UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDOFACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
Eliege Pazinato
Proposta de Planejamento Ambiental para o Município deTapera - RS
Passo Fundo, 2011.
Eliege Pazinato
Proposta de Planejamento Ambiental para o Município deTapera - RS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso deEngenharia Ambiental, com parte dos requisitos exigidospara obtenção do Titulo de Engenheiro Ambiental.Orientador: Prof°. Marcos Antonio Leite Frandoloso,Mestre
Passo Fundo, 2011.
Eliege Pazinato
Proposta de Planejamento Ambiental para o Município deTapera/RS
Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de
Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e
Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:
Orientador:_________________________
Marcos Antonio Leite Frandoloso
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Aline Ferrão Custódio Passini
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
Passo Fundo, 6 de dezembro de 2011.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, especialmente meus
pais, Elias e Mariza, meu irmão Estevão e meu namorado
Felipe de quem recebi estímulo indispensável para
viabilizar tanto este trabalho como a minha trajetória de
vida. Vocês são o meu referencial que será perpetuado
pela minha existência.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a DEUS por permanecer
sempre ao meu lado nos momentos de medo e
insegurança.
Ao meu orientador Prof. Ms Marcos Antonio Leite
Frandoloso pela dedicação, empenho e paciência na
execução do trabalho.
Aos meus professores pelas orientações dadas e pelo
conhecimento técnico e, principalmente, de vida,
transmitidos ao longo do curso.
A meu namorado, Felipe, pelo carinho, compreensão e
amizade, por estar ao meu lado nos momentos em que
mais precisei e principalmente pelo amor.
Aos meus amigos queridos por estarem sempre ao meu
lado.
E acima de tudo à minha família, pelo amor
incondicional, pelo apoio constante, e pela paciência
sem fim ao longo desta caminhada.
“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que
você não conhece como eu mergulhei. Não se
preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer
entendimento”.
Clarice Lispector
RESUMO
Percebe-se que as cidades vêm crescendo desordenadamente nos últimos tempos, sem
preocuparem-se com o planejamento ambiental prévio, necessário para evitar problemas
futuros, que ao acontecerem trazem prejuízos financeiros às famílias, que muitas vezes são
aconselhadas a abandonarem suas casas por riscos de enchente e desmoronamento das
encostas onde as residências são construídas, além de enfrentarem graves problemas com a
disposição inadequada dos resíduos gerados; para que estes problemas sejam resolvidos é
indispensável que as cidades foquem no zoneamento ambiental. Sendo assim, o presente
trabalho teve como principal objetivo propor diretrizes para o Planejamento Ambiental no
município de Tapera - RS, enfocando o zoneamento da atividade suinocultora na localidade
de Linha São Pedro, além de propor ações para o Gerenciamento de Resíduos Sólidos (GRS)
para o município. A metodologia utilizada foi uma pesquisa exploratória, onde se realizou a
coleta de dados junto ao município, dados complementares pela pesquisa bibliográfica e
acervo documental da Prefeitura Municipal. Assim sendo, a proposta do PGRS foi baseada
nos princípios básicos da educação ambiental instrumento da gestão ambiental, onde foram
realizados levantamentos e análise dos diversos tipos de resíduos municipais, formas de
acondicionamento na origem, coleta, transporte, legislação, processamento, recuperação e
disposição final utilizado atualmente, deve-se ressaltar que considerou-se os estudos e
programas já existentes no próprio município. Por fim, pode-se concluir com este trabalho que
é necessário fortalecer o conhecimento sobre tais metodologias e incentivar os municípios
com características semelhantes à Tapera a aplicarem estas ferramentas de gestão ambiental
possibilitando assim que as pequenas cidades alcancem a sustentabilidade ambiental com
pequenos e generosos gestos.
