno.
A economia mundial vive uma segunda grande fragmentao, agora das atividades no seio
das diferentes cadeias de valor. O ritmo do crescimento econmico tornou-se muito mais
desigual, muito mais forte nas economias emergentes do que nas economias mais avanadas.
A natureza dos processos de criao de valor econmico tornou-se fundamental para
garantir, ou no, nveis adequados de crescimento e de emprego.
Nas economias mais avanadas, especialmente nas economias europeias sujeitas perda de
dinamismo econmico induzida pelo envelhecimento da populao, a inovao e a
diferenciao dos processos e dos produtos constituem um caminho inescapvel para voltar a
crescer e a gerar empregos suficientes para satisfazer procuras sociais mais qualificadas.
A economia baseada no conhecimento, o novo papel das cidades como espaos privilegiados
de criao de riqueza e a crescente interpenetrao das atividades materiais e imateriais da
produo de bens e de servios constituem realidades e propostas que devem ser levadas
muito a srio.
O futuro das economias europeias, bem como da economia portuguesa, depende
decisivamente da respetiva capacidade em colocar a cultura, a criatividade e o conhecimento
no centro das atividades econmicas.
A acelerao da internacionalizao da economia portuguesa constitui uma condio
necessria para a superao da crise estrutural de competitividade da economia portuguesa.
A internacionalizao do prprio setor cultural e criativo obviamente decisiva nesta viragem
para o exterior da economia portuguesa. No plano interno, e mesmo sem incluir o crescente
dinamismo da revoluo digital, o setor cultural e criativo um dos mais dinmicos da
economia portuguesa, comparando bem na gerao de riqueza com outras fileiras
emblemticas do tecido produtivo nacional, como o setor txtil e do vesturio, o setor da
alimentao e bebidas ou o setor automvel1 .
No entanto, o que verdadeiramente importante nesta investigao no isolar o contributo
do setor cultural e criativo para o esforo de internacionalizar, mas reconhecer que a
articulao entre a cultura e a criatividade constitui um dos principais fatores crticos de
sucesso na internacionalizao de todas as restantes atividades e setores econmicos do pas.
A inovao e a diferenciao so decisivas para promover a competitividade no-custo, a
competitividade valor, e elas dependem da combinao entre a mobilizao do
conhecimento, a valorizao da cultura e o fomento da criatividade, seja ao nvel do capital
humano, seja ao nvel da organizao das empresas.
A economia, toda ela, ser cultural e criativa no futuro das sociedades progressivas.
O presente estudo tem assim como objetivo preparar adequadamente o novo ciclo de
programao estrutural onde importar reconhecer abertamente o carter transversal da
cultura e o papel produtivo das atividades criativas.
Os fatores avanados de competitividade so escassos e diferenciados e desenvolvem-se
endogenamente de forma cumulativa. Os seus efeitos de arrastamento difundem-se para
montante e para jusante contribuindo de forma poderosa para dinamizar toda a atividade
econmica (efeitos de spillover, formas de eficincia coletiva, consolidao de ambientes
empresariais mais favorveis).
A economia cada vez menos um caminho entre matrias-primas e produtos acabados, mas
uma mistura cada vez mais explosiva de inovao e de diferenciao. Neste sentido, todas as
indstrias sero culturais e criativas ou simplesmente no persistiro.
Cada vez mais exposta concorrncia internacional dos baixos custos da sia e do leste
europeu, a economia portuguesa s pode gerar um ciclo virtuoso de crescimento quando as
atividades produtoras de bens e de servios transacionveis forem capazes de tirar partido
dos fatores mais avanados de competitividade ligados inovao e diferenciao, atravs
da mobilizao da investigao, do conhecimento, das competncias, da criatividade, do
patrimnio e da cultura.
1 A sociedade de consultores Augusto Mateus & Associados teve a oportunidade de medir, pela primeira vez, a relevncia da
criatividade e da cultura para a criao de riqueza e de emprego no estudo promovido pelo Ministrio da Cultura O setor
cultural e criativo em Portugal. De acordo com a configurao do setor cultural e criativo ento proposta, foi estimado um
contributo nacional de 2,8% para a riqueza e de de 2,6% para o emprego no ano de 2006. O lanamento da conta satlite da
cultura, que a Secretaria de Estado da Cultura entretanto promove com o Instituto Nacional de Estatstica justificar,
certamente, um novo olhar sobre a relevncia das atividades culturais e criativas na economia portuguesa.
Para superar a crise de competitividade, crucial combinar com maior coerncia a promoo
de exportaes, a substituio de importaes e a utilizao dos recursos endgenos como
fontes de valor acrescentado e de melhores empregos.
Em vez de simples aes centradas em empresas, em produtos ou em setores considerados
individualmente, o reforo da capacidade concorrencial do tecido empresarial deve ser
incentivado atravs de formas de eficincia coletiva, aliceradas em redes empresariais
colaborativas de partilha de experincias, de capacidades, de custos e de riscos, bem como em
lgicas de aglomerao (clusters).
As questes relacionadas com a natureza do crescimento - inteligente, inclusivo e sustentvel
- e a qualidade da especializao econmica - ligao entre atividades de conceo, produo
e distribuio - constituem a marca distintiva das grandes orientaes comunitrias para o
ciclo de programao estrutural 2014-2020.
neste contexto que a competitividade e a internacionalizao da economia portuguesa
ganham protagonismo em matria de crescimento e de emprego.
Constituem prioridades atribuio dos fundos comunitrios o incentivo ao investimento
empresarial em inovao, criatividade, internacionalizao e formao; o reforo das
capacidades de investigao e inovao; o desenvolvimento das ligaes e sinergias entre
empresas, centros de I&D e o ensino superior; a melhoria da conetividade internacional da
economia portuguesa e a modernizao da administrao pblica, visando a reduo dos
custos de contexto2 .
Nesta nova gerao de financiamento da Unio Europeia, o setor cultural e criativo s tem a
ganhar com a secundarizao das condies potenciais de competitividade (a envolvente, as
infraestruturas e os equipamentos) face valorizao das empresas como efetivos agentes
portadores de competitividade.
Aceitando o pas o repto da inovao e da diferenciao, a diversidade cultural e o talento
criativo aplicados aos mais diversos setores de atividade da economia portuguesa tm todas
as condies para protagonizar a nova estratgia econmica de utilizao dos fundos
comunitrios.
O presente estudo sobre a cultura e a criatividade na internacionalizao da economia
portuguesa procura ento suportar um aprofundamento da sua relao com o
2 Resoluo do Conselho de Ministros n. 33/2013
desenvolvimento econmico, com reflexos nas opes estratgicas e no desenho operacional
do prximo exerccio de programao estrutural.
Em causa est, nomeadamente, a articulao entre os domnios do crescimento inteligente,
sustentvel e inclusivo, e a articulao entre a cultura e a criatividade e as estratgias de
especializao regional inteligente, onde se aprofunda a interpenetrao entre as atividades
de investigao, cincia e tecnologia e as atividades empresariais.
Mais do que limitar a investigao internacionalizao do designado setor cultural e
criativo, importa revelar o papel da cultura e da criatividade no reforo da competitividade
internacional dos bens e dos servios com que o tecido empresarial portugus se impe nos
mercados externos, da msica ao turismo, do cinema ao calado, do artesanato cincia.
A cultura3 e a criatividade4 so aqui entendidas no seu carter mais amplo e ubquo,
enquanto elemento transversal e decisivo ao reforo da internacionalizao da economia
portuguesa atravs da inovao e da diferenciao.
Importa reter que esta maior interao que se prope entre a cultura e a economia no
pretende substituir ou subverter os valores e as liberdades consagrados pelas atividades
culturais e artsticas a qualquer princpio mercantilista. Em causa no est a apresentao de
um caminho alternativo, mas a sugesto de um caminho suplementar que alargue e
aprofunde o espao vital do setor cultural e criativo no processo de desenvolvimento do pas.
O estudo ser sobre o que a prxima gerao de fundos comunitrios pode fazer pela
internacionalizao da cultura e da criatividade portuguesas. O estudo ser tambm sobre o
que a cultura e a criatividade podem fazer pela gerao de riqueza e de emprego do pas
durante o perodo de programao 2014-2020.
O que vai criar emprego na economia portuguesa um crculo virtuoso gerado a partir
daquilo em que somos fortes, virando-nos para fora a partir de dentro. Vamos para a
globalizao com aquilo que somos.
com a nossa cultura, com a nossa histria, com o nosso conhecimento, com a nossa
criatividade que poderemos produzir bens e servios com grande valia escala global.
3 Na definio da Porto Editora: (1) conjunto de costumes, de instituies e de obras que constituem a herana de uma
comunidade ou grupo de comunidade, ou (2) sistema complexo de cdigos e padres partilhados por uma sociedade ou um
grupo social e que se manifesta nas normas, crenas, valores, criaes e instituies que fazem parte da vida individual e coletiva
dessa sociedade ou grupo. 4 Na definio da Porto Editora: (1) capacidade de produo do artista, do descobridor e do inventor que se manifesta pela
originalidade inventiva, ou (2) faculdade de encontrar solues diferentes e originais face a novas situaes
As atividades culturais e criativas podem, ainda, desempenhar um papel de grande relevncia
na qualidade da articulao entre os programas operacionais organizados numa base regional
e os programas operacionais organizados numa base temtica no prximo acordo de parceria
2014-2010. Para que tal acontea, necessrio formular objetivos que sejam suficientemente
concretos e diversificados em cada uma dessas escalas.
