Universidade Presbiteriana Mackenzie
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis
Literácia Financeira e Endividamento Pessoal: Um estudo
com alunos de cursos da área de negócios
Marcelo Prudêncio de Lima
São Paulo
2016
Marcelo Prudêncio de Lima
Literácia Financeira e Endividamento Pessoal: Um estudo com
alunos de cursos da área de negócios
Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do título de Mestre em Controladoria Empresarial.
Orientador: Prof. Dr. Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar
São Paulo
2016
L357L Lima, Marcelo Prudêncio de
Literácia financeira e endividamento pessoal: um estudo
com alunos de cursos da área de negócios / Marcelo
Prudêncio de Lima - 2017.
139 f. : il. ; 30 cm
Dissertação (Mestrado em Controladoria Empresarial)
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016.
Orientação: Dra. Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar
Bibliografia: f. 92 - 96
1. Literácia financeira. 2. Educação financeira. 3.
Endividamento. 4. Finanças pessoais. 5. Instituição de Ensino
Superior. 6. Conhecimento financeiro. I. Título.
CDD 658.15
MARCELO PRUDÊNCIO DE LIMA
LITERÁCIA FINANCEIRA E ENDIVIDAMENTO
PESSOAL: UM ESTUDO COM ALUNOS DE CURSOS
DA AREA DE NEGÓCIOS
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Controladoria Empresarial.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
Prof.ª Dr.ª Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Prof.º Dr. Denis Forte
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Prof.ª Dr.º Dirceu da Silva
Universidade Nove de Julho
À minha esposa e filha, pelo constante, incentivo, apoio e compreensão; para a realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte de toda sabedoria e ter me dado saúde e força para superar as
dificuldades.
Aos meus pais (in memoriam) pelo amor e sempre me ensinarem que nada nesta
vida se conquista sem determinação.
A minha orientadora Prof.ª Dr. Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar, por seu
apoio e amizade, além de sua dedicação e competência, pelos comentários e
sugestões apontadas para a conclusão deste trabalho.
Ao Diretor da Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) Prof. Dr. Adilson
Aderito da Silva por ter apoiado e acreditado na conclusão deste trabalho.
Aos coordenadores do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas que também além
do apoio, contribuíram para o desenvolvimento do trabalho em especial o Prof. Dr.
Hélio Morrone Cosentino.
Aos professores: Prof.ª Ms. Cristiane Attili Castela, Prof.ª Ms. Silvia Franco de
Oliveira, Prof. Dr. José Caio Racy, Prof. Joaquim Carlos Racy, Prof. Dr. Sidnei Augusto
Mascarenhas, Prof. Dr. Marcos Antônio Franklin e Prof. Denis Forte que sempre me
apoiaram e acreditaram em meu no progresso.
Ao Prof. Nelson Callegari que em minha convivência profissional sempre me
apoiou para a continuidade de meus estudos.
A todos os amigos que tive a honra de conviver profissionalmente em especial
Wagner Cleo, Silvia de Araújo Santos, Rosimeire Procópio Machado e Ana Paula
Bernardes que contribuíram para a conclusão deste trabalho.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha jornada para esta
formação, o meu muito obrigado.
A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento. (Platão)
RESUMO
Após o início da grande recessão nos Estados Unidos deflagrada em setembro de
2008, a economia mundial sofreu os primeiros abalos da crise financeira internacional.
Nesse contexto, mudanças econômicas, sociais e tecnológicas crescentes em todo o
mundo apontaram para a urgência da implementação de ações governamentais com
o objetivo de educar financeiramente as populações. Uma série de projetos
internacionais foram criados diante dessas crises financeiras com o principal objetivo
a consciencialização em nível mundial para a importância da educação financeira. A
preocupação com os níveis de literácia financeira da população relaciona-se à
constatação de que nem todas as pessoas físicas têm um amplo conhecimento dos
assuntos financeiros que podem afetar seu patrimônio pessoal, e as consequências
dessa desinformação são os níveis elevados de endividamento pessoal. O presente
estudo tem como objetivo: Analisar a relação entre o nível de conhecimento financeiro,
comportamento financeiro, endividamento pessoal e conhecimento econômico de
alunos de graduação da área de negócios de uma Universidade localizada na cidade
de São Paulo, e quais são os fatores que afetam essa relação. Para este efeito
utilizou-se a metodologia (quantitativa), questionário com 56 questões, escalas
nominais e ordinais (supostas como métricas). Amostra (709 alunos de uma Instituição
de Ensino Superior na cidade de São Paulo). No tratamento dos dados utilizando-se
estatística descritiva e multivariada (equações estruturais), com o apoio dos softwares
SPSS, versão 19, e R (método Lavaan). Os principais resultados mostram uma
proposta para a modelagem da variável Literácia Financeira e que não há relação
entre o endividamento do sujeito e o seu nível médio de conhecimento financeiro. Este
estudo se justifica tanto na contemporaneidade do tema bem como na lacuna de
estudos científicos sobre esse tema no Brasil.
Palavras-chave: Literácia Financeira, Educação Financeira, Endividamento,
Finanças Pessoais, Instituição de Ensino Superior, Conhecimento Financeiro.
ABSTRACT
After the start of the great recession in the United States held on September 2008, the
world economy suffered the first threats of the global financial crisis. In this context,
increasing economic, social and technological changes in the world pointed to the
urgency of the implementation of governmental actions aiming to financially educate
the population. A series of international projects have been created due to these
financial crises with the main objective to raise awareness worldwide of the importance
of financial education. The concern about the levels of financial literacy of the
population is related to the fact that not all individuals have a broad knowledge of
financial issues which may affect their personal assets, and the consequences of this
not understanding remit to high levels of personal debt. This study aims to analyze the
relationship between the level of financial literacy and individual financial debt of
undergraduate students in Business courses at University in Sao Paulo and the
factors, which affect this relationship. For this purpose, the quantitative methodology
was used, questionnaire with 56 questions, nominal and ordinal scales assumed as
metric. The research was composed of a sample 709 students from an undergraduate
Education Institution in the city of São Paulo. In the data treatment, descriptive and
multivariate statistics structural equations were used, with the support of software
SPSS, version 19, and R Lavaan Method. The main results showed a proposal for the
modeling of the Financial Literacy variable that there was no relation between the
subject's indebtedness and his / her average level of financial knowledge. This study
is relevant both on the Contemporaneity of the theme as well as the gap of the scientific
studies on this subject in Brazil.
Keywords: Financial Literacy, Financial Education, Debt, Personal Finance,
Undergraduate Educational Institution, Financial knowledge.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 19
1.1 O problema de Pesquisa ................................................................................. 23
1.2 Objetivos ......................................................................................................... 24
1.3 Justificativa e contribuição do estudo .............................................................. 26
1.4 Modelo de Pesquisa ........................................................................................ 29
2 REFERENCIAL TEÓRICO 34
2.1 Literácia Financeira 34
2.2 Educação Financeira 40
2.3 Determinantes comportamentais para o não endividamento financeiro 47
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................ 52
3.1 Métodos de Investigação ................................................................................. 52
3.2 Método e técnicas de recolha dos dados ........................................................ 53
3.3 Instrumento de pesquisa ................................................................................. 53
3.3.1 Identificação do Perfil ............................................................................... 54
3.3.2 Uso de crédito .......................................................................................... 54
3.3.3 Comportamento financeiro ....................................................................... 55
3.3.4 Conhecimento financeiro .......................................................................... 55
3.3.5 Conhecimento econômico ........................................................................ 56
3.4 População e amostra....................................................................................... 57
3.5 Tratamento dos dados ...................................................................................... 59
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................. 60
4.1 Análise descritiva dos dados ............................................................................ 60
4.1.1 Perfil dos respondentes .............................................................................. 60
4.1.2 Perfil dos respondentes endividados .......................................................... 63
4.2 Análise do uso do crédito (curto prazo e longo prazo) ..................................... 63
4.2.1 Razões para obtenção de credito ............................................................... 66
4.2.2 Pensamento na aquisição e liquidação de contratos de créditos ............... 68
4.3 Conhecimento financeiro ................................................................................. 71
4.3.1 Conhecimento financeiro entre os gêneros ................................................. 72
4.3.2 Conhecimento financeiro de acordo com a renda ....................................... 74
4.3.3 Conhecimento financeiro entre os semestres letivos .................................. 77
4.3.3.1 Curso de Ciências Econômicas ............................................................. 77
4.3.3.2 Curso de Ciências Contábeis ................................................................ 81
4.3.3.3 Curso de Administração de Empresas .................................................. 84
4.3.3.4 Curso de Comercio Exterior .................................................................. 88
4.3.4 Conhecimento financeiro entre os cursos ................................................... 91
4.3.5 Conhecimento financeiro em relação ao endividamento ............................. 94
4.4 Conhecimento econômico .............................................................................. 100
4.5 Análise do comportamento financeiro ............................................................ 102
4.6 Análise multivariada dos dados ...................................................................... 104
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ 109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 113
APÊNDICE A .......................................................................................................... 118
APENDICE B .......................................................................................................... 123
APÊNDICE C .......................................................................................................... 136
ÍNDICE DE TABELA
Tabela 1 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por gênero ......................................................................... 73
Tabela 2 - Teste T Student para nível médio de conhecimento financeiro por gênero
(amostras independentes) ......................................................................................... 73
Tabela 3 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por faixa de renda .............................................................. 75
Tabela 4 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por
faixa de renda ............................................................................................................ 76
Tabela 5 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Economia ........................ 78
Tabela 6 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por
semestre letivo em Economia ................................................................................... 78
Tabela 7 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por
semestre letivo em Economia ................................................................................... 79
Tabela 8 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre
letivo no curso de Economia ..................................................................................... 80
Tabela 9 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Ciências Contábeis ......... 81
Tabela 10 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro
por semestre letivo em Ciências Contábeis .............................................................. 82
Tabela 11 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por
semestre letivo em Ciências Contábeis .................................................................... 82
Tabela 12 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre
letivo no curso de Ciências Contábeis ...................................................................... 83
Tabela 13 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Administração de
Empresas .................................................................................................................. 85
Tabela 14 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro
por semestre letivo em Administração de Empresas ................................................ 85
Tabela 15 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por
semestre letivo em Administração de Empresas ....................................................... 86
Tabela 16 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre
letivo no curso de Administração de Empresas ......................................................... 87
Tabela 17 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Comércio Exterior ........... 89
Tabela 18 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro
por semestre letivo em Comércio Exterior ................................................................ 89
Tabela 19 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por curso ............................................................................ 91
Tabela 20 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro
por curso ................................................................................................................... 92
Tabela 21 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por curso
.................................................................................................................................. 92
Tabela 22 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito ..................... 95
Tabela 23 - Teste T Student (amostras independentes) para nível médio de
conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito ..................... 96
Tabela 24 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito ............ 97
Tabela 25 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de
crédito ....................................................................................................................... 97
Tabela 26 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro
por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito ............................. 98
Tabela 27 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito .............. 98
Tabela 28 - Estatística descritiva do gênero diante ao conhecimento econômico .. 101
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Composição da população dos alunos do CCSA .................................... 57
Quadro 2 - Fórmula para estimativa do tamanho da amostra ................................... 58
Quadro 3 - Explicação dos parâmetros da fórmula usada para estimativa do tamanho
da amostra ................................................................................................................ 58
Quadro 4 - Número total de alunos CCSA e número de alunos da amostra ............. 59
Quadro 5 - Amostra do estudo com indicação por semestre .................................... 59
Quadro 6 - - Quantidade de alternativas assinaladas por tipo de contrato e gênero 64
Quadro 7 - Número de alternativas escolhidas de créditos de curto prazo por gênero
.................................................................................................................................. 65
Quadro 8 - Número de alternativas escolhidas de créditos de longo prazo por gênero
.................................................................................................................................. 65
Quadro 9 - Quantidade de alternativas assinaladas por razão e gênero .................. 66
Quadro 10 - Razões para obtenção de crédito por gênero ....................................... 67
Quadro 11 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na aquisição,
por gênero ................................................................................................................. 68
Quadro 12 - Pensamento no momento do contrato, por gênero ............................... 68
Quadro 13 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na liquidação e
gênero ....................................................................................................................... 69
Quadro 14 - Pensamento na liquidação da dívida, por gênero ................................. 70
Quadro 15 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensar em pagar ou não os
créditos contratados, por gênero ............................................................................... 70
Quadro 16 - Pensamento sobre pagar ou não os créditos contratados e gênero ..... 71
Quadro 17 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por gênero ................................................................................................ 72
Quadro 18 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por gênero .................................................................................................. 74
Quadro 19 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por renda .................................................................................................. 75
Quadro 20 - nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente e
variação por faixa de renda ....................................................................................... 76
Quadro 21 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por semestre letivo em Economia ............................................................. 77
Quadro 22 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por semestre letivo do curso de Economia ................................................. 80
Quadro 23 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis .............................................. 81
Quadro 24 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por semestre letivo do curso de Ciências Contábeis .................................. 84
Quadro 25 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas ................................ 84
Quadro 26 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por semestre letivo do curso de Administração de Empresas .................... 88
Quadro 27 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por semestre letivo em Comércio Exterior ................................................ 88
Quadro 28 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por semestre letivo do curso de Comércio Exterior .................................... 90
Quadro 29 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por curso ................................................................................................... 91
Quadro 30 - Nível médio de conhecimento financeiro por curso ............................... 93
Quadro 31 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por curso ..... 93
Quadro 32 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro pela existência ou não de contrato de crédito ........................................... 95
Quadro 33 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por existência ou não de contrato de crédito .............................................. 96
Quadro 34 - Médias e desvio padrão das variáveis do comportamento financeiro . 103
Quadro 35 - Parâmetros das AFC feitas com variáveis latentes ............................. 106
Quadro 36 - Indicadores da variável latente Comportamento Financeiro ............... 107
Quadro 37 - Parâmetros da sétima AFC, unidimensional, 16 indicadores .............. 107
Quadro 38 - Variáveis excluídas do modelo ............................................................ 108
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Relações entre conhecimento financeiro, educação financeira,
comportamento financeiro e bem-estar financeiro .................................................... 30
Figura 2 - Modelo Teórico de Pesquisa ..................................................................... 32
Figura 3 - Composição da amostra por curso ........................................................... 61
Figura 4 - Composição da amostra por semestre no qual os alunos estão
matriculados.. ............................................................................................................ 61
Figura 5 - Composição da renda dos respondentes .................................................. 62
Figura 6 - Composição do comprometimento renda com endividamento ................. 63
LISTA DE ABREVIATURAS
BCB - Banco Central do Brasil
BNDS - Banco Nacional de Desenvolvimento e Social
CCSA - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
CEF - Caixa Econômica Federal
CGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
ENEF - Estratégia Nacional de Educação Financeira
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
INDEF - Indicador de Educação Financeira
IES - Instituições de Ensino Superior
OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
PIB - Produto Interno Bruto
PME - Pesquisa Mensal de Emprego
SPC - Serviço de Proteção ao Crédito
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura
19
1 INTRODUÇÃO
Na última década, em termos de melhora na qualidade de vida de seus
cidadãos, o Brasil fez progressos impressionantes. No período entre os anos 1990 e
2009, o país vinha evidenciando recorde de crescimento da inclusão e redução da
pobreza. Todavia, o bom desempenho nesse quesito de inclusão estava circunscrito
apenas a poucas medidas de bem-estar, considerando o Brasil em relação a outros
países analisados para composição do Índice para uma vida melhor (Better Life
Index). O Brasil está acima da média no bem-estar subjetivo, equilíbrio vida-trabalho
e conexões sociais, mas abaixo da média no engajamento cívico, moradia, qualidade
do ambiente, estado de saúde, segurança pessoal, educação e qualificações,
aspectos considerados vitais para o desenvolvimento de uma nação (OCDE, 2015)
Até poucos anos atrás havia grande otimismo em relação à economia brasileira.
O Brasil chegou a crescer 7,6% em 2010. Os salários cresciam, o desemprego estava
em taxas muito baixas, a pobreza e a desigualdade caíam. A ascensão da classe
média baixa (classe C) era festejada com a ampliação do consumo. De repente tudo
mudou: a economia entrou em recessão em meados de 2014 e naquele momento as
previsões para os próximos anos, coletadas junto ao mercado pelo Banco Central,
eram sombrias: uma recessão de 2% em 2015 e crescimento zero em 2016
(MENDES, 2015).
Com a possibilidade de inflação em alta, além dos níveis projetados pelo
governo, e também da alta do dólar prevista para 2016, havia expectativa de que
esses aspectos pudessem vir a exercer forte pressão inflacionária, principalmente
sobre os preços dos alimentos, que impactam diretamente no consumo das famílias
com baixa renda (IBGE, 2015).
No cenário apresentado ao final de 2015, outro fator importante, que na
situação econômica vigente estava relacionado à restrição de crédito, era a tendência
de os bancos virem reduzindo empréstimos, seja para pessoa física ou jurídica, tendo
em vista a instabilidade econômica e o cenário político, situações de incerteza nas
quais o risco de inadimplência cresce. Consequentemente, isso fez com que os
bancos aumentassem sua rigidez para concessão de crédito.
No Brasil entre 2003 e 2013 foram gerados 20 milhões de novos empregos
formais; já nos anos de 2014 a 2015 o desemprego voltou a crescer, atingindo mais
20
de 9 milhões de brasileiros. Em 2016 a situação econômica no Brasil vem causando
muitas preocupações, seja para os empregados, que dependem do seu próprio
trabalho como forma de garantir seu sustento, seja para os empresários, que estão
adiando seus projetos de investimentos para momentos menos incertos (MIRAGAYA,
PISCITELLI, 2016).
Segundo Martone (2016) no último quinquênio (2011 – 2015), a economia
mundial cresceu em média 3,3% ao ano, ao passo que os países emergentes e em
desenvolvimento cresceram 5% ao ano. Neste mesmo período o Brasil cresceu
apenas 0,9% ao ano. Entre 2015 e 2016 a renda per capita dos brasileiros caiu 10%,
significando que a recessão severa que o pais está vivendo é de fabricação doméstica.
Segundo o Better Life Index da OCDE, que tem o propósito de compreender
melhor o bem-estar das pessoas. O bem-estar é multidimensional, abrangendo
aspetos de participação cívica à habitação, rendimento da família ao equilíbrio entre
a vida pessoal e profissional, e competências ao estado de saúde.
Os dados concretos mais recentes sobre o bem-estar em 11 diferentes
dimensões da vida sugerem que os países da OCDE têm diferentes padrões de
pontos fortes e fracos. Como seria de prever, os países que estão no terço superior
da OCDE em termos de produto interno bruto (PIB) per capita costumam obter bons
resultados, designadamente no que diz respeito aos resultados relativos ao bem-estar
material, como rendimento familiar e salários.
No Brasil a renda média doméstica disponível líquida ajustada per capita, que
é a quantidade de dinheiro obtido ou ganho a cada ano após a dedução de impostos
e realização de transferências, representa o dinheiro disponível para a família a fim
de ser gasto na aquisição de mercadorias ou serviços. Essa renda é inferior à média
da OCDE, de US$ 29.016 por ano, dado que, em si, já seria preocupante para o
desenvolvimento socioeconômico do país. Todavia, pode-se imaginar o efeito da
associação entre baixa renda e alto nível de endividamento (OCDE, 2016).
A renda per capita média do brasileiro em 2015 chegou a R$ 1.113, variando
entre os R$ 2.252 do Distrito Federal, o maior valor em todo o país, e os R$ 509 do
estado do Maranhão, o de menor valor; no estado de São Paulo tem-se a segunda
maior renda per capita do país R$ 1.482 (IBGE, 2016).
A riqueza financeira líquida por família é o valor total do patrimônio financeiro
familiar ou a soma dos ativos menos passivos que forma um componente importante
21
dos recursos econômicos por família e pode proteger contra a vulnerabilidade e
privação econômicas e diferenças sociais. Por exemplo, uma família de baixa renda
cuja riqueza é acima da média será mais próspera que uma família de baixa renda
sem riqueza alguma. A média da riqueza financeira líquida por família per capita é
estimada em US$ 84.547,00. (OCDE, 2016).
O sistema mundial não prima exatamente pela justiça social e racionalidade
econômica, pelo contrário, gera dois maiores flagelos da humanidade: pobreza e
desemprego. A maioria da população mundial e brasileira ainda vive na pobreza,
sendo, no mínimo, uma inverdade a versão de que a maioria de nossa população é
de classe média. Outro flagelo é o desemprego, condição de 200 milhões de pessoas
no mundo e 1,5 bilhões, se computarem as pessoas que são submetidas a condições
de trabalho precárias (MIRAGAYA, PISCITELLI, 2016).
De acordo com pesquisa do IBGE no ano de 2015, o PIB caiu 3,8% em relação
a 2014, sendo a maior queda da série histórica iniciada em 1996. No mesmo período,
a despesa de consumo das famílias caiu 4,0% em relação ao ano anterior (quando
havia crescido 1,3%), o que pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de
inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo de todo o ano de 2015. A despesa
de consumo do governo caiu 1,0%, também desacelerando em relação a 2014,
quando cresceu 1,2%.
Em 2016, nenhum dos fatores estruturais da economia brasileira teve melhoras
em seu cenário. Além disso, desde 2015 o país está imerso em uma crise política
tendo-se percepção de que há sinais de deterioração do quadro econômico em vários
segmentos da economia brasileira. Com esse cenário de incerteza, há previsões de
que em 2016 a crise continue tendo em vista que há baixa credibilidade, nacional e
internacional, nas equipes econômicas governamentais. (MENDES, 2015).
Diante deste cenário, as empresas vêm sofrendo bastante, principalmente
aquelas que necessitam de créditos para a manutenção de seus negócios. As altas
taxas de juros são inviáveis para qualquer tipo de empresário, dificultando o acesso
ao crédito que poderia alavancar seu negócio. Para os consumidores, o planejamento
financeiro é necessário como auxilio para suas escolhas, controlando melhor o
orçamento doméstico e o consumo compulsivo, pois o cenário que se delineia será
preciso reduzir o seu grau de endividamento tendo em vista os altos juros.
22
Em momentos de instabilidade econômica, ter uma população bem instruída
financeiramente é essencial para o bem-estar socioeconômico do país. A educação,
de modo geral, possui um papel extremamente importante em fornecer às pessoas o
conhecimento, as habilidades e as competências necessárias para uma participação
efetiva na sociedade e na economia. Ter uma boa educação aumenta
consideravelmente a probabilidade de pessoas encontrarem emprego e terem renda
suficiente. Ter educação econômico-financeira aumenta a chance de essas pessoas
conseguirem gerir a sua renda em busca de qualidade de vida (OCDE, 2015). O
dinheiro, embora não possa comprar felicidade, é um meio importante para alcançar
padrões superiores de vida.
Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC BRASIL, 2015) e da
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL, 2015), o número de
consumidores brasileiros com contas em atraso já soma 58 milhões de devedores em
todo o país, representando 39,21% da população entre 18 e 95 anos. O SPC Brasil
estima que 3,4 milhões de novos devedores foram incluídos nas listas de
inadimplentes desde o início de 2015, quando a estimativa apontava para 54,6
milhões de negativados.
A literácia financeira exerce influência sobre o comportamento dos indivíduos.
Além disso, o comportamento dos indivíduos é condicionado por enviesamentos
cognitivos e emocionais (excesso de confiança, aversão ao risco, etc.), que os afasta
da racionalidade completa defendida pelas finanças tradicionais, na literatura não
existe uma definição única para o conceito de literácia financeira. Assim, este conceito
pode apresentar definições conceptuais e operacionais (REMUND, 2010).
As definições conceptuais são aquelas que nos apresentam os aspetos
concretos que são abrangidos pelo conceito. Por outro lado, as definições
operacionais transformam esses aspetos em critérios, que podem ser medidos, de
modo a que seja possível ter uma noção precisa do conhecimento dos indivíduos.
Desta forma, diante desta realidade apresentada sobre o cenário econômico
do Brasil em 2016, é preocupação deste trabalho estudar aspectos de literácia
financeira refletida no comportamento financeiro do indivíduo em sua vida pessoal,
pois se entende que a falta de conhecimentos necessários para gerenciar recursos
dificilmente permitirá que o indivíduo se mantenha financeiramente saudável (LIZOTE;
SIMAS; LANA, 2012). Se isso for verdade, é de se supor que estudantes das áreas
23
de negócios (cursando economia, ciências contábeis ou administração de empresas)
tenham maior literácia financeira do que aqueles que não têm, ou seja, em seus
currículos, disciplinas relacionadas a temas econômico-financeiros.
Tendo-se essa inquietação, este estudo busca compreender a relação entre
literácia financeira, ou seja, seu comportamento ao possível endividamento pessoal,
via crédito, tendo-se como recorte a análise desses temas junto a estudantes de
cursos superiores, em nível de graduação. Embora o tema de finanças pessoais e
endividamento estejam presentes em discussões de jornais, revistas e artigos
acadêmicos nacionais e internacionais, entende-se que grande parte dos estudantes
de cursos superiores do Brasil ainda não tem conhecimento suficiente acerca do
assunto, comprometendo a maior parte de sua renda com dívidas e aquisições em
diversas prestações.
1.1 O problema de Pesquisa
O retrospecto teórico do fenômeno da literácia financeira mostra que há uma
lacuna no conhecimento relacionado à informação quanto a produtos financeiros e ao
grau de endividamento dos alunos das Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil.
A literatura aponta que o conhecimento financeiro do indivíduo,
independentemente da questão econômica de cada país, é uma preocupação em
nível internacional, a existência de um conjunto de conhecimentos e de competências
relacionados ao uso de recursos financeiros são necessários para que estas atuem
ativamente no mercado e utilizem de forma responsável os serviços financeiros.
Acena-se a importância do planejamento financeiro pessoal para a acumulação de
bens e de valores que formarão o patrimônio pessoal e familiar no curto, médio e longo
prazo, na busca de garantir a tranquilidade financeira para o indivíduo e a sociedade.
O dinheiro e os produtos financeiros são parte integrante no mundo de hoje e
as pessoas devem ser capazes de tratar esses recursos de forma eficaz, mas,
infelizmente, o endividamento das famílias é um fato alarmante não somente no Brasil,
mas em todo o mundo.
O processo de educação financeira deve ser proposto de modo que maximize
o benefício para toda a sociedade. Em sua grande maioria, as pessoas não
compreendem os mecanismos de mercado em que os preços são criados, a essência
24
do dinheiro, a diferença entre consumo e investimento, o funcionamento de bancos,
as modalidades de acesso ao credito, o que impactam na elevação do consumo,
mesmo em situações de crise econômica pessoal ou do país.
Em situações de crise, conforme já apontado, há restrição do credito,
mudanças na produção, taxas de juros altas e outros fatores; nessa situação, a falta
do conhecimento financeiro propicia a elevação da crise e um maior grau de
endividamento por conta da incapacidade, seja do indivíduo ou da sociedade, de
compreender e responder adequadamente à evolução da situação econômica do país.
Ampliar o número de estudos sobre literácia financeira, especialmente no que
tange aos recursos necessários para a gestão pessoal, deveria receber atenção
especial da academia, visto a lacuna do tema no contexto nacional, assim como seus
impactos nas Instituições de Ensino Superior - IES e economia nacional. Menos clara
ainda se tornam essas interpretações sobre o caso brasileiro, em particular.
A partir do painel delineado do cenário econômico financeiro do Brasil, e das
demandas nacionais e internacionais para desenvolvimento de literácia financeira
como um fator de desenvolvimento pessoal e social, para este estudo formula-se o
seguinte problema de pesquisa:
Qual é a relação entre o nível de conhecimento financeiro, comportamento
financeiro, endividamento pessoal e conhecimento econômico de alunos de
graduação da área de negócios de uma Universidade localizada na cidade de São
Paulo, e quais são os fatores que afetam essa relação?
