Autores: Achilles Silva Júnior Geovannio Allan da Cruz SantosCo-Autor: Marco Antônio Simões
NOÇÕES DE BOMBAS
NOÇÕES DE BOMBAS
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P. É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora do ambiente PETROBRAS.
Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES RESERVADAS".
Órgão gestor: E&P-CORP/RH
Autores: Achilles Silva Júnior Geovannio Allan da Cruz SantosCo-Autor: Marco Antônio Simões
Ao final desse estudo, o treinando poderá:
• Reconhecer os princípios de funcionamento das bombas;
• Diferenciar bomba centrífuga e bomba volumétrica;
• Reconhecer os principais componentes e funções desses equipamentos.
NOÇÕES DE BOMBAS
Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades profissionais na Companhia.
É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.
Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P.
Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia.
O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos.
Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é.
Programa Alta Competência
Programa Alta Competência
Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila está organizada e assim facilitar seu uso.
No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.
Autor
Ao fi nal desse estudo, o treinando poderá:
• Identifi car procedimentos adequados ao aterramento e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.
ATERRAMENTO DE SEGURANÇA
Como utilizar esta apostila
Objetivo Geral
O material está dividido em capítulos.
No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo.
No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.
Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão.
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
Cap
ítu
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Riscos elétricos e o aterramento de segurança
Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá:
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.
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Alta Competência
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Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
A gravidade dos efeitos fi siológicos no organismo está relacionada a quatro fatores fundamentais:
Tensão;•
Resistência elétrica do corpo; •
Área de contato;•
Duração do choque.•
Os riscos elétricos, independente do tipo de • instalação ou sistema, estão presentes durante toda a vida útil de um equipamento e na maioria das instalações. Por isso é fundamental mantê-los sob controle para evitar prejuízos pessoais, materiais ou de continuidade operacional.
Os • choques elétricos representam a maior fonte de lesões e fatalidades, sendo necessária, além das medidas de engenharia para seu controle, a obediência a padrões e procedimentos de segurança.
1.4. Exercícios
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?______________________________________________________________________________________________________________________________
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso:
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.”
( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.”
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.”
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Alta Competência
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Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005.
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008.
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004.
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso:
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.”
( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.”
( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.”
3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:
( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica.
( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos.
( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento.
( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”.
( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano.
1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque.
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Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança
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3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança
Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).
A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos.
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.
Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão.
3.1. Problemas operacionais
Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são:
• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.
É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato.
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Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança
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Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica.
Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica.
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade – Curso técnico de segurança do trabalho, 2005.
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004.
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008.
3.5. Bibliografi a3.4. Glossário
Objetivo Específi co
O material está dividido em capítulos.
No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo.
No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.
Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão.
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
Cap
ítu
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Riscos elétricos e o aterramento de segurança
Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá:
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.
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Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
A gravidade dos efeitos fi siológicos no organismo está relacionada a quatro fatores fundamentais:
Tensão;•
Resistência elétrica do corpo; •
Área de contato;•
Duração do choque.•
Os riscos elétricos, independente do tipo de • instalação ou sistema, estão presentes durante toda a vida útil de um equipamento e na maioria das instalações. Por isso é fundamental mantê-los sob controle para evitar prejuízos pessoais, materiais ou de continuidade operacional.
Os • choques elétricos representam a maior fonte de lesões e fatalidades, sendo necessária, além das medidas de engenharia para seu controle, a obediência a padrões e procedimentos de segurança.
1.4. Exercícios
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?______________________________________________________________________________________________________________________________
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso:
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.”
( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.”
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.”
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Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005.
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008.
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004.
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso:
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.”
( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.”
( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.”
3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:
( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica.
( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos.
( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento.
( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”.
( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano.
1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque.
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Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança
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3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança
Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).
A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos.
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.
Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão.
3.1. Problemas operacionais
Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são:
• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.
É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato.
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Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança
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Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica.
Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica.
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade – Curso técnico de segurança do trabalho, 2005.
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004.
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008.
3.5. Bibliografi a3.4. Glossário
Objetivo Específi co
Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo.
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo.
“Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo.
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Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005.
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008.
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004.
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso:
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.”
( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.”
( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.”
3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:
( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica.
( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos.
( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento.
( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”.
( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano.
1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a
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Alta Competência
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Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente.
Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais:
1.1. Riscos de incêndio e explosão
Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática.
Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional.
Trazendo este conhecimento para a realidade do E&P, podemos observar alguns pontos que garantirão o controle dos riscos de incêndio e explosão nos níveis defi nidos pelas normas de segurança durante o projeto da instalação, como por exemplo:
A escolha do tipo de • aterramento funcional mais adequado ao ambiente;
A seleção dos dispositivos de proteção e controle;•
A correta manutenção do sistema elétrico.•
O aterramento funcional do sistema elétrico tem como função permitir o funcionamento confi ável e efi ciente dos dispositivos de proteção, através da sensibilização dos relés de proteção, quando existe uma circulação de corrente para a terra, provocada por anormalidades no sistema elétrico.
Observe no diagrama a seguir os principais riscos elétricos associados à ocorrência de incêndio e explosão:
Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo.
Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas.
Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional!
Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose.
VoCÊ SaBIa??
É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela!
Importante!
atenÇÃo
É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles.
Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
reSUmInDo...
NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose.
VoCÊ SaBIa??
É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela!
Importante!
atenÇÃo
É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles.
Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
reSUmInDo...
NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
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86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
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Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose.
VoCÊ SaBIa??
É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela!
Importante!
atenÇÃo
É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles.
Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
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Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo.
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo.
“Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo.
24
Alta Competência
25
Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005.
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008.
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004.
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med.br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008.
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso:
A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato
( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.”
( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.”
( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.”
3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:
( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica.
( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos.
( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento.
( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”.
( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano.
1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a
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Alta Competência
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Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente.
Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais:
1.1. Riscos de incêndio e explosão
Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática.
Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional.
Trazendo este conhecimento para a realidade do E&P, podemos observar alguns pontos que garantirão o controle dos riscos de incêndio e explosão nos níveis defi nidos pelas normas de segurança durante o projeto da instalação, como por exemplo:
A escolha do tipo de • aterramento funcional mais adequado ao ambiente;
A seleção dos dispositivos de proteção e controle;•
A correta manutenção do sistema elétrico.•
O aterramento funcional do sistema elétrico tem como função permitir o funcionamento confi ável e efi ciente dos dispositivos de proteção, através da sensibilização dos relés de proteção, quando existe uma circulação de corrente para a terra, provocada por anormalidades no sistema elétrico.
Observe no diagrama a seguir os principais riscos elétricos associados à ocorrência de incêndio e explosão:
Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo.
Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas.
Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional!
Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose.
VoCÊ SaBIa??
É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela!
Importante!
atenÇÃo
É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles.
Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
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SumárioSumárioIntrodução 19
Capítulo 1 - Conceitos básicos Objetivo 211. Conceitos básicos 23
1.1. Propriedades dos Líquidos 231.1.1. Massa Específica 231.1.3. Densidade 241.1.4. Viscosidade 24
1.2. Pressão 261.2.1 Lei de Pascal 261.2.2. Teorema de Stevin 271.2.3. Pressão atmosférica (Patm) 281.2.4. Pressão manométrica (Pman) 311.2.5. Pressão absoluta (Pabs) 311.2.6. Pressão de vapor (Pv) 32
1.3. Escoamento 331.3.1. Regime laminar 331.3.2. Regime turbulento 331.3.3. Experiência de Reynolds 34
1.4. Vazão e velocidade 351.4.1. Velocidade 36
1.5. Equação da continuidade 361.6. Carga total ou altura manométrica total 37
1.6.1. Carga geométrica (Hg) 371.6.2. Carga de pressão (Hp) 381.6.3. Carga de velocidade (Hv) 39
1.7. Teorema de Bernoulli 391.7.1. Teorema de Bernoulli para líquidos reais 40
1.8. Perda de cargas em tubulações 411.8.1. Tipos de perda de carga 41
1.9. Exercícios 451.10. Glossário 461.11. Bibliografia 471.12. Gabarito 48
Capítulo 2 - Bombas centrífugas Objetivos 492. Bombas centrífugas 51
2.1. A física Newtoniana e as bombas centrífugas 512.2. Conceito de força 512.3. Inércia, força centrífuga e força centrípeta 522.4. Aceleração e aceleração centrífuga 562.5. Aceleração centrífuga e bomba centrífuga 582.6. Etapas de funcionamento das bombas centrífugas 61
2.6.1. Exemplo prático da variação da velocidade e trajetória de uma partícula do líquido no interior de uma bomba 62
2.7. Componentes da bomba centrífuga 642.8. Classificação das bombas centrifugas 732.9. Tipos construtivos, características e campos de aplicação 77
2.9.1. Bombas horizontais 772.9.2. Bombas verticais 79
2.10. Exercícios 832.11. Glossário 862.12. Bibliografia 872.13. Gabarito 88
Capítulo 3 - Bombas volumétricas Objetivos 913. Bombas volumétricas 93
3.1. Princípio de funcionamento das bombas volumétricas 933.2. Classificação das bombas volumétricas 93
3.2.1. Bombas alternativas 943.2.2. Tipos e componentes das bombas alternativas 953.2.3. Classificação das bombas alternativas 1013.2.4. Campo de aplicação das bombas alternativas 1043.2.5. Características básicas das bombas alternativas 104
3.3. Bombas rotativas 1053.3.1. Tipos, componentes e classificação das bombas rotativas 105
3.4. Principais diferenças entre bombas centrífugas e bombas volumétricas 1143.5. Exercícios 1153.6. Glossário 1173.7. Bibliografia 1183.8. Gabarito 119
Capítulo 4 - Curvas de Performance ou Curvas Características Objetivos 1214. Curvas de Performance ou Curvas Características 123
4.1. Curvas características das bombas (altura manométrica total, potência, rendimento e vazão). 123
4.1.1. Obtenção da curva característica de uma bomba 123
4.2. Tipos de curvas características das bombas 1264.3. Curva de potência consumida pela bomba 128
4.3.1. Tipos de curvas de potência consumida 129
4.4. Cálculo da potência consumida pela bomba 1304.4.1. Potência hidráulica 1304.4.2. Potência consumida pela bomba 131
4.5. Rendimento 1314.5.2. Curvas de isorendimento 133
4.6. Curva de NPSH (Net Positive Suction Head) 1354.7. Ponto de trabalho 136
4.7.1. Fatores que modificam o ponto de trabalho 138
4.8. Cálculo do diâmetro do impelidor 1434.9. Definição das faixas de vazão recomendadas pela norma API 610 1444.10. Problemas dinâmicos e hidráulicos relacionados à operação fora dos limites recomendados 146
4.10.1. Cargas radiais em bombas com voluta 1464.10.2. Operação com vazão reduzida 1484.10.3. Vazão mínima de uma bomba centrifuga 1494.10.4. Recirculação interna e turbulência no impelidor 149
4.11. Exercícios 1514.12. Glossário 1524.13. Bibliografia 1534.14. Gabarito 154
Capítulo 5 - Cavitação e NPSH Objetivos 1555. Cavitação e NPSH 157
5.1. Pressão de vapor 1575.2. O fenômeno da cavitação 1585.3. Comportamento da pressão na sucção da bomba 1595.4. Definição de NPSH - Net Positive Suction Head 1625.5. Conseqüências da Cavitação 1705.6. Fatores que alteram o NPSHD 1725.7. Fatores que alteram o NPSHR 1725.8. Cavitação em condições anormais de operação 173
5.8.1. Obstrução nas linhas de sucção/filtro entre o flange de sucção e o “olho” do impelidor 1745.8.2. Vazamento excessivo pelos anéis de desgaste 1745.8.3. Operação em vazões abaixo ou acima dos limites recomendados 175
5.9. Exercícios 1785.10. Glossário 1805.11. Bibliografia 1815.12. Gabarito 182
Capítulo 6 - Associação de bombas em série e em paralelo Objetivos 1856. Associação de bombas em série e em paralelo 187
6.1. Associação de bombas em série 1876.2. Associação de bombas em paralelo 188
6.2.1. Associação em paralelo de bombas com curvas iguais 1896.2.2. Associação em paralelo de bombas com curvas diferentes e estáveis 1926.2.3 Cuidados operacionais ao associar bombas em paralelo. 194
6.3. Exercícios 1966.4. Glossário 1986.5. Bibliografia 1996.6. Gabarito 200
Capítulo 7 - Vedações Objetivo 2017. Vedações 203
7.1. Selo mecânico 2047.1.1. Componentes do selo mecânico 2057.1.2. Princípio de funcionamento 2077.1.3. Tipos de selos mecânicos 208
7.2. Projetos básicos de selos mecânicos 2117.2.1. Selos Mecânicos Internos 2117.2.2. Selos mecânicos externos. 2127.2.3. Selos mecânicos duplos 213
7.3. Normas e planos de injeção 2147.4. Gaxetas 217
7.4.1. Classificação das gaxetas 218
7.5. Exercícios 2217.6. Glossário 2227.7. Bibliografia 2237.8. Gabarito 224
Capítulo 8 - Lubrificação Objetivos 2258. Lubrificação 227
8.1. Lubrificantes 2288.1.1. Óleos lubrificantes 2298.1.2. Graxas 230
8.2. Aditivos 2328.3. Tipos de lubrificação 233
8.3.1. Lubrificação por nível de óleo 2338.3.2. Lubrificação forçada 2358.3.3. Lubrificação por anel pescador 2368.3.4. Lubrificação por salpico 2378.3.5. Lubrificação com graxa 2378.3.6. Lubrificação por névoa de óleo 238
8.4. Cuidados na lubrificação 2398.5. Exercícios 2418.6. Glossário 2428.7. Bibliografia 2438.8. Gabarito 244
Capítulo 9 - Proteções de bombas Objetivo 2479. Proteções de bombas 249
9.1. Vazão 2499.2. Pressão 2539.3. Temperatura 2559.4. Elétrica 2579.5. Vibração 2599.6. Exercícios 2659.7. Glossário 2669.8. Bibliografia 2679.9. Gabarito 268
Capítulo 10 - Problemas e possíveis causas Objetivos 26910. Problemas e possíveis causas 271
10.1. Escorva 27110.2. Procedimentos de partida 27110.3. Procedimentos de parada 27310.4. Itens de inspeção 27410.5. Correlações entre sintomas versus possíveis causas 275
10.5.1. Sistema de engaxetamento vazando excessivamente 27610.5.2. Selo mecânico vazando 27610.5.3. Problemas mecânicos nos mancais 27710.5.4. Bomba perde escorva após a partida 27710.5.5. Vazão insuficiente 278
10.6. Exercícios 27910.7. Glossário 28010.8. Bibliografia 28110.9. Gabarito 282
19
Introdução
Esta apostila tem a intenção de sistematizar o conhecimento sobre bombas e sua adequada operação, tornando-o um conteúdo acessível aos empregados responsáveis por essas tarefas.
As bombas são equipamentos fundamentais nos processos de exploração e produção de petróleo. São elas que fornecem a energia necessária para o deslocamento dos líquidos.
Diariamente, técnicos de operação trabalham com as bombas, operando os sistemas nos quais estas estão inseridas, conforme a necessidade de vazão e pressão dos processos.
O acionamento e a parada desses equipamentos podem ser realizados tanto na própria área em que estão localizados, como também, por acionamento remoto da sala de controle. Entretanto, a presença do técnico de operação durante esses momentos, bem como após o inicio de operação, é fundamental para garantir a segurança e desempenho dos sistemas antes, durante e depois dos processos de operação.
Portanto, é imprescindível a compreensão do funcionamento da tecnologia envolvida nessas tarefas, de modo que os técnicos de operação tenham clara a dimensão dos efeitos que suas decisões poderão imprimir ao processo de exploração e produção de petróleo.
Espera-se, portanto, que, a partir desse estudo, os técnicos envolvidos possam integrar a compreensão do funcionamento dos equipamentos, a identificação de problemas, suas possíveis causas, contribuindo, assim, para a tomada de decisão mais adequada em situações em que isso se faça necessário.
RESERVADO
RESERVADO
Cap
ítu
lo 1
Conceitos básicos
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Enumerar as propriedades e os conceitos fundamentais da mecânica dos líquidos.
RESERVADO
22
Alta Competência
RESERVADO
23
Capítulo 1. Conceitos básicos
1. Conceitos básicos
Toda vez que trabalhamos com uma determinadas bomba, se faz necessário conhecer as propriedades do fluido de trabalho para que possamos operá-la de forma segura. Desta forma
devemos ter uma base sólida de conhecimento sobre as propriedades dos líquidos para que possamos atuar nos sistemas de bombeamento com bastante segurança.
A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento dos líquidos, subdividida em duas áreas básicas: a hidrostática que estuda os líquidos em equilíbrio estático, ou seja, em repouso e a hidrodinâmica que estuda os líquidos em movimento.
1.1. Propriedades dos Líquidos
Fluido é qualquer substância não sólida, capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que o contém. Os fluidos podem ser divididos em líquidos e gases.
As bombas centrífugas e volumétricas, temas dessa apostila, são usadas no bombeamento de líquidos. Portanto, abordaremos brevemente a algumas das principais propriedades envolvidas no estudo desse tipo de sistemas de bombeamento como: peso específico, a massa específica, a densidade, a pressão e a viscosidade.
1.1.1. Massa Específica
É dada pela relação entre a massa de uma determinada substância e o volume ocupado pela mesma. É representada por ρ (Rô). A massa específica deve ser sempre referenciada a uma determinada temperatura em função da dilatação ocorrida nos materiais quando aquecidos, alterando sua massa específica.
ρ = _______
volumemassa
RESERVADO
24
Alta Competência
A massa específica de uma substância é dimensional, ou seja, uma grandeza que precisa ser expressa com a sua unidade (kg/m3, kg/dm3 etc...) e não deve ser confundida com a densidade que é uma grandeza adimensional, ou seja, que não pode ser expressa por uma unidade de medida.
1.1.2. Peso Específico
Peso especifico é dado pela relação entre o peso de uma determinada massa e o volume ocupada pela mesma. É representada por γ (gama). As unidades mais usuais são N/m3, kgf/m3 e kgf/dm3.
=peso
volume
Esta propriedade também pode ser obtida através do produto entre a massa especifica (ρ) de uma substância e a aceleração da gravidade (g).
= ρ.g
1.1.3. Densidade
A densidade de uma substância é a razão entre a massa específica ou peso específico dessa substância e a massa específica ou peso específico de uma substância de referência em condições padrão.
Normalmente a substância padrão utilizada para sólidos e líquidos é a água sob determinada temperatura. A densidade é uma propriedade adimensional.
Υ fluido
Υ fluido padrão
d = _________ ou ρ �uido
ρ �uido padrão
d = _________
1.1.4. Viscosidade
A viscosidade é a propriedade física de um líquido que exprime sua resistência ao cisalhamento interno isto é, a qualquer força que tenda a produzir o escoamento entre camadas do liquido.
RESERVADO
25
Capítulo 1. Conceitos básicos
A viscosidade tem uma importante influencia no fenômeno do escoamento, notadamente nas perdas de pressão dos líquidos. A magnitude do efeito depende principalmente da temperatura e da natureza do líquido. Assim, qualquer valor indicado de viscosidade deve sempre informar a temperatura, bem como a sua unidade.
O conceito de viscosidade foi definido por Isaac Newton a partir das tensões de cisalhamanto provocadas pela movimentação de uma camada de líquido sobre a outra, ou seja pelas forças internas de atrito. Newton descobriu que em muitos líquidos, a tensão de cisalhamento é proporcional ao gradiente de velocidade, chegando a seguinte formulação:
= dvdy
Onde:
t = tensão de cisalhamento (N/m2);
µ = coeficiente de proporcionalidade(N.s/m2);
= gradiente de velocidade (m/s)/m.
Os líquidos que obedecem esta lei, são os chamados líquidos Newtonianos e os que não obedecem são os Não-Newtonianos. A maioria dos líquidos que são de nosso interesse, tais como água, vários óleos, etc comportam-se de forma a obedecer esta lei.
a) Viscosidade absoluta ou dinâmica
A viscosidade absoluta ou dinâmica exprime a medida das forças de atrito e é justamente o coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento (t) e o gradiente de velocidade (dv/dy) da Lei de Newton.
A viscosidade é representada pela letra µ (mu). A unidade do sistema internacional para a viscosidade absoluta é o Pa.s (Pascal . segundo), apesar disso, os fabricantes continuam adotando, usualmente, o P (Poise), sendo o cP (centiPoise) seu submúltiplo mais usado.
RESERVADO
26
Alta Competência
b) Viscosidade cinemática
A viscosidade cinemática é a relação entre a viscosidade absoluta e a sua massa específica. Ela é representada pela letra “ν” (nu).
=
A unidade de viscosidade cinemática do sistema internacional é o m2/s (metro quadrado por segundo), entretanto, no estudo de bombas é usual a utilização do Stoke (1St = 1 cm2/s). Na prática, o mais utilizado é o seu submúltiplo, o centiStoke (cSt = 1 mm2/s).
A viscosidade cinemática de uma substância ν, dada em cSt, pode ser obtida através da sua viscosidade absoluta µ, em cP, e da sua densidade d, na temperatura em questão, de acordo com a relação:
= d
1.2. Pressão
A pressão é definida como a razão entre a força exercida sobre uma superfície e a área dessa superfície.
Pressão =forçaárea
A unidade do sistema internacional é o Pa(Pascal), enquanto algumas das mais usuais são: kgf/cm2; bar; atm; psi.
1.2.1 Lei de Pascal
A lei de Pascal estabelece que a pressão aplicada sobre um líquido contido em um recipiente fechado age igualmente em todas as direções do líquido e perpendicularmente às paredes do recipiente.
RESERVADO
27
Capítulo 1. Conceitos básicos
1.2.2. Teorema de Stevin
Intuitivamente, podemos observar que, quanto mais fundo mergulharmos, em um líquido qualquer, maior será a massa de líquido acima de nós e, portanto, maior o peso desse líquido sobre a superfície do nosso corpo. Isso indica que maior será a pressão exercida pelo líquido sobre nós.
A relação entre pressão do líquido e profundidade é determinada pelo Princípio Fundamental da Hidrostática (Lei de Stevin), segundo a qual, a pressão hidrostática em um ponto qualquer no interior de um líquido, é proporcional à massa específica (ρ) do líquido, à aceleração da gravidade local (g) e à altura (h) da coluna de líquido acima do ponto considerado (vide ponto A na ilustração a seguir). Essa relação é expressa através da equação:
Ph = ρ.g.h
É importante perceber que essa equação refere-se apenas à coluna de líquido, mas não se pode esquecer que acima da superfície do líquido poderá estar agindo a pressão atmosférica ou outra pressão relativa qualquer.
Dessa forma, se estivermos trabalhando com pressões manométricas, referenciadas à pressão atmosférica local, elas já expressam diretamente a pressão manométrica naquela profundidade. Mas, se a intenção for encontrar a pressão absoluta, em uma determinada profundidade de líquido, será necessário somar a pressão atmosférica local, alterando a expressão para:
Patm
PP atmAhg..ρ+=
A
h
RESERVADO
29
Capítulo 1. Conceitos básicos
Considere o exemplo do caso de um tubo “U” com um pouco de água apresentado nas duas situações (A e B) a seguir.
P
Situação A Situação B
P atm P atm
P atm
γ.h
x
Na situação A, o nível nos dois “braços” do tubo em “U” será o mesmo porque a pressão do ar exercerá o mesmo “peso” sobre as duas superfícies da água, considerando que o lado esquerdo do tubo está aberto para a atmosfera. Assim, a pressão atmosférica (Patm) no lado esquerdo será igual à pressão atmosférica no lado direito do tubo, uma vez que a atmosfera é a mesma.
A situação B mostra o comportamento do fenômeno quando um pouco de ar é aspirado no lado esquerdo do tubo, reduzindo a pressão nele. A pressão atmosférica, maior no lado direito do tubo, forçará a água para baixo, fazendo-a subir no lado esquerdo até as pressões se igualarem novamente (ponto x). Neste ponto a pressão hidrostática (Ph) se iguala com a pressão atmosférica, ou seja: Ph = (y.h) + P = Patm.
O mesmo fenômeno pode ser observado quando alguém toma um suco com um canudo. A sucção na ponta do canudo gera uma área de baixa pressão (P) em relação a pressão atmosférica (Patm). Portanto esta pressão, exercida sobre a superfície do suco, força a subida do líquido pelo canudo.
RESERVADO
30
Alta Competência
P
Pa
Acontece exatamente a mesma coisa com a aspiração de uma bomba centrífuga. O movimento de rotação da bomba em funcionamento gera no bocal de sucção (P) uma zona de baixa pressão. A diminuição da pressão no bocal em relação à pressão atmosférica, obriga a água a subir pela tubulação de sucção. Para tal, em bombas convencionais, a linha de sucção (da válvula de retenção ate o bocal de sucção inclusive) deve estar totalmente preenchida com o liquido.
Descarga
Bomba centrífuga
Válvula de retenção
P
Pa
Temos vácuo quando a pressão é inferior à atmosférica, ou seja, pressões efetivas negativas. Nos exemplos do tubo “U”, do canudo e da bomba centrífuga há formação de vácuo parcial onde há sucção.
RESERVADO
31
Capítulo 1. Conceitos básicos
1.2.4. Pressão manométrica (Pman)
A Pressão efetiva, manométrica ou relativa é simplesmente o valor da pressão causada pela altura da coluna de líquido, sendo uma indicação de quanto a pressão no ponto é maior do que a pressão atmosférica. É também chamada manométrica, pois é a indicada pelos manômetros. Existem três tipos básicos de manômetros:
Existem três tipos básicos de manômetros:
Manômetro: registra valores de pressão manométrica positiva;•
Vacuômetro: registra valores de pressão manométrica negativa;•
Manovacuômetro: registra valores de pressão manométrica • positiva e negativa.
Esses instrumentos sempre registram zero quando abertos para atmosfera. Assim, sempre têm como referência (zero da escala) a pressão atmosférica local.
1.2.5. Pressão absoluta (Pabs)
A pressão absoluta é a pressão total em um ponto qualquer no interior do líquido, sendo, portanto, igual à pressão da altura da coluna de líquido somada à pressão atmosférica local.
Pabs = Patm + Pman
RESERVADO
32
Alta Competência
A
Pressão relativacorrespondente
ao ponto A
Pressão relativa positivacorrespondente
ao ponto A
Pressão absolutacorrespondente
ao ponto APressão relativacorrespondente
ao ponto B
B
Hb = 10,33 mca
0 % de atmosferas Pressão atm local
Pressão relativa negativacorrespondente
ao ponto B
Pressão absolutacorrespondente
ao ponto B
Pressão atm local
Erro desprezível
Linha de pressão nula
10 mca
1.2.6. Pressão de vapor (Pv)
A pressão de vapor de um líquido, a uma determinada temperatura, é aquela na qual coexistem as fases líquido-vapor. Nessa mesma temperatura, quando tivermos uma pressão maior que a pressão de vapor, haverá somente a fase liquida e quando tivermos uma pressão menor que a pressão de vapor, iniciar-se-á a vaporização. Este conceito será bastante importante quando o fenômeno da cavitação for abordado.
T5T4T3T2
T1
T0
T = temperatura
Pres
são
Volume
Líquido
Líquido + vapor Vapor
T5 > T4 > T3 > T2 > T1 > T0
Gráfico tridimensional P x V x T
RESERVADO
33
Capítulo 1. Conceitos básicos
É possível notar, no gráfico anterior, que à medida que a temperatura aumenta, indo de T0 para T5, a pressão de vapor aumenta.
1.3. Escoamento
Diz-se que um escoamento se dá em regime permanente, quando as propriedades do líquido, tais como temperatura, peso específico, velocidade, pressão, etc. são invariáveis em relação ao tempo.
1.3.1. Regime laminar
É aquele no qual os filetes líquidos são paralelos entre si e as velocidades em cada ponto de um filete são constantes em módulo e direção.
Linhas de fluxo paralelas entre si
1.3.2. Regime turbulento
É aquele no qual as partículas apresentam movimentos variáveis, com diferentes velocidades em módulo e direção de um ponto para outro no mesmo filete o que acarreta filetes não mais paralelos.
Fluxo turbulento
RESERVADO
34
Alta Competência
1.3.3. Experiência de Reynolds
Osborne Reynolds realizou, em 1833, diversas experiências, onde pode visualizar os diferentes tipos de escoamentos. Deixando a água escorrer pelo tubo transparente juntamente com o líquido colorido, formou-se um filete nesse líquido. O movimento da água está em regime laminar. Aumentando a vazão da água, abrindo-se a válvula, nota-se que o filete vai se alterando podendo chegar a difundir-se na massa líquida, nesse caso, o movimento esta em regime turbulento.
Água
Filete do líquidocolorido
Tubotransparente
Líquido colorido
Válvula
Esses regimes foram identificados por um número adimensional.
Onde:
Re = número de Reynolds;
V = velocidade média de escoamento do líquido;
D = diâmetro interno da tubulação;
µ = viscosidade cinemática do líquido.
RESERVADO
35
Capítulo 1. Conceitos básicos
Limites do número de Reynolds para tubos
Re < 2000 escoamento laminar
2000 < Re < 4000 escoamento transitório
Re > 4000 escoamento turbulento
Pode-se notar que o número de Reynolds é um número adimensional, independendo, portanto do sistema de unidades adotado, desde que ele seja coerente. De uma forma geral, na prática, o escoamento se dá em regime turbulento. A exceção pode ser encontrada nos escoamentos com velocidades muito reduzidas ou com líquidos em alta viscosidade.
1.4. Vazão e velocidade
A vazão volumétrica (Q) de um líquido pode ser definida como o volume de líquido que escoa, por uma unidade de tempo, ou seja:
Q = _________volumetempo
Essa mesma vazão pode ser determinada pela seguinte relação:
Q = A • V
Onde:
A = área da seção reta da tubulação;
V = velocidade na seção.
O sistema internacional adota o m3/s. Contudo, em geral, são usadas as seguintes unidades: m3/h, l/mim, gpm (galões por minuto).
RESERVADO
36
Alta Competência
1.4.1. Velocidade
Embutido no conceito de vazão encontra-se a definição de velocidade. Se um líquido está escoando, suas partículas estão em movimento e possuem velocidade.
Considere que uma seção reta de área A de um duto qualquer (por onde escoa um líquido). Pode-se considerar que a velocidade média do líquido corresponde à razão entre a vazão e a área da seção transversal atravessada pelo líquido.
O Sistema Internacional adota o m/s que é comumente utilizado no cálculo de vazões, na determinação do número de Reynolds etc.
V = A =QA 4
.D2
VelocidadeÁreaDiâmetro
1.5. Equação da continuidade
Consideremos o seguinte trecho da tubulação:
A1
A2
V1
V2
Q1
Q2
Trecho da tubulação
RESERVADO
37
Capítulo 1. Conceitos básicos
A1 = área da seção 1;
A2 = área da seção 2;
V1 = velocidade na seção 1;
V2 = velocidade na seção 2.
