UNISC
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
Estágio Profissionalizante II
Pequenos mamíferos em egagrópilos de Tyto alba (Strigiformes: Tytonidae) no município de Santa Cruz
do Sul, RS, Brasil
Estagiário: Paulo Francisco Kuester
Co-autor: Edson Fiedler de Abreu Júnior
Orientador: Prof. Dr. Andreas Köhler
Co-orientador: Felipe Bortolloto Peters
Período: Março à Julho de 2012
1
Lista de ilustrações1. Localização do município de Santa Cruz do Sul no estado do Rio Grande
do Sul..........................................................................................................17
2. Distribuição dos pontos de coleta de egagrópilos dentro do
município.....................................................................................................17
3. A coruja de igreja (A) e os respectivos pontos de coleta de seus
egagrópilos, P1(B), P2(C) e P3(D)..............................................................18
SumárioINTRODUÇÃO.....................................................................................................3
1 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................3
1.1 A coruja de igreja...........................................................................................3
1.2 Estudos envolvendo a Tyto alba....................................................................4
1.2 Os pequenos mamíferos................................................................................5
1.3 Hantavirose....................................................................................................8
1.4 Status de Conservação..................................................................................8
2 OBJETIVOS......................................................................................................9
2.1 Objetivos gerais...........................................................................................9
2.2 Objetivos específicos...................................................................................10
3 METODOLOGIA.............................................................................................10
3.1 Localização..................................................................................................10
3.2 Amostragem.................................................................................................10
3.3 Análises dos dados......................................................................................10
4 RESULTADOS................................................................................................11
5 DISCUSSÃO...................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................13
ANEXOS
Anexo A- Área de amostragem dentro do Estado e seus pontos de coleta no
Município............................................................................................................17
Anexo B- A Coruja de Igreja (Tyto alba) e os pontos de
coleta.................................................................................................................18
Resumo
2
A utilização de egagrópilos de Tyto alba em inventários de pequenos
mamíferos tem mostrado-se indispensável para a obtenção de resultados mais
abrangentes e precisos. Nos egagrópilos é possível encontrar espécies que
geralmente não são capturadas pelos métodos convencionais ou são
capturadas somente com um longo esforço amostral. Com este intuito buscou-
se inventariar a fauna de pequenos mamíferos do município de Santa Cruz do
Sul. Localizado na faixa de transição entre a Depressão Central e os primeiros
limites da Serra Geral. Inserido no bioma Mata Atlântica, apresenta como
vegetação predominante a Floresta Estacional Decidual. As coletas dos
egagrópilos foram focadas em igrejas dos distritos rurais, sendo realizadas de
março a maio de 2010 e em janeiro de 2012. Todo material coletado está
depositado na Coleção Zoológica da UNISC. Os indivíduos foram identificados
através de comparação com espécimes tombados no MCN/ULBRA. Identificou-
se 642 indivíduos de 17 espécies de pequenos mamíferos não voadores, dois
didelfídeos, 13 cricetídeos e dois murídeos. Os didelfídeos registrados foram:
Monodelphis dimidiata (n=4) e Gracilinanus microtarsus (n=3). Dentre os
roedores, registrou-se os murídeos Rattus rattus (n=5) e Mus musculus, que foi
a espécie com maior número de indivíduos encontrados (n=463), retrato da
proximidade dos abrigos das corujas com edificações humanas, principalmente
galpões de estocagem de grãos, e os cricetídeos Akodon paranaensis (n=3),
Brucepattersonius iheringi (n=11), Calomys laucha (n=8), Holochilus
brasiliensis (n=6), Oligoryzomys flavescens (n=11), Oligoryzomys nigripes
(n=69), Oligoryzomys sp.(n=47), Oxymycterus nassutus (n=2), Oxymycterus
quaestor (n=1), Necromys lasiurus (n=3), Sooretamys angouya (n=4) e ainda,
com grande importância do ponto de vista taxonômico e biogeográfico,
Juliomys sp. (n=1) e Bibimys labiosus (n=1), táxons extremamente deficientes
em dados no Rio Grande do Sul.