A proposta do estudo tratar-se-á de uma pesquisa descritiva, logo, a
identificação da problemática do estudo e a reflexão sobre a sua causa e o modo
como poderia ser resolvido, recolhendo dados, verificando os resultados para avaliar
ou generalizar com base nas provas obtidas, pautando-se pelas características e suas
peculiaridades sobre a literácia financeira e o endividamento pessoal no Brasil.
1.2 Objetivos
Como objetivo geral, propõe-se: Analisar a relação entre o nível de
conhecimento financeiro, comportamento financeiro, endividamento pessoal e
conhecimento econômico de alunos de graduação da área de negócios de uma
25
Universidade localizada na cidade de São Paulo, e quais são os fatores que afetam
essa relação.
Neste estudo entende-se que o nível de literácia financeira possa ser
mensurado considerando-se as respostas relacionadas às variáveis: conhecimento
financeiro, comportamento financeiro, endividamento pessoal e conhecimento
econômico.
Conforme já apresentado, tem-se como pressuposto que alunos que
frequentam cursos como Contabilidade, Economia, Administração de Empresas e
Comercio Exterior, demonstrem ter literácia financeira em maior nível do que alunos
de cursos que não estejam ligados à área de negócios. Alunos da área de negócios
estão expostos a uma grade curricular da qual fazem parte disciplinas com temas
financeiros, esperando-se que tenha havido a absorção do conhecimento.
Os resultados deste estudo são da maior relevância para um conhecimento
maior sobre os temas financeiros, pois a falta do literácia financeira traz sérios
problemas de natureza pessoal e familiar, quanto a uma melhor qualidade de vida,
tanto hoje quanto no futuro, além de sinalizar outros, como a inadimplência no
mercado e ampliação de crises econômicas que põem em dúvida sua sustentabilidade
a respeito de suas receitas para futuros investimentos organizacionais. Assim o
conhecimento financeiro, controle ao endividamento pessoal e o planejamento
passam a serem vitais, base de sustentação e sobrevivência não somente para o
indivíduo e seus familiares, mas também para a própria economia.
Como objetivos específicos têm-se:
1) Caracterizar a amostra estudada em termos de variáveis demográficas
(como gênero, renda pessoal e familiar, dentre outras);
2) Aferir o nível de literácia financeira na amostra estudada;
3) Identificar o nível endividamento pessoal na amostra estudada;
4) Identificar a relação entre variáveis demográficas (pessoais e
econômicos) e o nível de literácia financeira na amostra estudada;
5) Identificar a relação entre o nível de literácia financeira e o nível de
endividamento.
6) Com uma análise exploratória, validar as dimensões de literácia financeira
na amostra estudada.
26
O estudo pretende propor ações de extensão que possam ser realizadas no
curto prazo tendo como público alvo alunos do CCSA, de forma a estimular o uso
consciente de recursos financeiros e ser um instrumento para trabalhos futuros no
âmbito do estudo da literácia financeira da população que frequenta o ensino superior.
Acredita-se que a educação financeira tenha um efeito no futuro dos jovens,
sendo uma forte alavanca para mudança de estilos e comportamentos de vida do
indivíduo e, consequentemente, de nossa sociedade.
1.3 Justificativa e contribuição do estudo
Após a crise financeira internacional em 2008, várias economias mundiais
entraram em processo recessivo ou de forte desaceleração da atividade econômica.
Com o propósito de mitigar os efeitos recessivos globais sobre a economia brasileira,
o governo federal colocou em prática uma série de medidas anti-crise focadas em
estimular a manutenção do gasto, tanto público quanto privado. Reduziu-se a meta de
atingimento do superávit primário (política fiscal anticíclica), afrouxou-se o ciclo de
aperto monetário que estava em curso desde o fim de 2007, reforçou-se a atuação
dos bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil, CEF) no mercado de crédito
doméstico, adotou-se uma política de incentivos fiscais (reduções/isenções
tributárias) em setores específicos da atividade econômica como, por exemplo,
veículos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, materiais de construção etc. (INDEF,
p.04, 2014).
Apesar das medidas anti-crise para retirar rapidamente a economia brasileira
da recessão, a grande maioria do conjunto de medidas adotadas foi mantida após
aquela crise, produzindo superaquecimento da economia, além de crescimento
acelerado e acentuado do endividamento do consumidor, o qual passou de 32,2% da
renda disponível em dezembro de 2008 para 41,7% em agosto de 2012, segundo
dados do Banco Central do Brasil (INDEF, 2014).
Acompanhando esse aumento expressivo do grau de endividamento, a
inadimplência do consumidor elevou-se de forma intensa. Segundo o Indicador
Serasa Experian de Inadimplência do consumidor (13/01/2015), houve crescimento
de 21,5% na quantidade de compromissos vencidos e não pagos cujos titulares eram
pessoas físicas. Em 2011 e em 2012, esse avanço foi de 15,0%. Portanto, em apenas
27
24 meses, a inadimplência avançou praticamente 40% neste período (SERASA,
2015).
Em 2012, pela primeira vez na história recente do país, a inadimplência do
consumidor entrou em escalada ascendente sem que o desemprego se elevasse, uma
das principais variáveis determinantes. Pelo contrário, a taxa de desemprego aberto,
apurada pelo IBGE, caiu de 6,7% (média de 2010) para 5,5% (média de 2012).
De acordo com pesquisa realizada pelo Serasa Experian, impulsionado pelo
aumento do desemprego, o Brasil começou 2016 com 59 milhões de pessoas com
contas em atraso, o maior nível desde o início da série iniciada em 2012. O total de
dívidas chega a R$ 255 bilhões e esse número vem em um momento em que outros
fatores, como a inflação e os juros altos, têm empurrado para baixo a confiança do
consumidor no Brasil, que caminha para a pior recessão em mais de um século
(SERASA, 2015).
Conforme análise do Ministério do Trabalho o Brasil fechou 596.208 vagas
formais de trabalho em dezembro, somando no ano 1,542 milhão de postos perdidos,
segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sendo o pior
resultado anual desde o início da série histórica em 1992.
De acordo com estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
(2016) a taxa de desemprego prévia do Brasil em 2015 foi de 8,4%, (146 mil pessoas)
frente a dezembro último, na comparação com janeiro de 2015, ocorreu acréscimo de
562 mil pessoas em busca de trabalho (42,7%) superando as taxas médias
registradas no mesmo período de 2014 (6,9%), 2013 (7,4%) e 2012 (7,5%).
Segundo os resultados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME, janeiro de
2016), que é baseada em dados sobre o mercado de trabalho nas seis principais
regiões metropolitanas do Brasil (Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de
Janeiro e Porto Alegre), no mês, houve redução da ocupação na atividade educação,
saúde administração pública (2,8%) e serviços domésticos (6,4%). Já na comparação
anual, houve queda na indústria (8,5%) e nos outros serviços, como alojamento e
alimentação, transportes e armazenagem e serviços pessoais (3,4%). Não foi só o
número de empregados que caiu. Também diminuiu o rendimento médio de quem
está trabalhando. Em média, os salários ficaram em R$ 2.242,90: queda de 1,3% em
relação a dezembro (R$ 2.273,44) e de 7,4% contra janeiro de 2015.
28
Na análise regional em relação a dezembro, o desemprego cresceu nas
Regiões Metropolitanas de São Paulo (de 7,0% para 8,1%) e Belo Horizonte (de 5,9%
para 6,9%).
Uma das características da sociedade atual é a vulnerabilidade do contexto
socioeconômico, quer pelas baixas taxas de poupança, pelo crescente desemprego,
pelo elevado número de população envelhecida, pelo reduzido número de população
ativa ou pela incompreensão da complexidade dos produtos e serviços financeiros.
Diante deste cenário é importante ter cautela, pois o risco real existe para todos,
com o aumento dos impostos e a consequente redução do salário disponível. Além
disso, o aumento do desemprego, que atingiu muitas famílias e a necessidade dos
cidadãos em ajustarem os seus gastos aos seus rendimentos fez com que o tema da
literácia não fosse absorvido de uma forma natural pelos brasileiros, mas sim imposta
pelas situações reais da vida de cada pessoa e cada agregado familiar.
Para o bem-estar financeiro da população e para a economia do país de
maneira geral, é fundamental que as pessoas sejam capazes de tomar decisões
financeiras sobre questões como poupança, moradia, orçamento e carreira, elas
possam ter mais condições de usar seu potencial em diferentes áreas de sua vida.
O maior nível de educação financeira contribui para a inclusão da população
no sistema bancário, gerando maiores oportunidades individuais e,
consequentemente, o desenvolvimento do mercado financeiro e da economia do país
como um todo.
O excesso de endividamento como fator gerador da inadimplência requer a
criação de ferramentas adequadas de aferição do grau de educação financeira do
brasileiro. Assim, o poder público, os agentes de crédito, as instituições financeiras,
enfim, a sociedade como um todo pode desenvolver ações destinadas a suprir
eventuais lacunas no grau de educação financeira do brasileiro, contribuindo para
evitar os prejuízos causados pelo excesso de endividamento.
Diante dessa realidade, a busca de respostas para tentar identificar se a
literácia possui relação direta com as causas que levam estudantes graduandos em
cursos de negócios ao endividamento reveste-se de maior importância, até porque
esses jovens podem ser, no futuro, lideranças em suas comunidades pessoais e
profissionais.
29
Cabe mencionar que a complexidade dos produtos financeiros e a necessidade
de sensibilizar a população para a importância da poupança, para os riscos do
incumprimento e para o planeamento da reforma, são algumas das razões que
explicam a proliferação de programas de educação financeira a nível mundial.
Este trabalho também é realçado que a educação financeira é apenas um dos
elementos dentre os que contribuem para o bem-estar financeiro dos indivíduos.
Outros fatores como o emprego, o rendimento, a saúde, a idade e o contexto
socioeconômico, também o influenciam. O estudo alerta ainda para a existência de
algumas limitações que comprometem a efetividade da educação financeira. Contudo,
defende que todos os tipos de iniciativas que promovam a melhoria da literácia
financeira constituem uma mais-valia para os consumidores.
O crédito representa uma variável econômica de suma importância, visto que
promove a expansão das atividades, aumenta o poder de compra dos consumidores
e multiplica a transação. Contudo, mesmo sendo uma experiência recente no Brasil,
de menos de duas décadas, o crédito provocou transformações na economia e na
vida do brasileiro, tornando o mercado consumidor um dos mais atraentes do mundo
(SERASA EXPERIAN, 2010). O nível de endividamento das famílias brasileiras
aumentou. Esse crescimento está associado à manutenção de uma tendência de
crescimento das concessões de crédito às pessoas físicas, que ocorre em ritmo
acelerado.
A implementação de um controle de gestão com estratégias de sustentação da
competitividade, poderá reverter esta problemática com uma gestão que valorize a
importância do processo, com levantamento exploratório para o estabelecimento de
práticas e dos referenciais teóricos e metodológicos que para algumas Instituições de
Ensino Superior privada suas receitas são casos de sobrevivência na existência da
inadimplência e para seus alunos o estimulo para tomar decisões autônomas,
referentes a consumo, poupança e investimento, prevenção e proteção, considerando
seus desejos e necessidades atuais e futuras.
1.4 Modelo de Pesquisa
Ao se problematizar a relação da literácia financeira sobre as determinantes do
processo de endividamento de alunos graduandos de cursos de negócios de uma
30
Universidade, no município de São Paulo, pretende-se, como resultado, mapear qual
o padrão e os motivos do endividamento dos alunos, observando, inclusive, as
motivações (razões) para esse padrão e motivo, bem como quais fatores os sustentam
e/ou os restringem (determinantes).
Para este estudo tomou-se como base o modelo proposto por Huston (2010),
conforme apresentado na figura 1. Para o autor torna-se evidente que a literácia
financeira possui duas grandes dimensões: o conhecimento/compreensão dos
conceitos financeiros e as habilidades/uso para aplicar esses conhecimentos,
podendo ser citadas a importância da dimensão do conhecimento – um conjunto de
conhecimentos adquiridos através da educação/experiências relacionados com
conceitos e produtos financeiros e dimensão de aplicação – capacidade para
aplicar/utilizar efetivamente o conhecimento relacionados com o conceito e produtos
financeiros. Essas duas dimensões aparecem em sua figura como competências.
Já o nível de educação financeira exerce influência direta quanto ao grau de
literácia financeira, pois irá habilitar e preparar um indivíduo com capacidades de
interpretações tanto dos cenários econômicos quanto em suas decisões financeiras.
Figura 1 - Relações entre conhecimento financeiro, educação financeira, comportamento financeiro e
bem-estar financeiro
Fonte: Huston (2010)
Huston (2010) concentrou em seu trabalho na definição e na mensuração
apropriada da literácia financeira. O nível da literácia financeira e/ou do conhecimento
financeiro são indicadores utilizados para fundamentar a necessidade de educação
Capital Humano Competências e
Habilidades
Educação financeira
Conhecimento financeiro
Outras influências Condições Econômicas
Culturais Orientação Temporal
Culturais
Comportamento
financeiro
Bem-estar financeiro
31
financeira. Assim, supõe-se que se houverem ações programadas para educação
financeira, haverá aumento dos níveis de literácia e diminuição dos níveis de
endividamento inadequados. A figura 1 demostra os relacionamentos esperados entre
as variáveis com identificação das hipóteses no modelo de Huston (2010).
O modelo proposto neste estudo foram identificados os atributos que podem
influenciar a criação da literácia financeira de forma direta ou indireta. Com base na
literatura, foi possível proceder à identificação de determinados atributos.
De acordo com o modelo da pesquisa apresentado na figura 2, o cenário
econômico e seus fatores conjunturais são relacionados à literácia financeira
(conhecimento financeiro), pois a interpretação de taxas de juros, câmbio, produção,
vendas e o setor externo e interno (classificado como cenário de recessão/expansão
econômica), assim como os conhecimentos básicos da economia, podem servir de
sinalização para possíveis ações quanto ao comportamento financeiro futuro do
indivíduo quanto ao seu grau de endividamento.
Segundo Dalsasso (2009) partindo-se do conceito de que “conjuntura é o
encontro de acontecimentos”, não é difícil deduzir que a “conjuntura econômica” está
longe de ser um fenômeno isolado. Ela é consequência de decisões, ações e
influências variadas, não apenas decorrentes de fenômenos naturais, mas, e
principalmente, por ações de interesses particulares econômicos ou políticos, nem
sempre isentos da ganância, da especulação, da corrupção e do poder dominante ou
influente.
A conjuntura econômica é, então, um produto complexo, resultante da
congruência ou encontro de muitos vetores e, como tal, compreendê-la ou direcioná-
la corretamente exige análise ampla, que veja as partes e o todo nos diversos
horizontes e amplitudes (DALSASSO, 2009).
Adotando-se a definição de literácia financeira como apresentada no modelo
de pesquisa como a capacidade para fazer julgamentos informados e para tomar
decisões no que diz respeito ao uso e gestão do dinheiro (ROSACKER; ROSACKER,
2015).
Tem-se como pressuposto do estudo que graduandos da área de negócios
tenham conhecimentos adquiridos no decorrer de seus estudos. Todavia, há outros
aspectos que se relacionam à literácia, conforme mostra a figura 2. Pode-se ver na
mesma que o comportamento de literácia financeira pode sofrer a de influência de
32
outros aspectos, como culturais, demográficos, orientações temporais, dentre outros.
As conjugações dessas variáveis permitem aos indivíduos fazerem escolhas
ineficazes propiciando o endividamento pessoal e da sociedade.
Figura 2 – Modelo Teórico de Pesquisa
Fonte: Adaptado pelo autor de Huston (2010)
Legenda: A figura mostra as relações entre os cenários econômicos (Expansão/Recessão) e literácia
financeira (avaliada por comportamento financeiro e nível de endividamento) tendo-se como variáveis
moderadoras o nível de educação financeira e outras influências.
Para fins desta pesquisa com base nos estudos dos autores Rosacker e
Rosacker (2015), que de forma pratica com a criação de oficinas de alfabetização
financeira, sendo que os resultados obtidos sugerem a possibilidade de expandir o
modelo de formação de forma eficaz e eficiente de custo na formação de literácia
financeira a todos os estudantes de graduação.
Na análise de Huston (2010) em seu modelo de pesquisa considera a relação
entre as variáveis: conhecimento financeiro, educação financeira, comportamento
financeiro e bem-estar financeiro, porem considera o cenário econômico, inserido em
(outras influencias) que afetam o comportamento do indivíduo quando ao bem-estar
financeiro como variável final de sua proposta. Cabe ressaltar que no modelo de
pesquisa proposto (figura 2) o nível de bem-estar é substituído pelo nível de
endividamento financeiro.
Economia
Expansão
Economia
Recessão
em Recessão
Cenários
Nível de Educação
Financeira
Outras Influências
Atitude
Financeira
Endividamento
Literácia
Financeira
Comportamento
financeiro
Conhecimento financeiro
33
Aprender a controlar os gastos é vital para que um cidadão possa enfrentar os
problemas de endividamento, e também para transformar um cidadão em um
consumidor consciente que tem responsabilidade sobre suas compras, que decide
sobre os rumos de suas finanças e que forma um patrimônio.
34
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Apresenta-se a seguir os temas centrais de educação financeira, literácia
financeira e endividamento pessoal.
2.1 Literácia Financeira
À primeira vista, o entendimento da alfabetização parece ser um termo que
todos entendem, mas, ao mesmo tempo instrução é um conceito complexo e
dinâmico, continuando a ser interpretado e definido em uma multiplicidade de formas.
As noções das pessoas do que significa ser alfabetizado são influenciadas por
pesquisas acadêmicas, agendas institucionais, contexto nacional, valores culturais e
pessoais.
Há iniciativas do Governo Federal para promover a literácia financeira no Brasil.
Isto pode ser visto pela publicação feita no Diário Oficial da União, em 26 de dezembro
de 2010, do decreto (7.397/10), que institui a Estratégia Nacional de Educação
Financeira (ENEF), que busca promover as educações financeira e previdenciária,
contribuindo assim para o fortalecimento da cidadania, para a eficiência e solidez do
sistema financeiro nacional e para a tomada de decisões conscientes por parte dos
consumidores.
Deve-se ressaltar que a educação financeira é mais ampla do que aprender a
economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro. Na verdade, tem como crença
central o fato de que esse tipo especial de educação pode levar a uma melhor
qualidade de vida, tanto hoje quanto no futuro, proporcionando às pessoas a
segurança material necessária para obter uma garantia para eventuais imprevistos.
Assim, quando se pensa em obtenção da literácia financeira, tem-se que não basta
ensinar a usar os recursos; é preciso mudar as atitudes (predisposições) das pessoas
em relação à forma como gerenciam seus recursos financeiros.
Na comunidade acadêmica, as teorias da alfabetização evoluíram a partir de
mudanças dos indivíduos a das visões complexas que englobam os contextos sociais
mais amplos (os alfabetizados no ambiente e a sociedade letrada) há incentivos que
possibilitam atividades e práticas de conhecimento. Como resultado destes e outros
desenvolvimentos, a alfabetização vista como um processo de aquisição de
35
habilidades cognitivas básicas, e a utilização destas habilidades de maneira que
contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e da capacidade para a
consciência social e reflexão crítica como base para mudança pessoal e social.
(UNESCO, 2006)
A alfabetização é um conceito em evolução, onde constantemente há mudança
e adaptação às novas tecnologias, novas circunstâncias e as novas exigências; neste
sentido, a edição atual da literácia financeira é abordada a nível internacional e a
tendência sugere que o aumento do nível de conhecimento da população nessa
direção pode ser mais do que útil.
A literácia financeira ou alfabetização, para os fins desta pesquisa, refere-se à
capacidade dos jovens adultos para tomar decisões econômicas e financeiras
informadas e bem fundamentados em seus próprios interesses ao longo do tempo.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura define
literácia como a capacidade para identificar, compreender, interpretar, criar,
comunicar e usar novas tecnologias, de acordo com os diversos contextos; envolve
um processo contínuo de aprendizagem que permite que os indivíduos alcancem os
seus objetivos, desenvolvam o seu conhecimento, as suas potencialidades e
participem de forma plena na comunidade e de forma mais ampla na sociedade
(UNESCO, 2008)
Os autores Hung, Parker e Yoong (2009), analisam que há falta de consenso
reflete o fato de que, "um método sistemático de avaliação dos programas de
alfabetização financeira não existe." Definem a educação financeira como o processo
pelo qual as pessoas melhoram sua compreensão em relação a produtos financeiros,
serviços, conceitos, e com isso façam escolhas mais informadas, evitando armadilhas
e para saber onde obter ajuda, melhorando a longo prazo o seu bem-estar financeiro.
Já a alfabetização financeira é a capacidade de usar este conhecimento e as
habilidades adquiridas para gerir de forma eficaz os recursos, proporcionando um
bem-estar financeiro.
36
Hung, Parker e Yoong (2009, p 22) chegaram a suas conclusões sobre
alfabetização financeira:
A extensão do problema realmente representa e a melhor maneira de solucioná-lo. Uma grande parte deste debate pode estar ligada ao fato de que uma grande quantidade de variação continua a existir na forma como pesquisadores definem e medem a alfabetização financeira em si. Estudos que tratam de diversos programas de educação financeira como um proxy para alfabetização financeira precisam ser explícito sobre esta hipótese; enquanto estudos que medem diferentes aspectos da alfabetização financeira bem podem alcançar conclusões diferentes ao observar o impacto de sua medida comportamento. Fornecendo uma revisão das abordagens teóricas e operacionais para alfabetização financeira.
A importância da alfabetização do indivíduo é vista pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura como:
Ao longo de sua vida, quanto mais você aprende e, assim, vir a conhecer, mas especialmente quanto mais cedo você dominar e adotar proficientes aprendendo habilidades, hábitos e atitudes, quanto mais informações você tornar-se alfabetizado, assim sua competência na aplicação e utilizando essas habilidades, hábitos e atitudes irá permitir que você tenha oportunas decisões para lidar com bem-estar pessoal e familiar, educacional, relacionados com emprego de cidadania e outros desafios.(UNESCO, 2008, p.146)
Cerca de sete anos após o início da grande recessão nos Estados Unidos em
2008, a literácia financeira dos consumidores continua a ser um assunto de intensa
discussão no âmbito acadêmico, negócios e comunidades de formulação de políticas
governamentais, o conceito, no entanto, é muito mais amplo e generalizado. O debate
em curso permanece como líder informativo e construtivo, em muitos casos a
chamadas para a ação e iniciativas especificamente concebidas e orientadas para
debelar a percepção de falta de conhecimento entre o amplo grupo de consumidores
(ROSACKER; ROSACKER, 2015).
A questão do conhecimento financeiro voltado para a sociedade, para as partes
interessadas e conhecedoras há uma enorme necessidade e demanda para esforços
educacionais que focalizados irão desenvolver uma capacidade imediata e de longo
prazo nos assuntos educacionais para tomar boas decisões financeiras que irão
beneficiar o seu próprio bem-estar econômico ao mesmo tempo em fornecer correta
e estímulos positivos para a economia agregada (ROSACKER; ROSACKER, 2015).
37
A literácia financeira é um conjunto de conhecimentos e competências
necessárias para as pessoas a proteger-se financeiramente e comportarem-se de
forma ativa no mercado de produtos e serviços financeiros, cidadãos financeiramente
alfabetizados são bem versados em questões de moeda e preços, e são capazes de
gerir o seu orçamento pessoal responsável. As finanças são parte importante da vida
cotidiana e da literácia financeira é a melhor maneira de prevenir o sobre
endividamento dos cidadãos (TOMÁSKOVÁ, 2011)
O termo literácia financeira pode abranger conceitos que vão desde a
sensibilização e conhecimento financeiro, produtos financeiros, instituições e
conceitos, habilidades financeiras, e capacidade financeira de investir, em termos de
gestão de dinheiro e planejamento financeiro (XU; ZIA, 2012, p. 02).
A falta de entendimento financeiro tenha sido como um fator que contribui para
poupança insuficiente e para as crises econômicas, as consequências potencialmente
graves de baixa literácia financeira, cabe às decisões políticas e os profissionais da
educação para entender a melhor forma de melhorar a literácia financeira,
especialmente entre os jovens. Entender os fatores associados com literácia
financeira sob configurações atuais do programa educacional é um primeiro passo
importante no desenvolvimento adequado de materiais educativos. (CAMERON,
2014).
A importância do contexto apresentado no tema foi subsidiada por muitas
pesquisas realizadas na área, HUNG, PARKER e YOONG 2009, ROSACKER;
ROSACKER, 2015, TOMÁSKOVÁ, 2011, XU e ZIA, 2012, CAMERON, 2014,
LUSARDI e MITCHELL, 2011, ROBSON, 2012, AGNEW e HARRISON, 2015,
A nova era financeira vai impor uma carga muito mais pesada sobre os
trabalhadores do que no passado para se tornar financeiramente alfabetizados - para
aprender a processar informações econômicas e tomar decisões informadas sobre as
finanças domésticas, muitas pessoas lamentavelmente desconhecem economia
básica e finanças, deficiências que podem levá-los a cometer erros graves e muitas
vezes irreversíveis. A maioria de investigação sobre estes tópicos tem-se centrado
sobre o nível e a extensão do analfabetismo financeiro nos Estados Unidos
(LUSARDI; MITCHELL, 2011).
As práticas e políticas em relação à vulnerabilidade de grupos capazes têm
avançado consideravelmente no Canadá, acreditam que há muitos fatores que
38
determina bem-estar, ou inversamente a vulnerabilidade e a exclusão financeira.
Estes incluem fatores individuais, tais como a resiliência e capital social, fatores
institucionais como legislação pública e sistemas fiscais e de transferência e fatores
globais como ciclos econômicos e bens públicos (ROBSON, 2012). Na literatura sobre
a diferença de gênero nos níveis de literácia financeira, o estudo de Agnew e Harrison,
(2015) em sua busca tentou estabelecer se o mesmo diferencial existente nas
amostras de estudantes universitários da Inglaterra e da Nova Zelândia e em que as
diferenças de género medida são predominantes em atitudes em relação à dívida
devido à pouca pesquisa sobre a compreensão da relação entre os níveis de literácia
financeira, e as atitudes de débito do estudante.
Sobre o tema da discrepância de gênero no que diz respeito à alfabetização
financeira é relativamente extensa, com a conclusão geral de que os homens têm
níveis mais elevados de literácia financeira do que as mulheres confirmando o viés de
gênero que tem sido relatado na literatura em geral. (AGNEW; HARRISON, 2015).
Como se verifica, para o conceito de literácia financeira não existe uma
definição única e universal, mas o conceito parece tornar-se cada vez mais
abrangente, passando da mera gestão do dinheiro para a inclusão de conhecimentos
e competências da área financeira em geral.
Após analisar as pesquisas em temos mundiais sobre programas de
alfabetização financeira que estão se tornado ingredientes chaves da política
financeira em todo mundo as pesquisadoras Xu e Zia (2012, p. 09) concluíram que:
• As mulheres têm um nível mais baixo de literácia financeira em termos
mundiais;
• A literácia financeira segue uma forma de “U” invertido em relação a idade,
o que significa disser que as pessoas idosas e as crianças têm um menor nível
de literácia financeira;
• A localização geográfica e as diferenças de raças e etnias têm influência
no nível de literácia financeira;
• Nos países desenvolvidos a literácia financeira está relacionada com o
planejamento da aposentadoria, com a análise de investimentos mais
sofisticados, estudos de dívida e hipoteca, e pode ter até outras implicações
macroeconômicas; e
39
• Nos países subdesenvolvidos a literácia financeira está relacionada a
temas de abertura de conta bancária, seguros, e baixa alfabetização de
negócio participação generalizada em temas de educação financeira.