222111
AVAV
Se tivermos um líquido incompressível, a vazão volumétrica que entra na seção 1 também será igual à vazão que sai na seção 2, ou seja:
2211
AVAV
Essa equação é valida para qualquer seção do escoamento, resultando assim numa expressão geral que é a equação da continuidade para líquidos incompressíveis:
2211AVAVQ cte
Pela equação anterior, nota-se que para uma determinada vazão escoando através de uma tubulação, uma redução de área acarretará um aumento de velocidade e vice-versa.
1.6. Carga total ou altura manométrica total
A carga total é definida pelo somatório das cargas geométrica de pressão e de velocidade.
1.6.1. Carga geométrica (Hg)
A carga geométrica é definida pelo quociente entre a energia potencial de uma coluna de líquido e o seu peso. Considerando o sistema internacional onde a energia potencial é dada pelo Joule e o peso é definido por Newton, podemos concluir que:
RESERVADO
38
Alta Competência
Carga geométrica = Joule/ Newton
Hg = = = m JouleNewton
N.m N
Na equação anterior o Newton, simbolizado pela letra N (unidade de medida de força), do numerador será reduzido com o termo “N” no denominador resultando na distância em metros, como uma medida de carga geométrica.
Sendo o Joule medido em N.m, podemos deduzir que a carga geométrica, por simplificação será obtida pela medida da cota (Z) de um ponto em relação a um determinado plano de referência.
No sistema internacional adota o metro(m).
1.6.2. Carga de pressão (Hp)
A carga de pressão é definida pela relação entre a pressão estática (P) de um líquido e o seu peso específico (γ):
Hp =P
Considerando o sistema internacional, cuja pressão é definida por Pascal (N/m2) e o peso específico por N/m3, podemos concluir que:
Hp= = m
Nm2 N
m3.
Da mesma forma que na carga geométrica, a carga de pressão é expressa por uma medida linear em metro.
RESERVADO
39
Capítulo 1. Conceitos básicos
1.6.3. Carga de velocidade (Hv)
A carga de velocidade é definida pela relação entre a energia cinética de um líquido (m.v2/2) e o seu peso.
HV= V2
2g
Onde:
V = velocidade média do líquido no ponto em questão;
g = aceleração da gravidade.
Da mesma forma que nos casos anteriores, a carga de velocidade é também expressa em metro.
1.7. Teorema de Bernoulli
O teorema de Bernoulli é um dos mais importantes da mecânica dos líquidos e representa um caso particular da principio da conservação da energia. Considerando-se como hipótese um escoamento permanente (propriedades não variam com o tempo) de um líquido, sem receber ou fornecer energia e sem troca de calor, a energia total por unidade de peso, que é a soma da carga de pressão (Hp), carga geométrica(Hg) e a carga de velocidade(Hv) em qualquer ponto do líquido é constante, ou seja:
Hg + Hp+ Hv = constante
Essa relação pode ser expressa considerando que:
z + __ + __ = constante p
V2
2g
RESERVADO
40
Alta Competência
Considerando a ilustração a seguir:
V22
2g
p2
V12
2g
p1
V1
A2A1
Z2V2
Z1
Plano de carga total
Linha piezométrica
Tubulação
Plano de referência
Car
ga
tota
l
A linha piezométrica é determinada pela soma dos termos para cada seção:
(Z1 + ___ + ___) = (Z2 + ___ + ___)P1 V21
2gP2 V2
1
2g
1.7.1. Teorema de Bernoulli para líquidos reais
No item anterior, consideramos a hipótese de um líquido perfeito, não levando em conta o efeito das perdas de energia por atrito do líquido que variam com a tubulação, viscosidade, etc. Considerando-se líquidos reais, faz-se necessária a adaptação do Teorema de Bernoulli, introduzindo-se uma parcela representativa destas perdas, como mostrado a seguir:
V22
2g
p2
V12
2g
p1
V1
A1A1
Z2V2
Z1
Plano de carga total
Linha piezométrica
Linha de carga total
Tubulação
Plano de referência
Car
ga
tota
l
Hp
RESERVADO
41
Capítulo 1. Conceitos básicos
(Z1 + ___ + ___) = (Z2 + ___ + ___) + Hp
P1 V21
2gP2 V2
2
2g
O termo Hp é a energia perdida pelo líquido, por unidade de peso, no escoamento do ponto (1) ao ponto (2).
1.8. Perda de cargas em tubulações
A perda de carga no escoamento em uma tubulação ocorre devido ao atrito entre as partículas fluidas com as paredes do tubo e mesmo devido ao atrito entre as próprias partículas desse líquido. Em outras palavras, é uma perda de energia ou de pressão entre dois pontos de uma tubulação.
A ilustração a seguir apresenta uma tubulação onde um líquido circula do ponto 1 para o ponto 2. Os dois manômetros permitem perceber que há uma perda de carga. O manômetro P1 registra uma pressão maior que o manômetro P2. Essa diferença corresponde a perda de carga.
P1 P2P1 > P2
1 2
1.8.1. Tipos de perda de carga
Basicamente as perdas de carga podem ser classificadas em:
a) Perdas distribuídas;
b) Perdas localizadas.
RESERVADO
42
Alta Competência
As perdas de carga distribuídas são aquelas que ocorrem em trechos retos de tubulações.
As perdas de carga distribuídas no escoamento em tubulações podem ser determinadas através das medidas de pressão. Por outro lado, estas perdas podem ser calculadas através de fórmulas experimentais ou empíricas, conhecendo-se as dimensões da tubulação, características do líquido, conexões etc. Para a determinação da perda de carga distribuída para um líquido incompressível devem ser consideradas as seguintes variáveis:
Perda de carga distribuída;•
Comprimento do trecho reto do tubo;•
Diâmetro interno da tubulação;•
Velocidade média do escoamento;•
Coeficiente de atrito; •
Aceleração da gravidade.•
O coeficiente de atrito f é um coeficiente adimensional, que é função do Número de Reynolds e da rugosidade relativa. A rugosidade relativa é definida como a relação entre a rugosidade do material e o diâmetro interno da tubulação.
As perdas localizadas são perdas de pressão ocasionadas pelos acessorios e singularidades ao longo da tubulação, tais como curvas, válvulas, derivações, reduções, expansões etc.
RESERVADO
43
Capítulo 1. Conceitos básicos
P1 P2P1 > P2
1 2
Perda de carga em um acessório
De um modo geral, todas as perdas de carga localizadas podem ser expressas sob a forma:
hp = k . V2
2.g
O coeficiente de perda de carga K é obtido experimentalmente. Existem tabelas que fornecem estes valores padronizados conforme o tipo de acessório utilizado. A seguir apresentamos uma tabela com alguns exemplos de valores de perda de carga (K) considerando o tipo de peça ou singularidade na tubulação.
Tipo de curva ou peça K Tipo de curva ou peça KAmpliação gradual 0,30 Junção 0,40
Bocais 2,75 Medidor Venturi 2,50
Comporta aberta 2,50 Redução gradual 0,15
Controlador de vazão 2,50 Registro de ângulo aberto 5,00
Cotovelo de 90º 0,90 Registro de Gaveta aberto 0,20
Cotovelo de 45º 0,75 Registro de Globo aberto 10,0
Crivo 0,40 Tê, passagem direta 0,60
Curva de 90º 0,40 Tê, passagem de lado 1,30
Curva de 45º 0,20 Tê, saída de lado 1,30
Curva de 22,5º 0,10 Tê, saída bilateral 1,80
Entrada normal em canalização 0,50 Válvula de pé 1,75
Entrada de borda 1,00 Válvula de retenção 2,50
Pequena derivação 0,03 Velocidade 1,00
RESERVADO
44
Alta Competência
V
V
V
V
Reentrante ou de bordak = 1,0
Normalk = 0,5
Forma de sinok = 0,05
Reduçãok = 0,10
Tipos de saída de tanque e seus respectivos valores para k
A soma das perdas de carga distribuídas em todos os trechos retos da tubulação e as perdas de carga localizadas em todas as curvas, válvulas, junções etc. são chamadas de perdas de carga Total. Esta última é de fundamental importância para a determinação da curva do sistema que retrata a quantidade de energia por unidade de peso requerida pelo sistema para cada vazão.
RESERVADO
45
Capítulo 1. Conceitos básicos
1) Cite três propriedades envolvidas no estudo de sistemas de bom-beamento.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Descreva o princípio estabelecido pela equação da continuidade.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Explique por que ocorre a perda de carga em uma tubulação e in-dique os dois tipos fundamentais desse fenômeno.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Assinale a opção que contém o parâmetro correto para o número de Reynolds (Re) em tubulações.
Escoamento
laminar transitório turbulento
( ) Re < 2000 2000 < Re < 4000 Re > 4000
( ) Re > 200 200 < Re < 400 Re < 400
( ) Re > 2000 2000 > Re > 4000 Re > 4000
( ) Re < 200 200 < Re < 400 Re > 400
1.9. Exercícios
RESERVADO
46
Alta Competência
Adimensional - parâmetro que não necessita de uma unidade de medida para poder oferecer uma avaliação.
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito de forças de natureza mecânica.
Cisalhamento - tipo de tensão gerada por forças aplicadas em sentidos opostos em relação a um fluido ou sólido.
Linha piezométrica - lugar geométrico que representa a soma da carga de pressão e da carga potencial.
Módulo - intensidade de uma grandeza acompanhada da unidade de medida correspondente.
1.10. Glossário
RESERVADO
47
Capítulo 1. Conceitos básicos
LIMA, Epaminondas Pio Correia. A mecânica das bombas. Gráfica Universitária.
MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology.
MATTOS, Edson Ezequiel de; FALCO, Reinaldo de. Bombas Industriais. 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998.
SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas S/A. 4ª ed.
SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier.
1.11. Bibliografia
RESERVADO
48
Alta Competência
1) Cite três propriedades envolvidas no estudo de sistemas de bombeamento.
• Massa específica;
• Peso específico;
• Densidade;
• Viscosidade;
• Pressão;
• Escoamento;
• Vazão e velocidade.
2) Descreva o princípio estabelecido pela equação da continuidade.
Um líquido incompressível escoando em uma tubulação tem a sua vazão volumétrica constante em qualquer seção desta tubulação. Ou seja:
3) Explique por que ocorre a perda de carga em uma tubulação e indique os dois tipos fundamentais desse fenômeno.
A perda de carga no escoamento de um líquido por uma tubulação ocorre devido ao atrito entre as partículas fluidas com as paredes do tubo e mesmo devido ao atrito entre as próprias partículas desse líquido. Em outras palavras, é uma perda de energia ou de pressão entre dois pontos de uma tubulação.
Existem dois tipos básicos de perdas de carga:
• Perdas distribuídas;
• Perdas localizadas.
4) Assinale a opção que contém o parâmetro correto para o número de Reynolds (Re) em tubulações.
Escoamento
laminar transitório turbulento
( X ) Re < 2000 2000 < Re < 4000 Re > 4000
( ) Re > 200 200 < Re < 400 Re < 400
( ) Re > 2000 2000 > Re > 4000 Re > 4000
( ) Re < 200 200 < Re < 400 Re > 400
1.12. Gabarito
RESERVADO
Cap
ítu
lo 2
Bombas centrífugas
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar os conceitos de força centrífuga e força centrípeta;
• Identificar o princípio de funcionamento das bombas centrífugas, seus principais componentes, tipos construtivos e respectivos campos de aplicação.
RESERVADO
50
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
51
2. Bombas centrífugas
As bombas centrífugas são um dos tipos mais comuns de equipamentos em instalações industriais, sendo amplamente usadas em diversas aplicações. As bombas d’água, usadas
em residências e prédios para elevar a água até as caixas d’água, são um exemplo cotidiano de bombas centrífugas. As bombas centrífugas trabalham, em geral, combinadas com um motor elétrico ou a diesel.
O estudo das bombas centrífugas exige alguns conceitos básicos da mecânica que servirão como subsídios para o entendimento do funcionamento desses equipamentos.
2.1. A física Newtoniana e as bombas centrífugas
Todas as máquinas e equipamentos mecânicos que envolvem rotação, movimento e contato, estão relacionados também com forças inerciais, gravitacionais, centrífugas, centrípetas, de atrito, de compressão e etc. Essa parte da física, conhecida como mecânica, começou a ser desvendada pelos estudos pioneiros de Galileu, mas esses princípios foram definitivamente explicados, por volta do século XVII, graças a Isaac Newton.
2.2. Conceito de força
Na física clássica uma força é uma entidade física capaz de alterar o estado de repouso ou movimento de um corpo ou mesmo promover a sua deformação. Uma força pode agir por contato ou através de um campo, ou seja, à distância.
Newton percebeu que havia uma íntima relação entre força e movimento e propôs três leis fundamentais do movimento, também chamadas leis fundamentais da Dinâmica. Dentre essas leis está o “princípio da inércia” que interfere diretamente no conceito de forças centrífugas e centrípetas, necessários para a compreensão das bombas centrífugas − objeto desse estudo.
RESERVADO
52
Alta Competência
2.3. Inércia, força centrífuga e força centrípeta
Em nosso cotidiano, a partir da observação empírica dos fenômenos, acabamos formando a percepção de que as forças tendem a “enfraquecer” até parar. Temos essa idéia observando uma bola lançada em um campo que gradualmente vai “perdendo força” até interromper o seu movimento.
Isaac Newton, contudo, descobriu que essa percepção estava relacionada a ação do atrito exercido pelas superfícies de contato com os objetos e corpos. A partir disso teorizou que se não houvesse atrito e resistência do ar a energia transferida para o corpo em movimento tende a ser constante, mantendo o corpo em movimento retilíneo uniforme (constante). A partir dessa idéia ele formulou o seguinte conceito para a inércia:
Um corpo em movimento tende a se deslocar em linha reta e com velocidade constante, sempre que forças externas não atuem fazendo-o mudar de direção. Entretanto, da mesma forma, os corpos tenderão a manter o seu estado de repouso, caso não haja interferência por forças acessórias.
Importante!
Imagine, por exemplo, uma bola rolando pela calçada e se aproximando da esquina. Quando ela chegar à esquina, tenderá a seguir em linha reta e não fará a curva automaticamente. Para alterar-lhe a trajetória, de tal forma que ela contorne a esquina, será necessária a aplicação uma força como, por exemplo, um chute. Entretanto, se nenhuma força é aplicada, a bola continuará se deslocando em linha reta, sem alterações.
Esta força que tende a manter a bola em movimento retilíneo é denominada inércia.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
53
A força centrífuga, na verdade, é apenas a manifestação da força inercial quando observamos o fenômeno a partir da modificação da trajetória pela força aplicada. Desse ponto de vista, a inércia parece uma força que tenta “arremessar” o corpo em movimento para fora. A manifestação da inércia pode ser observada na ilustração a seguir no qual uma bola (representando um corpo móvel) tem a sua trajetória desviada para a esquerda. Nesse esquema a seqüência de círculos representa a trajetória retilínea típica dos fenômenos inerciais.
A inércia de um corpo em movimento
Trajetória inércial docorpo,caso nenhumaoutra força seja aplicada
Força aplicada
Força inicial que gerao estado de movimento
Se o mesmo fenômeno for observado do novo ponto de vista, a
inércia parecerá “arremessar” o corpo para fora resultando na percepção da força centrífuga.
Se o mesmo fenômeno forobservado do novo ponto de vista,
a inércia parecerá “arremessar” o corpo para fora resultando
na percepção da força centrífuga.
Força aplicada
Trajetória inércial docorpo,caso nenhumaoutra força seja aplicada
Força aplicada
Força inicial que gerao estado de movimento
Se o mesmo fenômeno for observado do novo ponto de vista, a
inércia parecerá “arremessar” o corpo para fora resultando na percepção da força centrífuga.
Se o mesmo fenômeno forobservado do novo ponto de vista,
a inércia parecerá “arremessar” o corpo para fora resultando
na percepção da força centrífuga.
Força aplicada
O fenômeno observado do ponto de vista anterior a mudança na trajetória indicando a manifestação inercial
O mesmo fenômeno observado do ponto de vista posterior a mudança na trajetória indicando a manifestação da força centrífuga
Agora, imagine que a bola está se deslocando em um círculo em torno de um ponto fixo. A bola ainda se moverá em linha reta, a menos que seja aplicada uma força que mude sua direção. Deslocar-se em um círculo é como virar a esquina constantemente, portanto, uma força tem que ser aplicada constantemente na bola para mantê-la mudando de direção.
A força que aplicamos para manter a bola mudando constantemente de direção é denominada força centrípeta. A força centrípeta “empurra” a bola em direção ao centro de um percurso circular.
RESERVADO
54
Alta Competência
Força centrípeta agindo sobre um corpo em movimento
Nova trajetória resultante da ação da
força centrípeta
Trajetória inercial da bola se nenhuma
força externa atuasse (força centrífuga) Força
centrípeta
Na ilustração anterior, as setas largas representam a trajetória retilínea da bola que precisa ser constantemente atualizada através da interferência da aplicação de forças (força centrípeta) que ajudam o corpo móvel a descrever um movimento curvilíneo. Obviamente, por uma questão de simplicidade de representação foram apontados no esquema apenas seis (6) eventos pontuais de aplicação de força centrípeta, contudo, em um objeto que gira em torno do próprio eixo precisa sofrer constantemente a ação de forças centrípetas.
Quando a força externa (centrípeta) é retirada, a bola passa a se deslocar novamente em movimento retilíneo, devido à inércia. Observe a ilustração, a seguir, que representa o fenômeno em questão.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
55
Força centrípeta e força centrífuga (inércia)
A inércia tenderá a manter o corpo em movimento retilíneo
A partir desse ponto a força centrípeda para deser exercida sobre a bola.
Força aplicada
A
B
C
D
E
Força aplicada
Força aplicada
Força aplicada
Força aplicada
Força aplicada
O esquema anterior demonstra a ação da força centrípeta (força aplicada) sobre um corpo em movimento até o instante E. Nesse ponto a força centrípeta, ao deixar de contrapor à inércia, permite que ela se manifeste, fazendo que o corpo assuma o movimento retilíneo.
Um bom exemplo da relação entre as forças centrífuga e centrípeta é o esporte olímpico denominado lançamento do martelo. Nessa prova de atletismo, o atleta segura uma empunhadura presa por um arame a uma bola de ferro. Durante o arremesso, gira a bola e solta a alça, em determinado momento, permitindo que o martelo seja lançado.
Relação entre as forças centrípeta e centrífuga no lançamento do martelo
Ponto fixo de rotaçãoPonto fixo de rotação
A B
Ponto fixo de rotaçãoPonto fixo de rotação
A B
RESERVADO
56
Alta Competência
No esquema anterior o cabo que está preso à bola representa a força centrípeta (seta pontilhada) e mantém a bola constantemente mudando de direção e se movendo em círculo. Quando o atleta (ponto fixo de rotação) solta a alça, a força centrípeta (resistência do cabo) deixa de atuar, permitindo que a força de arremesso (força centrífuga) aja sobre a bola. A partir do ponto do lançamento, o martelo descreve uma trajetória ascendente devido à ação da inércia.
A ilustração A representa uma situação de equilíbrio entre a manifestação das forças centrípeta representada pelo cabo e a força centrífuga representada pelo movimento de giro do atleta. A ilustração B representa uma situação de desequilíbrio na qual a força centrípeta é eliminada, pela liberação da alça, e a força centrífuga se manifesta na forma de inércia lançando o martelo à grande distância.
atenÇÃo
Pela lei da inércia, um objeto sempre tende a se deslocar em uma linha reta. Para que esta trajetória mude, como uma bola em um círculo, é preciso uma força que mude a direção agindo constantemente sobre a bola. Se em algum momento a força que age sobre a bola for removida, a bola passará a se deslocar em uma linha reta para fora do centro de sua rotação. A força que faz com que a bola se desloque em uma linha reta para fora de um ponto fixo de rotação é denominada força centrífuga (inércia).
2.4. Aceleração e aceleração centrífuga
O conceito de aceleração também é um pré-requisito importante para a compreensão do funcionamento das bombas centrífugas.
O conceito físico de aceleração define que:
A aceleração pode ser compreendida como a variação positiva ou negativa da velocidade de um corpo em movimento.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
57
Quando traduzimos esse conceito para a linguagem cotidiana dizemos que a aceleração existe sempre que um corpo ou objeto em movimento aumenta ou diminui sua velocidade. Pode parecer estranho ao senso comum, mas a redução da velocidade é um tipo de aceleração − a aceleração negativa.
Da mesma forma podemos afirmar que a aceleração centrífuga é a variação da velocidade de um objeto quando este, ao girar em torno de um ponto fixo, se desloca para perto ou para longe dele.
O exemplo do lançamento do martelo pode ser usado também para ilustrar o conceito de aceleração centrífuga.
Imagine que o atleta mantém a bola girando em torno de si mesmo, com velocidade equivalente a 1(uma) rotação por segundo. Lembre que a velocidade corresponde à distância percorrida em um determinado período de tempo. Logo, a velocidade da bola será igual à distância percorrida por ela e dividida pelo tempo de deslocamento. Observe a ilustração a seguir e leia os comentários
Suponha que a bola do martelo descreva uma circunferência de 1m ao final do giro. Considere, hipoteticamente, que a bola complete cada volta em um tempo de 1 segundo. Portanto, poderemos concluir que a velocidade de giro do martelo é 1 metro por segundo (1m/s). Circunferência = 1m
A
1m
RESERVADO
58
Alta Competência
Considere que o atleta trocou de martelo e que o cabo permita agora que a bola descreva uma circunferência de 3m.
Imagine que, apesar do círculo ser maior, que o atleta consiga manter o tempo de 1 segundo. Nessa situação podemos concluir que a velocidade de giro do martelo é 3 metros por segundo (3m/s).
Circunferência = 3m
B
3m
A partir dos exemplos descritos, podemos perceber que a bola mantém um ciclo constante de rotações por segundo. Contudo, na ilustração B a bola se afastou do ponto fixo, aumentou a distância percorrida, percorrendo uma distancia três vezes maior do que no primeiro exemplo, entretanto, o faz no mesmo intervalo de tempo. Portanto, sua velocidade é três vezes maior do que no exemplo A. Assim, dizemos que houve uma aceleração positiva da velocidade, ou seja, um aumento.
2.5. Aceleração centrífuga e bomba centrífuga
É necessário estabelecer, agora, algumas correlações desses fenômenos físicos com o tema dessa apostila, tentando contextualizar os conceitos desenvolvidos até aqui.
Uma bomba centrífuga é um equipamento mecânico que usa o princípio da força centrífuga para transformar energia mecânica (do eixo) em energia cinética e em energia de pressão, posteriormente, a parcela cinética é transformada em pressão internamente na voluta. Assim, em uma bomba centrífuga, da mesma forma que no exemplo da bola, o líquido entra no centro (“olho”) de um conjunto de pás giratórias (impelidor). Este impelidor está fixado a um eixo, que por sua vez é acionado, normalmente, por motor.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
59
Visão em corte de uma bomba centrífuga
saída
“olho” de sucção do impelidor
Pás ou palhetas do impelidor
Impelidor ou impulsionador
Carcaça dabomba (voluta)
O esquema anterior apresenta as partes internas básicas de uma bomba centrífuga: a carcaça (estrutura), o impelidor com suas pás ou palhetas e o “olho” de sucção do líquido.
Imagine agora que o motor é o atleta do nosso exemplo do arremesso do martelo. O motor mantém o impelidor e suas pás curvas girando a uma quantidade constante de rotações por segundo. O impelidor, alimentado pelo motor, faz girar o líquido da mesma forma que o cabo do martelo faz a bola girar movido pela força do atleta. Esse movimento de rotação produz uma força centrífuga sobre o liquido, acelerando-o continuamente desde o olho (raio menor) ate às extremidades das pás (maior raio) onde finalmente atingem a carcaça.
Os líquidos, de forma semelhante à bola do martelo, também se deslocam em uma determinada direção, a menos que alguma força atue sobre eles. Se um líquido estiver fluindo em torno de um ponto fixo, ele tenderá a se deslocar para fora impulsionado pela força centrífuga.
RESERVADO
60
Alta Competência
Esquema mostrando o interior de uma bomba centrífuga
Saída
Impelidor
A água é“lançada
para fora”pela forçacentrífuga
A rotação das pás inicia o processo de centrifugação
gerando uma região de baixa pressão no olho do impelidor.
A estrutura da carcaça (voluta),em forma espiral, conduz o fluido(setas) para a descarga.Na saída, o fluidoperde velocidade e ganha pressão,devido a forma da saída da carcaça.O líquido entra no centro ou “olho” do impelidor a uma velocidade baixa. As pás giratórias do impelidor fazem com que o líquido também gire em torno do “olho” do impelidor. À medida que o líquido gira, a força centrífuga faz com que o líquido se desloque para longe do “olho” do impelidor. O impelidor mantém o líquido girando em torno do “olho” do impelidor a uma quantidade constante de rotações por segundo. Porém, à medida que o líquido se desloca para mais longe do “olho” do impelidor, ele faz um percurso ou circunferência mais longa a cada rotação. Em outras palavras, a velocidade do líquido aumenta à medida que ele se desloca para longe do “olho” do impelidor, aumentando a aceleração centrífuga. A velocidade do líquido pode chegar a 70,0 m/s à medida que ele se desloca das partes internas do “olho” do impelidor para a ponta da pá.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
61
Conversão da energia cinética em pressão na descarga da bomba
Saída
caracol
Pá do rotor
Rotor
AB
O formato cônico do bocal difusor da descarga provoca
uma desaceleração (perde velocidade) no líquido, quando ele se movimenta da seção A para B. Assim, grande parte da parcela de energia cinética é convertida em energia de pressão.
A B
�S�A��D�A���D�O���I�M�P�E�L�I�D�O�R����E�M���E�N�E�R�G�I�A���D�E���P�R�E�S�S��O������
Bernoulli
�C�O�M�P�R�E�E�N�S�Î�O���D�O�S���F�E�N�Ù�M�E�N�O�S���E�N�V�O�L�V�I�D�O�S���N�A�S���B�O�M�B�A�S���C�E�N�T�R�Ó�F�U�G�A�S��2.6. Etapas de funcionamento das bombas centrífugas
� F � U � N � D � A � M � E � N � T � A � I � S � � � N � O � � � S � E � U � � � F � U � N � C � I � O � N � A � M � E � N � T � O � �
RESERVADO
62
Alta Competência
1º EtapaAo ser ligada a bomba, a rotação cria, inicialmente, uma zona de baixa pressão devido à centrifugação do líquido na região central do impelidor (“olho”).
2º EtapaO líquido centrifugado deixa a sua posição “vazia”. Imediatamente outra porção ocupa sua posição e é centrifugada. A sucessão desses eventos cria um fluxo continuo pela bomba.
3º EtapaO líquido centrifugado caminha para as extremidades do impelidor, ganhando energia de pressão e energia cinética.
4º EtapaO líquido, após a saída do impelidor, entra na voluta onde há uma moderada transformação da parcela de energia cinética em energia de pressão.
5º EtapaPor fim, na região difusora, o restante da energia cinética é quase totalmente transformada em energia de pressão. Na maioria das bombas a maior transformação é obtida nesta etapa.
Esquema mostrando o interior de uma bomba centrífuga
1ª Etapa
2ª Etapa
3ª Etapa
5ª Etapa
4ª Etapa
2.6.1. Exemplo prático da variação da velocidade e trajetória de uma partícula do líquido no interior de uma bomba
A ilustração a seguir representa a trajetória da partícula do líquido do ponto 1 (“olho” do impelidor) ao ponto 4 (descarga). A linha assinalada representa a trajetória da partícula ao longo do seu deslocamento. Para efeito de simplificação adotamos uma partícula para representar o comportamento do líquido como um todo.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
63
À medida que a partícula se desloca do início das pás (1) para a extremidade das pás (2), a sua velocidade aumenta. Da extremidade da pá (2) até garganta (3) ocorre uma redução parcial da velocidade com uma conseqüente conversão em energia de pressão. Do ponto (3) ao ponto (4) ocorre uma acentuada conversão de velocidade em energia de pressão. É nesse último estágio que a pressão de descarga atinge o valor necessário para o deslocamento do líquido na vazão requerida pelo sistema.
O esquema a seguir traduz o comportamento da velocidade de uma partícula de um líquido ao longo da sua trajetória no interior de uma bomba. Os pontos 0, 1, 2, 3 e 4 representam, respectivamente:
0) Partícula no (flange de sucção);
1) Entrada no impelidor;
2) Entrada na voluta ;
3) Entrada do difusor (garganta da voluta);
4) Saída da partícula (flange de descarga).
Corte da voluta mostrando a trajetória da partícula do líquido
Corte transversal típico de uma bomba centrífuga
4
1
0
2
Impelidor
3
Voluta
Os pontos identificados no esquema anterior aparecem no gráfico a seguir demonstrando o comportamento da velocidade do líquido durante sua trajetória na bomba.
RESERVADO
64
Alta Competência
20
15
10
5
Entrada noimpelidor
Saída doimpelidor) Garganta
da voluta
Flange de descargaFlange de sucção
1
2
3
4
Velocidade absoluta (m/s)
Perfil de velocidade ao longo do interior de uma bomba
O gráfico acima, ao utilizar os mesmos pontos indicados na ilustração anterior, permite estabelecer correlações entre a velocidade do líquido na bomba (representado pela partícula-ponto) em cada uma das regiões (0, 1, 2, 3 e 4), com a conversão de energia cinética em energia de pressão. O líquido ao entrar do flange de sucção apresenta uma baixa velocidade. Com a rotação do impelidor a partícula vai ganhando velocidade representada pela curva ascendente (1- 2). A partir da saída do líquido do impelidor (ponto 2) a energia cinética começa a ser convertida em energia de pressão. Essa conversão é gradualmente maior até a saída do líquido da bomba no flange de descarga. Nesse ponto (4) grande parte da energia cinética foi convertida em energia de pressão.
2.7. Componentes da bomba centrífuga
Existe uma grande diversidade de bombas centrífugas. Entretanto, alguns componentes são comuns à grande maioria de modelos de tipo.
A seguir apresentaremos, a título de exemplificação, uma visão em corte de uma bomba centrífuga de simples estágio (um único impelidor) e seus principais componentes.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
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Principais componentes de uma bomba centrífuga (em corte)
Luva protetora de eixo Descarga
Tampa de pressão
Anel de desgaste
Bucha de garganta
Preme gaxeta
Rolamento
Mancal
Carcaça
Sucção
Impelidor
Anel de lanterna
Gaxeta
Anel defletor
Eixo
A) Carcaça
A carcaça é responsável pela contenção do volume crescente do líquido oriundo do impelidor e pela transformação de parte da energia cinética em energia de pressão durante a condução do líquido até o canal divergente da descarga (difusor). A taxa de crescimento da área de passagem do líquido na carcaça é proporcional à quantidade de líquido recebido da periferia do impelidor. Favor copiar a figura abaixo exatamente como está.
