LegitimaçãoLegitimação
Lawrence Wengerkiewicz Bordignon
Orientador: Affonso Paulo Gimarães
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consentimento do autor bem como o uso comercial
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• A base da família romana era o matrimônio (Justae nupitiae)
• O Corpus juris Civilis previa tal instituição
• Segundo o código, tudo o que provém do casamento é perfeitamente legal
Um Pouco de HistóriaUm Pouco de História
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• Assim, os filhos nascidos de um casa-mento eram perfeitamente legítimos (justus filius)
• Todavia, nasciam crianças filhas de casamentos ilegítimos
• Para se resolver esse problema, surgiram as leis da legitimação
Um Pouco de HistóriaUm Pouco de História
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• Assim como os justus filius os filhos adotados também eram considerados filhos legítimos, ou iusti. Faziam parte da família
• Eram ilegítimos, ou spuri, os filhos que não participavam da família, inclusive os filhos de concubinas
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• Para permitir as relações jurídicas entre os pais e os filhos ilegítimos criou-se o instituto do legitimatio
• A legitimação realizava-se através de três processos diferentes
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• Per subsequens matrimonium
• Per oblationem curiae
• Per rescriptum principis
Os processos:
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• Legitimação por casamento subseqüente
• Essa lei foi promulgada pelo imperador Constantino
• Destinava-se à legitimação dos filhos ilegítimos nascidos de relações de concubinato
Subsequens MatrimoniumSubsequens Matrimonium
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• Isso se dava pelo casamento do pai com a concubina
• Todavia, tal lei teria valor apenas durante o ano de sua anunciação
• Aplicava-se, dessa forma, somente aos concubinatos já existentes
Subsequens MatrimoniumSubsequens Matrimonium
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• No ano de 476, o imperador Zeno repete a permissão de Constantino, com o mesmo caráter
• Somente Anastácio, em 517, transformou o casamento subseqüente num instituto jurídico
Subsequens MatrimoniumSubsequens Matrimonium
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• A partir daí, esse tornou-se um processo normal de legitimação, podendo ser aplicado a qualquer tempo
• Era necessário, entretanto, o preenchimento de alguns requisitos, como a autorização do filho, se púbere, por exemplo
Subsequens MatrimoniumSubsequens Matrimonium
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• Essa determinação ficou conhecida como “Legislação Anastasiana”
• Ela dava ao filho natural o direito de cair sobre a patria potestas do pai, recebendo, dessa forma, todos os direitos sucessórios
Subsequens MatrimoniumSubsequens Matrimonium
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Oblationem CuriaeOblationem Curiae
• Deve-se ter em vista que o império
romano tinha necessidade, cada vez
maior, de angariar decuriões -
funcionários públicos encarregados
da cobrança de impostos
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Oblationem CuriaeOblationem Curiae
• Observe-se também que, pela
responsabilidade atribuída a esse
funcionário, era preciso oferecer-lhe
algumas regalias para estimular a
sua contratação
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Oblationem CuriaeOblationem Curiae
• Tendo tudo isso em vista, o imperador Teodósio II implantou a legitimação por oblação - oferecimento - à cúria
• Entretanto, só poderia haver decuroiões do sexo masculino
• Sendo assim, existiam dois métodos de legitimação
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• O pai inscreve o filho spuri cúria da
cidade natal desse
• Também o pai deve oferecer a esse filho
vinte e cinco jeiras de terra para garantir
o bom cumprimento de suas funções
Masculino
Oblationem CuriaeOblationem Curiae
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• O pai oferece a filha em casamento a um decurião
• O pai também deve dar à filha um dote correspondente ao presente do filho varão, se fosse o caso
Feminino
Oblationem CuriaeOblationem Curiae
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Oblationem CuriaeOblationem Curiae
• A ressalva a esse método reside no
fato de que a legitimação por ele
oferecida não é absoluta
• O filho cai sobre a patria potestas do
pai, mas não se torna parente dos
parentes do pai
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Rescriptum PrincipisRescriptum Principis
• A medida data da novela 74 de
Justiniano
• Esse processo consistia em um aval
do imperador à legitimação de um
filho spuri após a manifestação
expressa da vontade do pai
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• Todavia, devia-se preencher três condições:
impossibilidade do casamento subseqüente
inexistência de filhos legítimos
aval do legitimando
Rescriptum PrincipisRescriptum Principis
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A Legitimação noA Legitimação no
Direito Civil BrasileiroDireito Civil Brasileiro
• É necessário, antes de
mais nada, que se faça
uma definição vocabular
dos termos usados no
Direito brasileiro
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A Legitimação noA Legitimação no
Direito Civil BrasileiroDireito Civil Brasileiro• Faremos , primeiramente, a
distinção entre filhos legítimos e ilegítimos para depois, fazermos a classificação dos filhos ilegítimos
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A Legitimação noA Legitimação no
Direito Civil BrasileiroDireito Civil Brasileiro• Filhos legítimos : filhos nascidos de
justas núpcias, o que chamávamos
iusti até agora
• Filhos ilegítimos : Concebidos fora
do casamento, os ditos spuri.