3
INTRODUÇÃO
A utilização de egagrópilos de Tyto alba em inventários de pequenos
mamíferos tem mostrado-se indispensável para a obtenção de resultados mais
abrangentes e precisos. Nos egagrópilos é possível encontrar espécies que
geralmente não são capturadas pelos métodos convencionais ou são
capturadas somente com um longo esforço amostral. Com esse intuito buscou-
se inventariar a fauna de pequenos mamíferos do município de Santa Cruz do
Sul, para que se possa ter mais conhecimento da distribuição geográfica
destes grupos de pequenos mamíferos, bem com verificar a proximidade de
indivíduos destes grupos que possam ser vetores (depósitos) de zoonoses
importantes para a área da saúde.
1 Revisão da Literatura
1.1 Coruja de igreja
Segundo Tomé (1994), a espécie esta associada à biótopos abertos
(como pastagens e terrenos agrícolas) ou semi abertos (como montados pouco
densos). Nas zonas agrícolas ou em áreas reflorestadas ocorre apenas em
zonas com extensa rede de corredores de alimentação (SHAWYER 1994).
Procura alimento também junto beira de auto-estradas (Cramp 1985). Em
áreas mais agricultadas os restolhos de milho são particularmente
selecionados durante o outono e inverno (ELIAS et al 1998).
Alimenta se principalmente de pequenos mamíferos (JAKSIC et al,
1982;. EBENSPERGER et al., 1991), particularmente Muridae, Microtinae e
Soricidae (SHAWYER 1994) e também pequenos pássaros, répteis, anfíbios,
peixes e insetos e existe ocorrência de canibalismo entre irmãos (CRAMP
1985). Espécie essencialmente noturna procura alimento quase sempre 1 a 2
horas antes do nascer do sol e depois do anoitecer (CRAMP 1985).
A suindara é uma ave solitária e territorial. O tamanho do território varia
conforme a disponibilidade de alimento (CRAMP 1985). Espécie monogâmica,
podendo ocasionalmente haver bigamia. A relação entre os casais é
permanente e persiste durante todo o ano. Ambos os progenitores cuidam das
4
crias, as crias são nidícolas e os ninhos são usados em anos sucessivos
(CRAMP 1985).
1.2 Estudos envolvendo a Tyto alba
No mundo todo estudos a respeito da dieta alimentar da coruja de igreja
são muito freqüentes, principalmente na Europa e América do Norte.
(HAMILTON e NEIL, 1981; JAKSIC et al, 1982;. CLARK e BUNCK,
1991;TORRE et al, 1997). Esta alta freqüência de estudos deve se
principalmente ao fato desta coruja ser uma espécie cosmopolita e por ter o
habito de regurgitar pelotas com restos de suas presas, geralmente sob abrigos
ou nos seus ninhos (SICK, 1997; MOTTA-JÚNIOR e ALHO, 2000; BONVICINO
e BEZERRA, 2003; CORRÊA e ROA, 2005). Na America do Sul, informações
sobre a dieta da suindara esta concentrada no cone sul do continente,
principalmente no Chile e na Argentina (JAKSIC et al, 1982.;EBENSPERGER
et al, 1991;. PARDIÑAS e CIRIGNOLI, 2002; CORRÊA e ROA, 2005), e ainda
é escassa no Brasil, onde tornou-se incipiente recentemente (MOTTA-JÚNIOR
e TALAMONI, 1996; MOTTA-JÚNIOR e ALHO, 2000; BONVICINO e
BEZERRA, 2003; ESCARLATE-TAVARES e PESSOA, 2005).
Sua dieta é considerada um reflexo preciso da composição da fauna
local e da flutuação populacional (CLARK e BUNCK, 1991, AMOR et al, 2000).
Pelotas regurgitadas de suindara têm sido estudas por um longo tempo
(PEARSON e PEARSON, 1947; JAKSIC et al, 1982;. PARDIÑAS e
CIRIGNOLI, 2002), não só para descrever a dieta e as relações tróficas com
outras espécies predadoras (EBENSPERGER et al, 1991; CORRÊA e Roa,
2005), mas também a concentrar a riqueza e abundância relativa de pequenos
mamíferos (JAKSIC et al, 1982.; PARDIÑAS e CIRIGNOLI, 2002; BONVICINO
e BEZERRA, 2003; ESCARLATE-TAVARES e PESSOA, 2005), os padrões de
distribuição geográfica (BARBOSA et al, 1992;. TORRE, 2001), e mudanças
temporais nas comunidades de presas (CLARK e BUNCK, 1991).
