FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA
FÁBIO ROBERTO PESSOA DA CUNHA, RU 488316, TURMA 2009/09
PORTFÓLIO
TERESINA 2011
FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA
FÁBIO ROBERTO PESSOA DA CUNHA, RU 488316, TURMA 2009/09
Portfólio
Portfólio apresentado a UTA, Fundamento da Educação, no Curso de Pedagogia a Distância da Faculdade Internacional de Curitiba.
Tutor Local: Fernanda Guedes Centro Associado: Teresina - PI
Teresina
2011
SUMÁRIO
Introdução..........................................................................................................04
Fundamentos socioculturais da educação.........................................................05
As Perspectivas construtivistas e histórico – cultural na educação escolar......07
Fundamentos filosóficos da educação...............................................................14
Referências........................................................................................................18
INTRODUÇÃO
O presente portfólio descreve os resultados do trabalho apresentado ao
Curso de Pedagogia Turma 2009/09, da Faculdade Internacional de Curitiba –
FACINTER. Pólo Teresina – PI
O trabalho trata-se de um estudo que se organiza em três etapas;
primeiramente foram feitas leituras que subsidiaram o estudo no que diz
respeito aos conceitos de Fundamentos socioculturais da educação, As
perspectivas construtivistas e histórico – cultural na educação escolar, e sobre
os Fundamentos Filosóficos da Educação a partir de diferentes autores.
Em seguida foram respondidas questões reflexivas sobre os conteúdos
pesquisados e estudados, a partir desses estudos os dados foram
sistematizados e organizados nesse portfólio.
Aborda-se neste trabalho algumas questões reflexivas sobre os
fundamentos socioculturais da educação mostrando como podem nos auxiliar
numa melhor compreensão da realidade educacional, deste o ponto de vista de
uma investigação mais crítica da realidade, como o tratamento de questões
como inclusão e a diversidade na escola, a desigualdade na oferta
educacional, a questão da cultura e a escola.
Logo em seguida aborda –se questões sobre os principais conceitos da
abordagem histórico-cultural de Vygotsky para a educação, e questões sobre a
relação entre práticas educativas em diferentes culturas e o desenvolvimento
social, afetivo e cognitivo da criança.
Finalmente, reflete-se sobre os Fundamentos filosóficos da educação
com implicações importantes de pensadores como Platão e Aristóteles, bem
como o materialismo dialético de Karl Marx e Friedrich Engels, e por último três
das muitas vertentes da filosofia contemporânea – a fenomenologia, o
existencialismo e o estruturalismo.
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FUNDAMENTOS SOCIOCULTURAIS DA EDUCAÇÃO
PAGINA 81.
Atividade aplicada: Prática
Procure identificar o perfil cultural dos alunos de duas escolas de
sua cidade. Para isso, entreviste professores, alunos, pais, direção e
coordenação pedagógica. Levante dados relativos à origem social e
familiar, situação financeira, acesso a bens culturais etc,
Ao observar o perfil dos alunos de duas escolas da minha cidade percebi
que elas apresentam várias características semelhantes, como origem social e
familiar, e situação financeira desfavoráveis e pouca inserção cultural.
Nossa clientela é oriunda de classe média baixa. Na sua maioria de
baixa renda salarial, com uma renda aproximada entre um a dois salários
mínimos.
Essa situação é proporcional à falta de informação e cultura existente na
comunidade da escola. Somente a escola oferece possibilidades de acesso ao
conhecimento formal e de contato com a diversidade cultural e social ao aluno.
PÁGINA 248
Atividades Aprendizagem – Questões Reflexivas
1- A partir da leitura das tendências e seus vínculos formativos, explique a relevância da compreensão deste conteúdo para a formação do professor.
A compreensão deste conteúdo leva a conscientização de que a prática pedagógica cotidiana também acarreta conseqüências mais amplas em termos sócias e antropológicos. Possibilitando ao futuro professor a compreensão de que toda a prática pedagógica, consciente ou inconscientemente, tem seus fundamentos calcados em concepções políticas,antropológicas e sociais, e que toda ação educativa implica em conseqüências. E quanto mais se tiver consciência dessas conseqüências, melhor será a atividade educativa.
Assim as tendências pedagógicas auxiliam os futuros professores na tarefa de vivenciar a sua realidade profissional com um olhar mais capacitado a compreender as diferenças que se colocam a sua frente.