O presente estudo sobre a cultura e a criatividade ser, por isso, desenvolvido com uma
preocupao especfica de detalhe e de desagregao para evitar a produo de concluses e
sugestes que sejam demasiado globais e genricas para serem teis.
Para alm da produo e sistematizao de elementos atualizados de informao estatstica e
de diagnstico sobre o setor cultural criativo e a sua interpenetrao com as restantes
atividades econmicas, o presente estudo visar propor medidas concretas capazes de
integrar a programao dos fundos estruturais para 2014-2020 pelo seu contributo para a
internacionalizao da economia portuguesa.
A investigao sobre o papel da cultura e da criatividade na internacionalizao da economia
portuguesa procura suportar um aprofundamento da relao entre cultura e desenvolvimento
econmico, com reflexos nas opes estratgicas e no desenho operacional do prximo
exerccio de programao estrutural numa dupla perspetiva:
Em primeiro lugar, trata-se de suportar um tratamento do setor cultural e criativo que
corresponda aos seus desafios e necessidades especficos no quadro das orientaes j
assumidas em termos de prioridades concedidas competitividade e
internacionalizao da economia portuguesa;
Em segundo lugar, trata-se de suportar o reconhecimento estratgico e operacional da
cultura e da criatividade para promover a inovao e diferenciao das restantes
atividades e setores econmicos.
O relatrio comea por apresentar os resultados do levantamento exaustivo da evoluo do
comrcio internacional de bens e de servios culturais e criativos na ltima dcada e do
posicionamento que Portugal revela no contexto europeu e mundial em termos de bens e de
servios considerados criativos pelas estatsticas internacionais.
A Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e o Desenvolvimento (Cnuced), a
Organizao Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Programa das Naes Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) ou a Organizao das Naes Unidas para a Educao, a
Cincia e a Cultura (Unesco) so das organizaes que mais tm contribudo para o complexo
desafio de capturar o potencial econmico e criativo atravs das estatsticas internacionais.
Os constrangimentos e lacunas que se mantm nas bases de dados atualmente existentes
para comparao do desempenho de Portugal no mundo devem ser levados em considerao
na abordagem metodolgica ao captulo que aborda o posicionamento internacional de
Portugal no comrcio e na produo de ndole riativa.
Por riativo entende-se tanto o cabaz de bens e de servios considerado pelas estatsticas de
comrcio internacional da economia criativa da Conferncia das Naes Unidas para o
Comrcio e o Desenvolvimento (Cnuced) como o cabaz de indicadores que valoriza o pilar da
produo criativa no ndice mundial da inovao promovido pela Organizao Mundial da
Propriedade Intelectual (OMPI), Cornell University e INSEAD. O riativo pretende assinalar
a restritividade das fontes estatsticas internacionais face amplitude com que os conceitos
de cultura e de criatividade so abordados no presente estudo.
As bases de dados atualmente disponveis no conseguem captar plenamente os impactos
diretos e indiretos da cultura e da criatividade na internacionalizao da economia
portuguesa. Mas a comparao destas estatsticas internacionais permite, desde j, revelar
algumas das principais dinmicas da ltima dcada e identificar foras e fraquezas do caso
portugus no contexto europeu e mundial.
O potencial de extroverso que a cultura e a criatividade podem oferecer no processo de
reforo da internacionalizao da economia portuguesa, seja no reforo da sua prpria
internacionalizao, seja no reforo da internacionalizao da economia portuguesa atravs
da inovao e da diferenciao, explorado em trs domnios de investigao:
Em primeiro lugar, so identificadas boas prticas internacionais de iniciativa
pblica, privada ou conjunta, de reforo da internacionalizao do setor cultural e
criativo. O foco vai aqui para a sinergia cultural, ou seja, para a relevncia que o
reforo da cooperao dentro do setor cultural e criativo e o esforo simultneo e
coletivo dos diversos agentes e entidades culturais podem assumir na efetiva
internacionalizao das indstrias culturais e das atividades criativas;
Em segundo lugar, so identificados benefcios do reforo da contribuio da cultura e
da criatividade para o aprofundamento competitivo dos produtos tursticos e da
contribuio do turismo para a internacionalizao do setor cultural e criativo. O foco
vai aqui para a sinergia turstica, ou seja, para a relevncia da cultura na atrao de
turistas e para a relevncia do turismo como plataforma exportadora;
Em terceiro lugar, so identificados benefcios da cultura e da criatividade para a
competitividade no-custo das grandes atividades de especializao do tecido
produtivo nacional e para a internacionalizao da economia portuguesa,
designadamente nas atividades consolidadas do setor exportador nacional. O foco vai
para a sinergia industrial, ou seja, para a relevncia que uma aliana entre a indstria
e a criatividade pode desempenhar na inovao e na diferenciao da produo de
bens e de servios com grande valia escala mundial.
No centro da anlise esto as formas de cooperao ou sinergias, enquanto ao conjunta de
coisas, pessoas ou organizaes, especialmente quando o efeito superior ao que obtido
atravs da totalidade das aes separadas de cada uma das partes5.
Esta fase da investigao sustentada pelo levantamento e sntese da literatura existente e
incluiu a auscultao de empresas exportadoras de bens de consumo sobre o grau de
envolvimento com a cultura e a criatividade em setores como moda, alimentar, cermica,
qumico ou matrias plsticas.
Este relatrio visa contextualizar a dimenso estratgica e operacional das medidas de
promoo da internacionalizao a implementar no contexto do prximo perodo de
programao dos fundos estruturais.
Em causa est o contributo da cultura e da criatividade para potenciar o valor dos bens e dos
servios que Portugal transaciona com o exterior, diretamente atravs da internacionalizao
do prprio setor cultural e criativo e indiretamente atravs dos designados spillovers criativos
ao nvel do reforo competitivo do tecido empresarial do pas.
So identificadas boas prticas e formuladas propostas que respondem aos seguintes
objetivos temticos definidos pela Comisso Europeia:
5 Na aceo da Porto Editora, a sinergia tambm se estende (1) anatomia, enquanto associao de diversos sistemas
(msculos, rgos) para a realizao de uma tarefa, sendo o resultado superior ao obtido atravs das aes exercidas
individualmente por cada sistema; (2) e farmcia enquanto ao simultnea de dois medicamentos no antagonistas,
produzindo efeitos adicionais ou reforados.
Reforar a investigao, o desenvolvimento tecnolgico e a inovao, incluindo o
apoio s capacidades organizativas e institucionais para explorao econmica de
novas ideias e da criatividade, s estratgias de eficincia coletiva, constituio e
consolidao de parcerias, aos servios de apoio e ao aconselhamento empresarial;
Melhorar o acesso s tecnologias de informao e comunicao, bem como a sua
utilizao e qualidade, incluindo o desenvolvimento de atividades empresariais na
criao, comercializao e disseminao de contedos, aumento da qualificao
profissional, melhoria das competncias e dos instrumentos de gesto empresarial,
constituio e consolidao de redes de cooperao empresarial;
Reforar a competitividade das pequenas e mdias empresas, incluindo o
desenvolvimento e consolidao de PME em domnios emergentes com forte
potencial de procura pelo mercado interno e por mercados internacionais, novas
formas de turismo, melhoria das competncias em gesto empresarial;
Promover o emprego e apoiar a mobilidade laboral, incluindo a criao e
desenvolvimento de empresas culturais e de indstrias criativas, qualificao de
recursos humanos, formao avanada.
Parte II
Posicionamento internacional no comrcio e na produo de ndole riativa
Aqui se aborda o posicionamento internacional de Portugal no comrcio e na produo
de ndole riativa, no contexto do diagnstico do grau de internacionalizao do setor
cultural e criativo nacional.
Por riativo entende-se tanto o cabaz de bens e de servios considerado pelas
estatsticas de comrcio internacional da economia criativa da Conferncia das Naes
Unidas para o Comrcio e o Desenvolvimento (Cnuced) como o cabaz de indicadores
que valoriza o pilar da produo criativa no ndice mundial da inovao promovido pela
Organizao Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Cornell University e
INSEAD. Este riativo pretende assinalar a restritividade das fontes estatsticas
internacionais face maior amplitude com os conceitos de cultura e de criatividade so
abordados nos restantes captulos do presente estudo.
As bases de dados atualmente disponveis no conseguem captar plenamente os
impactos diretos e indiretos da cultura e da criatividade na internacionalizao da
economia portuguesa. Mas a comparao destas estatsticas internacionais permite,
desde j, revelar algumas das principais dinmicas da ltima dcada e identificar foras
e fraquezas do caso portugus no contexto europeu e mundial.
O modelo do comrcio internacional riativo proposto pela Conferncia das Naes
Unidas sobre Comrcio e Desenvolvimento (Cnuced) considera trs grandes tipos de
trocas comerciais riativas (cf. Caixa II.1): os bens e servios de indstrias criativas
(como um livro), os produtos de indstrias relacionadas (como equipamento para
impresso do livro) e os royalties e outros servios (como o direito de autor sobre a
obra literria).
Apesar do reconhecimento de significativas limitaes comparabilidade das
estatsticas j disponibilizadas sobre as exportaes e as importaes de bens, de
servios e de direitos criativos a nvel mundial (cf. Caixa II.2), esta base de dados tem o
mrito de valorizar o potencial da cultura e da criatividade para o desenvolvimento e
tem a vantagem de ensaiar uma primeira abordagem sobre a relevncia da criatividade
em indstrias fora do setor cultural e criativo.
