PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA
COOPERATIVAS AGRO-FAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO NA
COOPLANTAS – SP
Bianca Francinny Lisboa Murta De Castro 1
Prof. MSc. Flávio Aparecido Pontes2
Prof. Esp. Luiz Egidio Costa Cunha3
Resumo: No Brasil, as cooperativas apresentam-se em diversas situações econômicas e
financeiras: algumas em situação privilegiada; outras buscando formas de sobrevivência
e adequação à atual realidade e por último as que não conseguem operar devido às
dificuldades econômicas. Uma das causas relacionadas a esses casos de insucesso é a falta
de adequação a mudanças e às novas tecnologias. Uma dessas atuais tecnologias
primordiais são os Sistemas de Informação Computadorizados. Um grande objetivo desse
tipo de tecnologia é assegurar a qualidade e agilidade da informação, pois sem ela as
atividades humanas estão com sua eficiência comprometida. Considerando esse contexto,
a cooperativa COOPLANTAS está almejando novas oportunidades de mercado e com
isso, optou por informatizar seus processos, por meio de soluções customizadas. Dessa
maneira, o foco deste trabalho é desenvolver um Plano Estratégico de Tecnologia da
Informação (PETI), com o intuito de propor sistemas de informação que sirvam como
suporte principal à gestão estratégica, propiciando assim a organização e o tratamento dos
dados gerados na cooperativa. A metodologia usada é a pesquisa bibliográfica; além de
estudo de caso, efetuado por meio de visitas técnicas para elicitação de requisitos. Assim,
um PETI será desenvolvido, que servirá de diretriz para se implantar e maximizar técnicas
gerenciais e fabris, tornando seus processos mais ágeis e produtivos, aumentando assim,
seu desempenho organizacional para satisfazer as necessidades dos cooperados. Além
disso, proporcionará à comunidade dos cooperados, a oportunidade de se desenvolverem
pessoal e profissionalmente, com a utilização da Informática, ocasionando uma melhor
qualidade de vida e nos processos de laborais.
Palavras-Chave: Plano Estratégico de TI; Sistemas para Cooperativas; Informatização;
Tecnologia da Informação.
INTRODUÇÃO
No âmbito da sociedade cooperativa estudada, as informações e conhecimentos que
são disponibilizados para análise e tomada de decisão, geralmente são de baixa qualidade,
estão fora de contexto, não satisfazem aos interesses e não são oportunas. Dessa forma, o
problema de pesquisa norteador desse estudo, pode ser assim considerado: como utilizar o
planejamento estratégico de Tecnologia da Informação, planejando um sistema gerencial
para a cooperativa Cooplantas, visando a melhor produtividade dos cooperados, agilidade,
competitividade e tomada de decisão dos gestores cooperativistas?
Buscando responder à questão da pesquisa, foram definidos os seguintes objetivos
geral e específicos:
O objetivo deste trabalho é discutir e planejar a contribuição da Tecnologia da
Informação (TI) como suporte à gestão estratégica da informação na cooperativa Cooplantas,
1 Estudante do curso de Especialização em Gestão da Tecnologia da Informação, IFSP – Boituva/SP
- [email protected] 2 Professor do curso de Especialização em Gestão da Tecnologia da Informação, IFSP – Boituva/SP
- [email protected] 3 Professor do curso de Especialização em Gestão da Tecnologia da Informação, IFSP – Boituva/SP
localizada ao redor da cidade de Itapeva, no interior paulista, com o planejamento de um
sistema de informação que efetue o processamento dos dados inseridos e organize as
informações e facilite seu tratamento e análise perante os gestores. Trata-se de um fator
extremamente importante para este setor, nos quais se encontram informações escassas e
precárias, o que dificulta a melhor gestão gerencial e produtiva dessa cooperativa.
A fim de alcançar o objetivo geral desse estudo, constitui-se os seguintes objetivos
específicos:
a) Analisar toda a estrutura interna da cooperativa Cooplantas e entender os pontos que
necessitam ser auxiliados por ferramentas de TI;
b) Identificar as principais finalidades do planejamento de um sistema de informação
para a cooperativa, auxiliando os gestores cooperativistas;
c) Buscar redução de custos e agilidade no cultivo, produção das ervas medicinais e
demais produtos da cooperativa;
d) Tornar a cooperativa mais modernizada em busca de melhores oportunidades de
mercado;
O presente estudo abordou o tema referente ao planejamento estratégico de
tecnologia da informação em cooperativa agro familiar, que se apresenta como área relevante
no desenvolvimento do cooperativismo atual, visto às crescentes demandas do mercado,
pois, conforme Silva (2005), as organizações são obrigadas a efetuar o planejamento de seus
processos e ações para a integração com ferramentas de tecnologia da informação, com o
objetivo de obter vantagens em seus processos internos e externos.
Considerando-se os seguintes aspectos, a realização desse estudo pode ser assim
justificada:
a) Acadêmico: contribuirá para a área de ciências sociais e exatas, no que diz respeito
a cooperativas, relacionando processo de gerenciamento de tecnologia da informação com a
gestão profissional dessas sociedades cooperativistas;
b) Social: distinguindo-se das sociedades mercantis, as cooperativas são orientadas por
uma ordem econômica de caráter social, adotando diretrizes específicas de gestão. Dessa
maneira, trabalhos científicos que promovam conhecimentos aspirando desenvolvimento do
cooperativismo, podem colaborar para aumentar e/ou melhorar a percepção da importância
das cooperativas;
c) Organizacional: sendo um fator diferencial e competitivo, a tecnologia da informação
está, atualmente, inserida nas organizações. Com isso, o correto uso da TI torna-se algo
essencial para a gestão da informação e do empreendimento cooperativo, justificando-se pela
necessidade das cooperativas agro familiares se tornarem cada vez mais competitivas
implementando novas técnicas gerenciais e agindo de forma estratégica para satisfazer suas
necessidades e desejos dos consumidores.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para melhor compreensão da presente dissertação, esse capítulo será subdivido em
três partes, no qual a primeira parte nomeada Cooperativas apresenta definições,
características gerais e específicas do sistema cooperativista; a segunda parte nomeada de
Tecnologia da Informação, onde serão apresentados conceitos para que haja um melhor
entendimento sobre o assunto, vantagens e desafios de TI nas cooperativas em geral; terceira
parte, nomeada de Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação, no qual estará
explícito todo o planejamento estratégico de tecnologia da informação na cooperativas
Cooplantas, demonstrando como foi desenvolvido todo o projeto, a organização e a
metodologia utilizada para a construção deste planejamento de sistemas de informação para
essa cooperativa.
