Metodologia em EaDRubens Gomes Corra
Mrcia Freire Rocha Cordeiro Machado
Cristina Maria Ayroza
Everaldo Moreira De Andrade
Andra dos Santos Rodrigues
2011Curitiba-PR
PARAN
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 2
Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia - Paran
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA - PARAN - EDUCAO A DISTNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil.
Presidncia da Repblica Federativa do Brasil
Ministrio da Educao
Secretaria de Educao a Distncia
Prof. Irineu Mario ColomboReitor
Prof. Mara Christina Vilas BoasChefe de Gabinete
Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitoria de Administrao - PROAD
Prof. Paulo Tetuo YamamotoPr-Reitoria de Extenso, Pesquisa e Inovao - PROEPI
Neide AlvesPr-Reitoria de Gesto de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE
Prof. Carlos Alberto de vilaPr-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI
Prof. Jos Carlos CiccarinoDiretor Geral de Educao a Distncia
Prof. Ricardo HerreraDiretor Administrativo e Financeiro deEducao a Distncia
Prof Mrcia Freire Rocha Cordeiro MachadoDiretora de Ensino de Educao a Distncia
Prof Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedaggica de Educao aDistncia
Prof. Rubens Gomes CorraCoordenador do Curso
Adriana Valore de Sousa BelloCassiano Luiz Gonzaga da SilvaDenise Glovaski Faria SoutoRafaela Aline VarellaAssistncia Pedaggica
Prof Ester dos Santos OliveiraIdamara Lobo DiasProf Izabel Regina BastosLuara Romo PratesTelma Lobo DiasReviso Editorial
Eduardo Artigas AntoniacomiFlvia Terezinha Vianna da SilvaTag ComunicaoDiagramao
e-Tec/MECProjeto Grfico
e-Tec Brasil
Apresentao e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica
Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007,
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na
modalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o
Ministrio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distncia
(SEED) e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e
escolas tcnicas estaduais e federais.
A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da
formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de
ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a
concluir o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas
de ensino e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo
integrantes das redes pblicas municipais e estaduais.
O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus
servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional
qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz
de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com
autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, poltica e tica.
Ns acreditamos em voc!
Desejamos sucesso na sua formao profissional!
Ministrio da Educao
Janeiro de 2010
Nosso contato
e-Tec Brasil
Indicao de cones
Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.
Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa
realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra dos professores-autores 9
Aula 1 Como surgiu o curso histrico 111.1 Apresentao 11
Aula 2 O Curso no IFPR EaD 192.1 Objetivos do curso 19
2.2 Perfil profissional de concluso 19
2.3 Estgios 23
Aula 3 Educao a Distncia 253.1 Definio de EaD? 25
3.2 A Legislao Brasileira de EaD 28
Aula 4 As geraes da Educao a Distncia 314.1 As Geraes 31
4.2 Diferenas da EaD e da Educao Presencial 33
Aula 5 A Educao a Distncia no IFPR 375.1 Ano de 2005 - Onde tudo comeou 38
Aula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR 43
Aula 7 O papel dos tutores na EaD 497.1 Quem o tutor presencial? 50
7.2 Quem o tutor a distncia? 52
Aula 8 O perfil do aluno na Educao a Distncia 558.1 Quem o aluno a Distncia? 55
Aula 9 As tecnologias e sua contribuio para a Educao a Distncia 63
9.1 Ambiente virtual de aprendizagem AVA 63
9.2 Portal educacional da Educao a Distncia do IFPR 65
Aula 10 Os meios de comunicao e a interao on-line na EaD 67
10.1 Ferramentas para a comunicao na EaD 67
Aula 11 Histria da computao 7111.1 Navegando um pouco na Histria 71
11.2 O computador 72
11.3 Internet 74
Aula 12 Hardware 7512.1 Principais componentes do computador 75
Aula 13 Software 8313.1 Software programas de computador 83
13.2 Funcionamento do computador 85
Aula 14 Histria da Internet 8714.1 Breve histrico da criao da Internet 8714.2 Como conectar-se a Internet 89
Aula 15 Editor de textos BrOffice Writer 9315.1 Conceitos bsicos 93
Aula 16 Outros recursos 9716.1 Inserir nmeros de pginas em rodaps 97
16.2 Trabalhando com tabelas Inserir tabelas 100
16.3 Adicionar nmeros de linhas 103
16.4 Visualizaes de impresso 105
Aula 17 Marcadores e numerao 10717.1 Os diferentes estilos de figura que voc pode aplicar 107
17.2 Formatar cabealhos ou rodaps 108
17. 3 Ordem de classificao 109
Aula 18 Planilha eletrnica BrOffice Calc 11118.1 Apresentao e conceitos bsicos 111
18.2 Operaes Bsicas com uma planilha 113
Aula 19 Frmulas 11719.1 Usando operadores de clculo em frmulas 117
19.2 Funes 118
19.3 Operadores de comparao 121
Aula 20 Validao de dados 12320.1 Utilizar validade de contedo de clulas 123
20.2 Grficos 128
20.3 Configurar pgina 130
Referncias 131
Atividades autoinstrutivas 135
Currculos dos professores-autores 151
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil9
Palavra dos professores-autores
Seja bem-vindo ao curso. Este livro didtico foi planejado com o objetivo
principal de oferecer, subsdios necessrios que possam auxili-lo no
desenvolvimento das suas atividades acadmicas. As diretrizes metodolgicas
foram organizadas de forma a consolidar uma parceria entre voc e a proposta
pedaggica dos cursos na modalidade a distncia do Instituto Federal do
Paran IFPR. Para isso est organizado em trs blocos. O primeiro deles
compreende as aulas 01 e 02, abordando uma breve introduo ao Curso e
uma reflexo sobre o perfil do profissional. Dando continuidade a proposta,
das aulas 03 a 10, voc ter contato com os fundamentos da Educao a
Distncia e da metodologia do curso. Faremos uma discusso sobre o papel
dos tutores presencial e a distncia, tambm do perfil do aluno a distncia,
o portal educacional de aprendizagem, alm de conhecer a histria do IFPR.
Num terceiro bloco, compreendendo as aulas 11 a 20, trabalharemos as
questes relativas a introduo a informtica. Abordaremos a histria da
computao e da Internet, conceitos bsicos de Hardware e Software, alm de aprender a usar um navegador, o BrOffice e as frmulas. Durante o estudo deste material, sero encontrados questionamentos que levaro
voc a refletir, buscar solues, e at mesmo reconstruir conhecimentos.
Eles cumprem um papel decisivo no processo de auto-avaliao, portanto
interessante que voc reserve um lugar onde possa registrar o seu
pensamento e ideias, compondo uma agenda de estudos. Alonso e Muniz
(1999) orientam que a agenda compreendida como um instrumento de
anotao pessoal, sobretudo, aquelas que te fizeram refletir sobre novos
aspectos. No pense na agenda como algo mecnico, de fazer por fazer, mas
como um registro de suas reflexes. importante ressaltar que esta vivncia/
curso imprescindvel para suas atividades discentes e que, as informaes
descritas neste material iro ajud-lo a ser eficiente e produtivo em seus
estudos. Conte desde j com o nosso estmulo e o nosso apoio. Esperamos
contar com seu interesse e sua motivao durante todo o curso.
Um forte abrao,
Os autores.
e-Tec Brasil11
Aula 1 Como surgiu o curso histrico
O objetivo desta aula trazer uma breve apresentao do curso, como foi
formatado e constitudo, seu histrico, suas necessidades e especificaes
de forma a lhes proporcionar, caros alunos e futuros profissionais, conhe-
cimentos suficientes para atuarem na reabilitao do dependente qumico.
Figura 1.1: Reabilitao de dependentes qumicosFonte: www.clinicadependentequimico.com.br
1.1 ApresentaoVamos conhecer a proposta do curso tcnico em reabilitao de depen-dentes qumicos que voc escolheu!
O governo e as instituies de ensino tm tomado conscincia da necessidade
de unir foras e trabalhar em prol do enfrentamento do grave problema que
acomete a populao brasileira, que o uso, abuso e dependncia de substncias psicoativas. Isso vem acontecendo a partir do desenvolvimento de
poltica governamental que incentiva a adoo de iniciativas de cooperao
entre diferentes instituies em programas e aes voltadas para a preveno,
tratamento, recuperao e reinsero social do indivduo dependente de substncias psicoativas.
AcometerAssaltar, atacar, investir. Agredir, injuriar, provocar.Fig. Dominar; invadir moral-mente: acometeu-o a clera.Dependncia1. Segundo o CID10 (Classifica-o Internacional de Doenas Parte de Psiquiatria, OMS - ONU), dependncia seria um conjunto de fenmenos psico-fisiolgicos que se desenvolvem depois de repetido consumo de uma substncia psicoativa.2. Caracteriza-se pela neces-sidade de repetidas doses da droga para o usurio sentir-se bem ou para evitar sensaes ruins. A dependncia definida como um grupo de sintomas cognitivos, comportamentais e psicolgicos que indicam o prejuzo no controle do uso, mesmo tendo conhecimento das consequncias adversas.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 12
A importncia do tratamento da dependncia passou a exigir ateno espe-
cial, criando-se normas para o funcionamento de instituies de recuperao
de dependentes e reconhecendo-se a necessidade de formao de profissio-
nais para atuarem nessa rea, como o caso do curso aqui apresentado.
Vocs estudaro em uma das disciplinas a Resoluo RDC 101 na ntegra e
detalhadamente, porm esta Resoluo RDC 101 define o que so os ser-
vios de ateno a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de
substncias psicoativas e estabelece as normas para funcionamento como
a equipe mnima para as Comunidades Teraputicas, dentre eles a presena
de Agentes Comunitrios capacitados em dependncia qumica em cursos aprovados pelos rgos oficiais de educao...
Por sua vez, o Ministrio da Sade por intermdio da Portaria GM/816
(30/04/2002) instituiu, no mbito do SUS - Sistema nico de Sade, o Progra-
ma Nacional de Ateno Comunitria Integrada Usurios de Substncias Psi-
coativas, lcool e outras Drogas, determinando a implantao de Centros de
Ateno Psicossocial lcool e drogas (CAPSad) para o atendimento especfico
de pacientes com dependncia e/ou uso prejudicial de lcool e outras drogas.