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A Legitimação noA Legitimação no
Direito Civil BrasileiroDireito Civil Brasileiro
• Os filhos ilegítimos :
– Naturais : de pais que, na época da
relação, não apresentavam impedimento
matrimonial (CC,art. 183)
– Espúrios : relações onde os parceiros
enquadram-se em um dos impedimentos
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A Legitimação noA Legitimação no
Direito Civil BrasileiroDireito Civil Brasileiro• Embora o Código faça a
distinção entre as
classificações de filhos
ilegítimos ,ela só era
relevante até a Constituição
de 1988, como veremos
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A Legitimação noA Legitimação no
Direito Civil BrasileiroDireito Civil Brasileiro• São dois processos
para reconhecimento previstos pelo Código Civil :
–Espontâneo
– Judicial
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Reconhecimento EspontâneoReconhecimento Espontâneo
• É um ato jurídico
unilateral; a mera
manifestação da
vontade de quem
reconhece
• Os efeitos desse ato
são de tal
importância, que a
lei não permite
subordinação a
condições ou termos
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Reconhecimento EspontâneoReconhecimento Espontâneo
• A lei n. 8,560, de 29 de dezembro de 1992, aponta quatro maneiras para a realização do ato :– no registro de nascimento– por escritura pública– por testamento – por manifestação perante o juiz
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Reconhecimento EspontâneoReconhecimento Espontâneo• Dentre os efeitos do ato,
encontramos:
– o dever alimentício entre progenitor e gerado
– o direito sucessório recíproco, entre outros
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial• No caso anteriormente
citado era o pai que tinha a
iniciativa do reconhecimento
• Aqui, a legitimação dá-se por
meio de uma sentença
impetrada pelo juiz
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial• Para essa decisão, o juiz
baseia-se em uma forma
consistente de prova de
paternidade (antigamente
exames de sangue, hoje,
testes de DNA)
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial• É fácil perceber,
portanto, que esse tipo
de reconhecimento
tem íntima relação
com a investigação de
paternidade
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial
• Até a Constituição de 88, só os
filhos naturais poderiam ser
reconhecidos e, por isso, somente
eles tinham o direito de requerer
a investigação de paternidade
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial
• O §6.° do art.227 da
Constituição de 88
declara a igualdade
entre os filhos havidos
fora do casamento
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial• Isso dá, também aos
espúrios, o direito de
requerer a
investigação de sua
paternidade sobre
qualquer circunstância
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial
•A investigação da
paternidade pode ser
movida de duas
maneiras :
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial
• Através de uma certidão
remetida pelo oficial de justiça
ao juiz sempre que notar a
ausência do nome do pai em
certidão de filho menor
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial
• Por uma ação movida pelo filho
(investigante) sobre o pai
(investigado) ou sobre os
herdeiros desse
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Reconhecimento JudicialReconhecimento Judicial
• Ressalte-se que essa última é a
mais comum; vindo acompanhada
de uma petição de herança e
dirigindo-se aos herdeiros do
falecido
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Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
• BONFANTE, Pedro. Instituiciones de derecho romano. Madrid : Instituto Editorial Reus, 1959.
• CHAMOUN, Ebert. Instituições de direito romano. 6 ed. Rio de Janeiro : Rio, 1977.
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Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
• CRETELLA JÚNIOR, J.. Curso de direito romano : o direito romano e o direito civil brasileiro. 19 ed. Rio de janeiro : Forense, 1995.
• RODRIGUES, Silvio. Direito Civil : direito de família. 21 ed. São Paulo : Saraiva, 1995. V. 6.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATRINACENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICASINFORMÁTICA JURÍDICAPROFESSORES : Luiz Adolfo Olsen da Veiga Aires José RoverACADÊMICO : Lawrence Wengerkiewicz BordignonTÍTULO :
Legitimação
Florianópolis, 21 de novembro de 1997