O Sacramento do Matrimónio
“…prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te,na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida.”
Palavras ditas com o
Coração.
…com a
inteligência
…com a
Vontade
Um contrato fantástico para ambas as partes…Mas muito difícil de cumprir
Sem a ajuda e a força do
sacramento
Casamento-sacramento? Uma modernice…
O casamento não foi desde sempre um
sacramento
Até aos séculos IV e V ainda não tinha honras de constar na lista dos gestos sacramentais .
Porquê?
Como implicava inevitavelmente uma relação sexual, isso baralhava algumas cabeças clericais, porque apesar da
santidade da procriação…
havia sempre o perigo de pecado – já que o desejo da procriação podia ser superado pelo desejo do prazer,
coisa vista como muito pouco santa…
Só no século XII, no Concílio de Verona, o casamento é incluído pela primeira vez na lista dos sacramentos, juntamente com o baptismo, a eucaristia e a penitência.
A confirmação final foi feita no concílio de Florença, já no século XV, e afirma que todos os sete sacramentos contêm Graça e conferem Graça a todos os que os receberem dignamente.
Mas o que significa o casamento ser
um Sacramento?
No Antigo Testamento O profeta Oseias é o primeiro a referir-se ao
matrimónio como sinal da aliança entre o povo de Israel e Deus.
No Novo Testamento O casamento revela-se, já não só sinal da
relação entre Deus e o Seu Povo, mas relação entre Cristo e a Sua Igreja.
Não é só um símbolo
Não é só uma referência
é muito mais
Realiza, torna
presente
a Pessoa de Cristo na relação entre marido e mulher.
O casamento não é só amor humano,
não é só lei; é também
graça e redenção
Afirmar que o casamento entre cristãos é um sacramento
é, então, dizer que
A um nível revela e celebra a íntima união de amor e comunhão de vida entre um homem e uma mulher
A outro nível, revela e celebra a íntima união de amor e comunhão de vida entre Deus e o Seu Povo, entre Cristo e a Sua Igreja. É na comunhão do homem e da mulher que se casam que se revela a comunhão entre Cristo e a Sua Igreja.
O amor dos esposos cristãos é símbolo da presença de Deus no mundo.
Desde o início, o casamento cristão é
intencionalmente mais do que comunhão de vida entre um homem e uma mulher.
É sobretudo
GRAÇA
Desde o início, Cristo está presente e activo no casamento, modelando-o, agraciando-o, garantindo-lhe estabilidade.
Esta presença da graça faz parte da sua estrutura e essência, algo sem o qual não seria casamento cristão
É neste sentido que tal gesto é um
sacramento: um gesto simbólico que é
sinal e causa
da presença graciosa de Cristo
e do Deus que Ele revela.
Ora, se este sacramento é sinal concreto do amor de Cristo pela Sua Igreja, deve
necessariamente ser
indissolúvel,
porque assim é o amor de Cristo.
Nada nos separará do amor de Cristo, diz S. Paulo
O que significa afirmar que o matrimónio é indissolúvel?
“Antes do mais, é importante superar a visão da indissolubilidade do casamento como um limite à liberdade do homem e da mulher e por isso como um peso que por vezes se pode tornar insuportável.” João Paulo II
• Para responder a esta pergunta é necessário partir da palavra de Deus.
• Segundo Jesus, foi Deus quem uniu o homem e a mulher, através do livre consentimento de ambos.
• Mas esse consentimento humano versa sobre um desígnio divino que a ultrapassa. É a vontade humana “soprada” pelo próprio Deus
No Evangelho de S. Mateus (19, 3-12) Jesus supera as discussões que havia na época sobre os motivos que podiam autorizar o divórcio.
“Por causa da dureza do vosso coração Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres. Mas no princípio não era assim”
Por isso, não separar o que Deus uniu é um regresso à pureza e à perfeição do plano que Deus tem para cada um de nós.
Assim o casamento cristão é uma comunhão de vida total. É considerado como uma união da vida inteira em dois sentidos: Tudo, todos os bens, materiais e espirituais, são para ser partilhados, E esta partilha é para se manter até à morte.
Casar-se é comprometer-se total, radical e solenemente para toda a vida. Quando o matrimónio é um sacramento, essa comunhão não se resume a uma partilha da vida entre dois iguais, mas uma partilha de fé, que inclui a abertura e a relação com o Criador
Tal como Deus não é uma divindade que cria e depois abandona a sua criação, tal como Jesus não é um Cristo que dá a vida pela Igreja e depois a abandona, assim nenhum cristão cria um casamento (são os esposos que se casam e não o padre que os casa) e depois o “abandona”, deixando-o sobrevivendo por si próprio, à mercê das circunstâncias.
. Quando um homem e uma mulher se casam, comprometem-se a criar regras de comportamento que deverão alimentar e
sustentar o casamento.
Como uma relação precisa de tempo para crescer, como um casamento necessita de tempo para amadurecer, assim também um sacramento leva tempo a maturar. No casamento cristão, ainda mais do que em qualquer outro casamento, a resposta à questão de quando se dá realmente o casamento é simples: na vida inteira, vivida pelo menos a partir do mútuo consentimento.