Palavras-chaves: Planejamento Ambiental, Zoneamento Ambiental, Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos
ABSTRACT
It is perceive that the cities have grown disarrange in recent times, without worrying about
environmental planning, necessary to avoid future problems, that could bring financial losses
to families, who are advised to leave their homes because of flood risksand collapse of slope
where the homes are built, and are facing serious problems with the improper waste disposal;
so that, to solve these problems, must be essential for cities to focus on the environmental
zoning. Therefore, this study aimed to propose guidelines for environmental planning in the
municipality of Tapera - RS, focusing zoning activity swine, in São Pedro District, and to
propose actions to Solid Waste Management (WMP) for the municipality. The methodology
used was an exploratory research, where held data collection by the municipality, the
bibliographic data complementary and documentary collection of the City. Therefore, the
proposed SWMP was based on the principles of environmental education tool of
environmental management, where surveys were conducted and by analysis of various types
of municipal waste, types of packaging at source, collection, transportation, legislation,
processing, recovery and currently used disposal, it should be noted that if the studies and
programs already existing in the municipality. Finally, can conclude that this work is
necessary to strengthen the knowledge of such methodologies and encourage municipalities
with similar characteristics to Tapera - RS to apply these tools in environmental management,
thus enabling smaller cities to achieve environmental sustainability with generous and small
gestures.
Keywords: Environmental Planning, Environmental Zoning, Plan of Solid Waste
Management
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
ABINEE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA
ALIBEM: COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA
ARS: ÁGUAS RESIDUÁRIAS DE SUINOCULTURA
BIPERS: BOLETIM INFORMATIVO DE PESQUISA E EXTENÇÃO DO RIO GRANDE
DO SUL
CEMPRE: COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA A RECICLAGEM
CETESB: COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL
CMMAD: COMISSÃO MUNDIAL PARA O MEIO AMBIENTE E O
DESENVOLVIMENTO
CONAMA: CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CONSEMA: CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE
DBO: DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO
EMATER: EMPRESA BRASILEIRA DE EXTENSÃO RURAL
EMBRAPA: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA
EPA: ENVIRONMENT PROTECTION AGENGY
EPIC: ENVIRONMENT AND PLASTICS INDUSTRY COUNCIL
ETA: ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
FAMURS: FEDERAÇÃO DAS ASSOCIACÕES DOS MUNICÍPIOS DO RIO
GRANDE DO SUL
FIRJAM: FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
GEE: GASES EFEITO ESTUFA
GIRS: GESTÃO INTERGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
GIRSU: GESTÃO INTERGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
GRS: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
GTZ: GESELLSCHAFT FÜR TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT
IBAM: INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACAO MUNICIPAL
IBGE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA
IDS: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
IDSM: ÍNDICE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA MUNICIPIOS
INPEV: INSTITUTO NACIONAL DE PROCESSADORES DE EMBALAGENS VAZIAS
IPT: INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLOGICAS
MDA: MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
MDL: MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO
MGIRS: MANUAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
MMA: MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE
NBR: NORMA BRASILEIRA
OECD : ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO ECONÔMICA E O
DESENVOLVIMENTO
ONU: ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
PAM: PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL
PAMT: PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL DE TAPERA
PER: MODELO PRESSÃO, ESTADO, RESPEITO
PEV’S: PONTOS DE ENTREGA VOLUNTÁRIA
PGRSS: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE
PIB: PRODUTO INTERNO BRUTO
RSD: RESIDUOS SOLIDOS DOMICILIARES
RSU: RESÍDUOS SOLIDOS URBANOS
SDT: SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
SISNAMA: SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
USEPA: AGÊNCIA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL AMERICANA
ZEE: ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Roteiro de trabalho para formulação do Planejamento Ambiental. .......................... 25Figura 2: Fluxograma de procedimentos metodológicos em Planejamento Ambiental ........... 26Figura 3: Modelo PER de indicadores ambientais ................................................................... 36Figura 4: Esquema da classificação dos resíduos sólidos......................................................... 45Figura 5: Fases do processo de compostagem.......................................................................... 54Figura 6: Fluxograma esquemático da pesquisa....................................................................... 58Figura 7: Localização do Município de Tapera em relação ao Estado do Rio Grande do Sul. 60Figura 8: Localização dos distritos pertencentes ao Município de Tapera............................... 61Figura 9: Uso e Ocupação do Solo da UPG Colorado na Bacia do Alto Jacuí ........................ 63Figura 10: Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí............................................................................ 72Figura 11: Localização da ARFITA em relação a Cidade de Tapera....................................... 75Figura 12: Localização do município de Tapera e a localidade de Linha são Pedro em relaçãoa RS-223 ................................................................................................................................... 79Figura 13: Localização das propriedades suinícolas do Distrito de São Pedro, Tapera, RS .... 80Figura 14: Demais propriedades que paralisaram a atividade suinocultora temporariamente . 81Figura 15: Mapa do Município com a localização da Zona Urbana, parte da localização daAPP e o Zoneamento Proposto para a atividade suinocultora da Linha São Pedro, Tapera - RS83Figura 16: Fluxograma de uma Usina de Triagem e Compostagem ........................................ 90Figura 17: Setores de coleta ..................................................................................................... 93Figura 18: Etapas de manejo dos resíduos de serviços de saúde.............................................. 98Figura 19: Estrutura para coleta de pilhas e baterias .............................................................. 100Figura 20 : Caixa de coleta para baterias usadas NiCd – SONY. ........................................ 101Figura 21: Caixa de coleta para baterias usadas NiCd – PANASONIC. ............................... 101Figura 22: Lixeira para coleta de pilhas e baterias. ................................................................ 101Figura 23: Cartaz da ABINEE para coleta de baterias veiculares. ......................................... 103Figura 24: Estrutura para coleta de lâmpadas fluorescentes................................................... 