A portaria GM/816 dispe so-
bre a equipe tcnica mnima
necessria ao seu funciona-
mento, onde a formalizao
de uma estrutura mnima de
recursos humanos nos servios
de ateno a pessoas com pro-
blemas relacionados ao lcool
e outras drogas, cria uma demanda por profissionais de nvel tcnico. Diante
dessa demanda, coube ao Ministrio da Educao desenvolver propostas por
meio de estudos, onde se reuniu membros de diversos segmentos, se dando
principalmente com a colaborao da Secretaria Nacional Antidrogas, sobre o
perfil desse tcnico e identificao da sua rea profissional a que estaria vincu-
lado e caracterizado como um profissional de nvel tcnico vinculado rea de
Sade, pois trouxe como proposta e criou no ano de 2002 o total de 120 CAPs
ad em todo o Brasil.
Para que essa proposta pudesse alcanar xito, na sequncia foi criado um
grupo que teria como principal atribuio apresentar um projeto de criao
de curso de educao profissional de nvel tcnico em Reabilitao em De-
e-Tec BrasilAula 1 Como surgiu o curso histrico 13
pendncia Qumica e um plano para capacitao de professores na rea de
dependncia qumica. Este grupo foi representado com dois profissionais
do Ministrio da Educao, dois do Ministrio da Sade e dois da Secretaria
Nacional Antidrogas, formalizado pela Portaria Interministerial n. 1.964, de
09 de julho de 2002.
A ANVISA entendeu o Grupo de Trabalho que o profissional referido na
Resoluo n. 101/01, seria o Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos, portanto os trabalhos desenvolvidos por este grupo resultou na proposta de criao do Curso Tcnico em Reabilitao de Dependentes
Qumicos. Para elabor-la, foram desenvolvidas consultas e visitas tcnicas
especficas para esta finalidade e a diversas instituies que prestam servi-
os de ateno a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de
substncias psicoativas, em hospitais e clinicas, com o objetivo de verificar a
necessidade de que tipo de profissional e que tipo de trabalho desenvolveria,
podendo assim traar o perfil deste profissional a ser formado.
Justifica-se o curso pela grande demanda do potencial de abuso ou uso abusivo das drogas, que h muito deixou de ser um problema psiquitrico
ou exclusivamente mdico. As implicaes sociais, psicolgicas, econmicas
e polticas em relao dependncia de substancias psicoativas so enormes
e devem ser consideradas na compreenso global e sistmica do problema.
Nos ltimos anos, sobretudo a partir da dcada de oitenta, assistiu-se ao
fenmeno de expanso do narcotrfico e da sua estruturao como crime
organizado em mbito transnacional, causando prejuzos econmicos e so-
ciais significativos s naes do mundo inteiro.
Para ler e refletir...
Os estudos e pesquisas realizados no Brasil possibilitam verificar que o uso
de drogas est se tornando cada vez mais presente na vida cotidiana dos
cidados, atingindo crescentemente o jovem. Levantamento realizado re-
centemente registrou, entre crianas e adolescentes do ensino fundamental
e mdio, o aumento significativo na tendncia de uso dos anfetamnicos,
maconha, cocana e o crack quando comparado a estudos mais antigos, na
mesma populao. Alm disso, os estudos revelam que o incio do uso de
drogas tende a ser bastante precoce no pas, visto que, entre as crianas na
faixa etria de 10 a 12 anos, 51,2% j tem consumido lcool; 11% usaram
tabaco; 7,8% solventes; 2% ansiolticos e 1,8% utilizaram anfetamnicos. AnfetamnicosA anfetamina uma droga sinttica de efeito estimulante da atividade mental.
Leia a portaria dentro do Caderno do Curso Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos no site:http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/dependentes.pdf que traz especificaes e pormenores da portaria.
Assista, atravs do link abaixo, o vdeo Clnica Grand House na Srie de Reportagem do Jornal da Record - 26/07/2010 - vocs percebero que: Uma introduo ao uso de drogas pode comear com o lcool.http://www.youtube.com/watch?v=JH_EbLNEDRQ&feature=related
Potencial de abuso a capacidade de uma substn-cia de desenvolver um padro de comportamento de uso abusivo.
O padro de comportamento de uso abusivo depende dos efeitos farmacolgicos agradveis, da averso sndrome de abstinncia, do desenvolvimento de tolerncia e de fatores individuais e ambientais. Quanto maior o potencial de abuso, maior ser a chance de um indivduo desenvolver dependncia.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 14
Na mesma direo, outro estudo realizado, tambm em 2007, constatou
que 88,1% das crianas e adolescentes em situao de rua j haviam utiliza-
do algum tipo de droga na vida, excluindo lcool e tabaco. A anlise desses
dados leva suposio de que o uso da droga um comportamento muito
presente no cotidiano dessas crianas e adolescentes, gerando problemas
orgnicos, psicolgicos e sociais que se somam prpria situao de rua.
(CEBRID, 2009).
Pesquisa interessante realizada em 1993, com conscritos do Exrcito Brasi-leiro, constatou que 20% deles j haviam experimentado maconha, sendo
que 5% faziam uso regular. Sobre o consumo de cocana, em suas vrias
formas possveis de uso, identificou-se que a mais utilizada era a cocana
cheirada sendo que 7,2% j haviam experimentado a droga e 1,5% faziam
uso regular da mesma.
Estes percentuais reduziram-se para 4% e 1,1% no que se refere ao consu-
mo de crack, e para 1,9% e 0,7% em relao cocana injetada. Importante
ressaltar que, em relao ao lcool, 50% relataram uso constante.
Dados do primeiro estudo epidemiolgico nacional, realizado em 2002,
identificaram que as drogas mais consumidas pela populao brasileira so
o lcool (67,9%) e o tabaco (42%). Em seguida, temos como drogas de con-
sumo significativo, a maconha (6,3%), os solventes (5,4%), os orexgenos
(4,4%), os benzodiazepnicos (3,5%), a codena (2,1%) e a cocana (2,1%).
Alm dos dados de pesquisa, verifica-se a ocorrncia de um crescente au-
mento no nmero de internaes motivadas pela dependncia de drogas na
rede do Sistema nico de Sade (SUS).
Para ler e refletir...
Nmero de usurios de crack no pas ultrapassa 1 milho, diz especialista
Figura 1.3: Usurios de crackFonte: http://noticias.r7.com
O nmero de usurios de crack hoje no
Brasil est em torno de 1,2 milhes e a
idade mdia para incio do uso da droga
13 anos. Os dados foram apresentados
recentemente pelo psiquiatra Pablo Roig.
A denominao anfetaminas atribuda a todo um grupo de substncias como: fenproporex, metanfetamina e dietilpropiona. Todas estas so comercializadas
sob a forma de medicamento. Os usos clnicos mais comuns so como moderador de apetite e
no tratamento de pacientes com Transtorno de Dficit de Ateno/
Hiperatividade. Outro tipo de anfetamina bem conhecida,
porm de uso ilcito, logo no encontrado em farmcias, a metilenodioximetanfetamina
(MDMA), conhecida por xtase.
Vamos conhecer um pouco mais sobre anfetaminas, acesse o link do Ministrio da Justia no site
abaixo e observe a definio, histrico da doena, mecanismo
de ao, efeitos no organismo dentre outras informaes.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.
php?id_conteudo=11285&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS%2FTipos
+de+drogas/Anfetaminas
Conscritos um termo geral para
qualquer trabalho involuntrio requerido por uma autoridade
estabelecida, mas ao que mais frequentemente associado ao
servio militar obrigatrio.
e-Tec BrasilAula 1 Como surgiu o curso histrico 15
Os locais de atendimento s doenas e os agravos da Sade, tais como pron
tos socorros e servios de pronto atendimento so uma das principais reas
que recebe o impacto do consumo de drogas, pois estas consequncias so
relacionadas doenas, acidentes domsticos, construes e principalmente
e sobre tudo no trnsito e est ligada diretamente as causas de morte.
Dados estatsticos apresentado h alguns anos pelo CEBRID - Centro Brasilei-
ro de Informaes sobre Drogas Psicotrpicas informa que o uso de drogas,
tambm acarreta no aumento do abandono escolar influenciando assim no
nvel educacional da populao no Pas.
Fonte: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/dependentes.pdf.
Alm disso, as drogas afetam a renda familiar e o status social, pois elas aba-
lam as condies de trabalho e empregabilidade. Estudo realizado no ano de
2000 mostrou que 10 a 15% dos empregados da indstria paulista tinham
problemas de dependncia e que 15 a 30% dos acidentes de trabalho e
50% das faltas e licenas mdicas estavam relacionadas ao uso de drogas.
Figura 1.4: Drogas e gravatas http://zelmar.blogspot.com
Outro problema srio e que est fora do controle das autoridades, est re
lacionado s aes vinculadas ao trfico de drogas, incluindo aqui conflitos
violentos entre grupos associados. Tambm so problemas os crimes que
costumam ser cometidos como forma do indivduo financiar seu consumo,
principalmente por meio de roubos ou mesmo a prpria prostituio, consi-
derada crime em diversos pases.
Estudo feito no Pas verificou que 68% dos homicdios culposos, 62% dos
assaltos, 54% dos assassinatos e 44% dos roubos ocorridos esto relacio-
nados com o uso de bebidas alcolicas. So justamente estes problemas
Visite o blog nossas mentes livres e descubra um pouco mais sobre drogas, ali existe uma breve descrio de algumas drogas que afligem a populao de um modo geral.http://nossasmenteslivres.tumblr.com/
Voc pode consultar o site do CEBRID Brasileiro de Informaes sobre Drogas Psicotrpicas e ter um enriquecimento cientfico importante e tambm fascinante, pois proporcionar informaes e estudos atualizados sobre o consumo de drogas psicoativas. http://www.cebrid.epm.br/index.php
Uma dica assistir o filme TROPA DE ELITE e TROPA DE ELITE II, onde mostra claramente os interesses que esto muitas vezes por trs do trfico.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 16
decorrentes do uso indevido de drogas, cada vez mais elevados, que tornam
urgente uma ao enrgica e adequados do ponto de vista da sade pblica.
O aumento no nmero de usurios de drogas e dos dependentes de subs-tncias psicoativas em todo o mundo, conjugados com uma insuficincia de
meios para atend-los, provocaram, nos ltimos vinte anos, a proliferao
de novas instituies para o tratamento e recuperao dos dependentes de
substncias psicoativas farmacodependentes ou como eram denominados
antigamente de drogados ou drogadictos.
No caso particular do Brasil, o acrscimo do uso de drogas se processou, em
regra, de modo desordenado e com distribuio por todo territrio nacional.
