MOVIMENTOS DE MASSA:
Transporte de volumes de solo, rochas e detritos (ou o conjunto desses), pela ação gravitacional, vertente abaixo (CHRISTOFOLLETTI, 1979). São processos naturais e se caracterizam como riscos apenas quando atingem ocupações humanas e proporcionam perigo à vida e aos bens materiais.
Fonte: Marcelino, 2003.
OS MOVIMENTOS DE MASSA E SUA INFLUÊNCIA NO MODELADO DO RELEVO:
A evolução das vertentes é conseqüência da ação dos processos deposicionais, os quais compreendem duas fases distintas: produção e a
remoção de material detrítico.
Movimentos de Massa
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Referencial Teórico
BIGARELLA, 2003; HERMANN, et al. 2004 Guidici e Nieble (1976);Fernandes e Amaral (1996), IPT (1991) e FLORENZANO (2008).
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Fonte: adaptada de Carson e Kirkby, 1975, por E.V. Marcelino –figuras: http://www.geo.arizona.edu
Rastejo (creep)
Escorregamento translacional (translational landslide)
Escorregamento rotacional (slump)
Corrida de lama (earthflow)
Quedas de Blocos (rock falls) Tombamento rochoso (rock topple)
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Fonte: Augusto Filho (1994).
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
RASTEJO (OU REPTAÇÃO):
Movimentos lentos, que envolvemgrandes massas de materiais, cujo deslocamento resultante
ao longo do tempo é mínimo (mm a cm/ano).
-Atua sobre os horizontes superficiais do solo, bem como, nos horizontes de transição solo/rocha e até mesmo em rocha, em profundidades maiores.
- Não apresenta superfície de ruptura definida
- Evidências: trincas que evoluem vagarosamente, e árvores ou qualquer outro marco fixo, inclinados.
- Sua principal causa antrópica é a execução de cortes em sua extremidade média inferior, o que interfere na sua precária instabilidade.
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
CORRIDAS (OU FLUXOS):
Movimentos gravitacionais de massa complexos, ligados a eventos pluviométricos excepcionais. Ocorrem a partir de deslizamentos nas encostas e mobilizam grandes volumes de material , sendo o seu
escoamento ao longo de um ou mais canais de drenagem, tendo comportamento fluido viscoso e alto poder de transporte.
Abrangem variadas denominações (corrida de lama, corrida de detritos, corrida de blocos), em função de suas velocidades e das
características dos materiais que mobilizam.
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Fonte: BRASIL, 2007
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Vista de helicóptero de um grande fluxo de detritos que atingiu diversas casas, matando cinco pessoas, em novembro de 2008, no Alto Baú, Ilhota, SC (Foto:BAUZYS, 27/01/2009).
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Fluxo de detritos que atingiu 1,2 km, na rua Benedito Novo, em novembro de 2008, na bacia do ribeirão Belchior, Gaspar, SC (Foto:BAUZYS, 27/01/2009).
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
ESCORREGAMENTOS (OU DESLIZAMENTOS):
Processos marcantes na evolução das encostas, caracterizando-se por movimentos rápidos (m/h a m/s), com limites laterais e profundidade
bem definidos (superfície de ruptura ). Os volumes instabilizados podem ser facilmente identificados.
Classificação e Caracterização
Rotacionais
Translacionais
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
ESCORREGAMENTOS ROTACIONAIS (CIRCULARES) :
Possuem superfícies de deslizamento curvas , sendo comum a ocorrência de uma série de rupturas
combinadas e sucessivas. Estão associadas a aterros, pacotes de solo ou depósitos mais
espessos , rochas sedimentares ou cristalinas intensamente fraturadas.
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Fonte: http://www.lapes.ufrgs.br/discpl_grad/geologia2/material/GeologiaDinamica1-ppt.pdf
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Fonte: BRASIL (2004)
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Escorregamento rotacional em Blumenau, SC. Foto: Bauzys (2009).