Grfico II.1. Exportaes e importaes riativas em Portugal | 2002 a 2011
Nota: Evoluo a preos correntes. O cabaz riativo identificado na caixa II.1.
Fonte: Sociedade de consultores Augusto Mateus & Associados com base em Cnuced
A Cnuced inclui nas indstrias criativas produtos relativos a design, artesanato, artes
visuais, edio, novos media e audiovisuais e servios relacionados com publicidade,
arquitetura, investigao e desenvolvimento, audiovisuais e outros servios pessoais,
culturais e recreativos (cf. Caixa II.1).
Nos bens e servios de indstrias criativas, as trocas comerciais de Portugal revelam as
seguintes tendncias de evoluo6 entre 2002 e 2011:
A taxa de crescimento mdia anual destas exportaes excedeu os 10% na
ltima dcada, acima do ritmo exportador da economia portuguesa como um
todo (9,8%), e com o ritmo dos servios criativos (perto de 15%) duplique o dos
bens criativos (7%);
O peso destes bens e servios de indstrias criativas no total das vendas do pas
ao exterior superou sempre 3%, aproximando-se mesmo dos 4% desde 2009;
Demonstrando maior resilincia que a generalidade das exportaes nacionais
no colapso do comrcio mundial ocorrido em 2009, estas exportaes
recuperam da crise internacional a um ritmo equivalente ao de grandes fileiras
exportadoras nacionais como a do equipamento eltrico ou a alimentar;
O seu contributo para o acrscimo das exportaes totais de bens e de servios
que se regista no pas desde ento aproxima-se dos 3%;
O crescimento mdio anual destas importaes foi de cerca de 7% na ltima
dcada, aqum do ritmo importador global da economia portuguesa (7,7%). O
seu peso no total das compras de bens e de servios do pas ao exterior
manteve-se em torno dos 4%;
Estas importaes acompanham o ajustamento ocorrido na totalidade das
compras ao exterior desde a ecloso da crise financeira internacional: em 2011
caam mais de 11% face ao mximo de 2008. O seu contributo para a quebra das
importaes totais de bens e de servios que se regista no pas desde 2009
ronda os 3%;
6 Os dados do comrcio internacional esto em dlares a preos correntes.
A taxa de cobertura melhorou em anos recentes, com as exportaes a subirem
de cerca de dois teros das importaes entre 2003 e 2006 para perto de 95%
das compras ao exterior em 2011;
A balana comercial mantm-se deficitria, mas o desequilbrio de 2011 o
mnimo da dcada e no chega a um quinto do montante dos maiores dfices
ocorridos em 2006 e 2008 (na ordem dos mil milhes de dlares).
As indstrias relacionadas asseguram produtos essenciais criao, produo,
distribuio e consumo dos contedos criativos, desde matrias-primas (como a tinta
para pintar um quadro) a equipamentos de suporte (como o televisor para ver um
filme). So consideradas pela Cnuced como um indicador til anlise da procura atual
e futura de bens e de servios das indstrias consideradas criativas.
Nos bens e servios de indstrias relacionadas, as trocas comerciais de Portugal
revelam as seguintes tendncias de evoluo6 entre 2002 e 2011:
A taxa de crescimento mdia anual destas exportaes excedeu os 11% na
ltima dcada, acima do ritmo exportador da economia portuguesa como um
todo (9,8%);
O seu peso no total das vendas de bens e de servios do pas ao exterior rondou
os 3% na ltima dcada;
Demonstrando maior resilincia que a generalidade das exportaes nacionais
no colapso do comrcio mundial ocorrido em 2009, a recuperao destas
exportaes excede a das maiores fileiras exportadoras nacionais de
mercadorias, com exceo da fileira dos produtos petrolferos;
O seu contributo para o acrscimo das exportaes totais de bens e de servios
que se regista no pas desde 2010 excede os 5%;
A taxa de crescimento mdia anual destas importaes foi inferior a 2% na
ltima dcada, aqum do ritmo importador global da economia portuguesa
(7,7%);
Este desempenho condicionado pela acentuada quebra das importaes
destes equipamentos de suporte, que se regista desde a ecloso da crise
financeira internacional de 2008. Em dez anos, o peso destas importaes no
total das vendas de bens e de servios do pas ao exterior desceu de quase 4%
para 2%;
O ajustamento nestas importaes excede o ocorrido totalidade das compras
ao exterior desde a ecloso da crise financeira internacional: em 2011 caam
mais de um tero face ao mximo de 2008. O seu contributo para a quebra das
importaes totais de bens e de servios que se regista no pas desde 2009
supera os 7%;
A taxa de cobertura das importaes pelas exportaes melhorou em anos
recentes: fruto da subida das vendas e do colapso das compras ao exterior,
aumentou do mnimo de 70% para o mximo de 150% entre 2008 e 2011;
A balana comercial tornou-se j superavitria: este excedente indito de 2011
(da ordem dos mil milhes de dlares) supera mesmo o maior dos dfices
registado em 2008 (da ordem dos 900 milhes de dlares).
Grfico II.2. Evoluo das exportaes riativas face s principais fileiras exportadoras de bens em Portugal desde a ecloso da crise financeira internacional | 2008 a 2011
Nota: Evoluo a preos correntes. O cabaz riativo identificado na caixa II.1 e inclui servios das indstrias criativas.
Fonte: Sociedade de consultores Augusto Mateus & Associados com base em Cnuced
O modelo da Cnuced tem o mrito de disponibilizar o estado da arte das estatsticas
sobre o comrcio riativo, chamando a ateno para as dificuldades metodolgicas e
indicando o caminho a percorrer no sentido da construo de fontes e de
nomenclaturas mais adequadas sua real medio.
A captao destes fluxos comerciais complica-se medida que o objeto de recolha
estatstica se desmaterializa dos bens para os servios e para os direitos de propriedade
intelectual, no contexto da globalizao e da sociedade de informao7.
A propriedade intelectual abarca tanto as invenes, marcas, denominaes de origem
e indicaes geogrficas ou design inovador dos produtos industriais ou artesanais
atravs da propriedade industrial, como a criatividade das criaes artsticas e literrias
atravs do direito de autor e direitos conexos. Trata-se de uma dimenso fundamental
do comrcio internacional da economia criativa para a qual no existem ainda
estatsticas disponveis a nvel global.
A Cnuced vem colmatando esta lacuna com a rubrica da balana de pagamentos que
inclui os pagamentos e os recebimentos de royalties. Contudo, esta rubrica no permite
isolar as remuneraes exclusivas ao uso autorizado de obras criativas, abarcando
direitos sobre outros ativos com que lidam a generalidade das indstrias para alm das
consideradas criativas.
A parte estritamente relacionada com as indstrias criativas tambm no possvel de
desagregar da rubrica da balana de pagamentos relativa aos servios de informtica e
de informao.
para evitar empolamentos dos fluxos comerciais criativos que os dados destas duas
rubricas so alvo de uma anlise particular, em vez de somados aos totais j
apresentados para as indstrias criativas e relacionadas.
7 Diz o Relatrio CNUCED da Economia Criativa 2010, Grande parte do valor da economia criativa inerente ao
comrcio de produtos fsicos que possuem um valor relativamente baixo como materiais, mas que contm o seu valor
real na propriedade intelectual. As medidas convencionais do comrcio concentram-se no fluxo dos produtos materiais,
registando o seu peso ou preo Free-on-Board (FOB). impossvel desvincular o valor dos direitos de propriedade
intelectual desses dados ou at mesmo reconhec-lo. Alm disso, a digitalizao promove cada vez mais a transferncia e
o comrcio de direitos de propriedade online, um meio que no monitorizado. Por esses motivos, o comrcio na
economia criativa relativamente invisvel. Procuramos rastos ou sombras dos direitos de propriedade intelectual.
Dessa forma, com a rpida mudana tecnolgica, os relacionamentos entre os produtos e o valor mudam a cada
semana.
As trocas comerciais de Portugal destes servios revelam as seguintes tendncias de
evoluo5 entre 2002 e 2011:
Quanto aos royalties, na ltima dcada os recebimentos ficaram em cerca de
0,1% do total das vendas de bens e de servios ao exterior enquanto os
pagamentos rondaram os 0,5% das compras ao exterior. Na ltima dcada, as
exportaes cobriram em mdia menos de 15% das importaes. O dfice
registado em 2011 (na ordem dos 0,2% do PIB) est alinhado com a mdia dos
28 Estados-membros da Unio Europeia;
Quanto aos servios de informtica e de informao, a ltima dcada
apresentou maior dinamismo com os recebimentos a subirem de 0,2% para
perto de 0,6% das exportaes totais de bens e servios e os pagamentos a
subirem de 0,4% para cerca de 0,6% das importaes totais de bens e de
servios do pas em anos recentes. A taxa de cobertura das importaes pelas
exportaes passou de 40% em 2002 para perto de 80% nos ltimos anos. Em
2011, Portugal apresentou um dfice idntico ao de Frana (na ordem dos
0,04% do PIB), ficando atrs do excedente registado para o conjunto da Unio
Europeia.