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2 - Leia o trecho a seguir:
A educação é uma das vertentes fundamentais para o crescimento
da economia, seja pelo efeito direto sobre a melhoria da produtividade do trabalho – formação de trabalhadores
mais eficientes, capital humano – seja pelo aumento da
capacidade do país de absorção e geração de novas tecnologias. ( CNI, 2007, p. 9 )
Como podemos definir a tendência pedagógica dominante nesse documento da CNI? Traga os elementos da tendência presente para a explicação.
A tendência pedagógica dominante nesse documento é a tecnicista, o objetivo da educação era formar a mão de obra para o desenvolvimento capitalista, para isso o ensino fundamentava em uma concepção técnica e especializada.
O núcleo do perfil humano desejado estava na produtividade, o objetivo da educação era o de formar um quadro competente de trabalhadores que pudessem alavancar, por meio do aumento da produtividade, a economia do país. Havia, portanto um vínculo entre os interesses da classe empresarial e os objetivos da educação brasileira.
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AS PERSPERCTIVAS CONSTRUTIVISTAS E HISTÓRICO – CULTURAL NA EDUCAÇÃO ESCOLAR.
PÁGINAS – 73 Atividade de Aprendizagem – Questões para Reflexão
1) Para o estudo mais aprofundado da perspectiva de Vygotsky, faça uma síntese ( trazendo exemplos do seu cotidiano) do capítulo:
VYGOTSKY, L. O desenvolvimento dos conceitos científicos na infância. In: ___ .Pensamento e linguagem. São Paulo: M. Fontes, 1998
Antes mesmo de dar inicio a exposição do desenvolvimento dos
conceitos, Vygotsky deixa claras duas perguntas que ele tenta responder no
decorrer do capitulo, que são:
1) O que acontece na mente da criança com os conceitos científicos
que lhe são ensinados na escola?
2) Qual é a relação entre assimilação da informação e o
desenvolvimento interno de um conceito cientifico na consciência da criança.
Para Vygotsky uma das molas propulsoras para a formação e
desenvolvimento de conceitos está no aprendizado. Este para a criança em
idade escolar, torna-se uma força direcionado com as condições externas e
internas de desenvolvimento dos conceitos.
Por exemplo, se o aprendizado de der em sala de aula, o
direcionamento será mais voltado para certas matérias e certos assuntos com
o intuito de desenvolvimento intelectual (condição interna). Se o aprendizado
se der pelas experiências pessoais da criança ( condição externa), o
direcionamento não seguirá uma única linha de desenvolvimento, mas sim,
abarcará todo e qualquer nível de informação com o qual por ventura a criança
venha a se deparar, criando-se assim um infinito número de conceitos.
Para o autor é na idade escolar que as funções intelectuais superiores,
cujas características principais são a consciência reflexiva e o controle
deliberado alcançam um destaque no processo de desenvolvimento. Nessa
idade a socialização se torna um fato importante, ajudando no desenvolvimento
da criança, seja em condições internas ou externas. É nesse momento que a
criança começa a desenvolver certos pontos importantes para o seu
amadurecimento, pontos como a atenção, que passa a ser voluntária e a
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memória, que passa de um estágio mecânico para o lógico, sendo orientada
pelo significado. Esses dois pontos a criança passa a usa-los de modo
voluntario, deixando de ser mecânico.
Através do aprendizado escolar a criança vai entrar em contato com o
mundo dos conhecimentos científicos, que a induzirá á percepção
generalizante de extrema importância para a conscientização de seus próprios
processos mentais.
Ainda de acordo com as condições internas e externas do
desenvolvimento dos conceitos, Vygotsky passa a explanar sobre o
desenvolvimento dos conceitos espontâneos e científicos da criança.
Para ele os conceitos espontâneos se desenvolvem de maneira
ascendente, ou seja, de baixo para cima, e os conceitos científicos se
desenvolvem de maneira descendente, ou seja, de cima para baixo. Os dois
conceitos se desenvolvem em direções opostas, mas os dois processos estão
relacionados, pois é preciso que o desenvolvimento de um conceito
espontâneo tenha alcançado um certo nível para que a criança possa absorver
um conceito cientifico correlato. Isso nos demonstra a necessidade de entender
o relacionamento dos dois conceitos, o conceito cientifico desenvolvendo-se
por meio do conceito espontâneo e esse por meio daquele. Para o próprio
Vygotsky basta a interação entre os dois conceitos.
A expansão dos conceitos com a inclusão de novos significados, não
presume que a criança tenha que reestruturar todos os seus conceitos
anteriores. A estrutura já existente gradualmente se expande acomodando o
novo significado a sua estrutura correta.