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
São processos muito freqüentes na dinâmica das encostas serranas brasileiras, ocorrendo
predominantemente em solos pouco desenvolvidos das vertentes com altas declividades.
ESCORREGAMENTOS TRANSLACIONAIS (PLANARES):
Classificação e Caracterização
Tipos de Movimentos de Massa
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Fonte: http://www.lapes.ufrgs.br/discpl_grad/geologia2/material/GeologiaDinamica1-ppt.pdf
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Escorregamento PlanarFonte: CEPED
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Escorregamento translacional no Morro do Baú. Foto: Bauzys (2009).
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
DESLIZAMENTOS INDUZIDOS:
São aqueles cuja deflagração é causada pela execução de cortes e aterros inadequados, pela concentração de ruas pluviais e servidas, pela
retirada da vegetação, etc.
Classificação e Caracterização
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Deslizamento induzido (Bairro da Gloria, Blumenau). Foto: BAUZYS (2009)
Classificação e Caracterização
Tipos de Movimentos de Massa
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
QUEDAS DE BLOCO:São extremamente rápidos (da ordem de m/s) e
envolvem blocos e/ou lascas de rocha em movimento de queda livre, instabilizando um
volume de rocha relativamente pequeno.
Fonte: BRASIL, 2007
Tipos de Movimentos de Massa
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
ROLAMENTO DE BLOCO:Processo comum em áreas de rochas graníticas,
onde existe maior predisposição a origem de matacões derocha sã isolados e expostos em superfície. Estes ocorremnaturalmente quando processos erosivos removem o apoiode sua base, condicionando um movimento de rolamento
de bloco.
ROLAMENTO
Fonte: BRASIL, 2007
Tipos de Movimentos de Massa
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
TOMBAMENTO DE BLOCO:
São movimentos mais lentos que as quedas e ocorrem principalmente em taludes de corte, onde a mudança da geometria acaba desconfinando estas descontinuidades,
propiciando o tombamento das paredes do talude.
Fonte: BRASIL, 2007
ROLAMENTO QUEDAS
ROLAMENTO
TOMBAMENTO
INDICADORES DE MOVIMENTOS DE MASSA
- Aparecimento de fendas e depressões no terreno rachaduras nas paredes das casas
- Inclinação de troncos de árvores, de postes e de cercas
- Surgimento de minas d’água
Indicam a iminência de movimentação do terreno:
Quando esses sinais são identificados na área a Def esa Civil recomenda, através de seus manuais, a vistoria do l ocal.
Surgencia de água:
Foto: Bauzys (2009).
Surgencia de água:
Gaspar-SC. Foto: Bauzys (2009).
Inclinação de postes:
Foto: Bauzys (2009).
Inclinação de cercas e árvores:
Foto: Bauzys (2009).
Trincas e rachaduras nas edificações:
Ilhota-SC. Foto: Bauzys (2009).
Rachaduras no terreno:
Ilhota-SC. Foto: Bauzys (2009).
Degraus de abatimento:
Foto: Bauzys (2009).
“Piping”:
Ilhota-SC. Foto: Bauzys (2009).
MEDIDAS PREVENTIVAS:
- As encostas ocupadas caoticamente podem ter suas co ndições de segurança melhoradas, mediante amplo programa de ações intera tivas, entre o governo e a comunidade local. Toda a comunidade deve ter um amp lo entendimento do problema, e as medidas corretivas devem ser definidas por con senso.
- As atividades preventivas de caráter permanente pod em ser subdivididas em: obras de infra-estrutura; medidas não-estruturais e medidas estruturais de estabilização de encostas.