Caixa II.1. Sobre o cabaz riativo
O presente captulo tem por base o modelo de estatsticas de comrcio internacional da economia criativa tal como proposto pela Conferncia das Naes Unidas sobre Comrcio e Desenvolvimento (Cnuced), no mbito da parceria com a Unidade Especial para Cooperao Sul-Sul do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Na definio da Cnuced, as indstrias criativas consideram os ciclos de criao, produo e distribuio de bens e de servios que utilizam criatividade e capital intelectual como recursos primrios; que constituem um conjunto de atividades baseadas em conhecimento, focadas, entre outros, nas artes, que potencialmente gerem receitas de vendas e direitos de propriedade intelectual; que constituem produtos tangveis e servios intelectuais ou artsticos intangveis com contedo criativo, valor econmico e objetivos de mercado; que se posicionam no cruzamento entre os setores artsticos, de servios e industriais; e que constituem um novo setor dinmico no comrcio mundial. Produtos criativos Em sentido restrito, o modelo Cnuced considera os seguintes seis grupos de produtos de indstrias criativas, enquadrando o ciclo de criao, produo e distribuio de um produto tangvel com contedo criativo, valor econmico e cultural e objetivo de mercado. Incluem 204 categorias da base de dados UN Comtrade:
Design
Inclui uma categoria de arquitetura (desenhos originais), 37 de acessrios de moda (como malas, cintos, culos escuros, chapelaria, artigos de couro e excluindo roupas e calado), 32 de decorao de interiores (como mobilirio, txtil lar, papel de parede, porcelana ou iluminao), 17 de brinquedos (como bonecas ou jogos), 10 de joias (de metais preciosos e bijuteria) e cinco de vidro (como artigos para mesa, cozinha ou copos de cristal).
Artesanato
Inclui 17 categorias de tapetes dos mais diversos materiais, 30 cdigos relacionados com artigos envolvendo fios e costura (como rendas, tapearias, tapetes tecidos e bordados mo), quatro cdigos de artigos de vime (como cestaria), dois cdigos de artigos festivos (como para decoraes de Natal ou para o Carnaval), um cdigo para artigos de papel e seis cdigos de outros artigos artesanais (como velas, flores artificiais ou marchetaria).
Artes visuais
Inclui quatro categorias de fotografia (como chapas, filmes e microfilmes), trs de pintura (como quadros, pastis feitos mo, molduras de madeira para quadros), sete de escultura (como estatuetas e outros objetos ornamentais) e trs de antiguidades (com mais de 100 anos).
Edio Inclui trs categorias de imprensa (jornais, revistas e outras publicaes peridicas), quatro de livros (incluindo artigos como dicionrios, enciclopdias ou livros infantis de desenho e para colorir) e oito de outros materiais impressos (como catlogos, brochuras, material publicitrio, cartazes, calendrios, mapas e cartes comemorativos).
Novos media Inclui oito categorias de suporte digital, incluindo som, imagem ou jogos.
Audiovisuais Inclui duas categorias de filmes cinematogrficos (35 mm ou mais e outros).
Servios criativos Quanto aos servios criativos, convm notar que os seguintes seis grupos de servios disponibilizados pelas estatsticas da Balana de Pagamentos do Fundo Monetrio Internacional no permitem isolar as indstrias criativas, abrangendo outras atividades que escapam definio das indstrias criativas da Cnuced:
Servios de publicidade e relacionados
Inclui servios relacionados conceo, desenvolvimento e comercializao dos anncios realizados por agncias de publicidade; divulgao nos media, incluindo a compra e venda de espao publicitrio; servios de exposio fornecidos por feiras; promoo de produtos no exterior; pesquisa de mercado e sondagens de opinio pblica no exterior.
Servios de arquitetura e relacionados
Inclui servios relacionados com projetos arquitetnicos de desenvolvimento urbano, de planeamento, conceo e superviso de barragens, pontes ou aeroportos, de levantamento, cartografia, testes e certificao de bens ou servios de inspeo tcnica.
Servios de investigao e desenvolvimento
Inclui servios relacionados com a investigao e o desenvolvimento experimental de novos produtos e processos. Em princpio, tais atividades nas reas das cincias, cincias sociais e humanas so abrangidas; tambm est includo o desenvolvimento de sistemas operacionais que representam avanos tecnolgicos.
Servios audiovisuais e relacionados
Inclui servios e taxas associadas com a produo de filmes, programas de rdio e televiso e gravaes musicais. Esto includos os recebimentos ou pagamentos de aluguer; remuneraes a atores, diretores, produtores, e outros residentes para produes fora do pas; as remuneraes decorrentes de direitos de distribuio vendidos aos meios de comunicao para um nmero limitado de apresentaes em reas especficas. As remuneraes a atores, produtores, e outros envolvidos com produes teatrais e musicais, eventos desportivos, apresentaes circenses, etc. e as taxas de direitos de distribuio (televiso, rdio, etc.) para essas atividades esto includas.
Outros servios pessoais, culturais e recreativos
Inclui outros servios pessoais, culturais, e recreativos, tais como os associados com museus, bibliotecas, arquivos e outras atividades culturais, desportivas e recreativas. Tambm esto includas as remuneraes pelos servios, inclusive cursos por correspondncia no exterior, ministrados por professores ou mdicos.
Restantes servios pessoais, culturais e recreativos
Neste caso concreto, a tabela II.1 s inclui os servios pessoais, culturais e recreativos no considerados nos servios audiovisuais e relacionados e em outros servios culturais.
Indstrias relacionadas Em sentido lato, o modelo de estatsticas comerciais da economia criativa proposto pela Cnuced amplia-se aos produtos de indstrias relacionadas com atividades criativas. Embora no sejam produzidos por indstrias consideradas criativas, so materiais de apoio ou equipamentos de suporte necessrios para produzir, consumir ou distribuir os prprios contedos criativos. So considerados os seguintes seis grupos de produtos de indstrias relacionadas e que incluem 170 categorias da base de dados UN Comtrade:
Design Inclui 35 cdigos para materiais de apoio ou equipamentos de suporte necessrios arquitetura, moda, decorao de interiores ou a joias.
Artes performativas
Inclui 28 cdigos para produtos, materiais ou equipamentos de suporte necessrios s artes de palco, como msica ao vivo, teatro, dana, pera ou circo, incluindo instrumentos musicais e artigos para cerimnias e festas.
Artes visuais
Inclui 49 cdigos produtos, materiais ou equipamentos de suporte necessrios pintura ou fotografia.
Edio Inclui 11 cdigos como maquinaria de impresso.
Novos media Inclui cinco cdigos como equipamentos de informtica.
Audiovisuais Inclui 42 cdigos como equipamentos relacionados com radiodifuso, filmes ou produo sonora.
Royalties e outros servios Embora no seja possvel desagregar a parte do valor estritamente relacionado com as indstrias criativas, o modelo de estatsticas comerciais da economia criativa proposto pela Cnuced abrange tambm direitos de propriedade intelectual como royalties. Consideram-se os seguintes dois grupos com base nas estatsticas da Balana de Pagamentos do Fundo Monetrio Internacional:
Royalties Inclui os recebimentos para o uso autorizado de ativos intangveis no financeiros e no produzidos e os direitos de propriedade, como marcas registadas, direitos autorais, patentes, processos, tcnicas, projetos, fabricao, direitos de fabricao, franquias, etc. e o uso, por meio de acordos de licenciamento, de originais ou prottipos produzidos, como manuscritos, filmes, etc.
Servios de informtica e de informao
Inclui os bancos de dados, como os de desenvolvimento, armazenamento e de perodo de tempo online, processamento de dados, consultoria de hardware, implementao de software, incluindo design, desenvolvimento e programao de sistemas personalizados, manuteno e reparao de computadores e equipamentos perifricos, servios de agncia de notcias e assinaturas diretas e individuais de jornais e revistas.
Fonte: Cnuced, Relatrio da Economia Criativa 2010
O modelo do comrcio internacional riativo da Conferncia das Naes Unidas sobre
Comrcio e Desenvolvimento (Cnuced) permite detalhar que produtos e que servios
capturados pelas estatsticas protagonizaram o dinamismo das exportaes
portuguesas na ltima dcada (cf. Caixa II.2).
Para permitir a comparao do desempenho do pas no contexto europeu e global, as
vendas de Portugal ao exterior de indstrias criativas e de indstrias relacionadas
foram agrupadas nos quatro domnios de anlise propostos pela Cnuced: patrimnio,
artes, media e criaes funcionais (cf. Tabela II.1).
Para posicionar Portugal no atlas das exportaes riativas, parte-se assim da
abordagem de categorias de natureza mais cultural e tradicional para a anlise de
categorias de feio mais tecnolgica e orientadas para a conectividade na sociedade da
informao.
Convm notar que as limitaes nas estatsticas atualmente existentes para comparao
internacional condicionam a investigao e induzem a privilegiar os bens face aos
servios quando se pretende posicionar Portugal no mundo.
Os fluxos comerciais so confrontados em dlares e a preos correntes na dcada entre
2002 e 2011.
