Ana
Alv
es
ortfólio Projecto de arquitectura
P
Ana Alves nasceu na ilha do Faial, em
1987. É Mestre em Arquitectura pelo
ISCTE – Instituto Universitário de
Lisboa (2011), com tese de mestrada
intitulada “Material simples na
amenização do processo construtivo –
Gabiões de Pedra em Tróia” sobre a
orientação do Professor Doutor Vasco
Moreira Rato. Neste ensaio escrito fez
uma reflexão sobre a importância que
a adequada escolha dos materiais tem
na procura de respostas para minorar
o impacto ambiental da construção.
Realizou o estágio profissional na
empresa municipal Urbhorta E.E.M,
terminando a sua colaboração com
esta em 2013 .
O seu percurso tem-se pautado por
uma constante procura de desafios
que permitam o enriquecimento do
seu universo arquitetónico, onde o
gosto pelo realização de maquetes e a
fotografia, como hobby, tem-se
mantido como ferramentas essências
para o conhecimento a apreciação
dos espaços.
Península de Tróia | Descobrir Tróia - Estratégia geral (p4)
Núcleo arqueológico (p8)
Hotel -spa (p14)
Setúbal | Interface ferroviário – Estratégia geral (p24)
Interface ferroviário (p28)
Barcarena | Parque Urbano (p36)
Torre de Palhinhas (p38)
Torre com objectos comuns
Horta -Faial | Torre do Relógio (p40)
Revitalização da envolvente
Horta -Faial | Coreto do Jardim Florêncio Terra (p42)
Recuperação do Coreto romântico
Carta de recomendação | ArqºJosé Luís Possolo de Saldanha (p45)
Informações Pessoais (p46)
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Tendo como base temática a relação entre
Arqueologia e o Turismo, fomos convidados a
refletir sobre um território sui generis "Tróia
constitui matéria para todo um conto; mas onde
não a há!“ . Composto por diferentes realidades
que lhe conferem características únicas.
Tróia é uma língua de areia que vive entre o mar e
o rio, pertencendo a Setúbal pela proximidade e
pela História, e a Grândola por distribuição
administrativa. O areal, o mar e o rio, a natureza e
os achados arqueológicos, a tranquilidade do local
em contraponto como skyline urbanizado de
Setúbal, tornam este território num tema atractivo
para a exploração turística.
O exercício em Tróia pedia uma actuação em duas
vertentes: à macro escala fazendo uma reflexão
sobre o território, e à micro escala uma Intervenção
localizada sobre o núcleo das ruínas romanas de Tróia, e a instalação de um pequeno hotel. Muito
antes de pensar sobre as ruínas, caminhou-se em
direcção a uma imensidão de pinheiros e areia
clara. A vista era exaltada pelas magníficas
clareiras à beira da Laguna da Caldeira de Tróia;
Decidiu-se encarar o território como um todo,
procurando incentivar a curiosidade pelo descobrir.
Descobrir Tróia Estratégia geral - Península de Tróia
Grupo de trabalho: Abílio Silva, Ana Alves, Ivo Gomes, Mariana Coelho, Xavier Aléxis
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1.ANDERSEN, Hans Christian, uma visita em Portugal em 1866, pp.60
Imagens ilustrativas ambientes criados
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Paletes de materiais,
texturas e cores
Materiais aplicados
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limite geométrico e artificialmente construído, que se vai elevando e
desconstruído conforme se pretenda que o material forme muros, pavimentos ou
coberturas.
O conjunto de ruinas trabalhado mais em pormenor tem a particularidade de se
localizar numa depressão entre dunas e atravessar o território ligando o
ambiente interior da caldeira ao exterior voltado a Setúbal. Estas característica
deram lugar ao surgimento de uma cobertura flexível em cabos de aço que se
lançam da zona mais alta da duna deixando passar uma luz ténue, dotando este
espaço de um ambiente intermédio entre o exterior (natural) e o interior (ruínas).
Onde o percurso se faz num caminhar sobre “muros”, que nos levam desde o
interior dos núcleos fabris até à observação da paisagem envolvente.
Núcleo Arqueológico Península de Tróia
As ruínas, colocadas a descoberto
nos últimos 150 anos, testemunham
a presença romana na península,
estendendo-se numa faixa de quase
2 Km, misturando-se e diluindo-se no
contínuo manto natural de Tróia.
Mimetizando a ordem estabelecida
pela ortogonalidade da implantação
romana, a proposta define uma zona
que se aproxima de um rectângulo, um
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O Hotel projeta-se a partir do solo recebendo os hóspedes numa primeira bolsa
entre o edifício e o território, encaminhando-os para o momento da entrada, um
grande vazio aberto sob a linha que o desenha.
O movimento criado pelo desenho do projecto cria a sensação de uma continuidade
do objecto construído com a língua de areia que desenha a entrada da caldeira,
uma linha imaginária entre este lugar e a margem em frente, como se de um
depende-se o outro, numa continuidade do edifício para além dos limites do que é
construído.
