PAINEL 3 - REGULAÇÃO: A NOVA REGULAÇÃO
DO SETOR DO ETANOL NO BRASIL
Ricardo de Gusmão Dornelles [email protected]
São Paulo, 21.11.2011
Ministério de Minas e Energia Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis
Departamento de Combustíveis Renováveis
1. INTRODUÇÃO – DO QUE ESTAMOS FALANDO?
O QUE É POLÍTICA PÚBLICA EM ENERGIA?
1º O governo não produz combustíveis
2º O governo não compra combustíveis
3º O governo não distribui combustíveis
4º O governo não importa nem exporta
5º O governo não planta cana, nem soja
Então o que os Governos fazem?
OS GOVERNOS PROCURAM INDUZIR OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS
PARA MANTER OS NÍVEIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA DESEJADA E
ATENDENDO AOS INTERESSES DA SOCIEDADE
4
MATRIZ DE COMBUSTÍVEIS VEICULARES (2010)
+
+
= 48%
PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR E ETANOL (BR)
PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR E ETANOL
Com quanto etanol a sociedade pode de fato
contar numa safra?
Como lidar com esta incerteza que traz reflexos
importantes no curto prazo para o abastecimento
de 48% do mercado de combustíveis do País?
Previsão Inicial
(abr/11)
1ª Revisão
(mai/11)
2ª Revisão
(jul/11)
3ª Revisão
(ago/11)
4ª Revisão
(ago/11)
5ª Revisão
(set/11)
6ª Revisão
(out/11)
Cana de Açúcar
(milhões ton)637,8 624,0 598,0 588,9 574,8 562,0 553,0
Variação - -2,2% -6,2% -7,7% -9,9% -11,9% -13,3%Etanol Total
(bilhões litros)27,1 27,0 24,7 23,7 23,2 22,6 22,5
Variação - -0,4% -8,7% -12,5% -14,4% -16,5% -16,8%
NÚMEROS PARA A SAFRA 2011/2012
DEMANDA ENERGÉTICA PARA VEÍCULOS LEVES
Crescimento da frota “flex-fuel”
Aumento da demanda de combustíveis líquidos do Ciclo Otto
7,3%aa: crescimento
médio no período
... e a oferta de etanol estagnada no curto prazo:
Safra 2012/2013 ≅ Safra 2011/2012 ≅ Safra 2010/2011
Fonte: ANP (2011) – Hidratado corrigido – Base (MAPA) / GNV – ABEGAS (2011)
FROTA NACIONAL DE VEÍCULOS
30,4 mi
11,7 mi
2,0 mi
Fontes: DENATRAN (COM CURVA DE SUCATEAMENTO). Elaboração MME
Somados, já correspondem a
11% da demanda por
combustíveis pelo Ciclo-Otto
FROTA POR TIPO DE VEÍCULO (BRASIL)
18,7 mi
14,4 mi
1,4 mi
34,5 milhões de veículos
(em automóvel equivalente)
PARIDADE X USO DE ETANOL EM VEÍCULOS FLEX – BRASIL
PARIDADE X USO DE ETANOL EM VEÍCULOS FLEX – BRASIL
Paridade de Preços
% de Utilização de Hidratado nos Veículos Flex
Para um mesmo patamar de
paridade, o proprietário do
veículo flex está cada vez menos
abastecendo com hidratado.
2. AÇÃO GOVERNAMENTAL
GOVERNANÇA DO TEMA BIOCOMBUSTÍVEIS
1. COORDENAÇÃO POLÍTICA PARA OS BIOCOMBUSTÍVEIS: CC/PR
2. CNPE - CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA
i. MME , MCT, MPOG, MF, MMA, MDIC, MAPA, MI, CC/PR
3. CIMA - CONSELHO INTERMINISTERIAL DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL
i. MAPA, MME, MF, MDIC
4. CEIB – COMISSÃO EXECUTIVA INTERMINISTERIAL DO BIODIESEL (CC)
5. GRUPO GESTOR DO PROGRAMA NACIONAL DE BIODIESEL (MME)
6. AGÊNCIAS REGULADORAS:
i. ANP (ETANOL E BIODIESEL);
ii. ANEEL (CO-GERAÇÃO)
ESTRATÉGIA PARA BIOCOMBUSTÍVEIS NA POLÍTICA
ENERGÉTICA NACIONAL
BIOCOMBUSTÍVEIS
Normas
Estáveis
Tributação
Diferenciada
Financiamento
Mistura
Compulsória
Zoneamento
Agrícola
Pesquisa e
Inovação
Industrial
Agrícola
Ambiental
Social
Econômica
Trabalhista
Interligação com
Outras Políticas
Promoção
Internacional
3. O PLANEJAMENTO ENERGÉTICO NACIONAL
INSTRUMENTOS DO PLANEJAMENTO ENERGÉTICO
• Plano Nacional de Energia - PNE 2030
• Longo prazo, orientando tendências e balizando as alternativas de
suprimento da demanda de energia nas próximas décadas
• Plano Decenal de Expansão de Energia - PDE 2011-2020
• Visão integrada da expansão da demanda e da oferta de energéticos.