Desde 2008, uma sequência aparentemente interminável de crises
econômicas, bolhas de habitação, crises de crédito, escândalos corporativos e
salvamentos tinha dado origem a novas tensões e turbulências em todo o mundo, bem
como uma nova categoria de protestos anticorporação e anticapitalismo. Enfatizando
a crescente disparidade de riqueza a nível mundial entre ativistas ricos e pobres,
intelectuais públicos e consumidores irritados colocar pressão sobre a classe política
para frear o capitalismo desenfreado e conceber uma melhor proteção financeira e
alívio da dívida sistemática. (GIESLER; VERRESIU, 2014)
No Brasil, pode-se dizer que esta preocupação é recente, devido à falta de
políticas públicas voltadas a esta temática. As finanças era um assunto um pouco
ignorado pelas pessoas e a literácia financeira não tem sido amplamente tratada em
contextos de países em desenvolvimento, porem foram realizados trabalhos sobre
literácia financeira no ensino superior (BRAIDO, 2014, SERRA; OLIVEIRA, 2015,
MEDEIROS; DANTAS; SILVA; PEREIRA, 2014, POTRICH; VIEIRA; PARABONI,
2013).
No cenário brasileiro, o assunto foi destaque nos trabalhos conduzidos por
Potrich; Vieira e Paraboni, (2013). O estudo investigou 534 estudantes de diferentes
semestres e cursos de universidades públicas e privadas da cidade de Santa Maria -
Rio Grande do Sul, com a finalidade de mensurar e avaliar o comportamento financeiro
mantido pelos estudantes universitários na gestão financeira, utilização do crédito
pessoal, consumo planejado, investimento e poupança.
Os autores chegaram à conclusão do estudo que os universitários, inclusive,
de áreas como Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, que
apresentam em sua grade curricular disciplinas de finanças, possuem um baixo nível
de compreensão em relação a assuntos que podem ser vistos e acompanhados quase
que diariamente nos noticiários ou até vivenciados em situações de compra de
mercadorias, preocupante, à medida que o entendimento sobre taxas de juros,
inflação, valor do dinheiro no tempo é imprescindível para a realização de transações
financeiras cotidianas.
40
Como principal conclusão, constata-se que os universitários não apresentam
níveis desejados de alfabetização financeira, dado o comportamento mediano em
determinados aspectos de gestão financeira, tais como a poupança e, principalmente,
os níveis insatisfatórios de conhecimento e compreensão de questões financeiras
(POTRICH; VIEIRA; PARABONI, 2013).
Neste contexto, a questão da literácia financeira traz implicações ao ratificar a
urgência e a necessidade de serem desenvolvidas ações efetivas para minimizar o
problema do analfabetismo financeiro.
Dentre outros aspectos, a inclusão financeira e o acesso aos serviços
financeiros estão relacionados com os conhecimentos relativos a serviços bancários
básicos. Um estudo do Instituto Mundial dos Bancos de Poupança, denominado
“Access to Finance Resolution”, publicado em 2004, concluiu que a exclusão
financeira nos países em desenvolvimento se deve à falta de conhecimento sobre
questões relacionadas com o dinheiro em geral. Neste sentido, a educação financeira
é vista como uma estratégia para aumentar a inclusão financeira, uma vez que uma
conta bancária permite uma melhor gestão do rendimento e um maior controle dos
gastos. Ou seja, o desenvolvimento do conhecimento financeiro permite a construção
de uma educação financeira que favorece a inclusão.
Considerando-se a discussão feita sobre literácia financeira, hipotetiza-se:
H1: O nível de conhecimento financeiro varia de acordo com variáveis sócio
demográficas (gênero, renda pessoal);
H1a: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu
gênero;
H1b: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu
nível de renda pessoal;
2.2 Educação Financeira
A educação financeira pode ser entendida como um conjunto de informações
básicas sobre como fazer a melhor gestão do próprio dinheiro, o que envolve elaborar
e acompanhar o orçamento pessoal ou familiar, comprar, poupar, investir e, de modo
geral, usar o dinheiro de forma eficaz, visando atingir objetivos mais rapidamente;
também envolve conhecer o funcionamento dos principais produtos financeiros
41
disponíveis no mercado, além de contribuir na tomada de decisões, como a compra
de uma casa ou de um carro, o pagamento de um curso, o início de um negócio próprio
ou o delineamento de um plano para a aposentadoria (NAKATA, 2014).
De acordo com Silva (2004), a falta de uma cultura ampla de planejamento
privou os brasileiros de conhecerem a real importância da gestão financeira pessoal
para sua própria qualidade de vida. A boa educação financeira, consequentemente,
promove a gestão dos recursos existentes e mantém o equilíbrio entre a razão e a
emoção na hora de consumir, assumindo o poder de cada um em suas escolhas e na
construção de novos conhecimentos, além de desenvolver a capacidade criativa para
transformar recursos.
Segundo Teixeira (2011), o ato de educar é a tarefa de instruir, preparar e
habilitar um indivíduo ou grupo de indivíduos para a sociedade, em um sentido mais
amplo, a educação é capaz de reduzir os hiatos sociais e os desequilíbrios
econômicos.
Desse modo a educação suporta a responsabilidade da formação social,
conforme o trecho:
A educação como função social é uma decorrência da vida em comunidade e participa do nível e da qualidade da própria vida em comum. É por este modo que adquirimos a língua, religião e os nossos hábitos fundamentais. É por este modo que somos brasileiros, que somos de nossa classe, afinal o que somos. A família, a classe, a religião são instituições educativas, transmissoras dos traços fundamentais de nossa cultura. (TEIXEIRA, 2011, p.43)
Na abordagem do educador e filosofo Paulo Freire a educação como uma
libertação dos oprimidos, ou seja, ela deve ser inquietadora, perturbadora e
revolucionária.
A crença da humanização para educadores e educandos a concepção de uma
educação problematizadora pode ser sintetizada da seguinte forma:
A educação desafia a procurar a emersão das consciências para que aconteça a inserção crítica do sujeito na realidade, facilitando a construção da consciência reflexiva e politizada acerca dos fios que tecem a realidade social. Assim a educação problematizadora precisa centrar suas preocupações para o aprofundamento da tomada de consciência que opera nos homens enquanto agem. (FREIRE, 2008, p.135)
42
Assim, a educação está muito além das salas de aula e dos livros didáticos,
pois ela abrange todo o processo de aprendizagem e transmissão de conhecimento
ao longo da vida de cada indivíduo.
De acordo com Freire (2008), há dois modelos de educação: a educação
bancária que torna as pessoas alienadas e oprimidas pelo excesso de consumo e da
necessidade de adequação as regras impostas pelo mercado, e a outra é a educação
libertadora na qual as pessoas se tornam livres e mais conscientes, capazes de
transformar seu futuro. Não existe a educação, mais sim um conjunto de educações,
no qual o homem pode atingir seus objetivos e construir seu futuro a partir de suas
próprias escolhas.
Neste contexto, é de fundamental relevância que os indivíduos estejam
preparados para enfrentar e para se integrar com o ambiente em que estão inseridos.
No que se refere à abordagem deste estudo a educação financeira segundo a
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE (2015) é uma
competência necessária para a vida das pessoas e uma componente chave para a
estabilidade e o desenvolvimento econômico.
A definição de educação financeira é descrita como:
O processo pelo qual os consumidores/investidores financeiros melhorar sua compreensão dos produtos financeiros, conceitos e riscos e, através de informações, instruções e/ou aconselhamento objetivo, desenvolver as habilidades e a confiança para se tornar mais conscientes dos riscos financeiros e oportunidades, fazer escolhas informadas, saber onde procurar ajuda e tomar outras medidas eficazes de melhorar o seu bem-estar financeiro. (OCDE, 2015, p.03)
Nesta perspectiva, a educação financeira tem uma grande importância na
medida em que permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos para que
possam tomar decisões acertadas e fazer uma boa gestão de suas finanças pessoais.
Esta habilidade contribui para que haja uma maior integração entre indivíduo e
sociedade, o que lhe propicia o bem-estar.
É importante destacar a íntima relação existente entre a educação financeira e
a literácia financeira ou conhecimento financeiro, na maioria das definições de
educação financeira invoca a ideia de aumentar o conhecimento por meio do
fornecimento de competências relacionadas à compreensão, poder de escolha e de
43
decisão nas áreas das finanças pessoais (compreensão dos produtos e dos serviços
financeiros e suas respectivas características).
A educação Financeira passa a receber bastante atenção de pesquisadores,
tendo-se como pressuposto que um maior conhecimento financeiro pode ajudar as
pessoas a terem maior consciência das variáveis envolvidas numa decisão,
aumentando, assim, a eficiência na tomada de decisões.
No meio acadêmico ainda não há um consenso sobre os melhores
instrumentos para mensuração de educação e alfabetização financeira. Nos últimos
anos foram realizados diversos trabalhos com esta temática dentre os quais foram
analisados: HUSTON, 2010; ROSACKER; ROSACKER, 2015. BOYLAND; WARREN,
2013, XU; ZIA, 2012, ANDERLONI; VANDONE, 2010,
Huston (2010) que resume uma ampla gama de medidas de literácia financeira
afirma que, frequentemente, o termo alfabetização financeira tem sido confundida com
a educação financeira ou conhecimento financeiro. Estes construtos diferem-se
substancialmente, sendo que a alfabetização financeira vai além da educação
financeira, pois este exige que os indivíduos tenham o entendimento (a educação ou
conhecimento) e a sua aplicação correta destes na gestão das finanças pessoais.
A educação financeira, muitas vezes confundida com o conhecimento
financeiro, compreende, principalmente, na capacidade dos indivíduos em aplicar ou,
colocar em prática, todos os conhecimentos obtidos, através de decisões de cunho
econômico e financeiro. (HUSTON, 2010)
O superendividamento do consumidor e de falência das famílias fornecer
evidências para apoiar ações para avaliar os atuais níveis de literácia financeira e
explorar meios para melhorá-lo, uma construção é necessária para medir a
capacidade dos consumidores para tomar decisões financeiras eficazes. (HUSTON,
2010)
Conforme a análise de Rosacker e Rosacker (2015), o debate sobre a temática
tem caráter tanto informativo como construtivo, em muitos casos a chamadas para a
ação e iniciativas especificamente concebidas e orientadas para debelar a percepção
de falta de conhecimento entre o amplo grupo de consumidores existentes em
qualquer sociedade no mundo.
Dentro desta base de consumidores distintos que as maiores oportunidades
existem para educadores e instituições de ensino para desempenhar um papel neste
44
importante debate e a identificação final e implementação de uma solução eficaz,
eficiente e oportuna para resolver esta questão fundamental da educação e
alfabetização financeira. (ROSACKER; ROSACKER, 2015).
Para os autores a questão da educação financeira:
Educadores pós-secundárias e instituições acadêmicas se veem confrontados com tanto um problema e uma oportunidade. A questão, é claro, é a alfabetização financeira para os jovens adultos (18-22 anos de idade - a geração do milênio), enquanto a oportunidade é representada pela chance de fazer a diferença, para educar, ensinar, para ter um impacto duradouro em nossos alunos - a meta de faculdades e instituições de ensino superior. (ROSACKER; ROSACKER, 2015, p. 04).
Já Boyland e Warren (2013), melhorar a alfabetização financeira de estudante
tornou-se dos principais objetivos das faculdades e universidades nos Estados Unidos
nos últimos anos. Muitas escolas estão instituindo programas para aumentar a
alfabetização financeira de estudante a fim de melhorar em seus alunos a qualidade
de vida e diminuição da taxa de inadimplência de estudantes tomadores de
empréstimos.
O objetivo do estudo foi avaliar a alfabetização financeira atual de alunos de
graduação em uma Universidade do Sul de Nova Inglaterra, a fim de fornecer insights
sobre como tal programa podia ser personalizado para as necessidades exclusivas
de seu corpo discente, tendo como resultado em sua abordagem que a educação
financeira em estudantes nacionais e internacionais existiam deficiências em ambos
os grupos e são maiores para este último grupo (BOYLAND; WARREN, 2013).
Diante o exposto as autoras XU e ZIA, (2012), chamam a atenção em seu
estudo, quanto à existência de uma série de programas de educação financeira em
andamento ao redor do mundo a baixos níveis de alfabetização financeira.
O número de avaliações de impacto de tais programas nos países em
desenvolvimento tem vindo a aumentar rapidamente e a crescente literatura está
começando a fornecer lições para políticos.
Os programas de educação financeira voltados ao consumidor visam aumentar
a consciência e o conhecimento de produtos financeiros e influenciam o
comportamento, tais como a economia financeira e planejamento. Nos países
desenvolvidos, muitos programas enfatizam a preparação para a aposentadoria, a
importância da economia e o desenvolvimento da alfabetização financeira geral,
45
particularmente para os jovens. Nos países em desenvolvimento, onde a maioria da
população não tem acesso a serviços financeiros formais, intervenções alvo a
aceitação dos produtos, tais como contas de poupança e seguro, bem como a
promoção de poupança (XU; ZIA, 2012). Quanto à análise da relação entre
comportamento e sobreendividamento para combater a fragilidade financeira do
agregado familiar, a mais importante função da educação financeira é para agir como
uma preventiva medida para controlar o endividamento. Como tal, educação ajuda
para alavancar o conhecimento de indivíduos em relação a transições financeiras, e
assim, dando-os ferramentas para fazer responsável e informado para as decisões
(ANDERLONI; VANDONE, 2010)
Como resultado, esses indivíduos sistematicamente subestimam o risco de não
ser capaz de cumprir seus compromissos financeiros. Além disso, eles superestimam
os benefícios imediatos e subestimam os custos futuros; tal comportamento leva à
decisão de compra, usando a dívida, se necessário, independentemente do efeito que
esta escolha pode ter sobre a sustentabilidade dos níveis de endividamento futuro
(ANDERLONI; VANDONE, 2010).
No estudo da educação financeira, acredita-se que a mesma pode ajudar as
pessoas a terem consciência de todas as variáveis envolvidas numa decisão,
fornecendo instrumentos para uma tomada de decisão eficiente e, assim, aumentando
a conscientização dos indivíduos.
No Brasil, um estudo realizado por Mette e Matos (2015) que apresentaram
uma revisão de artigos teórico-empíricos e realizaram uma análise das principais
metodologias utilizadas acerca do assunto de educação financeira, no Brasil e no
mundo, constatou com o mapeamento que a academia brasileira ainda não se
compare com a internacional em número de estudos na área de educação financeira.
Há uma relação positiva entre o desenvolvimento de uma educação financeira
na população e sua maior conscientização no processo de tomada de decisão. Isto é,
quanto mais o indivíduo tiver conhecimento sobre itens econômicos, riscos e retornos
esperados no mundo financeiro, mais ele tomará suas decisões de acordo com suas
reais necessidades. Porém, cabe destacar que o Brasil ainda carece de informação e
sua população ainda precisar entender a dimensão da importância de se ter esse
sistema educacional bem desenvolvido (METTE E MATOS, 2015).
46
A educação financeira pode ser conceituada como tendo duas dimensões-
compreensão (conhecimento de finanças pessoais) e utilização (aplicação de finanças
pessoais). Já a literácia financeira poderia ser definido como medir o quão bem um
indivíduo pode compreender e utilizar informação relacionada com finanças pessoais.
(HUSTON, 2010).
Para Donadio, Campanário e Rangel (2012), devido à grande relevância do
assunto, o desenvolvimento de estudos mais aprofundados sobre o grau de
alfabetização financeira da população brasileira, uma vez que ela pode ter
características distintas daquela concebida para países mais desenvolvidos, que têm
diferentes históricos sociais e financeiros.
Um aprofundamento em todas as linhas que envolvem o termo educação
financeira, como a construção de propostas a serem expandidas à população com o
objetivo de aumentar sua consciência financeira em um país onde há incentivo ao
consumo, tanto os pesquisadores, acadêmicos, instituições públicas e privadas se
esforcem com o objetivo de garantir uma saúde financeira de longo prazo para a
população, sendo possível expandir isso à todas economias mundiais.
A expansão das pesquisas em educação financeira tem como fim garantir um
bem-estar para a população, fornecendo, além de acesso a créditos e investimentos,
informações para que a saúde financeira e econômica desta se mantenha saudável.
Neste estudo assume-se que a educação financeira de alunos de cursos da
área de negócios (economia, administração, contabilidade e comércio exterior) se
desenvolva ao longo dos semestres dos cursos, tendo em vista que a grade curricular
dos mesmos prevê uma evolução no estudo de disciplinas das áreas de economia,
finanças e contabilidade. Tal evolução na educação financeira deveria propiciar ao
aluno conhecimentos, habilidades e atitudes que poderiam se refletir em seu nível de
literácia financeira e em seu comportamento de endividamento.
Considerando-se a discussão sobre os temas literácia financeira e educação
financeira, hipotetiza-se:
H2. O nível de conhecimento financeiro se altera à medida em que aumenta o
nível de educação financeira (evoluem no curso de graduação).
47
H3. O nível de conhecimento financeiro se altera dependendo do curso no
qual o aluno está matriculado.
2.3 Determinantes comportamentais para o não endividamento financeiro
A literatura sobre a relação de causa e efeito entre a educação financeira e da
literácia financeira é particularmente limitada, no desenvolvimento de um instrumento
para medir a literácia financeira, seria importante para determinar não só se uma
pessoa sabe a informação, mas também se pode aplicá-lo de forma adequada.
As pessoas se endividam no futuro para antecipar o benefício do uso imediato
do produto ou serviço. Sabe-se que está propensão à antecipação da recompensa
(uso do bem/serviço) depende do conhecimento financeiro, de atitudes perante a vida
e ao crédito, e dos comportamentos que levam o indivíduo ao endividamento.
Escolhas intertemporais definem-se como escolhas que envolvem trocas entre
custos e benefícios que ocorrem em diferentes pontos temporais, estão sujeitas a uma
restrição orçamentária intertemporal; que é uma medida do total de recursos
disponíveis para o consumo presente e futuro. A antecipação do consumo pode ser
explicada pelo modelo de Irving Fisher (1930), no qual se assume que o consumidor
é forward-looking e escolhe o consumo presente ao invés do consumo futuro, a fim de
maximizar o nível de satisfação presente, quando se decide gastar hoje em vez de
guardá-lo para o futuro. Isso é o que se denomina decisão intertemporal (VARIAN,
2006).
Tendo em vista que muitos agentes tomam decisões incompatíveis com
atitudes baseadas nas expectativas racionais. As finanças comportamentais
correspondem a uma área de estudo que busca explicar a influência da psicologia no
comportamento dos agentes no mercado financeiro.
Segundo os estudos de Mette e Matos (2015) ao apresentar uma revisão de
alguns dos principais estudos teórico-empíricos, nacionais e internacionais, sinalizam
que dentro desta corrente teórica apresenta-se uma quantidade cada vez maior de
pesquisadores que se preocupam em analisar se a formação financeira influência nas
decisões de consumo e investimento.
Simon (1955) afirmou que a complexidade dos problemas e a própria
capacidade cognitiva dos indivíduos limitavam a capacidade destes de tomarem
48
decisões sobre perfeita racionalidade, introduzindo assim o pressuposto da
racionalidade limitada no processo de tomada de decisões, oriunda da informação
assimétrica ou informação incompleta.
Na década de 70, começaram a se destacar os economistas comportamentais,
a partir da divulgação do estudo seminal nas finanças comportamentais, com a Teoria
do Prospecto desenvolvida por Kahneman e Tversky (1979). Sendo que as decisões
financeiras podem ser influenciadas por processos mentais e que atitudes não
racionais dos agentes econômicos podem impactar o comportamento das variáveis
financeiras.
Para Mauro e Salomé (2016) os modelos e as políticas baseadas na concepção
de agencia racional produzem inferências acerca de como os agentes pensam as
razões das suas ações, ou como vão agir, falham com frequência pelo que devemos
ser permeáveis pensamentos diferentes sobre o que leva os agentes a agir.
A economia comportamental pretende fornecer com objetividade respostas a
problemas concretos baseadas em comportamento humano fornecendo um conjunto
psicologicamente mais realista de instrumentos de compreensão da ação humana que
permite explicar comportamentos previamente identificados como irracional pela
chamada economia neoclássica. (MAURO; SALOMÉ, 2016)
A Teoria Econômica Neoclássica foi estabelecida a partir de modelos de
equilíbrio geral e parcial, utilizando como pressupostos a existência de uma
concorrência perfeita, com os agentes utilizando sempre a racionalidade perfeita.
Assim, todo participante do mercado tem como objetivo a maximização dos
resultados. (METTE; MATOS, 2015)
Na Teoria do Prospecto, a aversão ao risco só ocorre no campo dos ganhos,
porém quando é apresentada a um indivíduo a possibilidade de perda, este indivíduo
tende a ser propenso ao risco. Esta propensão ao risco no campo das perdas é um
dos “erros” identificados na Teoria da Utilidade Esperada, base da teoria moderna das
finanças, pois a teoria das carteiras afirma que o indivíduo está disposto a correr risco
desde que seu retorno esperado seja diretamente proporcional (METTE; MATOS,
2015).
Gathergood (2012) afirmou que falta de autocontrole e uma baixa educação
financeira possuem correlação positiva com a falta de pagamento de cartões de
crédito, resultando em um endividamento. Estes consumidores tendem a utilizar o
49
crédito de maneira mais impulsiva e com valores maiores, daqueles que possuem um
maior autocontrole, sendo estes os principais itens para um superendividamento
individual.
Decorrente da conceituação apresentada é importante reconhecer que a
literácia financeira e conhecimento financeiro são ambos capitais humanos, mas
diferentes construções, conhecimento financeiro é uma dimensão integral, mas não
equivalente a literácia financeira que tem uma dimensão aplicação adicional que
implica que um indivíduo deve ter a capacidade e confiança para usar o conhecimento
financeiro para tomar decisões financeiras. (HUSTON, 2010)
A educação financeira é uma entrada destina-se a aumentar o capital humano
de uma pessoa, especificamente conhecimento financeiro e sua aplicação.
Para o Departamento de Educação Financeira do Banco Central no Brasil
quanto ao gerenciamento de finanças pessoais acredita que: “Todo cidadão pode
desenvolver habilidades para melhorar sua qualidade de vida e a de seus familiares,
a partir de atitudes comportamentais e de conhecimentos básicos sobre gestão de
finanças pessoais aplicados no seu dia a dia.” (BCB, 2013, p.04).
Os esforços de educação que melhoram a alfabetização entre está população
podem levar a mudanças de comportamento. Por outro lado, se a educação financeira
dentro de uma população de famílias com recursos limitados com as receitas e
despesas não predizem independentemente uso destes produtos incerto, então a
educação pode ser menos eficaz do que outras formas de intervenção. (HUSTON,
2010)
Através da educação financeira entendida como um processo de transmissão
do conhecimento permite o desenvolvimento de habilidades e capacidades para a
tomada de decisões fundamentadas e seguras, melhorando o gerenciamento de
finanças pessoais. Quando há a compreensão lógica, aprimorada e dominada, os
indivíduos diante a um conjunto amplo de propriedades formais e as relações com o
ambiente tornam-se mais integrados a sociedade e mais atuantes no âmbito financeiro
e ampliam o seu bem-estar. (SAVOIA, SAITO E SANTANA, 2007).
Neste contexto, Huston, (2010) salienta que não podem apresentar
comportamentos ou aumentos previstos no bem-estar financeiro devido a
determinadas influencias como: desvios comportamentais / cognitivas, problemas de
autocontrole, família, pares, econômico, comunidade e institucional, podem afetar
50
comportamentos financeiros e bem-estar financeiro. Uma pessoa que é alfabetizada
financeiramente, ou seja, tem o conhecimento e a capacidade de aplicar o
conhecimento.
Dada à importância da educação financeira para prover conhecimentos e
informações sobre comportamentos básicos que contribuem para melhorar a
qualidade de vida das pessoas e de suas comunidades. É também um instrumento
para promover o desenvolvimento econômico.
A qualidade das decisões financeiras dos indivíduos influencia, no agregado,
toda a economia, por estar intimamente ligada a problemas como os níveis de
endividamento e de inadimplência das pessoas e a capacidade de investimento dos
países (BCB, 2013).
Um ambiente econômico estável possibilitou o aumento da oferta de produtos
e serviços financeiros, entre eles o crédito, ampliando o poder de consumo de grande
parte da população, inclusive daqueles anteriormente excluídos do sistema financeiro.
Contudo, para usufruir dos benefícios econômicos que podem ser proporcionados por
esses produtos e serviços, é importante que os usuários e clientes do sistema
financeiro saibam como utilizá-los adequadamente (BCB, 2013, p.04).
Para isso, alguns conhecimentos e comportamentos básicos são necessários:
• Entender o funcionamento do mercado e o modo como os juros influenciam
a vida financeira do cidadão (a favor e contra);
• Consumir de forma consciente, evitando o consumismo compulsivo;
• Saber se comportar diante das oportunidades de financiamentos
disponíveis, utilizando o crédito com sabedoria e evitando o
superendividamento;
• Entender a importância e as vantagens de planejar e acompanhar o
orçamento pessoal e familiar.
Cabe salientar que em um cenário recessivo com grande vulnerabilidade
econômica e instabilidade econômica, os comportamentos individuais podem
ocasionar efeitos diferenciados ao se relacionar bem-estar financeiro do indivíduo.
A Serasa Experian, por meio de sua unidade de negócios Serasa Consumidor,
e o IBOPE Inteligência apresentam o Indicador de Educação Financeira (2014), esse
indicador tem como meta estabelecer uma leitura objetiva do grau de educação
51
financeira do brasileiro em três dimensões – Conhecimento, Atitude e
Comportamento, identificando os pontos fortes e fracos e servindo, assim, de
orientação para futuras atuações, públicas e privadas, no intuito de aprimorar cada
vez mais o preparo do consumidor brasileiro para lidar com questões financeiras que,
com o avanço contínuo do mercado de crédito e da bancarização do Brasil, requerem
melhor posicionamento e discernimento (INDEF,2014).
Os estudos realizados sobre a temática demonstram uma relação positiva entre
o desenvolvimento de uma educação financeira na população e sua maior
conscientização no processo de tomada de decisão, ou seja, conhecimentos sobre,
itens econômicos, riscos e retornos esperados no mundo financeiros, contribuirá para
decisões de acordo com as reais necessidades dos indivíduos.
Dentro de um cenário financeiro em evolução rápido onde acesso a serviços
financeiros é feito mais fácil enquanto mais riscos estão sendo transferidos para os
cidadãos, alfabetização financeira tornou-se uma habilidade chave de vida para os
indivíduos, bem como micro e pequenas empresas. Educação financeira pode ajudar
a melhorar a alfabetização financeira, aumentando o conhecimento financeiro,
habilidades e atitudes (OCDE, 2015).
Porém, cabe destacar que o Brasil ainda carece de informação e sua população
ainda precisar entender a dimensão da importância de se ter esse sistema
educacional bem desenvolvido.
O processo de planejamento financeiro começa com planos financeiros ou
estratégicos de longo prazo que, por sua vez, orientam a formulação de planos e
orçamentos de curto prazo e pode ser definido como o processo formal que conduz o
acompanhamento das diretrizes de mudanças e a revisão, quando necessário, das
metas já estabelecidas, permitindo visualizar com antecedência as possibilidades de
investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que deve ser deixado
disponível, visando ao crescimento e à rentabilidade.
Considerando-se a discussão feita sobre educação financeira, literácia
financeira e endividamento, hipotetiza-se:
H4: O nível de endividamento do sujeito se relaciona com o seu nível de
conhecimento financeiro.
52
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Nesta seção menciona-se a metodologia aplicada na presente dissertação a
fim de verificar a relação da literácia financeira com o endividamento individual, o
universo alvo deste estudo correspondeu por conveniência aos alunos de graduação
na área de negócios de uma Universidade no município de São Paulo, cursos:
Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Administração de Empresas,
Administração de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior, correspondentes
ao Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA).