Estatsticas por rgos oficiais como o IBGE apontam para 98% dos munic-
pios Brasileiros j terem problemas com o crack.
Diversos modelos de abordagem para este tipo de problema vm sendo
discutidos, porm, a Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD realizou uma
pesquisa que apresentou dados relativos ao ano de 2000, apontando a exis-
tncia de 1.360 instituies para tratamento no pas, onde a maioria atende
pacientes com transtornos mentais e dependentes qumicos no mesmo am-
biente e da mesma forma, onde esses servios, em sua maioria, tm funcio-
nado dentro de normas estabelecidas pela prpria instituio, com equipes
sem capacitao ou formao em reas afins. A falta de planejamento e de
recursos responsvel e levam muitas delas a funcionarem sem condies
de proporcionar um atendimento no mnimo razovel, o que acarreta uma
grande preocupao para o governo.
Durante o I Frum Nacional Antidrogas, em Braslia, onde cerca de 2.000
representantes de diversos setores da sociedade brasileira se reuniram para
apontar necessidades especificas da rea de tratamento, sugerir aspectos
a serem includos na Poltica Nacional Antidrogas e estabelecer um dilogo
permanente entre a sociedade e o Governo Federal, um dos temas centrais
versou sobre a melhoria do nvel do tratamento no Pas, que deveria comear
pelo treinamento do pessoal que nele trabalha.
Em agosto de 2001, o Ministrio da Sade realizou o Seminrio Sobre o
Atendimento aos Usurios de lcool e outras Drogas na Rede SUS, o qual teve como eixos para discusso o modelo assistencial vigente e a formao
de recursos humanos voltados para o atendimento desta subpopulao
especfica.
Usurios de droga injetvel (UDI)
indivduo que usa a droga atravs da injeo intramuscular, subcutnea ou intravenosa (IV).
Drogadictodrogado, viciado,
dependente qumico.
O Sistema nico de Sade teve seus princpios estabelecidos
na Lei Orgnica de Sade, em 1990, com base no artigo 198
da Constituio Federal de 1988. Os princpios da universalidade, integralidade e da equidade so s vezes chamados de princpios ideolgicos ou doutrinrios, e os
princpios da descentralizao, da regionalizao e da
hierarquizao de princpios organizacionais, mas no est
claro qual seria a classificao do princpio da participao popular.
SUSSistema nico de Sade
e-Tec BrasilAula 1 Como surgiu o curso histrico 17
Vale destacar que a promoo de melhorias no sistema de sade e a qualifi
cao dos recursos humanos, fundamentada em conhecimentos validados,
voltados para a assistncia de indivduos com transtornos decorrentes do
consumo de substncias psicoativas, so objetivos tambm da Poltica Na
cional Antidrogas CONAD.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/CONAD/index.php
Impulsionados pelos movimentos governamentais e no-governamentais, a
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - ANVISA publicou a Resoluo RDC
n. 101, que estabelece normas mnimas para o funcionamento das institui-
es que atuam segundo modelo psicossocial, conhecida por Comunidade
Teraputica ou Servios Assemelhados, a qual determina que essas institui-
es devero possuir uma equipe mnima para atendimento a cada grupo
de 30 pacientes.
Simplificadamente voc poder verificar a proposio da RDC 101 em rela-
o composio mnima da equipe em uma Comunidade Teraputica:
a) 01 (um) profissional da rea de sade ou servio social, com formao su-perior, responsvel pelo Programa Teraputico, capacitado para o atendi-
mento de pessoas com transtornos decorrentes de uso ou abuso de SPA, em cursos aprovados pelos rgos oficiais de educao e reconhecidos
pelos CONENs ou COMENs;
b) 01 (um) Coordenador Administrativo;
c) 03 (trs) Agentes Comunitrios capacitados em dependncia qumica em cursos aprovados pelos rgos oficiais de educao e reconhecidos pelos
CONENs e COMENs.
Representantes de diversos segmentos da sociedade brasileira, preocupados
com a qualidade da assistncia ao usurio de drogas em fase de recupera-
o no mbito das comunidades teraputicas no Pas e com a RDC 101/01
discutiram e levantaram pontos importantes, tais como recursos humanos
e capacitao tambm, que foram temas que permearam a maioria das
discusses do II Frum Nacional Antidrogas e foram levados ao Ministrio
da Educao e ao Ministrio da Sade, sobre os requisitos mnimos para a
formao dos Agentes Comunitrios, Conselheiros, Monitores, das equipes
de hospitais e ambulatrios.
http://www.cratod.saude.sp.gov.br/forum/Resolu%E7%E3o%20RDC%20101%20ANVISA.pdf
CONADConselho Nacional Antidrogas
Leia no site abaixo os princpios do SUS que so: Universalidade, Integralidade, Equidade, Participao da comunidade, Descentralizao poltico-administrativa, Hierarquizao e regionalizao:http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_%C3%9Anico_de_Sa%C3%BAde#Princ.C3.ADpios_do_SUS
O Conselho Nacional Antidrogas CONAD aprovou a nova Poltica Nacional sobre Drogas no ltimo dia 27/10/2005, resultado do realinhamento da Poltica Nacional Antidrogas vigente at ento. Fonte: http://www.almg.gov.br/eventos/imagens/politica_nacional_antidrogas.pdf
Para que voc entenda um pouco melhor os temas abordados a partir daqui, faa a leitura da RDC. Acesse o link abaixo e saiba mais sobre a RDC 101 - ANVISAhttp://www.anvisa.gov.br/legis/resol/101_01rdc.htm
SPASubstncia Psicoativa;CONENConselho Nacional de Entorpecentes;COMENConselho Municipal de Entorpecentes (atualmente so definidos como CONAD - Conselho Nacional Antidrogas).
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 18
Resumo Os pontos aqui apresentados se destacam pela importncia da criao da
legislao que aborda a questo da dependncia qumica, os rgos que so
responsveis pela atuao no mbito nacional, estadual e municipal, bem
como o atendimento de sade regulamentado pelo SUS e a importncia do
conhecimento da RDC 101 que regula o funcionamento das Comunidades
Teraputicas de Reabilitao de Dependentes Qumicos para a formao e
da criao do Curso Tcnico de Reabilitao do Usurio de Drogas.
Estas informaes lhe daro subsdios para contextualizar as que se segui-
ro, pois so introdutrias ao curso para formalizao da profisso.
Atividades de aprendizagemDe acordo com o texto indicado em mdias integradas (POLTICA NACIO-NAL ANTIDROGAS) responda as questes sobre tratamento, recuperao e reinsero social, abaixo:
1. Qual a obrigao do estado nas questes de tratamento, recuperao e reinsero social?
2. Quais as etapas da recuperao?
3. O que reduo de danos segundo a poltica nacional antidrogas?
4. O que reinsero social?
Leia o texto, Poltica Nacional Antidrogas, disponvel em:http://www.almg.gov.br/
eventos/imagens/politica_nacional_antidrogas.pdf
e-Tec Brasil19
Aula 2 O Curso no IFPR EaD
Nesta aula ser apresentado a voc aluno os objetivos, e os contedos das
disciplinas que sero abordadas no curso e ainda conhecer os diversos
campos de atuao. Lembre-se que estas informaes so muito impor-
tantes para a sua formao profissional como Tcnico em Reabilitao de
Dependentes Qumicos.
2.1 Objetivos do cursoO Curso Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos visa preparar
profissionais na rea de Sade para atuarem como tcnicos de nvel m-
dio, compondo equipes multidisciplinares, em servios de ateno a pessoas
com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substncias psicoativas,
exercendo atividades educativo-preventivas, clnico-recuperativas e de ges-
to de programas e servios de preveno e de reabilitao da dependncia
qumica, dando sada intermediria para a ocupao de auxiliar tcnico em
reabilitao de dependentes qumicos.
2.2 Perfil profissional de concluso
Figura 2.1: Atendimento teraputico Fonte: http://ravenasilvapsique.blogspot.com
O Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos um profissional que
compe uma equipe multidisciplinar nos programas ou servios de ateno
a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substncias psi-
coativas. orientado e supervisionado por profissionais de nvel superior da
rea da Sade e de Servio Social. Est em contato permanente com os pa-
cientes e familiares, facilitando o trabalho de vigilncia e promoo da sade
realizada por toda equipe.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 20
Esse Tcnico exerce a funo de um co-terapeuta que, em conjunto com
outros profissionais e sob a orientao destes, fazendo parte de equipes
multidisciplinares, mobiliza saberes, vivncias e experincias. Entende-se por
co-terapeuta o profissional que auxilia o terapeuta no estudo e na colocao
em prtica dos meios adequados para aliviar doenas. Nesse sentido, o perfil
de concluso a ser alcanado no Curso Tcnico em Reabilitao de Depen-
dentes Qumicos envolve seis competncias bastante abrangentes, em trs
mbitos de atuao, que veremos a seguir.
2.2.1 No mbito da educao e da prevenoI. Atuao em campanhas, eventos e situaes de informao e escla-
recimento da comunidade
Competncia: Participar do planejamento e desenvolvimento de trabalhos de informao e esclarecimento sobre o uso indevido de drogas, mobilizan-
do, de forma articulada, a valorizao da vida saudvel, do autocuidado e
da preservao da integridade biopsicossocial junto comunidade; conhecer
as bases de natureza bioqumica e psicossocial relacionadas dependncia e
aos problemas a ela correlatos; e conhecer princpios, estratgias e recursos
de comunicao e sensibilizao comunitria, desenvolvendo habilidades
para a utilizao destes recursos.
Figura 2.2: Aes preventivas na escolaFonte: http://projetoapesjbv.blogspot.com
II. Atuao em programas de reduo da demanda de drogas e de reduo de danos
Competncia: Participar na concepo, desenvolvimento ou monitoramen-to do desenvolvimento de programas de reduo de demanda de drogas e
de reduo de danos, mobilizando, de forma articulada, a valorizao da
vida saudvel, do autocuidado e da preservao da integridade biopsicos-
e-Tec BrasilAula 2 O Curso no IFPR EaD 21
social humana; conhecer as circunstncias biopsicossociais, sociolgicas e
ambientais, caractersticas ou comuns nas dependncias, aliadas a conhe-
cimentos e habilidades de operacionalizao de estratgias e recursos de
minimizao de circunstncias estimulantes ou desencadeantes.