Sistemas de Informação: conceitualização
Segundo Stair (2011) informação é um conjunto de fatos organizados, que dessa
maneira adquirem valor adicional além do valor do fato em si. Com isso, a Figura 1 a seguir
demonstra essa afirmação do autor:
Figura 1 - Processo de transformação de dados em informação. (Stair, 2011)
Sistemas de informação são ferramentas para o processamento de dados e
informações, estruturadas ou não, que se apresentam aos indivíduos em forma de aplicações
de (TICs), no qual hardware e software convergem para fornecer ao usuário a informação
solicitada sob demandas específicas.
sistemas de informação é [...] um conjunto de componentes inter-
relacionados que coletam (ou recuperam), processam, armazenam e
distribuem informações destinadas a apoiar a tomada de decisões, a
coordenação e o controle de uma organização. Além de dar apoio à tomada
de decisões, à coordenação e ao controle, esses sistemas também auxiliam
os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos
complexos e criar novos produtos. (LAUDON; LAUDON, 2010, p.12)
Fortalecendo esse pensamento, sistema de informação é todo sistema, que utiliza ou
não recursos de Tecnologia da Informação, que manipula e gera informação (REZENDE,
1999).
Em suma, de acordo com os autores, sistema de informação é qualquer sistema que
gera algum tipo de informação, independente de nível, tipo e utilização.
Composição e Constituição dos Sistemas
De acordo com Rezende e Abreu (2013), os sistemas estão compostos pelos seguintes
componentes:
a) Objetivos do sistema: também chamados de objetivos reais, são todos os objetivos
que devem ser evidenciados, formalizados e caracterizados pelo cliente, para que não haja
dúvidas e consequentemente ocasione distorções, omissões do sistema, etc. Em suma,
expressa os requisitos funcionais do sistema;
b) Ambiente do sistema: é o local onde o sistema executará suas funções e atividades,
considerando o meio físico e lógico, ambiente interno e externo;
c) Recursos do sistema: são os meios necessários para que seja possível o sistema
cumprir suas funções, infraestrutura, logística e de tecnologia;
d) Componentes humanos do sistema: são as pessoas responsáveis pelo acionamento e
utilização dos produtos;
e) Função do sistema: são as atividades do sistema que se propõe atender à execução
dos requisitos funcionais, gerando os produtos necessários;
f) Procedimentos do sistema: são as atividades que antecedem e sucedem, necessárias
à preparação para funcionamento dos produtos;
g) Gestão do sistema: é a administração, análise, controle e avaliações de qualidade aos
requisitos funcionais.
E são constituídos por:
a) Sistemas reais e tangíveis: quando as funções podem ser realizadas, utilizando
recursos disponíveis, como equipamentos e máquinas;
b) Sistemas abstratos: quando as funções não podem ser realizadas, sendo constituídos
apenas de conceitos, ideias e planos.
I. Informação e Planejamento
Para que haja organização, é necessário ter informação e planejamento. Segundo
REZENDE E ABREU (2013), “somente depois que as empresas sistematizarem,
organizarem e oportunizarem as informações por meio de um planejamento adequado,
dinâmico e interativo, pode-se pensar em informatização.
Dessa maneira, a pergunta principal que deve ser feita é: “Quais as informações
necessárias para gerir determinada atividade?” e somente após isso, as empresas devem se
atentar em como essas informações serão elaboradas e apresentadas.
De acordo com o parágrafo acima, os sistemas de informação de gestão evoluíram,
se transformaram em plataformas que devem garantir o compliance. Ou seja, o sistema se
tornou a espinha dorsal da organização. Seja qual for o tipo de processo, o software de gestão
está sempre presente no núcleo de todos esses processos e imensuráveis integrações de
dados.
Com isso, as informações corretas permitem que os gestores possam tomar decisões
de forma mais organizada e executar as ações mais relevantes.
Portanto, diante de tanta evolução e tecnologias emergentes, os sistemas de gestão
são fundamentais para o início da jornada digital que toda empresa necessita para sobreviver
nesse novo contexto de mundo.
II. Desafio de Sistemas de Informação
Os sistemas de informação nas empresas requerem estudos quanto a sua importância
na abordagem gerencial e estratégica dos mesmos, juntamente com a análise do papel
estratégico da informação e dos sistemas na empresa (KROENKE, 1992; LAUDON e
LAUDON, 1999; apud Rezende e Abreu, 2013).
Para que esses desafios sejam solucionados, é necessário haver um planejamento que
deve ser engenhado por meio de metodologia estruturada e que ofereça um documento
adequada e completa. Essa metodologia é uma ferramenta de trabalho muito útil, que deve
ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar para a melhor elaboração de suas fases e
subfases. Essa equipe é responsável por reunir conhecimentos que irão gerar um produto
consistente.
METODOLOGIA DE PETI – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Até alguns anos atrás, era possível pensar uma cooperativa de transporte, trabalho,
produção, consumo, etc., operando sem o auxílio de um software de gestão. Porém, com o
passar do tempo e crescimento do cooperativismo, tornou-se substancial a utilização de um
software específico para a melhor gestão da cooperativa.
Sem dúvida, a aplicação deste tipo de tecnologia é uma das alternativas que garantem
a competitividade e qualidade, uma vez que, oferecer confiabilidade, estabilidade e agilidade
das informações é um fator essencial aos cooperados.
A partir disso, hoje, ninguém mais aceita suposições. As organizações necessitam de
informações concisas e exatas. Espera-se de um SI que a apuração de produtividade seja
precisa, além de vantagens com informações atualizadas e garantia de lucro. Certificar tudo
isso sem o apoio de um SI é uma tarefa quase impossível.