Componentes da carcaça Estrutura básica da carcaça
• Flange de sucçao;• Voluta;• Flange de descarga.
Voluta
Flange de descarga
Flange de sucção
RESERVADO
66
Alta Competência
A voluta em destaque
O diâmetro da voluta aumenta gradativamente em direção ao bocal de descarga. O líquido entra na voluta em alta velocidade e uma certa pressão. O líquido sai da voluta e entra no oleoduto a uma velocidade baixa e sob uma pressão mais alta.
Sentido de rotação
Impelidor
Carcaça de voluta Descarga
A voluta aumenta a área de seção transversal na direção da descarga
Os principais tipos de carcaça existentes são:
Tipo de carcaça Estrutura básica
Carcaça em voluta simples
Carcaça em dupla voluta
10º
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
67
Tipo de carcaça Estrutura básica
Carcaça com pás difusoras
B) Impelidor
Os impelidores, também chamados de rotores, são responsáveis por ceder energia ao líquido, seguindo padrões que estão relacionados com o perfil hidráulico construtivo.
Componentes do impelidor
Capa
Pás do Impelidor
Olho
Eixo
Os impelidores em uma bomba de múltiplos estágios poderão estar dispostos nos arranjos das pás no tipo tandem ou back-to-back ilustrados a seguir.
RESERVADO
68
Alta Competência
Arranjo back-to-back
Descarga
Sucção
Sucção da bomba
1 2 3 6 5 4
Descarga da bomba
Arranjo em Tandem
Descarga
Sucção
Sucção da bomba
1 2 3 4 5 6
C) Eixo
O eixo é o elemento estrutural que sustenta o(s) impelidores. Ele é responsável pela transmissão de potência do acionador para o(s) impelidor(es).
D) Mancais
Os mancais são os elementos que sustentam o eixo e o(s) impelidor(es), permitindo que a transmissão de torque se estabeleça em níveis mínimos de atrito. Podem ser de rolamentos ou de deslizamento. Suas velocidades devem ser estabelecidas dentro de critérios definidos nas normas técnicas (por exemplo, API 610 - American Petroleum Institute).
A escolha e combinação é função basicamente da velocidade tangencial do eixo, das cargas (vida do rolamento) e da densidade de energia, dada pelo produto entre a potência e a rotação da bomba.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
69
Esquema de um rolamento em corte Elementos de um rolamento
Anel guiaEspaçador
Anel interno
Elementos rolantes
Anel externo
Selo
Largura BlindagemOu selagem
Chanfro
Dia
. In
teir
o
Dia
. Méd
io
Dia
. Ext
ern
o
Anel de trava
Gaiola ou Espaçador
Rebite
Esfera
Anel interno
Anel externo
Pista interna
Pista externa
Anel guiaEspaçador
Anel interno
Elementos rolantes
Anel externo
Selo
Largura BlindagemOu selagem
Chanfro
Dia
. In
teir
o
Dia
. Méd
io
Dia
. Ext
ern
o
Anel de trava
Gaiola ou Espaçador
Rebite
Esfera
Anel interno
Anel externo
Pista interna
Pista externa
Mancal
Movimentodo ramo do óleo
Mancal de deslizamento
E) Vedação
A vedação serve para manter vazamentos mínimos ou, em alguns casos, estanqueidade entre o líquido de processo e a atmosfera. A definição do tipo de vedação (gaxeta ou selo mecânico) e os materiais empregados dependem de uma análise da bomba, do líquido e da interação destes e do processo de bombeamento.
RESERVADO
70
Alta Competência
F) Preme-gaxeta
Também conhecida como “sobreposta”, a preme-gaxeta é responsável pelo ajuste das gaxetas (elemento de vedação mais usual nestes tipos de bombas) quando as mesmas começam a se desgastar. É através dela que se regula o aperto das gaxetas. Este ajuste pode ser feito com a bomba em funcionamento e não deverá ser em demasia a ponto de vedar completamente o vazamento do líquido.
G) Anéis de desgaste
Os impelidores não podem tocar na carcaça, mas em contrapartida há um compromisso em manter uma folga controlada entre o “olho” do impelidor e a carcaça.
Os anéis de desgaste consistem de anéis bipartidos ou não, instalados no impelidor e/ou na carcaça, e que atuam como peças de sacrifício com o objetivo de reduzir a recirculação entre impelidores adjacentes contribuindo para a manutenção da eficiência da bomba, bem como evitando problemas na sucção. A partir do momento que essas folgas aumentam, eles deverão ser substituídos.
Recirculação de líquido pela folga entre o impelidor e a carcaça.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
71
Detalhe sem anel de desgaste Detalhe com anel de desgaste
Impelidor
CarcaçaCarcaça
Anel de desgaste
ImpelidorImpelidor
CarcaçaCarcaça
Anel de desgaste
Impelidor
H) Bucha de garganta
A bucha de garganta, também denominada de “bucha de fundo”, fica localizada no fundo da caixa de selagem. Sua função é reduzir a pressão na caixa de selagem, vinda da parte traseira do impelidor. Esse componente atua restringindo o fluxo nesta região e, consequentemente, reduz a exposição da caixa aos efeitos abrasivos de líquidos contendo sólidos em suspensão.
I) Anel de Lanterna
O anel de lanterna consiste de um anel bipartido instalado na caixa de selagem com o objetivo de permitir a injeção de líquido para selagem e refrigeração da região de vedação, e evitar a entrada de ar para o interior da bomba para aquelas que operam pressão negativa na sucção. Ele evita o desgaste prematuro do eixo/luva na região de selagem quando o líquido bombeado contém sólidos em suspensão.
Anel de lanterna
RESERVADO
72
Alta Competência
J) Difusor
Grande parte das bombas de simples estágio utiliza carcaça em voluta, principalmente devido a sua boa eficiência, baixo custo e simplicidade.
Os difusores são responsáveis em receber o líquido na periferia do impelidor e através de um canal divergente (seção crescente) formado por pás difusoras fixadas na carcaça e converter parte da energia cinética em energia de pressão.
Em bombas de múltiplos estágios, as pás difusoras exercem um papel secundário, porém não menos importante, de separar os estágios (impelidores) e reorientar o fluxo da descarga de um impelidor para o “olho” do estágio seguinte.
K) Luvas
As luvas de eixo têm por função básica proteger o eixo de erosão, corrosão e desgaste. O mais comum é proteger o eixo na região da caixa de selagem. As luvas que possuem outras funções recebem nomes especiais, como por exemplo, “luvas espaçadoras” ou “luvas de estágio” que são usadas em bombas de múltiplos estágios com o objetivo de espaçá-los e mantê-los na posição corretas.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
73
Veja na ilustração a seguir, uma bomba de múltiplos estágios:
Principais componentes de uma bomba de múltiplos estágios
Carcaça
Luva de estágio
Difusor
Flange de descarga
Anel de desgaste
Luva protetorado eixo
Impelidores
Corpos de estágio
Suporte de mancal
Rolamento
Eixo
2.8. Classificação das bombas centrifugas
As bombas podem ser classificadas quanto:
A direção do fluxo em relação ao eixo;•
A posição de trabalho;•
Ao número de estágios;•
Ao tipo de sucção do primeiro estágio;•
A partição da carcaça.•
A seguir apresentaremos de forma bastante objetiva alguns exemplos de desenhos básicos de cada tipo:
RESERVADO
74
Alta Competência
a) A direção do fluxo em relação ao eixo: radial, misto e axial;
Quanto à direção do Fluxo
Fluxo misto
Fluxo radial
Fluxo axial
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
75
b) A posição de trabalho: horizontais ou verticais;
Quanto à posição de trabalho
Bomba centrifuga horizontal
Bomba centrifuga vertical
RESERVADO
76
Alta Competência
c) Ao número de estágios: único estágio (impelidor) ou múltiplos estágios;
Quanto ao número de estágios ou impelidores
Único estágio
Múltiplos estágios(quatro impelidores)
d) Ao tipo de sucção do primeiro estágio: sucção simples ou dupla sucção;
Quanto ao tipo de sucção do primeiro estágio
Sucção simples Dupla sucção
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
77
e) A partição da carcaça: axialmente bipartida e radialmente bipartida;
Quanto à partição da carcaça
Carcaça axialmente bipartida
Carcaça radialmente bipartida
2.9. Tipos construtivos, características e campos de aplicação
Apresentaremos, a seguir, objetivamente, os principais tipos construtivos de bombas centrífugas, bem como os seus respectivos campos de aplicação e características dentro de dois grandes grupos de bombas: as bombas horizontais e as verticais.
2.9.1. Bombas horizontais
As bombas de eixo horizontal, sucção horizontal e recalque vertical são as unidades mais utilizadas nas execuções de bombeamentos.
RESERVADO
78
Alta Competência
Bombas horizontais, radialmente bipartidas, com impelidor em balanço
Campo de aplicação:Normalmente encontradas nos sistemas transferência de óleo, sistema de injeção de água (bomba booster), circulação de água quente, sistema de combate a incêndio etc.;
Bombas horizontais, radialmente bipartidas, com único impelidor entre mancais com sucção dupla.
Campo de aplicação:São encontradas em sistemas de transferência de óleo.
Bombas horizontais, axialmente bipartidas, com único impelidor entre mancais com sucção dupla
Campo de aplicação:Encontradas no sistema de captação de água, sistema de offloading, sistema de combate a incêndio etc.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
79
Bombas horizontais, radialmente bipartidas, com múltiplos impeli-dores (estágios) entre mancais com sucção dupla ou simples no
primeiro estágio
Campo de aplicação:Encontradas nos sistemas transferência de óleo e de injeção;
Bombas horizontais, axialmente bipartidas, de múltiplos impelidores (estágios) entre mancais com sucção dupla ou simples no primeiro
estagio
Campo de aplicação:Aplicadas em sistemas de transferência de óleo e injeção de água;
2.9.2. Bombas verticais
As bombas de eixo vertical, sucção horizontal e recalque vertical são montadas em mancais de apoio e utilizadas na maioria dos casos de captação de água.
RESERVADO
80
Alta Competência
Bombas verticais, radialmente bipartidas, com impelidor em balanço
Campo de aplicação:
São encontradas como bombas booster do sistema de injeção, nos sistemas de água quente e de captação;
Bombas verticais, axialmente bipartidas, com único impelidor entre mancais com sucção dupla
Campo de aplicação:
• Aplicações em sistemas de captação de água, sistema de offloading, sistema de combate a incêndio etc. Geralmente utilizada quando o espaço de montagem para o conjunto é reduzido.
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
81
Bombas verticais, com eixo prolongado, radialmente bipartidas, com único impelidor de sucção simples ou dupla
Campo de aplicação:
• Aplicações em sistemas de captação de água, sistema de offloading, sistema de combate a incêndio etc.
Bombas verticais, com eixos prolongados, radialmente bipartidas, com múltiplos estágios (impelidores) com sucção simples
Campo de aplicação:
• Utilizada em Slop, sistema de combate a incêndio, sistema de captação de água e sistema de transferência de óleo;
RESERVADO
82
Alta Competência
Bombas verticais, com motores elétricos submersos, radialmente bi-partidas, com único impelidor ou múltiplos estágios com sucção simples
Campo de aplicação:
Captação de água do mar e elevação artificial - BCS
Impelidores da bomba
Motor da bomba
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
83
1) Complemente as lacunas das frases, a seguir, identificando se di-zem respeito ao conceito de força centrífuga ou centrípeta:
a) A força inercial que faz com que um objeto em movimento giratório se desloque para fora do seu centro de rotação é deno-minada força ___________.
b) A força que puxa ou empurra um objeto em direção ao centro de um percurso circular é denominada força ______________.
c) Um líquido que flui em torno de um ponto fixo tende a se des-locar para fora do ponto fixo devido à força ____________.
d) Para manter um objeto que circula em torno de um pon-to fixo em constante mudança de direção aplica-se uma força ______________.
2) Marque com um X a afirmativa que descreve o princípio de funcio-namento da bomba centrífuga:
( ) equipamento eletrônico que usa o principio da força centrí-fuga para transformar energia cinética em energia de ener-gia mecânica.
( ) equipamento mecânico que usa o principio da força cen-trífuga para transformar energia mecânica em energia de pressão e energia cinética.
( ) equipamento mecânico que usa o principio da força centrí-fuga para transformar energia cinética em energia estática e energia elétrica.
2.10. Exercícios
RESERVADO
84
Alta Competência
3) Complemente a representação esquemática de uma bomba centri-fuga, a seguir, preenchendo os quadros deixados em branco:
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
85
4) Correlacione os principais tipos construtivos de bombas centrífu-gas e respectivas aplicações, numerando, adequadamente, a coluna da direita:
( 1 ) Bombas horizontais, radial-mente bipartidas, com único impelidor entre mancais com sucção dupla.
( ) Usadas onde não é pos-sível instalar bombas convencionais.
( 2 ) Bombas horizontais, axial-mente bipartidas, de múltiplos impelidores (estágios) entre mancais com sucção dupla ou simples no primeiro estagio.
( ) Usadas principalmente em sistemas transferên-cia de óleo.
( 3 ) Bombas verticais, com eixos prolongados, radialmente bi-partidas, com único impelidor de sucção simples ou dupla.
( ) usadas na captação de água do mar e elevação artificial - BCS
( 4 ) Bombas verticais, com eixos prolongados, radialmente bi-partidas com múltiplos está-gios (impelidores) com sucção simples.
( ) Usadas em sistemas de captação de água, siste-ma de offloading, siste-ma de combate a incên-dio etc.
( 5 ) Bombas verticais, com mo-tores elétricos submersos, radialmente bipartidas, com único impelidor ou múltiplos estágios com sucção simples.
( ) Usadas em sistemas de transferência de óleo e injeção de água.
RESERVADO
86
Alta Competência
Anel bipartido - anel de desgaste usado na vedação entre partes do motor.
Axialmente bipartida - partida no sentido do eixo.
BCS - Bomba Centrífuga Submersível
Estanqueidade - capacidade de conter, de impedir que um líquido escoe, de estancar, parar, interromper.
Gaxeta - elementos de vedação usualmente utilizados em bombas mais simples.
Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor, é capaz de impulsionar um líquido;
Inércia - princípio físico geral, descoberto por Isaac Newton, que diz que o estado de repouso ou movimento de um corpo não pode ser alterado a menos que outras forças ajam sobre o corpo.
Offloading - operações de escoamento do petróleo produzido e/ou armazenado nas unidades de produção e terminais oceânicos (FPSOs e FSOs) na qual ele é transferido para navios aliviadores. Atualmente, cerca de 82% da produção da Bacia de Campos é escoada dessa forma.
Pás difusoras - elementos internos à carcaça em bombas que utilizam-na para desaceleração do fluido e conversão de energia cinética em energia de pressao.
Peças de sacrifício - peças submetidas ao atrito destinadas ao desgaste mais rápido do que outras.
Radialmente bipartida - partida no sentido do raio do impelidor.
Slop - resíduo.
Torque - força que tende a rodar ou virar objetos.
Voluta - tipo de carcaça de bomba em forma de um funil encurvado.
2.11. Glossário
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
87
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
LIMA, Epaminondas Pio Correia. A mecânica das bombas. Gráfica Universitária.
SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas S/A. 4ª ed.
MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology.
Sulzer Pumps ltda. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier
2.12. Bibliografia
RESERVADO
88
Alta Competência
1) Complemente as lacunas das frases, a seguir, identificando se dizem respeito ao conceito de força centrífuga ou centrípeta:
a) A força inercial que faz com que um objeto em movimento giratório se desloque para fora do seu centro de rotação é denominada força centrífuga.
b) A força que puxa ou empurra um objeto em direção ao centro de um percurso circular é denominada força centrípeta.
c) Um líquido que flui em torno de um ponto fixo tende a se deslocar para fora do ponto fixo devido à força centrífuga.
d) Para manter um objeto que circula em torno de um ponto fixo em constante mudança de direção aplica-se uma força centrípeta.
2) Marque com um X a afirmativa que descreve o princípio de funcionamento da bomba centrífuga:
( ) equipamento eletrônico que usa o principio da força centrífuga para transformar energia cinética em energia de energia mecânica.
( X ) equipamento mecânico que usa o principio da força centrífuga para transformar energia mecânica em energia de pressão e energia cinética.
( ) equipamento mecânico que usa o principio da força centrífuga para transformar energia cinética em energia estática e energia elétrica.
3.Complemente a representação esquemática de uma bomba centrifuga, a seguir, preenchendo os quadros deixados em branco:
Bucha de garganta
Carcaça
Impelidor
Anel de lanternaAnel defletor
RolamentoPreme gaxeta
Eixo
Gaxeta
2.13. Gabarito
RESERVADO
Capítulo 2. Bombas centrífugas
89
4) Correlacione os principais tipos construtivos de bombas centrífugas e respectivas aplicações, numerando, adequadamente, a coluna da direita:
( 1 ) Bombas horizontais, radialmente bipar-tidas, com único impelidor entre man-cais com sucção dupla.
( 4 ) Usadas onde não é possí-vel instalar bombas con-vencionais.
( 2 ) Bombas horizontais, axialmente biparti-das, de múltiplos impelidores (estágios) entre mancais com sucção dupla ou sim-ples no primeiro estagio.
( 1 ) Usadas principalmente em sistemas transferência de óleo.
( 3 ) Bombas verticais, com eixos prolonga-dos, radialmente bipartidas, com único impelidor de sucção simples ou dupla.
( 5 ) usadas na captação de água do mar e elevação artificial - BCS
( 4 ) Bombas verticais, com eixos prolonga-dos, radialmente bipartidas com múlti-plos estágios (impelidores) com sucção simples.
( 3 ) Usadas em sistemas de captação de água, sistema de offloading, sistema de combate a incêndio etc.
( 5 ) Bombas verticais, com motores elétricos submersos, radialmente bipartidas, com único impelidor ou múltiplos estágios com sucção simples.
( 2 ) Usadas em sistemas de transferência de óleo e in-jeção de água.
RESERVADO
RESERVADO
Cap
ítu
lo 3
Bombas volumétricas
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar o princípio de funcionamento das bombas volumétricas;
• Caracterizar bomba volumétrica, seus tipos construtivos e seus respectivos campos de aplicação.
RESERVADO
92
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
93
3. Bombas volumétricas
As bombas volumétricas, também conhecidas como bombas de deslocamento positivo, são equipamentos mecânicos utilizados para o transporte de um líquido, de um ponto de
menor energia para outro de maior energia. Isto acontece através de um mecanismo da bomba que induz o deslocamento do líquido em uma determinada direção. A quantidade necessária de pressão deve ser suficiente para vencer os efeitos combinados de atrito, pressão e gravidade.
3.1. Princípio de funcionamento das bombas volumétricas
As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aquelas onde a energia é fornecida ao líquido diretamente sob forma de pressão, unicamente. Não há transformação de energia de velocidade em pressão, como nas bombas centrífugas.
A movimentação do líquido é diretamente causada pela movimentação do elemento bombeador (pistão, êmbolo ou diafragma) que tem a função de “empurrar” o líquido. Certo volume de líquido preenche, sucessivamente, o espaço criado pelo elemento bombeador, no interior da bomba, sendo depois expulso. A denominação desse tipo de bomba − volumétrica − se deve a esse aspecto.
Uma característica importante deste tipo de bomba decorre do fato da vazão média permanecer praticamente constante, independente da contrapressão, desde que a rotação seja mantida constante.
3.2. Classificação das bombas volumétricas
As bombas volumétricas podem ser divididas em dois grandes grupos:
Bombas alternativas;•
Bombas rotativas.•
RESERVADO
94
Alta Competência
Bomba volumétrica alternativa Bomba volumétrica rotativa
3.2.1. Bombas alternativas
As bombas alternativas envolvem um movimento intermitente de um pistão no interior de um cilindro. Isso resulta no escoamento de um volume fixo a cada golpe do pistão.
Movimento do pistão no recalque
1 - Válvula de admissão2 - Válvula de descarga
1
2
Principio de funcionamento da Bomba alternativa de pistão
O fluxo de aspiração, nas bombas alternativas, é produzido pelo movimento do elemento bombeador. O movimento de admissão produz uma depressão no interior do cilindro, em função de da aceleração do fluido e das perdas de carga na válvula. Com isso a válvula de admissão (1) se abre, permitindo o enchimento do cilindro pelo líquido que se encontra a uma pressão maior. Durante esse movimento, a válvula de descarga (2) permanece fechada pela diferença de pressão.
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
95
No curso do movimento de descarga, o elemento bombeador (pistão ou êmbolo) empurra o líquido para fora do cilindro através da válvula de descarga (2), enquanto a válvula de admissão (1) mantém-se fechada.
É importante ressaltar que as válvulas de admissão e descarga são atuadas pela diferença de pressão entre a linha de processo e o interior da bomba.
3.2.2. Tipos e componentes das bombas alternativas
Em função do elemento bombeador, existem três tipos básicos de bombas alternativas:
Bombas de pistão;•
Bombas de êmbolo;•
Bombas de diafragma.•
A) Bombas alternativas de pistão
As bombas do tipo pistão usam um plug ou pistão para forçar o líquido a se deslocar da entrada até a descarga da bomba. É o tipo de construção mais usada.
Vejamos na ilustração a seguir os seus principais componentes.
RESERVADO
96
Alta Competência
Principais componentes da bomba alternativa tipo pistão
Amortecedor de pulsação
Válv. sucçãoCruzeta
Gaxetas
PistãoBiela
Engrenagem
Girabrequim
Camisa
Válv. descarga
Detalhe do girabrequim
B) Bombas alternativas de êmbolo
A diferença fundamental entre um pistão e um êmbolo está na relação entre o comprimento e a área da seção transversal do elemento bombeador. No êmbolo, esta relação é maior que a do pistão. Além disso, os pistões são dotados de ranhuras para instalação de elementos de vedação.
Normalmente estas bombas são utilizadas para pressões maiores que a faixa (range) coberta pelas bombas de pistão.
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
97
Descarga
Êmbolo
GaxetaBiela Manivela
Acionador
FlangeSucção
Válvularetenção
Componentes da bomba alternativa tipo êmbolo
Êmbolo
Cabeçote
RESERVADO
98
Alta Competência
Biela / Cruzeta / Haste
Com exceção do elemento bombeador, as bombas alternativas de pistão e de êmbolo compartilham dos componentes virabrequim e biela, peças fundamentais da bomba, responsáveis em transformar o movimento rotativo do acionador em movimento alternativo para a cruzeta.
Um virabrequim poderá ter tantas bielas quantos forem os números de cilindros que compõem a bomba.
Cruzeta•
A cruzeta é o elemento de ligação entre a biela e a haste.
Cilindros•
Os cilindros constituem a parte mais volumosa das bombas alternativas, onde o pistão/embola está alojado e executa o seu movimento alternativo. São peças fundidas.
• Válvulas
As válvulas são responsáveis por permitir a entrada e a descarga de líquido conforme o curso da haste e o diferencial de pressão entre a linha de processo e o interior da bomba.
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
99
Caixa de vedação•
A função da caixa de vedação é manter vazamentos mínimos ou em alguns casos, estanqueidade entre o líquido de processo e a atmosfera. A gaxeta é o tipo de elemento de vedação mais usual nestes tipos de bombas. Fazem parte deste o preme-gaxeta e o anel de lanterna.
O preme-gaxeta, também conhecido, como “sobreposta” é responsável pelo ajuste das gaxetas, quando as mesmas começam a se desgastarem. É através da sobreposta que se regula o aperto das gaxetas. Este ajuste não deverá ser em demasia a ponto de vedar completamente o vazamento do líquido.
O anel de lanterna consiste de um anel bipartido instalado na caixa de selagem como o objetivo de permitir a injeção de líquido para selagem e refrigeração da região de vedação, e evitar a entrada de ar para o interior da bomba para aquelas que operam pressão negativa na sucção.
C) Bombas alternativas de diafragma
Uma bomba do tipo diafragma pode ser comparada a uma bomba do tipo pistão, exceto em relação ao elemento proporcionador do deslocamento, que está em contato com o líquido que é um diafragma.
Esta membrana pode ser fabricada em borracha sintética, teflon, aços inox, titânio etc.
Pequenos modelos deste tipo de bomba são usados como bombas dosadoras de produtos químicos onde há necessidade de bombear uma quantidade constante de um determinado produto químico no processo.
O diafragma evita que o líquido bombeado entre em contato com as partes internas do cilindro em função da agressividade do mesmo. Estas bombas não requerem nenhum tipo de selagem.
RESERVADO
100
Alta Competência
Alem do acionamento mecânico ou por pressão hidráulica, o tipo mais comum deste tipo de bomba é aquele acionado por ar comprimido. Essas bombas são basicamente constituídas por um sistema de duas bombas que trabalham combinadas em uma. Enquanto uma delas está no ciclo de sucção a outra está no ciclo de descarga. As válvulas de ar atuam automaticamente pressurizando um dos lados da câmara do diafragma enquanto a outra câmara do diafragma é ventada.
Diafragma acionado mecanicamente
Acionamento do diafragma
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
101
Acionamento por ar comprimido
Acionamento hidráulico
Acionamento hidráulico
3.2.3. Classificação das bombas alternativas
As bombas alternativas podem ser classificadas em relação:
A) A posição dos cilindros;
B) Ao número de cilindros;
C) À ação de bombeamento;
D) À possibilidade de variação do curso do bombeador.
RESERVADO
102
Alta Competência
A) Com relação à posição dos cilindros, as bombas alternativas são classificadas em horizontais e verticais.
Bombas alternativas vertical
Bombas alternativas horizontal
B) Em relação ao número de cilindros, elas são classificadas em:
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
103
Simplex (um cilindro) Duplex (dois cilindros)
Triplex (três cilindros) Multiplex (Mais de três cilindros)
C) Em relação à ação de bombeamento, as bombas alternativas são classificadas em:
Simples efeito A sucção e a descarga são feitas somente em um dos lados.
Duplo efeitoA sucção e a descarga são feitos em ambos os lados. Enquanto um lado succiona o outro lado descarrega o líquido e vice-versa.
D) Com relação à possibilidade de variação do curso do bombeador, temos a seguinte classificação:
Curso constante Mais usuais.
Curso variável Proporciona variar a vazão, daí serem denominadas dosadoras.
RESERVADO
104
Alta Competência
Controle de vazão(curso variável)
3.2.4. Campo de aplicação das bombas alternativas
As bombas alternativas podem ser utilizadas na indústria química no processo de dosagem, no bombeamento de água para caldeiras, pois utilizam o próprio vapor da caldeira para movimentá-las e no acionamento de prensas na indústria metal-mecânica
3.2.5. Características básicas das bombas alternativas
Vejamos a seguir, um conjunto de informações, bem como algumas de suas características:
Utilizadas para altas pressões (70 a 200 kgf/cm2) e extrema pressão, aproximadamente 10.000 PSI, podendo chegar até 100.000 PSI para aplicações de corte de materiais;
Vazões baixas – (Por exemplo: 3,6 m3/h - Sistema de Glicol);
Vazões precisas – bombas dosadoras;
Líquidos com alto teor de sólidos em suspensão;
Podem ser utilizadas com líquidos viscosos;
Onde a porcentagem de gás dissolvida no líquido seja elevada;
Pode ser utilizado variador de freqüência para controle da vazão de bombas alternativas convencionais ou variação do curso do bombeador nas dosadoras;
Fácil aspiração, melhor eficiência (95%), conseguem altas pressões;
Sistemas onde uma vazão pulsátil seja tolerável (normalmente necessitam amortecedor de pulsação);
Ocupam grande espaço;
Vibram muito;
Apresentam custos de aquisição e manutenção elevados;
Não há necessidade de escorva da bomba.
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
105
3.3. Bombas rotativas
Nas bombas rotativas, o transporte do líquido é comandado pelo movimento de rotação de um elemento bombeador (parafuso, engrenagens, palhetas, lóbulos).
Estrutura básica de uma bomba rotativa
3.3.1. Tipos, componentes e classificação das bombas rotativas
Os tipos de bombas rotativas mais usuais em unidades de produção são:
A) Bombas rotativas tipo engrenagens;
B) Bombas rotativas tipo parafuso (Duplo Parafuso ou 3 parafusos);
C) Bombas rotativas tipo helicoidais ou cavidades progressivas (BCP).
A seguir apresentaremos algumas informações básicas sobre cada um dos principais tipos.
RESERVADO
106
Alta Competência
A) Bombas rotativas tipo engrenagens
As bombas rotativas de engrenagens externas são bombas que funcionam pela ação de duas engrenagens trabalhando dentro da carcaça da bomba com folgas bastante reduzidas. Com o movimento rotativo, um vácuo parcial é formado durante o desengrenamento do par de engrenagens, no lado da sucção, quando então o líquido é aspirado para o interior da bomba. O líquido, aprisionado entre os dentes das engrenagens e a carcaça, é conduzido para o bocal de descarga da bomba onde o engrenamento dos dentes provoca a sua saída através do bocal de descarga.
É importante lembrar que o sentido de rotação das bombas determina quais serão os bocais de sucção de descarga.
Nos modelos de bombas onde uma engrenagem aciona a outra, a engrenagem movida normalmente gira apoiada sobre mancais do tipo bucha. Nestes casos, os mancais alojados na carcaça são banhados com o líquido bombeado. Conseqüentemente, estes mancais e as engrenagens são dependentes da qualidade lubrificante do líquido bombeado.
Em outros modelos de bombas rotativas, as engrenagens não se tocam e ambas são acionadas através de um par de engrenagens sincronizadoras do lado externo da bomba. Ambos os eixos atravessam a carcaça da bomba necessitando de um sistema de vedação nos referidos pontos. Este tipo de bomba é muito utilizado em sistemas de lubrificação, abrangendo uma faixa (range) de pressão de 1 até 200 bar.
a b c d
Principio de funcionamento das bombas rotativas de engrenagens
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
107
Selo
Sucção
Eixo deacionamento
Junta da tampa
Engrenagemmovida
Mancais
Descarga
Engrenagemmotriz
Flange
Componentes de uma bomba de engrenagem
Os principais tipos de engrenagens são classificados em:
Engrenagem de dentes retos;•
Engrenagem de dentes helicoidais;•
Engrenagem de dentes em espinha de peixe.•
Dentes retos: Apresentam muito ruído e baixa eficiência.
Dentes helicoidais: Apresentam um engrenamento mais suave. Não há retenção de líquido entre os dentes, conseqüentemente possui uma boa eficiência.
Dentes em espinha de peixe: Componentes axial e radial são anuladas. Muito silenciosas. Maior Eficiência Volumétrica.
RESERVADO
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Alta Competência
B) Bombas rotativas tipo parafuso
As bombas rotativas tipo parafuso são normalmente dotadas de dois parafusos, que têm movimentos sincronizados através de um par de engrenagens sincronizadoras.
Os filetes dos parafusos não mantêm contato entre si, porém as folgas são bastante reduzidas, pois o rendimento volumétrico da bomba depende, dentre outros fatores, destas folgas.