2.2.2 No mbito da recuperao e reabilitao tratamento, recuperao e reinsero social
Figura 2.3: Atividades e atendimentoFonte: http://novaesperancasaude.blogspot.com
I. Atuao no apoio e suporte ao diagnstico
Competncia: Oferecer (coletar, registrar e reunir) informaes de apoio e suporte ao diagnstico, inclusive o social, e ao encaminhamento e re-
encaminhamento teraputico, mobilizando, de forma articulada, bases
sobre as caractersticas dinmicas dos diferentes quadros de dependn-
cia, sobre as tcnicas e os procedimentos de observao de comporta-
mento, de abordagem e de entrevista recomendados e preconizados para
os diferentes casos, assim como habilidades para operacionalizar essas
tcnicas e esses procedimentos, para registrar e transmitir, clara e pre-
cisamente, com domnio de vocabulrio tcnico-cientfico especfico, as
informaes coletadas.
II. Atuao na operacionalizao do processo teraputico
Competncia: Aplicar e conduzir diferentes tcnicas teraputicas e de rein-sero social global prescrita a partir da interpretao adequada de prescri-
es e orientaes, mobilizando, de forma articulada, conhecimentos so-
bre os diferentes mtodos e tcnicas teraputicas indicados pela cincia e
tecnologia da rea, habilidades para operacionaliz-los, com a ativao do
respeito contribuio de diferentes reas do conhecimento, dos conceitos
de multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e da habilidade para trabalho
em equipes que obedeam a estes conceitos.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 22
III. Atuao em situaes emergenciais
Afrouxar roupas, retirar objetos pessoais,proteger a cabea.
Figura 2.4: Atendimento de emergncia Fonte: http://clicaki.net/o-que-convulsao
Competncia: Intervir em situaes emergenciais com base no conhecimen-to e na interpretao de orientaes e prescries indicadas para diferentes
casos, utilizando, de forma hbil e adequada, tcnicas e procedimentos de
primeiros socorros, alm de interveno em casos de intoxicao, abstinn-
cia e seus desdobramentos.
2.2.3 No mbito da gestoI. Atuao na participao, no planejamento e na organizao de ser-
vios de preveno e de reabilitao da dependncia qumica.
Competncia: Contribuir no planejamento e na organizao de servios eficientes e eficazes de preveno e de reabilitao da dependncia qu-
mica, mobilizando, de forma articulada, conhecimento crtico-avaliativo de
modelos de gesto, convencionais e alternativos, adotados em diferentes
iniciativas na rea, na perspectiva da utilizao racional dos diferentes recur-
sos sociais ou do fortalecimento da rede social local e regional, envolvendo
aspectos de natureza estratgica, programtica, de recursos humanos, de
recursos materiais, de sustentabilidade tcnica e financeira.
e-Tec BrasilAula 2 O Curso no IFPR EaD 23
2.3 Estgios
Figura 2.5: Participao em grupos de apoio Fonte: Montagem realizada pelo autor.
O aluno dever realizar o total de 260 horas de estgio obrigatrio para
complemento da carga horria do Curso Tcnico em Reabilitao de Depen-
dentes Qumicos com parcerias com Municpios e IFPR, termo de parceria
por meio de contrato com seguro de vida obrigatrio. Caber ao municpio
parceiro e/ou aluno providenciar os locais de estgio dentro do estabelecido
nas normas institucionais do IFPR/EAD.
Os estgios esto divididos em dois mdulos: 130 horas em Centro de Aten-
o Psicossocial CAPs e Centro de Ateno Psicossocial lcool e Drogas
CAPs ad. Centro de Recuperao, Clnicas de Recuperao e Hospitais
Psiquitricos que tenham tratamento para dependentes qumicos e outro
mdulo de estgio de 130 horas em Comunidades Teraputicas ou Casa de
Recuperao, desde que tenha certificao e alvar para funcionamento
com CNPJ.
Figura 2.6: Apoio nos gruposFonte: www.conasems.org.br
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 24
ResumoAqui neste mdulo voc teve a oportunidade de conhecer onde poder
atuar como Tcnico em Reabilitao de Dependentes Qumicos e como tal,
estar fazendo parte de uma equipe multidisciplinar nos programas ou servi-
os de ateno a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de
substncias psicoativas, podendo atuar e exercer a funo de co-terapeuta
que, em conjunto com outros profissionais far parte da equipe multiprofis-
sional e nesse sentido voc verificou que o perfil de concluso envolve trs
mbitos de atuao, ou seja, na Educao e Preveno, atuao em campa
nhas, eventos e situaes de informao e esclarecimento da comunidade,
atuao em programas de reduo da demanda de drogas e de reduo de
danos e recuperao e reabilitao tratamento, recuperao e reinsero
social, atuao no apoio e suporte ao diagnstico, na operacionalizao do
processo teraputico, em situaes emergenciais, na participao, no pla-
nejamento e na organizao de servios de preveno e de reabilitao da
dependncia qumica.
Atividades de aprendizagem De acordo com a leitura do artigo da revista eletrnica scielo, indicado
em Mdias integradas, apresente pelo menos 10 atividades que o tera-peuta poder praticar quando estiver atuando em grupos de ajuda.
Leia o artigo da revista eletrnica scielo, que est disponvel em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0104-11692005000200018&lng=pt&nrm=iso
Voc perceber que os autores enfatizam o nvel tcnico-
cientfico em que o trabalho com grupos desenvolvido e ainda a
influncia da personalidade do terapeuta nos participantes.
e-Tec Brasil25
Aula 3 Educao a Distncia
Voc est iniciando um curso a distncia. Provavelmente voc deve ter
realizado a maior parte de seus estudos na modalidade presencial, no
mesmo? E por que escolheu um curso a distncia?
Com certeza voc respondeu que optou pela modalidade a distncia porque
no tem um horrio compatvel com um curso presencial e/ou porque no
poderia se deslocar at uma escola que oferea este curso. Outra resposta
possvel seria que a oferta do curso que voc escolheu s existe na modalida-
de a distncia. Independente da sua resposta, com certeza voc ouviu que,
nos ltimos anos, houve um aumento da oferta de cursos nesta modalidade.
A rpida difuso da Educao a Distncia, chamada carinhosamente de EaD,
consequncia do desenvolvimento tecnolgico e da exploso informacio-
nal que o mundo viveu nos ltimos anos.
Figura 3.1: Educao a DistnciaFonte: www.sxc.hu
3.1 Definio de EaD?Agora, responda: Antes de iniciar este curso, o que sabia sobre esta modali-
dade de educao? E afinal qual a definio de EaD?
Cremos que, para a maioria de vocs, esta primeira experincia num curso
na modalidade a distncia. Sendo assim, torna-se primordial entendermos a
definio de EaD. Na concepo de Gaspar, a Educao a Distncia :
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 26
Uma estratgia centrada na aprendizagem que ocorre de mtodos e
meios adequados para que ela se realize efetivamente, com o pressu-
posto de que o aprendente no est face ao ensinante. Exige, portanto,
controle apertado que se pode resumir a trs grandes funes proces-
suais: tutoria, superviso do processo de aprendizagem, avaliao do
progresso e do resultado dessa aprendizagem. (GASPAR, 2001, p. 70)
Ainda segundo a autora,
esta metodologia de ensino centra o processo educativo no aluno, logo
o ncleo central est na aprendizagem gerida pelo aprendente e supor-
tada pelos materiais de ensino, e de controlo e avaliao das aprendi-
zagens. (GASPAR, 2001, p. 70)
Para Moran (2002), a Educao a Distncia o processo de ensino/apren-
dizagem mediado por tecnologias, no qual professores e estudantes esto
separados espacial e/ou temporalmente.
J Keegan (1996) aponta caractersticas para a definio de EaD:
A separao fsica entre professor e aluno durante quase todo o processo educativo.
A separao do aluno de um grupo de aprendizado. A participao de uma organizao educacional, contendo planejamen-
to, sistematizao, plano, projeto e organizao dirigida.
O uso de vrias tecnologias e mdias para a distribuio do contedo do curso.
A comunicao de mo dupla, ou seja, permite que o aluno tambm possa iniciar um dilogo com o professor.
Tem encontros ocasionais presenciais com objetivos didticos e de socia-lizao.
Garcia Aretio (1996) assinala como funes da EaD:
A democratizao do acesso educao; A fomentao de uma educao permanente e aperfeioamento pro-
fissional;
A possibilidade de uma aprendizagem autnoma, ligada experincia, reduo dos custos;
Implantao de educao de qualidade.
Tecnologia o conjunto de conhecimentos
de que uma sociedade dispe sobre cincias e artes industriais,
incluindo os fenmenos sociais e fsicos, e a aplicao destes
princpios produo de bens e servios
(Goldemberg, 1978, p.157). Acesso: http://www.eps.ufsc.br/
teses99/aguiar/gloss.htmlMdia
Qualquer suporte de difuso de informaes (rdio,
televiso, imprensa escrita, livro, computador, satlite
de comunicaes etc.) que constitua simultaneamente
um meio de expresso na qual um intermedirio capaz de
transmitir uma mensagem a um grupo.
Democratizar Tornar democrtico.
Tornar acessvel a todas as classes; popularizar:
democratizar o ensino. Fomentar
Sustentar, incitar, excitar, entreter. Promover o progresso.
e-Tec BrasilAula 3 Educao a Distncia 27
A preocupao bsica da Educao a Distncia, confirmada por inmeros
autores, a democratizao e o acesso ao saber escolarizado para atender a
demanda imposta pela sociedade, como uma forma eficaz de superao nos
processos de excluso social.
A EaD um recurso para atender contingentes de alunos de forma mais
efetiva que outras modalidades de ensino e sem riscos de reduzir a qualida-
de dos servios oferecidos em decorrncia da ampliao da clientela a ser
atendida.
A regulamentao da EaD, que seguiu a Lei de Diretrizes e Bases Lei
n. 9.394/1996, se materializou nos Decretos n. 2.494, de 10 de fevereiro
de 1998, e n. 2.561, de 27 de abril de 1998, que alterou a redao dos
Artigos 11 e 12. , portanto, no texto do Decreto n. 2.494, que se redefine
a Educao a Distncia como:
...uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com
a mediao de recursos didticos sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informao utilizada isola-
damente ou combinada, e vinculada pelos diversos meios de comu-
nicao. (Art.1)
Em 2005, o MEC rev o decreto n. 2.494/1998 e a portaria n. 301/1998, as-
sim a partir do decreto n. 5.622/2005 define o que entende por Educao a
Distncia:
Caracteriza-se a Educao a Distncia como modalidade educacio-
nal na qual a mediao didtico/pedaggica nos processos de ensino
e aprendizagem ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de
informao e comunicao, com estudantes e professores desenvol-
vendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (Art. 1)
Vivemos hoje um momento de intensas inovaes socioculturais, provocadas
pela evoluo tecnolgica que permite a disseminao de informaes de
forma cada vez mais abrangente. Assim, a tecnologia vem proporcionando
oportunidades para prticas educacionais inovadoras. Estes espaos esto
se definindo como possibilidades estratgicas para o desenvolvimento
de programas de EaD, aliando a virtualidade interatividade, numa tentativa de superao de dois elementos bsicos nos processos de ensino
aprendizagem: distncia e tempo.