Caixa II.2. Sobre privilegiar as tendncias e no os nmeros
As estatsticas de comrcio internacional da economia riativa tm o mrito de disponibilizar o estado da arte dos fluxos de bens e de servios com base nas rubricas estatsticas do comrcio internacional atualmente disponveis, chamando a ateno para as dificuldades metodolgicas e indicando o caminho a percorrer no sentido da construo de fontes e de nomenclaturas mais adequadas sua real medio. Volta-se a ateno no s para o que os nmeros mostram, mas tambm para o que eles ainda no so capazes de capturar. Embora imperfeitos, os dados comerciais do uma indicao das tendncias do mercado e dos principais fluxos comerciais, mostrando os participantes de cada categoria de indstrias criativas. Este trabalho contribui para melhorar a transparncia do mercado. No entanto, ainda h muito a ser feito a nvel nacional e internacional para fornecer as melhores ferramentas que auxiliem os governos na formulao de polticas e que forneam uma clara compreenso da dinmica dos produtos criativos nos mercados mundiais para a comunidade criativa, alerta a Cnuced. Os dados mais recentes consideram o horizonte temporal de 2002 a 2011 e um universo superior a 190 pases. Apesar da crescente abrangncia de pases que reportam de forma sistemtica e consistente fluxos de bens e de servios criativos, no h dados disponveis para alguns pases em alguns anos ou em determinadas categorias, sobretudo nos servios e mesmo no caso de pases desenvolvidos. Por isso, a Cnuced a primeira a reconhecer os problemas quanto s definies e disponibilidade de dados e a alertar para os limites da comparabilidade temporal e internacional de uma base de dados ainda incompleta. Neste contexto, a prudncia aconselha a realar tendncias gerais, a ponderar a ordem da magnitude e a identificar os principais fluxos comerciais em detrimento da afirmao de nmeros, s na aparncia definitivos quanto ao valor do comrcio internacional de bens, servios e direitos riativos. A comparao internacional permanece altamente problemtica por causa da limitao das metodologias e das lacunas das ferramentas estatsticas para anlises quantitativas e qualitativas, alerta a Cnuced. Condicionantes fundamentais interpretao dos fluxos comerciais so elencadas nos captulos 4 e 5 do Relatrio da Economia Criativa 2010, disponvel em: http://unctad.org/en/pages/PublicationArchive.aspx?publicationid=946
Fonte: Cnuced, Relatrio da Economia Criativa 2010
Tabela II.1. Evoluo das exportaes riativas de Portugal | 2002 a 2011
Nota: Evoluo em dlares a preos correntes. O cabaz riativo identificado na caixa II.1.
Fonte: Sociedade de consultores Augusto Mateus & Associados com base em Cnuced
Os dados disponveis para as exportaes neste domnio permitem confrontar o
desempenho nacional entre 2002 e 2011 exclusivamente em termos de produtos de
artesanato e de servios pessoais, culturais e recreativos (cf. Tabela II.1).
Importa considerar que os fluxos comerciais de artesanato abarcam produtos to
diversos, desde cestos a enfeites de Natal, desde bordados a flores artificiais, desde
tapetes modernos aos mais tradicionais. J no caso dos servios pessoais, culturais e
recreativos, as estatsticas no permitem isolar os associados a museus, bibliotecas,
arquivos e a demais stios e atividades culturais e criativas, sendo empoladas pelos
servios relativos a eventos desportivos (cf. Caixa II.1).
Os fluxos comerciais captados pelas estatsticas ordenam os produtos artesanais como
a sexta mais relevante exportao de ndole @riativa do pas em 2011, logo seguida dos
servios pessoais, culturais e recreativos na stima posio.
Quanto aos produtos de artesanato, as exportaes portuguesas subiram cerca de 8%
ao ano, de sete para 13 dlares per capita. A taxa de cobertura das importaes pelas
exportaes foi de 87% em 2011 contra 52% em 2002.
Os artigos envolvendo fios e costura (incluindo rendas ou artigos bordados mo como
os tapetes mais tradicionais) so o produto artesanal mais relevante, respondendo por
47% das vendas ao exterior em 2011 e contribuindo com 45% do aumento das
exportaes na ltima dcada. Segue-se a categoria especfica dos tapetes nodados ou
enrolados dos mais diversos materiais, respondendo por 29% das vendas ao exterior
em 2011 e contribuindo com 19% do aumento das exportaes na ltima dcada.
A terceira maior exportao nacional de artesanato (21% das vendas ao exterior em
2011) vem da categoria de artigos no especificados, que abarca uma ampla diversidade
de produtos como velas, flores artificiais ou marchetaria. Na ltima dcada, Portugal
fez crescer esta exportao 17% ao ano, trs vezes mais depressa que o mundo. nesta
categoria que o artesanato nacional vem revelando as maiores vantagens comparativas
no contexto europeu e mundial.
Em 2011, os dez principais clientes dos produtos de artesanato portugus foram
Espanha, EUA, Frana, Reino Unido, Tunsia, Blgica, Angola e Austrlia, Pases
Baixos e Alemanha. S as vendas a Espanha dos artigos envolvendo fios e costura e as
vendas aos EUA de tapetes explicam mais de 30% das exportaes portuguesas de
artesanato em 2011.
Em termos globais, Portugal surge em 26. no ranking dos maiores exportadores de
produtos de artesanato em 2011, assegurando 1,7% das vendas a nvel europeu e 0,4%
das vendas a nvel internacional. Os dez maiores exportadores mundiais so China (que
elevou a sua quota mundial de 20% em 2002 para 38% em 2011), Turquia (que
duplicou a quota mundial para 6%), Hong Kong (quota mundial de 6% em 2011),
Blgica e Coreia do Sul (5% cada), EUA e Alemanha (4% cada), ndia, Itlia e Pases
Baixos (3% cada).
Em termos desagregados, os dados disponibilizados para as exportaes portuguesas
de produtos artesanais possibilitam o seguinte posicionamento no contexto europeu e
mundial:
Nos artigos de fios e costura, Portugal detm 1,9% do mercado europeu e 0,4%
do mercado mundial em 2011. o 23. maior exportador mundial (com cerca
de 68 milhes de dlares), num ranking liderado pela China (36% de quota de
mercado), Coreia do Sul (10%), Hong Kong (7%), Itlia (5%) e Taiwan (5%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (mais 25,9), Turquia (mais 1,6) e Hungria
(mais 0,2). Portugal manteve a sua relevncia no mercado mundial mas
ganhou 0,7 pontos percentuais de quota no mercado europeu.
Nos tapetes, Portugal detm 1,5% do mercado europeu e 0,5% do mercado
mundial em 2011. o 22. maior exportador mundial (com cerca de 42
milhes de dlares), num ranking liderado pela Turquia (20% de quota de
mercado), Blgica (16%), China (15%), ndia (9%), Pases Baixos (6%) e Egito
(5%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Turquia (mais 11,6), China (mais 3,9), Polnia (mais
0,8) e Pases Baixos (0,4). Portugal perdeu relevncia no mercado mundial
(menos 0,3) e ganhou quota no mercado europeu (mais 0,1);
Nos artigos no especificados, Portugal detm 3,4% do mercado europeu e
0,9% do mercado mundial em 2011. o 18. maior exportador mundial (com
cerca de 30 milhes de dlares), num ranking liderado pela China (41% de
quota de mercado), Hong Kong (12%), Blgica (8%), EUA e Frana (4% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (mais 16,9), Frana e Blgica (mais 1,7 cada),
Japo (mais 0,8), Espanha (0,7) e Romnia, Singapura e Pases Baixos (mais
0,6 cada). Portugal foi o nono exportador que mais quota de mercado mundial
ganhou desde 2002, a par da Colmbia (mais 0,5). No mercado europeu, a
quota conquistada por Portugal na ltima dcada atinge 1,8 pontos
percentuais;
Nos artigos festivos, Portugal detm 0,2% do mercado europeu e 0,0% do
mercado mundial em 2011. o 40. exportador mundial (com dois milhes de
dlares), num ranking liderado pela China (61% de quota de mercado), Hong
Kong e Pases Baixos (7% cada), EUA (5%) e Alemanha (3%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (mais 24,4), Pases Baixos (mais 3,8), Sua e
Blgica (0,8), EUA (0,7), Reino Unido (0,5), ustria (0,4), Eslovquia (0,3) e
Espanha e Grcia (0,2 cada). Portugal no ganhou relevncia no mercado
mundial e ganhou quota no mercado europeu (mais 0,2);
Nos artigos de vime, Portugal detm 0,8% do mercado europeu e 0,1% do
mercado mundial em 2011. o 31. exportador mundial (com menos de dois
milhes de dlares), num ranking liderado pela China (81% de quota de
mercado), Indonsia, Alemanha e Pases Baixos (2% cada), Polnia e Blgica
(acima de 1% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (9,1), Alemanha (0,7) e ustria (0,3). Portugal
obteve o quarto maior ganho de quota mundial, a par de Bielorrssia,
Eslovquia, Mxico e Letnia (0,1 cada). No mercado europeu, a quota de
mercado conquistada por Portugal na ltima dcada atinge 0,6 pontos
percentuais;
Nos artigos de papel artesanal, Portugal detm 2,6% do mercado europeu e
0,7% do mercado mundial em 2011. o 17. exportador mundial (com meio
milho de dlares), num ranking de um mercado mundial diminuto liderado
pela China (24% de quota de mercado), ndia (19%), Reino Unido (11%) e
Frana (8%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Canad (de 0,4 para 4,2), China (mais 3,2),
Tailndia e Repblica Checa (mais 2,4 cada), Reino Unido (mais 2,1). Portugal
obteve o nono maior ganho de quota a nvel mundial (0,6). No mercado
europeu, a quota de mercado conquistada por Portugal na ltima dcada
atinge 2,3 pontos percentuais.
Quanto aos servios pessoais, culturais e recreativos, as exportaes nacionais subiram
cerca de 5% ao ano, de sete para 11 dlares per capita. A taxa de cobertura das
importaes pelas exportaes foi de 50% em 2011 contra 78% em 2002.
Entre a meia centena de pases que contabilizou vendas de outros servios pessoais,
culturais e recreativos em 20118, Portugal surge na 5. posio (com 119 milhes de
dlares), num ranking liderado por Malta (1,6 mil milhes de dlares), Turquia (1,3 mil
milhes), Coreia do Sul (429 milhes de dlares) e Itlia (151 milhes de dlares). Em
termos per capita, Portugal ascende 7. posio, atrs de Malta (3.752 dlares),
Chipre (24), Montenegro (22), Lbano (20), Quirguizisto e Turquia (17).