104Figura 25: Estrutura para coleta de pneus. ............................................................................. 105Figura 26: Estrutura para coleta de agrotóxicos. .................................................................... 107Figura 27: Fluxo logístico das embalagens vazias. ................................................................ 108Figura 28: Estrutura para coleta de óleos e graxas. ................................................................ 109Figura 29: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 30: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 32: Galpão de alojamento dos bovinos de leite........................................................... 124Figura 31: Vista frontal dos dois galpões de alojamento dos suínos...................................... 124Figura 33: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 34: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 36: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 35: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 38: Local de armazenamento da silagem para os bovinos .......................................... 124
Figura 37: Galpão de alojamento dos bovinos de leite........................................................... 124Figura 40: Local de confinamento dos suínos ........................................................................ 124Figura 39: Vista parcial dos galpões....................................................................................... 124Figura 42: Galpão de alojamento dos bovinos de leite durante a ordenha ............................. 124Figura 41: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 43: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 44: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 45: Galpão de alojamento dos bovinos de leite........................................................... 124Figura 47: Vista dos dois galpões de alojamento dos suínos ................................................. 124Figura 46: Silos de armazenamento da ração para os suínos ................................................. 124Figura 48: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 49: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 50: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 51: Galpão de alojamento dos bovinos de leite .......................................................... 124
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Quantidade total gerada de RSU por macrorregião do Brasil .................................. 46Tabela 2: Freqüência da coleta dos resíduos recicláveis e resíduos orgânicos ........................ 94Tabela 3: Formas de Armazenamento das Pilhas e Baterias .................................................. 100
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Dimensões e Variáveis da Sustentabilidade ............................................................ 31Quadro 2: Padrão de cores orientadas pela Resolução do CONAMA no 257 de 2001. ........... 50Quadro 3: Relação entre atividade e efeito sobre a disponibilidade hídrica do município ...... 73Quadro 4: Índices para o Município de Tapera. ....................................................................... 78Quadro 5: Etapas para a elaboração de um PGRS ................................................................... 85Quadro 6: Critérios para priorização das áreas para instalação de Aterro Sanitário (Pré-Seleção) .................................................................................................................................... 88Quadro 7: Classificação e disposição final dos resíduos de construção civil......................... 110Quadro 8: Formas de reuso dos resíduos da construção civil ................................................ 112
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 18
1.1 PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO.............................................................. 18
1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 19
1.3 OBJETIVOS............................................................................................................. 20
1.3.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 201.3.2 Objetivos específicos............................................................................................ 20
1.4 Estrutura do Trabalho ............................................................................................... 20
2 REVISÃO BILIOGRÁFICA ............................................................................................ 22
2.1 PLANEJAMENTO AMBIENTAL .......................................................................... 23
2.1.1 Metodologias de Planejamento Ambiental........................................................... 242.2 ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO (ZEE) .......................................... 27
2.3 SUSTENTABILIDADE MUNICIPAL.................................................................... 28
2.3.1 Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios - IDSM ...................... 302.3.2 Indicadores de sustentabilidade ............................................................................ 33
2.3.2.1 Dimensão Social.......................................................................................... 34
2.3.2.2 Dimensão Demográfica............................................................................... 34
2.3.2.3 Dimensão Econômica.................................................................................. 35
2.3.2.4 Dimensão Político-institucional .................................................................. 35
2.3.2.5 Dimensão Ambiental................................................................................... 35
2.3.2.6 Dimensão Cultural....................................................................................... 36
2.4 POLUIÇÃO.............................................................................................................. 36
2.4.1 Poluição hídrica .................................................................................................... 372.4.2 Poluição do solo ................................................................................................... 382.4.3 Poluição do ar ....................................................................................................... 38
2.5 LEGISLAÇÃO PERTINENTES.............................................................................. 39
2.5.1 Legislação federal e estadual ................................................................................ 402.5.2 Legislação Municipal ........................................................................................... 412.5.3 Resoluções ............................................................................................................ 412.5.4 Normas técnicas.................................................................................................... 422.5.5 Portarias e Decretos .............................................................................................. 43
2.6 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS......................................................................... 43
2.6.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS ........................................ 47