Captura com armadilhas não letais é o método mais comum utilizado
para o estudo de pequenos mamíferos terrestres (ALHO, 1981; DIETZ, 1983;
MARES et al, 1986;. JOHNSON et al,. 1999; BONVICINO et al, 2002;. VIEIRA,
2003). No entanto, a análise de pelotas regurgitadas de suindara mostra
5
diferenças significativas em relação a esse método, tanto qualitativa e
quantitativa (TORRE et al., 2004), e pode ser útil para complementar o
inventário das espécies que vivem em uma determinada área (BONVICINO e
BEZERRA, 2003; ESCARLATE-TAVARES e PESSOA, 2005).
A predominância de roedores na dieta da coruja de igreja tem atraído a
atenção para o papel desta espécie no controle biológico de pragas agrícolas
(AGÜERO e POLEO, 2000; LEKUNZE et al, 2001).. Roedores também estão
associados a várias zoonoses (DABANCH, 2003) e o aumento de suas
populações em determinadas condições podem contribuir para a disseminação
de doenças em seres humanos (MORSE, 1995; CORTEGUERA, 2002).
Apesar da reconhecida importância da suindara na regulação de roedores
prejudiciais para a agricultura, não há estudos que investigam a sua
contribuição no controle de espécies reservatórios de doenças.
1.3 Os pequenos mamíferos.
Os marsupiais e pequenos roedores neotropicais representam o grupo
ecológico mais diversificado de mamíferos com cerca de 295 espécies
atualmente reconhecidas no Brasil. Sendo 16 gêneros e 55 espécies da ordem
Didelphimorphia e 75 gêneros e 240 espécies da ordem Rodentia. (REIS et al.
2011). A coexistência deste grande número de espécies que possuem
características morfológicas e hábitos de vida semelhantes pode ser justificada
tanto pela complexidade do habitat, que se refere ao desenvolvimento do
estrato vertical da floresta, quanto pela heterogeneidade, relacionada a
variação horizontal na fisionomia da paisagem. Esta diferenciação dentro de
um mesmo habitat permite a segregação espacial das espécies que pode
resultar na diminuição do efeito negativo da competição interespecífica por
sobreposição de nicho (PASSAMANI, 1995; VIEIRA & MONTEIRO - FILHO,
2003; GRELLE, 2003).
Os roedores constituem a ordem mais diversificada dos mamíferos, com
aproximadamente 2000 espécies, que representam mais de 43% da
diversidade conhecida da classe Rodentia. Os indivíduos pertencentes à
família Muridae estão incluídos na subordem Sciurognathi e podem ser
caracterizados por apresentarem forma geral de rato, com cauda fina. Os
6
murídeos da América do Sul pertencem todos à subfamília Sigmodontinae, a
qual reúne aproximadamente 300 espécies (OLIVEIRA et al., 2005).
Os ciclos populacionais registrados para os roedores silvestres
compreendem períodos de aproximadamente quatro anos, enquanto
mamíferos de maior porte podem apresentar ciclos com períodos de 9-10 anos.
Porém, sabe-se que os ciclos são variáveis de espécie para espécie
(MARINHO, 2003).
Os movimentos de pequenos mamíferos e o tamanho de suas área de
vida podem ser afetados pelo sistema reprodutivo e sazonalidade reprodutiva
(ALHO et al., 1986; SUNQUIST et al., 1987, LORETTO & VIEIRA, 2005), pela
estrutura do habitat e sazonalidade na disponibilidade de recursos
(VALENZUELA & CEBALLOS, 2000, CACERES & MONTEIRO-FILHO, 2001),
pela categoria trófica e tamanho corporal do animal (BERGALLO, 1990) e, pela
presença e abundância de predadores (YUNGER, 2004).
As variações entre os sexos com relação aos movimentos individuais
podem estar relacionadas a diferentes necessidades energéticas
(VALENZUELLA & CEBALLOS, 2000) ou ao tipo de sistema reprodutivo. Em
um sistema de poligamia ou promiscuidade, por exemplo, é comum, machos
apresentarem uma maior área de vida buscando encontrar o maior número
possível de fêmeas (GENTILE et al., 1997). A distribuição dos recursos pode
afetar o movimento dos indivíduos de maneiras opostas. Quando existem
recursos em abundância, as áreas de vida normalmente são mais restritas, já
quando os recursos são escassos e concentrados, as áreas são ampliadas e
podem se sobrepor (VALENZUELA & CEBALLOS, 2000, CACERES &
MONTEIRO-FILHO, 2001). Quanto maior o tamanho corporal dos animais,
maior sua necessidade energética e, como conseqüência, maior a sua área de
vida. Quanto às categorias tróficas, espécies essencialmente herbívoras, em
geral, têm áreas de vida menores que espécies carnívoras (BERGALLO, 1990).