VirtualAlgo que no fsico, apenas conceitual.Algo que no concreto. Virtual tudo aquilo que no palpvel, geralmente alguma abstrao de algo real.A simulao de algo, como em Realidade Virtual, Memria virtual, Disco virtual.InterativoAdj. Cuja ao ou reao se exerce mtua ou reciprocamente (entre duas ou mais pessoas ou coisas).Diz-se de sistema de comunicaes (telefone, televiso a cabo, computador) que envolve um pedido do usurio ou uma resposta (p. ex., numa sondagem de opinio pblica): televiso interativa.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 28
As perspectivas de uma Educao a Distncia interativa, significativa e flexvel
vem se tornando realidade em muitas instituies de ensino, onde a internet
apresenta-se como um suporte alternativo e eficiente. Caracterizados como
ambientes virtuais de aprendizagem tm a finalidade de disponibilizar
informaes, promover integrao, troca de ideias e de informaes.
Neste ambiente torna-se possvel tirar dvidas, conhecer necessidades e
problemas, numa abrangncia global, vencendo as barreiras geogrficas e
de tempo. Assim, o ambiente eletrnico propagador dos conhecimentos
tecnolgicos, mas tambm de aspectos culturais prprios dos tempos
modernos, definindo-se assim como veculo permanente de apoio s
mudanas.
Diante dessas reflexes e de uma sociedade
globalizada, onde as tecnologias de informao
e comunicao (TICs) se fazem presentes
numa evoluo crescente, acreditamos que
a EaD se constitui como uma possibilidade
intrnseca, capaz de atender as demandas de uma formao voltada para as necessidades do
mundo do trabalho.
A busca por profissionais qualificados para o mercado de trabalho vem
se tornando uma realidade cada vez mais consistente e a EaD tem sido
vista como uma aliada neste processo. Incentivados pela necessidade de
democratizao de acesso, atualizao profissional e das possibilidades de-
correntes da telemtica, a Educao a Distncia vem se expandindo con-sideravelmente no Brasil e no mundo, levando as pessoas e instituies a
utilizarem-na como mais uma forma de buscar e promover conhecimentos.
O uso da tecnologia na educao tem sido motivo de discusso em todo o
mundo. Utilizar as mdia com fins educacionais constitui-se em um podero-
so instrumento na democratizao do saber, principalmente no Brasil, onde
as distncias geogrficas so agravantes na operacionalizao das polticas
educacionais.
3.2 A Legislao Brasileira de EaD De acordo com Gomes (2008) um importante momento para a EaD no
Brasil foi a criao, em 1996, da Secretaria de Educao a Distancia
(SEED). Entre as responsabilidades dessa secretaria est a de atuar como
Intrnseco Que prprio e essencial:
qualidade intrnseca. Que existe por si mesmo.
TelemticaConjunto de servios
informticos fornecidos atravs de uma rede de
telecomunicaes.
e-Tec BrasilAula 3 Educao a Distncia 29
agente de inovao dos processos de ensino e aprendizagem na EaD.
Tambm em 1996, as bases legais para a modalidade EaD foram con-
solidadas pela ltima reforma educacional brasileira, a Lei de Diretrizes
e Bases. A Lei n. 9.394/96 oficializou a EaD no pas como modalidade
vlida e equivalente para todos os nveis de ensino (fundamental, mdio,
superior e ps-graduao). A partir da, as experincias brasileiras em
EaD j somam um grande nmero.
Figura 3.2: Telas do Portal do MEC - SEED - Secretaria de Educao a DistnciaFonte: http://portal.mec.gov.br
A partir de 2005, as universidades, faculdades e os centros tecnolgicos
podem oferecer at 20% da carga horria total de qualquer um de seus
cursos presenciais na modalidade a distncia, desde que o referido curso
seja reconhecido pelo MEC.
Em 2007 mais um passo importante foi dado para a democratizao do
acesso a educao profissional pblica na modalidade de Educao a
Distncia com a criao do Programa Escola Aberta do Brasil, o e-Tec Brasil,
do qual voc faz parte participando deste curso. Com o objetivo de levar cur-
sos tcnicos a regies distantes das instituies de ensino e para a periferia
das grandes cidades brasileiras, tambm como um movimento de incentivo
aos jovens a conclurem o Ensino Mdio.
Para conhecer um pouco mais sobre a legislao atual da Educao a Distncia no Brasil acesse o site do MEC.Acesse: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12778%3Alegislacao-de-educacao-a-distancia&catid=193%3Aseed-educacao-a-distancia&Itemid=865.Outro documento que indicamos o organizado pela ABED, que apresenta a legislao da EaD por estado. Este documento foi atualizado em 19 de novembro de 2010. Acesse: http://www2.abed.org.br/documentos/ArquivoDocumento593.pdf.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 30
Contamos tambm os Referenciais de Qualidade. Eles circunscrevem-se no ordenamento legal vigente em complemento s determinaes espec-ficas da Lei de Diretrizes e Bases da Educao, do Decreto 5.622, de 20 de
dezembro de 2005, do Decreto 5.773, de junho de 2006 e das Portarias Nor-
mativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora seja um documento que
no tem fora de lei, ele um referencial norteador para subsidiar atos legais
do poder pblico no que se refere aos processos especficos de regulao,
superviso e avaliao da modalidade citada.
Resumo A rpida difuso da Educao a Distncia (EaD) consequncia do de-
senvolvimento tecnolgico e da exploso informacional do mundo glo-
balizado.
Os primeiros registros sobre Educao a Distncia so de cursos por cor-respondncia, viabilizados pela impresso em escala, permitindo a edu-
cao de um contingente cada vez maior de pessoas.
Com a grande difuso da EaD, muito se escreveu sobre essa modalidade de ensino, o que permitiu uma diversidade de definies para o termo.
Nas definies de EaD, alguns aspectos so comuns: distncia fsica entre professor e aluno; forma de estudo; uso de tecnologias de informao e
comunicao (TICs) para promover a interao.
Atividades de aprendizagem Voc dever criar um novo conceito para EaD a partir das leituras feitas
at aqui. Se precisar, volte a ler o texto que foi sugerido! O conceito de-
ver contemplar os principais elementos que caracterizam a EaD.
CircunscreverTraar um limite em torno de.
Restringir a certos limites: circunscrever um assunto.
OrdenamentoAo ou efeito de ordenar;
ordenao; ordem.
e-Tec Brasil31
Aula 4 As geraes da Educao a Distncia
Agora que voc j conhece e at formulou sua definio de EaD, veremos
nesta aula as Geraes de EaD e as diferenas entre Educao a Distncia
e a Presencial.
4.1 As GeraesO avano tecnolgico possibilitou ainda o uso de mdias interativas, que
oportunizam um contato em tempo real entre alunos e professores, mes-
mo que distantes geograficamente. A interatividade conseguida atravs dos
recursos de multimdia ocasionou uma revoluo h poucas dcadas inima-
ginveis, e capaz de, dependendo do tipo da mdia utilizada, promover as
condies necessrias para um ensino presencial virtual.
Toda essa revoluo provocou mudanas estruturais no processo de ensino/
aprendizagem, pois a mdia no pode ser vista apenas como um recurso,
mas como um instrumento de acesso ao conhecimento. A informao est
disponvel para todos atravs da internet, da televiso, de revistas e de ou-tros meios de comunicao hoje to comuns.
difcil imaginar que h algumas dcadas no tnhamos toda essa tecnologia a nossa disposio. Voc conseguiria viver sem ela? Para que possamos entender todo esse processo conversaremos a seguir sobre o
contexto histrico da EaD.
No existe uma data consensual que marque o incio da Educao a
Distncia. O que fica evidenciado so diferentes modelos de EaD, vinculados
historicamente ao desenvolvimento das tecnologias de produo,
distribuio e comunicao. Esses modelos correspondem s geraes da
EaD.
Em Educao a Distncia denomina-se gerao o conjunto de suportes de
informao utilizados para a comunicao entre professores, estudantes,
tutores e equipes de apoio.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 32
No quadro abaixo, apresentamos um resumo das cinco geraes da EaD
com relao tecnologia e mdia utilizadas, aos objetivos e mtodos peda-
ggicos. Acompanhe com ateno observando sua evoluo:
Quadro 4.1: Geraes de EaD
Caractersticas Tecnologia e mdia utilizadas Objetivos pedaggicos Mtodos pedaggicos
1 gerao - 1880 Imprensa e Correios Atingir alunos desfavorecidos socialmente, especialmente as mulheres
Guias de estudo, autoavaliao, material entregue nas residncias
2 gerao - 1921 Difuso de rdio e TV Apresentao de informaes aos alunos feita distncia
Programas teletransmitidos e pacotes didticos (todo o material referente ao curso entregue ao aluno pelos correios ou pessoalmente)
3 gerao - 1970 Universidades Abertas Oferecer ensino de qualidade com custo reduzido para alunos no universitrios
Orientao face a face, quando ocorrem encontros presenciais
4 gerao - 1980 Teleconferncias por audio, vdeo e computador
Direcionado a pessoas que aprendem sozinhas, geralmente estudando em casa
Interao em tempo real de aluno com aluno e instrutores a distncia
5 gerao - 2000 Aulas virtuais baseadas no computador e na internet
Alunos planejam, organizam e implementam seus estudos por si mesmos
Mtodos Construtivistas de aprendizado em colaborao
Fonte: Adaptado de MOORE, M.; KEARSLEY, G. 2008.
Agora apresentamos a evoluo histrica das geraes da EaD relacionando
as formas de comunicao, a tutoria e a interatividade.