Com isso, para obter sucesso no desenvolvimento de um planejamento de SI, é
necessário aplicar um método que torne o passo-a-passo do projeto mais fácil de ser
elaborado. Dessa maneira, segundo Rosini e Palmisano (2012, p.78) “método ou processo é
consequência de ideias, valores e conceitos”. Os autores ainda complementam:
Existem diferentes soluções metodológicas para os projetos, no entanto,
como regra geral, essas metodologias procuram definir como será esse
projeto. O gerenciamento do projeto ao longo de seu desenvolvimento é
um ponto crítico para assegurar o cumprimento dos objetivos, alocação de
recursos e prazos, isto é, garantir o gerenciamento adequado e o bom
andamento do plano. (ROSINI E PALMISANO; 2012 p. 78)
Dessa forma, existem diversas metodologias de desenvolvimento de PETI, para que
seja possível haver a melhor base estrutural para desenvolver e concluir o projeto. No Quadro
1, seguem algumas metodologias que poderiam ser escolhidas pelo presente trabalho:
AUTORES METODOLOGIA
Amaral e Varajão (2000) Propõem uma metodologia fortemente embasada no método
BSP – Business Systems Planning –, composta por 13 etapas.
Essa metodologia tem por objetivo determinar as
necessidades de SI/TI da organização e seus impactos na
estratégia competitiva da organização.
Audy e Martins (1997) Propõem que uma metodologia para elaboração de PETI deve
partir de cima para baixo e se estender por toda a empresa,
numa abordagem top-down, sendo constituída dos seguintes
passos: objetivos organizacionais; diagnóstico
organizacional; validação dos processos de trabalho; análise
das estratégias de processamento; sistemas aplicativos
propostos; dimensionamento da estrutura de hardware,
software e pessoas; plano financeiro; opções de
financiamento; cronograma físico; e cronograma financeiro.
Lutchen (2003) Propõe uma metodologia voltada para os objetivos
estratégicos constantes do PEE. Para cada objetivo estratégico
deve haver uma iniciativa de TI correspondente, definida e
priorizada no portfólio de projetos de TI. Esta metodologia
está dividida em 6 fases: entender as estratégias do negócio;
identificar a visão de TI; definir os objetivos estratégicos e as
iniciativas de TI; analisar o portfólio de iniciativas de TI;
preparar o PETI; e atualizar a visão e o plano de TI. Esta
última é realizada durante todo o processo, em paralelo às
demais atividades.
Rezende e Abreu (2000) Propõem uma metodologia no qual o PETI deve ser dividido
em fases que podem ser desenvolvidas de maneira simultânea
por uma equipe com diversas competências, visando facilitar
a administração de tempos, recursos, qualidade,
produtividade e efetividade. As etapas desta metodologia são
flexíveis, podendo ser adequadas para cada empresa e cada
projeto. São elas: organizar o projeto; capacitar a equipe;
identificar objetivos e informações; avaliar e planejar SI;
avaliar e planejar TI; avaliar e planejar infraestrutura; avaliar
e planejar pessoas; organizar a unidade de TI; estabelecer
prioridades; avaliar impactos; elaborar plano econômico-
financeiro; elaborar planos de ação; gerenciar, documentar e
aprovar. Quadro 1 - Metodologias de PETI.(Elaboração Própria, 2018).
Dessa forma, a partir do proposto demonstrado no Quadro 1, as metodologias de
PETI abordadas pelo presente trabalho serão as de Metodologia de Audy e Martins (1997) e
Rezende e Abreu (2000). Resumidamente, a abordagem top-down proposta por Audy e
Martins é de grande valia para a estruturação de TI na Cooplantas, onde todos os cooperados
estarão integrados ao PETI; a abordagem de Rezende e Abreu facilita devido à flexibilização,
levando em consideração a particularidade de cada organização, além de poder desenvolver
o PETI de forma simultânea, o que acarreta ganho de tempo e gerenciamento. Porém, não
serão abordadas neste projeto, todas as fases de ambas as metodologias. Como são flexíveis,
para a elaboração desse PETI, se farão presentes as seguintes etapas:
a) Audy e Martins: diagnóstico organizacional; sistemas aplicativos propostos;
dimensionamento da estrutura de hardware, software e pessoas; cronograma físico;
cronograma financeiro.
b) Rezende e Abreu: identificar objetivos e informações; avaliar e planejar SI;
estabelecer prioridades; avaliar impactos; elaborar plano econômico-financeiro; gerenciar,
documentar e aprovar.
Dessa forma, o trabalho buscou posicionar uma ordem cronológica das etapas a fim
de possibilitar uma clara e intuitiva leitura do planejamento proposto. Portanto, as fases e
seus conteúdos estão descritas a seguir:
Estrutura para Desenvolvimento do PETI na Cooperativa Cooplantas
Nos itens abaixo, será disposta toda a estrutura base para que o planejamento de um
sistema de informação gerencial para a cooperativa Cooplantas possa ser desenvolvido.
I. Identificar Objetivos e Informações
A primeira etapa a ser efetuada para a execução do projeto de planejamento de um
sistema de informação para a cooperativa, é analisar a estrutura organizacional como um
todo. Neste caso, um organograma é capaz de esclarecer a estrutura organizacional da
cooperativa.
O Organograma explícito na Figura 2, demonstra como é a estrutura organizacional
atual da cooperativa Cooplantas, muito semelhante a Estrutura Organizacional das
Cooperativas Singulares, demonstrado na Figura 2, significando que a cooperativa está nos
moldes relativos a este tipo de organização.
Dessa maneira, a cooperativa Cooplantas é dividida por setores, os quais possuem
suas funções específicas demonstradas abaixo:
a) Marketing: Responsável pela pesquisa e geração de novos produtos, por promover
publicidade e efetuar treinamentos;
b) Vendas: Responsável por efetuar propostas de venda, contratos, faturamento,
previsões de vendas, prospecção de clientes e relacionamento com os clientes;
c) Finanças: Responsável pela área contábil, fiscal, tesouraria, crédito/cobrança e
orçamentos;
d) Recursos Humanos: Responsável por efetuar o cadastramento de cooperados,
cargos e remunerações, folha de pagamento e prevenção de acidentes;
e) Administração: Responsável por efetuar compras de materiais, almoxarifado,
manutenção civil e elétrica, comunicados, limpeza, segurança e distribuição;
f) Viveiro: Responsável por fabricação, montagem e acabamento de mudas, controle
de qualidade, manutenção dos equipamentos utilizados e controle de ferramentaria;
g) Campo: Responsável por efetuar a subsolagem, aração, gradeação, sulcamento,
calagem, calcário, adubação, plantio, irrigação e capina dos locais onde serão plantadas as
mudas;
h) Secagem: Responsável por parâmetros técnicos, coleta e pós-colheita de mudas,
secagem, métodos de secagem e armazenamento das plantas;
i) Farmácia: Responsável pela fabricação, montagem e acabamento dos fitoterápicos,
controle de qualidade, manutenção e cuidado com os equipamentos e instrumentos utilizados
para a fabricação.