Os dados disponveis para as exportaes neste domnio permitem confrontar o
desempenho nacional entre 2002 e 2011 exclusivamente em termos de produtos de
artes visuais, produtos relacionados de artes visuais e produtos relacionados de artes
performativas (cf. Tabela II.1).
A Cnuced faz notar que a menor transparncia do mercado das artes limita a
contabilizao e a interpretao dos fluxos detetados pelas estatsticas de comrcio
internacional. A impedir de todo uma comparao global das artes performativas, como
msica ao vivo, teatro, dana, pera ou circo, est a inconsistncia dos fluxos
comerciais contabilizados (como receitas de bilheteira e de digresses ou royalties). A
maior ausncia desta anlise mesmo o mercado da msica, sem estatsticas fiveis
8 As estatsticas disponveis limitam-se a 44 pases.
(sobre direitos de autor, vendas fsicas ou online) capazes de estimar ou comparar a
dimenso aproximada dos fluxos comerciais a nvel internacional (cf. Caixa II.1).
Os fluxos comerciais disponibilizados pelas estatsticas internacionais ordenam os trs
produtos das artes fora das dez maiores exportaes de ndole @riativa do pas em
2011: as exportaes de artes visuais, como pintura, escultura, fotografia e
antiguidades, ascendem a 84 milhes de dlares; as exportaes de produtos
relacionados de artes visuais, como materiais e equipamentos de suporte pintura e
fotografia, somam 19 milhes de dlares; e as exportaes de produtos relacionados de
artes performativas, como materiais e equipamentos de suportes s artes do palco,
incluindo instrumentos musicais e material para cerimnias e espetculos, totalizam
seis milhes de dlares.
No caso especfico das artes visuais, os dados disponibilizados para o conjunto das
exportaes de pinturas, esculturas, fotografias e antiguidades acusam uma tendncia
de queda na ltima dcada, a uma taxa mdia anual de 3% ao ano, de 11 para 8 dlares
per capita.
A escultura o produto das artes visuais mais relevante nas exportaes nacionais:
responde por 80% das vendas ao exterior contabilizadas em 2011, frente da fotografia
(9%), da pintura (8%) e das antiguidades (3%). Esta estrutura diverge da mdia
mundial: a nvel internacional, a pintura lidera as exportaes de artes visuais (43%),
seguido da escultura (39%), das antiguidades (11%) e da fotografia (7%).
Em 2011, os dez principais clientes das artes visuais portuguesas foram Alemanha,
Espanha, Frana, EUA, Reino Unido, Dinamarca, Pases Baixos, Angola, Hong Kong e
Brasil. S as vendas de escultura Alemanha e Frana explicam mais de um quarto
das exportaes portuguesas de artes visuais em 2011, sendo este o nico produto em
que Portugal revela alguma vantagem comparativa a nvel internacional.
Em termos globais, Portugal surge em 24. no ranking dos maiores exportadores de
produtos de artes visuais em 2011, assegurando 0,7% das vendas a nvel europeu e
0,3% das vendas a nvel internacional. Os dez maiores exportadores mundiais so EUA
(que elevou a sua quota mundial de 19% em 2002 para 24% em 2011), China (que
elevou a sua quota mundial de 14% em 2002 para 23% em 2011), Reino Unido (quota
mundial de 18% em 2011), Frana e Alemanha (6% cada), Sua (5%), Hong Kong,
Japo, Itlia e Canad (com cerca de 2% cada).
Em termos desagregados, os dados disponibilizados para as exportaes portuguesas
de artes visuais possibilitam o seguinte posicionamento no contexto europeu e
mundial:
Na escultura, Portugal detm 2,3% do mercado europeu e 0,5% do mercado
mundial em 2011. o 16. exportador mundial (com 67 milhes de dlares),
num ranking mundial liderado pela China (57% de quota de mercado), EUA
(10%), Reino Unido (7%) e Alemanha (4%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (15,9), EUA (3,1), Reino Unido (1,1). Portugal
perdeu quota a nvel mundial (-1,4) e a nvel europeu (-4,1);
Na fotografia, Portugal detm 1% do mercado europeu e 0,3% do mercado
mundial em 2011. o 23. exportador mundial (com sete milhes de dlares),
num ranking mundial liderado pelos EUA (19% de quota de mercado), Japo
(17%), Alemanha (10%) e Taiwan (7%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Coreia do Sul (3,4), China (3,2), EUA (2,0) e Polnia
(1,2). Portugal obteve o dcimo maior ganho de quota a nvel mundial, a par
dos Pases Baixos (0,3). No mercado europeu, a quota de mercado conquistada
por Portugal na ltima dcada atinge 0,9 pontos percentuais;
Na pintura, Portugal detm 0,1% dos mercados europeu e mundial em 2011.
o 29. exportador mundial (com sete milhes de dlares), num ranking
mundial liderado pelos EUA (39% de quota de mercado), Reino Unido (27%),
Frana (8%), Sua (7%) e Alemanha (5%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram EUA (7,7), Frana (3,0), China (1,4), Singapura
(0,8) e Hong Kong (0,7). Portugal manteve a quota a nvel mundial e
conquistou 0,1 pontos percentuais do mercado europeu;
Nas antiguidades, Portugal detm 0,1% dos mercados europeu e mundial em
2011. o 28. exportador mundial (com dois milhes de dlares), num
ranking mundial liderado pelo Reino Unido (29% de quota de mercado), EUA
(23%), Alemanha e Frana (10% cada), Sua (9%) e Hong Kong (7%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram EUA (8,5), Alemanha (6,1) e Hong Kong (3,0).
Portugal perdeu a mesma quota de mercado a nvel europeu e mundial (-0,2).
Quanto aos principais produtos relacionados de artes visuais e de artes performativas,
os dados disponibilizados em termos desagregados para as exportaes portuguesas
possibilitam o seguinte posicionamento no contexto europeu e mundial:
Nos materiais e equipamentos de suporte fotografia, Portugal detm 0,2% do
mercado europeu e 0,1% do mercado mundial em 2011. o 36. exportador
mundial (com 15 milhes de dlares), num ranking mundial liderado pelo
Japo (26% de quota de mercado), EUA (12%), China, Pases Baixos e Blgica
(9% cada) e Alemanha (8%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (4,7), Pases Baixos (4,1), Japo (2,9) e
Blgica (2,5). Portugal perdeu quota de mercado a nvel europeu (-0,2) e
mundial (-0,1);
Nos materiais e equipamentos de suporte pintura, Portugal detm 0,3% do
mercado europeu e 0,1% do mercado mundial em 2011. o 38. exportador
mundial (com quatro milhes de dlares), num ranking mundial liderado pela
China (37% de quota de mercado), Alemanha (9%), EUA (5%) e Frana e
Indonsia (4% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (17,1), ustria (2,5) e Pases Baixos (1,4),
Polnia (0,3) e Eslovquia (0,2). Portugal perdeu quota de mercado a nvel
europeu (-1,0) e mundial (-0,4);
Nos instrumentos musicais, Portugal detm 0,3% do mercado europeu e 0,1%
do mercado mundial em 2011. o 33. exportador mundial (com cinco
milhes de dlares), num ranking mundial liderado pela China (26% de quota
de mercado), EUA (13%), Japo (12%), Alemanha (11%) e Indonsia (8%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (9,8), Pases Baixos (1,4), Alemanha (0,5) e
Frana (0,4). Portugal perdeu a mesma quota de mercado a nvel europeu e
mundial (-0,1).
Os dados disponveis para as exportaes neste domnio permitem confrontar o
desempenho nacional entre 2002 e 2011 em termos de produtos editoriais e de
produtos relacionados editoriais, de produtos audiovisuais e de produtos relacionados
audiovisuais e de servios audiovisuais e relacionados (cf. Tabela II.1).
A Cnuced faz notar que as estatsticas disponveis incluem o comrcio de produtos
fsicos, mas no o comrcio de contedo criativo digitalizado, como livros, jornais ou
filmes.
Em particular, a Cnuced alerta para a complexidade, a escassez e a subestimao dos
dados relativos ao setor audiovisual, impossibilitando uma anlise comparativa credvel
de indstrias criativas to importantes como televiso, rdio ou cinema. Estas lacunas
contribuem para amplificar a relevncia das indstrias relacionadas, que j dominam
os fluxos comerciais internacionais com materiais e equipamentos essenciais criao,
produo, distribuio e consumo dos contedos criativos mediticos (cf. Caixa II.1).
Na interpretao global dos dados, convm desde logo notar que os produtos
relacionados audiovisuais respondem por quase 90% das exportaes nacionais de
media.
Esta categoria , no s, a mais relevante exportao de ndole riativa do pas, como
uma das protagonistas da internacionalizao da economia portuguesa como um todo,
devido ao dinamismo de produtos como os aparelhos recetores de radiodifuso para
veculos automveis, vulgo autorrdios.
Neste contexto, procede-se anlise individualizada dos cinco fluxos de exportao dos
media capturados a nvel internacional.
As exportaes nacionais do conjunto dos produtos editoriais subiram cerca de 12% ao
ano, de trs para oito dlares per capita. A taxa de cobertura das importaes pelas
exportaes foi de 31% em 2011 contra 13% em 2002.