Quadro 4.2: Evoluo Histrica da EaD
Geraes de EADCaracterstica Formas de comunicao Tutoria Interatividade
1 gerao - 1880 Correios e correspondncia Instruo por correspondncia Aluno/material didtico escrito
2 gerao - 1921 Rdio, TV e outros recursos didticos como: caderno didtico, apostilas, fita K-7
Atendimento espordico, dependendo de contatos tele-fnicos, quando possvel
Pouca ou nenhuma interao professor aluno
3 gerao - 1970 Integrao udio, vdeo e correspondncia
Suporte e orientao ao aluno. Discusso em grupo de estudo local e uso de laboratrios da universidade nas frias
Guia de estudo impresso, orientao por correspon-dncia, transmisso por rdio e TV, audioteipes gravados, conferncias por telefone, kits para experincias em casa e biblioteca local
4 gerao - 1980 Recepo de lies veicula-das por rdio ou televiso e audioconferncia
Atendimento Sncrono e Assn-crono, dependendo de contatos eletrnicos
Comunicao sncrona e as-sncrona com o tutor, professor e colegas
5 gerao - 2000 Sncrona e assncrona Atendimento regular por um tutor, em determinado local e horrio
Integrao em tempo real ou no, com o professor do curso e com colegas de curso
Fonte: Adaptado de MOORE, M.; KEARSLEY, G. 2008.
e-Tec BrasilAula 4 As geraes da Educao a Distncia 33
Em uma proposta de educao flexvel, os conceitos de gerao de EaD
ultrapassam a dimenso tecnolgica, pois o acesso tecnologia ocorre de
forma gradativa e desigual em diferentes cenrios e como o foco a preo-
cupao com o aluno, podemos ter num mesmo curso, instituio ou pas,
vrias geraes de EaD, em contextos diferenciados, articulados no desen-
volvimento do processo ensino/aprendizagem.
Voc sabe o que significa a comunicao sncrona e assncrona?
COMUNICAO SNCRONA Aquela que permite a comunicao entre duas ou mais pessoas em tempo real. Neste caso, as pessoas precisam
estar conectadas de alguma forma. Exemplos: no chat, no telefone, na videoconferncia.
COMUNICAO ASSNCRONA Permite o debate de temas, com a incluso de opinies em qualquer tempo, no sendo necessrio que os alunos este-
jam conectados simultaneamente, como na comunicao sncrona. Como
exemplo, podemos citar correspondncia, e-mail, aulas gravadas etc.
Para refletir
Diante dos contedos estudados at agora sobre EaD e a sua experincia
de Educao Presencial, voc saberia diferenciar as duas modalidades de
educao?
4.2 Diferenas da EaD e da Educao Presencial
A EaD apresenta algumas caractersticas distintas da educao presencial.
Para ampliar seu entendimento, mencionamos a seguir algumas vantagens
da Educao a Distncia adaptadas de Garcia Aretio (1996):
Eliminao ou reduo das barreiras de acesso aos cursos ou nveis de estudo;
Diversificao e ampliao na oferta de cursos;
Oportunidade de formao adaptada s exigncias atuais s pessoas que no puderam frequentar a escola tradicional;
Permanncia do aluno em seu ambiente profissional, cultural e familiar;
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 34
Figura 4.1: Educao Presencial x EaDFonte: Banco de Imagens DI
O programa de ensino realizado onde o aluno se encontra, ou seja, em
casa ou no trabalho, e no exige que ele se desloque at o local onde est
situada a escola. Abre oportunidade para as pessoas estudarem, indepen-
dente do local onde moram, seja em reas rurais e/ou de difcil acesso.
Atende ainda pessoas que poderiam estar impossibilitadas de assistir s aulas
por razes de trabalho, famlia ou outras. Educao a Distncia , portanto,
uma grande contribuio ao oferecimento da igualdade de oportunidades.
Por estudar no local onde reside o aluno pode balancear o estudo com o seu
trabalho, unindo a teoria prtica. Torna a aprendizagem mais significativa
e interessante, porque ocorre em um contexto da vida real e a motivao
tende a ser maior.
Figura 4.2: Aluno de EaDFonte: http://genteemercado.com.br
O aluno o centro do processo e o sujeito ativo de sua formao, onde respeitado o seu ritmo de aprender. O aluno adquire condies por
opo de se tornar um agente ativo durante sua vida acadmica desen-
volvendo a iniciativa, atitudes, interesses, valores e hbitos educativos;
e-Tec BrasilAula 4 As geraes da Educao a Distncia 35
Contedos instrucionais elaborados por especialistas e a utilizao de recursos de multimdia. Existe uma diviso de trabalho entre aqueles
que elaboram materiais e aqueles que ajudam os alunos a utiliz-los. O
estudo torna-se muito objetivo e a aprendizagem muito mais eficiente;
Comunicao bidirecional frequente garantindo uma aprendizagem dinmica e inovadora. Como os alunos esto separados dos docentes,
utiliza-se a comunicao por meio do manual do aluno, do caderno
didtico, internet, 0800 e teleconferncias, que so completados pela orientao dos tutores de forma presencial;
Reduo de custos em relao aos sistemas presenciais de ensino, ao eliminar pequenos grupos, ao evitar gastos de locomoo de alunos,
ao evitar o abandono do local de trabalho para o tempo extra de forma-
o, ao permitir a economia em escala que supera os altos custos iniciais.
Resumo A evoluo tecnolgica da qual a EaD faz parte pode ser dividida em
fases cronolgicas. A primeira, na dcada de 1960, foi chamada de
gerao textual e utilizou somente textos impressos enviados pelos
correios; a segunda ocorreu entre as dcadas de 1960 e 1980 e foi
chamada de gerao analgica, utilizando como suporte textos impressos
complementados por recursos tecnolgicos audiovisuais; a terceira, e
atual, a gerao digital, que utiliza o suporte de recursos tecnolgicos
modernos, tais como as tecnologias de informao e comunicao e de
fcil acesso s grandes redes de computadores, bem como internet.
As formas de ensinar e estudar a distncia foram se modificando ao longo dessas geraes, e as tecnologias educacionais usadas podem ser
divididas em independentes (muito utilizadas na primeira gerao de
EaD) e dependentes.
um processo de ensino/aprendizagem mediatizado pelo livro didtico, meios tecnolgicos, professor conferencista, professor web, tutor pre-sencial e a distncia, alm de atividades que suprem a ausncia fsica do
professor em tempo integral;
A separao fsica do professor e do aluno no exclui o contato direto dos alunos entre si ou do aluno com os profissionais que vo auxili-lo
no processo de aprendizagem, dentre eles, o tutor presencial, o tutor a
distncia e a coordenao de cursos;
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 36
Atividades de aprendizagem1. A EaD se desenvolveu ao longo do tempo, e sua evoluo pode ser
caracterizada por diferentes geraes. Voc seria capaz de ordenar, de
1 a 5, as Geraes de EaD, conforme a tecnologia e mdias?
a) ( ) Universidades Abertas.
b) ( ) Aulas virtuais baseadas no computador e na internet.
c) ( ) Imprensa e Correios.
d) ( ) Teleconferncias por udio, vdeo e computador.
e) ( ) Difuso de rdio e TV.
2. Faa o mesmo exerccio para Formas de Comunicao, ordene de 1 a 5:
a) ( ) Integrao udio, vdeo e correspondncia.
b) ( ) Sncrona e assncrona.
c) ( ) Correios e correspondncia.
d) ( ) Rdio, TV e outros recursos didticos como: caderno didtico, apostilas, fita K-7.
e) ( ) Recepo de lies veiculadas por rdio ou televiso e audioconfe-rncia.
Anotaes
e-Tec Brasil37
Aula 5 A Educao a Distncia no IFPR
Nesta aula, aps os conhecimentos obtidos sobre EaD, acreditamos serem
necessrias informaes sobre a concepo da EaD no IFPR.
A implantao da EaD no IFPR, aconteceu em meados de 2005 com a oferta
de cursos tcnicos na rea de gesto. Foi resultante de um esforo conjunto
da antiga Escola Tcnica da Universidade Federal do Paran (ET/UFPR), hoje
Instituto Federal do Paran (IFPR), e de centenas de Prefeituras do Estado do
Paran. O objetivo era capacitar a comunidade em geral assegurando uma
educao de qualidade, permitindo ao estudante entrar e/ou manter-se no
mercado de trabalho.
Segundo informaes da Organizao das Naes Unidas (ONU), metade da
mo de obra do mundo est despreparada para acompanhar o progresso
tecnolgico (MEC, 1998).
Polak, Cidade e Souza e Silveira (1999) fundamentam que a dimenso do
mercado para o ensino a distncia enorme, dada a forte demanda educa-
cional existente em nosso pas e na Amrica Latina e da necessidade impror-
rogvel de se atender as categorias especiais de adultos que trabalham sob
constante presso, tentando acompanhar as transformaes sociais, polti-
cas e tecnolgicas e que precisam assumir diariamente novas funes para
as quais nunca foram qualificadas.
Na fundamentao terica do projeto institucional utilizou-se um estudo cri-
terioso de projetos e experincias realizados na modalidade a distncia. A
partir destes resultados, foram acrescentados elementos que subsidiassem
as peculiaridades da demanda dos municpios e dessem uma forma para a
criao deste modelo de Educao a Distncia, o Ensino Presencial Virtual.
Para refletir
Na perspectiva do mercado de trabalho do seu municpio, que cursos de
outras reas ainda so necessrios para suprir esta demanda?
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 38
5.1 Ano de 2005 - Onde tudo comeouA procura por profissionais qualificados para o mercado de trabalho, a ne-
cessidade de democratizar o acesso ao ensino, a busca pela atualizao dos
profissionais, e as inmeras facilidades advindas dos recursos tecnolgicos
constituem argumentos que tornam uma forte aliada no processo pedaggi-
co e na propagao dos saberes. Foi com esta viso e levando em considera-
o o expressivo nmero de paranaenses com dificuldade de acesso escola
pblica de qualidade, a partir de 2005 a Escola Tcnica da Universidade Fe-
deral do Paran (ET/UFPR), hoje Instituto Federal do Paran, iniciou o pro-
cesso de descentralizao curricular de seus cursos presenciais e implantou cursos na Modalidade de Educao a Distncia na rea de Gesto.
Entre 2005 e 2007 a ET/UFPR esteve presente em 210 municpios dos esta-dos do Paran, Florianpolis e So Paulo, com a oferta dos cursos tcnicos
em Contabilidade, em Administrao Empresarial, em Gesto Pblica e em
Secretariado, formando no final de dois anos 8.000 tcnicos.