Figura 2 - Estrutura Organizacional da Cooperativa Cooplantas. (Elaboração Própria, 2018)
Apesar da estrutura organizacional estar condizente com a aplicada no Brasil, a
cooperativa Cooplantas ainda tem muito a evoluir. Essa evolução depende da resolução das
dificuldades e desafios externos encontrados e principalmente internamente.
A seguir, algumas das conquistas, dificuldades e desafios encontrados na cooperativa
Cooplantas:
a) Conquistas: conquista do respeito e credibilidade buscando agregar experiências,
trabalhar cooperativamente, ampliar parcerias, se fortalecer politicamente e viabilizar a
utilização das plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde – SUS
(produção orgânica e agroecológica), além dos benefícios sociais e financeiros.
b) Dificuldades: falta de apoio; o retorno financeiro ainda não é significativo; a falta de
investimento para fortalecer a produção dos quintais e a falta de transporte das agricultoras,
das ferramentas e das mercadorias.
c) Desafios: continuar o processo de romper preconceitos, quebrar paradigmas,
certificar as áreas de plantio como orgânicas (processo em fase final), equacionar o
transporte das agricultoras às áreas de plantio, garantir capacitação para dominar as técnicas
de produção, de gestão administrativa, financeira, comercial e de logística e obtenção e
consolidação de mercado para comercialização dos produtos, e a implantação de uma
Unidade de Alimentação e Nutrição – UAN.
Após conhecer a estrutura e os processos/procedimentos organizacionais, o segundo
passo é conhecer o local designado para o projeto de sistema de informação será. Isso é
estritamente necessário, pois o projeto pode ser elaborado para um local diferente no qual
será executado e, também, pode ser implantado em múltiplos e/ou diferentes locais.
II. Diagnóstico Organizacional
Sendo o diagnóstico organizacional uma radiografia da situação atual da organização
e de seu sistema de gestão, pode ser desenvolvido uma abordagem geral de todo o contexto
da gestão ou ter focos específicos em determinados processos. De acordo com Rosa (2001)
o diagnóstico permite uma visão integrada e articulada da organização ou de um problema
específico, resultando em mais agilidade para superar os obstáculos e melhor direcionamento
dos investimentos.
Dessa maneira, para que esse posicionamento seja mais claro e se obtenha a
mobilização necessária dos envolvidos em todas as etapas a fim de atingir os objetivos
esperados, é fundamental saber de onde os problemas surgem e o porquê. Somente dessa
forma, será possível intervir de forma produtiva para a obtenção dos resultados desejados.
Sendo assim, após realização da visita técnica na cooperativa Cooplantas para
observar todo o processo produtivo e gerencial da organização, buscou-se conhecer sobre
todos os processos e produtos desenvolvidos pela cooperativa, estrutura e diagnóstico
organizacional. Dessa forma, observar o alinhamento estratégico com os recursos existentes,
descobrir os pontos fortes e vulneráveis, foi de suma importância para obter a melhor forma
de aproveitar as oportunidades existentes e assim ser possível propor soluções que ajudem a
superar as dificuldades, melhorar a organização e aumentar a competitividade da
cooperativa.
III. Planejar e Avaliar Sistemas de Informação
Em um projeto de sistema de informação, o objetivo que se busca atingir com essa
ferramenta, deve ser descrito por meio de textos precisos. É necessário ficar claro para todos
os integrantes da cooperativa o porquê da elaboração desse planejamento.
Dessa forma, tendo a cooperativa com finalidade de colocar os produtos e serviços
de seus cooperados no mercado em condições mais vantajosas do que os mesmos teriam
isoladamente, este tipo de organização pode ser entendido como uma “empresa” que presta
serviços aos seus cooperados.
Sendo assim, percebe-se a dificuldade em se administrar este tipo de empresa, já que
tal possui muitos líderes e, assim, grande divergência entre as opiniões. Por isso, faz-se
necessário o uso de ferramentas para clara visualização dos dados da empresa a fim de ter
certeza de qual a decisão certa a ser tomada. Para Flores (2011) quando uma organização opta por implantar um SI gerencial, ela
espera que o sistema a auxilie nas resoluções dos seus problemas. Este processo envolve
pessoas e recursos financeiros e não financeiros.
Dessa maneira, conforme demonstrado na Figura 3, será possível obter uma visão
geral resumida na forma como é desenvolvido um sistema de informação.
Figura 3- Visão geral do desenvolvimento de sistemas. Fonte: Stair e Reynolds, 2008, p.27
Portanto, qualquer planejamento, deve passar por um projeto de desenvolvimento,
para que seja possível entender todo o problema e as possíveis soluções para este, para assim
ser possível realizar o planejamento necessário.
Para que se possa iniciar o planejamento do desenvolvimento e/ou aquisição de um
sistema de informação que se adeque as necessidades da organização em questão, é
necessário primeiramente efetuar toda uma concepção de ideias do cliente. Sendo assim, esta
é a primeira etapa da engenharia de requisitos, que se preocupa com o início do projeto de
software.
Nesta primeira fase procura-se conversar informalmente com os interessados no
sistema e dessa maneira efetuar um brainstorming. Nessa etapa, alguns projetos são
cancelados, devido à falta de viabilidade entre o que o cliente deseja e sua capacidade de
suporte à realização deste projeto e o que a consultoria pode fazer.
Portanto, nesta etapa é estabelecido um entendimento inicial do problema, as pessoas
que procuram pela solução do mesmo, a decisão da melhor solução a ser tomada e a definição
de todos os recursos utilizados.
