Danos Oculares Causados por Acidentes de Trabalho
Informativo da Saúde do
Trabalhador
CEREST REGIONAL CAMPO GRANDE-MS
Ano 2 Número 8
Novembro/Dezembro
Os acidentes de trabalho que comprometem os olhos estão entre as principais causas da perda de visão temporária e permanente em todo mundo. De acordo com especialistas brasileiros, cerca de 90% destes incidentes seriam evitados com o simples uso de equipamentos de proteção adequados.
Uma grande porcentagem das lesões oculares causadas gera defeitos visuais permanentes. Muitos trabalhadores sentem na pele essa estatística: dentre os aci-dentes oculares de trabalho, 12% causam problemas irreversíveis.
Recentemente o CBO – Conse-lho Brasileiro de Oftalmologia di-vulgou um levantamento parcial revelando que no Brasil acontecem aproximadamente 150 mil aciden-tes ocupacionais oculares por ano. É importante frisar que não há pes-quisas ou estatísticas precisas sobre o número real de acidentados, pois a maioria das vítimas não procura atendimento especializado, o que pode ultrapassar significativamente essa estimativa. Dentre os 410 acidentes ocu-
lares que ocorrem diariamente em todo o país, 25 são irreversíveis. Os traumas oculares ocupacionais são bastante comuns, trazendo custos de
ordem social, econômica e psicológica, visto que atingem a população economi-camente ativa. No Brasil, estima-se que 10% das lesões ocupacionais sejam ocu-lares. Trata-se de um custo anual estimado em R$ 328 milhões para os cofres da saúde brasileira apenas com os tratamentos que tentam reverter os acidentes ocu-lares; e muitos não surtem resultados. Apesar dos dados nacionais, não existe no Brasil um sistema unificado para registro de trauma ocular, além da produção científica ser pouco satisfatória sobre o assunto.
Estudos epidemiológicos evidenciaram uma alta ocorrência de traumas ocula-res relacionados com o trabalho na população de adultos jovens (entre 20-40 a-
nos), principalmente do sexo masculino. Este é um dado observado mundialmen-te, atribuído aos homens por exercerem maior atividade e serem menos cuidado-sos. Os acidentes mais comuns ocorrem geralmente após a 3ª hora de trabalho. No entanto, quando utilizado equipamento adequado, aproximadamente 98% dos acidentes são evitáveis, ou seja a cada 100 acidentes, apenas 2 poderiam aconte-
cer. Estima-se que a cada ano 55 milhões de traumatismos oculares sejam responsá-veis pela perda de dias de trabalho. Apesar de as lesões oculares serem de gravidade variável e prevenível, os aci-dentes com os olhos podem acontecer re-pentina e inesperadamente, e não são fa-cilmente detectados; o indivíduo pode percebê-los imediatamente ou apenas ho-ras mais tarde, quando surgirem os pri-meiros sintomas.
27 DE NOVEMBRO DIA MUNDIAL DE COMBATE
AO CÂNCER Introdução
27 DE NOVEMBRO DIA NACIONAL DOS TÉCNICOS
DE SEGURANÇA DO TRABALHO
A incapacidade para o trabalho causada por acidentes com os olhos é muito maior do que
qualquer outro tipo de acidente. Se não houver dano
permanente, são em média, 15 semanas contra 5 semanas para
aqueles que afetam outras partes do corpo.
�Perfurações do globo ocular - Causados por ob-jetos pontiagudos ou cortantes;
�Trauma ocular grave – Pode ocasionar catarata traumática que pode ser grave e ter em associação outras alterações como a hemorragia intraocular e descolamento de retina.