Essas bombas são bastante utilizadas para o transporte de líquidos de viscosidade elevada.
Para viscosidades na faixa de 100 a 500 cSt (centistokes), normalmente é recomendável realizar uma análise comparativa entre a viabilidade de usar bombas centrifugas ou de deslocamento positivo. Porém, acima de 500 cSt a tendência é utilizar este tipo de bomba.
As bombas tipo parafuso podem apresentar 2 ou 3 parafusos.
Estas bombas apresentam como características principais:
Vazão uniforme;•
Boa tolerância à presença de ar e gás;•
São bastante compactas;•
Baixa vibração.•
Em contrapartida, são bastante sensíveis à presença de material abrasivo e a variação da viscosidade, fazendo com que a sua eficiência volumétrica caia com o aumento das folgas e/ou queda da viscosidade. Elas também apresentam alto custo devido a folgas e tolerâncias de usinagem e necessitam de maiores cuidados nos ajustes de manutenção. A ilustração a seguir mostra os principais componentes de uma bomba rotativa tipo parafuso:
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
109
Engrenagens de sincronização
Camisa interna (liner) Corpo da bomba
Rolamentos
Fusos
Selo mecânicoou gaxetas
Componentes de uma bomba tipo parafuso
Quando a bomba é projetada para serviços pesados, projeta-se um conjunto de engrenagens instaladas na parte externa da carcaça para a transmissão do torque do eixo motriz para o eixo acionado. Este conjunto de engrenagens é chamado de engrenagens de sincronização.
Bombas de parafusos com destaque para engrenagens de sincronização
Engrenagens de sincronização
RESERVADO
110
Alta Competência
Par de Parafusos
As bombas rotativas do tipo Parafuso podem ser classificadas, conforme o sentido de escoamento de líquido no interior da carcaça em:
Fluxo unidirecional;•
Fluxo reverso;•
Fluxo em contracorrente.•
Fluxounidirecional
Fluxoreverso
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
111
Fluxo emcontracorrente
Quanto ao número de parafusos, estas bombas podem ter 2 ou 3 parafusos.
Bomba com3 parafusos
Sucção
Carcaça
Parafusoacionador
DescargaParafuso acionado
B
Parafuso acionado
Bomba com2 parafusos
Acionador (motriz é o eixo que está para fora da
carcaça da bomba)
Parafuso acionado (movido)
RESERVADO
112
Alta Competência
C) Bombas rotativas tipo helicoidais ou de cavidades progressivas (BCP)
As bombas helicoidais ou bombas de cavidades progressivas (BCP) são também conhecidas por monofuso ou bombas nemo. Nesse tipo de bomba, devido à geometria das roscas do estator e impelidor, forma-se uma seqüência de cavidades entre a sucção e a descarga. Com o movimento oscilatório do parafuso, as cavidades abrem e fecham de maneira progressiva e ininterrupta, conduzindo o líquido até a descarga, conseguindo, deste modo, um escoamento sem pulsação.
A pressão de descarga é uma função do comprimento e passo do conjunto impelidor-estator.
Principio de funcionamento de uma BCP
O esquema ao lado representa estágios do ciclo de funcionamento da bomba de cavidade
progressiva.
(a) (b)
(d)(c)
(a) (b)
(d)(c)
(a) (b)
(d)(c)
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
113
Os principais componentes deste tipo de equipamento são:
• Carcaça - Estrutura em ferro fundido;
• Impelidor - Parafuso em aço tratado termicamente ou com aplicação de cromo duro. É resistente à abrasão e corrosão, sendo usinado com alta precisão;
• Estator - Elastômero com perfil de rosca interna helicoidal de dupla entrada (Passo do estator é o dobro do passo do impelidor). Fabricado em material Buna-N ou Viton, variando a dureza, e a folga entre estator e impelidor. O estator é vulcanizado no interior da carcaça.
Impelidor(parafuso)
Estator
Flange de sucçãoVedação do eixo
Eixoacionamento
MancaisArticulação
Bomba de Cavidades Progressivas em corte
As Bombas de Cavidade Progressiva ainda apresentam as seguintes características:
• Estator confeccionado em elastômero;
Escoamento sem pulsação;•
Baixa pressão, baixa vazão;•
Não tolera trabalho a seco; •
Rendimento independe da Viscosidade (interferência);•
RESERVADO
114
Alta Competência
Grande • range de viscosidades;
Boa tolerância a abrasivos podendo chegar a 80% de material • abrasivo;
Boa tolerância a gás.•
Os campos de aplicação das Bombas de Cavidades Progressivas são:
Fluxos multifásicos, como óleo, água com adição de areia; • Exemplos: slop tank, caisson de produção;
Petróleo de alta viscosidade;•
Indústria alimentícia; •
Condensado de gás.•
3.4. Principais diferenças entre bombas centrífugas e bombas volumétricas
Vejamos no quadro a seguir, um resumo das principais diferenças entre as bombas volumétricas e as bombas centrifugas:
Bombas centrífugas Bombas volumétricasH = a - b.Q Q = k.rpm
Há movimento relativo;Líquido com mesmo movimento do órgão mecânico;
Energia transferida sob a forma cinética e de pressão;
Transferência de energia diretamente na forma de pressão;
Maior range de vazão com pressões limitadas em baixas vazões;
Alta pressão em baixas vazões;
Restrições que devem ser analisadas para líquidos de alta viscosidade;
Opera bem com líquidos viscosos
Vazão depende da contrapressão do sistema
Vazão independe da contrapressão do sistema;
Melhor tolerância a abrasivos quando previstos no projeto.
Baixa tolerância a líquidos abrasivos.
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
115
1) Identifique e utilize, a partir dos conceitos apresentados, uma das opções apresentadas para completar adequadamente as frases refe-rentes ao princípio de funcionamento das bombas volumétricas:
a) As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aque-las nas quais a energia é fornecida ao líquido diretamente e unica-mente ____________________.
(sob a forma de movimento) / (sob a forma de expansão) (sob forma de pressão)
b) Em oposição ao que acontece com as bombas centrífugas, no caso das bombas volumétricas não há transformação de _________________________.
(energia de velocidade em pressão) / (energia elétrica em movimento) (energia mecânica em elétrica).
2) Marque com um X as opções que constituam características pró-prias das bombas volumétricas:
Nas bombas volumétricas:
( ) a energia estática se transforma em energia de velocidade.
( ) o incremento da quantidade de pressão permite vencer os efeitos combinados de atrito, pressão e gravidade.
( ) a movimentação do líquido é diretamente causada pela movimentação do elemento bombeador.
( ) a vazão média permanece praticamente constante, independente da contrapres são, desde que a rotação seja mantida constante.
3.5. Exercícios
RESERVADO
116
Alta Competência
3) Relacione os principais tipos construtivos de bombas volumétricas as respectivas aplicações, numerando, adequadamente, a coluna da direita:
1. Bombas alternativas de pistão
( ) São bombas bastante utilizadas para o transporte de líquidos de viscosidade elevada.
2. Bombas alternativas de êmbolo
( ) Constituem o tipo de construção de bmba de maior aplicação.
3. Bombas alternativas de diafragma
( ) São usadas em sistemas de lubrificação, abrangendo um range de pressão de 1 até 200bar.
4. Bombas rotativas tipo parafuso
( ) São usados como bombas dosadoras de produtos químicos quando há necessidade de bombear uma quantidade constante de produto químico no processo
5. Bombas rotativas tipo helicoidais ou cavidades progressivas (BCP)
( ) São usadas para pressões maiores que o range coberto pelas bombas de pistão.
6. Bombas rotativas tipo engrenagens
( ) São aplicáveis a fluxos multifásicos, petróleo de alta viscosidade, em condensado de gás e na Indústria alimentícia.
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
117
Anel bipartido - anel de desgaste usado na vedação entre partes do motor.
BCP - Bomba de Cavidade Progressiva.
Biela - componente de uma máquina capaz de transformar um movimento retilíneo alternativo em um movimento circular contínuo.
Bomba rotativa - nome genérico que designa uma gama de variedades de bombas.
Contrapressão - pressão exercida no sentido contrário ao do fluxo principal de um fluido, provocada pela formação de recirculação ou de turbilhonamento.
Escorva - retirada de ar de um sistema de bombeamento.
Estanqueidade - capacidade de conter, de impedir que um líquido escoe, de estancar, parar, interromper.
Estator - camisa de vedação da bomba de cavidade progressiva.
Fluxo multifásico - escoamento de uma mistura complexa contendo óleo, água e gás.
Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor, é capaz de impulsionar um líquido;
Range - faixa, alcance.
Recalque - sinônimo de descarga. Local por onde sai o fluxo de líquido após ser impulsionado pela bomba.
Torque - força que tende a rodar ou virar objetos
Virabrequim - eixo presentes em motores e bombas que tem a função de transformar o movimento alternativo (de sobe e desce) dos pistões em movimento contínuo de rotação.
3.6. Glossário
RESERVADO
118
Alta Competência
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
LIMA, Epaminondas Pio Correia. A mecânica das bombas. Gráfica Universitária.
3.7. Bibliografia
RESERVADO
Capítulo 3. Bombas volumétricas
119
1) Identifique e utilize, a partir dos conceitos apresentados, uma das opções apresentadas para completar adequadamente as frases referentes ao princípio de funcionamento das bombas volumétricas:
a) As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aquelas nas quais a energia é fornecida ao líquido diretamente e unicamente sob forma de pressão.
(sob a forma de movimento)/ (sob a forma de expansão)/ (sob forma de pressão)
b) Em oposição ao que acontece com as bombas centrífugas, no caso das bombas volumétricas não há transformação de energia de velocidade em pressão.
(energia de velocidade em pressão)/ (energia elétrica em movimento)/(energia mecânica em elétrica).
2) Marque com um X as opções que constituam características próprias das bombas volumétricas:
Nas bombas volumétricas:
( ) a energia estática se transforma em energia. de velocidade
(X) o incremento da quantidade de pressão permite vencer os efeitos combinados de atrito, pressão e gravidade.
(X) a movimentação do líquido é diretamente causada pela movimentação do elemento bombeador.
(X) a vazão média permanece praticamente constante, independente da contrapressão, desde que a rotação seja mantida constante.
3) Relacione os principais tipos construtivos de bombas volumétricas as respectivas aplicações, numerando, adequadamente, a coluna da direita:
1. Bombas alternativas de pistão
( 5 ) São bombas bastante utilizadas para o transporte de líquidos de viscosidade elevada.
2. Bombas alternativas de êmbolo
( 1 ) Constituem o tipo de construção de bmba de maior aplicação.
3. Bombas alternativas de diafragma
( 6 ) São usadas em sistemas de lubrificação, abrangendo um range de pressão de 1 até 200bar.
4. Bombas rotativas tipo parafuso
( 3 ) São usados como bombas dosadoras de produtos químicos quando há necessidade de bombear uma quantidade constante de produto químico no processo
5. Bombas rotativas tipo helicoidais ou cavidades progressivas (BCP)
( 2 ) São usadas para pressões maiores que o range coberto pelas bombas de pistão.
6. Bombas rotativas tipo engrenagens
( 4 ) São aplicáveis a fluxos multifásicos, petróleo de alta viscosidade, em condensado de gás e na Indústria alimentícia.
3.8. Gabarito
RESERVADO
RESERVADO
Cap
ítu
lo 4
Curvas de Performance ou Curvas Características
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar as curvas características de uma bomba centrífuga;
• Reconhecer os fenômenos hidráulicos que acontecem com a bomba quando operada fora dos limites aceitáveis.
RESERVADO
122
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
123
4. Curvas de Performance ou Curvas Características
As “curvas características” fornecem informações importantes para a escolha e utilização das bombas.
4.1. Curvas características das bombas (altura manométrica total, potência, rendimento e vazão).
Curvas características das bombas são representações gráficas que traduzem o funcionamento da bomba, obtidas através de experiências do fabricante, que fazem a bomba vencer diversas alturas manométricas com diversas vazões, verificando também a potência absorvida e a eficiência da bomba.
4.1.1. Obtenção da curva característica de uma bomba
O levantamento das curvas características das bombas é realizado pelo fabricante do equipamento, em bancos de prova equipados para tal serviço. A seguir está representado um esquema para ajudar a compreender melhor esse quesito
Manômetros
Bomba
Medidor de vazão
Ps Pd Válvula
Reservatório de água a temperatura
ambiente
RESERVADO
124
Alta Competência
Considerando-se que:
P• s seja a pressão de sucção no flange de sucção da bomba;
P• d seja a pressão de descarga no flange de descarga da bomba;
A bomba em questão esteja com um diâmetro de • impelidor conhecido;
Exista uma válvula situada logo após a flange de descarga • (bocal de recalque) da bomba, com a finalidade de controle de vazão;
Exista um medidor de vazão, seja ele qual for, para obtermos • os valores da vazão em cada instante.
De uma maneira simplificada, as curvas características são traçadas da seguinte forma, conforme as etapas a seguir:
1º) Coloca-se a bomba em funcionamento, com a válvula de descarga totalmente fechada (Q = 0). A pressão desenvolvida pela bomba será igual a pressão de descarga (Pd) menos a pressão de sucção (Ps). Com a pressão diferencial, obtém-se a altura manométrica (H) desenvolvida pela bomba, através da fórmula:
γ
Vd - velocidade do liquido na descarga da bomba. Corresponde à vazão dividida pela área da seção transversal da tubulação correspondente ao ponto de instalação do manômetro de descarga.
Vs - velocidade do liquido na sucção da bomba. Corresponde à vazão dividida pela área da seção transversal da tubulação correspondente ao ponto de instalação do manômetro de sucção,
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
125
Essa altura é normalmente conhecida como altura shut-off( H0), ou seja, altura desenvolvida pela bomba correspondente a vazão zero, a qual chamaremos de H0.
2º) Abre-se parcialmente a válvula, obtendo-se assim uma nova vazão, determinada pelo medidor de vazão, a qual chamaremos de Q1 e procede-se de maneira análoga a anterior, para determinarmos a nova altura desenvolvida pela bomba nesta nova condição, a qual chamaremos de H1.
3º) Abre-se um pouco mais a válvula, obtendo-se assim uma vazão Q2 e uma altura H2, da mesma forma que anteriormente descritas.
4º) Continuando o processo algumas vezes, obtemos outras relações entre a vazão e altura. Esses valores podem ser plotados em um gráfico, onde no eixo das abscissas (eixo horizontal) indica os valores das vazões e no eixo das ordenadas (vertical) estão os valores das alturas manométricas.
Q1Q2 Q3 Q
H
H0
H3
H2
H1
Q0
Vazão (Q) Altura (H)
Q1
Q2
Q3
H0
H3
H2
H1
Q0
Vazão (Q) Altura (H)
Q0 H0
Q1 H1
Q2 H2
Q3 H3
Gráfico: vazão x altura manométrica
Normalmente, os fabricantes alteram diâmetros de impelidores para um mesmo equipamento, obtendo-se assim a curva da bomba com uma família de diâmetros de impelidores, como mostrado a seguir.
RESERVADO
126
Alta Competência
Q
H
D1
D2
D3
D4
D5
D1 > D2 >D3 > D4 >D5
Gráfico: altura manométrica x vazão
Onde:
H - altura manométrica;
Q - vazão;
D - diâmetro do rotor.
4.2. Tipos de curvas características das bombas
As curvas características das bombas, também chamadas de curvas características do impelidor podem apresentar gráficos típicos, dependendo do tipo de bomba, da largura dos impelidores, da quantidade de pás dos impelidores, do ângulo de inclinação destas pás, A seguir estão relacionados algumas dessas curvas:
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
127
Curva tipo Estável ou tipo Rising
Neste tipo de curva, a altura aumenta continuamente com a diminuição da vazão. A altura correspondente da vazão nula é cerca de 10% a 20% maior que a altura para o ponto de maior eficiência.
H
Q
Curva tipo Instável ou tipo Drooping
Nesta curva, a altura produzida com a vazão zero é menor do que as outras correspondentes a algumas vazões. Neste tipo de curva, verifica-se que para alturas superiores ao shut-off, dispomos de duas vazões diferentes, para uma mesma altura.
H
Q
Curva tipo Inclinado ou tipo Steep
É uma curva do tipo estável, em que existe uma grande diferença entre a altura desenvolvida na vazão zero shut-off e a desenvolvida na vazão projeto, ou seja, cerca de 40% e 50%.
H
Q
RESERVADO
128
Alta Competência
Curva tipo Plana ou tipo flat
Nesta curva, a altura varia muito pouco com a vazão, desde o shut-off até o ponto de projeto.
H
Q
Curva tipo Instável
É a curva na qual para uma mesma altura, corresponde duas ou mais vazões num certo trecho de instabilidade. É semelhante a curva drooping.
H
QQ1 Q2 Q3
4.3. Curva de potência consumida pela bomba
Na bomba, que está sendo testada, estão instalados instrumentos de medições elétricas, como por exemplo, watímetros, amperímetros, voltímetros etc, que fornecem dados para podermos traçar as curvas de potência consumida versus vazão (P x Q) a partir das características elétricas do motor. Os dados necessários para o levantamento das curvas PxQ são coletados durante o teste de bancada.
Essas curvas são plotadas em um gráfico, onde no eixo das abscissas ou eixo horizontal, temos valores de vazão (Q) e no eixo das ordenadas ou eixo vertical os valores de potência consumida (P).
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
129
4.3.1. Tipos de curvas de potência consumida
As curvas de potência versus vazão também possuem características específicas de acordo com a forma que apresentam.
As bombas centrífugas se subdividem em três tipos de fluxo:
Fluxo radial;•
Fluxo axial;•
Fluxo misto.•
Para cada tipo de fluxo, podemos identificar a existência de uma curva típica de potência consumida diferente. A seguir apresentamos os gráficos de referência.
Curva de potência de uma bomba de fluxo misto ou semi-axial
Neste tipo de curva, a potência consumida aumenta até certo ponto, mantendo-se quase constante com o aumento da vazão. Esta curva tem a vantagem de não apresentar grande variação da potencia com o acréscimo da vazão. Estas curvas são chamadas de “no over loading”.
P
Q
RESERVADO
130
Alta Competência
Curva de potência de uma bomba de fluxo radial
Neste tipo de curva, a potência aumenta continuamente com a vazão ate um limite que esta relacionado com as condições hidráulicas da bomba. O motor deve ser dimensionado de modo que sua potência cubra todos os pontos de operação. Nos sistemas com alturas variáveis, é necessário verificar as alturas que poderão ocorrer, para se evitar a sobrecarga do motor. Estas curvas são chamadas “over loading”.
P
Q
Curva de potência de uma bomba de fluxo axial
Neste tipo de curva, a potência consumida decresce com o aumento da vazão. Portanto a partida da bomba com a válvula de descarga fechada, ao contrario das outras bombas, inflige a maior carga sobre o motor.
P
Q
4.4. Cálculo da potência consumida pela bomba
O cálculo tem como finalidade a seleção da bomba que será usada no trabalho. Todos os dados utilizados no cálculo devem ser reais.
4.4.1. Potência hidráulica
O trabalho útil realizado por uma bomba centrífuga é, naturalmente, o produto do peso do líquido deslocado pela altura desenvolvida. Se considerarmos este trabalho na unidade de tempo, temos potência hidráulica, que é expressa pela fórmula:
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
131
Onde:
Ph = Potência hidráulica (cv);
γ = Peso específico do líquido (kgf/dm³);
Q = Vazão (m³/h);
H = Altura manométrica (m);
270 = Fator de conversão de unidade para cavalo-vapor (cv).
4.4.2. Potência consumida pela bomba
Para calcularmos a potência consumida pela bomba, basta utilizarmos o valor do rendimento da bomba, pois a potência hidráulica não é igual à potência consumida, pois existem perdas por atrito e recirculação interna de liquido na bomba.
4.5. Rendimento
Chamamos de rendimento (η) a relação entre potência hidráulica (Ph) e potência consumida (P) pela bomba.
Então:
RESERVADO
132
Alta Competência
Da mesma forma é possível calcular a potência consumida a partir da seguinte fórmula:
Onde:
P = Potência consumida pela bomba(cv);
γ = Peso específico do líquido (kgf/dm³);
Q = Vazão (m³/h);
H = Altura manométrica (m);
η = Rendimento, lido na curva da bomba;
270 = Fator de conversão de unidade para cavalo-vapor(cv).
4.5.1. Curvas de rendimento
O rendimento pode ser representado graficamente através do gráfico a seguir:
η
QQ ótimo
Gráfico: rendimento x vazão
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
133
A vazão ótima, também definida pelo valor Q ótimo corresponde ao ponto de melhor eficiência da bomba considerando um determinado diâmetro do impelidor.
26622
20
18
16
14
12
10
P (CV)
8
6
40 20 40 60 80 100 120
Q (m3/h)140 160 180 200 220 240
247
234
220
Exemplo de P (potencia consumida) x Q para diâmetros diferentes pertencente ao modelo MEGANORM 80-250 do fabricante KSB.
4.5.2. Curvas de isorendimento
Toda bomba apresenta limitação de impelidores, ou seja, a família de impelidores em uma curva característica vai desde um diâmetro máximo até um diâmetro mínimo. O diâmetro máximo é conseqüência do espaço físico existente no interior da bomba e o diâmetro mínimo é limitado hidraulicamente, ou seja, se utilizarmos diâmetros menores dos que indicados nas curvas das bombas, teríamos problemas de funcionamento da bomba, baixos valores de vazão, baixas alturas manométricas, baixos rendimentos etc.
As curvas de rendimento das bombas, encontradas em catálogos técnicos dos fabricantes, se apresentam, em alguns casos, plotadas isoladamente, ou seja, o redimento obtido para cada diâmetro de impelidor em função da vazão. Em outros, que é o mais comum, apresentam-se plotadas sobre as curvas dos diâmetros dos impelidores. Esta nova representação baseia-se em plotar sobre a curva Q x H de cada impelidor, o valor do rendimento comum para todos os demais. Posteriormente unem-se os pontos de mesmo rendimento, formando as curvas de rendimento das bombas.
RESERVADO
134
Alta Competência
Essas curvas são também chamadas de curvas de isorendimento. A seguir apresentamos um exemplo de uma dessa representação:
D1
D1
D2
D2
D3
D3
Q
70%
70
808586
H
70%
80%
80%
85%
85%
86%
η (%)
Gráfico: altura manométrica x vazão x rendimento para cada diâmetro do rotor
KSB Meganorm 80 - 250 - IV pólos (1750 rpm)
40
4151 56
61 66
66
63,5
68,5
68,5
71
7171,5%
35
30
25
20
15
100 20 40 60 80 100 120 140
Q (m3/h)160
266
247
234
220
180 200 220 240
H (m)
Exemplo de curva HxQ com as curvas de isorendimento para diâmetros diferentes pertencente ao modelo MEGANORM 80-250 do fabricante KSB.
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
135
4.6. Curva de NPSH (Net Positive Suction Head)
Atualmente, toda curva característica de uma bomba, inclui a curva do NPSH requerido (NPSHr) em função da vazão. Esta curva representa a energia mínima necessária que o líquido deve ter, em unidades absolutas, no flange de sucção da bomba, para garantir seu perfeito funcionamento.
Essas curvas características são normalmente apresentadas pelos fabricantes de bombas centrifugas sendo levantadas em bancada de teste utilizando-se a água como fluido de trabalho. Esses testes são regulamentados por entidades normativas especificas que definem detalhadamente equipamentos, limites, critérios, conversões etc.
NPSHr
Q
Curva típica do NPSH requerido de uma bomba centrifuga
2664,5
3,5
2,5NPSH (m)
1,5
0,50 20 40 60 80 100 120
Q (m3/h)
140 160 180 200 220 240
Exemplo de curva NPSHr x Q para impelidor de Maximo diamentro do modelo MEGANORM 80-250 do fabricante KSB.
RESERVADO
136
Alta Competência
4.7. Ponto de trabalho
Quando movimentamos liquido de um ponto ao outro numa tubulação, as parcelas Hg, Hp e Hv se alteram. Para manter a soma dessas parcelas constante entre dois pontos foi necessário introduzir o conceito de perda de carga. Portanto quando necessitamos escoar uma determinada vazão de liquido do ponto 1 ao 2, a diferença entre as parcelas : (Hg+Hp+Hv)2 - (Hg+Hp+Hv)1 + (as perdas de carga por fricção na tubulação do ponto 1 ate a sucção da bomba) + (as perdas de carga da descarga ate o ponto 2), representam a energia por unidade de peso que a bomba terá que fornecer ao liquido para que o mesmo saia do ponto 1 e atinja o ponto 2.
Hp1
Hv1
s d
Hp2
Hg1
Hg2
Hv2
Logo para traçarmos a curva do sistema devemos calcular essas parcelas variando-se a vazão de zero ate um determinada vazão definida pelo projetista. Como podemos identificar na figura abaixo a curva é composta de uma parcela estática que representa as cargas que independem da vazão e uma parcela dinâmica que varia com a vazão do sistema.
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
137
H
Dinâmica
Estática
Q
Se plotarmos a curva do sistema no mesmo gráfico onde estão as curvas características das bombas, obteremos o ponto normal de trabalho na intersecção dessas curvas.
HPη Curva do sistema
Ponto de trabalho
Qt Q
Curva de potênciaconsumida
Curva de rendimento
Curva da bomba
ηt
Ht
Pt
A curva anterior mostra que esta bomba teria como ponto normal de trabalho:
RESERVADO
138
Alta Competência
Vazão ótima(• Qt);
Altura (• Ht);
Potência consumida (• Pt);
Rendimento no ponto de trabalho (• ηt).
4.7.1. Fatores que modificam o ponto de trabalho
Existem diversas maneiras de modificar o ponto de trabalho e deslocar o ponto de encontro das curvas da bomba e do sistema.
Estas maneiras consistem em modificar a curva do sistema ou a curva da bomba ou ambas.
A) Alteração do ponto de trabalho atuando no sistema
Alterar a curva do sistema consiste basicamente em manipular as variáveis de um sistema (para o qual foi levantada a curva). Isso pode ser feito de inúmeras formas.
A alteração mais usual da curva do sistema é realizada através do fechamento parcial da válvula de descarga, com isto, aumenta-se a perda de carga, fazendo com que a curva do sistema seja deslocada para a esquerda. Desta forma, obteremos para uma bomba com curva estável, um decréscimo de vazão.
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
139
Novo ponto de trabalho
Válvula parcialmenteaberta
Ponto de trabalhoinicial
Curva da bomba
Q
H
Válvula aberta
É importante ressaltar que o mesmo efeito seria obtido com o fechamento parcial da válvula de sucção. Entretanto, este procedimento não é usado pela influência indesejável nas condições de sucção.
Outras formas existentes alteram substancialmente o sistema e não seria propriamente uma variação no ponto de trabalho do sistema anterior e sim do ponto de trabalho de um novo sistema. Estas alterações seriam, por exemplo:
Variação nas pressões dos reservatórios;•
Mudança no diâmetro das linhas;•
Inclusão ou exclusão de acessórios na linha;•
Modificação do desenho (• lay-out) das linhas;
Mudança das cotas dos líquidos.•
RESERVADO
140
Alta Competência
B) Alteração do ponto de trabalho atuando na bomba
As maneiras mais usuais de modificar a curva característica de uma bomba são de variar a rotação da bomba ou variar o diâmetro do impelidor da bomba.
Variação da rotação da bomba.•
Ponto de trabalho 2
Ponto de trabalho 1
Curva da bomba
Rotação 1 > rotação 2
Rotação 1
Rotação 2
H
Qt1Qt2
Variação do diâmetro do • impelidor da bomba
Ponto de trabalho 2
Ponto de trabalho 1
Curva da bomba
Rotação 1 > rotação 2
Diâmetro 1
Diâmetro 2
H
Qt1Qt2
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
141
C) Efeito da mudança de rotação nas curvas características
Existe uma proporcionalidade entre os valores de vazão (Q), altura (H) e potência (P) com a rotação. Assim sendo, sempre que alterarmos a rotação de uma bomba haverá, em conseqüência, alteração nas curvas características, sendo a correção para a nova rotação feita a partir das seguintes proporções:
A vazão é proporcional à rotação.•
Q = Vazão na rotação conhecida
Q1= Vazão na nova rotação
N = Rotação conhecida
N1 = Nova rotação
A altura manométrica varia com o quadrado da rotação.•
H = Altura na rotação conhecida
H1= Altura na nova rotação
N = Rotação conhecida
N1 = Nova rotação
P = Potência na rotação conhecida
P1= Potência na nova rotação
N = Rotação conhecida
N1 = Nova rotação
Ou seja:
RESERVADO
142
Alta Competência
Assim sendo, sempre que alterarmos a rotação deve ser feita a correção das curvas características através das relações anteriormente apresentadas para a determinação do novo ponto de trabalho. As relações vistas anteriormente também são chamadas de leis de semelhança ou leis de similaridade.
D) Efeito da variação do diâmetro do impelidor nas curvas características
Se reduzirmos o diâmetro de um impelidor radial de uma bomba, mantendo a mesma rotação, a curva característica da bomba se altera aproximadamente de acordo com as seguintes equações:
Q = vazão no diâmetro conhecido
Q1 = vazão no novo diâmetro
D = diâmetro conhecido
D1 = novo diâmetro
H = altura no diâmetro conhecido
H1 = altura no novo diâmetro
D = diâmetro conhecido
D1 = novo diâmetro
Q = potência no diâmetro conhecido
Q1 = potência no novo diâmetro
D = diâmetro conhecido
D1 = novo diâmetro
Ou seja:
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
143
O procedimento para levantamento das curvas características para um novo diâmetro, em função das curvas características fornecidas pelo fabricante para o diâmetro original, é análogo ao levantamento das curvas feitas para variação da rotação, como visto no item anterior.
De uma forma geral, a redução máxima permitida é de cerca de 20% do diâmetro original. Esta redução é aproximada, visto que existem impelidores que podem ser reduzidos em um percentual maior, enquanto que outros não permitem redução além de pequenas margens, sem sofrer efeitos adversos. Na realidade, essas reduções só são permitidas em bombas centrífugas radiais; nas bombas centrífugas de fluxo misto e, principalmente nas axiais, a diminuição do diâmetro do impelidor pode alterar substancialmente o projeto inicial, devido às variações nos ângulos e projetos das pás.
4.8. Cálculo do diâmetro do impelidor
Uma maneira de calcular o diâmetro do impelidor, quando o ponto de operação está fora de um diâmetro conhecido na curva característica da bomba, é o seguinte:
1º) Da origem do plano cartesiano, traça-se uma reta até o ponto de operação desejado (H,Q). Caso o plano cartesiano não apresente a origem, ou seja, altura manométrica zero (H=0), basta prolongá-lo até encontrarmos sua origem, usando a mesma escala utilizada no plano.
2º) A reta traçada deverá cortar a curva conhecida mais próxima ao ponto de operação desejado, encontrando uma nova vazão Q1, e uma nova altura H1, referente à curva com o impelidor D1.