O próximo passo a ser tomado é o Levantamento e Análise de Requisitos, onde é
questionado ao cliente, usuários e demais interessados quais são os seus objetivos para o
sistema, como o sistema atenderá às suas necessidades e da organização e como deverá ser
utilizado no dia a dia. Porém, nesta etapa é onde são identificados diversos problemas:
Problemas de escopo onde não são definidos corretamente os limites do sistema; Problemas
de concordância onde cliente e usuário não sabem o que precisam e não tem o entendimento
sobre a capacidade e limitação dos seus ambientes computacionais; Problemas onde os
clientes e usuários não sabem transmitir suas necessidades para os analistas; Omissão de
informações, etc.
Á vista disso, temos nesta fase de levantamento, grande parte dos problemas que
afetam o planejamento do sistema como um todo. Ou seja, esta etapa deve ser realizada com
muita atenção e detalhes.
Após o levantamento, possuímos a fase de Elaboração, que consiste na expansão e
refinamento das informações obtidas nas entrevistas efetuadas com o cliente durante as
etapas anteriores. Essa elaboração é realizada por meio da criação de cenário de usuário, que
descreve como o usuário final irá interagir com o sistema.
IV. Sistemas Aplicativos Propostos
A inovação é essencial para aumentar a produtividade e reverter quedas de venda e
produção. A agropecuária juntamente com a indústria, são os setores que vão liderar a
recuperação da economia, de acordo com Brasil (2017). Dessa forma, para ser competitivo
no mercado e crescer cada vez mais, o agronegócio faz uso intensivo de tecnologia.
Com isso, no ramo do agronegócio, existem inúmeras opções de tecnologias
disponíveis para acompanhar todo o processo produtivo de determinado produto, seja com a
utilização de sensores, de máquinas inteligentes, de sistemas automatizados, etc.
A partir desse contexto, pensando na estrutura inicial de informatização da
cooperativa Cooplantas, é necessário analisar friamente quais os primeiros passos que serão
dados para que esta cooperativa se torne competitiva em sua área de atuação, de modo que
não haja súbitas mudanças radicais que possam comprometer o processo gerencial e
produtivo.
Dado esta necessidade de iniciação de informática na base da cooperativa, é
primordial começar essa mudança de cenário com ferramentas que os cooperados já estejam
mais familiarizados, uma mudança progressiva.
Sendo assim, em um primeiro momento, a ideia inicial era focar única e
exclusivamente no desenvolvimento de um sistema de informação, tal como um SIG
(Sistema de Informações Gerenciais). Porém, após a visita técnica efetuada na Cooplantas e
a partir do conhecimento observado sobre as planilhas que os cooperados utilizam, foi
perceptível a relevância que estas planilhas possuem, pois os gestores sabem manuseá-las
bem e de forma concisa.
Assim, após a observação e melhor análise das necessidades da cooperativa, foi
considerado como passo inicial desse planejamento, manter a utilização das planilhas
eletrônicas efetuando as alterações necessárias para que se possa extrair ao máximo o
desempenho dessas planilhas até o período de desenvolvimento, testes e treinamento de uso
do SIG. Todavia, será necessário efetuar diversas mudanças nessas planilhas, tais como:
alterar, inserir, integrar ou deletar planilhas, para que elas sejam mais bem aproveitadas.
Logo, para que esses sistemas possam ser planejados e propostos, é necessário
efetuar um tempo de planejamento para que essas propostas entrem em vigor dentro de um
período estipulado. Para este trabalho, com base nas necessidades envolvidas, o período
válido deste planejamento é de 3 (três) anos. Dessa forma, este se torna um planejamento de
médio prazo, que de acordo com a Figura 4 abaixo, aborda o nível operacional e o nível
intermediário/tático da cooperativa, exatamente como foi ponderado e proposto.
Figura 4 - Desdobramento de planos estratégicos em planos táticos e operacionais. Fonte:
CHIAVENATO, 2014, p.138.
A abordagem acima é refletida devido aos problemas que foram encontrados quando
observados por meio da visita técnica realizada e de acordo com as necessidades de cada
membro principal da cooperativa. Logo, para salientar que o planejamento que está sendo
desenvolvido encontra-se de acordo com a pesquisa, a Figura 5 específica de forma mais
enxuta a justificativa para a proposição destes sistemas, dado que à nível operacional, os
problemas encontrados são relativos quanto a adequação tecnológica e a escolha e utilização
de tecnologias e competências que façam a cooperativa ser mais produtiva; e à nível
intermediário/tático, refere-se a integração e estruturação dos processos, onde busca-se o
melhor enquadramento para as tarefas gerenciais da cooperativa.
Figura 5 - Três tipos de problemas na estratégia empresarial. Fonte: CHIAVENATO, 2014, p.141.
Dessa forma, o presente trabalho contemplará as principais áreas da cooperativa de
acordo com o organograma disponível na Figura 6, onde é demonstrada toda a estrutura
organizacional.
APOIO A GESTÃO E PRODUÇÃO UTILIZANDO SISTEMA INTEGRADO DE
GESTÃO
A utilização de sistemas integrados com a possibilidade de acessar todos os dados
por meio de qualquer computador, smartphone, permite aos gestores da cooperativa total
controle de todas as informações, tanto gerenciais como fabril.
Utilizando SIGs e agricultura de precisão, dados serão gerados, o que dessa forma
permite manejar cada questão relacionada à produção e gestão de maneira mais eficiente e
direta. Para isso, também é necessário utilizar de indicadores para se fazer uma análise mais
eficiente. Isso ocasiona economia de tempo, mão de obra e recursos naturais e financeiros,
além de diminuir o impacto ambiental ao máximo.
Um Sistema Integrado de gestão, conhecido como SIG, possibilita cobrir todas as
funções que uma planilha de Excel não permite.
Segundo Borges (2014), as vantagens das Planilhas eletrônicas em relação aos SIGs,
podem ser assim expressas:
Função Planilhas Eletrônicas Sistemas Integrados de
Gestão
Customização
Por ser sistema aberto, customizar
os valores, tabelas é mais rápido
Em geral, sistemas são
fechados. Demora mais do
que mudar algum campo em
uma planilha.
Disponibilidade online
Planilhas podem ser utilizadas
tanto on-line como off-line.
Em geral, sistemas são on-
line.
Integração
As planilhas aceitam qualquer tipo
de arquivo .csv (tabelas separadas
por vírgulas), fazendo com que
A integração entre sistemas é
um pouco mais difícil de
implantar
seja possível comunicar com
outros sistemas.
Treinamento
Por ser um software que é
conhecido mundialmente, não há
treinamento. Qualquer dúvida
pode ser sanada por pesquisa na
internet.