2.6.2 Tecnologias de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares ........................... 472.6.2.1 Reciclagem .................................................................................................. 48
2.6.2.2 Coleta Seletiva............................................................................................. 49
2.6.2.2.1 Vantagens da coleta seletiva...................................................................... 50
2.6.2.2.2 Desvantagens da coleta seletiva ................................................................ 50
2.6.2.3 Educação ambiental..................................................................................... 51
2.6.2.4 Compostagem.............................................................................................. 52
2.6.3 Tecnologias de Disposição final........................................................................... 552.6.3.1 Lixão............................................................................................................ 55
2.6.3.2 Aterro Controlado ....................................................................................... 56
2.6.3.3 Aterro Sanitário ........................................................................................... 56
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 57
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................ 57
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 60
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO................................................................. 60
4.1.1 História do Município........................................................................................... 614.1.2 Aspectos de tapera ................................................................................................ 62
4.1.2.1 Uso e ocupação do solo............................................................................... 62
4.1.2.2 Economia..................................................................................................... 63
4.1.2.3 Estrutura Administrativa ............................................................................. 64
4.1.2.4 Departamento Municipal de Meio Ambiente.............................................. 65
4.1.2.5 Instrumentos de Gestão ............................................................................... 66
4.1.2.6 Modelo espacial........................................................................................... 67
4.1.2.6.1 Zona Urbana .............................................................................................. 67
4.1.2.6.2 Zona Rural ................................................................................................. 68
4.1.2.7 Meio natural ................................................................................................ 69
4.1.2.7.1 Flora........................................................................................................... 69
4.1.2.7.2 Fauna ......................................................................................................... 70
4.1.2.7.3 Geologia, Geomorfologia, Relevo e Pedologia ......................................... 71
4.1.2.7.4 Recursos Hídricos...................................................................................... 71
4.1.2.7.4.1 Superficiais ......................................................................................... 71
4.1.2.7.4.2 Subterrâneos ...................................................................................... 72
4.1.2.8 Fontes poluidoras ........................................................................................ 73
4.1.2.8.1 Poluição hídrica ......................................................................................... 73
4.1.2.8.2 Poluição atmosférica.................................................................................. 74
4.1.2.9 Resíduos Sólidos ......................................................................................... 74
4.1.2.9.1 Domiciliares .............................................................................................. 74
4.1.2.9.2 Resíduos de serviços de saúde................................................................... 74
4.1.2.9.3 Entulho ...................................................................................................... 75
4.1.2.9.4 Embalagens vazias de defensivos agrícolas .............................................. 75
4.1.2.9.5 Resíduos Industriais................................................................................... 76
4.1.2.9.6 Resíduos especiais ..................................................................................... 76
4.1.3 Indicadores para o Município de Tapera .............................................................. 764.2 ZONEAMENTO AMBIENTAL.............................................................................. 78
4.3 PROPOSTA DE AÇÕES QUE SUBSIDIEM O GERENCIAMENTO DERESÍDUOS SÓLIDOS ......................................................................................................... 84
4.3.1 ETAPA 1 - Aterro Sanitário e Usina de Triagem e Compostagem...................... 884.3.2 ETAPA 2 – Coleta Seletiva .................................................................................. 914.3.3 ETAPA 3 - Varrição, Capina e Poda.................................................................... 964.3.4 ETAPA 4 - Resíduos de Serviços de Saúde ......................................................... 974.3.5 ETAPA 5 - Resíduos Especiais ............................................................................ 99
4.3.5.1 Pilhas e Baterias .......................................................................................... 99
4.3.5.2 Lâmpadas Fluorescentes ........................................................................... 104
4.3.5.3 Pneus ......................................................................................................... 104
4.3.5.4 Agrotóxicos ............................................................................................... 106
4.3.5.5 Óleos e Graxas .......................................................................................... 108
4.3.6 ETAPA 6 - Resíduos de construção civil ........................................................... 1104.3.7 ETAPA 7 - Resíduos Industriais ........................................................................ 1134.3.8 ETAPA 8 – Resíduos Sólidos de Suinocultura .................................................. 113
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................ 115
5.1 CONCLUSÃO........................................................................................................ 115
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................. 116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 117
ANEXOS................................................................................................................................ 123
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO
Percebe-se no panorama atual um grave problema com relação ao planejamento das
cidades, inclusive as pequenas cidades. A maioria delas encontra-se com sérios problemas de
zoneamento, fato que leva a poluição e degradação de sistemas naturais, ou ainda, prejuízos
financeiros às famílias, que são aconselhadas a abandonarem suas casas por riscos de
enchentes e desmoronamento das encostas onde as residências são construídas.