Vygotsky termina sua exposição sobre o desenvolvimento dos conceitos
na criança, afirmando que o aprendizado tem sua gênese fora da escola, que
os conceitos espontâneos são “um produto do aprendizado pré-escolar, da
mesma forma que os conceitos científicos são produtos do aprendizado
escolar”.
Assim o desenvolvimento da criança acontece partindo de situações
concretas, de histórias, cases, vídeos, jogos, pesquisa, práticas e ir
incorporando informações, reflexões, teoria a partir do concreto.
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Quanto menor é o aluno mais prático precisam ser as situações para
que ele as perceba como importantes para ele. Por exemplo, quando
mostramos a uma criança duas bolachas iguais, uma inteira e a outra partida
em quatro pedaços. Quase todas as crianças de cinco anos de idade vão dizer
que as quantidades de bolacha não são iguais. Muitas vão achar que há maior
quantidade na bolacha em pedaços. Já as crianças mais velhas reconhecerão
facilmente que as quantidades são iguais.
Esse exemplo mostra um fato comum, o pensamento evolui, passa por
estágios e em cada estágio, a criança tem uma maneira especial de
compreender e explicar as coisas do mundo, em certos estágios do
pensamento às crianças pensa que a disposição das partes altera a
quantidade. Por isso, para as crianças pequenas, pode parecer que a
quantidade de bolacha aumenta se ela for partida em pedaços.
Dessa maneira aprender com compreensão é um processo pessoal, que
acontece dentro da cabeça de cada um. Esse processo exige que o aprendiz
pense por si próprio, para a criança simplesmente receber informações de um
professor não é suficiente para que ela aprenda com compreensão, porque,
nesse caso, a criança fica passiva, não pensa com a própria cabeça. Procuro
sempre meios de fazer a criança explorar o mundo à sua volta, quanto mais a
criança explora as coisas do mundo, mais ela é capaz de relacionar fatos e
idéias, tirar conclusões, ou seja, mais ela é capaz de pensar e compreender.
Por exemplo, percebo no meu cotidiano que as crianças que tem
oportunidade de praticar relações comerciais (compras, pagamentos, trocas)
costumam ser mais capazes de resolver problemas matemáticos envolvendo
esses assuntos do que crianças que não tem tais experiências.
2 - Leia e comente o capítulo:VYGOTSKY, L. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: __.
A formação social da mente. São Paulo: M. Fontes, 1994
No entender de Vygotsky, é no brinquedo que a criança aprende a agir
numa esfera cognitiva que depende de motivações internas. Para uma criança
muito pequena os objetos têm força motivadora, determinando o curso de sua
ação, já na situação de brinquedo os objetos perdem essa força motivadora e a
criança, quando vê o objeto, consegue agir de forma diferente em relação ao
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que vê, pois ocorre uma diferenciação entre os campos do significado e da
visão, e o pensamento que antes era determinado pelos objetos do exterior,
passa a ser determinado pelas idéias.
A criança pode, por exemplo, utilizar um palito de madeira como uma
seringa, folhas de árvore como dinheiro, enfim, ela pode utilizar diversos
materiais que venham a representar uma outra realidade.
Brincar possibilita a criança descobertas que acarretam o aprendizado. A
observação e a interpretação da atividade de brincar dá ao professor caminhos
que o leva a entender o aluno, e à criança oportunidades de mesclar as
informações, ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, sejam elas
motoras, cognitivas ou lingüísticas, e assim, temos os fundamentos teóricos
para deduzirmos a importância da brincadeira.
O brincar é atividade própria da criança, sua forma de estar diante do
mundo social e físico e interagir com ele, a porta pela qual entra o contato com
outras pessoas, o instrumento para a construção coletiva do conhecimento.
O brinquedo na perspectiva Vigotskiana desenvolve as funções
psicológicas superiores e com ele pode se desenvolver uma atividade que
possibilita a criação da zona do desenvolvimento proximal permitindo que a
criança construa novos saberes estabelecidos pela aprendizagem escolar. A
essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do
significado e o campo da percepção visual – ou seja, entre situações no
pensamento e situações reais”.
PAGINAS 98/99
Atividades de Aprendizagem – Questões para Reflexão
1- Pesquise sobre a relação entre práticas educativas em diferentes culturas e o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo. Relacione com aspectos discutidos neste capítulo.