Sistemas geralmente são mais
particulares e demandam
maior tempo de treinamento
Custo de Mudança
Planilhas podem ser trocadas
rapidamente e de forma muito
mais simples e barata.
Mudanças de sistemas pode
ser uma experiência
desagradável e custosa.
Portabilidade
Planilhas podem ser transportadas
em qualquer dispositivo, seja pen-
drive, celular, e-mail, etc.
Sistemas que não são Web,
por exemplo, não é possível
efetuar essa portabilidade
Uso Imediato
Ao implementar uma planilha, o
seu uso pode se imediato e dessa
forma já auxilia na gestão do
negócio.
Sistemas demoram mais para
serem implementados,
aprendidos e utilizados.
Quadro 2 - Vantagens das planilhas eletrônicas em relação ao SIG. (Adaptado: Borges, 2014).
Porém, para Muller (2017), as vantagens do SIG em relação as planilhas eletrônicas,
podem ser assim expressas:
Função Planilhas Eletrônicas Sistemas Integrados de Gestão
Segurança
Segurança das planilhas é baixa,
pois qualquer problema que venha
a ocorrer no computador pode
danificar o arquivo. Caso a
planilha seja compartilhada, os
riscos aumentam, com chances de
erros e informações
desatualizadas.
As informações podem ser
criptografadas e disponibilizadas
em tempo real. Podendo ser feito
um backup automático.
Suporte
Não existe suporte especializado
para cada planilha. Existem
materiais disponíveis na internet
com dicas de utilização e
correções, porém sem considerar
as particularidades de cada
empresa.
Os sistemas no geral possuem
suporte após a compra ou
desenvolvimento, seja por meio
de telefone, chat, e-mail, etc.
Facilidade de Uso
O gestor pode utilizar uma
planilha simples para um processo
simples. Porém, quando a
empresa precisar de planilhas
robustas, pode encontrar
complexidade.
Os sistemas de gestão,
geralmente são separados por
controles bem definidos, de
forma intuitiva, que facilita o
trabalho da empresa.
Compartilhamento
As planilhas podem ser
compartilhadas por meio da rede
O sistema permite a edição
simultânea de vários usuários,
interna ou por um sistema em
nuvem. Por padrão, a planilha
pode ser editada apenas por um
usuário de cada vez, mas isso
pode ser alterado, o que aumenta
os riscos de criar informações
duplicadas e/ou desatualizadas.
dessa forma um acesso não irá
interferir no outro.
Organização e
Interatividade
A organização dos dados ficará a
critério de quem está utilizando.
Sistemas são criados para manter
as informações organizadas e que
haja interação com os demais
dados. Dessa forma, os dados são
exibidos de forma lógica e
intuitiva, apresentando relatórios
facilitando a análise gerencial do
negócio. Quadro 2 - Vantagens do SIG em relação as planilhas eletrônicas. (Adaptado: Muller, 2017).
Após analisar os itens acima, o Quadro 3 descreve um resumo da avaliação dos
autores sobre as vantagens de cada ferramenta.
Função Planilhas Eletrônicas Sistema Integrado de Gestão
Compartilhamento
Custo de Mudança X Customização X Disponibilidade online
Facilidade de Uso
Integração
Organização e Interatividade
Portabilidade
Segurança X Suporte X Treinamento X Uso Imediato
X Rápido Processamento X
Quadro 3 - Comparação entre Planilhas Eletrônicas x Sistema Integrado de Gestão (Elaboração
Própria, 2018).
1. Mapeamento Previsto de funcionalidades do SIG aplicadas à Gestão
CONTROLE GERENCIAL
AD
MIN
IST
RA
ÇÃ
O Custo de Produção de Cada Planta
Ficha Custo de Produção Para Cada Produto
Tabela de Preço dos Produtos COOPLANTA.
Consultas e Relatórios operacionais e gerenciais
Cálculo de Custo de Produção de cada produto
Relação Matéria Prima e Embalagem
Controle de orçamento de materiais
Cadastro de produtos
RECURSOS HUMANOS
Cooperativa Relação de Ingresso
Lista de Presença nas Assembleias
Registro de Mensagem Telefônica
Relação de Clientes
Proposta de Admissão de Cooperado
Solicitação de Demissão da Cooperativa
Cadastro completo de clientes, contratos e localidades.
Cadastro completo de candidatos a cooperados
Cadastro completo de cooperados
Perfil profissional de cada cooperado e candidato
Controle de cursos realizados pelos cooperados
Processos associativos, alocação e desligamento de cooperados.
Controle de documentação pendente do cooperado
Gestão de benefícios oferecidos ao cooperado
FINANCEIRO
Consulta ficha financeira do cooperado
Consulta ficha financeira do cliente
Cálculo automático da folha de pagamento e seus impostos
Ficha de Produção Diária de Cada Produto
Relatório de Despesa de Viagem
Ficha de Contas Importantes
Ficha de Remuneração
Movimentação Financeira
Controle de todo as contas a pagar da cooperativa
Controle de todo as contas a receber da cooperativa
Emissão de relatórios de fluxo de caixa
Cálculo de hora/homem trabalhada
CO
ME
RC
IA
L
VENDAS
Nota de Venda para Grande Quantidade
Pedido de Compra
Pedido de Venda
Quadro 4 - Mapeamento de funcionalidades do SIG aplicadas à Gestão (Elaboração Própria,
2018).
2. Mapeamento Previsto de funcionalidades do SIG aplicadas à Produção
CONTROLE VIVEIRO
PR
OD
UÇ
ÃO
Ficha de Descarte de Mudas
Ficha de Produção Composto
Ficha de Saída de Mudas
Ficha de Produção de Mudas
CAMPO
Cadastro Básico para Safra, aonde são apontadas as datas de início e
término e a época do ano (Verão/Inverno) de cada planta
Controle da fertilidade dos solos com cálculo de calagem e adubação
Controle de estoque
Projeto Lote a Lote
SECAGEM
Secagem por Planta
Custo Médio Geral de Secagem
Custo Médio de Secagem por Cada Planta
FARMÁCIA
Linha de Produtos Farmácia
Tabela de Produtos da Farmácia
Quadro 5 - Mapeamento de funcionalidades do SIG aplicadas à Gestão.(Elaboração Própria,
2018).