A reflexão sobre as escolhas da abordagem e do método de pesquisas trata-
se de momento fundamental e norteador das investigações científicas; é a
oportunidade na qual o pesquisador opta pelo caminho que será seguido para
compreender seu objeto de estudo. Dada essa relevância, Godoy (2005, p.90)
ressalta que a qualidade de uma pesquisa implica no pesquisador expor
detalhadamente sua metodologia e delineamento “de forma que um avaliador, ou
simplesmente um leitor do estudo, possa apreciar e julgar se a pesquisa é adequada
e faz sentido”.
3.1 Métodos de Investigação
O presente estudo alinha-se com essa perspectiva e esboça, brevemente, suas
pretensões metodológicas para investigação do problema de pesquisa e consecução
dos objetivos propostos.
O planejamento inicialmente proposto para abordagem metodológica será
pautado por métodos quantitativos que de acordo com Richardson (2007, p.70).
Caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas que representa, em princípio, a intenção de garantir a previsão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando consequentemente, uma margem de segurança quanto às inferências.
Os métodos quantitativos serão utilizados em três momentos: (a) na
caracterização e no mapeamento do padrão do endividamento dos graduandos na
IES (descritivo); (b) no mapeamento do nível de literácia financeira
53
(descritivo/analítico); e, por fim, (c) nas análises dos relacionamentos entre educação
financeira, literácia financeira, nível de endividamento (em dois cenários distintos) e
variáveis sócio demográficas (analítico).
3.2 Método e técnicas de recolha dos dados
Adota-se neste estudo o método exploratório e descritivo, para se atender aos
objetivos propostos para este estudo.
Conforme aponta Richardson (2007, p.71), justifica-se o uso do método
descritivo porque:
O estudo descritivo pode abordar aspectos amplos de uma sociedade, porém as correlações entre as variáveis são fundamentais para diversas Ciências Sociais, porque permite controlar simultaneamente, grandes números de variáveis e, por meio de técnicas estatísticas de correlação especificar o grau pelo qual diferentes variáveis são relacionadas, oferendo ao pesquisador entendimento do modo pelo qual as variáveis estão operando.
As características particulares do problema de pesquisa sugerem a opção por
uma abordagem exploratória no sentido de propiciar uma visão geral acerca de
determinado fato ainda não explorado pois, segundo Richardson (2007, p 17),
[...] o desenvolvimento das Ciências Sociais é recente, portanto, existe uma quantidade de pesquisas de natureza exploratória, em muitos casos, os pesquisadores estudam um problema cujos pressupostos não são claros ou são difíceis de encontrar.
3.3 Instrumento de pesquisa
Quanto a procedimentos técnicos, o instrumento de recolha de dados utilizado
será o inquérito por questionário, dirigido aos alunos graduandos correspondente ao
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA), sendo o mais adequado aos objetivos
de estudo, pela interrogação direta das pessoas, com a finalidade de se obter
informações a um grupo significativo de pessoas sobre o problema em estudo, para
que, posteriormente, mediante uma análise quantitativa, seja possível obter
conclusões correspondentes aos dados coletados.
54
Antes da aplicação final do questionário, foi efetuado um teste piloto junto a
sujeitos que têm o perfil delineado na amostra, de modo a se verificar o tempo de
resposta e a compreensão das questões e dos cenários propostos no instrumento de
pesquisa.
O questionário foi dividido em cinco partes: 1) Identificação do perfil do
respondente; 2) Uso de crédito (curto e longo prazo); 3) Conhecimento financeiro; 4)
Conhecimento econômico; 5) Comportamento financeiro.
Quanto aos cenários econômicos baseados em informações reais sobre a
combinação de dados de dois países da América do Sul. Logo, os cenários que o
respondente analisava eram fictícios nos quais se criou duas situações: uma de
recessão (Barprucia) e outro de expansão (Lurânia).
3.3.1 Identificação do Perfil
Para a identificação do perfil foram consideradas as seguintes variáveis:
gênero, idade, renda, curso que frequenta, semestre no qual está matriculado, tempo
de trabalho e renda pessoal. Essas variáveis foram colhidas em escalas categórica
(gênero, renda, curso, semestre, tempo de trabalho e renda pessoal) e intervalar
(idade).
3.3.2 Uso de crédito
Para uso de crédito foram considerados: contratos de curto prazo (cartão de
crédito, empréstimo com familiares, cartão de débito ou cheque especial, antecipação
de restituição de imposto de renda, carnê de lojas, antecipação do 13º. Salário,
cheque descontado) e contratos de longo prazo (empréstimos contraídos na empresa
onde trabalha, financiamento para aquisição de bens móveis e de bens imóveis,
crédito consignado, empréstimo em banco, crédito pessoal e empréstimo em
financeira). Todas essas variáveis foram colhidas em escala categórica e foram
tratadas como sendo do tipo dummy (1 – utilização; 0 – não utilização).
Ainda como uso do crédito analisaram-se as situações pelas quais as pessoas
contrataram operações de crédito, sua intenção de pagar (ou não) os créditos
contratados, os motivos pelos quais pagaria (ou não) esses créditos, sua motivação
55
para contratação e para liquidação do crédito. Todas essas variáveis foram colhidas
em escala categórica.
3.3.3 Comportamento financeiro
Para avaliar o comportamento financeiro foi adaptado o questionário utilizado
por Potrich., Vieira e Ceretta (2013). Esse questionário, por sua vez, foi adaptado de
instrumentos de pesquisa utilizados em estudos feitos anteriormente sobre o tema
(MATTA, 2007; CHEN e VOLPE, 1998). No questionário de Chen e Volpe (1998) havia
cinco dimensões: seguros, investimentos, poupança e empréstimos, conhecimento
geral de finanças e opiniões pessoais sobre finanças, decisões e educação financeira.
Cada uma dessas dimensões tinha uma série de variáveis (indicadores). No
questionário de Matta (2007) não havia proposta de dimensões (variáveis latentes),
mas sim dos seguintes itens: juros, utilização do crédito, gestão financeira,
investimento e poupança, aposentadoria, consumo planejado, empréstimo pessoal e
financiamentos.
O questionário proposto por Potrich, Vieira e Ceretta (2013) mensura o
comportamento financeiro; apresenta 20 afirmativas separadas em quatro dimensões:
gestão financeira, utilização de crédito, investimento e poupança e consumo
planejado. As respostas a essas variáveis eram dadas em uma escala do tipo likert
de 5 pontos, sendo 1 – nunca e 5 – sempre.
Optou-se, neste estudo, por usar o instrumento utilizado por Potrich, Vieira e
Ceretta (2013), mas com uma modificação na escala. Foram mantidos os cinco pontos
para a mesma, mas com significados diferentes, sendo 1 – discordo totalmente e 5 –
concordo totalmente e acréscimo de mais 3 afirmativas incluídas nas dimensões.
Então, ao invés de se buscar a frequência do comportamento, buscou-se a
concordância do respondente às afirmativas relacionadas ao seu comportamento
financeiro no dia a dia.
3.3.4 Conhecimento financeiro
Para avaliar o conhecimento financeiro elaborados dois conjuntos de questões.
O primeiro conjunto de questões se refere ao conhecimento básico de finanças,
56
composto por três perguntas ligadas a valor presente e juros compostos. Neste grupo,
visou-se medir as habilidades financeiras básicas. O segundo grupo foi composto por
perguntas de conhecimento avançado, composto por cinco questões, onde buscou-
se analisar o nível de conhecimento relacionado a instrumentos financeiros, tais como,
ações, títulos e diversificação de risco. As questões foram retiradas de Abreu (2009).
Cada acerto se o respondente acerta a questão de conhecimento básico de finanças,
recebe 1 ponto e se acerta a questão de conhecimento avançado em finanças, recebe
2 pontos. Dessa forma, tem-se uma escala de zero (muito ruim em conhecimento
financeiro) a 13 (excelente em conhecimento financeiro).
Tal classificação foi estabelecida por Chen e Volpe (1998) onde os
respondentes foram analisados como detentores de baixo nível de conhecimento
financeiro (pontuação inferior a 60% do máximo), nível médio (entre 60% e 79% da
pontuação máxima) e alto nível de conhecimento (acima de 80% da pontuação
máxima).
A relevância desta diferenciação entre conhecimento básico, relacionando
conceitos genéricos com simplicidade, e avançado, relacionando conceitos com maior
grau de compreensão, devido a existência de características demográficas também
distintas que poderia levar a interpretações quanto aos resultados equivocados,
mesmo que qualquer medição da educação financeira seja uma aproximação do
conhecimento que os indivíduos devem possuir com vista a otimizar o seu
comportamento na tomada de decisão, de forma que não se poderia medir a
verdadeira carga de conhecimento financeiro.
3.3.5 Conhecimento econômico
Este tipo de conhecimento não foi analisado em estudos anteriores. Todavia,
considerou-se neste estudo que poderia ser uma variável importante a ser analisada.
Para tal desenvolveu-se uma parte do questionário no qual foram construídos dois
cenários relacionados a países fictícios. Esses cenários traziam as seguintes
informações: Índice de desenvolvimento humano (IDH), renda per capita, produto
interno bruto (PIB), taxa de juros, índice de desemprego, índice de inflação, saldo da
balança comercial, volume de vendas no comércio. Um dos países tinha um cenário
econômico otimista, e o outro, pessimista. Considerando esses cenários, o
57
respondente deveria analisar as afirmativas propostas sobre eficiência do setor
público, superávit, ampliação de mercado interno, balança comercial, taxa de juros,
estabilidade econômica, aspectos fiscais e estabilização da economia nesses países.
As respostas envolviam o julgamento de que as alternativas fossem verdadeiras ou
falsas, havendo uma opção para registrar “não sei”. As respostas a essas questões
foram tratadas como variáveis do tipo dummy (1 – resposta correta; 0 – resposta
incorreta). As respostas “não sei” foram consideradas como dados faltantes
(missings). O questionário aplicado está disponível no Apêndice A.
3.4 População e amostra
É considerada população do estudo a totalidade dos alunos do Centro de
Ciências Sociais e Aplicadas de uma Universidade privada situada na cidade de São
Paulo. Nesse centro são ofertados os cursos de Economia, Administração,
Contabilidade e Comércio Exterior, no qual estão matriculados, no período noturno,
em setembro de 2016, 2.593 alunos, cabe ressaltar que a matricula é por disciplinas,
portanto a quantidade é uma média da etapa, excluindo-se os alunos dos sétimo e
oitavo semestres, que não são público alvo deste estudo.
Quadro 1 - Composição da população dos alunos do CCSA
Curso Campus 1ª
etapa
2ª
etapa
3ª
etapa
4ª
etapa
5ª
etapa
6ª
etapa
Administração - matutino H 218 236 191 157 73 75
Administração - noturno H 154 217 249 270 234 242
Administração - noturno A 19 36 0 41 20 25
Administração - matutino C 21 33 18 20 12 0
Administração - noturno C 18 19 26 12 19 34
Comércio Exterior - matutino H 57 116 51 90 31 23
Comércio Exterior - noturno H 37 117 96 127 97 122
Comércio Exterior - noturno A 0 17 0 16 0 17
Ciências Econômicas - matutino H 54 52 39 42 24 20
Ciências Econômicas - noturno H 60 67 58 64 58 60
Ciências Contábeis - matutino H 0 33 15 0
Ciências Contábeis - noturno H 29 48 41 44 38 64
TCCG H 25 18 16 26
Fonte: Secretaria Geral da Universidade (2016).
Legenda: Campus foi caracterizado com letras: H, A e C para o sigilo quanto identificação da universidade estudada.
58
O quadro 1 apresenta a média dos alunos matriculados da primeira etapa a
sexta etapa, como também a oferta dos cursos em todos os Campus da universidade
pesquisada.
Deve-se destacar que no presente estudo foram considerados os alunos do
período noturno, do primeiro ao sexto semestre, conforme aparecem negritados no
quadro 1 e a amostra são de jovens universitários que estão no início de suas carreiras
profissionais.
Para se delinear o tamanho da amostra bem como a seleção dos elementos
que a compõem, utilizou-se um procedimento de amostragem probabilística e
população finita, conforme se apresenta nos quadros 2 (fórmula) e 3 (parâmetros da
fórmula). A estimativa do tamanho da amostra foi feita considerando-se uma única
amostra, sem estratificação.
Quadro 2 - Fórmula para estimativa do tamanho da amostra
n = Z2 . ^p . ^q . N_____
d2 . (N - 1) + Z2 . ^p . ^q
Fonte: STEVENSON (2001)
Quadro 3 - Explicação dos parâmetros da fórmula usada para estimativa do tamanho da amostra
n = tamanho da amostra
N = número de elementos da população (2.593 alunos)
Z = abcissa da Normal Padrão (1,96 para alpha de 0,05)
^p = estimativa da proporção de homens na população (50% ou 0,50)
^q = 1 - ^p (1 - 0,50 = 0,50)
d = erro amostral (0,05)
Fonte: STEVENSON (2001)
Considerando-se os parâmetros a amostra total deveria ser composta por 335
alunos. Foram colhidos dados de 709 alunos, conforme se apresenta no quadro 2, os
dados foram coletados no período noturno, tendo em vista que o curso de Ciências
Contábeis não tem oferta de todos os semestres no período matutino, o que impediria
a comparabilidade dos dados entre semestres.
O Quadro 4 mostra o total de alunos por curso e o tamanho da amostra colhida.
59
Quadro 4 - Número total de alunos CCSA e número de alunos da amostra
Cursos/quantidade Economia Administração Contabilidade Comércio Exterior
Número total
Número total de alunos (CCSA)
367 1.366 264 596 2.593
Número de alunos na amostra
144 277 149 139 709
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
O Quadro 5 demostra a separação dos 709 alunos em cada semestre, do
primeiro ao sexto semestre, explicitando a composição final da amostra.
Quadro 5 - Amostra do estudo com indicação por semestre
1º
Semestre
2º
Semestre
3º
Semestre
4º
Semestre
5º
Semestre
6º
Semestre
Ciências Econômicas 21 27 23 22 20 31
Ciências Contábeis 10 30 15 21 18 55
Administração de Empresas 72 65 43 21 22 54
Comercio Exterior 17 20 12 29 29 32
Fonte: Elaborada pelo próprio autor
A coleta dos dados foi realizada de forma aleatória no período de outubro a
novembro de 2016, de acordo com a disponibilidade de professores de cederem
tempo de suas aulas para que o aluno respondesse a pesquisa. Os alunos não eram
obrigados a responder e os questionários não eram identificados, não havendo assim
qualquer possibilidade de associação entre o nome do aluno e suas respostas,
mantendo-se a confidencialidade dos dados.
3.5 Tratamento dos dados
Os dados foram tratados em duas etapas: 1) Análise descritiva dos dados
utilizando medidas de tendência central e medidas de dispersão; 2) Análise
multivariada (análise fatorial confirmatória) para as variáveis relacionadas ao
comportamento financeiro (questões de v17 a v36), buscando-se validar as quatro
dimensões propostas por Potrich et al (2013).
60
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Apresenta-se a seguir o tratamento estatístico dos dados, na seguinte
sequência: análise descritiva, com apresentação de frequências e medidas de
tendência central; a análise multivariada, com apresentação de ANOVA e de análise
fatorial confirmatória (software R, método lavaan).
4.1 Análise descritiva dos dados
Esta seção está estruturada da seguinte forma: o perfil dos respondentes,
questões sobre o endividamento, questões referentes ao uso do crédito de curto e
longo prazo, conhecimento financeiro, conhecimento econômico em diferentes
cenários e, por fim, questões relacionadas ao comportamento financeiro.
4.1.1 Perfil dos respondentes
Os resultados a seguir caracterizam o respondente em termos de gênero,
idade, curso realizado, semestre no qual se encontra, disciplinas ligadas às áreas
financeiras e características sociodemográficas. A descrição que se faz do perfil do
aluno atende ao primeiro objetivo específico do trabalho: caracterizar a amostra
estudada em termos de variáveis demográficas (como gênero, renda pessoal e
familiar, dentre outras).
Na amostra de 709 respondentes encontrou-se 434 participantes do sexo
masculino, os quais representam 61,2% da amostra total e 275 participantes do sexo
feminino, os quais representam 38,8% do total de participantes.
Quanto à idade dos respondentes, para as mulheres a média foi de 21,72 anos,
sendo a idade mínima de 18 e a máxima de 48 anos, com desvio-padrão de 4,397
anos. Já a idade média dos homens foi de 21,45 anos, sendo a idade mínima 17 anos
e a máxima de 43 anos, com desvio padrão de 3,373 anos.
Quanto à distribuição nos cursos, encontrou-se: 144 respondentes (20,3%)
pertencentes ao curso de Ciências Econômicas, 149 (21,0%) respondentes do curso
de Ciências Contábeis, 277 (39,1%) respondentes do curso de Administração de
Empresas e, por fim, 139 (19,6%) participantes do curso de Administração de
61
Empresa com habilitação em Comercio Exterior. Para melhor visualização das
diferenças de tamanho de amostra nos diferentes cursos, apresenta-se na Figura 3
um gráfico de barras das frequências.
Figura 3 - Composição da amostra por curso Fonte: Elaboração própria
No que se refere aos semestres nos quais os alunos se encontram
matriculados, tem-se: 120 participantes (16,9%) no primeiro semestre, 142
participantes (20,0%) no segundo semestre, 93 participantes (13,1%) no terceiro
semestre, 93 participantes (13,1%) no quarto semestre, 89 participantes (12,6%) no
quinto semestre e finalizando e 172 participantes (24,3%) no sexto semestre (figura
4).
Figura 4 - Composição da amostra por semestre no qual os alunos estão matriculados Fonte: Elaboração própria
20,3 21,039,1
19,6
144 149
277
139
0
50
100
150
200
250
300
Ciências Economicas Ciências Contábeis Administração deEmpresas
Adm. Habilitação -Comex
Cursos
% Curso Respondentes
1º semestre; 120; 16,9%
2º semestre; 142; 20,0%
3º semestre; 93; 13,1%
4º semestre; 93; 13,1%
5º semestre; 89; 12,6%
6º semestre; 172; 24,3%
62
Quanto ao número de disciplinas da área de finanças que os respondentes já
haviam cursado, havia duas perguntas: se ele já havia cursado disciplinas da área, e
o número de disciplinas cursadas. São exemplos de disciplinas na área oferecidas
nos cursos nos quais os alunos estão matriculados: matemática financeira,
administração financeira, orçamento de capital e avaliação de projetos, planejamento
financeiro, mercado de capitais, estratégias financeiras, dentre outras.
Observou-se que 20,6% dos alunos não haviam cursado disciplinas da área
financeira. Dentre os que responderam, 55,7% cursaram entre 1 a 3 disciplinas.
Quanto à atividade profissional, 583 respondentes (82,2%) trabalham e 101
respondentes (14,2%) não trabalham (25, ou seja, 3,5% não responderam).
Em relação à renda mensal dos respondentes, observou-se que 175
respondentes (24,7%) não declararam o nível de renda. Isso não representa a
ausência de renda, o que não seria coerente com a distribuição dos que trabalham
(82,2%) ou não trabalham (14,2%). Dentre os que declararam ter renda, 196 (27,6%)
possuem renda até R$1.500,00, 241 (34,0%) possuem renda entre R$1.501,00 e
R$3.000,00, 54 (7,6%) possuem renda entre R$ 3.000,01 e R$ 4.500,00, 21 possuem
renda entre R$4.500,01 a R$6.000,00, e 22 (3,1%) possuem renda superior a
R$6.000,00 (figura 5).
Figura 5 - Composição da renda dos respondentes Fonte: Elaboração própria
0 50 100 150 200 250
Não possui
Até R$ 1.500,00
R$ 1.500,01 a R$ 3.000,00
R$ 3.000,01 a R$ 4.500,00
R$ 4.500,01 a R$ 6.000,00
Acima de R$ 6.000,00
175
196
241
54
21
22
24,7
27,6
34
7,6
3
3,1
Renda
Percentuais Dados Brutos
63
4.1.2 Perfil dos respondentes endividados
Com este levantamento busca-se identificar o nível de endividamento pessoal,
na análise do endividamento criaram-se variáveis do tipo dummy: 1 corresponde à
presença do quesito e zero corresponde à ausência do quesito.
Constatou-se que 79,5% (564) dos respondentes possuem comprometimento
da renda para pagamento de créditos obtidos. Do total dos endividados, 78,4% (442)
possuem comprometimento da renda entre 10% e 50%. A concentração maior ocorre
entre 30% e 50%, representando 53,0% da amostra figura 6.
Figura 6 - Composição do comprometimento renda com endividamento Fonte: Elaboração própria
Nas próximas seções são analisadas as respostas relacionadas ao nível de
endividamento. Tem-se como pressuposto que se o sujeito tem elevado nível de
conhecimento financeiro, ele é capaz de gerenciar melhor a utilização dos créditos
disponíveis.
4.2 Análise do uso do crédito (curto prazo e longo prazo)
Com a análise do uso do crédito (curto prazo e longo prazo) busca-se atender
ao terceiro objetivo específico da pesquisa: Identificar o nível de endividamento
pessoal na amostra estudada.
145
77
66
119
86
94
58
27
14
7
16
0 20 40 60 80 100 120 140 160
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
QUANTIDADE DE RESPONDENTES
CO
MP
RO
ME
TIM
EN
TO
DA
RE
ND
A
64
Para análise do endividamento criaram-se variáveis do tipo dummy, sendo que
para cada opção foi criada uma variável com os níveis 1 (presença do quesito) e zero
(ausência do quesito). Após este procedimento, foi verificada a frequência de cada
quesito.
Cabe salientar que os respondentes poderiam assinalarem mais de uma
descrição referentes a créditos de curto e longo prazo que são demonstrados
conforme o quadro 6.
Ao perguntar se o respondente usava algum tipo de crédito, foi solicitado que
definisse o tipo de contratação, ou seja, se a contratação era de curto prazo ou longo
prazo. De 709 respondentes, 60 não escolheram nenhuma opção, 194 escolheram
uma opção e 455 escolheram mais de uma opção. Desta forma, as opções foram
assinaladas 1.322 vezes, conforme se apresenta no quadro 6. Analisando por gênero,
observa-se que 70,9% do grupo feminino assinalou mais de uma alternativa, enquanto
59,9% do grupo masculino assinalou mais de uma alternativa. Essa característica de
possuir maior número de contratos de crédito dificulta o planejamento e controle das
finanças pessoais.
Quadro 6 - - Quantidade de alternativas assinaladas por tipo de contrato e gênero
Quantidade de alternativas assinaladas
Número de respondentes
Quantidade total de alternativas
assinaladas
Masculino Feminino Total
0 44 10,1% 16 5,8% 60 8,5% 0
1 130 30,0% 64 23,3% 194 27,4% 194
2 180 41,5% 138 50,2% 318 44,9% 636
3 50 11,5% 38 13,8% 88 12,4% 264
4 17 3,9% 11 4,0% 28 3,9% 112
5 7 1,6% 7 2,5% 14 2,0% 70
6 5 1,2% 1 0,4% 6 0,8% 36
10 1 0,2% 0 0,0% 1 0,1% 10
Total 434 100% 275 100% 709 100% 1.322
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa
Das 1.322 alternativas assinaladas, 1174 (88,8%) são de contratos de crédito
de curto prazo e 148 (11,2%) são de contratos de crédito de longo prazo. Pelos dados
65
fica evidente a preferência dos respondentes, tanto feminino (78,8%) quanto
masculino (75,1%), pela utilização de créditos por meio de cartões de crédito (40,0%)
e cartões de débito/cheque especial (36,6%), conforme pode-se observar pelo quadro
7. Em outras palavras, a maioria dos contratos é de curto prazo, correspondendo a
88,8% das opções assinaladas.
Quadro 7 - Número de alternativas escolhidas de créditos de curto prazo por gênero
No. Descrição Masculino Feminino Total
1 Cartão de crédito 310 39,6% 219 40,6% 529 40,0%
2 Empréstimo com familiares 59 7,5% 32 5,9% 91 6,9%
3 Cartão de débito/cheque especial 278 35,5% 206 38,2% 484 36,6%
4 Antecipação da restituição do imposto de renda 0 0,0% 5 0,9% 5 0,4%
5 Carnê de loja, supermercados etc. 26 3,3% 14 2,6% 40 3,0%
6 Antecipação de 13o salário 11 1,4% 12 2,2% 23 1,7%
7 Cheque descontado com agiota 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%
Outros 2 0,3% 0 0,0% 2 0,2%
Total 686 87,6% 488 90,5% 1174 88,8%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Quanto aos créditos de longo prazo, os respondentes apresentam a preferência
por financiamento para aquisição de bens móveis, tais como, os veículos com
participação de 3,2% da amostra, ou seja, 42 respondentes (quadro 8).
Quadro 8 - Número de alternativas escolhidas de créditos de longo prazo por
gênero
No. Descrição Masculino Feminino Total
8 Empréstimo na empresa onde trabalha 13 1,7% 6 1,1% 19 1,4%
9 Financiamento aquisição bens móveis 24 3,1% 18 3,3% 42 3,2%
10 Crédito consignado 12 1,5% 6 1,1% 18 1,4%
11 Financiamento aquisição bens imóveis 10 1,3% 8 1,5% 18 1,4%
12 Empréstimo no banco 18 2,3% 7 1,3% 25 1,9%
13 Crédito pessoal 17 2,2% 5 0,9% 22 1,7%
14 Empréstimo na financeira 2 0,3% 0 0,0% 2 0,2%
Outros 1 0,1% 1 0,2% 2 0,2%
Total 97 12,4% 51 9,5% 148 11,2%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
66
Pode-se ver que o número total de escolha de alternativas de contratos de curto
prazo foi de 1.174 (quadro 7), e de longo prazo, 148 alternativas (quadro 8), superam
o tamanho da amostra 709 respondentes, visto que já informado anteriormente o
aluno poderia assinalar mais de um item na caracterização do uso de credito.
4.2.1 Razões para obtenção de credito
Procurou-se analisar sobre as razões pelas quais os respondentes tinham
realizado uma contratação de operação de crédito, sendo que os respondentes
poderiam assinalar mais de uma alternativa conforme pode ser visualizado na
descrição do quadro 9.
Quadro 9 - Quantidade de alternativas assinaladas por razão e gênero
Quantidade de alternativas assinaladas
Número de respondentes
Quantidade total de alternativas
assinaladas
Masculino Feminino Total
0 99 22,8% 51 18,5% 150 21,2% 0
1 214 49,3% 115 41,8% 329 46,4% 329
2 69 15,9% 62 22,5% 131 18,5% 262
3 31 7,1% 32 11,6% 63 8,9% 189
4 14 3,2% 8 2,9% 22 3,1% 88
5 4 0,9% 5 1,8% 9 1,3% 45
6 3 0,7% 2 0,7% 5 0,7% 30
Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 943
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Do total dos 709 respondentes, 150 (21,2%) não assinalaram nenhuma
alternativa, 329 (46,4%) assinalaram uma opção, e 230 (32,4%) assinalaram mais de
uma razão para obtenção de crédito. No total, foram realizadas 943 escolhas de
razões para se obter crédito de curto e/ou longo prazo. A maior parte dos
respondentes assinalou uma razão para ter contratado crédito, tanto do gênero
feminino (41,8%) como do gênero masculino (49,3%).
As principais razões pelas quais os respondentes contratam crédito são a
compra compulsiva (22,5%) e a facilidade de acesso ao crédito (21,7%). Analisando
por gênero, a proporção de mulheres (24,5%) que indicam a compra compulsiva como
67
sendo a razão para obtenção de crédito é superior à proporção de homens (21,0%),
podendo ser visualizado no quadro 10.