A questão do planejamento municipal deve ser vista como forma de melhoramento da
qualidade de vida de todos os cidadãos, e uma oportunidade de preservação dos recursos
naturais sendo possível assim o cumprimento da legislação vigente.
O Planejamento, segundo Almeida et al. (1993) não é um produto acabado, mas um
processo político/administrativo; propõe-se que o município e a população que nela reside,
envolvam-se como agentes de correção, adaptação e concretização das ações propostas.
O município de Tapera possui 10.448 habitantes segundo IBGE (2010), um número
pequeno comparado com grandes cidades do Brasil, mas que não dispensa mostrar a
importância do planejamento ambiental.
Muitas vezes quando se fala em planejamento ambiental urbano, logo se pensa em
grandes cidades, mas este instrumento de gestão ambiental não deve ser considerado só para
estes grandes centros urbanos, mas também para as pequenas cidades, que contam ainda com
uma vantagem: na medida em que os desequilíbrios não atingiram as dimensões dos
problemas das cidades médias e grandes, eles possuem maiores chances de serem
solucionados.
Entre as estratégias prioritárias para a sustentabilidade das cidades brasileiras
encontram-se: “a necessidade de aperfeiçoamento no uso, ocupação e ordenamento territorial,
o desenvolvimento institucional e a gestão democrática, a mudança no padrão da produção e
consumo da cidade e o desenvolvimento e estímulo à aplicação de instrumentos econômicos
no gerenciamento de recursos naturais, visando à sustentabilidade urbana” (SABESP, 2005).
Nesse contexto percebe-se a importância da introdução da sustentabilidade urbana nas
cidades brasileiras, apesar das enormes dificuldades encontradas para sua implementação que
se inserem na questão da aplicação da gestão urbana e ambiental.
19
1.2 JUSTIFICATIVA
Na busca de seu bem estar social e econômico, o homem interage com a natureza,
dela extraindo o que interessa e nela dispondo as suas sobras. Uma rápida análise comparativa
da qualidade de vida das pessoas um século atrás e hoje em dia, revela que houveram
significativas melhoras em alguns aspectos e pioras em outros, à custa do crescente consumo
do que se convencionou denominar como recursos naturais.
Face ao crescimento populacional, as atividades humanas passaram a ser realizadas em
grande escala, desde o consumo de água potável, exploração de minérios, petróleo, madeiras
nativas, e outros, até as necessidades de espaço para construir e ampliar cidades, estradas,
hidrelétricas, dispor lixo, esgotos e muito mais.
O processo de explorar e reordenar parcelas da natureza para obter benefícios,
obrigatoriamente causa alterações nos ecossistemas, em vários graus de intensidade, criando
desequilíbrios ambientais indesejáveis e prejudiciais ao próprio ser humano.
Diante desses fatos, fica evidente a necessidade de se conhecer a capacidade de
suporte do ambiente às ações antrópicas, no sentido de se planejar, de forma técnica e
integrada, a sua utilização, o que significa adotar um desenvolvimento sustentado. A
sustentabilidade envolve, na sua essência, uma questão ética, pois depende da disposição
(comportamento) dos indivíduos de não usar o recurso, quando não é imprescindível, e fazê-lo
com cuidado, para poder continuar a fazê-lo, quando for necessário.