3º) Através das fórmulas a seguir, encontra-se o valor do diâmetro (D) desejado.
ou
RESERVADO
144
Alta Competência
4º) É interessante utilizar as duas fórmulas para cálculo. Caso os diâmetros encontrados sejam diferentes, optar pelo maior valor.
Por exemplo, para uma vazão de 110 m3/h e uma altura manométrica de 25 m, o ponto de trabalho não está em nenhuma curva padrão.
40
4151 56
61 66
66
63,5
68,5
68,5
71
7171,5%
35
30
25
20
15
1020 40 60 80 100 120 140
Q (m3/h)160
266
247
234
220
Q1
D1
180 200 220 240
H (m)
diâmetro D = ?
4.9. Definição das faixas de vazão recomendadas pela norma API 610
A vibração de uma bomba centrifuga varia em função da vazão. Quando a vazão de uma bomba está próxima do ponto de melhor eficiência (BEP – Best Efficiency Point) a sua vibração é mínima. À medida que nos afastamos da mesma a vibração aumenta.
A taxa de variação da vibração com a vazão a partir do ponto de melhor eficiência varia em função da densidade de energia da bomba (relação potência x rotação), da sua velocidade específica e da velocidade específica de sucção. Em geral, as variações da vibração com a vazão são maiores à medida que aumentamos a densidade de energia, para velocidades específicas alta e alta velocidade específica de sucção.
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
145
Com estas características gerais, o range de vazão de operação de uma bomba centrifuga pode ser dividido em duas regiões: uma denominada “melhor região de operaçao”, e a outra, “região recomendada” de operação. A “melhor região de operaçao” corresponde a faixa de vazão entre 80% e 110% do ponto de melhor eficiência (QBEP) e ao longo da qual a bomba exibe baixos valores de vibração. Logo é fortemente recomendável que a bomba selecionada no projeto atenda a esse requisito.
A outra, chamada “região recomendada” de operação, corresponde à faixa de vazão entre 70% e 120% do ponto de melhor eficiência (QBEP) na qual a vibração atinge valores ainda aceitáveis.
Fatores outros tais como taxa de elevação da temperatura e/ou o aumento do NPSH requerido com a redução da vazão, podem ditar uma região recomendada de operação mais estreita.
H
ead
QBEP
Vib
raçã
o
0,7 QBEP 0,8 QBEP 1,1 QBEP
Regiãooperacional
recomendada
Reg
ião
op
erac
ion
alp
erm
itid
a
Não
rec
om
end
ada
1,2 QBEP Vazão (Q)
Limite devibração
Regiões de operação recomendadas.
Região Operacional não recomendada (área listrada) corresponde à faixa de vazão abaixo de 70% (0,7 QBEP) e acima de 120% (1,2 QBEP) da vazão associada ao ponto de melhor eficiência (QBEP). A despeito da vazão mínima estável geralmente se encontrar abaixo de 70% do BEP, a mesma ainda faz parte da região permitida de operação da bomba. Entretanto, por razoes técnicas e econômicas, não é recomendável a seleção de uma bomba que atenda o ponto de projeto nesta região.
RESERVADO
146
Alta Competência
Região Operacional recomendada corresponde a faixa de vazão entre 70% (0,7 QBEP) e 120% da vazão (1,2 QBEP) associada ao ponto de melhor eficiência (QBEP)
Melhor região de operação corresponde a faixa de vazão entre 80% (0,8 QBEP) e 110% (1,1 QBEP) da vazão associada ao ponto de melhor eficiência.
4.10. Problemas dinâmicos e hidráulicos relacionados à operação fora dos limites recomendados
É de fundamental importância que o técnico de operação saiba quais os fenômenos hidráulicos que ocorrem no interior da bomba a partir do momento que uma manobra operacional leve a bomba a operar fora dos limites recomendados. O pleno conhecimento de “sintomas” do equipamento decorrentes das suas ações determinará a “saúde” do equipamento ao longo da sua vida.
4.10.1. Cargas radiais em bombas com voluta
Vejamos, agora, como se comportam as cargas hidráulicas radiais que atuam sobre o eixo da bomba, com carcaça em voluta, à medida que variamos a sua vazão em torno do ponto de melhor eficiência.
O gráfico a seguir mostra como a magnitude da carga radial varia em função da vazão. Infelizmente, a carga radial sofrida pelo impelidor é próximo de zero somente nas proximidades do ponto de melhor eficiência.
QBEP
Empuxo radial x vazãocarcaça em voluta
Q
ER
Empuxo radial x vazão carcaça em voluta
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
147
Durante as operações com vazões mais altas e mais baixas do que ponto de melhor eficiência (BEP), a intensidade e sentido do empuxo radial variam proporcionalmente a distância entre a vazão instantânea e a vazão correspondente ao ponto de melhor eficiência.
Observando o gráfico anterior, verificamos também que a carga radial é máxima quando a bomba está no shut-off, ou seja, vazão nula, é praticamente nula nas proximidades da vazão de projeto e torna a crescer à medida que nos afastamos dela.
Considerando que este empuxo será transmitido ao eixo e, conseqüentemente, aos mancais e sistema de vedação, torna-se extremamente importante que durante a operação das bombas os técnicos de operação tenham plena consciência dos fenômenos hidráulicos que por hora estão impondo ao equipamento.
A operação em demasia, seja em tempo e/ou freqüência, ao longo da curva da bomba e distante do BEP podem levar o equipamento à uma falha prematura.
Como forma de reduzir esta carga em altas vazões e heads, algumas bombas são dotadas de carcaça em dupla voluta. Este efeito é alcançado pelo auto-balanceamento das cargas produzidas pelas volutas individualmente, ou seja, são cargas de mesma magnitude e direção, porém em sentidos opostos. Entretanto, o custo dessa redução dos esforços sobre o impelidor é uma ligeira diminuição na eficiência da bomba, mas o balanço final é favorável à obtenção de uma bomba com uma maior confiabilidade.
FR
0 Q BEP
Carga radial x Vazão - Carcaça em dupla voluta
RESERVADO
148
Alta Competência
4.10.2. Operação com vazão reduzida
As bombas centrífugas são selecionadas para uma dada vazão e altura manométrica total, na velocidade nominal, de forma que as mesmas operem a maior parte do tempo nestas condições. Nestas condições, a eficiência deverá ser máxima também.
Freqüentemente, entretanto, necessita-se que a bomba opere com vazões e altura manométrica total que diferem consideravelmente das condições de projeto. Este problema é grave para bombas operando com vazões reduzidas, principalmente aquelas de alta densidade de energia.
A diferença entre a potência consumida e a potência útil entregue ao líquido representa a perda de potência dentro da bomba, exceto um pequeno valor de energia associada às perdas nos mancais. Esta perda de potência é convertida em calor e transferida para o líquido.
Se a bomba estiver operando em shut-off, a potência correspondente é utilizada para aquecer a pequena quantidade de líquido no interior da bomba. Enquanto este processo ocorre, a carcaça se aquece e parte do calor é dissipado para a atmosfera circulante.
Assim, a taxa de elevação da temperatura no tempo poderia, de forma simplificada, ser calculada através da seguinte expressão:
Onde:
∆T/t = aumento de temperatura em função do tempo;
Pot. (shut-off) = Potência consumida no shut-off;
ml = massa de líquido no interior da bomba;
cl = calor específico do líquido no interior da bomba.
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
149
Logo, conhecendo o valor da temperatura máxima admissível temos a possibilidade de fazer uma estimativa do tempo máximo permissível de operação com vazão nula.
4.10.3. Vazão mínima de uma bomba centrifuga
Em uma bomba centrífuga apenas uma parte da energia, entregue ao eixo, é convertida em energia hidráulica. Parte dela é passada ao líquido na forma de calor devido às fricções internas. Esta perda de energia depende muito da vazão da bomba, como mostrado na ilustração a seguir:
H
HP
P
Q
Perdas internas
Perdas internas de energia
4.10.4. Recirculação interna e turbulência no impelidor
Como vimos no item anterior, o aumento da temperatura, ou seja, fator térmico não é o único critério para a determinação da vazão mínima. Quando a bomba está operando significativamente distante do ponto de melhor eficiência, as linhas de fluxo no interior da bomba mudam consideravelmente quando comparadas com as linhas no ponto de melhor eficiência. Nesta condição é muito comum surgir um turbilhonamento do fluxo na sucção ou na descarga do impelidor. Este fenômeno é classicamente conhecido como “recirculação interna”.
RESERVADO
150
Alta Competência
Como conseqüência, temos a criação de zonas de baixa pressão que para a respectiva temperatura operação promovem a vaporização do líquido bombeado. As bolhas de vapor oriundas deste processo ao atingirem zonas de alta pressão são colapsadas no interior da massa líquida ou nas proximidades das paredes do impelidor. Este fenômeno é denominado de “cavitação por recirculação”. Esse tipo de cavitação induz erosão e vibração excessiva na bomba e na tubulação a qual ela está ligada.
Sucção do impelidor
Descarga doimpelidor
Turbulência
Recirculação
Recirculação no impelidor
Assim, estas bombas requerem vazões mínimas mais altas que as vazões mínimas impostas por questões térmicas. Em média, a vazão mínima hidráulica gira em torno de 25% a 35% da vazão correspondente ao ponto de melhor eficiência.
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
151
1) Classifique as curvas características das bombas com os seus respec-tivos tipos:
a) Tipo Estável ou tipo Rising b) Tipo Instável ou tipo Drooping
c) Tipo Inclinado ou tipo Steep d) Tipo Plana ou tipo flat
( )
H
Q
( )
H
Q
( )
H
Q
( )
H
Q
4.11. Exercícios
RESERVADO
152
Alta Competência
BEP - também simbolizado por QBEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito de forças de natureza mecânica.
Head - altura manométrica total do sistema.
Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor, é capaz de impulsionar um líquido.
QBEP - também simbolizado por BEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.
Shut-off - altura desenvolvida correspondente à vazão "ø".
Vórtice - turbilhonamento ou redemoinho formado pela circulação de um fluido.
4.12. Glossário
RESERVADO
Capítulo 4. Curvas de performance ou curvas características
153
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas S/A. 4ª ed.
MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology.
SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier
4.13. Bibliografia
RESERVADO
154
Alta Competência
1) Classifique as curvas características das bombas com os seus respectivos tipos:
a) Tipo Estável ou tipo Rising b) Tipo Instável ou tipo Drooping
c) Tipo Inclinado ou tipo Steep d) Tipo Plana ou tipo flat
( c )
H
Q
( a )
H
Q
( d )
H
Q
( b )
H
Q
4.14. Gabarito
RESERVADO
Cap
ítu
lo 5
Cavitação e NPSH
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar o conceito de cavitação em uma bomba centrifuga e suas conseqüências;
• Identificar os conceitos de NPSH, NPSH requerido e NPSH disponível;
• Citar as principais conseqüências da cavitação.
RESERVADO
156
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
157
5. Cavitação e NPSH
Cavitação e NPSH são tópicos muito importantes no estudo de bombas. Esta importância se reflete não só na necessidade de um entendimento adequado destes conceitos para execução
de projeto ou seleção do equipamento, como também para a solução de diversos problemas operacionais dele decorrentes.
A cavitação, de forma bem simplificada, é um fenômeno associado à formação de bolhas de vapor numa região da bomba onde a pressão é menor que a pressão de vapor do líquido bombeado (na temperatura de bombeio) e posterior colapso destas bolhas na região de alta pressão.
O NPSH (Net Positive Suction Head) é a energia mínima em termos absolutos, em metros de coluna de água, acima da pressão de vapor do produto, a fim de evitar a formação destas bolhas de vapor.
Nesse estudo consideraremos a água como o líquido de trabalho, pois representa uma substância pura, sendo o líquido mais comumente utilizado em processos de bombeamento no mundo. Além disso, suas propriedades são amplamente conhecidas, fato que leva os fabricantes a usá-la como líquido para os testes de performance de bombas, realizados para levantamento das curvas características do equipamento.
5.1. Pressão de vapor
Um dos conceitos fundamentais para o entendimento da cavitação é a pressão de vapor. A curva do gráfico a seguir ilustra este conceito: para cada temperatura existe somente uma pressão na qual a presença do líquido e vapor coexistem. Esta pressão é denominada “pressão de vapor” do líquido. Ou seja, para uma determinada temperatura (T1), à medida que a pressão é reduzida de P1 para P2, atinge-se um ponto (bola preta) em que o líquido inicia um processo de vaporização.
RESERVADO
158
Alta Competência
Linha de vaporização
Vapor
Temperatura
Pres
são
P1
P2
T1
Uma mistura de hidrocarbonetos, como o petróleo, apresenta, quando comparado com uma substância pura, um comportamento diferente em relação à temperatura. Cada componente desta mistura, para uma dada temperatura, terá pressões de vapor em diferentes patamares. Ou seja, para certa temperatura e pressão, os componentes mais pesados estariam em solução na fase líquida, e os mais leves, na forma gasosa, fora da solução.
5.2. O fenômeno da cavitação
A palavra cavitação vem do inglês “cavitation” e está associada à palavra “cavity”, que significa “cavidade”, em português. Portanto, a cavitação é um fenômeno associado a processos que envolvem algum tipo de deterioração das superfícies do impelidor e da carcaça. Além disso, ela exerce forte degradação da performance da bomba.
É fato aceito tradicionalmente, que se a pressão absoluta, em qualquer ponto de um sistema de bombeamento, atingir valor igual ou inferior à pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento, parte deste líquido se vaporizará.
Nas regiões mais rarefeitas, formam-se pequenas bolsas, bolhas ou cavidades, no interior dos quais o líquido se vaporiza. Nestas condições, quando esta mistura atingir alguma região onde a pressão absoluta for novamente superior à pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento, haverá o colapso das bolhas com retorno à fase líquida.
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
159
Na realidade, a penetração de líquido na depressão originada pela deformação da bolha produz microjatos na ocasião do colapso. Desta forma, o efeito é mais severo quando o colapso ocorre em local junto ou próximo à superfície metálica. Neste caso, os microjatos incidem diretamente sobre a superfície, enquanto no caso de bolhas que colapsam na corrente líquida, o impacto é transmitido através de ondas de choque.
No caso particular das bombas centrífugas, a região crítica para efeito de análise de cavitação é a entrada no “olho” do impelidor. Neste ponto, a pressão é mínima. Então, considerando que as bombas foram construídas para operação com líquidos, a queda de pressão em níveis iguais ou inferiores à pressão de vapor na temperatura de bombeamento, pode acarretar sérios danos.
Forma original
Deformação no ladoda alta pressão
Forma esférica original
Forma original de bolha
Depressão no lafooposto á parede metálica
Entrada de líquido na depressão
Formação do jato
Depressão crescendo nolado da alta pressão
Depressão
Direção do fluxo
Jato na direção dabaixa pressão
Jato atinge a superfície metálica
Colapso das bolhas
5.3. Comportamento da pressão na sucção da bomba
O esquema a seguir associa uma ilustração em corte mostrando parte de uma bomba (onde são numeradas algumas regiões internas) com um gráfico mostrando o comportamento da pressão nos diversos trechos numerados.
RESERVADO
160
Alta Competência
1 2
Pressão
Regiões de transição
Pressão mínima na bomba
1 2 3 4 5
Flange de sucção
Tubulação
“olho” do impelidor
Pá do impelidor (entrada)
Pá do impelidor (saída)
Fenômeno da cavitação 3 4
5
O gráfico relaciona a variação de pressão com a posição ao longo da linha de sucção até a descarga do impelidor (identificadas pela numeração 1, 2, 3, 4 e 5), como forma de explicar o fenômeno da cavitação.
Região Fenômenos1 - 2 Perda de entrada (mudança de secção = atrito + turbulência);2 - 3 Perdas internas por fricção3 - 4 Choques, turbulência e aceleração do líquido.
4 Pressão mínima menor ou igual a pressão de vapor (formação das bolhas).4 - 5 Região de implosão das bolhas = microjatos danos no impelidor
Nos gráficos a seguir podemos detalhar um pouco mais o que ocorre na região 3-5 (canais entre as palhetas do impelidor). Para uma dada vazão, próxima ao ponto de melhor eficiência, a distribuição da pressão ao longo do canal comporta-se conforme as ilustrações a seguir:
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
161
x
3
5
Dorso dapalheta
3
5
x
3
5
Dorso dapalheta
3
5
Rotor Rotor
3 = “Olho” do impelidor;
5 = Descarga do impelidor;
P3 = Pressão a montante do “olho” do impelidor;
P5 = Pressão de descarga do impelidor;
Pmin = Pressão estática mínima atingida no impelidor;
Pvapor = Pressão de vapor do fluido na temperatura de bombeamento.
Situação A Situação BDorso da palheta
Dorso da palheta
P
3 3 3 5
P3
Pmin P3
Pmin
Pmin > Pvapor
Pmin < Pvapor
Pvapor Pvapor
P5
P5
P
Cavitação
Posição Posição
RESERVADO
162
Alta Competência
É importante ressaltar que o perfil de distribuição de pressão ao longo das palhetas também sofre influência da vazão de trabalho. Operando-se no BEP, por exemplo, verificamos a menor diferença de pressão entre P3 e Pmin.
Na situação A é demonstrado que a pressão P3, a montante do “olho” do impelidor, é suficientemente alta para que Pmin, no “olho” do impelidor, continue acima da pressão de vapor na temperatura de bombeamento, então não ocorrerá o fenômeno da cavitação.
Na situação B, para a mesma vazão, demonstra-se que nas ocasiões em que P3, pressão à montante do “olho” do impelidor, for suficientemente baixa ao ponto da pressão mínima atingida no “olho” do impelidor cair a valores menores que a pressão de vapor Pvapor do líquido na temperatura de bombeamento, ocorrerá o fenômeno da cavitação.
atenÇÃo
É interessante observar que, na vaporização convencional, o aparecimento de bolhas é resultante de aumento de temperatura com a pressão mantida constante, enquanto na cavitação o mesmo fato ocorre com redução de pressão, mantendo a temperatura constante.
5.4. Definição de NPSH - Net Positive Suction Head
Um dos mais polêmicos termos associados às bombas é o NPSH. A fim de caracterizar as condições para que ocorra boa "aspiração", foi introduzido o conceito de NPSH. Esta grandeza quando associada ao sistema (instalação) é chamada de NPSHD (disponível) e quando à bomba de NPSHR (requerido).
De forma bastante simplificada, podemos considerar que o NPSHD (disponível) do sistema em que a bomba está instalada corresponde a energia existente no flange de sucção da bomba, em termos absolutos, acima da pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento.
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
163
Vejamos o exemplo de uma instalação onde uma bomba esta succionando um líquido de um tanque atmosférico, com altura geométrica Z entre a superfície livre do líquido e a linha de referência. Na sucção está instalado um indicador de pressão (Ps).
zIndicador de pressão
PS
Linha de referência
Se a vazão da bomba for nula, a pressão na sucção da bomba Ps será correspondente a pressão absoluta exercida pela coluna Z de líquido, que chamaremos de Ps0, como indicado no gráfico a seguir.
A medida que a vazão Q aumenta, a pressão absoluta de sucção Ps vai diminuindo em função da transformação da pressão em velocidade e do aumento das perdas de carga ΔP entre a saída do tanque e a sucção da bomba.
Q5 >Q4 >Q3 >Q2 >Q1 ΔP5 > ΔP4 >ΔP3 >ΔP2 >ΔP1
A conseqüência deste comportamento é a seguinte distribuição de pressão na sucção da bomba:
Ps0 >Ps1 >Ps2 >Ps3 >Ps4 >Ps5
RESERVADO
164
Alta Competência
PS
Ps3
Ps0
Q0 Q1 Q2 Q3 Q4 Vazão (Q)
ΔP2 ΔP1
Q5
ΔP3 ΔP4 ΔP5
Ps1
Ps2
Ps5
Ps4
Pv
Tomando como referência o bocal de sucção da bomba, somando a energia de pressão, em termos absolutos, a energia de velocidade e desta parcela subtrairmos a energia de pressão correspondente à pressão de vapor na temperatura de bombeamento, teremos o NPSHD disponível do sistema.
Vazão (Q) Q0 Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
NPSHD
Energia de velocidade -
Energia de pressão - PS1
PS2
PS3
PS4
PS5
V V V V V21
22
23
2g2g 2g 2g 2g
24
25; ; ; ;
Equacionando tudo que analisamos até aqui, o NPSHD disponível do sistema pode ser expresso pela seguinte equação:
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
165
Onde:
PS = pressão absoluta na sucção da bomba;
PV = pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento;
V = velocidade do fluido no flange de sucção da bomba;
γ = peso específico do líquido na temperatura de bombeio.
A seguir, podemos ver uma curva típica do NPSH disponível do sistema em função da vazão.
Gráfico NPSHD x vazão
NPSHD (m)
Vazão (Q)
Uma vez definido o parâmetro NPSHD que depende exclusivamente do sistema (linhas, válvulas, acessórios etc.), agora podemos conceituar o NPSH requerido da bomba.
O NPSH requerido representa a energia requerida pela bomba no flange de sucção, em valores absolutos, acima da pressão de vapor para que ela esteja na iminência de cavitar. Esta grandeza é representada por NPSHR.
RESERVADO
166
Alta Competência
O NPSHR está relacionado com o projeto da bomba. Quanto maior a vazão, maiores serão as perdas internas entre o flange de sucção e o “olho” do impelidor e conseqüentemente, maiores serão as pressões de sucção exigidas pela bomba a fim de evitar o fenômeno da cavitação.
Na iminência da cavitação, temos:
NPSHR = NPSHD = +Ps
2gPvV2
Para compreendermos melhor o conceito de NPSH requerido pela bomba, vamos observar o gráfico a seguir:
P2
P1
Pressão
Ps1
P1
Pvapor
A Q2 > Q1B
Q2
Q1
Ps2
Posição
Onde:
A = flange de sucção;
B = “olho” do impelidor;
Q1 = vazão 1;
Q2 = vazão 2;
Ps = pressão no flange de sucção;
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
167
P1 = pressão no “olho” do impelidor para vazão Q1;
P2 = pressão no “olho” do impelidor para vazão Q2;
∆P1 = queda de pressão (Ps1 - P1) devido às perdas por atrito na vazão Q1;
∆P2 = queda de pressão (Ps2 – P2) devido às perdas por atrito na vazão Q2.
Se plotarmos no gráfico todas as perdas de cargas e as suas respectivas vazões tomando como referência a pressão de vapor, teremos o seguinte comportamento:
P1
12
3
4
5
6
Ps
Ps
Ps
Ps
PsPsPs
Pv
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6
Vazão
P2
P3
P4
P5
P6
Para a vazão Q1, temos associada uma perda de carga ∆P1 e, para que a pressão no “olho” do impelidor não atinja a pressão de vapor correspondente à temperatura de bombeamento, é necessário que a pressão no flange de sucção PS seja maior que Ps1. O mesmo raciocínio é aplicado para as demais vazões.
Portanto, quanto maior a vazão maior será o valor da pressão de sucção necessário para evitar o aparecimento de uma pressão mínima de operação igual ou menor a pressão de vapor (Pv).
RESERVADO
168
Alta Competência
Na realidade outros fatores como choques e turbulências, bem como características hidráulicas inerentes ao projeto hidráulico (diâmetro do “olho” do impelidor, número de pás, formato das pás, rotação, velocidades na entrada no rotor), influenciam na queda de pressão entre o flange de sucção e o “olho” do impelidor e conseqüentemente no NPSH requerido.
Quanto maior for a vazão, maiores serão as perdas internas e maior será o NPSHR pela bomba.
É um parâmetro que está relacionado exclusivamente com o projeto da bomba (características hidráulicas), portanto, não depende do sistema. A ilustração a seguir representa algumas curvas típicas da variação do NPSHR em função da vazão (Q) fornecida pelos fabricantes.
Vazão (Q)
NPSHR
Essas curvas são determinadas em bancada de tes-te do fabricante que utilizam normas específicas. Estas normas definem os critérios e procedimentos para os testes.
Importante!
Logo, podemos inferir que para cada vazão Q fornecida segundo a curva H (head) x Q de uma bomba, temos um valor de pressão sucção associada ao inicio do processo de cavitação, ou seja, à medida que as condições na tubulação se alteram existirá uma condição que para aquela vazão, as curvas de performance sofrerão uma queda conforme apresentado no gráfico a seguir (queda do head e do rendimento da bomba).
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
169
Head (H)
Vazão (Q)
Rendimento (n)
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
Neste momento é interessante notar que na fase de projeto de um sistema de bombeamento, o NPSHD deve ser maior que o NPSHR na vazão de projeto (QP). Por outro lado, ao plotarmos a curva de NPSHD
contra o NPSHR no mesmo gráfico veremos que existe uma vazão Qmax que acima desta a bomba cavitará.
NPSH
NPSH NPSH
D
R
Q Qp max
Vazão (Q)
As condições exigidas pela bomba e as disponibilizadas pelo sistema constituem uma verdadeira queda de braço. De um lado temos o sistema fornecendo cada vez menos energia de pressão a medida que aumentamos a vazão e do outro lado temos a bomba exigindo cada vez mais energia de pressão do fluido a medida que a vazão aumenta.
Em linhas gerais, para efeito de raciocínio, quanto maior a vazão, menor será a pressão disponível no flange de sucção em função das perdas na tubulação de sucção, portanto menor o NPSHD, além disso, maior será a pressão necessária no flange de sucção da bomba, NPSHR ,para evitar-se o inicio do processo de cavitação.
RESERVADO
170
Alta Competência
NPSHDsistema
NPSHR
Cavitação
5.5. Conseqüências da Cavitação
As principais conseqüências da cavitação são:
Barulho e vibração;•
Alteração das curvas características;•
Danos ao material da bomba.•
a) Barulho e vibração
Estes dois inconvenientes são provocados, fundamentalmente, pela instabilidade gerada pelo colapso das bolhas. Esses fenômenos degradam a vida útil do equipamento, provocam falhas prematuras no sistema de selagem e mancais. Além do desconforto acústico para os técnicos de operação.
b) Alteração das curvas características (rendimento e altura manométrica)
A alteração no desempenho é causada pela diferença de volume específico entre o líquido e o vapor, bem como a turbulência gerada pelo colapso das bolhas. Esta alteração das curvas características é mais drástica nas bombas centrífugas, visto que o canal de passagem do líquido é mais restrito e a presença de bolhas influencia consideravelmente o desempenho do equipamento.
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
171
Desta forma, supondo que uma determinada bomba centrífuga, instalada em um sistema, esteja cavitando, as suas curvas características fogem do comportamento normal, conforme ilustrado na ilustração a seguir.
Queda nas curvas características de uma bomba centrífuga
Alturamanométrica
total
H
Curva da bomba
Curva dorendimento
Rendimento ()
2
1
2
1
Q2 Q1 Vazão (Q)
Curva dosistema
Cavitação
Em uma situação normal, o ponto de operação estaria operando com vazão Q1 e rendimento η1 (correspondente ao ponto 1). Entretanto, caso a bomba comece a cavitar, ponto real de operação corresponderá à vazão Q2. No ponto 2, a bomba operará com uma vazão, altura manométrica e eficiência reduzidas.
c) Danificação do material
É fato conhecido que, quando uma bomba opera por certo tempo cavitando, haverá danos ao material adjacente à zona de colapso das bolhas em decorrência dos microjatos ou ondas de pressão, sendo a quantidade de material perdido dependente das características do material e da severidade da cavitação e do tempo de exposição ao fenômeno. O mecanismo envolvido nesse processo merece uma análise adicional.
RESERVADO
172
Alta Competência
5.6. Fatores que alteram o NPSHD
Analogamente às preocupações do projetista, o operador deve estar atento aos fatores que alteram o NPSH disponível do sistema e principalmente aqueles que estão relacionados com o seu cotidiano. Por exemplo:
Filtro de sucção obstruído;•
Operação da bomba fora do ponto de projeto;•
Válvulas parcialmente abertas na sucção;•
Incrustações nas linhas de sucção;•
Sistema de controle de vazão, pressão e nível deficientes;•
Altura estática de sucção;•
Pressão atmosférica local;•
Variação da temperatura e pressão do fluido bombeado;•
Propriedades do líquido bombeado (ex.: viscosidade);•
Diâmetro, comprimento e acessórios (válvulas, curvas, reduções • etc.) da linha de sucção.
5.7. Fatores que alteram o NPSHR
Se por um lado, busca-se aumentar o valor do NPSH disponível numa instalação, por outro, procura-se selecionar equipamentos com NPSH requerido reduzido que garanta uma margem de segurança satisfatória. Todavia existem fatores inerentes ao projeto hidráulico dos equipamentos que limitam os valores mínimos desse parâmetro. Da mesma forma algumas variáveis operacionais interferem no NPSH da bomba.
RESERVADO
174
Alta Competência
Entre os desvios possíveis de ocorrer destacam-se:
Obstrução nas linhas de sucção e/ou filtro, e/ou entre o flange • de sucção e o “olho” do impelidor;
Vazamento excessivo pelos anéis de desgaste;•
Operação em vazões abaixo ou acima dos limites recomendados.•
5.8.1. Obstrução nas linhas de sucção/filtro entre o flange de sucção e o “olho” do impelidor
Distúrbios ou bloqueios parciais na linha de sucção provocam perda de carga localizada e diminuição do valor esperado do NPSH disponível, possibilitando o aparecimento de cavitação. Como exemplo destas condições anormais, poderíamos citar o depósito de matérias estranhas na linha de sucção ou em filtro de sucção e o fechamento parcial de válvula na linha de sucção. Por outro lado, se estes distúrbios ou bloqueios parciais ocorrerem na entrada da bomba o efeito será o “aumento aparente” do NPSH requerido acima dos valores normais obtidos nas curvas NPSH requerido versus vazão, possibilitando, da mesma forma, o aparecimento de cavitação.
5.8.2. Vazamento excessivo pelos anéis de desgaste
Com o objetivo de limitar o vazamento entre a descarga do impelidor e a região de baixa pressão na sua entrada, a folga entre o impelidor e a carcaça é mantida sob controle com valores previamente especificados em função do diâmetro do impelidor.
Entretanto, se a bomba estiver operando com folgas maiores que as recomendadas, seja por erro de fabricação, manutenção ou por desgaste natural, a recirculação poderá gerar vórtices na entrada da bomba e propiciar o aparecimento de cavitação.
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
175
Efeito do jato proveniente de recirculação na entrada da bomba
Área de distúrbios locaisdevidos a vazamento
excessivo.
Pressão de descarga
Pressão de sucção
Fluxonormal
5.8.3. Operação em vazões abaixo ou acima dos limites recomendados
A operação fora dos pontos de melhor eficiência da bomba resulta em instabilidade que pode causar cavitação em algumas partes internas do equipamento. Dentro desse contexto, podem ser destacados alguns componentes da bomba passíveis de serem impactados pela cavitação.