Quadro 10 - Razões para obtenção de crédito por gênero
No. Descrição Masculino Feminino Total
1 Compra compulsiva 113 21,0% 99 24,5% 212 22,5%
2 Má administração do dinheiro 59 10,9% 68 16,8% 127 13,5%
3 Ausência de desconto à vista 74 13,7% 31 7,7% 105 11,1%
4 Investimento em um curso no ensino superior 32 5,9% 25 6,2% 57 6,0%
5 Problemas de saúde 6 1,1% 6 1,5% 12 1,3%
6 Empréstimo do nome, ser avalista, ser fiador 2 0,4% 1 0,2% 3 0,3%
7 Falta de planejamento 65 12,1% 59 14,6% 124 13,1%
8 Facilidade de acesso ao crédito 120 22,3% 85 21,0% 205 21,7%
9 Aquisição da casa própria 12 2,2% 9 2,2% 21 2,2%
10 Desemprego ou queda na renda 18 3,3% 6 1,5% 24 2,5%
11 Separação ou divórcio 0 0,0% 1 0,2% 1 0,1%
12 Morte do provedor 3 0,6% 0 0,0% 3 0,3%
13 Parcelamento 3 0,6% 3 0,7% 6 0,6%
14 Compras pela internet 6 1,1% 3 0,7% 9 1,0%
15 Praticidade, facilidade 5 0,9% 2 0,5% 7 0,7%
16 Programa de milhagem 6 1,1% 1 0,2% 7 0,7%
17 Outros 15 2,8% 5 1,2% 20 2,1%
Total 539 100,0% 404 100,0% 943 100,0%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
A seguir, tem-se a má administração do dinheiro (13,5%) e a falta de
planejamento (13,1%). Estas duas razões podem ser classificadas como uma só, pois
a má administração financeira é consequência da falta de planejamento. Desta forma,
a principal razão se constitui na falta de planejamento correspondendo a 26,6%
(13,5% + 13,1%) das razões apontadas. Analisando por gênero, observa-se que um
percentual maior do gênero feminino (16,8%+14,6%=31,4%), comparado ao
masculino (10,9%+12,1%=23,0%), considera a má administração/falta de
planejamento como razão da obtenção do crédito.
68
4.2.2 Pensamento na aquisição e liquidação de contratos de créditos
Quando questionado sobre o pensamento no momento da aquisição de novos
contratos, 147 (20,7%) não responderam, 316 (44,6%) escolheram uma opção, e 246
(34,7%) escolheram mais de uma opção, totalizando 969 alternativas assinaladas
conforme quadro 11.
Quadro 11 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na aquisição, por gênero
Quantidade de alternativas assinaladas
Número de respondentes
Quantidade total de alternativas
assinaladas
Masculino Feminino Total
0 97 22,4% 50 18,2% 147 20,7% 0
1 191 44,0% 125 45,5% 316 44,6% 316
2 74 17,1% 52 18,9% 126 17,8% 252
3 51 11,8% 37 13,5% 88 12,4% 264
4 14 3,2% 9 3,3% 23 3,2% 92
5 7 1,6% 2 0,7% 9 1,3% 45
Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 969
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Quanto ao pensamento no momento do contrato quadro 12, demonstra a
descrição da escolha dos respondentes.
Quadro 12 - Pensamento no momento do contrato, por gênero
No. Descrição Masculino Feminino Total
1 Não pensou em nada 45 7,7% 29 7,5% 74 7,6%
2 Cabia no orçamento 182 31,2% 105 27,2% 287 29,6%
3 Atingir um objetivo 75 12,9% 64 16,6% 139 14,3%
4 Comprar bens de consumo 109 18,7% 92 23,8% 201 20,7%
5 Bem-estar 114 19,6% 61 15,8% 175 18,1%
6 Solucionar um problema 53 9,1% 31 8,0% 84 8,7%
7 Outros 5 0,9% 4 1,0% 9 0,9%
Total 583 100,0% 386 100,0% 969 100,0%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
69
A maioria dos respondentes pensou que a parcela referente ao pagamento
cabia no orçamento (29,6%), sendo que os homens (31,2%) apresentaram proporção
maior que as mulheres (27,2%). A segunda opção mais votada foi a de comprar bens
de consumo, onde as mulheres (23,8%) apresentaram maior percentual de votação
que os homens (18,7%).
Quanto ao pensamento no momento da liquidação da dívida, 152 (21,4%) não
assinalaram nenhuma alternativa, 346 (48,8%) escolheram uma opção e 211 (29,8%)
escolheram mais de uma opção. No total foram assinaladas 899 alternativas quadro
13.
Quadro 13 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensamento na liquidação
e gênero
Quantidade de alternativas assinaladas
Número de respondentes
Quantidade total de alternativas
assinaladas
Masculino Feminino Total
0 101 23,3% 51 18,5% 152 21,4% 0
1 207 47,7% 139 50,5% 346 48,8% 346
2 56 12,9% 51 18,5% 107 15,1% 214
3 55 12,7% 26 9,5% 81 11,4% 243
4 14 3,2% 5 1,8% 19 2,7% 76
5 1 0,2% 3 1,1% 4 0,6% 20
Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 899
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
A maioria dos respondentes se sente aliviada (43,2%) por liquidar a dívida,
além de muito honrada por manter o nome limpo (25,5%). Pequena parcela deseja
consumir no lugar de pagar a dívida (3,7%).
70
Quadro 14 - Pensamento na liquidação da dívida, por gênero
No. Descrição Masculino Feminino Total
1 Sinto prazer 116 21,3% 65 18,4% 181 20,1%
2 Sinto alívio 222 40,7% 166 46,9% 388 43,2%
3 Me sinto honrado, com o nome limpo 147 27,0% 82 23,2% 229 25,5%
4 Estou pronto para contratar um novo crédito 32 5,9% 15 4,2% 47 5,2%
5 Estou desesperado por ainda ter muito para pagar
8 1,5% 7 2,0% 15 1,7%
6 Penso nos produtos que poderia comprar ao invés de pagar a parcela da dívida
15 2,8% 18 5,1% 33 3,7%
7 Outros 5 0,9% 1 0,3% 6 0,7%
Total 545 100,0% 354 100,0% 899 100,0%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Os respondentes também foram inquiridos sobre o pensamento de pagar ou
não os créditos contratados. Neste caso, 150 (21,2%) não responderam, 385 (54,3%)
escolheram uma opção, e 174 (24,5%) escolheram mais de uma opção. No total
foram assinaladas 748 opções.
Quadro 15 - Quantidade de alternativas assinaladas por pensar em pagar ou não os créditos contratados, por gênero
Quantidade de alternativas assinaladas
Número de respondentes
Quantidade total de alternativas
assinaladas
Masculino Feminino Total
0 97 22,4% 53 19,3% 150 21,2% 0
1 239 55,1% 146 53,1% 385 54,3% 385
2 86 19,8% 74 26,9% 160 22,6% 320
3 11 2,5% 2 0,7% 13 1,8% 39
4 1 0,2% 0 0,0% 1 0,1% 4
Total 434 100,0% 275 100,0% 709 100,0% 748
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Observa-se que 56,1% da amostra julga que o pagamento de seus créditos é
uma questão de integridade, honestidade, sendo a segunda opção mais votada
(29,8%) o fato de não poder ou não querer ter registro no SCPC ou Serasa. Uma
minoria (8,0%) acredita não ter condições financeiras para pagar no momento ou
71
apresenta outras prioridades (3,9%). Esse quadro se mantém quando se analisa por
gênero.
Quadro 16 - Pensamento sobre pagar ou não os créditos contratados e gênero
No. Descrição Masculino Feminino Total
1 É uma questão de integridade, honestidade 248 55,4% 172 57,3% 420 56,1%
2 Não posso ou não quero ter registros de débitos no SCPC ou no Serasa
134 29,9% 89 29,7% 223 29,8%
3 Tenho outras prioridades no momento 20 4,5% 9 3,0% 29 3,9%
4 Não tenho condições financeiras para pagar no momento
35 7,8% 25 8,3% 60 8,0%
5 Outros 11 2,5% 5 1,7% 16 2,1%
Total 448 100,0% 300 100,0% 748 100,0%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
Nesta seção, os respondentes foram questionados sobre o pensamento no
momento da aquisição de novos contratos, e sobre o pensamento na liquidação
destes contratos, além do pensamento de pagar ou não os créditos contratados.
Nestas três questões, os respondentes poderiam assinalar mais de uma opção, como
pode ser observado nos quadros 11, 13 e 15.
A seção a seguir analisa o nível de conhecimento financeiro de acordo com os
grupos de respondentes.
4.3 Conhecimento financeiro
A análise do conhecimento financeiro foi feita considerando-se as respostas
dadas às questões de conhecimento financeiro básico (v40 a v42) e às questões de
conhecimento financeiro avançado (v43 a v47). O questionário está disponível no
Apêndice A.
Para comparar as médias utilizou-se o teste T Student (gênero) e o teste
ANOVA One Way (renda pessoal, semestre letivo, curso e endividamento)
Para calcular o nível médio de conhecimento financeiro foi necessário calcular
a pontuação de cada respondente nas questões de conhecimento financeiro básico e
conhecimento financeiro avançado. Para cada acerto nas questões de conhecimento
financeiro básico o respondente recebe 1 ponto e para cada acerto nas questões de
72
conhecimento financeiro avançado o respondente recebe 2 pontos. São três questões
de conhecimento financeiro básico e 5 questões de conhecimento financeiro
avançado. As questões de conhecimento financeiro avançado recebem o dobro de
pontuação por trabalharem com conceitos mais complexos de mercados financeiros.
Desta forma, o respondente pode ter uma pontuação mínima de zero ponto e uma
pontuação máxima de 13 pontos. O nível médio ficará dentro deste intervalo, qual
seja, de 0 a 13. Para o teste utilizou-se um nível de confiança de 95%.
Para realizar os testes T Student e ANOVA One Way é necessário verificar se
atende aos pré-requisitos de normalidade dos dados e homogeneidade das
variâncias.
Para verificar se os dados são normalmente distribuídos verificou-se:
• Se o número de observações da amostra é superior a 50;
• Se a média é aproximada da mediana;
• Se o coeficiente de assimetria é próximo de zero;
• Se a medida de curtose é próxima de zero.
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
4.3.1. Conhecimento financeiro entre os gêneros
Para verificar se os níveis médios de conhecimento financeiro diferem de
acordo com o gênero utilizou-se o teste T Student para amostras independentes.
Para as duas amostras, gêneros masculino e feminino, pode-se concluir que os
dados são normalmente distribuídos visto que o número de observações da amostra
é superior a 50 (n = 709), a média apresenta valor próximo ao da mediana; e o
coeficiente de assimetria e a medida de curtose estão próximos de zero (quadro 17).
Quadro 17 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento financeiro por gênero
Gênero Média Mediana Assimetria Curtose
Feminino 5,08 5,00 0,189 -0,361
Masculino 5,47 6,00 0,103 0,560
Fonte: elaborado pelo autor
73
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,655 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
Tabela 1 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por gênero
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente
possui?
Com base em média ,200 1 707 ,655
Com base em mediana ,186 1 707 ,666
Com base em mediana e com df ajustado
,186 1 700,954 ,666
Com base em mediana aparada
,234 1 707 ,629
Fonte: elaborada pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste T Student para duas amostras independentes. Comparando o valor-
P com o nível de significância temos que 0,062 > 0,05, portanto não se rejeita Ho e
conclui-se que os níveis médios de conhecimento financeiro entre os gêneros são
iguais.
Tabela 2 - Teste T Student para nível médio de conhecimento financeiro por gênero (amostras independentes)
teste-t para Igualdade de Médias
t df Sig.
(2 extremidades) Diferença
média
Erro padrão
de diferença
95% Intervalo de Confiança da Diferença
Inferior Superior
Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente
possui?
Variâncias iguais assumidas
-1,868 707 ,062 -,386 ,207 -,793 ,020
Variâncias iguais não assumidas
-1,881 596,643 ,060 -,386 ,205 -,790 ,017
Fonte: elaborado pelo autor
74
Quadro 18 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por gênero
Qual o gênero do respondente? Média Desvio padrão Coeficiente de
variação
Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente
possui?
Feminino 5,08 2,63 0,52
Masculino 5,47 2,72 0,50
Fonte: elaborado pelo autor
Resumindo-se, embora as médias sejam diferentes, e as dos homens mais
altas, não se pode afirmar que os homens tenham maior nível de conhecimento
financeiro do que as mulheres na amostra estudada. Desta forma, os resultados não
são conclusivos acerca do que propôs Xu e Zia (2012, p. 09), que concluíram, em
seus estudos, que as mulheres têm um nível mais baixo de literácia financeira em
termos mundiais.
Assim, rejeitou-se a H1a:
H1a: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu
gênero;
4.3.2 Conhecimento financeiro de acordo com a renda
Nesta seção utiliza-se o teste ANOVA One Way para verificar se os níveis
médios de conhecimento financeiro são iguais de acordo com a renda.
O primeiro passo é verificar os dois pré-requisitos, quais sejam, se os dados
das amostras possuem distribuição normal e se existe homogeneidade das variâncias.
Sabendo que o número de observações da amostra é superior a 50 (n=709),
que média se aproxima da mediana; e o coeficiente de assimetria e a medida de
curtose estão próximos de zero, pode-se concluir que os dados das seis amostras são
normalmente distribuídos.
75
Quadro 19 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por renda
Renda Média Mediana Assimetria Curtose
Não possui 4,95 5,00 0,250 -0,453
Até R$1.500,00 5,12 5,00 0,058 -0,339
De R$1.500,01 a R$3.000,00 5,72 6,00 0,101 -0,664
De R$3.000,01 a R$4.500,00 5,33 5,00 0,120 -0,342
De R$4.500,01 a R$6.000,00 5,33 5,00 0,015 -1,127
Superior a R$6.000,00 5,68 6,00 0,456 0,476
Fonte: elaborado pelo autor
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,133 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas, podendo ser
visualizado esta comparação na tabela 3.
Tabela 3 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por faixa de renda
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente
possui?
Com base em média 1,699 5 703 ,133
Com base em mediana 1,705 5 703 ,131
Com base em mediana e com df ajustado
1,705 5 698,461 ,131
Com base em mediana aparada
1,698 5 703 ,131
Fonte: elaborado pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância
temos que 0,071 > 0,05, portanto não se pode rejeitar Ho e conclui-se que os níveis
médios de conhecimento financeiro entre os níveis de renda são iguais
76
Tabela 4 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por faixa de renda
Soma dos Quadrados
df Quadrado Médio
Z Sig.
Entre grupos 73,231 5 14,646 2,040 ,071
Nos grupos 5047,091 703 7,179
Total 5120,322 708
Fonte: elaborado pelo autor
Quadro 20 - nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente e
variação por faixa de renda
Qual sua renda mensal? Média Desvio padrão Coeficiente de
Variação
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente
possui?
Não possui 4,95 2,81 0,57
Até R$1.500,00 5,12 2,50 0,49
De R$1.500,01 a R$3.000,00 5,72 2,78 0,49
De R$3.000,01 a R$4.500,00 5,33 2,57 0,48
De R$4.500,01 a R$6.000,00 5,33 2,75 0,52
Superior a R$6.000,00 5,68 2,15 0,38
Fonte: elaborado pelo autor
Desta forma, H1b é rejeitada, ou seja, a diferença entre os níveis médios de
conhecimento financeiro não é estatisticamente diferente de zero. Portanto, não há
evidências de que o nível de conhecimento financeiro dos alunos varia de acordo com
a renda pessoa. Estas variações podem serem analisadas no quadro 20.
H1b: O nível de conhecimento financeiro dos alunos varia dependendo do seu
nível de renda pessoal;
Os resultados não apontam a coerência conforme analisada em estudos que
sinalizam que ter uma boa educação aumenta consideravelmente a probabilidade de
pessoas encontrarem emprego e terem renda suficiente, consequentemente aumenta
a chance de essas pessoas conseguirem gerir a sua renda em busca de qualidade de
vida (OCDE, 2015). O conhecimento financeiro voltado para a sociedade e esforços
educacionais que focalizados podem desenvolver uma capacidade imediata e de
longo prazo nos assuntos educacionais para tomar boas decisões financeiras que irão
77
beneficiar o seu próprio bem-estar econômico ao mesmo tempo em fornecer correta
e estímulos positivos para a economia agregada (ROSACKER; ROSACKER, 2015).
4.3.3 Conhecimento financeiro entre os semestres letivos
Nesta seção utilizou-se o teste ANOVA one way para avaliar se o nível médio
de conhecimento financeiro difere entre os semestres letivos dos cursos Ciências
Econômicas, Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Comércio Exterior.
4.3.3.1 Curso de Ciências Econômicas
Levando em consideração que o número de observações da amostra é superior
a 50 (n=709), que a média é aproximada da mediana, e que o coeficiente de assimetria
e a medida de curtose estão próximas de zero, pode-se concluir que os dados das
seis amostras possuem distribuição aproximadamente normal.
Quadro 21 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por semestre letivo em Economia
Semestre letivo em Economia
Média Mediana Assimetria Curtose
1o semestre 4,38 4,00 -0,080 -1,122
2o semestre 5,52 5,00 0,235 -0,679
3o semestre 6,96 8,00 -1,255 2,219
4o semestre 7,68 7,50 0,384 0,195
5o semestre 5,85 6,00 0,194 -0,66
6o semestre 7,45 8,00 -0,128 -0,688
Fonte: elaborado pelo autor
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,661 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
78
Tabela 5 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Economia
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Nível de conhecimento
financeiro
Com base em média ,651 5 138 ,661
Com base em mediana ,648 5 138 ,664
Com base em mediana e com df ajustado
,648 5 126,866 ,664
Com base em mediana aparada
,676 5 138 ,642
Fonte: elaborado pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste ANOVA One Way, resultados obtidos são apresentados na tabela 6.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,000 < 0,05, portanto
rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de conhecimento financeiro entre os
semestres letivos do curso de Economia são diferentes.
Tabela 6 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Economia
Soma dos Quadrados
df Quadrado Médio
Z Sig.
Entre grupos 190,100 5 38,020 5,806 ,000
Nos grupos 903,650 138 6,548
Total 1093,750 143
Fonte: elaborado pelo autor
Para comparar as múltiplas médias foi utilizado o teste de Bonferroni. Os testes
de comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de
médias são significativamente diferentes.
79
Tabela 7 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Economia
(I) Semestre que o respondente cursa
Diferença média (I-J)
Erro Padrão
Sig.
Intervalo de Confiança 95%
Limite inferior
Limite superior
1o semestre
2o semestre -1,138 ,745 1,000 -3,36 1,09
3o semestre -2,576* ,772 ,016 -4,88 -,27
4o semestre -3,301* ,781 ,001 -5,63 -,97
5o semestre -1,469 ,800 1,000 -3,86 ,92
6o semestre -3,071* ,723 ,001 -5,23 -,91
2o semestre
3o semestre -1,438 ,726 ,745 -3,61 ,73
4o semestre -2,163 ,735 ,057 -4,36 ,03
5o semestre -,331 ,755 1,000 -2,59 1,92
6o semestre -1,933 ,674 ,071 -3,95 ,08
3o semestre
4o semestre -,725 ,763 1,000 -3,00 1,55
5o semestre 1,107 ,782 1,000 -1,23 3,44
6o semestre -,495 ,704 1,000 -2,60 1,61
4o semestre 5o semestre 1,832 ,791 ,330 -,53 4,19
6o semestre ,230 ,713 1,000 -1,90 2,36
5o semestre 6o semestre -1,602 ,734 ,462 -3,79 ,59
* A diferença média é significativa no nível 0.05. Fonte: elaborado pelo autor
Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada uma tabela
para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o
valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode
rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro dos alunos que
cursam o 1º semestre de Economia (4,38) é igual ao nível médio de conhecimento
financeiro dos alunos que cursam o 2º semestre de Economia (5,52).
80
Tabela 8 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Economia
Comparando as médias do curso de Economia entre:
Valor-p
Nível de significância
Rejeita Ho? As médias
são
1o semestre (4,38) 2o semestre (5,52) 1,000 > 0,05 não iguais
1o semestre (4,38) 3o semestre (6,96) 0,016 < 0,05 sim diferentes
1o semestre (4,38) 4o semestre (7,68) 0,001 < 0,05 sim diferentes
1o semestre (4,38) 5o semestre (5,85) 1,000 > 0,05 não iguais
1o semestre (4,38) 6o semestre (7,45) 0,001 < 0,05 sim diferentes
2o semestre (5,52) 3o semestre (6,96) 0,745 > 0,05 não iguais
2o semestre (5,52) 4o semestre (7,68) 0,057 > 0,05 não iguais
2o semestre (5,52) 5o semestre (5,85) 1,000 > 0,05 não iguais
2o semestre (5,52) 6o semestre (7,45) 0,071 > 0,05 não iguais
3o semestre (6,96) 4o semestre (7,68) 1,000 > 0,05 não iguais
3o semestre (6,96) 5o semestre (5,85) 1,000 > 0,05 não iguais
3o semestre (6,96) 6o semestre (7,45) 1,000 > 0,05 não iguais
4o semestre (7,68) 5o semestre (5,85) 0,330 > 0,05 não iguais
4o semestre (7,68) 6o semestre (7,45) 1,000 > 0,05 não iguais
5o semestre (5,85) 6o semestre (7,45) 0,462 > 0,05 não iguais
Fonte: elaborado pelo autor
Conclui-se que a partir do 3º semestre do curso de economia não se apresenta
mais acréscimo do nível médio de conhecimento financeiro.
Quadro 22 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por semestre letivo do curso de Economia
Qual o semestre que você está cursando em Economia?
Média Desvio padrão
Coeficiente de variação
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente possui?
1o semestre 4,38 2,44 0,56
2o semestre 5,52 2,98 0,54
3o semestre 6,96 2,36 0,34
4o semestre 7,68 2,23 0,29
5o semestre 5,85 2,43 0,42
6o semestre 7,45 2,67 0,36
Fonte: elaborado pelo autor
81
4.3.3.2 Curso de Ciências Contábeis
Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,
uma forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se a
média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de curtose
estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na figura a seguir, os três
pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente distribuídos
nas seis amostras.
Quadro 23 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis
Semestre letivo em Ciências Contábeis
Média Mediana Assimetria Curtose
1o semestre 6,80 8,00 -0,451 -1,237
2o semestre 6,80 7,00 0,274 -0,337
3o semestre 7,33 7,00 -0,089 0,21
4o semestre 5,48 6,00 -0,673 -0,44
5o semestre 4,83 5,00 -0,051 -0,578
6o semestre 5,56 6,00 0,006 -0,863
Fonte: elaborado pelo autor
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,622 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
Tabela 9 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Ciências Contábeis
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Nível de conhecimento
financeiro
Com base em média ,704 5 143 ,622
Com base em mediana ,645 5 143 ,665
Com base em mediana e com df ajustado
,645 5 134,096 ,665
Com base em mediana aparada
,653 5 143 ,660
Fonte: elaborado pelo autor
82
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, realizou-
se o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância temos
que 0,037 < 0,05, portanto rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de
conhecimento financeiro entre os semestres letivos do curso de Ciências Contábeis
são diferentes.
Tabela 10 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis
Soma dos Quadrados
df Quadrado Médio
Z Sig.
Entre grupos 92,894 5 18,579 2,444 ,037
Nos grupos 1086,999 143 6,548
Total 1179,893 148
Fonte: elaborado pelo autor
Para comparar múltiplas médias será utilizado o teste de DMS. Os testes de
comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de médias
são significativamente diferentes.
Tabela 11 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Ciências Contábeis
(I) Semestre que o respondente cursa
Diferença média (I-J)
Erro Padrão
Sig.
Intervalo de Confiança 95%
Limite inferior
Limite superior
1o semestre
2o semestre 0,000 1,007 1,000 -1,99 1,99
3o semestre -,533 1,126 ,636 -2,76 1,69
4o semestre 1,324 1,059 ,213 -,77 3,42
5o semestre 1,967 1,087 ,073 -,18 4,12
6o semestre 1,236 ,948 ,194 -,64 3,11
2o semestre
3o semestre -,533 ,872 ,542 -2,26 1,19
4o semestre 1,324 ,784 ,094 -,23 2,87
5o semestre 1,967* ,822 ,018 ,34 3,59
6o semestre 1,236 ,626 ,050 ,00 2,47
3o semestre
4o semestre 1,857* ,932 ,048 ,01 3,70
5o semestre 2,500* ,964 ,010 ,59 4,41
6o semestre 1,770* ,803 ,029 ,18 3,36
4o semestre 5o semestre ,643 ,886 ,469 -1,11 2,39
6o semestre -,087 ,707 ,902 -1,49 1,31
5o semestre 6o semestre -,730 ,749 ,331 -2,21 ,75
* A diferença média é significativa no nível 0.05.
Fonte: elaborado pelo autor
83
Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada uma tabela
para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o
valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode
rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro dos alunos que
cursam o 1º semestre de Ciências Contábeis (6,8) é igual ao nível médio de
conhecimento financeiro dos alunos que cursam o 2º semestre de Ciências Contábeis
(6,8).
Tabela 12 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Ciências Contábeis
Comparando as médias do curso de Ciências Contábeis entre:
Valor-p
Nível de significância
Rejeita Ho? As médias
são
1o semestre (6,8) 2o semestre (6,8) 1,000 > 0,05 não iguais
1o semestre (6,8) 3o semestre (7,33) 0,636 > 0,05 não iguais
1o semestre (6,8) 4o semestre (5,48) 0,213 > 0,05 não iguais
1o semestre (6,8) 5o semestre (4,83) 0,073 > 0,05 não iguais
1o semestre (6,8) 6o semestre (5,56) 0,194 > 0,05 não iguais
2o semestre (6,8) 3o semestre (7,33) 0,542 > 0,05 não iguais
2o semestre (6,8) 4o semestre (5,48) 0,094 > 0,05 não iguais
2o semestre (6,8) 5o semestre (4,83) 0,018 < 0,05 sim diferentes
2o semestre (6,8) 6o semestre (5,56) 0,050 > 0,05 não iguais
3o semestre (7,33) 4o semestre (5,48) 0,048 < 0,05 sim diferentes
3o semestre (7,33) 5o semestre (4,83) 0,010 < 0,05 sim diferentes
3o semestre (7,33) 6o semestre (5,56) 0,029 < 0,05 sim diferentes
4o semestre (5,48) 5o semestre (4,83) 0,469 > 0,05 não iguais
4o semestre (5,48) 6o semestre (5,56) 0,902 > 0,05 não iguais
5o semestre (4,83) 6o semestre (5,56) 0,331 > 0,05 não iguais
Fonte: elaborado pelo autor
Observa-se que somente o nível de conhecimento no 3º semestre é superior
aos demais semestres, demonstrando que no geral não há incremento significativo do
nível médio de conhecimento financeiro ao longo do curso de Ciências Contábeis.
Inclusive, pode-se explicar o melhor desempenho no 3º semestre em virtude de a
disciplina de Matemática Financeira ser ministrada no 2º semestre.
84
Quadro 24 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de
variação por semestre letivo do curso de Ciências Contábeis
Qual o semestre que você está cursando em Ciências Contábeis?
Média Desvio padrão
Coeficiente de variação
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente possui?
1o semestre 6,80 3,62 0,53
2o semestre 6,80 2,85 0,42
3o semestre 7,33 2,50 0,34
4o semestre 5,48 2,82 0,51
5o semestre 4,83 2,66 0,55
6o semestre 5,56 2,61 0,47
Fonte: elaborado pelo autor
4.3.3.3 Curso de Administração de Empresas
Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,
uma outra forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se
a média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de
curtose estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na figura a seguir,
os três pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente
distribuídos nas seis amostras.