Coletivos de educadores e educadoras de escolas e Redes vêm
expressando inquietações sobre o que ensinar e aprender, sobre que práticas
educativas privilegiar nas escolas, nos dias de estudo e planejamento.
O contexto educacional compreende diferentes práticas escolares tendo
como principal objeto de estudo o aluno. É no aluno que as práticas escolares
se realizam de forma positiva ou negativa. Mas independente do modo como
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se dão essas práticas, todas têm como finalidade promover o aprendizado do
aluno.
A relação contexto escolar e contexto familiar é fundamental para o
processo de aprendizagem. É nos dois contextos que a família juntamente com
a escola, tem o papel de desenvolver a sociabilidade, a afetividade e o bem
estar físico dos indivíduos.
É no ambiente familiar e escolar que o sujeito se prepara de acordo os
padrões culturais e sócio-históricos pré-definidos para atuar na sociedade.
A família e a escola constituem-se como referenciais fundamentais para
a formação do educando e é nessa articulação que a educação acontece de
forma insubstituível. É necessário que haja a aproximação desses dois
contextos a partir de uma ação coletiva, que complete a ação, já que tanto o
contexto familiar quanto o contexto escolar apresentam aspectos positivos e
negativos.
Neste capitulo estudamos que as práticas educativas são afetadas,
basicamente pelo tipo de conhecimento valorizado em determinada cultura e
pelo modo como se permite o acesso a ele.
A família é afetada diretamente pela cultura. As práticas parentais são o
reflexo das pautas de criação de filhos em dada cultura e manifesta o que se
pretende alcançar com a educação. Nesse sentido o contexto democrático que
se objetiva em praticas educativas participativas, impõe-se como o mais
adequado quanto à possibilidade de acesso ao conhecimento porque permite o
desenvolvimento do argumento racional e da necessidade de respeito à
diversidade e à pluralidade.
Acreditar na possibilidade de mudança é fundamental para qualquer
educador, mas as mudanças se processam lentamente e estão relacionadas à
atividade do sujeito a partir das possibilidades estáveis e regulares que o meio
oferece.
2 - Para estudo mais aprofundado das interações entre indivíduo e cultura, faça uma síntese do capítulo:
BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano. In: ____ A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
Relacione o capítulo às principais idéias trabalhadas neste livro.11
O modelo ecológico de Bronfenbrenner (1996) trata-se de uma
perspectiva que se define, basicamente, por privilegiar o contexto e as
interações entre o organismo e o ambiente. Uma das maiores contribuições da
abordagem ecológica, reside no fato de que ela torna o pesquisador capaz de
"pensar ecologicamente" sobre desenvolvimento, possibilitando que sua
atenção seja dirigida não só para o indivíduo e os ambientes imediatos nos
quais ele se encontra, mas também, para as interações do indivíduo com os
ambientes mais distantes, do qual muitas vezes, ele sequer participa
diretamente.
Bronfenbrenner proporciona a compreensão de vários sistemas de
influência, desde os mais distais até os mais próximos, que acabam por formar
o entorno ecológico do indivíduo.
Através de uma linguagem específica de sua abordagem, o autor
pressupõe que toda experiência individual se dá no ambiente ecológico, o qual
"é concebido como uma série de estruturas encaixadas, uma dentro da outra,
como um conjunto de bonecas russas". (Bronfenbrenner, 1996, p. 5). Um
aspecto marcante desta concepção, é que o importante para o
desenvolvimento é o ambiente na maneira como é percebido pelo indivíduo, e
não como ele existe na realidade objetiva.
Portanto, conforme Bronfenbrenner (1996), "os aspectos mais
importantes do meio ambiente no curso do crescimento psicológico são, de
forma esmagadora, aqueles que têm significado para a pessoa numa dada
situação". (p. 9). Estes ambientes são analisados em termos de quatro tipos de
sistemas que guardam uma relação inclusiva entre si: o microssistema, o
mesossistema, o exossistema e o macrossistema.
O microssistema é o sistema ecológico mais próximo e compreende
um conjunto de relações entre a pessoa em desenvolvimento e seu ambiente
mais imediato, como por exemplo, a família, a escola, a vizinhança, a igreja, o
clube social, etc.
O mesossistema refere-se ao conjunto de relações entre dois ou mais
microssistemas, dos quais, a pessoa em desenvolvimento, participa de maneira
ativa: as relações família-escola ou escola-igreja, por exemplo.