Esta é, portanto, uma lacuna a ser preenchida, e este trabalho propõe-se a colaborar
como o município de Tapera/RS no que diz respeito a um planejamento ambiental adequado
visando torná-la uma cidade sustentável, onde os Administradores
Municipais passem a incluir, em suas rotinas de trabalho, adequados atenções e ações a esta
indispensável atividade que é o Planejamento Ambiental.
Com isso, o presente trabalho busca realizar um planejamento sustentável
ambientalmente e economicamente ao município Taperense, através de um amplo
diagnóstico, levantamento de dados e alternativas, o que nos levará a uma tomada de decisões.
20
1.3 OBJETIVOS
Os objetivos do trabalho dividem-se m dois grupos sendo eles:
1.3.1 Objetivo geral
O presente trabalho tem como objetivo propor o Planejamento ambiental para o
município de Tapera/RS, enfocando o zoneamento de fontes poluidoras causadas pela
atividade suinocultura na localidade de Linha São Pedro.
1.3.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos do trabalho são:
Conhecer e analisar o Plano Ambiental municipal;
Estudar as ações antrópicas no município de Tapera;
Localizar fontes poluidoras de grau significativo na localidade de Linha São Pedro;
Elaborar ações que darão subsídio para o gerenciamento dos resíduos para o município.
1.4 Estrutura do Trabalho
Este trabalho de Conclusão de Curso está distribuído em cinco capítulos. No presente
capítulo, estão apresentados o problema e contextualização da pesquisa, a justificativa, os
objetivos do trabalho, sendo subdivididos em objetivos gerais e específicos, além da
estruturação do trabalho.
O capítulo dois apresenta uma ampla revisão de literatura, abordando temas
importantes para o desenvolvimento deste trabalho. No terceiro capítulo consta a metodologia
utilizada para a realização do trabalho, além da metodologia aplicável ao Planejamento
ambiental do município e a proposta de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos
para o município.
21
O capítulo quatro expõe os resultados e discussões e, por fim, o quinto capítulo
apresenta as conclusões finais do presente trabalho e sugestões para trabalhos futuros. Após
são apresentas as referências bibliográficas, e anexos necessários.
22
2 REVISÃO BILIOGRÁFICA
De acordo com Santos (2004), o planejamento ambiental pode ser entendido como
sendo o planejamento de uma região, que visa integrar informações, diagnosticar ambientes,
prever ações e normatizar seu uso através de uma linha ética de desenvolvimento. Isto nos faz
entender que o planejamento ambiental se faz necessário para alcançar o desenvolvimento
sustentável, pois analisa sistematicamente as potencialidades e riscos pertinentes a utilização
dos recursos naturais para o avanço no desenvolvimento da sociedade.
Pode-se observar que ao buscar a sustentabilidade ambiental, social e econômica de
uma cidade, o ZEE (Zoneamento Ecológico Econômico) é o instrumento mais importante,
onde tal importância se refere aos conhecimentos sobre as características sociais, culturais,
econômicas e ambientais e a ainda a implementação de políticas públicas por meio desse
zoneamento.
Já com relação à natureza, esse planejamento propõe medidas de proteção aos
ecossistemas levando em consideração as fragilidades e potencialidades do meio ambiente.
O desenvolvimento ambiental das cidades tem se colocado como uma questão
essencial para o planejamento ambiental, pois a cidade representa o mais forte espaço das
interações humanas devido aos problemas ambientais que ela pode enfrentar senão estiver
subsidiada por esse planejamento.
Já com relação ao desenvolvimento do meio rural, a questão do planejamento
ambiental é mais voltada a locais com maior desenvolvimento, onde também é necessário um
planejamento e zoneamento ambiental adequado das atividades ali desenvolvidas, buscando
minimizar os impactos causados.
A relação de dependência entre o desenvolvimento econômico e a preservação
ambiental põe de modo explícito a necessidade do planejamento ambiental, destacando o uso
do ZEE. Isso significa que os processos de industrialização, de urbanização e crescimento
demográfico, degradação e poluição ambiental ao disputar o espaço limitado da terra e da
natureza entram muitas vezes em confronto com o desenvolvimento sustentável, tornando
mais necessário ainda a realização do planejamento ambiental aliado ao zoneamento
ecológico-econômico.