Em termos desagregados, os dados disponibilizados para as exportaes portuguesas
de produtos editoriais possibilitam o seguinte posicionamento no contexto europeu e
mundial:
Quanto aos livros, Portugal detm 0,7% do mercado europeu e 0,4% do
mercado mundial em 2011. o 33. exportador mundial (com 64 milhes de
dlares), num ranking mundial liderado pelo Reino Unido e EUA (15% de quota
de mercado, cada), Alemanha e China (9% cada), Hong Kong (8%), Frana
(5%), Itlia (4%), Espanha e Singapura (3% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (5,6), Hong Kong (1,5), Repblica Checa (1,2),
Frana (0,6), Polnia (0,5) e Hungria (0,4). Com as exportaes a crescerem a
uma taxa mdia anual de 11%, Portugal obteve o 12. maior ganho de quota a
nvel mundial (0,1) e conquistou 0,3 pontos percentuais de quota de mercado a
nvel europeu;
Em 2011, os dez principais clientes dos livros portugueses foram Angola,
Moambique, Espanha, Brasil, Frana, Reino Unido, Sucia, Cabo Verde, Timor
Leste e Rssia. S as vendas a Angola e a Moambique explicam metade das
exportaes portuguesas;
Quanto aos jornais, revistas e outras publicaes peridicas, Portugal detm
0,1% do mercado europeu e 0,0% do mercado mundial em 2011. o 53.
exportador mundial (com cinco milhes de dlares), num ranking mundial
liderado pelo Canad (19% de quota de mercado), EUA (12%), Alemanha (11%),
Sucia (8%), Frana (7%), Reino Unido e Rssia (5% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Blgica (2,3), Coreia do Sul (2,2), Rssia (2,1), Frana
(1,7), EUA (1,6) e Polnia (1,5). Com as exportaes a crescerem a uma taxa
mdia anual de 7%, Portugal no obteve ganho de quota a nvel europeu ou
mundial;
Em 2011, os dez principais clientes da imprensa portuguesa foram Brasil,
Angola, Sua, Espanha, Cabo Verde, Moambique, Marrocos, Canad, Gibraltar
e Frana. S as vendas ao Brasil, a Angola e a Sua explicam trs quintos das
exportaes portuguesas;
Quanto a outros materiais impressos, Portugal detm 0,2% do mercado europeu
e mundial em 2011. o 40. exportador mundial (com 16 milhes de dlares),
num ranking mundial liderado pela Alemanha (22% de quota de mercado),
China (10%), Itlia (7%), Blgica e EUA (6% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (7,9), Japo (2,0), Polnia (1,3), Pases Baixos
(0,9), Repblica Checa e Eslovnia (0,7 cada). Com as exportaes a crescerem a
uma taxa mdia anual de 22%, Portugal obteve o 17. maior ganho de quota a
nvel mundial (0,1) e conquistou 0,2 pontos percentuais de quota de mercado a
nvel europeu;
Em 2011, os dez principais clientes dos outros materiais impressos portugueses
foram Espanha, Angola, Cabo Verde, Frana, Polnia, Pases Baixos, Reino
Unido, Moambique, Itlia e So Tom e Prncipe. S as vendas a Espanha e a
Angola explicam mais de quatro quintos das exportaes portuguesas;
Quanto aos produtos relacionados editoriais, as exportaes nacionais caram
cerca de 6% ao ano, de dois para um dlar per capita. A taxa de cobertura das
importaes pelas exportaes foi de 7% em 2011 contra 17% em 2002;
Portugal detm 0,1% do mercado europeu e mundial em 2011. o 42.
exportador mundial (com 11 milhes de dlares), num ranking mundial
liderado pela Alemanha (21% de quota de mercado), Finlndia (11%), Sua
(8%), Itlia e EUA (7% cada) e Frana (5%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Alemanha (2,4), Itlia (1,3), China (1,1), Irlanda (0,6)
e Sua (0,5). Portugal perdeu quota de mercado a nvel europeu (-0,2) e
mundial (-0,1);
Em 2011, os dez principais clientes dos produtos relacionados editoriais
portugueses foram Espanha, Angola, Frana, Cabo Verde, ustria, Alemanha,
Moambique, Tunsia, Marrocos e Reino Unido. S as vendas a Espanha e a
Angola explicam praticamente trs quartos das exportaes portuguesas.
As estatsticas disponveis desagregam entre produtos audiovisuais (filmes), produtos
audiovisuais relacionados (equipamentos de suporte relacionados com radiodifuso,
filmes e produo sonora) e servios audiovisuais e relacionados (servios e taxas
associadas com a produo de filmes, programas de rdio e televiso e gravaes
musicais).
Quanto aos produtos audiovisuais, as estatsticas disponveis para filmes
acusam uma queda das exportaes portuguesas em cerca de 5% ao ano,
limitando-se a 0,1 dlares per capita. A taxa de cobertura das importaes pelas
exportaes foi de 206% em 2011 contra 71% em 2002;
Portugal detm 0,8% do mercado europeu e 0,2% do mercado mundial em 2011.
o 20. exportador mundial (com um milho de dlares), num ranking
mundial liderado pelo Canad (46% de quota de mercado), Itlia (14%),
Tailndia (8%), EUA (5%), ndia e Reino Unido (4% cada), Sucia, Espanha e
Mxico (3% cada) e Frana (2%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Canad (12,1), Tailndia (7,4), Sucia (3,1), Espanha
(1,7) e Mxico (0,8). Portugal perdeu quota de mercado a nvel mundial (-0,1) e
manteve a nvel europeu;
Em 2011, os dez principais clientes dos audiovisuais portugueses foram Reino
Unido, Repblica Checa, Irlanda, Espanha, Alemanha, Angola, Moambique,
Sua, Cabo Verde e Canad. S as vendas ao Reino Unido e Repblica Checa
explicam quatro quintos das exportaes portuguesas;
Quanto aos produtos relacionados audiovisuais, as vendas de Portugal ao
estrangeiro cresceram cerca de 9% ao ano, de 75 para 152 dlares per capita. A
taxa de cobertura das importaes pelas exportaes foi de 201% em 2011
contra 118% em 2002. Como j referido, a mais relevante exportao
portuguesa do cabaz @riativo;
Portugal detm 2,7% do mercado europeu e 0,6% do mercado mundial em 2011.
o 25. exportador mundial (com 1,6 mil milhes de dlares), num ranking
mundial liderado pela China (35% de quota de mercado), Hong Kong (7%), EUA
e Coreia do Sul (6% cada) e Taiwan (5%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (25,4), Hungria (1,7), Pases Baixos (1,4),
Romnia (1,0), Repblica Checa e Eslovquia (0,9 cada). Portugal manteve a
quota a nvel mundial e conquistou quota no mercado europeu (1,3);
Em 2011, os dez principais clientes de produtos relacionados audiovisuais
portugueses foram Alemanha, Espanha, Reino Unido, Frana, Blgica,
Repblica Checa, Itlia, EUA, Polnia e Pases Baixos. S as vendas de
equipamentos de radiodifuso Alemanha, Espanha e ao Reino Unido
explicam mais de metade das exportaes portuguesas de produtos relacionados
audiovisuais em 2011, sendo esta mercadoria em que Portugal revela a grande
vantagem comparativa a nvel internacional no domnio dos media;
Quanto aos servios audiovisuais e relacionados, as vendas ao exterior
cresceram cerca de 21% ao ano, de dois para 11 dlares per capita. A taxa de
cobertura das importaes pelas exportaes foi de 38% em 2011 contra 20%
em 2002.
Entre a meia centena de pases que contabilizou vendas de servios audiovisuais
e relacionados em 20119, Portugal surge na 16. posio com um total de 115
milhes de dlares, num ranking liderado pelo Luxemburgo, Canad, Reino
Unido, Frana e Hungria.
Em termos per capita, Portugal ocupa a 15. posio, ao nvel de Estnia e
Alemanha. frente esto Luxemburgo, Malta, Hungria, Canad, Blgica, Reino
Unido, Pases Baixos, Frana, Espanha, Lbano, Grcia, e ustria.
9 A lista de 56 pases no inclui designadamente os EUA.
Os dados disponveis para as exportaes neste domnio permitem confrontar o
desempenho nacional entre 2002 e 2011 quanto aos seguintes produtos e servios de
ndole mais prtica ou funcional: produtos de design, produtos relacionados de design,
produtos de novos media, produtos relacionados de novos media, servios de
publicidade e relacionados, servios de arquitetura e relacionados, servios de
investigao e de desenvolvimento e restantes servios pessoais culturais e recreativos
(cf. Tabela II.1).
A Cnuced faz notar que os fluxos comerciais relativos aos produtos considerados de
design so favorecidos pela maior disponibilidade de estatsticas para mercadorias de
grande consumo como decorao, brinquedos ou joias. Estes artigos so contabilizados
pelo valor total e no pelo valor acrescentado da sua forma ou aparncia. Inversamente,
o difcil rastreio dos fluxos comerciais de contedos criativos digitais tende a
subestimar a relevncia e o potencial dos novos media na sociedade da informao.
Quanto aos servios, deve ser acautelado o facto de as categorias estatsticas disponveis
no permitirem isolar os fluxos comerciais gerados pelas atividades exclusivamente
criativas. As atividades de investigao e desenvolvimento so consideradas criativas na
abordagem da Cnuced (cf. Caixa II.1).
neste contexto que se procede anlise das quatro categorias de produtos e de
servios exportados.
Os produtos de design so a terceira mais relevante exportao riativa do pas,
abarcando diversos protagonistas da internacionalizao da economia portuguesa,
desde a fileira do mobilirio do txtil lar.