�Corpos Estranhos - Estilhaços de vidro, lascas de madeira, areia, pó, minúsculas partículas de metal ou plástico, pregos ou qualquer outro mate-rial perfurante;
�Úlceras Traumáticas - Mi-crotraumas, corpo estranho no olho e pela ação de algu-mas substâncias químicas;
�Queimaduras:
• Fotoelétricas: causadas pelo calor e energia/radiação emi-tidos pela luz de solda e fagu-lhas;
• Químicas: causadas por substâncias tais como, gases, vapores, cal, soda cáustica, ácidos, etc., e que estão entre as mais graves;
�Contusões e Lacerações - Golpes ou pancadas causadas por equipamentos, instrumentos de traba-lho, etc;
Página 2 INFORMATIVO DA SAÚDE DO TRABALHADOR
Traumatismo ocular Fratura de órbita
Lesão de pálpebra
Lesões Oculares Mais Comuns e suas Causas
As imagens e figuras foram obtidas em sites, blogs e homepages da internet, cujo objetivo é
harmonizar os textos, tornando a leitura mais clara e agradável.
- Hemorragia intraocular
- Descolamento de retina
- Cataratas oculares
ANO 2 NÚMERO 8 Página 3
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�Em caso de queimadura química no olho: Lave imediatamente o olho com água limpa em abundância e procu-re atendimento oftalmológico de emergência imediatamente. �Para tratar um golpe no olho: NÃO: aplique qualquer pressão.
SIM: aplique suavemente uma pequena compressa fria para re-duzir a dor e o inchaço. Se o olho estiver roxo, dolorido ou algum distúrbio visual ocorrer mesmo depois de um golpe de luz, contate imediatamente um oftalmologista. Lembre-se que mesmo um golpe de luz pode causar uma lesão ocular significativa. Em todas as situações, solicite o preenchimento da
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
�Se o olho foi cortado ou furado: NÃO: remova o objeto preso no olho, lave com água, friccione ou aplique pressão no olho. SIM: delicadamente, coloque um escudo sobre o olho. O fun-do de um copo de papel ou plás-tico colado ao redor do olho pode servir como um escudo até conseguir atendimento médico. Depois de proteger o olho, consulte um oftalmologista ime-diatamente. � Para retirar a areia ou pequenos detritos nos olhos: NÃO: esfregue os olhos SIM: use colírio para lavar o olho. Se os detritos não saírem, faça um curativo leve no olho e procure um oftalmologista.
Aconteceu a lesão... O que fazer??
Prevenção de Acidentes Oculares As principais medidas de proteção da saúde e
prevenção da exposição aos fatores de risco são: • Substituição de tecnologias de produção por ou-tras menos arriscadas para a saúde; • Isolamento do agente/substância ou enclausura-mento do processo; • Medidas rigorosas de organiza-ção e segurança do trabalho, como adoção de sistemas de ventilação local exaustora e geral, adequados e eficientes; • Contro le de vazamentos e incidentes, mediante manuten-ção preventiva e corretiva de má-quinas e equipamentos, e acom- panhamento de seu cumprimento; • Monitoramento ambiental sistemático; adoção de sistemas seguros de trabalho, operacionais, de transporte, de classificação e de rotulagem das substâncias químicas segundo propriedades toxi-cológicas e toxicidade;
• Manutenção de adequadas condições ambien-tais gerais e de conforto para os trabalhadores e facilidades para higiene pessoal, como instala-ções sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros, pias com água limpa corrente e em abundância; uniforme adequado e limpo diariamente;
• Garantia de recursos adequa-dos para o atendimento de situ-ações de emergência, uma vez que o contato ou respingos de substâncias químicas nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou duchas lava-olhos em locais rapidamente acessí-veis. Os trabalhadores devem estar treinados para proceder
imediatamente à lavagem dos olhos, com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em seguida encaminhados para avaliação especializa-da por oftalmologista; • Diminuição do tempo de exposição e do núme-ro de trabalhadores expostos; • Fornecimento de equipamentos de proteção in-dividual (EPI) adequados, com manutenção indi-cada, de modo a complementar às medidas de proteção coletiva.
A Educação é a principal
arma de apoio devendo
ser constante e
permanente!!!!!