Quando há maior abundância de predadores, muitos animais utilizam com
maior freqüência ambientes mais protegidos (com vegetação fechada, por
exemplo) e evitam se afastar de seus abrigos (YUNGER, 2004).
7
Apesar do extenso conhecimento sobre história natural e ecologia das
espécies de pequenos mamíferos de regiões temperadas do hemisfério norte,
a falta de informações sobre taxonomia, sistemática, história natural e ecologia
foi apontada como uma das principais ameaças atuais à conservação desse
grupo no Brasil (COSTA et al., 2005). Além disso, o conhecimento existente
sobre a mastofauna encontra-se desequilibrado e as ordens mais diversificadas
são justamente as menos conhecidas, com destaque para Rodentia e
Didelphimorphia (SABINO & PRADO, 2005), os dois grupos contemplados no
presente estudo.
As florestas decíduas e semidecíduas desempenham um importante
papel do ponto de vista biogeográfico, pois formam uma conexão entre os
ambientes florestais do norte, Floresta Amazônica, florestas do nordeste,
Caatinga arbórea, do sul e sudeste, Floresta Atlântica, e do sudoeste, Florestas
Chaquenhas (FELFILI, 2003). Por essa mesma razão, as florestas de galeria
foram reconhecidas como importantes corredores de dispersão para a
mastofauna da Amazônia e da Mata Atlântica dentro do Cerrado (REDFORD e
FONSECA, 1986; MARES et al., 1986; JOHNSON et al., 1998).
Neste trabalho são considerados pequenos mamíferos os roedores e
marsupiais que pesam até 1 kg. Estes animais desempenham um importante
papel ecológico nos ecossistemas tropicais, pois além de serem componentes
básicos de muitas cadeias alimentares, constituindo uma importante fonte
protéica para animais maiores, também influenciam a estrutura das
comunidades vegetais (PRICE & JENKINS, 1986). Através da dispersão de
sementes, da predação seletiva de sementes e plântulas e até mesmo da
polinização de flores, eles podem influenciar os processos de sucessão e
regeneração florestal (VIEIRA et al., 2003).
Mesmo no século 21 o Brasil ainda é muito carente de inventários de
fauna. Contudo, nos últimos quatro anos tivemos um acréscimo de mais oito
espécies de roedores à lista de espécies conhecidas (REIS et al. 2011).
Levantamentos faunísticos em fragmentos florestais são essenciais para
avaliar o efeito da fragmentação das florestas sobre a diversidade de
8
mamíferos e o grau de perturbação dos remanescentes de florestas naturais
(D’ANDREA, 1999).
As florestas Estacionais do interior do Brasil são carentes de estudos de
pequenos mamíferos, o que deixa em aberto uma grande lacuna no
conhecimento da diversidade das comunidades destas regiões. Faltam,
portanto, estudos sobre os padrões de estruturação destas comunidades e a
relação com o habitat onde estão presentes. Sendo assim, é de extrema
importância a realização de estudos que visam aumentar as informações a
respeito da fauna nestas áreas.
1.4 Hantavirose
Os roedores silvestres são os reservatórios dos hantavírus. Cada tipo de
vírus parece ter tropismo, por determinada espécie de roedor e somente a ela.
Os hantavírus têm como reservatórios roedores da subfamília Sigmodontinae.
Já os vírus responsáveis por quadros de febre hemorrágica com síndrome
renal estão associados a roedores da subfamília Arvicolinaee e Murinae.
Provavelmente, os hantavírus evoluíram com os respectivos hospedeiros
reservatórios, o que determinou esta especificidade.