Em termos globais, as exportaes portuguesas de produtos de design cresceram cerca
de 8% ao ano, de 55 para 108 dlares per capita, totalizando 1.158 milhes de dlares
em 2011. A taxa de cobertura das importaes pelas exportaes foi de 101% em 2011
contra 84% em 2002. O maior contributo para este acrscimo das vendas ao exterior
veio da decorao de interiores (79%), seguido dos acessrios de moda (11%), dos
brinquedos (4%), das joias (3%), dos artigos de vidro e dos desenhos de arquitetura (1%
cada).
Em termos desagregados, os dados disponibilizados para as exportaes portuguesas
de produtos de design possibilitam o seguinte posicionamento no contexto europeu e
mundial:
Quanto decorao de interiores, como mobilirio, txtil lar, papel de parede,
porcelana ou iluminao, Portugal detm 2,7% do mercado europeu e 1,2% do
mercado mundial em 2011. o 20. exportador mundial (com 952 milhes de
dlares), num ranking mundial liderado pela China (35% de quota de
mercado), Alemanha (10%), Itlia (8%), Polnia e EUA (4% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (18), Alemanha (0,8), Litunia (0,6) e Pases
Baixos (0,5). Com as exportaes a crescerem a uma taxa mdia anual de 8%,
Portugal conquistou 0,4 pontos percentuais de quota de mercado a nvel
europeu e perdeu a nvel mundial (0,1);
Em 2011, os dez principais clientes dos artigos de decorao nacionais foram
Frana, Espanha, Angola, EUA, Reino Unido, Alemanha, Blgica, Itlia, Pases
Baixos e Sucia. S as vendas a Frana, Espanha e Angola explicam perto de
metade das exportaes portuguesas de produtos de design;
Quanto aos acessrios de moda, Portugal detm 0,4% do mercado europeu e
0,1% do mercado mundial em 2011. o 33. exportador mundial (com 109
milhes de dlares), num ranking mundial liderado pela China (43% de quota
de mercado), Itlia (13%), Hong Kong (10%), Frana (8%), Alemanha e ndia
(3% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (12), Frana (2,7), Pases Baixos (0,6) e
Singapura (0,5). Com as exportaes a crescerem a uma taxa mdia anual de
11%, Portugal manteve as quotas de mercado a nvel europeu e mundial;
Em 2011, os dez principais clientes dos acessrios de moda portugueses foram
Espanha, Frana, Itlia, Angola, Alemanha, Reino Unido, Sua, Arbia
Saudita, Blgica e Pases Baixos. Espanha, Frana, Itlia e Angola concentram
quase 60% das compras;
Quanto s joias, de metais preciosos e bijuteria, Portugal detm 0,2% do
mercado europeu e 0,0% do mercado mundial em 2011. o 44. exportador
mundial (com 40 milhes de dlares), num ranking mundial liderado pela
China e ndia (18% de quota de mercado cada), Sua (10%), EUA (9%), Hong
Kong (8%) e Itlia (7%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (10,9), Japo (1,9), Singapura (1,4), Malsia
(0,5), Dinamarca e Austrlia (0,3 cada). Com as exportaes a crescerem a
uma taxa mdia anual de 8%, Portugal perdeu quota a nvel mundial (-0,1) e
manteve a nvel europeu;
Em 2011, os dez principais clientes das joias portuguesas foram Frana (40%),
Espanha, Angola, Itlia, Polnia, EUA, Noruega, Reino Unido, Rssia e Sucia;
Quanto aos brinquedos, Portugal detm 0,3% do mercado europeu e 0,1% do
mercado mundial em 2011. o 39. exportador mundial (com 39 milhes de
dlares), num ranking mundial liderado pela China (38% de quota de
mercado), Hong Kong (19%), Alemanha (8%), Repblica Checa, EUA e Japo
(4% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (10,5), Repblica Checa (3,9), Alemanha (2,4)
e Dinamarca (1,4). Com as exportaes a crescerem a uma taxa mdia anual de
12%, Portugal manteve as quotas de mercado a nvel europeu e mundial;
Em 2011, os dez principais clientes dos brinquedos portugueses foram Polnia
(33%), Alemanha, Espanha, Angola, Reino Unido, Pases Baixos, Itlia, Frana,
ustria e Cabo Verde;
Quanto aos artigos de vidro, Portugal detm 1,4% do mercado europeu e 0,7%
do mercado mundial em 2011. o 23. exportador mundial (com 12 milhes de
dlares), num ranking mundial liderado pela China (17% de quota de
mercado), Frana (13%), Egito e Sua (11% cada), ustria (7%), Alemanha e
Repblica Checa (6% cada) e Itlia (4%);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (11,7), Malsia (1,6), Eslovnia e Dinamarca
(0,4 cada). Com as exportaes a crescerem a uma taxa mdia anual de 7%,
Portugal obteve o quinto maior ganho de quota a nvel mundial (0,2) e
conquistou 0,7 pontos percentuais de quota de mercado a nvel europeu;
Em 2011, os dez principais clientes dos artigos de vidro portugueses foram
Frana (50%), Espanha, Angola, EUA, Reino Unido, Rssia, Irlanda, Canad,
Turquia e Moldvia;
Quanto aos desenhos de arquitetura, Portugal detm 3,9% do mercado
europeu e 2,5% do mercado mundial em 2011. o 13. exportador mundial
(com seis milhes de dlares), num ranking mundial liderado pela Alemanha
(36% de quota de mercado), Eslovquia e ndia (5% cada), Japo, Coreia do
Sul, China, Reino Unido e EUA (cerca de 4% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Alemanha (12,3), Eslovquia (4,8) e Coreia do Sul
(2,8). Com as exportaes a crescerem a uma taxa mdia anual de 29%,
Portugal obteve o quarto maior ganho de quota a nvel mundial (2,2) e
conquistou 3,3 pontos percentuais de quota de mercado a nvel europeu;
Em 2011, os dez principais clientes dos desenhos de arquitetura portugueses
foram Espanha (mais de 90%), Romnia, Angola, So Tom e Prncipe,
Marrocos, Cabo Verde, Sua, Frana, Lbia e Brasil;
Os produtos relacionados de design surgem como a segunda mais relevante exportao
riativa do pas. Convm notar que a sua crescente relevncia justificada pelo
dinamismo dos materiais e equipamentos de suporte arquitetura, mas sobretudo
empolada pela acelerao das vendas de ouro ao exterior, desde a crise de 2009;
Em termos globais, as exportaes portuguesas de produtos relacionados de design
cresceram cerca de 18% ao ano, de 25 para 112 dlares per capita. A taxa de cobertura
das importaes pelas exportaes foi de 687% em 2011 contra 94% em 2002.
Destacam-se as vantagens comparativas reveladas nos produtos relacionados com
arquitetura, acessrios de moda e joias, alcanando em 2011 quotas no mercado
europeu de 4,6%, 3,4% e 1,7%, respetivamente;
Em 2011, os dez principais clientes dos produtos relacionados de design foram Blgica,
Espanha, Frana, Itlia, Alemanha, Angola, Arbia Saudita, Reino Unido, EUA e Pases
Baixos. S as vendas de ouro Blgica e Espanha explicam mais de um tero das
exportaes portuguesas.
Quanto aos produtos de novos media, os fluxos comerciais contabilizados pelas
estatsticas internacionais ordenam estes produtos de contedo digital, incluindo som,
imagem ou jogos, fora das dez maiores exportaes de ndole @riativa do pas em 2011.
No seu conjunto, as exportaes portuguesas de produtos de novos media
cresceram cerca de 12% ao ano, de 0,8 para dois dlares per capita. A taxa de
cobertura das importaes pelas exportaes foi de 10% em 2011 contra 5% em
2002;
Portugal detm 0,1% do mercado europeu e 0,0% do mercado mundial em 2011.
o 44. exportador mundial (com 22 milhes de dlares), num ranking mundial
liderado pela Alemanha (16% de quota de mercado), China e EUA (14% cada),
Singapura e Hong Kong (6% cada).
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram Alemanha (6,4), Singapura (5,8), Repblica Checa
(2,2), Hong Kong (1,5), EUA (1,4) e Polnia (1,1). Portugal manteve a quota de
mercado a nvel europeu e mundial;
Em 2011, os dez principais clientes dos produtos de novos media nacionais
foram Espanha, Angola, Pases Baixos, Sua, Luxemburgo, Reino Unido, EUA,
ustria, Chipre e Itlia. As vendas a Espanha e a Angola explicam praticamente
dois teros das exportaes;
Quanto aos produtos relacionados de novos media, como equipamentos de
informtica, as estatsticas disponveis ordenam estes equipamentos de suporte
ao consumo de contedos digitais como a dcima maior exportao de ndole
@riativa do pas em 2011. As vendas ao estrangeiro cresceram cerca de 13% ao
ano, de trs para nove dlares per capita. A taxa de cobertura das importaes
pelas exportaes foi de 13% em 2011 contra 6% em 2002;
Portugal detm 0,2% do mercado europeu e 0,0% do mercado mundial em 2011.
o 38. exportador mundial (com 91 milhes de dlares), num ranking mundial
liderado pela China (51% de quota de mercado), EUA (8%), Pases Baixos e
Hong Kong (5% cada), Tailndia e Alemanha (4% cada);
Na ltima dcada, os exportadores que mais pontos percentuais de quota de
mercado ganharam foram China (37,1), Repblica Checa e Tailndia (1,7 cada) e