O uso de um dos mais importantes aliados nessa batalha contra as lesões oculares ocasionadas pelo trabalho: os óculos de prote-ção. E temos que levar em consideração que esse EPI deve ser apropriado, de boa qualidade, combinando con-forto e segurança, resistência e leveza. Trabalhadores mui-tas vezes tem sua função im-possibilitada devido aos ócu-los ou máscaras (que também agem na proteção facial) des-confortáveis e incômodos. Muitos, por desconhe-cerem os perigosos riscos a que estão expostos – com fagulhas, gases, pancadas, pó, vento, areia ou energia radiante, abandonam os olhos à mercê da sorte.
Os bons óculos de proteção devem ser de acordo com a necessidade e função do trabalhador e não
somente ele deve estar com os óculos de proteção, como também todos que o cercam. Nunca é demais
repetir que os óculos devem ter Certificação do Ministério do Trabalho, que é gravada nos óculos, e possuir o Certi-ficado de Aprovação da Fun-dacentro. Os trabalhadores devem ter sempre à mão os materiais de limpeza dos óculos. Lembran-do que não são apenas os tra-balhadores que manipulam
equipamentos emissores de radiação e faíscas (como os soldadores) ou aqueles que estão expostos a ga-ses e vapores químicos que precisam adotar um e-quipamento para proteger os olhos. Quem trabalha em ambiente de menor risco, como dentistas ou laboratoristas, também devem usar protetores.
Grande aliado: Óculos de Proteção
Responsabilidade das Empresas As empresas devem direcionar os cuidados pri-
mários aos mais expostos, mas também atuar na promoção da saúde e cuidados com olhos, fornecer EPI’s de boa qualidade e compatíveis com a função desenvolvida, investir na prevenção e detecção dos acidentes e doenças que afetem os olhos, acompa-nhar a capacidade visual dos trabalhadores, dar en-caminhamento aos casos com al-teração na visão, propor qualifica-ção da equipe médica e de enfer-magem para tratar as lesões ainda no local de trabalho, além de co-laborar e promover as atividades de educação em saúde.
A supervisão é de extrema im-portância na prevenção de aciden-tes oculares, devendo ser constan-te e com plena autoridade para fazer cumprir a legislação com referência aos aci-dentes de trabalho.
Fiscalizar as condições de trabalho dos funcioná-rios, promovendo mudanças para que estas tornem-se as mais adequadas possíveis.
Verificar o estado de manutenção do maquinário bem como a avaliação das condições de trabalho que é submetido o funcionário, funções estas de ex-trema importância.
Quanto às condições de trabalho, deve-se avaliar a ventilação e iluminação do local, se necessita de ar condicio-nado, aspiradores e exaustores, uso de óculos de proteção, horas de trabalho e descanso, entre outras, pois sabe-se que as pausas diminuem o risco de acidentes acontecerem. O custo da prevenção para a empre-sa, não é alto, se levarmos em conta a economia proporcionada pela saúde
do trabalhador e o seu baixo custo quando compara-do com a incapacidade do mesmo para o trabalho.
Lembre-se Óculos, bem como outros
Equipamentos de Proteção Individual - EPIs- não pre-
vinem os acidentes; po-rém, evitam ou amenizam
as possíveis lesões !!!
Para saber mais, clique no texto e acesse as fontes consultadas para este informativo:
http://doencas-trabalho.blogspot.com.br/2014/03/doencas-do-olho-e-anexos-relacionadas.html http://www.isoolhos.com.br/post-blog/danos-oculares-causados-por-acidentes-de-trabalho/ http://www.drvisao.com.br/noticias/3030-Lesoes-oculares-causados-por-acidentes-ocupacionais-podem-causar-danos-irreversiveis-a-visao http://www.bsbflash.com/o-perigo-das-lesoes-oculares-relacionadas-ao-trabalho/ http://drqueirozneto.com.br/prevencao-de-acidentes-oculares/ www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/download/.../9096 http://www.cbo.com.br/novo/medico/pdf/livreto_manual_de_prevencao_acidentes_oculares.pdf