Voluta•
É realmente difícil imaginar cavitação originada em qualquer parte da voluta, pois esta é uma região de alta pressão. Entretanto, na lingüeta da voluta, que é uma pá guia localizada numa zona de alta velocidade, quando operando fora da faixa de operação normal, pode experimentar turbulências oriundas do ângulo de incidência inadequado, propiciando o aparecimento de cavitação.
RESERVADO
176
Alta Competência
Lingueta davoluta
Fluxo no interior da voluta
Pás difusoras•
Pás difusoras são pás guias na saída do impelidor. Desta forma, a possibilidade de cavitação em uma dessas pás é ainda maior que no caso anterior de cavitação na voluta. Isto acontece porque a perfeita adequação entre a orientação do fluxo saindo do impelidor e entrando nos canais formados pelas pás difusoras só acontece na vazão de projeto. À medida que nos afastamos desta vazão, fluxos provenientes de diferentes canais de passagem do impelidor incidem nas pás guias em ângulos inadequados podendo provocar excessiva turbulência e propiciar o aparecimento da cavitação.
Cavitação nas pás do difusor
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
177
Além dos componentes mencionados anteriormente, em alguns casos as pás de entrada do impelidor sofrem danos devido ao fluxo no sentido inverso na tubulação de sucção.
Devido à rotação do “olho” do impelidor, existe uma tendência nas bombas para a criação de um fluxo partindo da entrada do impelidor para a sucção se superpondo ao fluxo principal. Esta tendência é marcante em vazões bem abaixo da de projeto, em que o fluxo inverso torna o aspecto ilustrado como na ilustração a seguir.
Fluxonormal
Fluxo em sentido inverso
Fluxo em sentido inverso na entrada de sucção para vazões bem inferiores à de projeto
RESERVADO
178
Alta Competência
1) Complete as lacunas das afirmações a seguir referentes ao concei-to de cavitação:
a) Cavitação, do inglês “cavitation”, associada a “cavity”, cavidade, em português, é um fenômeno classicamente associado a pro-cessos de ________________ sujeitas a condições que favoreçam o aparecimento deste fenômeno.
b) O início da cavitação depende das condições de sucção do sis-tema: quanto menor for a altura ________________maior a pro-babilidade de aparecimento de pressão P igual ou menor que a ________________na temperatura de bombeamento no olho do impelidor.
c) Considerando que a velocidade de entrada do líquido e a perda de carga entre o ___________ e o olho do impelidor aumentam com a vazão, podemos concluir que o início da ____________ e a conseqüente queda nas curvas características ocorrerão em va-zões menores à medida que _______ diminui.
2) Relacione as descrições da coluna da direita com o fenômeno que descrevem, numerando-as de acordo com a coluna da esquerda:
I. NPSH ( ) Representa a energia requerida pela bomba no flange de sucção, em valores absolutos, acima da pressão de vapor para que ela es-teja na iminência de cavitar.
II. NPSHr (requerido) ( ) É a energia mínima em termos absolutos, em metros de coluna de água, acima da pressão de va-por do produto, a fim de evitar a formação destas bolhas de vapor.
III. NPSHd (disponível) ( ) Corresponde a energia existente no flange de sucção da bomba, em termos absolutos, acima da pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento.
5.9. Exercícios
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
179
3) Quais as principais conseqüências da cavitação?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Marque a opção que completa adequadamente as afirmações a seguir:
a) Quando o NPSHd é maior do que o NPSHr, em geral, o fenô-meno da cavitação__________________________________:
( ) provavelmente ocorre
( ) ocorre
( ) não ocorre
b) O NPSHr é interpretado fisicamente como sendo a quantidade mínima de energia absoluta por unidade de peso acima da pres-são de vapor que deve existir no flange de sucção para que_________________________________:
( ) não haja vaporização
( ) não haja entupimento
( ) não haja cavitação
c) Na prática, para o entendimento do processo clássico de cavita-ção em sistemas de bombeamento, torna-se necessário saber qual o NPSHd para o ponto de operação da bomba e compará-lo com o____________________:
( ) NPSHr
( ) NPSH
( ) NPSHs
RESERVADO
180
Alta Competência
BEP - também simbolizado por QBEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito de forças de natureza mecânica.
Head - altura manométrica total do sistema.
Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor, é capaz de impulsionar um líquido;
QBEP - também simbolizado por BEP. Corresponde ao ponto de trabalho no qual uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.
Voluta - tipo de carcaça de bomba em forma de um funil encurvado.
Vórtice - turbilhonamento ou redemoinho formado pela circulação de um fluido.
5.10. Glossário
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
181
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier
HERGT, Peter. Cavitation in Centrifugal Pumps – Definitions, criteria and their importance. 4th edição. Germany: KSB Frankenthal, 2005.
5.11. Bibliografia
RESERVADO
182
Alta Competência
1) Complete as lacunas das afirmações a seguir referentes ao conceito de cavitação:
a) Cavitação, do inglês “cavitation”, associada a “cavity”, cavidade, em português, é um fenômeno classicamente associado a processos de deterioração das superfícies sujeitas a condições que favoreçam o aparecimento deste fenômeno.
b) O início da cavitação depende das condições de sucção do sistema: quanto menor for a altura manométrica de sucção (hs), maior a probabilidade de aparecimento de pressão P igual ou menor que a pressão de vapor (Pv) na temperatura de bombeamento no olho do impelidor.
c) Considerando que a velocidade de entrada do líquido e a perda de carga entre o flange de sucção e o olho do impelidor aumentam com a vazão, podemos concluir que o inicio da cavitação e conseqüente queda nas curvas características ocorrerão em vazões menores à medida que hs diminui.
2) Relacione as descrições da coluna da direita com o fenômeno que descrevem, numerando-as de acordo com a coluna da esquerda:
I. NPSH ( II ) Representa a energia requerida pela bomba no flange de sucção, em valores absolutos, acima da pressão de vapor para que ela esteja na iminência de cavitar.
II. NPSHr (requerido) ( I ) É a energia mínima em termos absolutos, em metros de coluna de água, acima da pressão de vapor do produto, a fim de evitar a formação destas bolhas de vapor.
III. NPSHd (disponível) ( III ) Corresponde a energia existente no flange de sucção da bomba, em termos absolutos, acima da pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento.
3) Quais as principais conseqüências da cavitação?
• Barulho e vibração;
• Alteração das curvas características;
• Danos ao material da bomba.
4) Marque com X a opção que completa adequadamente as afirmações a seguir:
a) Quando o NPSHd é maior do que o NPSHr, em geral, o fenômeno da cavitação ______________________:
( ) provavelmente ocorre
( ) ocorre
( X ) não ocorre
5.12. Gabarito
RESERVADO
Capítulo 5. Cavitação e NPSH
183
b) O NPSHr é interpretado fisicamente como sendo a quantidade mínima de energia absoluta por unidade de peso acima da pressão de vapor que deve existir no flange de sucção para que _____________________:
( ) não haja vaporização
( ) não haja entupimento
( X ) não haja cavitação
c) Na prática, para o entendimento do processo clássico de cavitação em sistemas de bombeamento, torna-se necessário saber qual o NPSHd para o ponto de operação da bomba e compará-lo com o_______________________:
( X ) NPSHr
( ) NPSH
( ) NPSHs
RESERVADO
RESERVADO
Cap
ítu
lo 6
Associação de bombas em série e em paralelo
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar as formas de associação das bombas centrífugas e a aplicabilidade de cada tipo;
• Reconhecer os campos de aplicação de cada tipo de associação e seus benefícios, e os fenômenos hidráulicos inerentes aos tipos de associação.
RESERVADO
186
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo
187
6. Associação de bombas em série e em paralelo
Nas unidades operacionais é muito comum encontrarmos bombas centrifugas associadas em série e/ou em paralelo. A associação de bombas em série é uma opção quando uma
dada altura manométrica exigida pelo sistema é muito elevada, ficando acima dos limites alcançados por uma única bomba.
A associação em paralelo é fundamentalmente utilizada quando a vazão desejada excede os limites de capacidade das bombas quando operadas sozinha.
6.1. Associação de bombas em série
Como vimos anteriormente, quando a altura manométrica for muito elevada, deve-se examinar a possibilidade de utilizar a associação de bombas em série. Normalmente esta solução é utilizada quando o valor da altura manométrica ultrapassa os valores alcançados pelas bombas de múltiplos estágios. Também há casos em que a pressão de sucção de uma bomba precisa ser elevada devido à exigência de um NPSHr mais alto. Nessas associações a descarga de cada bomba é conectada à sucção da bomba seguinte de modo que a vazão será a mesma em todas as bombas, enquanto que a pressão final será a soma das parcelas fornecidas por cada bomba individualmente.
Vale à pena lembrar que uma bomba de múltiplos estágios nada mais é que uma associação em série de impelidores.
Esquematicamente, a associação de bombas em série se apresenta da seguinte forma:
Bombas associadas em série
RESERVADO
188
Alta Competência
Para se obter a curva característica resultante de duas ou mais bombas em série, iguais ou diferentes, basta somar as alturas manométricas totais de cada bomba, correspondentes aos mesmos valores de vazão.
Associação em série de 2 bombas iguais
O gráfico ao lado apresenta a associação de duas bombas que possuem uma altura manométrica com o valor H.Quando ambas estão em série, a pressão final é igual a 2H.
H1
H
H2
H3
2H3
2H2
2H1
2H
Q1 Q2Q3Q Q
H
Associação em série de 2 bombas diferentes
O gráfico apresenta a associação de duas bombas que possuem uma altura manométrica de valor H e H’, respectivamente.Quando ambas estão em série, a pressão final é igual a H + H’
H
H + H’H1 + H’1
H2 + H`2
H`
HH1
H2
H`1
H`2
Q Q1 Q2
BOMBA 1
BOMBA 2
BOM
BA 1 // BOM
BA 2
Q
6.2. Associação de bombas em paralelo
Este tipo de associação é utilizado quando a vazão exigida pelo processo for muito elevada ou quando a vazão exigida pelo sistema variar de forma definida.
RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo
189
No primeiro caso, vazão muito elevada, o uso de bombas em paralelo fornece como vantagem adicional e segurança operacional, pois, no caso de falha de uma bomba, teoricamente, haveria apenas uma diminuição da vazão fornecida, mas não um colapso total no fornecimento.
No segundo caso, vazão exigida variável, este tipo de associação dará flexibilidade operacional, mediante a partida e parada das bombas conseguiremos as vazões exigidas com as bombas operando com eficiência desejada. Isto não aconteceria com uma única bomba que para atender as diferentes vazões fatalmente teria que trabalhar em pontos de baixa eficiência.
Esquematicamente, a associação de bombas em paralelo se apresenta da seguinte forma:
Bombas associadas em paralelo
Duas ou mais bombas estão operando em paralelo quando descarregam para uma única tubulação, de modo que cada uma contribua com uma parcela para a vazão total.
Além disso, quando operando em paralelo todas as bombas terão a mesma altura manométrica total, ou em outras palavras: para uma mesma altura manométrica as vazões correspondentes se somam.
6.2.1. Associação em paralelo de bombas com curvas iguais
Para exemplificar, tomaremos como exemplo o esquema a seguir, onde temos duas bombas iguais operando em paralelo, descarregando para uma única linha, levando o líquido do reservatório de sucção para o reservatório de descarga.
RESERVADO
190
Alta Competência
Gráfico da associação em paralelo de 2 bombas iguais
H
H1
H1’
Q1’Q1 Q2 Q
A C
B
1 Bomba
2 Bombasem paralelo
Curva do sistema
H1A = AC
Quando apenas uma só bomba opera, a altura manométrica total diminui, passando para H1´ (H1´< H1) e para uma vazão Q1´, de tal forma que Q1 < Q1´ < Q2
Quando as duas bombas estão operando, a vazão do sistema é Q2 e cada bomba recalca uma vazão Q1, de tal forma que Q2 = 2xQ1.
Podemos notar ainda que as duas bombas operarão com a mesma altura manométrica total H1.
Assim, do exemplo apresentado, podemos tirar algumas conclusões:
1) A vazão total do sistema é menor que a soma das vazões das bombas operando isoladamente;
2) Quando as bombas estão operando em paralelo, há um deslocamento do ponto de operação de cada bomba para a esquerda da curva (ponto A). Isso se acentua à medida que aumentamos o número de bombas associadas;
3) Se uma bomba sair de operação, a unidade que continuar em funcionamento passará do ponto A para o ponto B.
No ponto de operação B, teremos um NPSH requerido e uma potência consumida maior que no ponto A.
Importante!
RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo
191
Tomemos outro exemplo de construção da curva resultante da associação de 3 bombas iguais em paralelo e com curvais estáveis.
Esquematicamente, a associação de 3 bombas em paralelo se apresenta da seguinte forma:
Associação em paralelo de 3 bombas iguais e curvas estáveis
H
H3 A B C D
1
1 Bomba 2 Bombas
3 Bombas
Curva do sistema
Q’3 Q’2 Q2 Q3 QQ’1
23
H2
H1
Gráfico da associação em paralelo de 3 bombas iguais e curvas estáveis
A vazão total que as três bombas recalcam é:
Q3 = 3 x Q´3
Na relação anterior podemos inferir que cada bomba fornecerá 1/3 da vazão total e a altura manométrica total será a mesma para as três bombas.
RESERVADO
192
Alta Competência
Podemos, então, tirar algumas conclusões dessa associação:
AB = BC = CD = Q3/3;•
Q• 1 = vazão de uma só bomba operando no sistema;
Q´• 2 = vazão de cada bomba com duas operando no sistema;
Q´• 3 = vazão de cada bomba com três operando no sistema;
Q• 1 > Q2´ > Q´3.
A operação em um ponto muito a esquerda do ponto de projeto traz sérios inconvenientes, como por exemplo:
• Vibração;
• Recirculação hidráulica;
• Aquecimento;
• Esforços elevados nos mancais;
• Desperdício de energia (bomba operando com baixa eficiência).
Importante!
6.2.2. Associação em paralelo de bombas com curvas diferentes e estáveis
Duas ou mais bombas com curvas diferentes podem trabalhar em paralelo. Esta diferença pode ter sido prevista durante o projeto e mais comumente em decorrência do desgaste diferenciado de bombas com curvas iguais operando em paralelo.
RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo
193
Bomba 1
Bomba 2
Associação em paralelo de 2 bombas com curvas diferentes
Traçando a curva resultante do esquema anterior, teremos o seguinte gráfico:
HH2
H1
A B
Q2 Q1 Q1+2 Q
Bomba 2
Bomba 1Bomba 1 + 2
Curva do sistemaC D
Gráfico da associação em paralelo de 2 bombas com curvas diferentes
Devemos notar que:
AB+AC=AD, isto é, Q1 + Q2 = Q1 + 2
Para a vazão nula, a bomba 2 opera com altura manométrica total H2 maior que a bomba 1, isto é H2 > H1. Assim a bomba 1 irá descarregar somente para alturas manométricas menores que H1. Em outras palavras, para alturas manométricas do sistema superiores a H1, a vazão da bomba 1 será nula (bomba em shutoff).
RESERVADO
194
Alta Competência
6.2.3 Cuidados operacionais ao associar bombas em paralelo.
Caso haja a retirada de uma bomba de operação, a bomba que permanecer em operação irá operar a direita do ponto de projeto, isto é, com vazão excessiva. Neste caso a bomba estará sujeita às seguintes situações:
O NPSH disponível pode ser insuficiente (NPSH disponível menor • NPSH requerido) podendo levar a bomba a uma cavitação;
Queda da eficiência da bomba;•
Esforços radiais elevados sobre o eixo;•
Aumento da potência consumida e conseqüentemente da • corrente do motor elétrico.
A vazão excessiva poderá ser controlada pela válvula de descarga (restringindo-a) ou quando possível reduzindo a rotação da bomba.
Por outro lado o número excessivo de bombas associadas em paralelo, leva cada uma delas a operar à esquerda do seu ponto de projeto, como vimos anteriormente, isto é, com vazão reduzida o que pode acarretar problemas tais como:
Queda da eficiência da bomba;•
Esforços radiais excessivos;•
Aquecimento do líquido bombeado. Se a operação for • continua, a bomba estará submetida a condições desfavoráveis a vida útil dos selos e dos mancais;
Aumento dos esforços axiais para bombas que possuem • dispositivos de balanceamento do empuxo hidráulico;
Problemas de recirculação;•
RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo
195
Nas bombas axiais, a operação em vazões reduzidas demanda • uma potência consumida elevada;
Ruído excessivo;•
Vibração excessiva. •
É importante observar que todas as bombas tem uma vazão mínima continua que deve ser respeitada. Nesses casos sistemas de recirculação devem ser previstos e particularmente tornam-se mais críticos quando as bombas operam em paralelo. Portanto a atuação desses sistemas devem ser cuidadosamente analisados durante a fase de projeto e mantidos operacionais ao longo da vida útil da unidade de bombeamento.
Importante!
RESERVADO
196
Alta Competência
1) Complete, adequadamente, as afirmações a seguir:
a) Nas unidades operacionais é muito comum encontrarmos bombas centrifugas associadas _________________ e/ou _________________.
b) Quando uma dada altura manométrica exigida pelo sistema é muito elevada, ficando acima dos limites alcançados por uma única bomba, a melhor opção é a associação de bombas em _________________.
c) Quando a vazão desejada excede os limites de capacidade das bombas operadas individualmente, em geral é utilizada a associa-ção em _________________.
6.3. Exercícios
RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo
197
2) Organize as afirmações, a seguir, classificando o tipo de associação de bombas a que elas se referem. Utilize para isso a seguinte codifi-cação:
A) Associação de bombas em série
B) Associação de bombas em paralelo
( ) Quando a vazão é muito elevada, esse tipo de associação de bombas fornece como vantagem adicional segurança operacional, pois no caso de falha de uma bomba haveria apenas diminuição da vazão fornecida, mas não um colap-so total no fornecimento.
( ) Quando o valor da altura manométrica ultrapassa os va-lores alcançados pelas bombas de múltiplos estágios, esse tipo de associação costuma ser utilizado.
( ) Quando é exigida vazão variável, esse tipo de associação oferece flexibilidade operacional, pois através da partida e da parada das bombas conseguiremos as vazões exigidas com as bombas operando com eficiência desejada, o que não aconteceria com uma única bomba.
( ) Quando associadas dessa forma, todas as bombas terão a mesma altura manométrica total, ou em outras palavras: para uma mesma altura manométrica as vazões correspon-dentes se somam.
( ) Como nesse tipo de associação a descarga de cada bomba é conectada à sucção da bomba seguinte, a vazão será a mesma em todas as bombas, enquanto que a pressão final será a soma das parcelas fornecidas por cada bomba indivi-dualmente.
RESERVADO
198
Alta Competência
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito de forças de natureza mecânica.
Estanqueidade - capacidade de conter, de impedir que um líquido escoe, de estancar, parar, interromper.
Impelidor - também chamado de rotor. Constitui um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de uma motor, é capaz
de impulsionar um líquido.
6.4. Glossário
RESERVADO
Capítulo 6. Associação de bombas em série e em paralelo
199
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas S/A. 4ª ed.
SULZER PUMPS LTDA. Suzer centrifugal Pump Handbook. 2th ed. Elsevier
6.5. Bibliografia
RESERVADO
200
Alta Competência
1) Complete, adequadamente, as afirmações a seguir:
a) Nas unidades operacionais é muito comum encontrarmos bombas centrifugas associadas em série e/ou em paralelo.
b) Quando uma dada altura manométrica exigida pelo sistema é muito elevada, ficando acima dos limites alcançados por uma única bomba, a melhor opção é a associação de bombas em série.
c) Quando a vazão desejada excede os limites de capacidade das bombas operadas individualmente, em geral é utilizada a associação em paralelo.
2) Organize as afirmações, a seguir, classificando o tipo de associação de bombas a que elas se referem. Utilize para isso a seguinte codificação:
a) Associação de bombas em série
b) Associação de bombas em paralelo
( b ) Quando a vazão é muito elevada, esse tipo de associação de bombas fornece como vantagem adicional segurança operacional, pois no caso de falha de uma bomba haveria apenas diminuição da vazão fornecida, mas não um colapso total no fornecimento.
( a ) Quando o valor da altura manométrica ultrapassa os valores alcançados pelas bombas de múltiplos estágios, esse tipo de associação costuma ser utilizado.
( b ) Quando é exigida vazão variável, esse tipo de associação oferece flexibilidade operacional, pois através da partida e da parada das bombas conseguiremos as vazões exigidas com as bombas operando com eficiência desejada, o que não aconteceria com uma única bomba.
( b ) Quando associadas dessa forma, todas as bombas terão a mesma altura manométrica total, ou em outras palavras: para uma mesma altura manométrica as vazões correspondentes se somam.
( a ) Como nesse tipo de associação a descarga de cada bomba é conectada à sucção da bomba seguinte, a vazão será a mesma em todas as bombas, enquanto que a pressão final será a soma das parcelas fornecidas por cada bomba individualmente.
6.6. Gabarito
RESERVADO
Cap
ítu
lo 7
Vedações
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar as características dos processos mais comuns de vedação, sua aplicabilidade e os principais tipos de dispositivos utilizados.
RESERVADO
202
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
203
7. Vedações
Os sistemas de vedação em bombas tem como objetivo impedir, ou minimizar ao máximo, a passagem de fluidos (líquidos ou gases), sólidos particulados (pó) e substancias de
alta viscosidade de uma região à outra conforme definido no projeto do equipamento. As vedações podem ser estáticas ou dinâmicas. A seguir alguns exemplos de elementos de vedação.
Selo mecânico Gaxetas
RetentoresImproseal
Selos de mancalJuntas
RESERVADO
204
Alta Competência
O´rings Juntas
AnéisColas e vedantes
Vedações estáticas são utilizadas onde não há movimento relativo • na junção a ser vedada. As juntas e anéis "O" são vedações estáticas típicas.
As vedações dinâmicas são utilizadas quando uma superfície se • move em relação à outra. Utiliza-se uma vedação dinâmica, por exemplo, quando uma haste com movimento alternativo ou um eixo rotativo, transmite, respectivamente, força ou torque através da parede de um reservatório. Por exemplo: Em bombas centrifugas podemos utilizar selos mecânicos ou gaxetas entre o meio externo e a caixa de vedação. Em bombas alternativas gaxetas.
7.1. Selo mecânico
São dispositivos dinâmicos que tem a finalidade de impedir a passagem de um líquido do interior de um equipamento rotativo para atmosfera, evitando com isto, contaminação do meio ambiente, perda do produto bombeado e acidentes.
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
205
Selos mecânicos
A escolha de um método de selagem tem de ser cuidadosamente analisada para cada aplicação. Deve-se levar em consideração: os requisitos de instalação, a manutenção, o consumo de energia, a perda de produto e os custos de tratamentos de efluentes.
O selo mecânico foi desenvolvido para eliminar as desvantagens das gaxetas de compressão. O vazamento pode ser reduzido a um nível que atenda às normas vigentes e ao custo de manutenção.
Comparação de vazamentos entre gaxetas e selos mecânicos
Gotas em média Por minuto Por hora Por dia Por ano
Gaxetas 90 gotas 5.400 gotas 8,6 litros 3,153 litros
Selos Mecânicos Desprezível 5 gotas 120 gotas 2.9 litros
Considerando que 5.400 gotas são perdidas nas gaxetas por hora e que apenas 5 gotas vazam nos selos mecânicos no mesmo tempo temos uma razão de 1080. Isso significa que as gaxetas são 1080 vezes menos eficientes que os selos mecânicos.
7.1.1. Componentes do selo mecânico
Os selos mecânicos podem ser classificados por projeto e por disposição. Todos os selos mecânicos são constituídos de três conjuntos básicos de peças. Como mostra a ilustração a seguir:
RESERVADO
206
Alta Competência
A) Um par de faces ou vedaçoes primárias: uma rotativa(4) e outra estacionária(5)
1
2
3
Pinos
4
5
B) Vedações secundárias:
O’ring de vedação do eixo (3), O’ring de vedação da sede estacioaria (2), O’ring ou junta pode ser tilizado como vedação da sobreposta (1).
C) Peças do selo mecânico incluindo sobreposta (cinza escuro), colar, anel de compressão (em verde), pinos, molas e parafuso (cinza claro).
Todos os selos mecânicos partilham da mesma tecnologia básica. Isto é, ter duas faces extremamente lisas e planas em contato. Uma girando com o eixo enquanto a outra permanece estacionária com a caixa. As faces dos selos são seladas aos seus suportes apropriados através do uso de vedações secundárias (Ex.: O'Rings). As faces são mecanicamente comprimidas pelas molas ou foles (metálicos ou não) e flexíveis, afim de que possam ser postas em contato e mover-se para compensar desalinhamentos estáticos e dinâmicos, como também o desgaste.
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
207
7.1.2. Princípio de funcionamento
(1) representa as partes de metal que posiciona e faz o selo girar com o eixo da bomba. Elas contêm molas que comprimem e empurram a face rotativa (2) contra a face estacionária (3).(4) sobreposta
1
2
3
4
Estas partes são flexíveis para que possam compensar desalinhamentos estáticos causados por tolerância de fabricação e montagem do equipamento, tensão da tubulação, deformação térmica e mecânica do equipamento.
O número (2) representa a face rotativa do selo. As molas e a pressão hidráulica na caixa de selagem comprimem a mesma contra a face estacionária.
O número (3) representa a face estacionária e é mantida normalmente na sobreposta e permanece estacionária em operação. Algumas faces estacionárias não possuem pinos anti-rotação. Todas têm alguma forma de vedação secundária para interromper o fluxo do líquido entre ela e o seu suporte (sobreposta).
Com relação à lubrificação das faces de vedação, pode-se dizer que as mesmas são lubrificadas por uma película de líquido entre elas. Ao projetar selos mecânicos os níveis desejados de vazamento são confrontados com a durabilidade esperada, consumo de energia e estabilidade da película de lubrificação que está fortemente correlacionada, dentre outros fatores, com a temperatura da superfície de contato entre as faces. Portanto a forma pela qual as faces serão refrigeradas torna-se um outro ponto crítico na fase de seleção do sistema de selagem.
Para escolher o tipo ideal de selo mecânico, é necessário conhecer precisamente as condições de operação e o líquido a ser selado. A obtenção dessas informações conseqüentemente resultará numa vida útil satisfatória.
RESERVADO
208
Alta Competência
Há quatro pontos principais de vedação num selo mecânico axial. Veja a Ilustração a seguir.
12
3 4
A vedação primária é entre as faces de selagem (4) (designer, a seta 4 está apontada para o espaço entre o amarelo e o laranja). O caminho de vazamento no ponto 3 é bloqueado por um anel "O", "V" ou em cunha. Os caminhos de vazamento nos pontos 1 e 2 são bloqueados por juntas ou anéis O.
7.1.3. Tipos de selos mecânicos
Os tipos de selos mecânicos mais usuais nas nossas unidades de produção são:
a) Selos mecânicos de mola única;
b) Selos mecânicos de molas múltiplas;
c) Selos mecânicos com fole metálico;
d) Selos mecânicos com fole de elastômero.
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
209
A seguir serão apresentadas algumas informações básicas de cada desses selos:
A) Selos mecânicos de mola única
Os selos mecânicos de mola única têm uma grande variedade de aplicações. Seu projeto não é complexo, tendo uma mola de grande área de secção, que resiste a corrosão e incrustações . Suas principais limitações são:
Tendência á distorções com altas velocidades periféricas;•
Necessidade de espaço amplo, tanto na direção radial como • axial;
Necessidade de se estocar um tamanho de mola para cada • tamanho de selo mecânico.
Mola única
Selo mecânico de fole com mola única
B) Selos mecânicos de molas múltiplas
Algumas aplicações que envolvem alta rotação acabam por impedir o uso dos selos de mola única. A ilustração a seguir mostra um selo mecânico que utiliza várias molas helicoidais, pequenas e espaçadas em torno da unidade rotativa. Estas molas menores não são tão sensíveis à distorção em altas rotações quanto as molas únicas maiores e, conseqüentemente, exercem uma pressão de fechamento constante sobre o anel de vedação. Além disso, o mesmo tamanho de mola pode ser usado para selos mecânicos em diversos tamanhos de eixos.
RESERVADO
210
Alta Competência
Molas múltiplas
Selo mecânico de molas múltiplas
C) Selos mecânicos com fole metálico
No selo mecânico de fole metálico soldado, o próprio fole proporciona a força necessária para manter o contato entre as faces de vedação. Uma vez que o fole é uma peça inteiriça, apoiada tanto em toda circunferência como ao longo de seu cumprimento, ele aplica uma pressão uniforme em todos os pontos do anel de vedação. É utilizado em altas temperaturas e não necessita o o’ring da sede rotativa que faz vedação entre esta e a luva do selo. Logo o numero de vedações estáticas diminui.
Fole metálico
Selo mecânico com fole metálico
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
211
D) Selos mecânicos com fole de elastômero
O selo mecânico com fole de elastômeros é acionado por uma mola helicoidal, montada sobre o eixo ou luva e o fole. Este modelo oferece as mesmas vantagens do selo mecânico de fole metálico, mas têm as mesmas limitações de velocidade do selo mecânico de mola simples, bem como de temperatura devido as características do elastômero.
Fole de borracha
7.2. Projetos básicos de selos mecânicos
Todos os tipos básicos de selos mecânicos podem ser modificados para atender requisitos específicos da aplicação. Há diversas variações de projeto que cobrem os requisitos ditados pelas condições operacionais e limitações ambientais específicas.
7.2.1. Selos Mecânicos Internos
A ilustração a seguir ilustra um selo mecânico interno simples, o tipo mais comum de selo mecânico.
RESERVADO
212
Alta Competência
Selo mecânico interno
Os materiais construtivos para selos mecânicos internos são escolhidos a fim suportar a presença de líquidos corrosivos na caixa de vedação. Estes selos mecânicos são facilmente modificados para atender diversas condições operacionais, mantendo padrões de emissões aceitáveis num amplo espectro de aplicações, suportando pressões elevadas na caixa vedação.
7.2.2. Selos mecânicos externos.
Se um líquido extremamente corrosivo tiver propriedades lubrificantes satisfatórias, um selo mecânico externo poderá oferecer uma solução mais econômica que a complexa metalurgia de um selo mecânico interno resistente à corrosão. A ilustração a seguir demonstra a disposição típica de um selo mecânico externo, na qual somente a sede, o anel de vedação e as vedações secundárias são expostos ao produto. Todos esses componentes podem ser não-metálicos. As peças metálicas da unidade rotativa são expostas à atmosfera.
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
213
Selo externo
Disposição típica de um selo mecânico externo
Os selos mecânicos externos também podem ser usados em equipamentos cujas caixas de vedação não comportem selos mecânicos internos e são de acesso mais fácil para ajuste e manutenção.
Entretanto, o selo mecânico externo tem suas desvantagens ficando exposto e vulnerável a impactos. Mais importante, porém, é o limite de pressão do selo mecânico externo. A pressão hidráulica agindo sobre a sede rotativa na figura anterior tende a separar e não a fechar as faces de selagem. Sendo assim, este selo mecânico depende das molas para manter as faces em contato.