Dada a distribuição geográfica das espécies de roedores encontradas
com hantavírus, percebe-se que Bolomys lasiurus mostra-se amplamente
disseminado nos ambientes de cerrado e caatinga brasileiros. Nas áreas de
Mata Atlântica as espécies Oligoryzomys nigripes ou Akodon cursor podem
desempenhar importante papel na transmissão de hantavírus, enquanto que no
estado do Maranhão foram identificados dois tipos específicos de reserva-
tórios: Holochilus sciureus e Oligoryzomys fornesi. No roedor, a infecção pelo
hantavírus não é letal, mantendo-o como reservatório por longo período,
provavelmente por toda a vida. Os hantavírus são eliminados em grande
quantidade, principalmente na urina, saliva e fezes. (MINISTÉRIO DA SAÚDE
2005, pg. 395)
1.5Status de conservação
No Brasil, 69 espécies de mamíferos estão oficialmente ameaçadas, o que
representa 10,6% 652 espécies de mamíferos nativas que ocorrem no Brasil
9
(Reis et al., 2006). No Rio Grande do Sul estão ameaçadas 33 espécies de
mamíferos, com uma espécie Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788)
provavelmente extinta do estado (MARQUES, A. A. B. et al., 2002).
No Vale do Rio Pardo a fragmentação dos hábitats está intimamente
relacionada com a cultura do tabaco, já que o mesmo caracteriza-se por ser a
principal região fumicultura do Brasil (CAMPOS & DELEVATTI, 2003).
Conforme o COREDE (1998), um dos problemas ambientais da região é o
desmatamento para ampliação de solo agrícola e aproveitamento de lenha
para os fornos de secagem de fumo.
Além disto, segundo Campos & Delevatti (2003), em torno de 40% da
população do Vale do Rio Pardo reside no meio rural, evidenciando a
necessidade de áreas para a produção agrícola. Está fragmentação do
ambiente natural pela cultura do tabaco e pelas atividades agregadas
(utilização de lenha para secagem do fumo), de modo geral, pode ser dita
como a principal ameaça as populações de mamíferos na região.
Os fatores que ameaçam a fauna são diversos: a destruição de habitat e
desmatamento, a caça e a perseguição, a captura ilegal para o comércio ilegal
e até o turismo que mesmo sendo uma atividade econômica deve ser mais
bem planejada para causar o mínimo de impacto possível.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivos Gerais
Levantar o maior número de espécies de pequenos mamíferos
encontrados nos egagrópilos das corujas de igreja do município, e assim
preencher o grande número de lacunas existentes sobre a distribuição
geográfica deste grupo de mamíferos que ainda é muito deficiente em dados,
tanto quantitativos e principalmente em dados qualitativos, quando se trata de
suas relações ecológicas.
10
2. 2 Objetivos Específicos
Inventariar a fauna de pequenos mamíferos do Município de Santa Cruz
do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, utilizando os restos mortais encontrados nos
egagrópilos de corujas de igrejas (Tyto alba) espalhadas pelo território do
município.
3 METODOLOGIA
3.1 Localização
O município está situado na faixa de transição entre a Depressão
Central e os primeiros limites da Serra Geral do Rio Grande do Sul (Mapa 01),
com altitudes entre 50 e 150 metros do nível do mar. O município está inserido
no bioma Mata Atlântica. A vegetação predominante é a Floresta Estacional
Decidual, com espécies características como Euterpe edulis Mart. e Schinus
terebinthifolius Raddi, e o clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo
Subtropical úmido.
3.2 Amostragem
Foram feitos deslocamentos de carro por todo o município de Santa
Cruz do Sul, para identificar prováveis pontos de nidificação das corujas de
igreja, Tyto Alba (Mapa 02) e quando encontrados estes pontos, os regurgitos
dessas aves eram então coletados e colocados em sacos plásticos
identificados com o local de coleta.
3.3 Análise dos Dados
O material então era levado para o laboratório de zoologia, onde era
feita a pesagem dos sacos que continham todo o material separado pelos
pontos de coleta. Após isso então fazia se a triagem em meio liquido com o uso
de hidróxido de sódio (NaOH) a 10%, das pelotas que se encontravam inteiras
e com os fragmentos de pelotas e demais restos encontrados no local era feita
uma triagem em seco, manualmente com o uso de pinças. Após o material já
ter sido separado e limpo ele foi identificado através de comparação com
espécimes tombados no MCN/ULBRA, com material da coleção zoológica da
11
UNISC e ainda com o uso de bibliografias especializadas. Todo material
identificado será tombando na coleção zoológica da UNISC.
4 RESULTADOS
No presente trabalho foram coletados em total 896 indivíduos de 19
espécies diferentes, distribuídas em três ordens (Tab. O1). A família Muridae
(Ordem Rodentia) foi a mais freqüente com 673 indivíduos (75%). A espécie
Mus musculus foi a mais encontrada com 663 indivíduos, seguido por
Oligoryzomys nigripes com 68.
