Investigações no Tempo
ARTE MODERNA
Uma passagem do século XIX para o XX
No campo visual, identificamos, ao longo do tempo, transformações nas representações artísticas. Somada ao estilo particular de cada artista, encontramos intervenções profundas – influências de determinados períodos – nas técnicas e nos temas abordados em suas produções.
Majas no Balcão, 1810-15,Francisco de Goya.
O Balcão, 1868-9, Edouard Manet.
Mulheres na Sacada, 1911,detalhe. Kees van Dongen.
Podemos considerar que as diferentes formas de representar estão ligadas a uma série de fatores. A produção de um artista está sempre inserida em um contexto – social, histórico, tecnológico – do tempo em que ele vive.
No século XIX, houve uma série de rompimentos com aquilo que era considerado o “motivo” e a técnica tradicionais de composição. A sociedade vivia uma situação de mudanças. O progresso na indústria e a conquista de novos conhecimentos estéticos abriram um campo ilimitado de opções em todas as áreas.
As mudanças se refletiram na postura a na maneira de se expressar dos artistas do século XX – influenciando novos movimentos artísticos.
Arte Pós-Impressionismo
A cada movimento de arte, podemos notar transformações estéticas que demonstram a necessidade de o homem expressar a sua visão de mundo em épocas diferentes.
Durante vários séculos, os artistas se preocuparam em retratar com a maior fidelidade possível as formas da realidade, assim como nossos olhos vêem:
• fosse realizando um retrato,
Retrato de Joseph Baretti, 1774. Joshua Reynolds.
• criando um ilusão de profundidade,
As Colheteiras, 1857. Jean-François Millet.
• de movimento,
Fantasia Árabe, 1833. Eugene Delacroix.
• reproduzindo cores exatamente como na natureza...
As Montanhas Gigantes, 1835. Caspar David Friedrich.
Arte Moderna
• Expressionismo
A partir da descoberta da fotografia, a arte perdeu o compromisso de retratar fielmente a realidade. Os artistas passaram a expressar suas emoções e suas verdades internas, frente aos acontecimentos sociais. Surgiu, no final do século XIX, o movimento de arte denominado Expressionismo.
O Grito, 1893. Edvard Munch.
O principal precursor desse movimento foi o pintor holandês Vincent van Gogh que, com um estilo único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros sinais do Expressionismo.
Vincent acreditava muito no significado emocional das cores:
Tentei expressar por meio do vermelho e do verde as terríveis paixões da humanidade. Há, em toda parte, choque e contraste dos vermelhos e verdes mais díspares nas figuras dos desordeiros adormecidos; na sala vazia, lúgubre, violeta e azul.
Café Noturno, 1888. Vincent van Gogh.
O Expressionismo foi uma corrente artística concentrada especialmente na Alemanha, entre os anos de 1905 e 1930, em um momento em que o país atravessava um período de guerra. Esses artistas tentaram transmitir a sua arte, utilizando uma forma psicológica por meio da qual pudessem expressar seus sentimentos mais íntimos em relação ao mundo exterior. É uma pintura pessoal e intensamente apaixonada.
Retrato de Homem (Auto-retrato), 1919. Erich Heckel.
ViVincentcent Van Gogh (1853-1890) - buscou recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguin, artista por ele admirado, por sua maneira de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre.
Vincent van Gogh
.Precursor do Expressionismo:
Os Comedores de Batatas, 1885. Vincent van Gogh.
O Quarto em Arles, 1888. Vincent van Gogh.
O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário.
Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções.
12 Girassóis, 1888. Vincent van Gogh.
Girassóis, 1888. Vincent van Gogh.
Campo de Milho e Ciprestes, 1889. Vincent van Gogh.
Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores.
Noite Estrelada, 1889. Vincent van Gogh.
Auto-retrato, 1890. Vincent van Gogh.
Auto-retrato sem Orelha,1890. Vincent van Gogh.
Campo de Trigo com Corvos, 1890. Vincent van Gogh.
(1863-1944) - foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu conceder às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua formação na cidade de Oslo. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além de exposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega.
Edvard Munch
.Principal representante do movimento expressionista:
Karl Johan ao Anoitecer,1892. Edvard Munch.
Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito perturbador.
O Grito, 1893. Edvard Munch.
Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua época. A dor e o trágico permeiam seus quadros.
A Voz, 1893. Edvard Munch.
Cinzas,1894. Edvard Munch.
Auto-retrato com Cigarro Aceso, 1895. Edvard Munch.
Melancolia,1894-95. Edvard Munch.
Separação,1896. Edvard Munch.
O Beijo,1897. Edvard Munch.
A Mãe morta e a Criança,1899-00. Edvard Munch.
O Sol,1909-11. Edvard Munch.
FIM
• Baseado na Coleção Pitágoras – Livro 2 – 7a. Série
• Pesquisa: www.historiadaarte.com.br• Prof.: Mônica Freitas