Quadro 25 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas
Semestre letivo em Administração de Empresas
Média Mediana Assimetria Curtose
1o semestre 4,11 4,00 0,239 -0,285
2o semestre 4,09 4,00 -0,158 -0,241
3o semestre 4,74 5,00 0,271 -0,177
4o semestre 6,00 6,00 0,895 1,113
5o semestre 5,32 5,00 -0,193 -0,556
6o semestre 5,41 5,50 0,002 -0,983
Fonte: elaborado pelo autor
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,075 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
85
Tabela 13 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Administração de
Empresas
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Nível de conhecimento
financeiro
Com base em média 2,030 5 271 ,075
Com base em mediana 1,965 5 271 ,084
Com base em mediana e com df ajustado
1,965 5 268,780 ,084
Com base em mediana aparada
2,001 5 271 ,079
Fonte: elaborado pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância
temos que 0,001 < 0,05, portanto rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de
conhecimento financeiro entre os semestres letivos do curso de Administração de
Empresas são diferentes.
Tabela 14 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas
Soma dos Quadrados
df Quadrado Médio
Z Sig.
Entre grupos 119,974 5 23,995 4,215 ,001
Nos grupos 1542,553 271 5,692
Total 1662,527 276
Fonte: elaborado pelo autor
Para comparar múltiplas médias será utilizado o teste de Bonferroni. Os testes
de comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de
médias são significativamente diferentes.
86
Tabela 15 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Administração de Empresas
(I) Semestre que o respondente cursa
Diferença média (I-J)
Erro Padrão
Sig.
Intervalo de Confiança 95%
Limite inferior
Limite superior
1o semestre
2o semestre ,019 ,408 1,000 -1,19 1,23
3o semestre -,633 ,460 1,000 -1,99 ,73
4o semestre -1,889* ,592 ,024 -3,64 -,14
5o semestre -1,207 ,581 ,581 -2,93 ,51
6o semestre -1,296* ,429 ,042 -2,57 -,02
2o semestre
3o semestre -,652 ,469 1,000 -2,04 ,74
4o semestre -1,908* ,599 ,024 -3,68 -,13
5o semestre -1,226 ,588 ,573 -2,97 ,52
6o semestre -1,315* ,439 ,045 -2,62 -,01
3o semestre
4o semestre -1,256 ,635 ,736 -3,14 ,63
5o semestre -,574 ,625 1,000 -2,43 1,28
6o semestre -,663 ,488 1,000 -2,11 ,78
4o semestre 5o semestre ,682 ,728 1,000 -1,47 2,84
6o semestre ,593 ,614 1,000 -1,22 2,41
5o semestre 6o semestre -,089 ,603 1,000 -1,88 1,70
* A diferença média é significativa no nível 0.05.
Fonte: elaborado pelo autor
Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada um quadro
para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o
valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode
rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro dos alunos que
cursam o 1º semestre de Administração de Empresas (4,11) é igual ao nível médio de
conhecimento financeiro dos alunos que cursam o 2º semestre de Administração de
Empresas (4,09).
87
Tabela 16 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Administração de Empresas
Comparando as médias do curso de Administração de Empresas entre:
Valor-p
Nível de significância
Rejeita Ho? As médias
são
1o semestre (4,11) 2o semestre (4,09) 1,000 > 0,05 não iguais
1o semestre (4,11) 3o semestre (4,74) 1,000 > 0,05 não iguais
1o semestre (4,11) 4o semestre (6,00) 0,024 < 0,05 sim diferentes
1o semestre (4,11) 5o semestre (5,32) 0,581 > 0,05 não iguais
1o semestre (4,11) 6o semestre (5,41) 0,042 < 0,05 sim diferentes
2o semestre (4,09) 3o semestre (4,74) 1,000 > 0,05 não iguais
2o semestre (4,09) 4o semestre (6,00) 0,024 < 0,05 sim diferentes
2o semestre (4,09) 5o semestre (5,32) 0,573 > 0,05 não iguais
2o semestre (4,09) 6o semestre (5,41) 0,045 < 0,05 sim diferentes
3o semestre (4,74) 4o semestre (6,00) 0,736 > 0,05 não iguais
3o semestre (4,74) 5o semestre (5,32) 1,000 > 0,05 não iguais
3o semestre (4,74) 6o semestre (5,41) 1,000 > 0,05 não iguais
4o semestre (6,00) 5o semestre (5,32) 1,000 > 0,05 não iguais
4o semestre (6,00) 6o semestre (5,41) 1,000 > 0,05 não iguais
5o semestre (5,32) 6o semestre (5,41) 1,000 > 0,05 não iguais
Fonte: elaborado pelo autor
Observa-se que o 4º semestre apresenta a maior média (6,0) de nível de
conhecimento financeiro. Um dos fatores explicativos é que no 3º semestre os alunos
têm a disciplina de Matemática Financeira e no 4º semestre cursarem a disciplina de
Mercados Financeiros. A média do 6º semestre é a segunda maior e um fator
explicativo é o aluno cursar a disciplina de Gestão Financeira.
88
Quadro 26 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por semestre letivo do curso de Administração de Empresas
Qual o semestre que você está cursando em Administração de Empresas?
Média Desvio padrão
Coeficiente de variação
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente possui?
1o semestre 4,11 2,32 0,56
2o semestre 4,09 2,19 0,54
3o semestre 4,74 2,44 0,51
4o semestre 6,00 1,95 0,32
5o semestre 5,32 2,46 0,46
6o semestre 5,41 2,75 0,51
Fonte: elaborado pelo autor
4.3.3.4 Curso de Comercio Exterior
Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,
uma outra forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se
a média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de
curtose estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na figura a seguir,
os três pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente
distribuídos nas seis amostras.
Quadro 27 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por semestre letivo em Comércio Exterior
Semestre letivo em Comércio Exterior
Média Mediana Assimetria Curtose
1o semestre 3,41 3,00 0,000 -1,246
2o semestre 4,75 4,00 0,277 -1,033
3o semestre 5,50 5,50 -0,286 -1,200
4o semestre 5,34 5,00 -0,128 -0,647
5o semestre 4,72 5,00 0,108 -0,072
6o semestre 4,75 4,50 0,576 -0,340
Fonte: elaborado pelo autor
89
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,211 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
Tabela 17 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por semestre letivo no curso de Comércio Exterior
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Nível de conhecimento
financeiro
Com base em média 1,449 5 133 ,211
Com base em mediana 1,298 5 133 ,268
Com base em mediana e com df ajustado
1,298 5 122,971 ,269
Com base em mediana aparada
1,428 5 133 ,218
Fonte: elaborado pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância
temos que 0,150 > 0,05, portanto não se pode rejeitar Ho e conclui-se que os níveis
médios de conhecimento financeiro entre os semestres letivos do curso de Comércio
Exterior são iguais.
Tabela 18 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por semestre letivo em Comércio Exterior
Soma dos Quadrados
df Quadrado Médio
Z Sig.
Entre grupos 47,421 5 9,484 1,653 ,150
Nos grupos 763,212 133 5,738
Total 810,633 138
Fonte: elaborado pelo autor
90
Quadro 28 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por semestre letivo do curso de Comércio Exterior
Qual o semestre que você está cursando em Comércio Exterior?
Média Desvio padrão
Coeficiente de variação
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente possui?
1o semestre 3,41 1,91 0,56
2o semestre 4,75 2,69 0,57
3o semestre 5,50 3,18 0,58
4o semestre 5,34 2,13 0,40
5o semestre 4,72 2,15 0,46
6o semestre 4,75 2,54 0,53
Fonte: elaborado pelo autor
Pode-se ver no quadro 28 que o nível médio de conhecimento financeiro se
altera positivamente do primeiro semestre até o terceiro semestre, do quarto semestre
ao último semestre, não há um padrão de elevação, mas percebe-se uma elevação
significativa entre o primeiro semestre, cujo nível é menor do que o sexto semestre.
Desta forma, não se pode rejeitar a hipótese H2
H2. O nível de literácia financeira se altera à medida em aumenta o nível de
educação financeira (evoluem no curso de graduação).
As diferenças encontradas entre no nível de conhecimento financeiro
considerando-se os diferentes semestres não é conclusiva, porque os cursos têm
grades de disciplinas diferentes; logo, a apresentação das disciplinas relacionadas à
educação financeira (e, portanto, ao conhecimento financeiro) não pode ser
comparada por semestre, mas sim pelo total das respostas dos alunos dos diferentes
cursos.
Neste estudo entendeu-se que cursar disciplinas da área de finanças seria uma
proxie de educação financeira e conforme levantamento do referencial teórico
abordado neste estudo, com estes resultados chama-se a atenção há maiores
oportunidades existem para educadores e instituições de ensino para desempenhar
um papel importante no debate, como também a identificação final e implementação
de uma solução eficaz, eficiente e oportuna para resolver esta questão fundamental
da educação e alfabetização financeira. (ROSACKER; ROSACKER, 2015).
91
4.3.4 Conhecimento financeiro entre os cursos
Para verificar se os níveis médios de conhecimento financeiro são iguais entre
os cursos utilizou-se o teste ANOVA One Way. O primeiro passo foi analisar se os
dados das quatro amostras são normalmente distribuídos. Levando em consideração
que o número de observações da amostra é superior a 50, que a média é próxima da
mediana, e que a assimetria e a curtose estão próximas de zero, pode-se concluir que
os dados são normalmente distribuídos (quadro 29).
Quadro 29 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro por curso
Curso Média Mediana Assimetria Curtose
Economia 6,38 6,00 -0,135 -0,452
Ciências Contábeis 5,97 6,00 -0,380 -0,518
Administração de Empresas 4,70 5,00 0,140 -0,385
Comércio Exterior 4,77 5,00 0,224 -0,661
Fonte: elaborado pelo autor
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,149 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
Tabela 19 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por curso
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente
possui?
Com base em média 1,783 3 705 ,149
Com base em mediana 1,795 3 705 ,147
Com base em mediana e com df ajustado
1,795 3 691,272 ,147
Com base em mediana aparada
1,758 3 705 ,154
Fonte: elaborado pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância
92
temos que 0,000 < 0,05, portanto rejeita-se Ho e conclui-se que os níveis médios de
conhecimento financeiro entre os cursos são diferentes.
Tabela 20 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por curso
Soma dos Quadrados
df Quadrado Médio
Z Sig.
Entre grupos 373,519 3 124,506 18,492 ,000
Nos grupos 4746,803 705 6,733
Total 5120,322 708
Fonte: elaborado pelo autor
Para comparar múltiplas médias será utilizado o teste de Bonferroni. Os testes
de comparação de múltiplas médias têm como objetivo determinar quais pares de
médias são significativamente diferentes.
Tabela 21 - Teste Post Hoc para nível médio de conhecimento financeiro por curso
(I) Qual o curso?
(J) Qual o curso?
Diferença média (I-J)
Erro Padrão
Sig.
Intervalo de Confiança 95%
Limite inferior
Limite superior
Ciências Econômicas
Ciências Contábeis ,402 ,303 1,000 -,40 1,20
Administração de Empresas 1,678* ,267 ,000 ,97 2,38
Comércio Exterior 1,605* ,309 ,000 ,79 2,42
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas -,402 ,303 1,000 -1,20 ,40
Administração de Empresas 1,276* ,264 ,000 ,58 1,97
Comércio Exterior 1,203* ,306 ,001 ,39 2,01
Administração de Empresas
Ciências Econômicas -1,678* ,267 ,000 -2,38 -,97
Ciências Contábeis -1,276* ,264 ,000 -1,97 -,58
Comércio Exterior -,073 ,270 1,000 -,79 ,64
Comércio Exterior
Ciências Econômicas 1,605* ,309 ,000 -2,42 -,79
Ciências Contábeis 1,203* ,306 ,001 -2,01 -,39
Administração de Empresas ,073 ,270 1,000 -,64 ,79
* A diferença média é significativa no nível 0.05.
Fonte: elaborado pelo autor
93
Quadro 30 - Nível médio de conhecimento financeiro por curso
Qual o curso? Média Desvio padrão
Coeficiente de variação
Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente
possui?
Ciências Econômicas 6,38 2,77 0,43
Ciências Contábeis 5,97 2,82 0,47
Administração de Empresas 4,70 2,45 0,52
Comércio Exterior 4,77 2,42 0,51
Fonte: elaborado pelo autor
Devido à grande quantidade de testes de hipótese foi elaborada uma tabela
para facilitar na visualização dos resultados. Lê-se da seguinte forma: comparando o
valor-p com o nível de significância, tem-se que 1,000 > 0,05, portanto, não se pode
rejeitar Ho e conclui-se que o nível médio de conhecimento financeiro do curso de
Ciências Econômicas (6,38) é igual ao nível médio de conhecimento financeiro do
curso de Ciências Contábeis (5,97).
Quadro 31 - Comparação do nível médio de conhecimento financeiro por curso
Comparando as médias de: Valor-p
Nível de significância
Rejeita Ho? As médias
são
Ciências Econômicas (6,38)
Ciências Contábeis (5,97)
1,000 > 0,05 não iguais
Ciências Econômicas (6,38)
Administração de Empresas (4,70)
0,000 < 0,05 sim diferentes
Ciências Econômicas (6,38)
Comércio Exterior (4,77)
0,000 < 0,05 sim diferentes
Ciências Contábeis (5,97)
Administração de Empresas (4,70)
0,000 < 0,05 sim diferentes
Ciências Contábeis (5,97)
Comércio Exterior (4,77)
0,001 < 0,05 sim diferentes
Administração de Empresas (4,70)
Comércio Exterior (4,77)
1,000 > 0,05 não iguais
Fonte: elaborado pelo autor
Isso significa dizer que:
1) O nível de conhecimento financeiro para os graduandos dos cursos de
Economia e Ciências Contábeis são iguais;
2) O nível de conhecimento financeiro para os graduandos dos cursos de
Administração e Comércio Exterior são iguais;
94
3) O nível de conhecimento financeiro dos graduandos dos cursos de
Economia e Ciências Contábeis é superior ao nível de conhecimento
financeiro dos cursos de Administração de Empresas e Comércio Exterior.
Neste estudo entendeu-se que cursar disciplinas da área de finanças seria uma
proxie de educação financeira. Os resultados estão de acordo com dados da OCDE
(2015) que mostram que a educação financeira tem uma grande importância na
medida em que permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos para que
possam tomar decisões acertadas e fazer uma boa gestão de suas finanças pessoais.
Porém, em concordância com o apontado no capitulo de referencial teórico,
pode-se afirmar que, de fato, no Brasil ainda se precisa entender a dimensão da
importância de se ter esse sistema educacional bem desenvolvido (METTE E MATOS,
2015), esse sistema deveria incluir disciplinas ligadas à literácia financeira desde o
ensino fundamental.
Com este resultado por curso não se pode rejeitar a H3 porque há
H3. O nível de conhecimento financeiro se altera dependendo do curso no
qual o aluno está matriculado.
4.3.5 Conhecimento financeiro em relação ao endividamento
Nesta seção foram aplicados dois testes:
• O T Student para verificar se os níveis médios de conhecimento financeiro
são iguais entre os respondentes que tem ou não tem contratos de crédito;
• O teste ANOVA One Way para verificar se os níveis médios de
conhecimento financeiro são iguais entre os níveis de endividamento.
Para realizar os testes de hipótese é necessário verificar se os pré-requisitos
de normalidade dos dados e homogeneidade das variâncias são atendidos.
Analisando os dados disponíveis na figura a seguir, observa-se que a média é
próxima da mediana, e a assimetria e a curtose são próximas de zero, podendo afirmar
que os dados das duas amostras possuem distribuição aproximadamente normal.
95
Quadro 32 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento
financeiro pela existência ou não de contrato de crédito
Contrato de Crédito Média Mediana Assimetria Curtose
Não possui contrato de crédito 5,80 6,00 0,163 -0,555
Possui contrato de crédito 5,28 5,00 0,130 -0,498
Fonte: elaborado pelo autor
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,482 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
Tabela 22 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de
conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Qual o nível de conhecimento
financeiro?
Com base em média ,496 1 707 ,482
Com base em mediana ,378 1 707 ,539
Com base em mediana e com df ajustado
,378 1 705,439 ,539
Com base em mediana aparada
,558 1 707 ,455
Fonte: elaborado pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste T Student para duas amostras independentes. Comparando o valor-
P com o nível de significância temos que 0,149 > 0,05, portanto não se rejeita Ho e
conclui-se que os níveis médios de conhecimento financeiro entre os respondentes
que possuem e os que não possuem contrato de crédito são iguais.
96
Tabela 23 - Teste T Student (amostras independentes) para nível médio de conhecimento financeiro por existência ou não de contrato de crédito
Teste-t para Igualdade de Médias
t df Sig.
(2 extremidades)
Diferença média
Erro padrão
de diferença
95% Intervalo de Confiança da
Diferença
Inferior Superior
Qual o nível de conhecimento financeiro?
Variâncias iguais assumidas
1,446 707 ,149 ,524 ,363 -,188 1,236
Variâncias iguais não assumidas
1,359 68,741 ,179 ,524 ,386 -,245 1,294
Fonte: elaborado pelo autor
Quadro 33 - Nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por existência ou não de contrato de crédito
Contrato de Crédito Média Desvio padrão
Coeficiente de variação
Qual o nível de conhecimento financeiro que o respondente possui?
Não possui contrato de crédito
5,80 2,88 0,56
Possui contrato de crédito 5,28 2,67 0,53
Fonte: elaborado pelo autor
No teste ANOVA One Way será avaliado se o nível médio de conhecimento
financeiro difere de acordo com o nível de comprometimento da renda com contratos
de crédito. Os percentuais de comprometimento são: 10%, 20%, 30%, 40%, 50%,
60%, 70%, 80%, 90% e 100
Levando em consideração que a distribuição normal é simétrica e unimodal,
uma outra forma de verificar se os dados possuem distribuição normal é observar se
a média coincide com a mediana; e se o coeficiente de assimetria e a medida de
curtose estão próximos de zero. Analisando os dados disponíveis na tabela 24, os três
pré-requisitos são atendidos, concluindo que os dados são normalmente distribuídos
nas dez amostras.
97
Tabela 24 - Média, mediana, assimetria e curtose do nível de conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito
Comprometimento da renda com contrato
de crédito Média Mediana Assimetria Curtose
10% 5,56 5,00 0,313 -0,365
20% 5,27 5,00 -0,036 -0,573
30% 5,48 6,00 0,258 -0,487
40% 4,95 6,00 0,080 -0,450
50% 5,36 5,00 0,038 -0,982
60% 5,48 5,50 -0,030 -0,679
70% 5,04 5,00 0,338 -0,243
80% 4,86 4,00 0,999 0,402
90% 5,14 6,00 -0,043 -2,318
100% 5,81 6,00 0,075 -0,585
Fonte: elaborado pelo autor
Para verificar se as variâncias são homogêneas utilizou-se o teste de Levene.
Comparando o valor-P com o nível de significância temos que 0,137 > 0,05 não
rejeitando Ho e concluindo que as variâncias são homogêneas.
Tabela 25 - Teste de homogeneidade das variâncias para amostras com o nível de conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de
crédito
Estatística de Levene
df1 df2 Sig.
Nível de conhecimento
financeiro
Com base em média 1,521 9 554 ,137
Com base em mediana 1,422 9 554 ,175
Com base em mediana e com df ajustado
1,422 9 523,504 ,175
Com base em mediana aparada
1,551 9 554 ,127
Fonte: elaborado pelo autor
Levando em consideração que os dois pré-requisitos foram atendidos, será
realizado o teste ANOVA One Way. Comparando o valor-P com o nível de significância
temos que 0,902 > 0,05, portanto não se pode rejeitar Ho e conclui-se que os níveis
médios de conhecimento financeiro entre os níveis de comprometimento da renda
com contrato de crédito são iguais.
98
Tabela 26 - Teste ANOVA One Way para nível médio de conhecimento financeiro por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito
Soma dos Quadrados
df Quadrado Médio
Z Sig.
Entre grupos 29,919 9 3,324 ,459 ,902
Nos grupos 4009,746 554 7,238
Total 4039,665 563
Fonte: elaborado pelo autor
Tabela 27 - nível médio de conhecimento financeiro, desvio padrão e coeficiente de variação por nível de comprometimento da renda com contrato de crédito
Comprometimento da renda com contrato de crédito
Média Desvio padrão
Coeficiente de variação
Qual o nível de conhecimento
financeiro que o respondente
possui?
10% 5,56 2,17 0,39
20% 5,27 2,43 0,46
30% 5,48 2,99 0,55
40% 4,95 2,71 0,55
50% 5,36 2,74 0,51
60% 5,48 2,65 0,48
70% 5,04 2,90 0,58
80% 4,86 2,41 0,50
90% 5,14 3,08 0,60
100% 5,81 3,06 0,53
Fonte: elaborado pelo autor
Analisando os resultados obtidos, o nível de endividamento não é influenciado
pelo nível médio de conhecimento financeiro. Desta forma, rejeita-se H4.
H4 (O nível de endividamento do sujeito se relaciona com o seu nível de
conhecimento financeiro)
Cabe salientar que a literácia financeira é um conjunto de conhecimentos e
competências necessárias para as pessoas se protegerem financeiramente e
comportarem de forma ativa no mercado de produtos e serviços financeiros. Cidadãos
financeiramente alfabetizados são bem versados em questões de moeda e preços, e
são capazes de gerir o seu orçamento pessoal responsável. As finanças são parte
importante da vida cotidiana, sendo a melhor maneira de prevenir o sobre
endividamento (TOMÁSKOVÁ, 2011).
99
Cabe ressaltar que a amostra é composta por alunos jovens com idade média
22 anos e quanto ao número de operações de credito dos alunos se observa que a
propensão do endividamento dos alunos no curto prazo, através de contratos com
cartão de crédito e cartão de debito/cheque especial, podendo talvez serem
explicadas por buscas de milhas para utilizações no futuro.
Das 1.322 alternativas assinaladas, entre homens e mulheres 1174 (88,8%)
são de contratos de crédito de curto prazo e 148 (11,2%) são de contratos de crédito
de longo prazo, porém conforme estudos apontados no referencial teórico deste
estudo por Gathergood (2012) que afirmou que estes consumidores que usam o
crédito de maneira mais impulsiva e com valores maiores, daqueles que possuem um
maior autocontrole sendo estes os principais itens para um superendividamento
individual e que a falta de conhecimento financeiro e baixa educação financeira
relacionadas a falta do autocontrole possuem correlação positiva com a falta de
pagamento de cartões de crédito, resultando em um endividamento. O resultado obtido chama-se a atenção quanto a má administração do dinheiro
(13,5%) e a falta de planejamento (13,1%). Estas duas razões podem ser classificadas
como uma só, pois a má administração financeira é consequência da falta de
planejamento. Desta forma, a principal razão se constitui na falta de planejamento
correspondendo a 26,6% (13,5% + 13,1%) das razões apontadas. Analisando por
gênero, observa-se que um percentual maior do gênero feminino
(16,8%+14,6%=31,4%), comparado ao masculino (10,9%+12,1%=23,0%), considera
a má administração/falta de planejamento como razão da obtenção do crédito.
Cameron (2014) sinaliza quanto à falta de entendimento financeiro tenha sido
como um fator que contribui para poupança insuficiente e para as crises econômicas,
as consequências potencialmente graves de baixa literácia financeira, apresentado no
referencial teórico deste estudo, alerta sobre o entendimento principalmente entre os
jovens sobre os fatores associados com literácia financeira sob configurações atuais
do programa educacional é um primeiro passo importante no desenvolvimento
adequado de materiais educativos.
100
4.4 Conhecimento econômico
Sobre o conhecimento econômico o construto foi realizado com uma descrição
de dois países fictícios na qual o respondente supostamente poderia reconhecer
através de uma descrição apresentada sobre os países (Barprucia) e (Lurânia), se
encontram em recessão ou expansão, com informações como; (renda per capta, IDH,
balança comercial, comércio, etc.) disponível para visualização Apêndice A – proposta
de pesquisa.
Tendo em vista que em momentos de instabilidade econômica, ter uma
população bem instruída financeiramente é essencial para o bem-estar
socioeconômico do país. A educação possui um papel extremamente importante em
fornecer às pessoas o conhecimento, as habilidades e as competências necessárias
para uma participação efetiva na sociedade como também na economia.
Com objetivo em observar o conhecimento econômico do gênero e analisar se
os alunos da área de negócios possuem conhecimento economia que supostamente
pode contribuir para decisões evitando o alto nível de endividamento.
Observou-se na analisada comparando a quantidade de acertos nas variáveis
P48 a P56 quantificando o percentual entre gênero, e constatou-se que em todas as
variáveis corretas do construto as mulheres obtiveram um resultado superior
relacionado aos homens conforme tabela 13.
Os resultados obtidos percebem-se que na variável P48 com a frequência de
175, (feminino) e percentual (63,64%) e frequência 249, (masculino), percentual
(57,37%) é a mais elevada de todas as variáveis. Nota-se também o conhecimento
econômico em torno de 50% aproximadamente, com exceção o item P48 e P54, pois
a alternativa 3 que foi caracterizado (não sei) para os respondentes, apresentam uma
dispersão muito alta na maioria das respostas principalmente para os homens.
Se relacionarmos está evidencia com as respostas que podem serem
analisadas no quadro 9 no que se referente a compras compulsivas, 24%, facilidade
de acesso ao crédito 22,7% e a má administração do dinheiro 14,2% do total da
amostra 709 alunos, fica evidente a preocupação quanto ao futuro dos
endividamentos.
101
Tabela 28 - Estatística descritiva do gênero diante ao conhecimento econômico
Varáveis Alternativas Feminino Percentual Masculino Percentual
P48 O cenário econômico em Lurânia com suas perspectivas na parte fiscal
demonstra eficiência do setor público em agir conforme o necessário, conforme os
resultados apresentados.
1 175 63,64 249 57,37
2 50 18,18 64 14,75
3 50 18,18 121 27,88
Total 275 100 434 100
P49 Quando o governo possui superávit público excessivo, é válido esperar que
gerasse inflação interna.
1 103 37,45 149 34,33
2 109 39,64 169 38,94
3 63 22,91 116 26,73
Total 275 100 434 100
P50 As ações do governo beneficiam a sociedade barpruciana com a ampliação
do mercado consumidor doméstico, tendo em vista o crescimento do
comércio internacional mais competitivo.
1 72 26,18 114 26,27
2 125 45,45 166 38,25
3 78 28,36 154 35,48
Total 275 100 434 100
P51 A taxa de desemprego dos barprucianos de 10,9% pode ser considerada um dos
principais fatores do superávit da balança comercial.
1 65 23,64 120 27,65
2 126 45,82 188 43,32
3 84 30,55 126 29,03
Total 275 100 434 100
P52 A determinação da taxa de juros adotada em Barprucia irá proporcionar para o
indivíduo ou empresa um maior benefício no consumo, investimento produtivo propiciando um maior crescimento
econômico.
1 79 28,73 111 25,58
2 135 49,09 174 40,09
3 61 22,18 149 34,33
Total 275 100 434 100
Varáveis Alternativas Feminino Percentual Masculino Percentual
P53 A concentração de 67,1% dos pequenos negócios e 8,9% no volume de vendas pode sinalizar para os lurânianos uma
estabilidade econômica devido as políticas adotadas.
1 120 43,64 173 39,86
2 66 24,00 107 24,65
3 89 32,36 154 35,48
Total 275 100 434 100
P54 A taxa de juros é o instrumento monetário utilizado pelo BCL (Banco
Central da Lurânia) para manter a inflação sob controle e estimula a
economia ao crescimento.
1 142 51,64 184 42,40
2 63 22,91 107 24,65
3 70 25,45 143 32,95
Total 275 100 434 100
P55 A perspectiva de melhora na parte fiscal em uma economia por parte do governo
pode sinalizar uma oportunidade de contratação de empréstimos de longo
prazo.