O exossistema compreende aquelas estruturas sociais formais e
informais que, mesmo que não contenham a pessoa em desenvolvimento,
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influem e delimitam o que acontece no ambiente mais próximo: a família
extensa, as condições e as experiências de trabalho dos adultos e da família,
as amizades, a vizinhança do bairro em geral.
E por último, o macrossistema, que é o sistema mais distante do
indivíduo, e inclui os valores culturais, as crenças, as situações e
acontecimentos históricos que definem a comunidade onde os outros três
sistemas estão inseridos e podem afetá-los: os estereótipos e preconceitos de
determinadas sociedades, períodos de grave situação econômica dos países, a
globalização.
Relacionando essa síntese às principais idéias trabalhadas no livro: As
perspectivas construtivista e histórica – culturais na educação escolar – Tânia
Stoltz. Percebe-se que o que somos é resultado da interação com processos
culturais de socialização, que têm na educação e na aprendizagem o
desenvolvimento de trajetórias semelhantes, porque ocorrem a partir de uma
mesma cultura.
A partir dessa perspectiva um contexto de desenvolvimento seria
aquele em que os papéis da criança e do seu responsável estão entrelaçados
de modo que as interações cotidianas entre eles e a maneira como se organiza
a atividade a partir deles levam a aprendizagens implícitas e explicitas, mas
sempre situadas em uma determinada cultura.
Assim discutimos no capitulo a influencia do grupo que acolhe o ser
humano, mediado pelas pessoas mais próximas responsáveis pela criança,
levando em conta as instituições, valores e organização social dos quais esse
grupo participa. Refletido sobre a característica social e socializadora da
educação em suas relações com o desenvolvimento e a aprendizagem do ser
humano.
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FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
Pagina 44
Atividades de Aprendizagem - Questões para Reflexão.
1- Compare o pensamento de Platão com o de Aristóteles.
Identifique semelhanças e diferenças.
Aristóteles foi o mais famoso discípulo de Platão e dele se diferenciou,
por estabelecer uma teoria do conhecimento que não separa o grau primeiro, a
sensação do conhecimento intelectual. Tendo uma posição diferente de seu
mestre defendia que a observação era a atividade básica para poder entender
o mundo. Em outras palavras, dizia que dos dados empíricos podiam-se tirar
conclusões e destas criar regras que explicassem o funcionamento da
Natureza. Com esta maneira de interpretar os dados da experiência, Aristóteles
tornou-se o fundador de diversas ciências e um dos maiores representantes do
empirismo (na realidade, chamado de realismo).
Para Platão o conhecimento é derivado do reconhecimento, no mundo
material, de idéias primordiais existentes em uma esfera separada e superior a
nossa.
Para Aristóteles por outro lado, o conhecimento do universal se faz por
meio da abstração, isto é, do conhecimento das essências das próprias coisas.
Enquanto Platão “inclinou-se preferencialmente por fazer desenhos de
construções sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o
melhor futuro da humanidade”. Aristóteles estudou política,
ética, linguagem e retórica, física, biologia fundamentando-se em uma
minuciosa observação da organização das cidades, da sociedade, dos
homens, sua linguagem, da natureza, classificando as coisas do mundo
segundo suas semelhanças e diferenças.
2- De que modo o cristianismo afetou a filosofia medieval?
A Igreja exerceu ampla influência, traçando um quadro intelectual em
que a fé cristã era o pré-suposto da vida espiritual.
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Consistia na crença irrestrita ou na adesão incondicional às verdades reveladas
por Deus aos homens. Verdades expressas nas Sagradas Escrituras (Bíblia) e
interpretadas segundo a autoridade da Igreja.
De acordo com a doutrina católica a fé representava a fonte mais elevada das
verdades reveladas
Toda investigação filosófica ou científica não poderia, de modo algum,
contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Os filósofos não
precisavam se dedicar à busca da verdade, pois ela já havia sido revelada por
Deus aos homens. Restava-lhes, demonstrar racionalmente as verdades da fé.
O conhecimento da verdade se identificava com o conhecimento de
Deus por meio das escrituras e do magistério da igreja. O estudo de filósofos
nesse sentido justificava – se na medida em que não se contrariassem as
verdades da fé.
3 - Explique a síntese Kantiana sobre o racionalismo e o
empirismo.
Kant tentou provar que tanto os inatistas (os racionalistas, que
consideravam certas idéias inatas na alma) quanto os empiristas estavam
errados. Ou seja, os conteúdos do conhecimento não eram inatos nem eram
adquiridos pela experiência.
