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3 de agosto de 2016 - NOTÍCIALEGISLAÇÃO

BEATRIZ BOTELHO

Professores, servidores e pesquisadores da UEL participaram no dia

22 de julho, na Sala dos Conselhos, depalestra sobre a Lei Federal 13.243/2016, do Marco Legal da Ciência eTecnologia. A atividade foi ministradapelo professor Gesil Sampaio Amarante,da Universidade Estadual de Santa Cruz,de Ilhéus (BA), que coordenou o Grupode Trabalho que subsidiou o CongressoNacional no debate da lei.

O objetivo da palestra foi apresentaras modificações na Constituição Fede-ral a partir da aprovação da Lei doMarco Legal, publicada no Diário Ofici-al da União em 11 de janeiro deste ano,bem como as novas possibilidades eformas de atuação das instituições emrelação à Lei.

O Marco Legal tem a finalidade deagilizar e simplificar a burocracia, além defacilitar a cooperação entre instituições dediferentes esferas com o setor privado. ALei dispõe sobre estímulos ao desenvolvi-mento científico, à pesquisa, à capacitaçãocientífica e tecnológica e à inovação.

O professor Gesil Sampaio apresen-tou detalhadamente todas as disposi-ções e artigos da Lei Federal 13.243/2016, além das nove leis alteradas como Marco Legal da C&T, para sanar asprincipais dúvidas dos pesquisadores daUniversidade.

Contribuição - Segundo o professor,a lei auxiliará em diversos aspectos asinstituições de ensino superior. “A contri-buição clara que se quer é que a genteconsiga fazer o nosso trabalho. Hoje emdia a gente gasta mais tempo fazendoburocracia do que fazendo ciência. Isso éum desperdício de todo o recurso que ogoverno e que as pessoas despendem doseu tempo, do seu talento para formaçãode pesquisadores”, afirma.

Gesil Amarante mostrou um panora-ma acerca dos pesquisadores doutoresbrasileiros. Segundo ele, os númerosmostram que a maioria atua na áreaacadêmica. Por outro lado, conformeapontou o professor, nos EUA, 12% dosdoutores trabalham em universidades, ea maior parte deles, 79%, é contratadapor empresas. Para modificar essa rea-lidade dos brasileiros, o Marco Legal daCiência e Tecnologia prevê que pesqui-sadores das instituições brasileiras atu-em também em empresas privadas, me-diante aprovação institucional.

UEL discute Marco Legal da Ciência e TecnologiaProfessor da Bahia, que coordenou o grupo que subsidiou o Congresso na elaboração da Lei,

esteve na Universidade para sanar dúvidas e discutir possibilidades

Para o professor, se esse sistema étodo cheio de barreiras, o Brasil nãocresce. “A gente quer simplesmentepoder competir com as instituições, essaé nossa missão e nossa obrigação. Se agente quer que o país seja competitivo, agente tem que ter uma academia que étão competente, tão capaz quanto àsoutras, ou mais”.

A aproximação entre academia eempresas privadas se dará também pormeio do compartilhamento de laboratóri-os e equipes de pesquisadores, sem in-terferir nas atividades acadêmicas.

Outro ponto de destaque da Lei Fe-deral 13.243/2016, de grande importân-cia para as atividades das instituições, éa desburocratização das licitações, con-forme a Lei Federal 8.666/1993. Comoexplicou o professor, a compra de equi-pamentos para os projetos de pesquisapodem ser feitos logo com a aprovaçãodo projeto, sendo aqueles bens de meioou fim para a pesquisa, sem necessitarde licitações.

Pesquisa - Para Amauri Alfieri, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação daUEL, este ponto é de extrema relevânciapara as atividades dos projetos de pesqui-sa da Universidade. “Os obstáculos quenós temos, principalmente quando fala-mos em aquisição de bem de capital comomaterial de consumo para pesquisa, sãoenormes no país, e isso atrasa considera-

velmente o desenvolvimento dos projetosde pesquisa e, consequentemente, os re-sultados”, afirmou.

Com a Lei, há a possibilidade de secomprar material não só especificamentede pesquisa. O pró-reitor deu o exemplo dacompra de uma geladeira, que é extrema-mente útil em laboratórios para conservarmateriais biológicos. Entretanto, como éum eletrodoméstico, não é interpretadocomo uso de pesquisa e não pode seradquirido. Isso muda com o Marco Legal.

A aplicação da Lei, porém, é umprocesso longo e deve demorar entreum e dois anos. Alfieri explica que, porser uma Lei Federal, é preciso solicitaruma adequação da lei paranaense à leimáxima. Para isso, ele afirma que épreciso ser realizado um trabalho con-junto. “Mudar a lei não é fácil. Essetrabalho vai ser árduo, e não pode serfeito isoladamente. Devemos trabalharcom todas as instituições de ensinosuperior e todas as entidades que reali-zam pesquisa no estado, como IAPARe Embrapa, e também as associaçõesdo comercio e indústria”, avalia.

Por ser um tema de interesse de todaa Universidade, além de professores daUEL, participaram da palestra sobre oMarco Legal da Ciência e Tecnologiaservidores da Pró-reitoria de Pesquisa ePós-Graduação (PROPPG), Pró-reito-ria de Planejamento (PROPLAN), Pró-

reitoria de Finanças (PROAF), Procu-radoria Jurídica da UEL (PJU), Agênciade Inovação Tecnológica (AINTEC),Assessoria de Tecnologia e Informação(ATI), coordenadores de programas depós-graduação e pesquisadores.

“A GENTE QUERSIMPLESMENTEPODER COMPETIRCOM ASINSTITUIÇÕES, ESSAÉ NOSSA MISSÃO ENOSSA OBRIGAÇÃO.SE A GENTE QUERQUE O PAÍS SEJACOMPETITIVO, AGENTE TEM QUE TERUMA ACADEMIA QUEÉ TÃO COMPETENTE,TÃO CAPAZ QUANTOÀS OUTRAS,OU MAIS”

O professor Amarante apresentou as modificações na Constituição Federal a partir da aprovação da Lei do Marco Legal,bem como as novas possibilidades e formas de atuação das instituições em relação à lei

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