O que é?
Trata-se de uma abordagem metodológica que surgiu da
necessidade de responder a limitações encontradas nos
métodos qualitativos e quantitativos usados na investigação
em educação e em particular no domínio da tecnologia
educativa. A designação desta metodologia não é consensual,
embora o termo mais usado seja o de Design-Based Research.
Como referem Coutinho e Chaves (2001), existem vários
termos que podem ser incluídos nesta abordagem, porque
partilham determinados pressupostos e pretendem alcançar
objectivos similares. Entre eles: Educational Design
Research; Design Studies; Design Experiments; Development
Research, Formative Research.
Nunes (2012) sintetiza de modo muito claro os propósitos
que estiveram na génese desta abordagem: “Estas
modalidades de investigação têm como filosofia de base a
articulação entre a teoria e a prática. É adequado utilizá-las
quando se estudam problemas complexos observados na
prática educativa, e para os quais ainda não há
orientações claras” (p.152). Ou seja, permitir uma
mais efetiva conexão entre os temas e problemas a
estudar no ambiente escolar, nomeadamente os
associados à tecnologia educativa, e a realidade
atual dos contextos de aprendizagem.
Segundo Coutinho (2006, citada por Nunes, 2012) “...este
tipo de estudos enquadra-se na modalidade de estudos
mistos, quer dizer que, em fases paralelas ou sequenciais
da investigação, utilizam técnicas qualitativas e
quantitativas na recolha e/ou análise de dados” (p.154).
O que distingue esta metodologia das que usam uma
abordagem qualitativa ou quantitativa, é que a Metodologia
de Desenvolvimento privilegia a adoção de uma atitude de
iteração entre a componente teórica e prática da
investigação e uma adaptabilidade constante aos contextos
sociais e humanos que investiga e que pretende transformar,
tendo em vista produzir uma realidade melhor do que a anterior
à investigação.
Segundo Van Der Akker (1999, citado por Coutinho e Chaves,
2001), os métodos da investigação de desenvolvimento não são
necessariamente diferentes de outras abordagens à investigação
educativa. As diferenças situam-se mais ao nível das
finalidades da investigação, no modo como são
abordados os problemas e como se concebe o
projeto de investigação.
Quadro1.principais diferenças entre a investigação empírica e a
metodologia do desenvolvimento:
Investigação empírica
Especificação de novas hipóteses
Metodologia de desenvolvimento
Refinamento dos problemas, soluções e métodos
Fonte: Coutinho e Chaves, 2001, p.900.
Referências
Coutinho, C. P. (2006). Aspectos metodológicos na investigação em
tecnologia educativa em Portugal (1985-2000). Colóquio da secção
portuguesa da Association Francophone Internationale de Recherche
Scientifique en Education, 14: “Para um balanço da investigação em
educação de 1960 a 2005: teorias e práticas”. Actas do Colóquio da
AFIRSE. Lisboa: Universidade de Lisboa. Retirado de
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6497/1/Clara
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Coutinho, C. M., & Chaves, J. H. (2001). Desafios à investigação em TIC na
educação: As metodologias de desenvolvimento. In P. M. B. S. Dias &
C. V. Freitas (Org). Desafios 2001: Actas da Conferência Internacional
de Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (pp. 895-
903). Braga: Centro de Competência Nónio Século XXI da
Universidade do Minho. Retirado de
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4277/3/Clara
%20Coutinho.pdf
Nunes, C. (2012). Apoio a pais e docentes de alunos com multideficiência:
Conceção e desenvolvimento de um ambiente virtual de
aprendizagem. Manuscrito não publicado, Tese de doutoramento.
Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Disponível em:
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7702/1/ulsd064599_td_tes
e.pdf