O projeto materializa-se na sua maioria em lamelado colado e madeira, usufruindo
da sua tactilidade e ritmo para criar os ambientes pretendidos alternando entre a
massa de madeira e o ripado que filtra a luz para o interior.
Hotel - spa Península de Tróia
Resultado da reflexão critica quanto à relocalização
do Hotel de Charme previsto no plano de pormenor
de Tróia para o local do Palácio Sotto Mayor, junto às
ruínas. O projecto para este hotel de 30 quartos,
suscitou a vontade de utilizar o programa, à partida
mais privado, como mais um elemento que fomente o
programa “descoberta do território”, proposto na
estratégia geral, aproveitando a sua localização para
incentivar a relação do visitante com o espaço. Numa
lógica interior que se volta constantemente para o
espaço exterior.
O local escolhido no interior da caldeira, situado na
frente oposta às ruínas, é especialmente rico pelos
diferentes ambientes que proporciona, uma frente de
areia ao lado de um pequeno sapal rodeado por uma
cortina de pinheiros de porte considerável. A
vegetação, associada a uma massa topográfica
acentuada permite um certo isolamento físico e
sonoro deste local relativamente à zona mais
urbanizada, deixando de quando em quando algumas
"janelas" de observação por entre as árvores.
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Interface ferroviário Estratégia geral - Setúbal
A proposta de criação de um novo interface ferroviário serve de pretexto para dar início
à transformação da área desaproveitada que circunda a linha ferroviária.
A sua degradação da linha férrea e o corte que esta faz no território separam dois
lados desta cidade, afastando-a.
Tirando partido das diferenças de cotas do território, cria-se uma vasta área verde a
uma cota intermédia que serve de transição entre a parte baixa - com prédios de
costas voltadas à linha ferroviária – e a alta degradada, voltando a misturar estes dois
lados. Este novo espaço dedicado maioritariamente ao lazer será também ocupado por
moradias e pequenos prédios de habitação e serviços onde o novo espaço público se
intromete e influencie o espaço privado e vice-versa, numa continuidade entre público
e privado.
O interface ferroviário constitui uma das portas de entrada na cidade de Setúbal, a sua
importância para a cidade reforça a urgência na requalificação quer da infraestrutura
quer da sua envolvente. A linha de comboio que atualmente divide, passa a circular
sobre um manto verde, sugerindo novas zonas de lazer e serviços, que se estendem
em percursos pedonais por entre parques largos e prédios. Embelezando e
melhorando este local quer para quem lá chega quer para quem sempre aqui viveu.
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Interface ferroviário Setúbal
Em continuidade com a dinâmica criada pela proposta inicial este interface urbano
instala-se abraçando as duas cotas do terreno, lançando-se no terreno e misturando-
se com o espaço público. A sua função de receção e distribuição dos que chegam e
partem é reforçada com o desenho que se estica no solo e distribui em diferentes
direções.
Chegando ao cais único os passageiros seguem por dois patamares em níveis
distintos, na parte baixa, onde a circulação automóvel é mais intensa, os passageiros
são recebidos numa bolsa onde se juntam também os transportes públicos
rodoviários, já na parte alta constrói-se uma plataforma que se estica encaminhando-
os no território.
Um espaço criado para ser utilizado apenas como passagem onde a vivência do seu
exterior tem maior importância do que no seu interior. Um esquema simples de
circulação, completada apenas por três pequenos espaços de serviços dispostos paralelamente ás linhas.
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Parque urbano Barcarena
A intervenção situa-se num dos núcleos rurais
do conselho de Oeiras, Barcarena. Constituído
pelas suas ruas estreitas, diversos pátios e
recantos singulares que perderam função
importância com o passar do tempo.
Fruto da analise feita ao território apercebemo-
nos da importância que a ribeira de Barcarena
teve. Contudo, atualmente, a mesma foi
relegada para segundo plano, bem como parte
do núcleo histórico que tem vindo a degradar-
se. A proposta da criação de um parque visa
dinamize o núcleo, dando-lhe uma nova
vivacidade, recuperando algumas habitações
do núcleo antigo e revitalizando as zonas
verdes atualmente sem qualquer utilidade. O
desenho do parque tira partido das
características naturais do território, onde as
oscilações topográficas e os diferentes solos
(mais áridos na zona mais alta, e mais húmidos
junto a ribeira), permitem-nos criar ambientes
variados, tornando-se num espaço rico em
experiencias
Grupo de trabalho: Abílio Silva, Ana Alves, Ivo Gomes, Mariana Coelho, Xavier Aléxis
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Torre Palhinhas Torre com objectos comuns
A Torre, com objectos comuns, um exercício
que tinha como imposição utilizar o mesmo
material unido apenas por assemblagem, deu-
nos a oportunidade de centrar toda a atenção
nos materiais. Procurando trabalhar o objecto
como uma peça que tal como a arquitectura
vive da relação entre interior exterior.
