Resposta Brasileira à Resposta Brasileira à Crise Financeira: O Crise Financeira: O Longo PrazoLongo Prazo
Yoshiaki NakanoYoshiaki NakanoEscola de Economia de São PauloEscola de Economia de São PauloFundação Getulio VargasFundação Getulio Vargas21de Setembro de 200921de Setembro de 2009
Perspectiva de Longo Prazo
Transição da economia brasileira, uma economia emergente e dependente, para economia desenvolvida
A Resposta Brasileira À Crise Financeira
I. O quadro global pós-crise: as novas tendências estruturais
II. As respostas brasileiras às grandes crises no passado
III. As transformações na economia brasileira nos anos recentes
IV. A construção das condições básicas para transição do Brasil para economia desenvolvida
V. Conclusões
O Quadro Global Pós-Crise
As Novas Tendências Estruturais: Nova governança global As novas forças dinâmicas na
economia global Novo sistema financeiro global pós-
crise Novo pensamento econômico Desenvolvimento do novo paradigma
tecnológico
Nova Governança Global Fim da hegemonia absoluta dos Estados Unidos A substituição do G-7 por G-20 caminhando para um
mundo multi-polar e com maior espaço e autonomia para estados-nacionais emergentes traçarem seu futuro
Ressurreição do FMI, com maior participação dos emergentes e mais próximo ao modelo de Keynes
Fim da “harmonia e estabilidade” sob do dólar como moeda-reserva internacional única e transição para sistema de múltiplas moedas e fortalecimento das moedas-commodities ( inclusive o real).
As Novas Forças Dinâmicas na Economia Global
Ajustes no desequilíbrio global e declínio dos Estados Unidos como consumidor e importador em última instância: fim do Breton Woods II.
Com a crise o dinamismo do mercado doméstico passa a ser condição essencial para o desenvolvimento sustentado dos emergentes.
O sucesso da China e Índia e a difusão do modelo asiático de “catch-up” que está chegando ao Brasil (BRIC etc)
Tendência secular de aumento do preço de commodities cria oportunidade de crescimento para alguns países e maldição outros.
O Sistema Financeiro GlobalPós-Crise
A nova regulação do sistema financeiro trará o fim da liquidez internacional excessiva e taxa real de juros de longo prazo mais elevada
Redução do fluxo internacional de capitais e com isso a redução na fonte básica de instabilidade das economias emergentes. “Tobin tax” na agenda.
Fim dos ‘booms” de consumo com financiamento externo seguido de crise de dívida.
Ajuste no desequilíbrio global e redução na liquidez deverá forçar a ampliação da poupança doméstica e taxa de cambio mais competitiva nos países emergentes como o Brasil.
Novo Pensamento Econômico A crise financeira trouxe forte presença do
estado para evitar o colapso da economia, decretando de fato o fim da era liberalizante
Com isso iniciamos um novo ciclo com presença ativa do estado na economia
O súbito declínio da teoria econômica ortodoxa temos a ascensão de um novo pensamento econômico com forte conteúdo keynesiano
Reformulação das concepções de política econômica com introdução de nova agenda.
Novo Paradigma Tecnológico
O desenvolvimento de novas tecnologias para controlar CO2 e geração de energia mais limpa e renovável entraram definitivamente para agenda de prioridades de todos os países.
O Brasil sabidamente tem algumas grandes vantagens nesta área:Com domínio da tecnologia produção de cana
de açucarVasta extensão de terras ainda não-cultivadas
As Respostas Brasileira às Grandes Crises Internacionais
A grande crise financeira de 1873: transição da sociedade rural escravocrata para moderna sociedade urbana e capitalista
A Grande depressão da década de 30: transição de economia primário-exportadora para industrialização através substituição de importações
Segunda Guerra Mundial: aceleração e avanço de industrialização periférica
A crise financeira de 2008: início da transição de economia emergente para economia
desenvolvida
As Transformações na Economia Brasileira
Com o Plano Real controlamos a inflação Com a crise de 1998/9 ganhamos consciência da
importância do controle das contas públicas Os ciclos sucessivos de crise de parada súbita nos
fluxos de capitais obrigou a acumulação de reservas internacionais e respondemos à crise financeira de 2008 com tranquilidade
Singularidade da resposta à crise financeira de 2008: a parada no fluxo de capitais e depreciação cambial não causaram nem inflação nem elevação da taxa de juros, ao contrário fomos obrigados a reduzir a taxa nominal de juros para um dígito, quebrando tabu.
As Transformações na Economia Brasileira
Desde 2005 com o crescimento acelerado: Construímos alguns consensos e prioridades Ampliamos o horizonte temporal, recuperamos a
confiança e o “espírito animal” do empresariado. Estamos fazendo a transição de política econômica
com foco só na estabilidade para estabilidade e crescimento
Houve deslocamento das expectativas e a percepção de que existe setores capazes de gerar um massivo programa de investimentos que poderá puxar o crescimento da economia brasileira por décadas.
Constituímos internamente alguns elementos fundamentais para a travessia de economia emergente para economia desenvolvida.
A Transição para Economia Desenvolvida
Transição de economia emergente para economia desenvolvida implica deslocar para dentro do país: A geração dinamismo auto-sustentado:
i. mecanismo interno de ampliação do mercado e
ii. aumento contínuo de produtividade A fronteira tecnológica para construir uma estrutura
produtiva diversificada e competitiva A geração de poupança para auto-financiar os
investimentos produtivos
Dinamismo Interno e Auto-Sustentado
Constituição do mecanismo endógeno de ampliação do mercado doméstico a partir de 2003/4: Mudança demográfica e crescimento geraram nova
dinâmica no mercado de trabalho com geração de empregos formais e com salários mais elevados permitindo a ampliando mercado.
Como as empresas responderam aumentando a produtividade, criamos um mecanismo contínuo de ampliação de mercado e dos investimentos
Circulo virtuoso com incorporação de quase 100 milhões de pessoas no mercado de consumo de massa
O sub-produto política fundamental: “é a economia, idiota”
Dinamismo Interno e Auto-Sustentado
Mecanismo de aumento continuo da produtividade: O Brasil já desenvolveu capacidade de apreender,
absorver e incorporar inovações tecnológicas com ampliação dos gastos na área
País emergente precisa aproximar da fronteira tecnológica através da aceleração da acumulação de capital com importação de bens de capital
Capacidade de geração de novas tecnologia é necessária para os países avançados deslocarem a fronteira tecnológica
A Fronteira Tecnológica
Para trazer a fronteira tecnológica para dentro do país e construir uma estrutura produtiva moderna e competitiva é preciso ainda: Ampliar a abertura da economia Aumentar e diversificar as exportaçõesAumentar os gastos em P&DTaxa de cambio estável e competitiva
Poupança Doméstica
Para aumentar a poupança doméstica é necessário ainda:
Aumentar a poupança pública com redução nos gastos correntes.
Aumentar a poupança privada com aceleração do crescimento, elevação da produtividade e da margem de lucro
Para aumentar a margem de lucro é necessário taxa de cambio competitiva.
Conclusões O novo quadro global pós-crise está abrindo espaços
e o Brasil está sendo chamado a assumir o papel de estado-nacional autônomo e capaz de estabelecer as prioridades nacionais.
Diversas tendências na economia global estão criando algumas condições o forçando o Brasil a pensar na travessia para país desenvolvido
As transformações recentes na economia brasileira criou: Alguma das condições para esta travessia Esta desenvolvendo mecanismos de pressão para que o
estado e a política econômica passem focalizar o crescimento como prioridade maior.