• Importantes sinalizações para orientar as ações e decisões
relacionadas ao equacionamento do equilíbrio entre as projeções de
crescimento econômico do país, seus reflexos nos requisitos de energia
e da necessária expansão da oferta, em bases técnica e sustentável.
MODELO PARA PROJEÇÃO DE DEMANDA (EPE)
Dados históricos de venda de veículos e participação de cada categoria (porte e combustível)
ANP/EPE
ANFAVEA
Preferência do consumidor
(Market-share entre gasolina e álcool nos veículos flex-fuel)
PIB EPE
EPE Demanda
de Etanol e Gasolina
EPE
Parâmetros de sucateamento
EPE
Mattos e Correia 1996
Projeção de participação percentual sobre as vendas por tipo
de combustível
Projeção de participação percentual sobre as vendas
das categorias automóveis de passeio e comerciais leves
Alice Web
Idade de veículo EPE
EPE
EPE
EPE
Referência de fabricantes e estudos
Referência de fabricantes
Evolução da eficiência de veículos novos
Distância média de referência
Outros Usos do Etanol
Consumo GNV
% de anidro na gasolina C
Alcoolquímica
Perda anual de eficiência do motor
EPE
Consumo específico
Referência de fabricantes e estudos
Balanço entre Demanda e Oferta de
Etanol
Projeção de Exportações brasileiras de Etanol
Análise da Produção
Nacional de Etanol
Projeção de preço da gasolina - SPT
EPE
Distância média percorrida
4. PERSPECTIVAS
O QUE É A REGULAÇÃO?
A FALTA OU O EXCESSO
DE REGULAÇÃO DOS
MERCADOS PELO
ESTADO GERA
SITUAÇÕES CRÍTICAS
PARA OS
CONSUMIDORES E PARA
OS PRODUTORES
DESEQUILÍBRIO
NA
REGULAÇÃO
DESEQUILÍBRIO
NA
REGULAÇÃO
• A CALIBRAGEM DA AÇÃO DO ESTADO POR MEIO DA REGULAÇÃO É DINÂMICA E
DEPENDE DA RESPOSTA OBTIDA PELOS INSTRUMENTOS ALOCADOS.
• TRATA-SE DE UM PROCESSO, NÃO DE ALGO ESTÁTICO OU AUTOMÁTICO!
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A AÇÃO GOVERNAMENTAL EM BIOCOMBUSTÍVEIS
Elaborar o MARCO LEGAL E REGULATÓRIO que
deve-se voltar para:
1) PROTEÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO
2) HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES ECONÔMICOS DOS
DIVERSOS AGENTES DO SETOR À LUZ DO INTERESSE PÚBLICO.
3) INDUÇÃO DE INVESTIMENTOS EM PESQUISA,
PRODUÇÃO, USO, COMERCIALIZAÇÃO E INFRAESTRUTURA
LOGÍSTICA ETC.
O QUE É REGULAÇÃO?
• Regulação é a intervenção do Estado, na atividade econômica,
que tem por finalidade a limitação dos graus de liberdade que os
agentes econômicos possuem no seu processo de tomada de
decisões.
• Nem todos os setores da economia precisam da regulação do
Estado para atuarem de forma equilibrada e sem causarem
distorções ou desequilíbrios na economia.
• Via de regra, quando o que se oferta é serviço ou bem
considerado de “utilidade pública”, deve-se aplicar a regulação
pelo Estado.
O QUE É NECESSÁRIO PARA A REGULAÇÃO?
Para a eficiência do sistema regulatório são necessários:
1) Informações setoriais consolidadas e transparentes;
2) Normativos claros, definidos, que detalhem as relações entre os
diversos atores de cada setor, seus direitos e obrigações;
3) Previsão de mecanismo ágil para a solução de conflitos;
4) Previsão de alguma garantia contra os riscos econômicos, que
persiga o equilíbrio entre os agentes regulados e que combata, por
meio de fiscalização e penalização efetiva, as práticas ilícitas;
5) Um órgão regulador do setor, dotado de especialidade,
imparcialidade e autonomia nas decisões.
O QUE SE ESPERA DA NOVA REGULAÇÃO?
No caso do abastecimento de etanol, espera-se que a eficiência e o
amadurecimento do sistema regulatório tragam:
1) Equilíbrio nas relações entre os agentes regulados;
2) Previsibilidade das condições de abastecimento no curto prazo;
3) Acompanhamento das condições de oferta de etanol em todo o
território nacional;
4) Informações transparentes para a sociedade, para os governos e
para a precificação dos produtos pelos agentes de mercado;
5) Elementos para a formatação de políticas setoriais voltadas para
aprimorar o abastecimento de etanol, induzindo investimentos na
expansão da produção.
MUITO OBRIGADO!