- Compete ao poder público a implantação de obras e s erviços de infra-estrutura, relacionados com esgotamento de águas servidas; sis tema de drenagem das águas pluviais; rede de abastecimento d’água; rede de esg otos sanitários; serviço de coleta do lixo urbano
-Mapeamento das áreas de risco;
-Desenvolvimento de diretrizes, objetivando a gradual reordenação urbanística das encosta ocupadas de forma caótica;
-Medidas objetivando a gradual reordenação do sistema viário que, na medida do possível, deve ser desenhado e desenvolvido em sentido paralelo ao das curvas de nível;
-Formulação de critérios para a definição de projetos habitacionais seguros e de baixo custo, adaptados ás condições topográficas e pedológicas das encostas;
- Formulação de critérios para a gradual correção de erros cometidos na fase caótica da ocupação, permitindo que a maior dimensão dos lotes seja paralela ao das curvas de nível.
Medidas não-estruturais:
Medidas Estruturais:
Muro de arrimo:
http://www.tonaweb.com.br/gabiao.htm
Muro Gabião
Muro de pneus
Fonte: http://www.tonaweb.com.br/gabiao.htm
Ai!
Foto: Joel Pellerin, dezembro 2008
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Referências :Augusto Filho, O. Cartas de risco de escorregamento: uma proposta metodológica e sua aplicação no município de Ilhabela, SP. São Paulo. 172 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 1994.BIGARELLA, J. J. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianopolis: Ed. da UFSC, 2003 - v. III. BRASIL. Ministério das Cidades / Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT. Mapeamento de Riscos em Encostas em Margens de Rios. CARVALHO, E. S. M.; OGURA, A. T. (orgs.). Brasília. 2007, 176p.BRASIL. Ministério das Cidades / Secretaria de Programas Urbanos/ Universidade Federal de Pernanbuco. Gestão e Mapeamento de Riscos Socioambientais – Curso de Capacitação. CENTRO DE INFORMAÇÕES DE RECURSOS AMBIENTAIS E DE HIDROMETEOROLOGIA DE SANTA CATARINA. CIRAM-EPAGRI. Disponível em: ciram.epagri.sc.gov.br, acesso em: 27/11/2008.CERRI, L.E.S; NOGUEIRA, F.R.; CARVALHO, C.S.; MACEDO, E.S.; AUGUSTO FILHO, O. Mapeamento de risco em assentamentos no município de São Paulo (SP) . Geociências (São Paulo). Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas. V.26, n.2 p. 143-150. Rio Claro : IGCE, 2007.CHISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1980. CRISTO, S. S. V de. Análise de susceptibilidade a riscos naturais relacionados às enchentes e deslizamentos do setor leste da Bacia Hidrográfica do Rio Itacorubi. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC. Orientadora: Maria Lúcia de Paula Herrmann, Drª. Florianópolis, 2002. FLORENZANO, T. G. (Org.). Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. FLORES, J. A. A.; PELLERIN, J. R. G. M.; ÉGAS, H. M. Movimentos Gravitacionais de Massa no Município de Gaspar, Vale do Itajaí, SC, na catástrofe de novembro de 2008. Caracterização dos processos por critérios geomorfológicos, geológicos e pedológicos. In: Simpósio Brasileiro de Geografia Física aplicada, XVII. Anais... Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa -UFV, 2009.IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manual Técnico de Geomorfologia Série manuais técnicos em geociências, número 1. Rio de Janeiro. 2009.IBGE, Mapa de unidades de relevo do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro. 2006IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. Ocupação de encostas. Marcio Angelieri Cunha (coordenador). Publ. IPT 1831. IPT, S. Paulo, 1991.FARIA, Antonio Paulo. Classificação de Montanhas pela Altura. Revista Brasileira de Geomorfologia, Rio de Janeiro, v. 2, n. , p.21-28, 2006. FLORENZANO, T. G. (Org.). Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. GABINETE DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL-GAPLAN/SC. "Atlas de Santa Catarina". Florianópolis, l986.
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Referências :
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Paulo: Contexto, 2007. 319p.
MINI-CURSO:
Análise de áreas de risco: uma abordagem geológica-geomorfológica
Referências :
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