Em 2006, iniciou e implementou o Curso Tcnico em Gesto Pblica em parceria com o Governo do estado do Paran e Prefeituras. Uma ao
do Programa de Qualificao de Servidores Pblicos em parceria com a
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (SEDU) e a Secretaria
de Estado da Administrao e Previdncia (SEAP), atravs da Escola de
Governo e a Secretaria de Estado da Cincia, Tecnologia e Ensino Supe-
rior (SETI) capacitando 2.300 alunos/servidores estaduais e municipais.
Em 2007, ofertou os cursos Tcnicos em Segurana do Trabalho, Tcnico em Meio Ambiente, Tcnico em Vigilncia em Sade, Tcnico em
Radiologia, para 130 municpios do Brasil, atendendo 3.200 alunos.
Em 2008, o Governo do Estado do Paran, com uma demanda de qualifi-cao de cerca de 55.000 servidores sem curso superior, estabelece nova
parceria com Universidade Federal do Paran atravs da Escola Tcnica e
instituies pblicas nas esferas federal, estadual e municipal para a ofer-
ta do Curso Superior de Tecnologia em Gesto Pblica com a finalidade
de qualificar seus servidores pblicos em particular na rea de Gesto
de Servios Pblicos. Em 2011 este curso formou 6.050 tecnlogos em
Gesto, atualmente oferta o curso para mais de 12 mil alunos.
Em dezembro de 2008, implantou os cursos Tcnicos em Secretariado e em Gesto Pblica, pelo programa Escola Tcnica Aberta do Brasil (e-
-Tec Brasil). Este programa uma parceria com o Ministrio da Educa-
Implantar da famlia de plantar e
significa iniciar, realizar, executar. Implementar da
famlia de implemento e significa dar prosseguimento a algo (geralmente a um plano, a um programa, a um projeto).
Com essa informao, podemos sintetizar a diferena entre
as duas palavras da seguinte maneira: implantar marca o incio (a execuo) de uma
ao, enquanto implementar expressa a continuidade
(o prosseguimento). http: //www.portuguesnarede.
com/2009/04/implantar-x-implementar.html
e-Tec BrasilAula 5 A Educao Distncia no IFPR 39
o (MEC), atravs da Secretaria de Educao a Distncia (SEED) e a
Secretaria de Educao do Estado do Paran (SEED/PR) com o objetivo de
democratizar a oferta do ensino tcnico pblico e de qualidade, levando
cursos no s s regies distantes e periferia das grandes cidades, mas
tambm incentivar os jovens a concluirem o ensino mdio. Com esta ini-
ciativa atendeu 6.400 alunos distribudos em 126 polos de atendimento
presenciais.
Em 2009, atravs da criao da Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que instituiu a Rede Federal de Educao Profissional, Cientfi-
ca e Tecnolgica e criou os Institutos Federais de Educao, Cincia e
Tecnologia, a Escola Tcnica da UFPR assumiu a identidade de Instituto
Federal do Paran (IFPR).
O IFPR com a sua excelncia educacional histrica, com as possibilidades
viabilizadas pelas tecnologias de Informao e comunicao e a Educao a
Distncia cumpre com louvor a sua misso de proporcionar Educao
Profissional de qualidade no somente para os municpios do estado do
Paran, mas para todo o territrio nacional.
Atualmente, o IFPR, na modalidade a distncia, atende cerca de 28 mil alu-
nos em mais de 400 polos espalhados por 26 estados do Brasil. Est com
os cursos Tcnicos em Secretariado, em Servios Pblicos, em Admi-
nistrao, em Segurana do Trabalho, em Meio Ambiente, em Lo-
gstica, em Reabilitao de Dependentes Qumicos e em Eventos
nos estados do Paran, Minhas Gerais (Tringulo Mineiro e Sul
de Minas), Mato Grosso do Sul, Rondnia e no restante do pas
(exceto Distrito Federal) com os cursos Tcnicos em Pesca e em
Aquicultura no Programa de Educao para Jovens e Adultos (ProEJA).
A qualificao a distncia tem sido desejvel porque as pessoas esperam
desenvolver seu perfil pessoal sem gastar perodos de tempo fora do seu
local de trabalho. As instituies desejam que seus funcionrios adquiram
conhecimento sem custos excessivos de treinamento e ausncia dos mesmos
no trabalho dirio. Neste caso, a ausncia do empregado gera problemas,
principalmente quando a capacitao longa. Com isso, com os cursos na
modalidade a distncia, o estudante ter a oportunidade de se relacionar
intensamente com professores e outros colegas e poder tambm manter e
melhorar suas expectativas tanto pessoais como do seu empregador. Aplica-
r as novidades tcnicas imediatamente em seu local de trabalho durante o
perodo de realizao do curso.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 40
Diante deste cenrio, o Instituto Federal do Paran (IFPR), frente a uma
sociedade moderna caracterizada pelos avanos da cincia e da mdia
eletrnica, vinculadas ao processo produtivo, na qual esto sendo alteradas
no s as metodologias de aprendizagem, mas o comportamento das
pessoas, no poderia se omitir como instituio de Ensino. A partir do
avano cientfico e tecnolgico, atravs da utilizao destas mdias, o
IFPR tem a possibilidade de cumprir seu papel social, no s como uma
instituio de Curitiba, mas como o verdadeiro Instituto Federal do Paran.
Isso tudo em prol de uma educao mais democrtica, oportunizando aos
cidados paranaenses a qualificao/requalificao necessria ao ingresso
no mundo do trabalho e, portanto, a uma vida mais digna a qual todos
tm direito.
Para ilustrar o que descrevemos acima, observe o mapa abaixo e veja se
consegue identificar seu municpio, fazendo parte desta rede.
Figura 5.1: Mapa de polos e cursos IFPRFonte: Elaborado pelo DI. Atualizao polos.
A EaD vem sendo utilizada em todas as esferas do governo como ferramenta
educacional para atender numerosos segmentos da populao visando
diminuio de processos de excluso social e atendendo grandes contingen-
tes que no podem frequentar os ambientes acadmicos tradicionais por
inmeros motivos.
e-Tec BrasilAula 5 A Educao Distncia no IFPR 41
Resumo O Instituto Federal do Paran iniciou suas experincias com EaD em 2005
e, at o momento, formou mais de 10.000 tcnicos em diversos eixos
tecnolgicos.
A EaD vem sendo utilizada por todas as esferas do governo como ferra-menta educacional para atender numerosos segmentos da populao.
Atividades de aprendizagem Visite o endereo www.ead.ifpr.edu.br e verifique quais so os cursos
que o IFPR ministra na modalidade a distncia e na Educao Presencial.
Anotaes
e-Tec Brasil43
Aula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR
A Educao a Distncia ocorre quando o professor e o aluno esto sepa-
rados no tempo ou geograficamente. Para que isso acontea necessrio
que ocorra a interveno de tecnologias que ofeream a voc, aluno, o
suporte de que necessita para aprender.
A nossa metodologia de trabalho est baseada numa concepo de apren-
dizagem que o aluno entenda como um ser ativo e construtor de seu conhe-
cimento. Assim, acreditamos que, como bem colocou Freire (2005), ensi-nar no transferir conhecimento, mas criar condies para que ele ocorra.
O conhecimento construdo pelo sujeito na sua relao com os outros e
com o mundo. Isso significa que o contedo apresentado pelo professor
precisa ser trabalhado, refletido, reelaborado pelo aluno com o suporte de
tecnologias interativas, do material impresso e da prtica pedaggica, para
se constituir em conhecimento individual, que intransfervel.
Na perspectiva de cumprir todos esses requisitos, o IFPR adota como
metodologia para seus cursos na modalidade a distncia, intitulado: Ensino
Presencial Virtual. Com este modelo bimodal, com momentos presenciais e a distncia, o IFPR vem assumindo um papel de formador em educao com
qualidade e excelncia.
Importante!
Voc o principal ator deste processo educativo. imprescindvel que
conhea com detalhe a metodologia adotada pelo IFPR para o desenvol-
vimento deste Curso.
Figura 6.1: Aluno EaDFonte: http://sextopedagogia.blogspot.com/
BimodalAdj m+f (bi+modal) Que tem dois modos; duas formas.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 44
Os momentos presenciais so desenvolvidos por meio da tecnologia de transmisso via satlite. Os alunos assistem s teleconferncias, em tempo real, e podem interagir ao vivo pelo telefone DDG (0800) e atravs do Por-
tal Educacional. Estas aulas so produzidas no estdio de TV localizado no
Campus Curitiba do IFPR e acontecem ao vivo com o objetivo de promover
a maior interatividade, para que o aluno tenha condies de intervir na aula,
sanando suas dvidas.
As teleaulas so centradas na exposio e discusso dos contedos a partir dos textos de referncias indicadas no seu livro didtico. So ministradas por
professores especialistas com amplo conhecimento terico e prtico, com o
objetivo de conduzir e orientar os alunos nesse processo, para que atinjam o
objetivo principal que a formao profissional. Durante as teleaulas os pro-
fessores conferencistas do orientaes para o desenvolvimento dos estudos
que devero ser desenvolvidos posteriormente a distncia.
Os questionamentos e dvidas que surgirem durante a teleaula chegam at o
professor conferencista por meio de uma equipe especializada que atende o callcenter ou pelo professor web atravs do Portal Educacional. As perguntas que no forem respondidas durante o tempo da teleaula, so encaminhadas
ao frum no Portal do Ncleo de Educao a Distncia do IFPR. Estas dvidas
por sua vez sero respondidas pelo tutor a distncia durante o planto de dvidas.
Os estudos a distncia so apoiados em atividades complementares (Ativi-dades autoinstrutivas e supervisionadas) compostas por reflexes sobre pon-
tos apresentados nos livros didticos, orientaes para o desenvolvimento
de pesquisas, leituras complementares e trabalhos em grupos. A realizao
destas atividades ir compor a mdia final das disciplinas, portanto impor-
tante que voc saiba com detalhes do que se trata cada uma.
As Atividades autoinstrutivas encontram-se no final do livro didtico do aluno. So atividades de reviso para fixao do contedo proposto
no livro didtico e devero ser respondidas no Portal Educacional at o
dia da avaliao final de cada etapa do curso.
