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Page 1: profissional bem treinado”, afirma. - Fora do arp.download.uol.com.br/aeromagazine/ed151_pg34.pdf · de Tráfego Aéreo do Rio de Janeiro), que representa cerca de 150 profissio-nais

civis da Infraero, que trabalham sob aCLT; e o dos servidores públicos fede-rais subordinados à Aeronáutica, osDactas”, explica o diretor técnico doSNTPV (Sindicato Nacional dos Tra-balhados na Proteção de Vôo), Ernan-des Pereira da Silva. O SNTPV repre-senta os Dactas, contratados entre 1974e 1986. “Somos uma espécie em extin-ção. Desde que foi criado o sindicato,em 1986, a Aeronáutica nunca maiscontratou controladores civis”, afirmaSilva. Segundo ele, hoje há em serviçocerca de 100 Dactas, além de 425 ina-tivos. O diretor do sindicato conta queo registro profissional dos controlado-

res menciona apenas a classificação deservidores públicos federais, sem defi-nição estrita de controlador. O SNT-PV é o único sindicato que represen-ta, de fato, os controladores, segundoos mesmos. “Nos anos 1990, a Justiçadeterminou que os controladores daInfraero seriam representados pelo Sin-dicato Nacional dos Aeroportuários,que é totalmente controlado pela In-fraero”, afirma Jorge Nunes de Olivei-

ra, controlador aéreo da Infraero, quetrabalha atualmente na torre do aero-porto do Jacarepaguá, no Rio de Ja-neiro. Oliveira é presidente da AC-TARJ (Associação dos Controladoresde Tráfego Aéreo do Rio de Janeiro),que representa cerca de 150 profissio-nais civis no Estado. Ele afirma queassim como as demais associações decontroladores (inclusive de militares,que não podem ter sindicato), oSNTPV e a ACTARJ têm como reivin-dicações comuns a desmilitarização docontrole de tráfego aéreo civil; a uni-ficação das três categorias; contrata-ção de pessoal; e plano de carreira.

Modelo militarO comerciante paulista Maurício

Mol Marcelo é controlador de vôo dareserva. Trabalhou sete anos no Cin-dacta-1, em Brasília, outros sete anosna torre do Campo de Marte, emSão Paulo, nove anos na torre do Ae-roporto de Congonhas e 1 ano noSivam (hoje, Cindacta-4), centro decontrole de Manaus (AM). Mol foipara a reserva em 2003. Para ele, o

modelo militar de controle de tráfe-go aéreo civil é um grande equívoco.Mol observa que boa parte das carên-cias evidenciadas atualmente vem seavolumando desde a década de 1980.Entre as quais a baixa remuneraçãoe a conseqüente perda de bons pro-fissionais. “Quando trabalhei no Cin-dacata-1, a área do acidente, via mui-ta gente boa deixar a carreira de con-trolador depois de cumprir os cincoanos mínimos”, diz. “O pessoal per-manece no controle enquanto custeiaa faculdade; depois que passe em ou-tro concurso público mais bem remu-nerado, vai embora, e se perde um

profissional bem treinado”, afirma.Segundo Mol, o problema agravou-senos últimos anos. “Na evolução dotempo, o salário foi sendo cada vezmenos atrativo. Tenho ex-colegas quedeixaram o controle para serem poli-cial rodoviário federal, que hoje têmum plano de carreira e salário digno”,diz. “Temos controladores de vôo queganham R$ 2 mil por mês e contro-ladores de rodovias que ganham R$ 6

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T R Á F E G O A É R E O Controladores

Controladores no Cindacta-1: 40 profissionais foramtrocados depois do acidente

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