7.2.3. Selos mecânicos duplos
Alguns produtos não podem ser vedados com um único selo mecânico. Por exemplo, se há líquidos tóxicos cuja liberação ao meio ambiente seria nociva, líquidos cujas películas abrasivas em suspensão desgastariam rapidamente as faces de selagem ou líquidos corrosivos que exigiriam materiais de vedação muito dispendiosos, uma solução mais econômica e segura é a aplicação de selos mecânicos duplos.
RESERVADO
214
Alta Competência
Selo mecânico duplo
7.3. Normas e planos de injeção
Os materiais e formas construtivas dos selos de bombas de processo devem atender a API 682 (American Petroleun Institute 682). Esta norma especifica sistemas de selagem para bombas centrífugas e bombas volumétricas rotativas.
Para manter o ambiente adequado aos selos mecânicos, evitando com isso presença de sólidos e mantendo a temperatura e a lubrificação em valores recomendados é necessária a injeção de um líquido na caixa de selagem com vazão suficiente.
Existem vários planos de injeção (lubrificação e refrigeração) das faces de selagem que dependem principalmente das condições operacionais, forma construtiva da bomba e periculosidade do líquido de processo. Para cada condição operacional é recomendável consultar a norma API 682 para selecionar o plano mais apropriado à aplicação.
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
215
Vejamos alguns exemplos de planos de injeção:
Plano API 11
Definição • Plano de Flush padrão para selos.
Descrição • Flush do selo saindo da descarga da bomba passando por uma placa de orifício, entrando na sobreposta. Normalmente o liquido passa pela bucha de garganta da caixa de selagem seguindo para o ollho do impelidor (região de baixa pressão em relação à caixa) através dos furos de balanceamento do impelidor. Estes furos não estão representados na figura.
Aplicação • Bombas horizontais e verticais.
Condições • Fluído limpo, não polimerizável e com temperatura moderada.
Características • Remoção de calor da caixa de selagem.• Escorva da caixa de selagem em bombas horizontais.• Permite aumentar a pressão na caixa através do projeto da bucha de garganta e furos de balanceamentos a fim de garantir uma pressão ligeiramente acima da pressão de vapor do liquido à temperatura interna da caixa .
RESERVADO
216
Alta Competência
Plano API 14
Definição • Combinação dos Planos 11 e 13.
Descrição• Linha de Flush saindo da linha de descarga e circulação para a linha de sucção com placas de orifício.
Aplicação • Bombas horizontais e verticais.
Condições • Fluído limpo, não polimerizável e com temperatura moderada.
Características
• Remoção de calor da caixa de selagem.• Escorvamento contínuo da caixa de selagem em bombas verticais.• Permite aumentar a pressão na caixa através do projeto de orifícios calibrados, a fim de garantir uma pressão ligeiramente acima da pressão de vapor do liquido à temperatura interna da caixa.
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
217
Plano API 31
Definição• Flush do selo saindo da descarga da bomba e passando por um separador de ciclone.
Descrição• Os sólidos centrifugados são enviados de volta para a sucção da bomba.
Aplicação • Bombas horizontais e verticais.
Condições• Fluidos sujos ou contaminados, água com áreia ou escória na tubulação.• Fluidos não polimerizantes.
Características• Remoção de calor da caixa de selagem.• Remoção de sólidos do flush e da caixa de selagem.
7.4. Gaxetas
O controle das perdas de líquidos é essencial para o bom funcionamento de equipamentos mecânicos. O mais antigo dentre os dispositivos de selagem, é a gaxeta. As gaxetas são comercializadas em rolos e são elementos macios, flexíveis e elásticos que podem ser usados tanto para aplicações estáticas quanto para situações em que as peças estão em movimento.
As gaxetas podem trabalhar com diversos tipos de líquidos, incluindo-se ar quente, água, vapor, ácidos, cáusticos, óleos, solventes, gases, gasolina e outros produtos químicos em amplas faixas de temperaturas e pressões.
RESERVADO
218
Alta Competência
7.4.1. Classificação das gaxetas
As gaxetas podem, em relação as características básicas de aplicação, ser classificadas de acordo com:
Ao tipo de gaxeta:
• Gaxetas secas (sem compostos anti-fricção)
São aquelas destinadas somente para vedação de calor e isolamento térmico.
• Gaxetas impregnadas (com compostos anti-fricção)
São aquelas destinadas à vedação de eixo de bombas e hastes de válvulas.
Ao tipo de aplicação:
• Estática
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
219
Neste caso, a gaxeta funciona como elemento de selagem e vedação. Não pode ocorrer vazamento visual.
Exemplo: válvulas.
Haste
Entrada Saída
Anéis degaxeta
Sobreposta
Caixa de gaxetas
• Dinâmica
Neste caso, a gaxeta funciona como elemento controlador de vazamento. Necessariamente deverá ocorrer gotejamento.
Exemplo: Bombas e eixos rotativos.
RESERVADO
220
Alta Competência
Saída
Entrada
Caixa de gaxetas
Anéis de gaxetas
Sobreposta
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
221
1) Complete o quadro a seguir, de modo a construir uma síntese dos processos de vedação:
Processo de vedação
Caracterização e vantagens
Tipos Aplicação
7.5. Exercícios
RESERVADO
222
Alta Competência
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito de forças de natureza mecânica.
Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor, é capaz de impulsionar um líquido.
Placas de orifício - são elementos primários usados em sistemas de medição de vazão de fluidos que geram em uma tubulação um diferencial de pressão entre a montante e a jusante. Uma vez medido este diferencial é possível medir, totalizar, programar e controlar a vazão do fluido.
7.6. Glossário
RESERVADO
Capítulo 7. Vedações
223
7.7. Bibliografia
NÓBREGA, Paulo Roberto Leite. Treinamento sobre Selagem em Equipamentos Rotativos. Apostila. Petrobras. Rio de Janeiro: 2005.
RESERVADO
224
Alta Competência
1) Complete o quadro a seguir, de modo a construir uma síntese dos processos de vedação:
Processo de vedação
Caracterização e vantagens
Tipos Aplicação
1- Selo mecânico
Dispositivo dinâmico que impede a passagem de um líquido do interior de um equipamento rotativo para atmosfera.
Evita a contaminação do meio ambiente, perda do produto bombeado e acidentes.
Apresenta 1080 vezes menos vazamentos do que as gaxetas.
Selos Mecânicos:
• de mola única;
• de várias molas;
• com fole metálico; e
• com fole de elastômero.
Em especial, situações que envolvam risco de acidentes ou contaminação do meio ambiente .
A escolha do método de selagem precisa ser analisada para cada aplicação, quanto aos requisitos de instalação, manutenção, consumo de energia, perda de produto e custos de tratamentos de efluentes.
2- Gaxeta
É o mais antigo dispositivo de selagem utilizado para o controle de perda de líquidos.
É essencial para o bom funcionamento de equipamentos mecânicos.
Gaxeta:
• seca,
• impregnada,
• estática e
• dinâmica
Líquidos como ar quente, água, vapor, ácidos, cáusticos, óleos, solventes, gases, gasolina e produtos químicos em amplas faixas de temperatura e pressão.
7.8. Gabarito
RESERVADO
Cap
ítu
lo 8
Lubrificação
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar o conceito de lubrificação;
• Distinguir os tipos de lubrificação, aplicações e cuidados.
RESERVADO
226
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
227
8. Lubrificação
Lubrificação é uma operação que consiste em introduzir uma substância apropriada entre superfícies sólidas que estejam em contato entre si e que executam movimentos relativos.
Essa substância apropriada normalmente é um óleo ou uma graxa que irá impedir o contato direto entre as superfícies sólidas.
Quando recobertos por um lubrificante, os pontos de atrito das superfícies sólidas fazem com que o atrito sólido seja substituído pelo atrito líquido, ou seja, por atrito entre uma superfície sólida e um líquido. Nessas condições, o desgaste entre as superfícies será bastante reduzido, como representado nas ilustrações abaixo.
Superfície 1
Superfície 2 Lubri�cante
Atrito líquido entre as superfícies
Além dessa redução do atrito, outros objetivos são alcançados com a lubrificação, se a substância lubrificante for selecionada corretamente:
RESERVADO
228
Alta Competência
ÓleoLubrificante
Resfriamento Selagem
Controlar a formação de
depósitos
Proteger contraa corrosão
Resistir à própriadegradação (oxidação)Retirar contaminantes
de sistema
Transmitir forla
Diminuir o atrito(economizar energia)
Evitar o contatometal-metal(Desgaste)
Funções dos lubrificantes
Quadro resumo das funções da lubrificação
8.1. Lubrificantes
Os lubrificantes mais práticos e de uso diário são os líquidos e os semi-sólidos, isto é, os óleos e as graxas.
Quanto à origem, os óleos podem ser classificados em quatro categorias:
Óleos minerais;•
Óleos vegetais;•
Óleos animais; •
Óleos sintéticos.•
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
229
Óleos mineraisSão substâncias obtidas a partir do petróleo.
São os mais utilizados nos mecanismos industriais, sendo obtidos em larga escala a partir do petróleo.
Óleos vegetaisSão extraídos de sementes: soja, girassol, milho, algodão, mamona etc.
Raramente são usados isoladamente como lubrificantes, por causa da sua baixa resistência à oxidação, quando comparados a outros tipos de lubrificantes.
Óleos animaisSão extraídos de animais como a baleia, o bacalhau, a capivara etc.
Óleos sintéticos
São produzidos em indústrias químicas que utilizam substâncias orgânicas e inorgânicas para fabricá-los. Estas substâncias podem ser silicones, ésteres, resinas, glicerinas etc.
Possuem maior custo, mas são utilizados nos casos em que outros tipos de substâncias não têm atuação eficiente. Apresentam melhor resistência ao envelhecimento e maior proteção ao equipamento e maior limpeza
Vejamos algumas aplicações dos lubrificantes:
8.1.1. Óleos lubrificantes
Os óleos lubrificantes, antes de serem colocados à venda pelo fabricante, são submetidos a ensaios físicos padronizados que, além de controlarem a qualidade do produto, servem como parâmetros para os usuários.
Os principais ensaios físicos padronizados para os óleos lubrificantes encontram-se resumidos na tabela a seguir.
Tipo de ensaio O que determina o ensaio
Viscosidade
Resistência ao escoamento oferecida pelo óleo. A viscosidade é inversamente proporcional à temperatura. O ensaio é efetuado em aparelhos denominados viscosímetros. Os viscosímetros mais utilizados são o Saybolt, o Engler, o Redwood e o Ostwald.
RESERVADO
230
Alta Competência
Tipo de ensaio O que determina o ensaio
Índice de viscosidade
Mostra como varia a viscosidade de um óleo conforme as variações de temperatura.
Densidade relativaRelação entre a densidade do óleo a 20°C e a densidade da água a 4°C ou a relação entre a densidade do óleo a 60°F e a densidade da água a 60°F.
Ponto de fulgor (flash point)
Temperatura mínima à qual pode inflamar se o vapor de óleo, no mínimo, durante 5 segundos. O ponto de fulgor é um dado importante quando se lida com óleos que trabalham em altas temperaturas.
Ponto de combustão
Temperatura mínima em que se sustenta a queima do óleo.
Ponto de mínima fluidez
Temperatura mínima em que ocorre o escoamento do óleo por gravidade. O ponto de mínima fluidez é um dado importante quando se lida com óleos que trabalham em baixas temperaturas.
Podemos citar como vantagens da lubrificação de rolamentos a óleo:
Maior penetração - o óleo pode fluir por gravidade ou ser • pulverizado numa nuvem, fazendo dos métodos de lubrificação por névoa e do tipo ar-óleo os mais eficientes;
Melhor refrigeração.•
8.1.2. Graxas
As graxas são compostas de lubrificantes semi-sólidos. Estes lubrificantes semi-sólidos são constituídos por uma mistura de óleo, aditivos e agentes engrossantes chamados sabões metálicos, à base de alumínio, cálcio, sódio, lítio e bário. As graxas são utilizadas onde o uso de óleos não é recomendado e nos seguintes casos:
Baixas velocidade e pressões elevadas;•
Folgas muito grande;•
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
231
Sistemas sujeitos a choques e trepidação;•
Selagem de sistemas sujeitos a contaminação;•
Locais onde se deseja uma película resistente e permanente.•
atenÇÃo
As graxas também passam por ensaios físicos padronizados. A consistência ou penetração é a característica da graxa em resistir à deformação plástica. É a propriedade mais importante das graxas, podendo ser comparada à viscosidade dos óleos.
Vantagens sobre o óleo:
Instalação mais fácil;•
Instalação menos dispendiosa;•
Requer menos espaço na caixa de mancal;•
Melhor aderência;•
Melhor proteção contra umidade e contaminantes.•
Formas de aplicação:
Manual;•
Bomba de graxa;•
Para maioria das aplicações de rolamentos, utiliza-se graxa de • sabão de lítio.
RESERVADO
232
Alta Competência
8.2. Aditivos
Aditivos são substâncias que entram na formulação de óleos e graxas para conferir-lhes certas propriedades. A presença de aditivos em lubrificantes tem os objetivos de proteger o óleo contra envelhecimento, acidez, espuma, congelamento e resistência à temperatura. Além disso, os aditivos proporcionam proteção ao equipamento contra o desgaste, corrosão, sujeira, contaminações e aquecimento.
Vejamos alguns tipos de aditivos usados:
AntioxidantesAumentam a resistência dos óleos à oxidação, quando expostos ao ar. À altas temperaturas a oxidação ocorre rapidamente, formando contaminantes ácidos.
Antiferrugem Protege peças metálicas da ação da umidade.
AnticorrosivosFormam uma película protetora sobre as superfícies metálicas, protegendo-as da ação dos contaminantes ácidos.
AntidesgasteReagem com o material formando compostos que agem como lubrificante sólido, reduzindo o desgaste. Muito importante para reduzir desgaste na partida do equipamento.
Dispersantes/detergentes
Dispersam partículas de contaminantes no óleo, evitando entupimentos e depósitos em peças.
Melhorador do índice de viscosidade
Reduzem a variação da viscosidade com a temperatura.
Abaixadores de ponto de fluidez
Indicados para baixas temperaturas.
Agentes de adesividade
Aumentam a oleosidade sem elevar demasiadamente a viscosidade.
Extrema pressãoFornecem ao óleo a característica de evitar o contato entre as superfícies em movimento, sob condições de altas pressões, mesmo após rompimento da película de lubrificante.
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
233
Óleolubrificante
Óleo básicos Aditivos= +
Formulação do óleo lubrificante
A Viscosidade do óleo lubrificante é responsável pela espessura do filme lubrificante e possuem as seguintes características:
Inversamente proporcional à temperatura;•
Sempre deve ser reportada em relação a uma temperatura;•
Unidade usual SI: cSt (mm• 2/s) – viscosímetro cinemático.
8.3. Tipos de lubrificação
A lubrificação adequada em uma bomba é crítica para o funcionamento e para a longevidade dos componentes. Pontos-chave para a obtenção de uma lubrificação apropriada incluem fundamentos de lubrificação, como a bomba foi desenvolvida para fornecer lubrificante ao rolamento e o ambiente ao redor.
8.3.1. Lubrificação por nível de óleo
O óleo é colocado na caixa de mancal até o nível atingir a metade ou 1/3 da esfera ou rolo inferior do rolamento, conforme mostra a ilustração anterior.
RESERVADO
234
Alta Competência
d
1/2d
Nível de óleo
1/3d
Nível de óleo na caixa de mancal Visor de nível instalado na caixa de mancal
O óleo é colocado na caixa de mancal até o nível atingir a metade ou 1/3 da esfera ou rolo inferior do rolamento, conforme mostra a ilustração anterior.
Nível de óleo
Engrenagem
Copo nivelador(reservatório de óleo)
Detalhe do nível do óleo e copo nivelador
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
235
É importante que se mantenha o nível de óleo na po-sição correta, pois o nível elevado provocará aqueci-mento e formação de espuma enquanto que o nível baixo proporcionará uma lubrificação deficiente e desgaste prematuro.
Por isso instala-se nas caixas de mancais um visor de nível e um dispositivo chamado ”copo nivelador”. Trata-se de um copo cheio de óleo em comunicação com o reservatório de óleo com a finalidade de man-ter o nível constante.
Importante!
8.3.2. Lubrificação forçada
É usada geralmente com mancais de deslizamento. O sistema de lubrificação forçada é constituído principalmente por:
Um reservatório de óleo;•
Bombas de lubrificação: a bomba principal normalmente • está acoplada ao eixo da bomba e uma bomba reserva com acionamento independente (normalmente acionada por motor elétrico);
Trocador de calor utilizado para remoção de calor do óleo • lubrificante. (em alguns sistemas existem trocador de calor reserva.);
Filtros de óleo;•
Válvulas reguladoras de pressão de fornecimento de óleo;•
Válvulas de alivio de pressão para segurança do • equipamento;
RESERVADO
236
Alta Competência
Instrumentos (indicadores de pressão, temperatura, vazão, • pressão diferencial);
Alarmes e/ou cortes para proteção. •
Retorno de óleo Tanque
Bomba
Filtro
Óleo p/mancais
Resfriadorde óleo
Exemplo de um circuito de lubrificação forçada
A bomba principal de óleo aspira óleo do tanque (reservatório) e envia-o com pressão aos pontos de lubrificação. Neste caminho o óleo é resfriado até a temperatura adequada de lubrificação e filtrado. A pressão de óleo para os mancais é controlada através de uma válvula reguladora de pressão que a mantém em torno de 1 a 2 kgf/cm2.
8.3.3. Lubrificação por anel pescador
Anel pescador Detalhe do anel pescador
E
3
2
1
OIL LEVEL
5
Um anel de diâmetro maior que o eixo fica apoiado sobre o mesmo e com a parte inferior mergulhado no óleo. Com o eixo em rotação, o anel é arrastado de forma a girar com velocidade menor que a do eixo. Este movimento produz o arraste do óleo do reservatório para o mancal.
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
237
8.3.4. Lubrificação por salpico
Na lubrificação por salpico, no lugar do anel pescador é instalado um anel que é fixado ao eixo e fica parcialmente imerso no óleo. Quando o eixo gira, o anel gira com ele, na mesma velocidade, provocando o salpico do óleo em toda caixa do mancal.
Sect
ion
a -
a
Sect
ion
b -
b
Bear
ing
fram
eto
p vi
ew
A
BB
F
G
7
4
6
G
A
Oil
colle
ctor
E 4
4F
Detalhe do anel salpicador
8.3.5. Lubrificação com graxa
O método de aplicação mais usual é através da pistola graxeira.
Pistola graxeira
RESERVADO
238
Alta Competência
Nunca se deve encher completamente a caixa de mancal com graxa além dos 2/3 do volume da caixa, pois o excesso de graxa produzirá superaquecimento e deterioração do produto. O espaço deixado na caixa de mancal serve para a graxa se expandir e se movimentar pelos elementos rolantes do mancal.
Durante a lubrificação, abra o dreno da caixa de mancais e certifique-se de que está ocorrendo a saída da graxa velha.
8.3.6. Lubrificação por névoa de óleo
Pode ser definida como um tipo de processo de lubrificação centralizada que utiliza “nuvem” de óleo.
O vapor de óleo é formado quando o ar comprimido passa por um orifício, reduzindo a pressão. Isso faz o óleo ser extraído de um reservatório e ir para um fluxo de ar. O vapor resultante é distribuído através de linhas de alimentação para vários pontos de aplicação.
Ar seco, filtradoe preaquecido
Nível de óleo
Defletor
Névoa dedefletor
Câmara de vortex
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
239
Coletor de óleo
Injetores de óleo
Caixa do mancal ondeo óleo é pulverizado
8.4. Cuidados na lubrificação
Para termos uma idéia da importância da lubrificação, segundo um grande fabricante de rolamentos as grandes parte das falhas em equipamentos são causados por deficiência de lubrificação. Cerca de 50% dos rolamentos falham por deficiência de lubrificação e aproximadamente 25% dos custos de manutenção estão associados a falhas de lubrificação.
Além disso, as falhas causadas por falta de lubrificação, normalmente são bastante aceleradas, gerando perdas de produção e manutenção em caráter de emergência (alto custo), os custos dos lubrificantes correspondem apenas a aproximadamente 2% do custo total da manutenção e sempre existe uma maneira de se aumentar o tempo médio entre falhas de um equipamento através de melhoramentos na sua lubrificação.
As principais causas de falhas em rolamentos são a presença de contaminantes no lubrificante como: sujeira, água e vapor condensado.
RESERVADO
240
Alta Competência
Oxidação do rolamento por presença de água no óleo
% de Água no Óleo Mineral Básico
Redução vida do rolamento por fadiga
0,002 % 48 %
6 % 83 %
25ppm = 0.0025%100ppm = 0.010%1000ppm = 0.10%2500ppm = 0.25%5000ppm = 0.50%
250%
200%
150%
% O
f ra
ted
bear
ing
life
Ppm water in oil(based on 100% life at 100 ppm water in oil)
100%
50%
0%0 500 1.000 1.500 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.0002.000
Redução da vida do rolamento devido teor de água no óleo
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
241
1) A necessidade de lubrificar peças e equipamentos faz parte do sen-so comum. Agora, a partir do que você estudou, elabore um conceito de lubrificação.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) A seguir você encontra um quadro-resumo sobre tipos de lubrifica-ção, com algumas lacunas. Complete-as a partir do que você estudou:
Tipos de lubrificação
Características Aplicabilidade Vantagens
Óleos lubrificantes
Graxas
Lubrificantes sólidos
.
8.5. Exercícios
RESERVADO
242
Alta Competência
Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito de forças de natureza mecânica.
Ensaio físico - teste para o controle da qualidade do produto e que serve como parâmetro para os usuários.
8.6. Glossário
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
243
JUNIOR SILVA, Achilles. Material de Treinamento da UN-BC/ENGP/EMI treinamento do curso de formação de engenheiros de equipamentos / Elétrica. 2007.
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
8.7. Bibliografia
RESERVADO
244
Alta Competência
1) A necessidade de lubrificar peças e equipamentos faz parte do senso comum. Agora, a partir do que você estudou, elabore um conceito de lubrificação.
Lubrificação é uma operação que consiste em introduzir uma substância apropriada, em geral óleo ou graxa, entre superfícies sólidas que estejam em contato entre si e que executam movimentos relativos.
2) A seguir você encontra um quadro-resumo sobre tipos de lubrificação, com algumas lacunas. Complete-as a partir do que você estudou:
Tipos de lubrificação
Características Aplicabilidade Vantagens
Óleos lubrificantes
• Viscosidade é a propriedade mais importante.
• Apresentam maior penetração: o óleo pode fluir por gravidade ou ser vaporizado numa nuvem, fazendo dos métodos de lubrificação por névoa e do tipo ar-óleo os mais eficientes;
• Proporcionam melhor refrigeração.
Graxas
• São compostos lubrificantes semi-sólidos, mistura de óleo, aditivos e agentes engrossantes chamados sabões metálicos, à base de alumínio, cálcio, sódio, lítio e bário;
• Consistência ou penetração é a propriedade mais importante.
Principalmente nas seguintes situações:
• Baixas velocidades e pressões elevadas;
• Folgas muito grandes;
• Sistemas sujeitos a choques e trepidação;
Selagem de sistemas sujeitos a contaminação;
• Locais onde se deseja uma película resistente e permanente.
• Instalação mais fácil que o óleo;
Instalação menos dispendiosa;
• Requerem menos espaço na caixa de mancal;
• Melhor aderência;
Melhor proteção contra umidade e contaminantes.
8.8. Gabarito
RESERVADO
Capítulo 8. Lubrificação
245
Tipos de lubrificação
Características Aplicabilidade Vantagens
Lubrificantes sólidos
• Baixa resistência ao cisalhamento;
• Estabilidade em temperaturas elevadas;
• Elevado limite de elasticidade;
• Alto índice de transmissão de calor;
• Alto índice de adesividade;
Ausência de impurezas abrasivas.
Principalmente em partes submetidas a:
• Altas pressões temperaturas elevadas;
• Cargas intermitentes
• Meios agressivos, comuns em refinarias de petróleo e indústrias químicas e petroquímicas.
RESERVADO
RESERVADO
Cap
ítu
lo 9
Proteções de bombas
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar as principais variáveis a serem controladas e suas funções na proteção de bombas.
RESERVADO
248
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
249
9. Proteções de bombas
Existem sistemas de proteção que promovem a parada automática da bomba que devem atuar somente quando as variáveis monitoradas atingirem valores acima daqueles definidos, o que,
em ultima analise, exporia o equipamento, pessoas e a unidade de produção a danos potenciais. Para as bombas centrífugas, de modo geral, as principais proteções utilizadas na garantia da integridade das instalações e das pessoas envolvidas nas atividades industriais estão relacionadas a:
Vazão;•
Pressão;•
Temperatura;•
Parâmetros elétricos;•
Vibração.•
9.1. Vazão
O controle de vazão bomba é de fundamental importância para o bom desempenho do equipamento face aos problemas hidráulicos impostos ao mesmo em decorrência da sua operação fora dos limites recomendados por norma.
Problemas relacionados à baixa vazão ocorrem quando as bombas operam continuamente ou repetidamente em ciclos dentro da região de vazão significativamente abaixo do ponto melhor eficiência (BEP), por exemplo, 50% do BEP. Nesta região, os componentes da bomba e do sistema têm seu desempenho adversamente afetado. Os problemas relacionados à baixa vazão são os piores enfrentados pelas bombas de alta densidade de energia (segundo American Petroleum Institute, bombas com mais de 200 m de head e 225 kW por estágio), bombas que trabalham com fluido quente, com partículas sólidas e gases dissolvidos no liquido.
RESERVADO
250
Alta Competência
Assim, um dos principais problemas encontrados é a garantia de que a bomba venha operar acima da vazão mínima. Entende-se como vazão mínima de uma bomba centrífuga a mais baixa vazão entregue pela bomba ao sistema, de forma contínua, sem que a mesma sofra algum tipo de dano.
Um dos sistemas de proteção contra baixa vazão é o sistema continuo de by-pass ou recirculação contínua. Este sistema fornece uma vazão de recirculação continua ou by-pass independente da demanda do processo. A ilustração a seguir ilustra um sistema simples de recirculação contínua.
Reservatóriode
sucção
Tubulação de sucção
Bomba
Tubulação dedescarga
Válvula de retenção
Orifícfiocalibrado
Processo
Sistema de recirculação contínua
A ilustração mostra uma linha de by-pass derivando da descarga da bomba contendo um orifício de restrição (OR) ou orifício calibrado, dimensionado para uma dada vazão (vazão mínima da bomba). A linha de by-pass descarrega para o interior do vaso de sucção da bomba, que está a uma pressão mais baixa que descarga da bomba. O inconveniente desta solução é que obriga um superdimensionamento da bomba e do motor, pois ocorre uma recirculação pelo by-pass, mesmo em condições normais, quando a vazão demandada pelo processo já seria suficiente para manter a bomba em uma condição segura com relação à vazão mínima.
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
251
Outro sistema de proteção contra baixa vazão é o sistema de recirculação automático que controla a vazão de recirculação em função da vazão de demanda do processo. A soma da vazão de processo e da recirculação sempre excederá a vazão mínima especificada pelo fabricante da bomba. Neste sistema dois elementos são fundamentais: controlador de vazão para o processo e a válvula de controle de vazão de recirculação.
Processo
Controlador de vazão
Válvula de controle
OR - Orifício de restrição
Sistema de recirculação automático
Uma derivação deste sistema utiliza uma única válvula, chamada de ARC Valve – Válvula de Controle Automático de Recirculação que é instalada na descarga e que reúne em uma só estrutura o medidor de vazão, válvula de retenção, válvula controladora de vazão e orifício de redução de pressão. Durante a operação com vazão reduzida, a válvula de vazão mínima abre um by-pass, protegendo desta maneira a bomba. Durante a operação normal, sempre que a vazão for maior que a mínima, linha de by-pass permanece fechada.
RESERVADO
252
Alta Competência
3
2
1
Descarga
Sucção
BombaP/ vaso de sucção
1 - Válvula de recirculaçãoautomática;2 - Válvula de retenção;3/4 - Válvulas controladoras de vazão.
Motor
1
2
3 3
4
PI
Fluxograma de uma instalação com válvulas de controle de vazão
A ilustração anterior apresenta um sistema de proteção contra vazão baixa utilizando uma válvula de recirculação automática. Já a ilustração a seguir mostra detalhes dos internos da válvula de controle de recirculação automática.
Guia
Disco
Válvula de controle de vazão
Válvula redutora de pressão
Internos da válvula de recirculação automática
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
253
9.2. Pressão
O controle e a monitoração da pressão nas bombas são de fundamental importância para o bom desempenho do equipamento face aos danos impostos ao mesmo em decorrência da sua operação fora dos limites recomendados.
Para bombas de deslocamento positivo, alem de um pressostato e/ou um transmissor de pressão que desligará a bomba ao atingir o limite máximo definido no projeto, é necessário por norma, uma PSV (válvula de segurança) calibrada para abrir acima dos valores dos pressostatos, entretanto abaixo da pressão definida pelo fabricante do equiipamento como a máxima permissível. Como sabemos, ao operararmos uma bomba de deslocamento positivo com a válvula de descarga fechada poderiamos causar uma grande avaria à bomba ou ao sistema ou às pessoas.
Tanto para bombas centrifugas como para bombas de deslocamento positivo o monitoramento da pressão de sucção, bem como a pressão diferencial no filtro de sucção, são vairaveis que devem ser consideradas no sistema de proteção do equipamento. Desvios desses parâmetros fora de limites estabelecidos pelo operador e fabricante podem levar a bomba à cavitação, aquecimento e um provável travamento entre as partes móveis e estacionárias. Outro parâmetro que pode ser introduzido no sistema de proteção é o diferencial de pressão entre a descarga e sucção. O aumento no diferencial indica que a bomba centrífuga esta perto da sua pressão de shut off ou operando abaixo da vazão mínima. Esta informação alerta o operador a tomar providencias com relação a este desvio. Da mesma forma um diferencial muito baixo pode indicar um aumento de vazão que pode estar relacionado com um vazamento na linha , abertura indevida de válvula etc. O transmissor de pressão da descarga também pode indicar em uma situação estática, bomba parada, se a mesma esta pressurizada ou não. Muitas vezes o vazamento de válvulas de retenção na descarga das bombas submetem-nas à pressão descarga das bombas que continuam operando em paralelo. Nesta situação a bomba parada e com a sucção eventualmente fechada é pressurizada, o que pode acarretar danos ao sistema de selagem, à integridade de componentes do lado de sucção e numa possível operação do conjunto girante no sentido inverso. Este último pode ocorrer no momento de uma próxima partida da bomba, quando ao abrir a válvula de sucção,
RESERVADO
254
Alta Competência
ao depender no nível de vazamento da válvula de retenção, a pressão de descarga do ramal de descarga das bombas levaria a bomba a trabalhar como uma “turbina” impondo uma rotação contraria ao sentido normal de operação. Na ocorrência deste fato a falha atingiria grandes proporções nos mancais de bombas que possuem sistema de lubrificação forçada, pois os mesmos, normalmente, não estariam operando nesta situação.