Tabela 01. Número de indivíduos encontrados nos regurgitos da coruja de igreja (Tyto alba) em
Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, de acordo com os pontos de coleta.
Taxon Pontos de Coleta
Didelphimorphia Pont Ponto 2 Ponto 3
Monodelphis dimidiata 1 3 Gracilinanus microtarsus 3Rodentia Muridae Rattus rattus 1 6 3 Mus musculus 129 132 402 Cricetidae Akodon paranaensis 3 Brucepattersonius iheringi 11 Calomys laucha 1 8 Holochilus brasiliensis 3 2 Oligoryzomys nigripes 12 56 Oligoryzomys flavescens 3 8 Oligoryzomys sp 47 Oxymycterus nassutus 3 22 Oxymycterus quaestor 7 1 Necromys lasiurus 2 Sooretamys angouya 1 3 2 Juliomys sp. 1
Continua
12
Continuação Bibimys labiosus 1Chiroptera Molossus molossus 3 Molossus rufus 11 Histiotus velatus 2 Tadarida brasiliensis 3Total 160 190 546
5 DISCUSSÃO
Em retrato da proximidade dos abrigos das corujas com edificações
humanas, principalmente galpões de estocagem de grãos, foi identificado um
número maior de murídeos, entretanto foram encontradas também espécies de
cricetídeos como Juliomys sp. e Bibimys labiosus, táxons extrema-mente
deficientes em dados no Rio Grande do Sul.
Problemas encontrados ao longo do trabalho para inventariar a fauna de pequenos mamíferos utilizando apenas as pelotas das suindaras foram muitos. Shawyer (1994) falava que,
a intensificação da agricultura que resulta na redução do mosaico agrícola com decréscimo da diversidade de habitat e traduz-se em diminuição a disponibilidade alimentar, como também a demolição e reconversão de edifícios antigos, juntamente com o aumento da ocupação humana os edifícios, reduzem seriamente as oportunidades de nidificação e de pontos de repouso da coruja de igreja.
Outro problema encontrado para se conseguir uma maior quantidade de
egagrópilos e locais com nidificação é a falta de informação básica da
população em geral, sobre a ecologia da coruja da igreja (Tyto alba), que por
ser uma ave noturna ainda esta muitas vezes associada a superstições, pois se
notou muito claramente que a maioria dos responsáveis pelas igrejas e locais
de nidificação da coruja não gostavam dela no local, chegando muitas vezes a
praticar pilhagem dos ninhos e abate ilegal, seja dos filhotes ou adultos, mas
que com uma simples conversa sobre os hábitos alimentares da coruja,por
exemplo, as pessoas logo já se mostravam muito mais receptivas para com o
animal.
Bonvicino, et al (2008), falam que,
13
a compreensão da dinâmica da ocorrência e expansão de zoonoses está em geral vinculada ao conhecimento da biologia das espécies de roedores reservatórios envolvidas, particularmente dos fatores que determinam sua reprodução e eventuais explosões populacionais, seus hábitos e, ainda, sua distribuição no espaço geográfico. Entretanto, na base da compreensão desses fatores, está a correta identificação das espécies, uma tarefa mais difícil nessa situação, dada a grande diversidade de espécies de roedores e considerando-se as lacunas no conhecimento taxonômico ainda persistente.
Com os resultados obtidos a partir deste estudo, pode se verificar, que
mesmo a quantidade de estudos nessa área estando em crescente expansão,
ainda falta muito a ser feito, principalmente trabalhos de conscientização da
população, que possam corroborar como a conservação da biodiversidade e
onde possam ser quebrados alguns mitos que ainda estão muito presentes no
dia-a-dia das pessoas, principalmente de pessoas com um menor acesso a
informação, que deve ser sempre repassada de forma correta, impedindo a
disseminação de informações errôneas que muitas vezes estão presentes nos
meios de comunicação, meios estes que em geral retratam para a população
nada mais que a verdade.
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Anexos
Ilustração 1
Mapas: M01-Localização do município de Santa Cruz do Sul dentro do estado
do Rio Grande do Sul e M02- mostrando os pontos de coleta de material dentro
do município. (Fonte: Google Earth).
18
M01 M02
Ilustração 2
Fotografias: A, mostrando a Coruja de Igreja ou Suindara (Tyto alba), B mostra o ponto de Coleta 1, C o ponto de coleta 2 e a fotografia C mostra o ponto de coleta 3.
19
DC
A
B