Esse sistema pode ser utilizado tanto local como em nuvem. Para Microsoft (2018),
nuvem “é o fornecimento de serviços de computação – servidores, armazenamento, bancos
de dados, rede, software, análise e muito mais – pela Internet”.
Outro fator que torna o SIG uma ferramenta de gestão melhor que as planilhas do
Excel, é que o fluxo de informações pode ser grande e mesmo assim não haverá problemas,
pois, a ferramenta suporta este tipo de processamento. Além disso, o SIG permite que todas
as informações estejam no mesmo lugar, sem a necessidade de o gestor ficar procurando
dados em diversas planilhas diferentes, como no Excel.
Em relação a integração e análise, o SIG permite que a cooperativa inteira esteja
integrada em um único lugar, impossibilitando vender um produto que não tenha em estoque
ou até mesmo se equivocar com os cálculos.
Devido a esses motivos, justamente por manter a cooperativa toda na “palma da mão”
dos gestores, é possível conseguir informações rápidas para embasar planos e decisões que
se mostram necessárias rotineiramente.
Após escolher um SIG, é necessário o gestor tomar a decisão mais importante. Essa
decisão se baseia em escolher se o sistema será na nuvem ou se será implantado localmente.
Com isso, abaixo está explícito as diferenças entre um SIG na nuvem ou um local.
3. Diferenças Entre SIG na Nuvem e Instalado Localmente
A diferença básica existente entre o sistema SIG na nuvem e um SIG local é simples:
a) Nuvem: também chamado de SaaS (Software-as-a-Service), é fornecido como um
serviço de assinatura. Nesse modo, os dados da cooperativa ficam hospedados em um
servidor do fornecedor de serviço e são acessados via internet, por isso o termo “em nuvem”.
Para utilizar o sistema, a cooperativa precisa de um navegador Web e principalmente acesso
à internet, sendo todo o suporte e gestão oferecidos pelo fornecedor contratado;
b) Local: o SIG é instalado localmente no hardware da cooperativa. Ou seja, é instalado
em um servidor e computadores próprios da cooperativa.
4. Custo de Sistema SIG na Nuvem x SIG Local
Havendo muitas exceções, em geral, o sistema em nuvem possui um valor mais
acessível, uma vez que seu contrato é baseado em assinatura mensal, onde já estão inclusas
as despesas periódicas adicionais de suporte, treinamento, atualizações e infraestrutura. Já o
sistema SIG local implica em maior investimento, que vai desde a compra de licença
contínua, até investimento em infraestrutura.
Por esse motivo de necessidade de investimento, para Haberkorn (2016), o sistema
SIG local são geralmente considerados como CAPEX (despesa de capital), um grande
investimento. E os SIGs na nuvem são geralmente considerados como OPEX (despesa
operacional), que significa um custo a mais para a cooperativa (custo de manutenção, custo
de mão-de-obra, etc).
Segundo Haberkorn (2016), abaixo estão listadas as vantagens e desvantagens de
SIGs em nuvem e local:
Vantagens e Desvantagens dos Sistemas SIG Baseados na Nuvem
Vantagens
a. Custos previsíveis ao longo do tempo;
b. Investimento inicial mais barato;
c. Não há investimentos adicionais de hardware (por exemplo, infraestrutura de
servidor);
d. A segurança dos dados está nas mãos do vendedor;
e. Oferece maior estabilidade e atualizações contínuas de fornecedor, como resultado
de menos customização;
f. Normalmente, levam menos tempo para implementar;
g. Todo suporte e evolução do sistema já está contemplado na mensalidade;
h. Atualizações são feitas com maior frequência e não geram nenhum impacto para o
cliente;
i. Atividades críticas como backup, gestão de disponibilidade e capacidade do servidor,
são gerenciados pelo fornecedor;
j. O ERP na nuvem é facilmente atualizado para novas versões.
Desvantagens
a. Pode acabar gastando mais dinheiro ao longo do ciclo de vida do sistema;
b. A segurança dos dados está nas mãos do fornecedor: Enquanto alguns fornecedores
se comprometem com rigorosos padrões de segurança de dados, algumas organizações
podem não se adequar a este arranjo;
c. Menos personalizável em geral;
d. Tempos de implementação mais curtos são em grande parte um resultado de menos
customização;
e. Maior custo com mão de obra especializada.
Vantagens e Desvantagens de um Sistema SIG Local
Vantagens
a. Maior capacidade de personalizar;
b. A organização tem mais controle sobre o processo de implementação;
c. Operações como atualização de versão, backup e gerenciamento de disponibilidade,
necessitam ser bem gerenciados.
Desvantagens
a. Investimento pode ser visto como mais arriscado, pois os custos não são
previsíveis ao longo do tempo;
b. Existem custos e despesas “escondidos”, como o do custo de aquisição e manutenção
do hardware associado e os custos operacionais de TI;
c. A segurança dos dados está nas mãos da organização: algumas organizações podem
não ser tão hábeis em praticar protocolos adequados de segurança de dados;
d. As personalizações podem resultar em dores de cabeça quanto ao software de
atualizações do fornecedor;
e. Maior custo com mão de obra especializada;
f. Grande dificuldade de atualizar o sistema para novas versões disponibilizadas pelo
fornecedor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ideia de empregar as planilhas eletrônicas como base para construção da
informática na cooperativa Cooplantas, tem como sua justificativa a familiaridade que os
administradores possuem em lidar com as mesmas. Com isto, a manutenção das planilhas
eletrônicas para apoio à tomada de decisão gerencial, que empregam modelos de controle
gerencial e fabril na cooperativa está cada vez mais viável devido a facilidade de uso.
Para justificar esta viabilidade, destaca-se a seguir alguns pontos positivos para
utilização de planilhas eletrônicas no processo de tomada de decisão gerencial: i)
facilidade para o usuário em manipular dados de entrada e saída; ii) planilhas disponíveis
no mercado trazem embutido ferramentas de otimização, que permitem a criação de
programas para solução de problemas; iii) facilidades para apresentação de resultados
através de tabelas e listas; e iv) possibilidade de construção de diversas formas gráficas
para exposição visual dos resultados.