1 136 49,45 189 43,55
2 51 18,55 97 22,35
3 88 32,00 148 34,10
Total 275 100 434 100
P56 A estabilização na economia é realizada com a intervenção no comportamento
dos níveis de emprego e de preços, traz mais segurança para os agentes quanto
ao futuro com menos desigualdades sociais.
1 126 45,82 198 45,62
2 52 18,91 82 18,89
3 97 35,27 154 35,48
Total 275 100 434 100
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.
102
Na literatura Huston, (2010) salienta que não podem apresentar
comportamentos ou aumentos previstos no bem-estar financeiro devido a
determinadas influencias como: desvios comportamentais / cognitivas, problemas de
autocontrole, família, pares, econômico, comunidade e institucional, podem afetar
comportamentos financeiros e bem-estar financeiro e enfatiza que uma pessoa que é
alfabetizada financeiramente, ou seja, tem o conhecimento e a capacidade de aplicar
o conhecimento.
Neste sentido o conhecimento econômico pode ser aliado à importância da
educação financeira para prover conhecimentos e informações sobre
comportamentos básicos que contribuem para melhorar a qualidade de vida das
pessoas e de suas comunidades. É também um instrumento para promover o
desenvolvimento econômico.
4.5 Análise do comportamento financeiro
Com a finalidade de mensurar o comportamento financeiro, que se decompõe
em gestão financeira, utilização do crédito, investimento e poupança, consumo
planejado, foi utilizada a medida proposta por Matta (2007), a qual foi desenvolvida
com base nos estudos de Chen e Volpe (1998), Johnson (2001) e Shockey (2002). A
mesma medida com 20 questões fora utilizada Potrich, Vieira e Ceretta (2013) em
seus estudos, porem para este estudo foram acrescentados: V23 - Determino quanto
pouparei do salário antes de gastá-lo, V27 - Planejo os investimentos antes de realizar
os gastos e V36 - Negocio descontos para pagamento à vista, organizada em uma
escala do tipo likert de 5 pontos (1 – discordo totalmente e 5 – concordo totalmente).
O quadro 12 mostra as médias e desvios padrão das variáveis agrupadas por
construtos. Para análise desses indicadores reverteu-se as escalas das questões V22,
V28, V30, V32 e V33, pois os níveis de concordância nesses indicadores representa
baixa literácia financeira, ao inverso do que ocorre com os demais indicadores.
103
Quadro 34 - Médias e desvio padrão das variáveis do comportamento financeiro
Questões Média
Desvio padrão
Gestão Financeira
V17 - Preocupo-me em gerenciar da melhor forma o meu dinheiro 4,62 0,81
V21 - Anoto e controlo meus gastos pessoais 3,36 1,38
V25 - Estabeleço metas financeiras de longo prazo que influenciam na administração de minhas finanças
3,67 1,18
V29 - Sigo um orçamento ou plano de gastos semanal ou mensal 3,10 1,27
V33 - Não fico mais de um mês sem fazer balanço dos meus gastos 3,32 1,37
V37 - Estou satisfeito(a) com o sistema de controle de minhas finanças
3,35 1,26
V39 - Pago minhas contas sem atraso 4,24 1,08
Construto Gestão Financeira 3,66 1,31
Utilização de Crédito
V18 - Consigo identificar os custos que pago ao comprar um produto a crédito
3,94 1,09
V22 - Não tenho utilizado cartões de crédito e cheque especial por possuir dinheiro disponível para as despesas
3,87 1,33
V26 - Ao comprar a prazo, comparo as opções de crédito disponível 3,47 1,27
V30 - Não comprometo mais de 10% da minha renda pessoal com compras a crédito
3,12 1,49
V34 - Sempre pago meu(s) cartão(ões) de crédito na data do vencimento para evitar cobrança de juros
4,11 1,25
V38 - Confiro a fatura do(s) cartão(ões) de crédito para averiguar possíveis erros e cobranças indevidas
3,81 1,32
Construto Utilização de Crédito 3,72 1,34
Investimento e poupança
V19 - Poupo mensalmente 3,73 1,36
V23 - Determino quanto pouparei do salário antes de gastá-lo 3,24 1,37
V27 - Planejo os investimentos antes de realizar os gastos 3,64 1,20
V31 - Poupo visando a compra de um produto mais caro 3,31 1,33
V35 - Possuo uma reserva financeira igual ou maior a três vezes minha renda mensal, que possa ser usada em casos inesperados
2,93 1,51
Construto Investimento e Poupança 3,37 1,39
Consumo Planejado
V20 - Comparo preços ao fazer uma compra 4,10 1,15
V24 - Analiso minhas finanças com profundidade antes de fazer uma grande compra
3,88 1,23
V28 - Não compro por impulso 3,25 1,35
V32 - Prefiro comprar um produto financiado ao invés de juntar dinheiro para comprá-lo à vista
3,74 1,29
V36 - Negocio descontos para pagamento à vista 3,99 1,22
Construto Consumo Planejado 3,79 1,28
Comportamento Financeiro 3,64 1,34
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
104
Ao analisar os construtos do comportamento financeiro que foram compostos
pela média das 23 questões, ou seja, para cada entrevistado foi computada a média
das respostas atribuídas a cada questão da escala, considerando que a escala varia
de um (1) a cinco (5) pontos, em uma escala ascendente, onde 1 equivale a
comportamentos financeiros ruins e 5 corresponde a ótimos comportamentos
financeiros.
Pode-se destacar que as médias dos construtos são próximas, com valores
entre 3,37 e 3,79, indicando um grau médio de comportamento financeiro. A variável
com menor média foi a V35 – 2,93, (Investimento e poupança) relacionada a ter uma
poupança para eventos inesperados. A com maior média foi a V17 – 4,62, (Gestão
financeira) mostrando preocupação com o gerenciamento do dinheiro.
Utilizando-se uma escala somada foram criadas as variáveis Gestão
Financeira, Utilização de Crédito, Investimento e Poupança e Consumo Planejado.
Fez-se então a correlação (Pearson, bi-caudal, alpha: 0,05) entre essas variáveis.
Todas ficaram acima de 0,53 e eram significativas (sig. Menor que 0,05). A menor
correlação foi entre os construtos Investimento e Poupança e Utilização do Crédito
(0,483).
Cabe destacar que o último item do quadro 12, Comportamento financeiro com
média de 3,64 e desvio padrão 1,34, representa a média geral de todos os construtos
relacionados: gestão financeira, utilização do crédito, investimento e poupança,
consumo planejado, caracterizando único para o comportamento financeiro, ou seja,
para validar a existência dessas quatro dimensões foi realizado uma Análise Fatorial
Confirmatória (AFC), na qual se utilizou o software R, que se obteve como resultado
que as dimensões utilizadas por Potrich, Vieira e Ceretta (2013) resultando a
existência de um fator único um modelo unidimensional, podendo ser verificada na
análise multivariada de dados.
4.6 Análise multivariada dos dados
Potrich, Vieira e Ceretta (2013) descrevem o instrumento proposto para
mensurar o comportamento financeiro como tendo quatro dimensões distintas: gestão
financeira, utilização de crédito, investimento e poupança e consumo planejado.
Para validar a existência dessas quatro dimensões fez-se uma Análise Fatorial
Confirmatória (AFC), utilizando-se o software R. No total foram feitas sete análises,
105
três considerando-se a existência das dimensões propostas por Potrich, Vieira e
Ceretta (2013) e quatro considerando-se a existência de um fator único (ou seja, um
modelo unidimensional).
Para análise de ajuste dos modelos que foram estimados foram considerados,
em primeira instância, os seguintes parâmetros: 1) CFI (Comparative Index Fit),
comparando-se o grau de ajuste do modelo estimado com o modelo nulo. Quanto
maior o resultado (mais perto de 1,0), melhor o ajuste do modelo. 2) TLI (Tucker-
Lewis Index), também conhecido como Nonnormed Fit Index (NNFI); combina uma
medida de parcimônia do índice comparativo entre o modelo estimado e o modelo
nulo. O valor recomendado é que seja maior do que 0,90. 3) RMSEA (Root Mean
Square Error of Approximation) avalia os graus de discrepância do modelo,
representando o GFI (Goodness of Fit Index) que poderia ser esperado se o modelo
fosse estimado na população e não apenas na amostra extraída. O limite superior do
intervalo de confiança do modelo estimado deve ser menor do que 0,08 (HAIR,
ANDERSON, TATHAM e BLACK, 1995, p.654-661).
A primeira ACF foi feita com todos os indicadores e considerando-se a
existência de variáveis latentes (23 indicadores, quatro variáveis latentes). A primeira
análise mostrou que o modelo não estava ajustado. O índice comparativo de ajuste
(Comparative Fit Index - CFI) foi de 0,719 e o Tucker-Lewis Index (TLI) foi de 0,682.
Para o RMSEA encontrou-se o valor de 0,08, que seria aceitável (mas no limite).
Ao observar as cargas dos indicadores nas variáveis latentes observou-se que
havia variáveis com cargas baixas (menores do que 0,40) e com sinais negativos.
Também se observou que havia alta correlação entre as variáveis latentes (valores
superiores a 0,90), sugerindo a unidimensionalidade do modelo.
Utilizando-se o modelo com quatro variáveis latentes e 23 indicadores repetiu-
se a AFC mais duas vezes, retirando-se a cada rodada os indicadores com cargas
fatoriais baixas ou com valores negativos. Nessas três análises encontrou-se o
mesmo padrão de resultado encontrado na primeira análise: falta de ajuste do modelo
(CFI, TLI e RMSEA fora dos padrões), cargas fatoriais baixas para alguns indicadores,
cargas negativas de alguns indicadores e alta correlação entre as variáveis latentes.
Na quarta e quinta AFC considerou-se que o modelo fosse unidimensional.
Nessas análises encontrou-se melhor ajuste do que o obtido nas análises anteriores
106
(com variáveis latentes). Todavia, ainda havia indicadores com baixa carga fatorial e
com cargas negativas.
Optou-se então, na sexta e sétima análise, por fazer a AFC utilizando-se, para
estimativa, o padrão WLSMV, que considera que os dados foram coletados em escala
ordinal. A sexta AFC ainda apresentou problema com algumas variáveis, que foram
então retiradas para se fazer a sétima AFC, este modelo (sétimo modelo analisado)
apresentou parâmetros indicando ajuste. Apresenta-se no Quadro 35 as seis
primeiras rodadas de AFC que foram feitas, bem como os parâmetros encontrados
em cada uma delas. A sétima AFC será descrita em detalhe porque apresenta análise
de mais outros parâmetros.
Quadro 35 - Parâmetros das AFC feitas com variáveis latentes
Análises Número de
fatores
Variáveis excluídas
CIF TLI RMSEA Correlação entre VL
Primeira análise 4 Nenhuma 0,719 0,682 0,083 > 0,7
Segunda análise
4 P30 0,761 0,728 0,078 > 0,7
Terceira análise 4 P22, P37 e P19 0,784 0,752 0,077 > 0,7
Quarta análise 1 Nenhuma 0,708 0,678 0,084 Não se aplica
Quinta análise 1 P22, P30, P 34 0,799 0,775 0,075 Não se aplica
Sexta análise Estimativa por
WLSMV
1 P22, P30, P34 0,853 0,836 0,059 Não se aplica
A sétima AFC apresentou ajuste em todos os parâmetros analisados. Como se
obteve uma solução unidimensional pode-se considerar que o Comportamento
Financeiro seja uma variável latente formada por 16 indicadores, conforme Quadro 36
107
Quadro 36 - Indicadores da variável latente Comportamento Financeiro
Variáveis Assertivas
P17 Preocupo-me em gerenciar da melhor forma o meu dinheiro
P18 Consigo identificar os custos que pago ao comprar um produto a crédito
P19 Poupo mensalmente
P20 Comparo preços ao fazer uma compra
P21 Anoto e controlo meus gastos pessoais
P24 Analiso minhas finanças com profundidade antes de fazer uma compra
P25 Estabeleço metas financeiras de longo prazo que influenciam na administração de minhas finanças
P26 Ao comprar a prazo, comparo as opções de crédito disponíveis
P27 Planejo os investimentos antes de realizar os gastos
P29 Sigo um orçamento ou plano de gastos semanal ou mensal
P31 Poupo visando a compra de um produto mais caro (por exemplo, um carro)
P35 Possuo uma reserva financeira igual ou maior a três vezes a minha renda mensal, que possa ser usada em casos inesperados (desemprego, doença, etc.)
P36 Negócio descontos para pagamentos à vista
P37 Estou satisfeito(a) com o sistema de controle de minhas finanças
P38 Confiro a fatura do(s) cartão (ões0 de crédito para averiguar possíveis erros e cobranças indevidas
P39 Pago minhas contas sem atraso
O Quadro 37 mostra os parâmetros obtidos na sétima AFC com os 16
indicadores apresentados no Quadro CCC.
Quadro 37 - Parâmetros da sétima AFC, unidimensional, 16 indicadores
GFI AGFI CIF TLI NFI RMSEA
,998 0,997 0,970 0,965 0,952 0,066
Além dos parâmetros descritos nas análises anteriores, foram acrescentados
os seguintes: 1) GFI (Goodness-of-Fit Index), medida não estatística de ajuste do
modelo, representando o grau geral de ajuste do modelo (os resíduos ao quadrado do
modelo predito em comparação com os dados atuais. Não considera os graus de
liberdade do modelo. Deve ter valores altos, mas não há um limite estabelecido. 2)
AGFI (Adjusted Goodness of Fit), que é uma extensão do GFI ajustado pela razão
entre os graus de liberdade do modelo proposto e os do modelo nulo. Deve ser maior
do que 0,90. 3) NFI (Normed Fit Index), que compara o modelo estimado com o
108
modelo nulo. Deve ser maior do que 0,90 (HAIR, ANDERSON, TATHAM e BLACK,
1995, p.654-661).
Pode-se observar que o modelo unidimensional que se obteve na última análise
fatorial foi o que obteve maior ajuste. Talvez a unidimensionalidade se explique pelo
modelo ter sido proposto de maneira formativa. Potrich, Vieira e Ceretta (2013) não
explicam se fizeram uma análise fatorial exploratória para propor as dimensões
apresentadas. Nos estudos de Chen e Volpe (1998) e de Matta (207) não há menção
às análises fatorial ou fatorial confirmatória para construção das dimensões propostas
em seus questionários.
O Quadro 38 apresenta a descrição das variáveis excluídas e as dimensões
nas quais elas foram inicialmente propostas. Observa-se que dentre as variáveis
excluídas várias delas têm proposições duplas, o que pode ter confundido o
respondente (P22: cartão de crédito e cheque especial; P34: pagar na data do
vencimento e evitar cobrança de juros; P32: comprar financiado ao invés de poupar
para compra à vista). Esses achados sugerem que, para estudos futuros, seja feito o
desmembramento dessas questões e um teste para ver se, com esse ajuste, pode-se
obter um modelo com as quatro dimensões propostas por Potrich, Vieira e Ceretta
(2013).
Quadro 38 - Variáveis excluídas do modelo
Dimensão inicialmente proposta
Variáveis
Gestão financeira P33 (Fico mais de um mês sem fazer o balanço dos meus gastos);
Utilização do crédito P22 (Tenho utilizado cartões de crédito e cheque especial por não possuir dinheiro disponível para as despesas);
P30 (Comprometo mais de 10% de minha renda com compras a crédito);
P34 (Sempre pago meu cartão de crédito na data de vencimento para evitar cobrança de juros);
Investimento e poupança P 23 (Poupo após saber o que sobrou do salário);
Consumo planejado P 28 (Compro por impulso) – escala invertida;
P32 (Prefiro comprar um produto financiado ao invés de juntar dinheiro para compra-lo à vista).
Os scripts utilizados para todas as análises assim como os resultados, podem
ser vistos nos apêndices B e C.
109
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo traz como contribuição uma proposta para modelagem da variável
literácia financeira considerando-se que ela seja formada por quatro variáveis latentes,
a saber: conhecimento financeiro, comportamento financeiro, endividamento pessoal
e conhecimento econômico. Diferente dos estudos feitos por Potrich et al (2013), os
indicadores da variável latente Comportamento Financeiro foram considerados em um
modelo reflexivo, ou seja, o comportamento financeiro se reflete num conjunto de
outros comportamentos. Desta forma, fez-se uma análise fatorial confirmatória para
se testar se, como modelo reflexivo, podia-se dizer que haviam quatro dimensões
latentes para esse construto, conforme proposto por Potrich et al. (2013). Isto não se
confirmou na análise feita. Observou-se que o comportamento financeiro é uma
variável unidimensional com 16 indicadores.
As variáveis Conhecimento Financeiro, Endividamento Pessoal e
Conhecimento Econômico foram criadas considerando-se um modelo formativo, ou
seja, foram escolhidos indicadores que, somados, poderiam representar as variáveis
latentes. Como tal, não foi testado um modelo fatorial para essas variáveis. A
construção da variável Endividamento foi feita a partir da literatura e das modalidades
disponíveis, no mercado, para créditos de curto e longo prazo. A variável
Conhecimento Financeiro partiu de estudos anteriores feitos sobre o tema, que
listavam algumas proposições relacionadas à expertise em finanças Chen e Volpe
(1998). O conhecimento econômico foi construído a partir da literatura sobre cenários
econômicos; não se encontrou esse tipo de questão em estudos anteriores, sendo a
sua proposta de mensuração uma contribuição deste estudo.
Descreve-se, a seguir, os principais achados do estudo.
A literácia financeira é uma questão que nos últimos anos tem merecido
atenção por parte de vários agentes como políticos, instituições financeiras,
organizações internacionais e consumidores, neste contexto, mudanças econômicas,
sociais e tecnológicas são crescentes em todo o mundo e apontam para a urgência
da implementação de ações governamentais com o objetivo de educar
financeiramente as populações.
Em geral, os indivíduos apresentam dificuldades em entender conceitos
básicos em finanças, indicando níveis de literácia financeiros baixos até mesmo em
110
países desenvolvidos que possuem índices de rendimentos mais elevados. Ter uma
boa educação aumenta consideravelmente a probabilidade de pessoas encontrarem
emprego e terem renda suficiente. Ter educação econômico-financeira aumenta a
chance de essas pessoas conseguirem gerir a sua renda em busca de qualidade de
vida (OCDE, 2015).
A proposta deste trabalho foi responder a seguinte questão de pesquisa: qual
é a relação entre o nível de conhecimento financeiro, comportamento financeiro,
endividamento pessoal e conhecimento econômico de alunos de graduação da área
de negócios de uma Universidade localizada na cidade de São Paulo, e quais são os
fatores que afetam essa relação?
Considerando a importância da alfabetização financeira, após a revisão da
literatura realizada determinou-se desenvolver uma metodologia adequada para
auferir a relação de literácia financeira e avaliar suas características e condicionantes
relacionados a problemática proposta.
Para recolha de dados foram feitos inquéritos por questionário, sendo o mais
adequado aos objetivos de estudo, pela interrogação direta das pessoas, com a
finalidade de se obter informações a um grupo significativo de pessoas sobre o
problema em estudo. A amostra foi composta por 709 alunos do primeiro semestre ao
sexto semestre da área de negócios da Universidade.
As hipóteses formuladas neste estudo serviram como um condutor na medida
que representam e descrevem as relações entre as variáveis para se traçar a
investigação descritiva e quantitativa.
Em relação a hipótese H1a, “O nível de conhecimento financeiro varia
dependendo do seu gênero”, não houve diferença estatisticamente significativa, não
comprovando que o nível médio de conhecimento dos homens é superior ao das
mulheres. Essa conclusão vai de encontro com as conclusões obtidas nos estudos
efetuados por Xu e Zia (2012, p. 09), onde as mulheres têm um nível mais baixo de
literácia financeira em termos mundiais.
Em relação a hipótese H1b, “O nível de conhecimento financeiro dos alunos
varia dependendo do seu nível de renda pessoal”, não houve diferença
estatisticamente significativa, não comprovando que o nível médio de conhecimento
financeiro varia de acordo com a renda pessoal.
111
A hipótese H2, “O nível de conhecimento financeiro se altera à medida em que
o nível de educação financeira evolui no curso de graduação”, foi testada de acordo
com o curso.
No curso de Economia as diferenças estatisticamente significativas ocorrem ao
comparar o nível médio de conhecimento financeiro entre o 1º e o 3º semestres, entre
o 1º e o 4º semestres, e entre o 1º e o 6º semestre.
No curso de Ciências Contábeis, observa-se que somente o nível de
conhecimento no 3º semestre é superior aos demais semestres, demonstrando que
no geral não há incremento significativo do nível médio de conhecimento financeiro
ao longo do curso de Ciências Contábeis. Pode-se explicar o melhor desempenho no
3º semestre em virtude de a disciplina de Matemática Financeira ser ministrada no 2º
semestre.
No curso de Administração de Empresas observa-se que o 4º semestre
apresenta a maior média (6,0) de nível de conhecimento financeiro. Um dos fatores
explicativos é que no 3º semestre os alunos têm a disciplina de Matemática Financeira
e no 4º semestre cursam a disciplina de Mercados Financeiros. A média do 6º
semestre é a segunda maior e um fator explicativo é o aluno cursar neste semestre a
disciplina de Gestão Financeira. Estas diferenças são estatisticamente significativas a
um nível de confiança de 95%.
No curso de Comércio Exterior não há diferença estatisticamente significativas
entre as médias dos níveis de conhecimento financeiro dos semestres.
Na análise da hipótese H3 “O nível de conhecimento financeiro se altera
dependendo do curso no qual o aluno está matriculado”, a um nível de significância
de 5%, pode-se confirmar a alegação, ou seja, o nível médio de conhecimento
financeiro varia de acordo com o curso que o aluno está matriculado. Pelos testes,
concluiu-se que o nível de conhecimento financeiro para os graduandos dos cursos
de Economia e Ciências Contábeis são iguais; o nível de conhecimento financeiro
para os graduandos dos cursos de Administração e Comércio Exterior são iguais; e o
nível de conhecimento financeiro dos graduandos dos cursos de Economia e Ciências
Contábeis é superior ao nível de conhecimento financeiro dos cursos de
Administração de Empresas e Comércio Exterior.
Em relação à análise da hipótese H4 “O nível de endividamento do sujeito se
relaciona com o seu nível de conhecimento financeiro”, foram realizados dois testes.
112
O primeiro teste verificou se o fato de possuir ou não contrato de crédito era
influenciado pelo nível de conhecimento financeiro e, estatisticamente, não se
apresentou diferença significativa entre as médias. Portanto, esta hipótese foi
descartada. O segundo teste verificou se o nível de endividamento era influenciado
pelo nível de conhecimento financeiro e, estatisticamente, não se apresentou
diferença significativa entre as médias. Desta forma, concluiu-se que não há relação
entre o endividamento do sujeito e o seu nível de conhecimento financeiro. Cabe
salientar a preferência pelo uso de cartões de crédito e cartão de debito/cheque
especial, ambos contratos de curto prazo. Ao analisar os contratos de longo prazo, a
preferência ocorre pelo financiamento para aquisição de bens moveis (veículos).
Por fim, estudos futuros nesta área do conhecimento poderão incluir uma maior
profundidade do trabalho desenvolvido, relacionando as variáveis que o estudo
concede. Poder-se-á, também, aumentar a dimensão da amostra de forma a melhor
compreender a literácia financeira dos alunos de ensino superior de outras áreas,
como também, promover a literácia financeira para a comunidade em geral. Sugere-
se que seja testado, utilizando equações estruturais, um modelo para explicação da
literácia financeira, no qual se teria uma variável latente (dependente) denominada
literácia financeira, e quatro variáveis latentes (independentes) que seria formada por
quatro construtos: Conhecimento Financeiro, Endividamento Pessoal, Conhecimento
Econômico e Comportamento Financeiro.
É importante que a sociedade esteja familiarizada com, no mínimo, os
princípios financeiros, mesmo que básicos, para a obtenção de habilidades analíticas
e acesso à informação para o sucesso das finanças pessoais, e para que as
organizações do setor financeiro procurem ser o mais eficiente possível. Assim, a
importância do conhecimento financeiro não se verifica só no domínio pessoal, mas
também, no domínio organizacional, e para toda a sociedade, pois se a sociedade for
financeiramente competente irá reforçar a eficiência de mercado, proporcionando
condições favoráveis a um crescimento econômico sustentável e a uma estabilidade
financeira.