Escolhemos utilizar palhas negras que se
ligam entre si com uma estrutura de encaixes,
dispondo-as em forma de triângulos que se
empilham de forma alternada possibilitando a
torção do objecto, abrindo com este gesto
espaços para que o material negro que
delimita o interior, permita a relação com o
exterior, branco, compondo um conjunto.
Grupo de trabalho: Abílio Silva, Ana Alves, Ivo Gomes, Mariana Coelho, Xavier Aléxis
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Torre do Relógio Revitalização da envolvente
Horta - Faial
Em paralelo com o caminhar livre sobre
o espaço coloca-se um pavimento de
madeira que se desfragmenta ao longo
manto verde, aparecendo pontos de luz
nas interceções entre madeira e relva.
Numa brincadeira criada pela sombra
da torre, colocam-se eixos no chão que
iram marcar as horas à medida que a
sombra produzida pela torre vai
avançando ao longo do dia, fazendo
um paralelo entra a função da torre
como relógio e a sua projeção no solo
de jardim como relógio solar.
Pretende-se dar início à requalificação do Largo D.Luís I, o vazio que circunda a
Torre do Relógio, que devido ao seu abandono se tem vindo a tornar num baldio. A
recente criação de blocos habitacionais, bem como a abertura do DOP-Universidade
dos Açores trazem uma nova vitalidade à zona, tornado ainda mais pertinente a sua
requalificação.
Não entrando em competição visual com a torre do relógio, a proposta pretende tirar
o maior partido da vista privilegiada que este local tem sobre a bela baia da horta,
assim como para o belo jardim romântico que se encontra no seguimento deste. As
principais preocupações passam por criar um espaço liberto de obstáculos, um vazio
cuidado que prestigia a torre e a vista.
O solo, agora baixo e desinteressante, irá ganhar relevo, uma ondulação que
dinamiza e torna activo o caminhar. Permite deambular, sentar, brincar criar
recantos e diferentes espaços onde a pessoa de uma forma divertida e
descomprometida o podem percorrer.
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Na sequência da destruição do Coreto do Jardim
Florêncio Terra em Novembro de 2012, decidiu-se dar
início à sua reconstituição. A urgência nesta tarefe deve-
se, em muito, à importância que se reconhece a este
jardim, estando a sua história intrinsecamente ligada à
história da cidade da Horta. O jardim formando, em1857
tem a denominação oficial de "Jardim Público" até 1964, quando é alterada para
"Jardim Florêncio Terra", em homenagem ao jornalista e contista faialense
Florêncio Terra.
Carateriza-se pela traça ao gosto romântico do século XIX, tem sido alvo de
diversas intervenções de conservação ao longo dos anos tendo sempre presente
a preocupação de preservar a sua linguagem de jardim romântico, único na ilha.
Neste Jardim situa-se atualmente o coreto, rodeado por um pequeno lago e por
estátuas que representam as estações do ano, pode ainda observar-se uma bela
diversidade de espécies arbóreas das quais se destacam os dragoeiros e a
araucária.
A proposta pretende fazer a recuperação do coreto segundo as suas linhas
originais, ao seu coreto. associando-se a esta intervenção um conjunto de
pequenas adaptações que visão permitir o acesso e a deslocação livre de
pessoas com mobilidade reduzida ao Jardim e ao seu coreto.
Coreto Jardim Florêncio Terra Recuperação do Coreto romântico
Horta - Faial
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Formação académica
2005–2011 | Mestre integrado em Arquitectura,Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-IUL
Av. das Forças Armadas, 1649-026, Lisboa
Principais disciplinas
Projecto de arquitectura, Projecto Urbano, Conservação e Restauro
Tese de mestrado
Material simples na amenização do processo construtivo – Gabiões de Pedra em Tróia
Orientador: Vasco Moreira Rato
Experiência profissional
Janeiro de 2012 | Arquitecta estagiária na empresa municipal UrbHorta E.E.M
Largo Duque de Ávila nº4 – 2º andar, 9900-141 Horta (Açores)
Aptidões Linguísticas
Língua Materna | Português
Médio | Inglês e Espanhol
Aptidões informáticas
Domínio | AutoCad 2D,Sketchup, Photoshop, Gimp, Windows Movie Maker,
Microsoft office, Word, Excel, PowerPoint
Básico | Revit, Adobe Ilustrater
Formação complementar
2000 | Curso de Inglês - Wall Steet Institute - Nível Upper Waystages 2
2010 | Workshop "Construa um ambiente para viver em...", integrado no 1º Congresso
Internacional (da) Habitação no Espaço Lusófono
2012 | Workshop " Introdução à Fotografia de Arquitectura", da responsabilidade de João
Morgado, realizado no Iscte-IUL
2013| Workshop " Introdução ao cinema", da responsabilidade de Luís Bicudo, na
Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça
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Nome Ana Isabel Alves
Contactos (+351) 965184656
Nacionalidade Portuguesa
Data de Nascimento 20 Julho 1987
Emprego desejado Arquitecta
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(+351) 96 518 46 56