Transcript
Page 1: Letras taquarenses 13 01 2010 * Antonio Cabral Filho - Rj

HAICAIS

Feliz do Zanoto

Que tem Diversos Caminhos

Pra entrar em alfa.

Antonio Cabral Filho – RJ

Canário em silencio.

A inspiração, na floresta,

Aguarda sua fuga.

José N. Reis -SP

Nas vozes do vento

Há muito que meditar,

Cantam as sereias.

Vidal Idony Stockler – PR

Acordo as seis horas

E abro a janela do quarto...

Abraços do sol.

Humberto Del Maestro – ES

Viver é ter sorte...

No roteiro que me cabe.

Cativo da morte.

Silvério R. da Costa – SC

TROVAS

Não julgues ninguém na vida

Seja teu lema o perdão

Quem amarga uma ferida

Precisa de proteção.

Humberto Del Maestro - ES A senescencia, essa fada,

Chega e me deixa senil.

É a síndrome do nada

Descendo pelo funil.

Silvério R. da Costa – SC

Todas as estrelas brilhantes

E a palidez do luar

São belezas cativantes

Que se refletem no mar.

Vidal Idony Stockler – PR

Lindo Rio de janeiro

Do samba, a capital

Com passistas e pandeiro

Tem o melhor carnaval.

Henny Kropf – RJ

Dezembro é o mês que resta

E ninguém contesta o fato

Galo ganha missa e festa

Pro peru pagar o pato.

Antonio Cabral Filho – RJ

Findou mais um ano...E quando

Uma incoerência acontece:

Erguer um brinde saudando

O tempo que me envelhece.

Sergio Bernardo – RJ Tudo num feijão esperto

É sinônimo de vida,

Mistura que não dá certo

É volante com bebida.

Arlindo Nóbrega – SP

Tem o seu tempo na vida

Tudo na época certa,

Depois da sorte vivida

Muita coisa não conserta.

Francisco de A.Nascimento -GO

O passado já não temos,

O futuro não se sente.

O presente é o que vivemos

E morremos no presente.

Miguel J. Malty – DF

Se acaso a justiça humana

Para nas mãos de um canalha

Pensa que todos enganam

Mas a divina não falha.

Ruth Farah N. Luttherbach - RJ

Sem lenha o fogo se apaga,

Diz sabedoria antiga;

A contenda não propaga

Se falta a lenha da intriga.

Jesse Nascimento - RJ

As palavras – tem cuidado!

Devem ser bem escolhidas

Se espalham amor de um lado

De outro podem lesar vidas.

Angélica Villela Santos -SP

A chuva mansa caída

Num insistente chover

Com volúpia consumida

Faz a terra renascer.

Fernando Vasconcelos – PR

Amanhã serás Saudade,

Serás Velhice, mais nada.

É bom ser benevolente,

Ajudar a quem padece

Mas existe muita gente

Que precisa e não merece.

João Batista Serra – CE

Vejo em caixas a “macheza”

Que traz tanto sofrimento

Pois a mulher sem defesa

Apanha a todo o momento.

Ivone Vebber – RS

Mil lajeados pela escarpa

Tombaram em pleno mar

Quando David tocou harpa

Pro Rei Saul se acalmar.

Pedro Giusti – RJ

DAS MINIATURAS

Colecionava soldadinhos de

chumbo

Para minha guerra pessoal,

A batalha eu não tive

E os meus soldadinhos, o

tempo levou.

Walmor DS Colmenero – SP

FUGA

Horas

Contrarias

Absurdas

A batalha

Dura

Costurada

Por Criaturas

Operárias

Do Capital

Animal

Homem

Rico.

Aline Leal – BA

7 DE SETEMBRO BRASIL

IDEPENDENCIA OU

MORTE:

Celebração

Do sonho de todos,

Menos a morte

A morte é para

Os mártires

Que não tem independência

Neste mundo.

A independência

Distribuição Gratuita * Registrado na Biblioteca Nacional *Assinatura Anual: R$ 10,00 C/C 89280-3 Ag. 0314 – 6130 Itaú

Ano II nº 20 Out/Nov/Dez 2009 Editor: Antonio Cabral Filho / Rua São Marcelo – 50 / 202 Cep: 22780-300 – Curicica – RJ

E-mail: [email protected]

Page 2: Letras taquarenses 13 01 2010 * Antonio Cabral Filho - Rj

É a capacidade

De ser livre

Para pensar

Na pátria amada.

Mas, por que celebrá – la

Em Nova York?

Terezinha Pereira – EUA

TROVAS POR MARIA

DA PENHA

Maria da penha é da grei

Que põe contra a lei da arma

O poder de arma da lei

Sobre os senhores do Karma.

Maria da Penha é mulher,

Nordestina e feminista,

Dá exemplo pra quem quer

Aprender matar machista.

Maria da Penha é Poder,

Vitória Maria da Penha,

Tens a força pra vencer

Aquele que as armas tenha.