Na ilustração a seguir é possível observar uma unidade de lubrificação forçada (ULF), típica de bombas de grande porte. Neste sistema a indicação, controle e monitoramento de algumas variáveis de pressão são de fundamental importância.
Pressostato de pressão muito baixa
Pressão de alimentaçãodos mancais
Indicadorde pressãodiferencial
Válvula de controlede temperatura
Trocador de calor
Moto-bomba
Pressão descargadas bombas
Indicador de temperatura
Indicador de fluxo
Visor de Nível
Indicador de temperatura
Carter
TI
b
a
Pressostato de pressãobaixa
FI
Filtrosde óleo
PSLL PSLPI
PSV
PI
PDI
TI
PSV
Bomba
a) Alta pressão diferencial dos filtros de óleob) Pressão baixa de óleo de alimentação dos mancais
TI
Esquema simplificado de uma unidade de lubrificação forçada (ULF)
Normalmente os itens a, b são dotados de alarme a fim de fornecer uma indicação sonora de que a variável está fora dos limites ótimos de operação antes de parar a maquina ao atingirem os níveis de desligamento.
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
255
9.3. Temperatura
Algumas bombas, como as de cavidades progressivas, são dotadas de sistemas de proteção contra trabalho a seco através do controle de temperatura do estator. Neste caso, o sensor de temperatura é instalado de forma a medir a temperatura do estator. Nas situações onde a temperatura medida atinge o valor pré-determinado como valor limite de segurança de operação do estator, ocorre o desarme do motor evitando assim o sobreaquecimento e conseqüentemente danos ao estator.
Na ilustração a seguir podemos ver um elemento sensor de temperatura instalado no estator de uma bomba de cavidades progressivas bem como detalhes da degradação e extensão do dano provocado ao estator pela exposição à temperatura elevada.
Sensor de temperatura do estator em uma BCP
Degradação do estator por excesso de temperatura
RESERVADO
256
Alta Competência
Em uma bomba centrífuga apenas uma parte da energia entregue ao eixo é convertida em energia hidráulica. Parte dela é entregue ao fluido na forma de calor devido às fricções internas. Esta perda de energia depende muito da vazão da bomba.
Quanto menor a vazão, menor será a eficiência da bomba e conseqüentemente maior será a parcela de energia convertida em calor. Assim para evitar o superaquecimento e a possibilidade de vaporização do líquido bombeado no interior da bomba, uma quantidade mínima de vazão, chamada de “vazão mínima” deve ser garantida. Neste caso, a vazão mínima esta relacionada aos efeitos térmicos. Como vimos anteriormente existem sistemas de proteção específicos que garantem a operação da bomba com vazões acima da mínima.
Existem sistemas de proteção que promovem a parada automática da bomba que são fornecidos como back-up dos sistemas de controle. Eles devem atuar quando houver uma falha do sistema de controle de recirculação ou mesmo devido ao fechamento acidental da válvula de descarga ou sucção da bomba.
O sistema de proteção contra temperatura elevada basicamente é compreendido por sensores de temperatura instalados na carcaça ou próximo a descarga da bomba e que através de circuitos eletrônicos de medição contínua de temperatura, mede a temperatura nestes locais e comparando-as com uma temperatura pré-determinada, ativa um circuito de alarmes e de interrupção do funcionamento da bomba.
Bocal dedescarga
Flange desucção
Sensores detemperatura
Sensores detemperatura
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
257
Outra proteção de grande importância esta relacionada às temperaturas dos mancais das bombas , motores eletricos e do óleo lubrificante. Esses limites são definidos em normas ou pelo fabricante. É importante que os operadores conheçam esses limites e fiquem atentos aos desvios. A calibração periódica dos sensores e transmissores de temperatura devem ser rigorosamente respeitada e a correta instalação deve ser feita, pois uma falha de mancal por alta temperatura pode ocasionar acidentes de grandes proporções.
Efeito da falta de atuação do transmissor de temperatura.
Falta de atuação do transmissor de temperatura e conseqüente falha por superaquecimento no mancal do lado não acoplado do motor elétrico de uma bomba de transferência de petróleo.
9.4. Elétrica
Em alguns casos, durante a partida de uma bomba centrífuga, o head desenvolvido, bem como o torque requerido, atinge valores mais altos do que aqueles observados na vazão nominal. Esta situação não ocorre em bombas de fluxo radial e em algumas de fluxo misto, pois o head de shut-off nesses casos variam de 110% a 140% do head nominal. Já algumas bombas de fluxo misto e todas de fluxo axial possuem head e torque de shut-off bem mais alto que o nominal. Neste caso atenção especial deve ser dada durante a partida dos equipamentos. As curvas a seguir ilustram as situações anteriormente mencionadas.
RESERVADO
258
Alta Competência
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Curvas caracteristicas - head x vazão
0
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Bombas de fluxo axial Bombas de fluxo radial
% H
ead
no
min
al
% Vazão nominal
Curvas caracteristicas - potencia x vazão
% P
ote
nci
a n
om
inal
% Vazão nominalBombas de fluxo radialBombas de fluxo axial
O gráfico a seguir ilustra a variação do torque de uma bomba centrifuga radial, que representa a maioria das bombas nos processos de refino e bombeamento de petróleo nas regiões de produção, em função da sua rotação para a situação em que temos a válvula de descarga fechada, ou seja, partida em shut-off. Observa-se que o torque de partida não é zero em função do atrito estático existente nos mancais, no sistema de selagem e em função do próprio fluido de processo. Este atrito é maior do que o atrito dinâmico existente na faixa dos 10% da rotação nominal. O gráfico também mostra a curva de torque x rotação típica de um motor de indução usual na indústria do petróleo.
Motor torque
Torque da bomba
220
200
160
140
120
100
80
60
40
20
00 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% t
orq
ue
% rotação nominal
Primeiramente, notamos que a diferença entre a curva de torque do motor e a curva de torque da bomba é o excesso de torque disponibilizado pelo motor a fim de promover a aceleração da bomba do repouso até a rotação nominal.
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
259
Percebemos que as bombas radiais requerem menos potência e torque no shut-off do que na condição nominal e usualmente devem ser colocadas em operação com a válvula de descarga bloqueada. Diferentemente, as bombas axiais requerem mais potência e torque no shut-off do que na condição nominal e normalmente não são colocadas em operação com a válvula de descarga fechada, pois exigirão acionadores de maior potência e mais caros. Além disso, estas bombas produzirão elevada pressão na descarga da bomba.
Para o acionamento de bombas de deslocamento positivo (rotativas e alternativas) é necessária uma melhor avaliação dos transientes de partida pelo ponto de vista das cargas impostas pelo sistema ao equipamento. Sabe-se que o torque na bomba depende diretamente do diferencial de pressão entre descarga e sucção e praticamente independe da rotação. Logo em função das condições estáticas do sistema, o motor poderá ser submetido a condições criticas que devem ser consideradas no seu dimensionamento. Paralelamente, dispositivos de alívio (ex.: válvula de reciclo) podem ser previstos para auxiliar nas situações de partida do sistema.
No contexto operacional as proteções elétricas para as bombas são efetivadas por dispositivos elétricos / eletrônicos que monitoram constantemente, por exemplo, os níveis de tensão, corrente, temperatura dos enrolamentos do motor etc. Os limites operacionais são definidos pelo fabricante do motor e ao atingi-los, ações de alarme e / ou desligamento da máquina são tomadas.
9.5. Vibração
A monitoração e a análise da vibração apresentada pela bomba é uma excelente ferramenta para avaliar o estado da bomba e também para identificar qual o tipo de defeito existente, tais como:
Desbalanceamento;•
Desalinhamento;•
Falha de mancal;•
Problemas hidráulicos.•
RESERVADO
260
Alta Competência
De maneira elementar, vibração pode ser definida como sendo um movimento periódico, ou seja, que se repete em todas as suas particularidades, após certo intervalo de tempo denominado período. Ela é causada por uma força perturbadora podendo, no caso de máquinas, agir como fatores atenuantes o peso, a rigidez e a capacidade de amortecimento. Quanto menor a vibração de uma bomba, maior a probabilidade de termos campanhas prolongadas.
Normalmente se monitora os seguintes parâmetros de vibração:
Deslocamento;•
Velocidade;•
Aceleração.•
Os instrumentos utilizados para medição de vibração vão desde sensores sísmicos portáteis, usualmente capazes de medir velocidade e por integração, a amplitude de vibração, até equipamentos sofisticados como analisador de tempo real. Naturalmente equipamentos com maiores recursos são mais necessários para máquinas de grande porte, complexidade e importância. Vejamos os instrumentos mais encontrados:
Sensor sísmico ou de velocidade •
Muito usado como instrumento portátil. Seu princípio de funcionamento baseia-se em gerar uma tensão proporcional à velocidade de vibração do movimento relativo entre um imã permanente e uma bobina fixa a superfície vibrante.
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
261
Bobina
Conector
Carcaça
Mola
Imãpermanente
Fluidoamortecedor
Sensor de velocidade
Faixa de uso10 a 1500Hz
Acelerômetro•
É o sensor mais usado atualmente. Os valores podem ser integrados para fornecer a vibração sob a forma de velocidade. Neste caso a tensão elétrica é proporcional à aceleração a que é submetida a pilha de cristais piezoelétricos.
Acelerômetro de compressão
Acelerômetro de cizalhamento
Conector
Conector
Cizalhamento
Compressão
0
0
0
+
+
+
+
-
-
-
-
0
Carcaça
Carcaça
Massa
Massa
Mola
Cristalpiezoelétrico
Cristalpiezoelétrico
RESERVADO
262
Alta Competência
Sensor de não-contato (• proximitors)
Tem seu funcionamento baseado nas perdas de corrente absorvidas por um metal em função da distancia entre o sensor e o alvo de medição. Usado somente em bombas muito importantes e de mancal de deslizamento. Uma das principais aplicações é a medição da posição relativa do eixo.
Oscilador/Demodulador(proximitor)
+ 24 V DC
Output
Common
Cabo deextensão
Sensor
Campomagnético
Superfíciemetálica
Sensores de não-contato do mancal de uma bomba de injeção de água
Os analisadores de tempo real são os mais sofisticados instrumentos e conseqüentemente os mais onerosos. Neste caso, obtém-se uma figura bidimensional que permite visualizar a amplitude de vibração versus a freqüência predominante ao longo do tempo.
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
263
Amplitude
0
Domínio do tempo
Domínio da frequência
Espectro de vibração - amplitude versus freqüência
De uma forma geral procura-se instalar os sensores de vibração o mais próximo possível dos mancais onde as respostas dinâmicas da maquina permitem uma melhor avaliação das condições do equipamento. Por exemplo, em maçais de rolamento as medições permitem inferir sobre defeitos incipientes e a evolução dos mesmos ao longo do tempo.
Vejamos na ilustração a seguir, exemplos de locais de medição de vibração em uma dada bomba horizontal.
HH
H
H
H
V
V
V
V
A
A
V
A
Onde:
A - Axial (direção paralela ao eixo da bomba);
V - Vertical (perpendicular ao eixo da bomba);
H - Horizontal (perpendicular ao eixo da bomba)
Bombas horizontais - locais de medição de vibração
A medida com proximitors é bastante usada para máquinas de grande porte. Normalmente a máquina é permanentemente monitorada. A partir do tratamento dos sinais as condições dos mancais podem ser avaliadas.
RESERVADO
264
Alta Competência
Os valores das variáveis indicativas de vibração são informações valiosas para um diagnóstico da condição de uma bomba. A experiência acumulada pelos fabricantes de bombas e mancais levou a estabelecer correlações entre alguns tipos de falhas, suas possíveis causas e as respectivas freqüências de vibração.
Para que seja efetivo o acompanhamento das condições da máquina, as ações dele decorrentes devem ser pautadas na coleta de vibrações e analise. Nesta ultima toda a experiência acumulada dos técnicos, bem como os critérios de severidade e correlações entre vibrações e possíveis causas só surtirão efeito com a sistematização de coleta e gerenciamento dos dados. Em algumas máquinas este acompanhamento, como já dissemos, é permanente, mas em bombas isto não é usual; entretanto, um acompanhamento periódico, por exemplo, mensal, deve ser realizado para observarmos valores atuais, bem como a sua evolução ao longo do tempo e após ações de reparo.
Em termos de proteção, os níveis de vibração de um equipamento podem ser monitorados para alarmar oU desligar a maquina em função de limites preestabelecidos. Em uma bomba centrifuga, por exemplo, a vibração em níveis elevados pode ocasionar avarias de grandes proporções. A seguir podemos listar alguns exemplos de problemas que são detectados por sensores de vibração.
Perda de material ou quebra de parte do impelidor;•
Entrada de corpo estranho pela sucção e alojamento do mesmo nas • partes internas do impelidor;
Falha súbita de mancal com posterior desalinhamento entre motor • e bomba;
Quebra de parte da ventoinha do motor elétrico;•
Cavitação em bombas de grande porte.•
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
265
1) Correlacione os controles de variáveis da coluna da esquerda com suas respectivas funções de proteção de bombas, na coluna da direita:
A - Controle de vazão
B - Controle de pressão
C - Controle de temperatura
D - Controle elétrico
E - Controle de vibração
( ) As pressões de sucção, de descarga e, em bombas de grande porte dotadas de dispositivos de balanceamento hidráuli-co, a pressão de balanceamento devem ser monitoradas a para antever e evitar a falha prematura da bomba.
( ) Os motores para acionamento de bombas, deverão ser pro-jetados para que seu torque de partida permaneça acima da curva de torque da máquina acionada, no caso de liga-ção direta ou estrela-triângulo, mesmo durante uma que-da momentânea de tensão para 80% da tensão nominal.
( ) Para evitar o superaquecimento e a possibilidade de vapo-rização do líquido bombeado no interior da bomba, uma quantidade mínima de vazão, chamada de “vazão míni-ma” deve ser garantida.
( ) Excelente ferramenta para manutenção preditiva, moni-toração e análise de problemas como desbalanceamento, desalinhamento, falha do rolamento e roçamento, entre outros, em bombas.
( ) Visa garantir que a bomba venha operar acima da vazão mínima.
9.6. Exercícios
RESERVADO
266
Alta Competência
BEP - ponto de trabalho no qual uma bomba desempenha sua função com maior eficiência.
Estator - camisa de vedação da bomba de cavidade progressiva.
Head - altura manométrica total do sistema.
Impelidor - também chamado de rotor. Constitui de um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor, é capaz de impulsionar um líquido;
OR - orifício de restrição
Shut-off - altura desenvolvida correspondente à vazão "ø".
Torque - força que tende a rodar ou virar objetos.
ULF - Unidade de Lubrificação Forçada.
9.7. Glossário
RESERVADO
Capítulo 9. Proteções de bombas
267
JUNIOR SILVA, Achilles. Material de Treinamento da UN-BC/ENGP/EMI treinamento do curso de formação de engenheiros de equipamentos / Elétrica. 2007.
KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio; BARONI, Tarcísio. Gestão Estratégica e Técnicas Preditivas. ABRAMAN – Qualitymark Rio de Janeiro. 2002
MACKAY, Ross. The Pratical Pumping Handbook. Elsevier Advanced Technology. 2004
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
SILVA, Marcos Antonio da. Manual de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas S/A. 4ª ed. 2001
MESSINA J.P. PUMP SYSTEMS. Pump Handbook. 3ª edição. Ed. MacGran Hill.2001
9.8. Bibliografia
RESERVADO
268
Alta Competência
1) Correlacione os controles de variáveis da coluna da esquerda com suas respectivas funções de proteção de bombas, na coluna da direita:
A - Controle de vazão
B - Controle de pressão
C - Controle de temperatura
D - Controle elétrico
E - Controle de vibração
( B ) As pressões de sucção, de descarga e, em bombas de grande porte dotadas de dispositivos de balanceamento hidráulico, a pressão de balanceamento devem ser monitoradas a para antever e evitar a falha prematura da bomba.
( D ) Os motores para acionamento de bombas, deverão ser projetados para que seu torque de partida permaneça acima da curva de torque da máquina acionada, no caso de ligação direta ou estrela-triângulo, mesmo durante uma queda momentânea de tensão para 80% da tensão nominal.
( C ) Para evitar o superaquecimento e a possibilidade de vaporização do líquido bombeado no interior da bomba, uma quantidade mínima de vazão, chamada de “vazão mínima” deve ser garantida.
( E ) Excelente ferramenta para manutenção preditiva, monitoração e análise de problemas como desbalanceamento, desalinhamento, falha do rolamento e roçamento, entre outros, em bombas.
( A ) Visa garantir que a bomba venha operar acima da vazão mínima.
9.9. Gabarito
RESERVADO
Cap
ítu
lo 1
0
Problemas e possíveis causas
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar os cuidados necessários ao procedimento de escorva das bombas;
• Identificar os principais cuidados para efetuar a partida em uma bomba;
• Identificar os cuidados necessários para efetuar a parada de uma bomba.
RESERVADO
270
Alta Competência
RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas
271
10. Problemas e possíveis causas
Os procedimentos aplicáveis a operação e manutenção de determinada bomba são fornecidos pelos seus fabricantes. Entretanto, objetivando fornecer aos operadores uma visão
geral sobre alguns aspectos relevantes à operação das bombas, falaremos sobre procedimentos de escorva, partida e parada bem como sugestões de itens a serem inspecionados durante as inspeções diárias da operação.
Além disso, é importante ressaltar que um adequado trabalho de diagnose depende, fundamentalmente, de informações que permitam correlacionar o sintoma apresentado às suas causas. Dentro deste raciocínio informações relacionadas a esta investigação serão disponibilizadas através da correlação de sintomas versus possíveis causas.
10.1. Escorva
As bombas centrífugas, embora possam succionar o fluido de um nível inferior ao seu bocal de sucção, necessitam serem inicialmente escorvadas. Entende-se por escorva um processo de preparação da bomba para o seu funcionamento, no qual o ar ou gases contidos no seu interior e na tubulação de sucção são extraídos e seu espaço é então ocupado pelo líquido a ser bombeado.
Portanto, antes de começar a operar, a bomba, bem como a tubulação de sucção, devem estar cheias de líquido.
10.2. Procedimentos de partida
Os passos necessários para a partida de uma bomba dependem do seu tipo. Assim sendo, os passos considerados como importantes em determinado conjunto sistema/bomba podem ser desnecessários em outro. Desta forma, a seqüência de procedimentos descritos a seguir deve ser considerada apenas como orientação. Em cada caso deve ser cuidadosamente observado o manual do fabricante da bomba. Vejamos os procedimentos gerais:
RESERVADO
272
Alta Competência
a) Inspeção preliminar da bomba, acionador, tubulações e unidade de lubrificação forçada observando principalmente:
Limpeza;•
Condições de segurança;•
Sentido de rotação;•
Nível de óleo e da unidade de lubrificação forçada;•
Alinhamento dos instrumentos;•
Alinhamento das válvulas.•
b) Fechar todos os drenos;
c) Restringir válvula de vent e abrir lentamente a válvula de sucção a fim de promover a escorva da bomba. Quando constatar a saída de líquido através da válvula de vent, a mesma deverá ser fechada e em seguida a válvula de sucção deverá ser aberta. A válvula de vent é utilizada para permitir que o ar ou gás contidos na bomba possam ser exauridos. Normalmente são instaladas na parte superior do equipamento visando a melhor eficiência na extração dos gases.
d) Por questões de saúde, segurança e meio ambiente, o líquido ventado deverá ser direcionado para local apropriado (tambor, vaso de drenagem etc) bem como atentar para o uso de máscaras de segurança apropriadas ao produto manipulado;
e) Confirmar o alinhamento da válvula de fluxo mínimo;
f) Fechar válvula de descarga. Lembrar que bombas axiais e algumas de fluxo misto partem com válvula de descarga aberta devido às características das suas curvas de performance;
g) Alinhar os sistemas de refrigeração para os mancais, caixa de selagem e sistema de lubrificação verificando a existência de vazamentos;
RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas
273
h) Colocar a unidade de lubrificação forçada para funcionar, verificando o fluxo para os mancais bem como a existência de vazamentos. Verificar o diferencial de pressão do filtro de óleo lubrificante;
i) Dar a partida no motor. Neste momento, por questões de segurança, é recomendável se afastar do conjunto rotativo;
j) Tão logo a bomba alcance a rotação nominal, abrir lentamente a válvula de descarga;
l) Observar a existência de possível vazamento através do sistema de selagem. O vazamento através dos selos mecânicos é praticamente imperceptível, para a nossa realidade, mas as gaxetas devem admitir um vazamento da ordem de 30 a 60 gotas por minuto para auxiliar a lubrificação.
m) Checar a temperatura dos mancais. De um modo geral não devem exceder a 65 ºC.
n) Observar a operação do sistema/bomba quanto a ruído, vibração, aquecimento, vazamentos nos sistemas periféricos ou qualquer outro comportamento anormal.
10.3. Procedimentos de parada
Assim como na partida, na parada de uma bomba alguns passos podem ser considerados importantes enquanto que em outro conjunto sistema/bomba podem ser desnecessários. De qualquer forma listaremos uma seqüência usual devendo sempre para os casos particulares consultar os procedimentos específicos. Vejamos os procedimentos gerais:
a) Certificar que a válvula de fluxo mínimo está alinhada;
b) Para as bombas com unidade de lubrificação forçada, confirmar se a bomba de pós-lubrificação, quando utilizada, está em automático a fim de garantir a lubrificação e refrigeração dos mancais da bomba após a parada da bomba principal;
RESERVADO
274
Alta Competência
c) Fechar lentamente a válvula de descarga. Este procedimento visa evitar fluxo no sentido contrário devido a uma possível passagem pela válvula de retenção e atenuar os problemas de golpe hidráulico sobre o sistema/bomba;
d) Parar o acionador;
e) Confirmar a entrada em operação da bomba de pós-lubrificação;
f) Observar a existência de possível vazamento através do sistema de selagem e sistema periféricos;
g) Caso haja, abrir válvula de aquecimento;
h) Colocar a botoeira da bomba em automático caso a bomba venha operar como reserva automática (stand-by);
Caso a bomba venha ser liberada para manutenção, os procedimentos de bloquear (isolar),despressurizar, drenar e lavar a bomba deverão ser aplicados.
Nesta fase, cuidados com aspectos de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) deverão ser tomados a fim de garantir a liberação do equipamento com segurança para o homem quanto para o meio ambiente.
10.4. Itens de inspeção
A rigor, o número de itens e a periodicidade com que a bomba é inspecionada não são, e nem poderiam ser, parâmetros invariáveis, uma vez que esse critério depende do porte, tipo e importância da bomba. Os manuais dos fabricantes sugerem os itens bem como a periodicidade das atividades relacionadas à operação e à manutenção. Os itens a seguir devem ser observados pelos operadores durante as suas inspeções de área bem como aquelas obtidas na sala de controle:
RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas
275
Familiarizar com os níveis de alerta e desarme (trip) do conjunto • acionador/bomba;
Pressões de descarga e sucção;•
Vazão, caso possua medidor individual;•
Corrente do motor;•
Alterações de ruídos e vibrações;•
Vazamentos no sistema de selagem;•
Acompanhamento das temperaturas dos mancais;•
Leituras das pressões e temperaturas da unidade de lubrificação • forçada;
Acompanhamento dos níveis de vibração dos mancais;•
Verificação das condições e do nível de óleo dos mancais e da • unidade de lubrificação forçada.
10.5. Correlações entre sintomas versus possíveis causas
Os conhecimentos adquiridos pelos profissionais na área de bombas bem como a literatura é, felizmente, bastante vasta e, salvo pequenas exceções devido às particularidades de cada bomba e ou sistema, podemos correlacionar alguns problemas típicos encontrados, no dia-a-dia, das instalações de bombeamento e as suas possíveis causas.
Não é intenção desse conteúdo esgotar todas as falhas e suas respectivas causas, mas fornecer aos operadores uma trilha para que possam realizar uma análise preliminar das possíveis causas que estão comprometendo a performance do equipamento.
RESERVADO
276
Alta Competência
10.5.1. Sistema de engaxetamento vazando excessivamente
Tubulação de líquido de selagem obstruída;•
Líquido de selagem sujo ou com abrasivo, provocando erosão • do eixo ou luva;
Preme • gaxetas extremamente apertadas impedindo que as mesmas sejam lubrificadas;
• Gaxetas instaladas inadequadamente;
Eixo ou a luva do eixo gasta ou arranhada na região de • engaxetamento;
Incorreta utilização de • gaxetas para o serviço;
Folga excessiva no fundo da caixa de selagem permitindo que • as gaxetas sejam extrudadas para o interior da bomba.
10.5.2. Selo mecânico vazando
Selo mecânico trabalhou a seco;•
Abrasivos sólidos no líquido bombeado;•
Erro de montagem do selo;•
Eixo girando fora de centro devido a rolamentos gastos e • desalinhamento provocado pela tubulação;
Vibração excessiva.•
RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas
277
10.5.3. Problemas mecânicos nos mancais
Acúmulo de impurezas nos rolamentos;•
Contaminação do lubrificante devido a umidade ou água. • Atenção redobrada durante a liberação de serviço de limpeza da área utilizando jato de água;
Utilização de graxa ou óleo fora das especificações;•
Rolamentos com excesso de graxa ou óleo na caixa de • mancal;
Falta de lubrificação;•
Instalação inadequada dos mancais de rolamentos (montagem • com folga ou interferência excessiva);
Esforço radial excessivo em • volutas simples;
Esforço axial excessivo devido ao aumento das folgas entre • os dispositivos de balanceamento do empuxo axial, como conseqüência dos desgastes internos.
10.5.4. Bomba perde escorva após a partida
Bomba não • escorvada corretamente;
Bomba operando com a válvula de sucção fechada ou • parcialmente fechada;
Filtro de sucção entupido (verificar o diferencial de pressão do • filtro);
Bolsão de ar na linha de sucção;•
Quantidade excessiva de gás ou ar no líquido;•
Insuficiência de NPSH disponível;•
Ar entrando pela linha de sucção;•
Ar entrando pelas • gaxetas;
RESERVADO
278
Alta Competência
Formação de • vórtice no bocal de entrada da tubulação de sucção;
Obstrução na linha de sucção;•
• Impelidor parcialmente/totalmente entupido.
10.5.5. Vazão insuficiente
Bomba operando com rotação abaixo da nominal;•
Bomba operando com sentido contrário de rotação;•
Operação com válvulas de sucção ou descarga parcialmente • abertas;
Operação com a válvula de fluxo mínimo ou • by-pass dando passagem;
Viscosidade do fluido diferente daquela especificada em • projeto;
Operação em paralelo com bombas inadequadas para este • serviço;
Perda de carga na sucção fazendo com o NPSHd seja menor • que o NPSHr;
Folga excessiva dos anéis de desgaste;•
Variação na pressão de vapor do líquido bombeado produzindo • cavitação;
Problemas mecânicos no • impelidor (obstruções, quebra de pás);
Aumento das folgas internas pelo desgaste (presença de • material particulado).
RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas
279
1) Explique o que é o procedimento de “escorva” de uma bomba.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Complete as lacunas em relação aos procedimentos gerais que de-vem ser atendidos para que seja dada a partida em uma bomba.
a) Restringir válvula de vent e abrir lentamente a válvula de sucção a fim de promover a __________________ da bomba.
b) Lembrar que bombas axiais e algumas de fluxo misto partem com __________________ devido às características das suas curvas de performance.
c) Alinhar os sistemas de refrigeração para os mancais, caixa de selagem e sistema de lubrificação verificando a existência de __________________.
d) Observar a existência de possível vazamento através do sistema de selagem. O vazamento através dos(as) __________________ é praticamente imperceptível, para a nossa realidade, mas as __________________ devem admitir um vazamento da ordem de 30 a 60 gotas por minuto para auxiliar a lubrificação.
e) Checar a temperatura dos mancais. De um modo geral não devem exceder a temperatura de __________________ ºC.
3) Cite alguns dos procedimentos gerais que devem ser atendidos para que uma bomba possa ser parada.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10.6. Exercícios
RESERVADO
280
Alta Competência
Escorva - retirada de ar de um sistema de bombeamento.
Gaxeta - elementos de vedação usualmente utilizados em bombas.
Impelidor - também chamado de rotor. É constituído de um disco provido de pás (palhetas) que através do movimento de rotação, promovido por ação de um motor, é capaz de impulsionar um líquido;
Válvula de vent -
Voluta - tipo de carcaça de bomba em forma de um funil encurvado.
Vórtice - turbilhonamento ou redemoinho formado pela circulação de um fluido.
10.7. Glossário
RESERVADO
Capítulo 10. Problemas e possíveis causas
281
JUNIOR SILVA, Achilles. Material de Treinamento da UN-BC/ENGP/EMI treinamento do curso de formação de engenheiros de equipamentos / Elétrica. 2007.
MATTOS, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas Industriais. 2ª edição. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 474p.
10.8. Bibliografia
RESERVADO
282
Alta Competência
1) Explique o que é o procedimento de “Escorva”.
Podemos entender o procedimento de escorva como o processo de preparação da bomba para o seu funcionamento. Nesse momento o ar ou os gases contidos no seu interior da bomba e da tubulação de sucção devem ser extraídos, sendo esse espaço preenchido pelo líquido a ser bombeado.
2) Complete as lacunas em relação aos procedimentos gerais que devem ser atendidos para que seja dada a partida em uma bomba.
a) Restringir válvula de vent e abrir lentamente a válvula de sucção a fim de promover a escorva da bomba.
b) Lembrar que bombas axiais e algumas de fluxo misto partem com válvula de descarga aberta devido às características das suas curvas de performance.
c) Alinhar os sistemas de refrigeração para os mancais, caixa de selagem e sistema de lubrificação verificando a existência de vazamentos.
d) Observar a existência de possível vazamento através do sistema de selagem. O vazamento através dos (as) selos mecânicos é praticamente imperceptível, para a nossa realidade, mas as gaxetas devem admitir um vazamento da ordem de 30 a 60 gotas por minuto para auxiliar a lubrificação.
e) Checar a temperatura dos mancais. De um modo geral não devem exceder a temperatura de 65 ºC.
3) Cite alguns dos procedimentos gerais que devem ser atendidos para que uma bomba possa ser parada.
• Se certificar que a válvula de fluxo mínimo está alinhada;
• Para as bombas com unidade de lubrificação forçada, confirmar se a bomba de pós-lubrificação está em automático a fim de garantir a lubrificação e refrigeração os mancais da bomba após a parada da bomba principal;
• Fechar lentamente a válvula de descarga;
• Parar o acionador;
• Confirmar a entrada em operação da bomba de pós-lubrificação;
• Dentre outros...
10.9. Gabarito
RESERVADO
Anotações
283
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284
Anotações
Anotações
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