Kant postula que a razão é inata, mas é uma estrutura vazia e sem
conteúdo, que não depende da experiência para existir. A razão fornece a
forma do conhecimento e a matéria é fornecida pelo conhecimento.
Desta maneira, a estrutura da razão é inata e universal, enquanto os
conteúdos são empíricos, obtidos pela experiência. Kant afirma que o
conhecimento provém de uma ação combinada do sujeito e do objeto, sendo
esse conhecimento racional e verdadeiro.
Pagina 113
Atividades de Aprendizagem - Questões para Reflexão
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1 - Faça uma explanação sobre os conceitos de materialismo e
dialética e explique de que modo esses conceitos se articulam na filosofia
de Marx e Engels.
O materialismo é um termo utilizado para designar a atitude ou o
comportamento daqueles que se apegam aos bens, valores e prazeres
materiais.
Dialética é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e
contradição de ideias que leva a outras ideias. A tradução literal de dialética
significa "caminho entre as idéias".
Na filosófia o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é uma
forma de doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels. Para eles a
história se desenvolve de forma dialética, isto é, em um movimento de
tese/antítese /síntese, configurada em uma contínua luta de classes.
2 - Explique a crítica que Marx e Engels fizeram à instituição
escolar no século XIX.
Eles postulavam a necessidade de uma educação proletária como modo
de formação da consciência crítica e da supressão da ideologia burguesa.
Afirmando que a escola serve aos propósitos mesquinhos da classe
capitalista, pois pode ser comparada a uma empresa, na qual o professor
assume o papel de trabalhador assalariado, cujo produto, a instrução de
crianças e jovens, visa formar mão de obra para o trabalho alienante da
indústria. O projeto de Marx implica conceber o trabalho como princípio
educativo para superar a alienação.
3 - Compare a concepção de educação em Althusser; Balibar (1980)
e Demerval Saviani (1983), indicando semelhanças e diferenças.
Para Louis Althusser representante da corrente crítico - reprodutivista, a
escola é e sempre será local de doutrinação da ideologia burguesa, entendida
como instrumento da classe dominante para a reprodução das condições
sociais e econômicas vigentes, que permitem a dominação de classe.
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Devendo portanto ser extinta do processo de emancipação social da
classe trabalhadora.
Porém, de acordo com Demerval Saviani, embora admita que a escola
historicamente seja usada como instrumento para inculcar a ideologia nas
gerações mais jovens, afirma que a escola pode e deve se transformar no seu
oposto: em local de formação da consciência crítica, não devendo, portanto,
ser extinta, e sim transformada.
Pagina 142
Atividades de Aprendizagem - Questões para Reflexão
1 - De que modo a fenomenologia nos auxilia a pensar a questão do
processo de ensino – aprendizagem?
Nos leva a pensar nas praticas pedagógicas de maneira desafiadora,
uma vez que o educando é no processo de aprendizagem, como um ser ativo,
cujo intelecto tende aos objetos de conhecimento.
2 - O existencialismo promove uma educação humanista ou anti-
humanista? Justifique sua resposta.
Promove uma educação humanista, pois é uma corrente que enfatiza a
liberdade e a responsabilidade individual do ser humano, incorporando o
aprendizado como um campo de possibilidades, onde o papel da educação é
de formar os indivíduos para uma vida de liberdade e responsabilidade.
3 - Explique o conceito de classificação em relação à escola para
Foucault.
Essa classificação de Foucault em relação a escola se refere a forma de
repartição dos indivíduos na ordem escolar: filas de alunos na sala, nos
corredores, colocação atribuída a cada um em relação a cada tarefa e cada
prova, etc. Assim nesse conjunto de alinhamentos obrigatórios alguns alunos
ficam na ociosidade, nesse sentido, a educação é vista em função das práticas
sociais que a constituem, como a hierarquização, as relações de poder, o
esquadrinhamento do espaço e a produção de indivíduos politicamente dóceis
e economicamente úteis.
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Referencias
Melo, Alessandro de
Fundamentos socioculturais da educação / Alessandro de Melo –
Curitiba: Ibpex, 2011. – (Serie Fundamentos da Educação)
Stoltz, Tania
As perspectivas construtivas e histórico-cultural na educação escolar /
Tania Stloz – 3. ed. ver, ampl. – Curitiba: Ibpex, 2011. – (Serie Fundamentos
da Educação)
Vasconcelos, José Antonio
Fundamentos filosóficos de educação / José Antônio Vasconcelos. –
Curitiba: Ibpex, 2011. – (Serie Fundamentos da Educação)
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