Maria da Penha venceu.

Maria da penha é vitoria,

Vitoria que ela colheu

Pra desfrutar toda gloria.

Com o dinheiro não me iludo

Ante a quem lutou por tanto.

Mas sei que a vitoria é tudo

Sobre o fantasma do quanto.

Nem mesmo a razão soturna

Justifica tal loucura

Com torpeza tão noturna

Contra outra criatura.

Saúdo Maria da Penha

E com meu gesto demonstro

Que na luta vale a pena

Tudo que derrote o monstro.

Maria da Penha Merece

Viver em nossa memória

Junto com quem não esquece

De quem lutou na historia.

Avante Maria da Penha!

Não de férias pra madeira

Nem descanso para a lenha,

Lhe quero sempre guerreira.

Antonio Cabral Filho-RJ

TUPÃ

A CHICO MENDES

Tupã que estais em cada planta

Santificado seja a vossa

natureza venha a nós os reinos

naturais ( teus )

Seja feita a harmonia da vida

Assim no ar, como na terra e

no mar.

As frutas vossas que colhemos

cada dia – nos daí hoje perdoai

as nossas poluições assim

como nós ( humanos) um dia

perdoar um ao outro pelos

erros passados que vos tem

ofendido

E a mãe – Natureza

Amém.

Francisco Thelmo Mattos – Ce

ARCO – IRIS NEGRO

Será que a paz é assim

Será esta paz que sinto

O disfarce das guerras eternas

Que se desencadeiam em mim?

Será a paz aceitação profunda?

Ou será esta aceitação

comodismo disfarçado

Impedindo-me de preparar

batalhas ?

Será a paz silenciosa, muda

Ou será essa mudez

O medo de bradar,

Finalmente, o grito da vistoria?

Será a paz a certeza...

A segurança?

Serão a certeza, a segurança

máscaras

De todas as duvidas, das

ameaças, dos temores, da

solidão?

Como será a verdadeira paz?

Branca?

Pura?

Estática

Quisera fosse a paz um arco-

íris negro

Cintilantemente negro

Numa noite enluarada

Indicando estradas,

Em plena escuridão.

Glenda Maier – RJ

BÚFALO DE WALL STREET

Moises não era um mix

De Ricardo com Smith

Pois quis o cristão puro

Sem pecado original

Imune ao bezerro de ouro

Livre das pragas mundanas.

Mas Ricardo e Smith

Ao contrario de Moises

Não pagaram nenhum mico

E são Deuses de wall Street

E adoram bezerro de ouro

Mesmo nem pedigree

Tanto que seus devotos

Por prova de “paga-prenda”

Puseram na porta da venda

Um búfalo por tesouro

E avisaram pra todo lado

Que na falta da mão boba

Que mantém vivo o mercado

aceitam de mui bom grado

Todo New Deal do Estado.

Antonio Cabral Filho - RJ

ALMA LIVRE

Não adianta Freud,

Nem Édipo nem Electra

Fazem minha cabeça

E seu baú de complexos

Que devora a família

Não aflora no sofá da sala

como a paixão devora desejos

E suas overdoses de consumo

Não atingem meu eixo.

Não que eu seja imune

A coisas materiais.

E que as coisas materiais

Não atingem minha alma,

Pois desde as primeiras águas

Fui levado á pajelança

Recebi a unção dos óleos

Que tornou minha alma

Imune a coisas fúteis

E deu-lhe essa

Consistência de neve

E fe-la ser alma sem Karma.

Antonio Cabral Filho – RJ

CHECOSLOVAQUIA 1968

Dizem que a primavera

É a estação das flores,

Mas na primavera de Praga

A única flor que assola

E espalha a catinga de pólvora

É o HK Soviético.

Antonio Cabral Filho – RJ

Page 3: Letras taquarenses 13 01 2010 * Antonio Cabral Filho - Rj

JORNAIS:

O Capital

AV. Ivo do prado,948

Cep 49017-070 Aracaju-SE

O Boêmio

Av. América Brasiliense, 784

CEP 15991- 220 Motão - SP

Letras Santiaguenses

Caixa postal 411- CEP 97001-

970

Santa Maria- RS.

O Radar

Caixa postal 601

86.800-970- Apucarana-PR

COLUNAS LITERÁRIAS

Rede Alternativa, Emerson

Maciel

Jornal O Liberal, Rua D, 70 Conjunto

Pedro Diniz – Cep: 46.170-000

Laranjeiras – SE

Fronte Cultural,

Silvério R. da Costa

CP 262, Cep: 89.801-970

Chapecó –SC

PÁGINA LITERO - CULTURAL,

Selmo Vasconcelos, CP 1335,

Cep: 78.900-970

Porto Velho – RO

DIVERSOS CAMINHOS,

Zanoto, CP 107, Cep: 37.002-970

Varginha – MG


Recommended