113
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118
APÊNDICE A
Proposta de pesquisa
119
120
121
122
123
APENDICE B
Modelo 1 - Resultados das análises fatoriais confirmatórias RODADA 1 lavaan (0.5-20) converged normally after 30 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 1321.826 Degrees of freedom 224 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 4154.043 Degrees of freedom 253 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.719 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.682 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -25437.555 Loglikelihood unrestricted model (H1) -24776.642 Number of free parameters 52 Akaike (AIC) 50979.110 Bayesian (BIC) 51216.431 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 51051.318 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.083 90 Percent Confidence Interval 0.079 0.088 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.076
Latent Variables:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira =~
P17 0.345 0.031 11.021 0.000 0.345 0.426
P21 0.852 0.050 16.948 0.000 0.852 0.618
P25 0.763 0.043 17.858 0.000 0.763 0.644
P29 0.648 0.048 13.477 0.000 0.648 0.509
P33 -0.622 0.053 -11.830 0.000 -0.622 -0.454
P37Inv -0.798 0.046 -17.480 0.000 -0.798 -0.633
P39 0.462 0.042 11.063 0.000 0.462 0.428
Utilização credito =~
P18 0.622 0.045 13.835 0.000 0.622 0.571
P22 -0.148 0.058 -2.540 0.011 -0.148 -0.111
P26 0.635 0.053 12.007 0.000 0.635 0.501
P30 0.091 0.066 1.390 0.165 0.091 0.061
124
P34 0.497 0.053 9.391 0.000 0.497 0.399
P38 0.773 0.054 14.260 0.000 0.773 0.587
Investimento e poupança =~
P19Inv -0.861 0.050 -17.331 0.000 -0.861 -0.633
P23 0.523 0.054 9.758 0.000 0.523 0.381
P27 0.838 0.043 19.479 0.000 0.838 0.698
P31 0.585 0.051 11.432 0.000 0.585 0.440
P35 0.618 0.059 10.564 0.000 0.618 0.410
Consumo planejado =~
P20 0.612 0.045 13.613 0.000 0.612 0.532
P24 0.761 0.047 16.193 0.000 0.761 0.621
P28Inv 0.500 0.054 9.209 0.000 0.500 0.371
P32 -0.318 0.053 -6.013 0.000 -0.318 -0.247
P36 0.645 0.048 13.581 0.000 0.645 0.530
Covariances:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira ~~
utilizaca_crdt 0.760 0.038 20.156 0.000 0.760 0.760
invstmnt__ppnç 0.965 0.024 40.436 0.000 0.965 0.965
consumo_planjd 0.881 0.032 27.824 0.000 0.881 0.881
Utilização credito ~~
invstmnt__ppnç 0.753 0.041 18.323 0.000 0.753 0.753
consumo_planjd 0.777 0.044 17.623 0.000 0.777 0.777
Investimento e poupança ~~
consumo_planjd 0.931 0.033 27.995 0.000 0.931 0.931
OBS: Correlação entre as VL muito alta, falta validade discriminante
modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)
lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox
275 P22 ~~ P30 94.820 0.718 0.718 0.364 0.364
247 P39 ~~ P34 77.908 0.387 0.387 0.288 0.288
118 consumo planejado =~ P30 65.815 -1.229 -1.229 -0.825 -0.825
311 P30 ~~ P32 64.488 0.564 0.564 0.294 0.294
58 gestão financeira =~ P22 56.974 -0.902 -0.902 -0.680 -0.680
150 P21 ~~ P33 54.825 -0.404 -0.404 -0.214 -0.214
100 investimento e poupança =~ P30 54.608 -0.981 -0.981 -0.659 -0.659
98 investimento e poupança =~ P22 54.539 -0.874 -0.874 -0.660 -0.660
60 gestão financeira =~ P30 46.907 -0.918 -0.918 -0.616 -0.616
116 consumo planejado =~ P22 42.760 -0.882 -0.882 -0.666 -0.666
313 P34 ~~ P38 35.471 0.330 0.330 0.201 0.201
333 P38 ~~ P36 33.006 0.274 0.274 0.171 0.171
181 P25 ~~ P27 32.264 0.201 0.201 0.141 0.141
310 P30 ~~ P28Inv 29.697 -0.386 -0.386 -0.193 -0.193
301 P30 ~~ P34 28.823 0.355 0.355 0.192 0.192
164 P21 ~~ P20 27.904 0.233 0.233 0.147 0.147
288 P26 ~~ P30 27.276 0.342 0.342 0.181 0.181
73 utilização credito =~ P17 26.514 0.384 0.384 0.475 0.475
337 P19Inv ~~ P35 25.867 -0.306 -0.306 -0.149 -0.149
293 P26 ~~ P27 24.805 0.205 0.205 0.134 0.134
245 P39 ~~ P26 24.473 -0.213 -0.213 -0.156 -0.156
125
RODADA 2 = tirar o item P30
lavaan (0.5-20) converged normally after 30 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 1082.880 Degrees of freedom 203 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 3913.600 Degrees of freedom 231 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.761 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.728 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -24149.717 Loglikelihood unrestricted model (H1) -23608.277 Number of free parameters 50 Akaike (AIC) 48399.434 Bayesian (BIC) 48627.626 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 48468.865 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.078 90 Percent Confidence Interval 0.074 0.083 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.066
Latent Variables:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira =~
P17 0.346 0.031 11.046 0.000 0.346 0.427
P21 0.851 0.050 16.932 0.000 0.851 0.617
P25 0.762 0.043 17.844 0.000 0.762 0.644
P29 0.647 0.048 13.458 0.000 0.647 0.509
P33 -0.622 0.053 -11.826 0.000 -0.622 -0.454
P37Inv -0.799 0.046 -17.507 0.000 -0.799 -0.634
P39 0.463 0.042 11.086 0.000 0.463 0.428
Utilização credito =~
P18 0.623 0.045 13.877 0.000 0.623 0.571
P22 -0.170 0.058 -2.939 0.003 -0.170 -0.128
P26 0.625 0.053 11.835 0.000 0.625 0.493
P34 0.481 0.053 9.114 0.000 0.481 0.387
P38 0.758 0.054 13.991 0.000 0.758 0.575
126
Investimento e poupança =~
P19Inv -0.862 0.050 -17.357 0.000 -0.862 -0.633
P23 0.523 0.054 9.755 0.000 0.523 0.381
P27 0.838 0.043 19.471 0.000 0.838 0.697
P31 0.584 0.051 11.426 0.000 0.584 0.440
P35 0.619 0.059 10.567 0.000 0.619 0.410
Consumo planejado =~
P20 0.612 0.045 13.607 0.000 0.612 0.531
P24 0.761 0.047 16.184 0.000 0.761 0.621
P28Inv 0.500 0.054 9.220 0.000 0.500 0.372
P32 -0.319 0.053 -6.042 0.000 -0.319 -0.248
P36 0.646 0.047 13.602 0.000 0.646 0.531
Covariances: Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira ~~
utilizaca_crdt 0.778 0.038 20.745 0.000 0.778 0.778
invstmnt__ppnç 0.965 0.024 40.455 0.000 0.965 0.965
consumo_planjd 0.882 0.032 27.823 0.000 0.882 0.882
Utilização credito ~~
invstmnt__ppnç 0.772 0.041 18.826 0.000 0.772 0.772
consumo_planjd 0.797 0.044 18.123 0.000 0.797 0.797
Investimento e poupança ~~
consumo_planjd 0.931 0.033 27.993 0.000 0.931 0.931
modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE) lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox
235 P39 ~~ P34 77.861 0.388 0.388 0.288 0.288
144 P21 ~~ P33 54.930 -0.405 -0.405 -0.214 -0.214
56 gestão financeira =~ P22 52.590 -0.934 -0.934 -0.705 -0.705
95 investimento e poupança =~ P22 50.215 -0.905 -0.905 -0.683 -0.683
286 P34 ~~ P38 38.966 0.345 0.345 0.211 0.211
112 consumo planejado =~ P22 37.933 -0.911 -0.911 -0.688 -0.688
306 P38 ~~ P36 32.487 0.273 0.273 0.170 0.170
173 P25 ~~ P27 32.455 0.201 0.201 0.141 0.141
157 P21 ~~ P20 28.051 0.234 0.234 0.147 0.147
70 utilização credito =~ P17 27.722 0.422 0.422 0.521 0.521
310 P19Inv ~~ P35 25.782 -0.306 -0.306 -0.149 -0.149
278 P26 ~~ P27 24.551 0.204 0.204 0.134 0.134
276 P26 ~~ P19Inv 23.939 0.239 0.239 0.139 0.139
89 investimento e poupança =~ P25 23.929 2.297 2.297 1.939 1.939
RODADA 3 = deletar a P22 + 37 e 19 sem invertê-las lavaan (0.5-20) converged normally after 26 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 953.030 Degrees of freedom 183 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model:
127
Minimum Function Test Statistic 3776.054 Degrees of freedom 210 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.784 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.752 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -22947.850 Loglikelihood unrestricted model (H1) -22471.335 Number of free parameters 48 Akaike (AIC) 45991.701 Bayesian (BIC) 46210.766 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 46058.354 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.077 90 Percent Confidence Interval 0.072 0.082 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.062
Latent Variables:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira =~
P17 0.344 0.031 10.999 0.000 0.344 0.425
P21 0.853 0.050 16.967 0.000 0.853 0.618
P25 0.763 0.043 17.850 0.000 0.763 0.644
P29 0.649 0.048 13.497 0.000 0.649 0.510
P33 -0.624 0.053 -11.847 0.000 -0.624 -0.455
P37 0.799 0.046 17.476 0.000 0.799 0.633
P39 0.460 0.042 11.005 0.000 0.460 0.426
Utilização credito =~
P18 0.622 0.045 13.793 0.000 0.622 0.571
P26 0.641 0.053 12.104 0.000 0.641 0.506
P34 0.497 0.053 9.367 0.000 0.497 0.399
P38 0.779 0.054 14.321 0.000 0.779 0.591
Investimento e poupança =~
P19 0.861 0.050 17.319 0.000 0.861 0.632
P23 0.524 0.054 9.766 0.000 0.524 0.381
P27 0.838 0.043 19.478 0.000 0.838 0.698
P31 0.585 0.051 11.438 0.000 0.585 0.441
P35 0.618 0.059 10.546 0.000 0.618 0.409
Consumo planejado =~
P20 0.614 0.045 13.657 0.000 0.614 0.533
P24 0.761 0.047 16.201 0.000 0.761 0.621
P28Inv 0.498 0.054 9.179 0.000 0.498 0.370
P32 -0.317 0.053 -5.990 0.000 -0.317 -0.246
P36 0.645 0.047 13.590 0.000 0.645 0.530
128
Covariances:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira ~~
utilizaca_crdt 0.748 0.038 19.595 0.000 0.748 0.748
invstmnt__ppnç 0.964 0.024 40.405 0.000 0.964 0.964
consumo_planjd 0.881 0.032 27.818 0.000 0.881 0.881
Utilização credito ~~
invstmnt__ppnç 0.744 0.041 17.945 0.000 0.744 0.744
consumo_planjd 0.776 0.044 17.595 0.000 0.776 0.776
Investimento e poupança ~~
consumo_planjd 0.931 0.033 27.997 0.000 0.931 0.931
RODADA 4 = devolver tudo que foi deletado (voltar para a rodada 1) e considerar apenas um fator
lavaan (0.5-20) converged normally after 28 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 1370.562 Degrees of freedom 230 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 4154.043 Degrees of freedom 253 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.708 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.678 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -25461.923
129
Loglikelihood unrestricted model (H1) -24776.642 Number of free parameters 46 Akaike (AIC) 51015.846 Bayesian (BIC) 51225.783 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 51079.723 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.084 90 Percent Confidence Interval 0.079 0.088 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.074
Latent Variables:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira =~
P17 0.356 0.031 11.586 0.000 0.356 0.439
P21 0.827 0.050 16.658 0.000 0.827 0.600
P25 0.751 0.042 17.872 0.000 0.751 0.634
P29 0.612 0.048 12.832 0.000 0.612 0.481
P33 -0.599 0.052 -11.525 0.000 -0.599 -0.437
P37 0.778 0.045 17.264 0.000 0.778 0.617
P39 0.464 0.041 11.300 0.000 0.464 0.430
P18 0.548 0.041 13.496 0.000 0.548 0.503
P22 -0.287 0.052 -5.479 0.000 -0.287 -0.217
P26 0.517 0.048 10.678 0.000 0.517 0.408
P30 -0.111 0.060 -1.869 0.062 -0.111 -0.075
P34 0.353 0.049 7.242 0.000 0.353 0.284
P38 0.603 0.050 12.136 0.000 0.603 0.458
P19 0.852 0.048 17.591 0.000 0.852 0.627
P23 0.510 0.053 9.620 0.000 0.510 0.371
P27 0.829 0.042 19.922 0.000 0.829 0.690
P31 0.573 0.050 11.357 0.000 0.573 0.432
P35 0.605 0.058 10.467 0.000 0.605 0.401
P20 0.577 0.043 13.434 0.000 0.577 0.501
P24 0.714 0.044 16.093 0.000 0.714 0.583
P28Inv 0.488 0.052 9.402 0.000 0.488 0.363
P32 -0.294 0.051 -5.782 0.000 -0.294 -0.228
P36 0.613 0.045 13.547 0.000 0.613 0.504
Modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)
lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox
197 P22 ~~ P30 86.434 0.674 0.674 0.341 0.341
169 P39 ~~ P34 75.310 0.388 0.388 0.289 0.289
233 P30 ~~ P32 64.717 0.565 0.565 0.295 0.295
235 P34 ~~ P38 59.666 0.416 0.416 0.254 0.254
72 P21 ~~ P33 59.253 -0.418 -0.418 -0.221 -0.221
210 P26 ~~ P30 42.373 0.426 0.426 0.226 0.226
223 P30 ~~ P34 39.162 0.420 0.420 0.226 0.226
224 P30 ~~ P38 31.111 0.371 0.371 0.189 0.189
255 P38 ~~ P36 29.807 0.264 0.264 0.165 0.165
103 P25 ~~ P27 29.777 0.187 0.187 0.132 0.132
232 P30 ~~ P28Inv 29.103 -0.381 -0.381 -0.190 -0.190
130
213 P26 ~~ P19 26.945 -0.255 -0.255 -0.148 -0.148
259 P19 ~~ P35 26.805 0.304 0.304 0.148 0.148
196 P22 ~~ P26 26.761 0.296 0.296 0.176 0.176
160 P37 ~~ P20 24.407 -0.198 -0.198 -0.136 -0.136
86 P21 ~~ P20 20.226 0.199 0.199 0.125 0.125
145 P33 ~~ P28Inv 19.936 -0.267 -0.267 -0.145 -0.145
49 P17 ~~ P25 19.477 -0.118 -0.118 -0.123 -0.123
159 P37 ~~ P35 17.830 0.231 0.231 0.121 0.121
219 P26 ~~ P24 17.751 0.192 0.192 0.124 0.124
166 P39 ~~ P22 16.918 -0.199 -0.199 -0.139 -0.139
167 P39 ~~ P26 16.728 -0.179 -0.179 -0.131 -0.131
RODADA 5 = deletar P22, P30 e P34 lavaan (0.5-20) converged normally after 24 iterations Number of observations 709 Estimator ML Minimum Function Test Statistic 844.973 Degrees of freedom 170 P-value (Chi-square) 0.000 Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 3543.302 Degrees of freedom 190 P-value 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.799 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.775 Loglikelihood and Information Criteria: Loglikelihood user model (H0) -21848.772 Loglikelihood unrestricted model (H1) -21426.285 Number of free parameters 40 Akaike (AIC) 43777.544 Bayesian (BIC) 43960.098 Sample-size adjusted Bayesian (BIC) 43833.089 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.075 90 Percent Confidence Interval 0.070 0.080 P-value RMSEA <= 0.05 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.060
131
Latent Variables: Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
gestao_financeira =~
P17 0.354 0.031 11.503 0.000 0.354 0.437
P21 0.837 0.050 16.881 0.000 0.837 0.607
P25 0.757 0.042 18.011 0.000 0.757 0.639
P29 0.616 0.048 12.899 0.000 0.616 0.484
P33 -0.599 0.052 -11.508 0.000 -0.599 -0.437
P37 0.774 0.045 17.136 0.000 0.774 0.614
P39 0.444 0.041 10.731 0.000 0.444 0.410
P18 0.547 0.041 13.441 0.000 0.547 0.501
P26 0.527 0.048 10.895 0.000 0.527 0.416
P38 0.596 0.050 11.951 0.000 0.596 0.452
P19 0.841 0.049 17.265 0.000 0.841 0.618
P23 0.509 0.053 9.602 0.000 0.509 0.370
P27 0.837 0.042 20.169 0.000 0.837 0.697
P31 0.574 0.050 11.366 0.000 0.574 0.432
P35 0.592 0.058 10.216 0.000 0.592 0.392
P20 0.584 0.043 13.608 0.000 0.584 0.507
P24 0.722 0.044 16.284 0.000 0.722 0.589
P28Inv 0.487 0.052 9.376 0.000 0.487 0.362
P32 -0.286 0.051 -5.619 0.000 -0.286 -0.222
P36 0.611 0.045 13.462 0.000 0.611 0.502
Modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE) lhs op rhs mi epc sepc.lv sepc.all sepc.nox
63 P21 ~~ P33 58.578 -0.414 -0.414 -0.219 -0.219
186 P38 ~~ P36 31.088 0.271 0.271 0.169 0.169
190 P19 ~~ P35 29.617 0.323 0.323 0.157 0.157
167 P26 ~~ P19 27.217 -0.258 -0.258 -0.149 -0.149
88 P25 ~~ P27 26.677 0.176 0.176 0.124 0.124
136 P37 ~~ P20 25.429 -0.202 -0.202 -0.139 -0.139
124 P33 ~~ P28Inv 20.037 -0.267 -0.267 -0.145 -0.145
43 P17 ~~ P25 19.845 -0.119 -0.119 -0.124 -0.124
135 P37 ~~ P35 19.731 0.245 0.245 0.129 0.129
144 P39 ~~ P19 19.607 0.187 0.187 0.127 0.127
143 P39 ~~ P38 18.463 0.193 0.193 0.136 0.136
74 P21 ~~ P20 18.196 0.188 0.188 0.118 0.118
187 P19 ~~ P23 16.940 0.224 0.224 0.120 0.120
129 P37 ~~ P26 16.800 -0.188 -0.188 -0.118 -0.118
197 P23 ~~ P31 16.395 0.239 0.239 0.131 0.131
173 P26 ~~ P24 15.929 0.181 0.181 0.117 0.117
51 P17 ~~ P19 15.636 0.124 0.124 0.112 0.112
142 P39 ~~ P26 15.298 -0.172 -0.172 -0.126 -0.126
217 P35 ~~ P20 15.114 -0.209 -0.209 -0.120 -0.120
192 P19 ~~ P24 14.952 -0.169 -0.169 -0.101 -0.101
48 P17 ~~ P18 14.612 0.103 0.103 0.117 0.117
132
RODADA 6 = igual a 5, mas usando WLSMV (leva em conta que os itens são ordinais) lavaan (0.5-20) converged normally after 31 iterations Number of observations 709 Estimator DWLS Robust Minimum Function Test Statistic 438.453 593.607 Degrees of freedom 170 170 P-value (Chi-square) 0.000 0.000 Scaling correction factor 0.809 Shift parameter 51.863 for simple second-order correction (Mplus variant) Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 7102.009 3078.008 Degrees of freedom 190 190 P-value 0.000 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.961 0.853 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.957 0.836 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.047 0.059 90 Percent Confidence Interval 0.042 0.053 0.054 0.065 P-value RMSEA <= 0.05 0.793 0.002 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.057 0.057
Latent Variables:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestao_financeira =~
P17 0.338 0.042 8.023 0.000 0.338 0.417
P21 0.843 0.046 18.506 0.000 0.843 0.611
P25 0.751 0.041 18.340 0.000 0.751 0.634
P29 0.608 0.049 12.460 0.000 0.608 0.477
P33 -0.601 0.056 -10.669 0.000 -0.601 -0.438
P37 0.784 0.047 16.861 0.000 0.784 0.622
P39 0.437 0.047 9.308 0.000 0.437 0.404
P18 0.541 0.045 11.885 0.000 0.541 0.495
P26 0.515 0.053 9.709 0.000 0.515 0.406
P38 0.591 0.054 11.014 0.000 0.591 0.449
P19 0.857 0.048 17.995 0.000 0.857 0.629
P23 0.511 0.055 9.255 0.000 0.511 0.371
P27 0.838 0.041 20.684 0.000 0.838 0.697
P31 0.577 0.050 11.550 0.000 0.577 0.435
P35 0.589 0.057 10.389 0.000 0.589 0.390
P20 0.574 0.047 12.080 0.000 0.574 0.498
P24 0.720 0.047 15.256 0.000 0.720 0.587
P28Inv 0.484 0.057 8.564 0.000 0.484 0.360
P32 -0.287 0.056 -5.166 0.000 -0.287 -0.223
P36 0.605 0.052 11.602 0.000 0.605 0.497
133
Modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)
lhs op rhs mi mi.scaled epc sepc.lv sepc.all sepc.nox
84 P21 ~~ P33 27.738 34.273 -0.414 -0.414 -0.219 -0.219
211 P19 ~~ P35 14.435 17.836 0.319 0.319 0.155 0.155
145 P33 ~~ P28Inv 12.933 15.979 -0.273 -0.273 -0.148 -0.148
207 P38 ~~ P36 12.500 15.444 0.275 0.275 0.172 0.172
188 P26 ~~ P19 12.238 15.121 -0.258 -0.258 -0.149 -0.149
218 P23 ~~ P31 10.391 12.839 0.241 0.241 0.132 0.132
157 P37 ~~ P20 10.085 12.461 -0.201 -0.201 -0.138 -0.138
156 P37 ~~ P35 9.755 12.054 0.243 0.243 0.128 0.128
164 P39 ~~ P38 9.353 11.556 0.200 0.200 0.141 0.141
238 P35 ~~ P20 8.811 10.886 -0.205 -0.205 -0.118 -0.118
163 P39 ~~ P26 8.810 10.886 -0.166 -0.166 -0.121 -0.121
250 P28Inv ~~ P32 8.631 10.664 -0.204 -0.204 -0.118 -0.118
187 P26 ~~ P38 8.129 10.044 0.212 0.212 0.127 0.127
194 P26 ~~ P24 7.760 9.588 0.192 0.192 0.124 0.124
165 P39 ~~ P19 7.451 9.206 0.184 0.184 0.125 0.125
95 P21 ~~ P20 7.280 8.995 0.193 0.193 0.121 0.121
109 P25 ~~ P27 7.179 8.871 0.172 0.172 0.121 0.121
208 P19 ~~ P23 7.003 8.653 0.214 0.214 0.114 0.114
150 P37 ~~ P26 6.810 8.414 -0.183 -0.183 -0.114 -0.114 RODADA 7 - deletar P33, P23, P28Inv, P32
lavaan (0.5-20) converged normally after 29 iterations Number of observations 709 Estimator DWLS Robust Minimum Function Test Statistic 266.807 421.981 Degrees of freedom 104 104 P-value (Chi-square) 0.000 0.000 Scaling correction factor 0.671 Shift parameter 24.560 for simple second-order correction (Mplus variant) Model test baseline model: Minimum Function Test Statistic 5525.462 2374.970 Degrees of freedom 120 120 P-value 0.000 0.000 User model versus baseline model: Comparative Fit Index (CFI) 0.970 0.859 Tucker-Lewis Index (TLI) 0.965 0.837 Root Mean Square Error of Approximation: RMSEA 0.047 0.066 90 Percent Confidence Interval 0.040 0.054 0.059 0.072 P-value RMSEA <= 0.05 0.751 0.000 Standardized Root Mean Square Residual: SRMR 0.055 0.055
134
Latent Variables:
Estimate Std.Err Z-value P(>|z|) Std.lv Std.all
Gestão financeira =~
P17 0.358 0.045 7.923 0.000 0.358 0.441
P21 0.822 0.046 17.921 0.000 0.822 0.596
P25 0.742 0.041 18.275 0.000 0.742 0.626
P29 0.601 0.049 12.177 0.000 0.601 0.471
P37 0.775 0.049 15.848 0.000 0.775 0.615
P39 0.454 0.047 9.599 0.000 0.454 0.419
P18 0.561 0.046 12.301 0.000 0.561 0.514
P26 0.528 0.053 9.987 0.000 0.528 0.416
P38 0.618 0.053 11.699 0.000 0.618 0.468
P19 0.835 0.047 17.663 0.000 0.835 0.613
P27 0.847 0.041 20.784 0.000 0.847 0.704
P31 0.572 0.050 11.502 0.000 0.572 0.431
P35 0.600 0.056 10.630 0.000 0.600 0.397
P20 0.580 0.048 12.124 0.000 0.580 0.503
P24 0.694 0.048 14.439 0.000 0.694 0.566
P36 0.622 0.052 11.978 0.000 0.622 0.511
fit Measures (marcelo.fit)
npar fmin chisq df
48.000 0.188 266.807 104.000
pvalue chisq.scaled df.scaled pvalue.scaled
0.000 421.981 104.000 0.000
chisq.scaling.factor baseline.chisq baseline.df baseline.pvalue
0.671 5525.462 120.000 0.000
aseline.chisq.scaled baseline.df.scaled baseline.pvalue.scaled baseline.chisq.scaling.factor
2374.970 120.000 0.000 2.397
cfi tli nnfi rfi
0.970 0.965 0.965 0.944
nfi pnfi ifi rni
0.952 0.825 0.970 0.970
cfi.scaled tli.scaled nnfi.scaled rfi.scaled
0.859 0.837 0.837 0.795
nfi.scaled ifi.scaled rni.scaled rmsea
0.822 0.822 0.941 0.047
rmsea.ci.lower rmsea.ci.upper rmsea.pvalue rmsea.scaled
0.040 0.054 0.751 0.066
rmsea.ci.lower.scaled rmsea.ci.upper.scaled rmsea.pvalue.scaled rmr
0.059 0.072 0.000 0.086
rmr_nomean srmr srmr_bentler srmr_bentler_nomean
0.091 0.055 0.055 0.058
srmr_bollen r_bollen_nomean srmr_mplus srmr_mplus_nomean
0.055 0.058 0.055 0.058
cn_05 cn_01 gfi agfi
342.795 373.723 0.998 0.997
pgfi mfi ecvi
0.683 0.891 NA
135
modification Indices (marcelo.fit, sort = TRUE)
lhs op rhs mi mi.scaled epc sepc.lv sepc.all sepc.nox
152 P19 ~~ P35 15.048 22.414 0.328 0.328 0.159 0.159
136 P26 ~~ P19 12.337 18.376 -0.260 -0.260 -0.151 -0.151
117 P39 ~~ P26 10.729 15.982 -0.184 -0.184 -0.134 -0.134
113 P37 ~~ P20 10.292 15.331 -0.205 -0.205 -0.141 -0.141
149 P38 ~~ P36 10.274 15.304 0.252 0.252 0.157 0.157
165 P35 ~~ P20 9.929 14.790 -0.220 -0.220 -0.126 -0.126
112 P37 ~~ P35 9.644 14.365 0.244 0.244 0.128 0.128
141 P26 ~~ P24 8.278 12.331 0.200 0.200 0.128 0.128
77 P21 ~~ P20 8.003 11.920 0.204 0.204 0.128 0.128
87 P25 ~~ P27 7.539 11.230 0.180 0.180 0.126 0.126
118 P39 ~~ P38 7.415 11.045 0.180 0.180 0.126 0.126
107 P37 ~~ P26 7.362 10.966 -0.192 -0.192 -0.120 -0.120
67 P21 ~~ P29 7.205 10.732 0.200 0.200 0.114 0.114
52 P17 ~~ P25 7.203 10.729 -0.119 -0.119 -0.124 -0.124
119 P39 ~~ P19 7.131 10.622 0.182 0.182 0.123 0.123
139 P26 ~~ P35 6.631 9.877 -0.208 -0.208 -0.109 -0.109
135 P26 ~~ P38 6.586 9.810 0.192 0.192 0.115 0.115
97 P29 ~~ P38 6.060 9.026 -0.172 -0.172 -0.102 -0.102
124 P39 ~~ P24 5.766 8.589 -0.136 -0.136 -0.103 -0.103
91 P25 ~~ P24 5.670 8.446 0.167 0.167 0.115 0.115
93 P29 ~~ P37 5.611 8.357 0.162 0.162 0.101 0.101
122 P39 ~~ P35 5.564 8.287 0.156 0.156 0.095 0.095
76 P21 ~~ P35 5.148 7.668 -0.197 -0.197 -0.094 -0.094
79 P21 ~~ P36 4.999 7.447 -0.158 -0.158 -0.094 -0.094
109 P37 ~~ P19 4.994 7.439 0.175 0.175 0.102 0.102
136
APÊNDICE C
Scripts para rodar as Análises Fatoriais Confirmatórias Software R Rodada 1 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos – dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37Inv + P39 utilizacao_credito =~ P18 + P22 + P26 + P30 + P34 + P38 investimento_e_poupança =~ P19Inv + P23 + P27 + P31 + P35 consumo_planejado =~ P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)
Rodada 2 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos – dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37Inv + P39 utilizacao_credito =~ P18 + P22 + P26 + P34 + P38 investimento_e_poupança =~ P19Inv + P23 + P27 + P31 + P35 consumo_planejado =~ P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36
137
# [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)
Rodada 3 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos – dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 utilizacao_credito =~ P18 + P26 + P34 + P38 investimento_e_poupança =~ P19 + P23 + P27 + P31 + P35 consumo_planejado =~ P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)
Rodada 4 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data)
138
# [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 + P18 + P22 + P26 + P30 + P34 + P38 + P19 + P23 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)
Rodada 5 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 + P18 + P26 + P38 + P19 + P23 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE) # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)
Rodada 6 library(lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset -
139
marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P33 + P37 + P39 + P18 + P26 + P38 + P19 + P23 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P28Inv + P32 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE, estimator="WLSMV") # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)
Rodada 7 library (lavaan) # [passo 1] input dados brutos - dataset - marcelo.data <- read.csv2(file.choose(), header = TRUE, sep = ";", dec = ",") ## csv salvo no Excel brasileiro ou europeu head(marcelo.data) summary(marcelo.data) # [passo 2] specify the path model marcelo.afc <- ' gestao_financeira =~ P17 + P21 + P25 + P29 + P37 + P39 + P18 + P26 + P38 + P19 + P27 + P31 + P35 + P20 + P24 + P36 # [passo 3] estimate parameters marcelo.fit <- cfa(marcelo.afc, data=marcelo.data, std.lv=TRUE, estimator="WLSMV") # [passo 4] resultados summary(marcelo.fit, fit.measures=TRUE, rsquare=TRUE, standardized=TRUE) fitMeasures(marcelo.fit) residuals(marcelo.fit, type = "cor") # residual correlations modificationIndices(marcelo.fit, sort = TRUE) inspect(marcelo.fit) library(semPlot) semPaths(marcelo.fit)