Quando a gestão da cooperativa começar a adquirir uma face mais tecnológica,
poderá ser visto os resultados acontecendo e de forma mais fácil, e além disso, será possível
observar um panorama geral da cooperativa e de seu desempenho. Além do mais, os
trabalhos do dia a dia se tornarão mais ágeis e como consequência os cooperados estarão
mais contemplado em suas necessidades pessoais e empresariais.
REFERÊNCIAS
AUDY, Jorge; MARTINS, R. Projeto Informatize: gerenciando o processo de
informatização na micro e pequena empresa. Porto Alegre: SEBRAE, 1997.
BORGES, Leandro. 10 Vantagens de Planilhas em Relação à Sistemas
(Softwares). 2014. Disponível em: <https://blog.luz.vc/excel/10-vantagens-de-planilhas-
em-relacao-sistemas-softwares/>. Acesso em: 08 maio 2018.
BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a
formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos
Familiares Rurais. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos
Jurídicos. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11326.htm> Acesso em: 28 fev.2018.
BRASIL. Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de
Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras
providências. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L5764.htm>. Acesso em: 26
fev.2018.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agricultura de precisão.
Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. – Brasília : Mapa/ACS,
2009.
BRASIL (Org.). Indústria e agropecuária lideram crescimento em 2017: Retomada do
crescimento. 2017. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-
emprego/2017/03/industria-e-agropecuaria-lideram-crescimento-em-2017>. Acesso em: 11
maio 2018.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. – 5. Ed. – Barueri,
SP: Manole, 2014. 469 p.
FLORES, Ismael O. O processo introdutório de um sistema de gestão integrada (ERP)
em uma construtora: um estudo de caso. 2011. 58 f. TCC (Graduação) - Curso de
Ciências Contábeis, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.
Disponível em: <http://tcc.bu.ufsc.br/Contabeis295979>. Acesso em: 26 fev. 2018.
HABERKORN, Ernesto. SISTEMA ERP NA NUVEM OU LOCAL: O QUE É
MELHOR PARA SUA EMPRESA? 2016. Disponível em:
<https://www.erpflex.com.br/blog/sistema-erp-na-nuvem-ou-local>. Acesso em: 17 abr.
2018.
IBGE. Contas Nacionais Trimestrais. 2017. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/contas-nacionais/9300-
.html?edicao=18455&t=destaques>. Acesso em 11 mar.2018.
IBGE. PNAD Contínua TIC 2016: 94,2% das pessoas que utilizaram a Internet o
fizeram para trocar mensagens: Cerca de 95% das pessoas que acessaram a Internet
utilizaram celular. 2018. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-
noticias/2013-agencia-de-noticias/releases/20073-pnad-continua-tic-2016-94-2-das-
pessoas-que-utilizaram-a-internet-o-fizeram-para-trocar-mensagens.html>. Acesso em: 17
maio 2018.
LAUDON, Kenneth. C.; LAUDON, Jane. P. Sistemas de informação gerenciais.
Tradução de Luciana do Amaral Teixeira; revisão técnica Belmiro Nascimento. 9. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
MICROSOFT (Ed.). O que é computação em nuvem? 2018. Disponível em:
<https://azure.microsoft.com/pt-br/overview/what-is-cloud-computing/>. Acesso em: 25
abr. 2018.
ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS. O que é cooperativismo.
Disponível em:<http://www.ocb.org.br/o-que-e-cooperativismo>. Acesso em: 28 fev.2018.
ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS. Promoção e defesa dos
interesses das cooperativas. Disponível em: <http://www.ocb.org.br/ocb>. Acesso em: 26
fev. 2018.
ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Anuário
do Cooperativismo Mineiro. 2010. Disponível em:
<http://www.minasgerais.coop.br/Repositorio/Publicacoes/anuario_2010/index.html#/9/zo
omed>. Acesso em: 10 mar.2018.
ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Estatísticas.
Disponível em: <http://ocesp.org.br/default.php?p=texto.php&c=estatisticas>. Acesso em:
09 mar.2018
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Measuring the size and scope of the
Cooperative Economy: Results of the 2014 Global Census on Co-operatives. 2014.
Disponível em: <http://www.un.org/esa/socdev/documents/2014/coopsegm/grace.pdf >.
Acesso em: 12 mar.2018.
REZENDE, Denis Alcides. Engenharia de software e sistema de informações. 1. Ed Rio
de Janeiro: Brasport, 1999. ISBN: 85-7452-016-0
REZENDE, Denis A.; ABREU, Aline F. de. Tecnologia da informação aplicada a
sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas
de informação nas empresas. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2013.
REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação
aplicada a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e
dos sistemas de informação nas empresas. São Paulo: Atlas, 2000. 311 p.
REZENDE Denis A.; ABREU, Aline F. de. Tecnologia da informação aplicada a
sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas
de informação nas empresas. São Paulo: Atlas, 2002.
ROSA, J. A. Roteiro Prático para Análise e Diagnóstico da Empresa. São Paulo:
Editora STS Publicações e Serviços Ltda., 2001. v. 1. 158 p.
ROSINI, Alessandro M.; PALMISANO, Angelo. Administração de sistemas de
informação e a gestão do conhecimento. 2. ed. 1ª reimpr. São Paulo: Cengage Learning,
2012.
SEBRAE. O que é uma cooperativa e quais são seus ramos. Disponível em: <
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-uma-cooperativa-e-quais-sao-
os-seus-ramos,02b48034c01a4510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 01
mar.2018.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO. Institucional.
Disponível em: < http://www.sescoopsp.org.br/default.php?p=texto.php&c=institucional >.
Acesso em: 09 mar.2018.
SILVA, Cristiane. R. Percepção do uso da tecnologia de informação na cooperativa
regional dos suinocultores de Passos – MG. 2005. 127 f. Dissertação (Mestrado em
Administração) – Universidade Federal de Lavras, Lavras. 2005. Disponível em: <
http://repositorio.ufla.br/jspui/bitstream/1/2233/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Percep
%C3%A7%C3%A3o%20do%20uso%20da%20tecnologia%20de%20informa%C3%A7%
C3%A3o%20na%20Cooperativa%20Regional%20de%20Suinocultores%20de%20Passos-
MG.pdf>. Acesso em: 01 mar.2018.
STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. 2.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
STAIR, Ralph M. e REYNOLDS George W. Princípios de Sistemas de informação.
Tradução Flávio S. C. da Silva. 6. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.