As Atividades supervisionadas sero propostas atravs de exerccios com o objetivo de aprofundar e complementar o contedo estudado
com base no livro didtico e as explicaes dadas pelos professores du-
rante as teleaulas. uma atividade em grupo, cuja metodologia ser
A teleconferncia considerada uma tecnologia que permite
a comunicao em tempo sncrono. Isso porque, embora as pessoas no estejam fisicamente
presentes em um mesmo local, conseguem interagir atravs de
e-mails, fax e da forma mais comum, atravs do 0800.
um modelo dinmico, autnomo e criativo.
e-Tec BrasilAula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR 45
determinada de forma multidisciplinar. Ela prima pela pesquisa, pela au-
tonomia intelectual e pela relao prtica do que est sendo estudado
com a prtica profissional. Esta atividade ser orientada pelo professor
durante os momentos presenciais, nas teleaulas, e estar disponvel na
internet logo que determinado pela coordenao do curso. Dever ser postada no mximo at o ltimo dia de aula da disciplina, ou seja, no dia
da avaliao final. Para ambas as atividades, voc contar com o apoio,
mediao e orientao do tutor a distncia.
O processo de avaliao das disciplinas ser realizado em funo dos critrios e objetivos
propostos pelo projeto pedaggico do curso,
levando em considerao:
a frequncia nas teleaulas; a participao individual e coletiva; a leitura dos materiais indicados; a resoluo das Atividades autoinstrutivas propostas no livro didtico; a resoluo das Atividades supervisionadas; avaliao final individual, escrita e sem consulta.
O Sistema de apoio e de comunicao ao processo ensino/aprendizagem inclui os servios do professor-tutor e os de comunicao. Voc ter a sua disposio um professor-tutor que o intermediador entre
voc, o professor e o curso. Este servio de comunicao tem dois propsitos
bsicos: por um lado, viabiliza o funcionamento da tutoria fornecendo
contato entre aluno/tutor e monitor/tutor; por outro lado, facilita o fluxo de
informaes indispensveis para que a coordenao do curso possa exercer
suas funes com eficincia.
Voc poder entrar em contato, gratuitamente, com o Instituto Federal
do Paran, atravs do nmero 0800-643-0007. um servio disponibili-
zado para os alunos durante as teleaulas e as tutorias.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem auxilia no aprendizado e na comunicao com os coordenadores, professores, tutores a distncia e
os prprios alunos. Voc ter todas a informaes sobre este Ambiente
Virtual de Aprendizagem, ou seja, o Portal Educacional do EaD/IFPR nas
aulas 9 e 10.
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 46
Para o Desenvolvimento da Ao Pedaggica do Projeto, voc conta com um efetivo apoio tcnico e pedaggico para o desenvolvimento de suas
atividades acadmicas. Existe toda uma estrutura docente preparada para
assessor-lo em cada etapa do curso. Conhea abaixo quem so eles:
Tutores presenciais: responsveis pelos polos de apoio presencial;
Professores autores: responsveis pelas unidades didticas e pelo ma-terial didtico;
Professores conferencistas: responsveis pela ministrao das teleaulas;
Professores web: atuaro diretamente no bate-papo do Portal, respon-dendo as dvidas dos alunos em seus respectivos polos;
Tutores a distncia: responsveis pelo acompanhamento das atividades desenvolvidas a distncia pelos estudantes;
Coordenao de Curso;
Coordenao Pedaggica em EaD;
Assessoria Pedaggica e
Coordenao Geral de EaD.
Figura 6.2: Estdios do EaD IFPRFonte: reitoria.ifpr.edu.br
e-Tec BrasilAula 6 Metodologia dos cursos da EaD do IFPR 47
Resumo O IFPR adota, como metodologia para seus cursos na modalidade a dis-
tncia, o modelo intitulado Ensino Presencial Virtual;
Os momentos presenciais so desenvolvidos atravs da teleconferncia
por meio da tecnologia de transmisso via satlite;
Os momentos a distncia so apoiados nas Atividades autoinstrutivas e
supervisionadas;
O processo de avaliao das disciplinas levar em considerao a fre-
quncia nas teleaulas, a participao individual e coletiva, a leitura dos
materiais indicados, a resoluo das Atividades autoinstrutivas propostas
no livro didtico, a resoluo da Atividades supervisionadas e a avaliao
final individual, escrita e sem consulta;
Para o desenvolvimento da Ao Pedaggica do Projeto existe toda uma
estrutura docente preparada para assessor-lo em cada etapa dos cursos.
Atividadesdeaprendizagem Para a fixao dos contedos ministrados nesta aula, observe as afirma-
es abaixo e relacione se verdadeira ou falsa.
a) () Na citao de Paulo Freire no texto, ele afirma que ensinar trans-
ferir conhecimento e tambm criar condies para que ele ocorra.
b) () O modelo de EAD adotado pelo IFPR o bimodal, com momentos
presenciais e a distncia.
c) () A teleconferncia considerada uma tecnologia que permite a
comunicao assncrona.
d) () O 0800 um servio disponibilizado para os alunos durante as
teleaulas e as tutorias.
e) () Tutores presenciais so responsveis pelos polos de apoio presencial.
Agora confira se voc acertou as questes propostas.
A sequncia correta F, V, F, V e V.
e-Tec Brasil49
Aula 7 O papel dos tutores na EaD
Na aula passada, falamos sobre a metodologia do Ensino Presencial
Virtual. Agora veremos como acontece o sistema de acompanhamento
do curso. Destacaremos a sua importncia para o bom andamento do
processo ensino/aprendizagem. No entanto, so necessrios meios para
auxiliar a sua adaptao na utilizao desses recursos tecnolgicos, princi-
palmente para ajud-lo na soluo de problemas. sobre isso que vamos
tratar ao longo desta aula.
Pense um pouco sobre as aulas que voc j estudou at aqui.
Nos momentos de dvidas, como voc se comportou?
Leu mais de uma vez o material e tentou sanar suas d-
vidas? Ficou cansado, fechou o material e foi ver outras
coisas? Ou desejou que um professor estivesse ali perto
para esclarecer suas dvidas? Somos capazes de res-
ponder sem hesitar que voc provavelmente pensou
na possibilidade de estar com um professor por perto
para ajud-lo, no mesmo? Ns no adivinhamos isso,
apenas pensamos no bvio. Muito simples!
Estamos acostumados desde nossos primeiros anos de vida escolar a ter o
professor nossa frente para tirar nossas dvidas. S que na EaD a meto-
dologia outra! Lembre-se que a principal caracterstica dessa moda-lidade de educao justamente a distncia fsica existente entre o aluno e o professor. Por isso, para o desenvolvimento de cursos a distncia so utilizados diferentes meios para auxiliar na adapta-
o do aluno e, principalmente ajud-lo na soluo de proble-
mas no decorrer do processo.
Voc tem em mos este livro didtico. Este material foi pre-parado com muita antecedncia, cuidado e carinho. Tudo
para que ao incio deste curso voc tenha plenas condies
de acompanhar as aulas, aqui ministradas por teleconfern-cia. Alm do contedo impresso, o professor conferencista e o web ministrando as aulas, voc precisa de algum que o oriente, que o ajude a esclarecer suas dvidas, que o incentive
Metodologia em EaDe-Tec Brasil 50
e estimule, que o acompanhe de perto durante todo o processo de aprendi-
zagem. Para suprir essa necessidade, voc contar com o acompanha-mento de um professor, aqui intitulado, tutor.
Tradicionalmente, o termo tutor empregado com o significado de prote-
tor, responsvel pela conduo de algum que fosse incapaz de conduzir
sua prpria vida. Na maioria dos casos, o tutor substitui os pais, quando
esses se separam dos filhos em definitivo. O papel do tutor, nesse caso,
cuidar dos interesses materiais, emocionais e educacionais do protegido.
O tutor da EaD tem essencialmente a funo de cuidar dos seus interesses
educacionais, caro aluno.
Os projetos pedaggicos dos cursos EaD do IFPR trabalham com duas formas
de tutoria distintas: a tutoria presencial e a tutoria a distncia. Vamos en-tender mais sobre elas? Como funcionam? Qual o papel dos tutores do IFPR?
7.1 Quem o tutor presencial? O tutor presencial tem a relao direta com voc, auxiliando-o no manu-seio e na aproximao dos contedos. Ele administra ainda situaes de con-
flito, de euforia, desnimos e rotinas, tendo que manter o aluno motivado e
ativo em seus estudos.
A figura do tutor presencial, a quem compreende a funo de ser facilitador
e mediador da aprendizagem, alm de ser motivador orientador da rotina
acadmica. A atividade de tutoria no mbito da educao, diz respeito ao
acompanhamento prximo e orientao sistemtica de grupos de alunos,
realizada por pessoas experientes na rea de formao.
No sistema de EaD, o tutor presencial tem papel relevante, pois, por meio
dele que se garante a inter-relao personalizada e contnua do estudante no sistema e se realiza a articulao necessria entre os elementos do pro-
cesso e a consecuo dos objetivos.
O tutor presencial o orientador da aprendizagem. aquele que apoia a organizao didtico pedaggica do estudo a distncia, promove a partici-
pao ativa do aluno, incentiva e orienta na elaborao do plano de estudos,
acompanha e facilita a aprendizagem; incentiva a participao do aluno em
Inter-relao Relao mtua que se estabelece
entre dois ou mais elementos.Consecuo
Ato ou efeito de conseguir.
e-Tec BrasilAula 7 O papel dos tutores na EaD 51
interatividade; disponibiliza informativos relevantes, calendrios acadmicos,
cronogramas de avaliao; arquiva e/ou envia documentaes necessrias;
encaminha requerimentos e solicitaes de acadmicos tanto para Coorde-
nao de curso quanto para Secretaria Acadmica do IFPR.
Figura 7.1: Tutor presencialFonte: http://diariodocente-miri.blogspot.com
7.1.1 Importncia do apoio tutorial presencial na EaD
Especificamente, o tutor presencial possui trs funes:
Acompanhamento: visa formao do saber/ser. Abrange a formao de valores, hbitos, atitudes, em especial aquelas que levam autoafirmao
e valorizao humana;
Orientao da aprendizagem: voltada para a formao do saber (conhe-cimentos) e do saber/fazer (habilidades e capacidades especficas);
Superviso do processo de avaliao: imprescindvel para a garantia da qualidade e sucesso da aprendizagem. importante para a formao da
autoconfiana, autoestima e autonomia do sujeito.
A modalidade de EaD gera, para muitos alunos, certa insegurana, devido
a distncia fsica do professor. O tutor presencial, por esta razo, passa a
ser de fundamental importncia na EaD, uma vez que esteja pronto para
orientar, estimular e no deixar que o aluno se sinta abandonado.
Com a tu