23
2.1 PLANEJAMENTO AMBIENTAL
Segundo Santos (2004), o Planejamento ambiental fundamenta-se na interação e
integração dos sistemas que compõem o ambiente. Tem o papel de estabelecer as relações
entre os sistemas ecológicos e os processos da sociedade, das necessidades socioculturais a
atividades e interesses econômicos, a fim de manter a máxima integridade possível dos seus
elementos componentes.
Planejar um ambiente, talvez seja a principal característica que distingue as atividades
humanas das atividades dos outros animais: pelo fato do homem ser um ser racional, pode
analisar o que ocorreu em situações semelhantes para prever o que é necessário fazer no
futuro, repetindo o que deu certo e evitando os erros do passado; a este processo de organizar
previamente as atividades futuras com base no conhecimento do passado chamamos
“planejamento” (FLORIANO, 2004).
Os planejamentos ambientais são organizados dentro de uma estrutura que envolve
pesquisa, análise e síntese (SANTOS, 2004).
Santos (2004) afirma ainda que para cada fase do planejamento há um conjunto de
métodos que pode ser utilizado para obter o produto desejado. A definição de objetos, por
exemplo, só será concreta à medida que se avaliam as propostas para a área-alvo de pelo
menos três vertentes: de quem contrata o planejamento, do executor do planejamento e dos
órgãos e organizações ambientais que tem o poder de interferência em cada região.
As constantes mudanças no uso e cobertura do solo provocam alterações no balanço
de água, com reflexos nas camadas superficiais e sub-superficiais do solo, resultando em
erosão, transporte de sedimentos e elementos químicos, bem como causando modificações
nos ecossistemas e na qualidade da água (TOLEDO, 2001 apud CASAGRANDE, 2005).
Na área rural o controle da erosão é muito complexo, por envolver questões tanto de
ordem técnica como sócio-econômica, que devem ser conjuntamente avaliadas, visando à
adoção de uma política que contemple a manutenção ou aumento de potencial produtivo de
terras. Nas questões técnicas destacam-se, a utilização adequada de práticas de conservação
do solo, visando o planejamento da ocupação agrícola, considerando a capacidade do uso das
terras (GUERRA et al., 1999).
Na zona urbana, de acordo com Chiquito (2006), o processo de expansão urbana
através da implantação de loteamentos, é considerado o principal responsável pelo
agravamento das voçorocas. Sua localização em áreas não apropriadas sob o ponto de vista
geotécnico, a deficiência na instalação de infra-estrutura, a abertura em períodos chuvosos e o
24
longo de período de exposição do mesmo, a deficiência do sistema de drenagem de águas
pluviais e servidas, traçado inadequado do sistema viário, agravado muitas vezes pela falta de
pavimentação, guias e sarjetas, são fatores que estão relacionados ao agravamento dos
processos erosivos.
O mapeamento geotécnico pode fornecer informações essenciais ao planejamento
urbano, tais como a seleção de área adequada à expansão urbana e/ou contribuição na
obtenção de um plano urbano e regional respeitando e protegendo o ambiente de forma
econômica (MENDES, 2001 apud RODRIGUES; AUGUSTO, 2009).
O conceito de desenvolvimento, de acordo com (DENARDI et al., 2000), possui longa
história de construção, sendo ainda tema de debates e controvérsias.
Segundo este autor, entre o final da Segunda Grande Guerra Mundial e meados dos
anos sessenta, não se fazia distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico. No
entanto, as condições de vida de muitas populações não melhoravam, até pioravam, mesmo
quando os seus países haviam alcançado elevadas taxas de crescimento. Estes fatos
provocaram “grande insatisfação com essa visão do desenvolvimento como sinônimo de
crescimento econômico” (DENARDI et al., 2000).
Mais recentemente, percebeu-se que as bases ambientais de qualquer progresso futuro
poderiam estar sendo comprometidas por crescimento econômico predatório de recursos
naturais e altamente poluidores (DENARDI et al., 2000). O desenvolvimento não é somente a
satisfação das necessidades das pessoas, mas está ligado às suas capacidades. Neste sentido,
ele “está nas pessoas, não nos objetos” (DENARDI et al., 2000).
Já o termo desenvolvimento sustentável é relativamente recente e seu significado
ainda está em construção. Porém várias são as visões propostas: “desenvolvimento sustentável
significa atender às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de atender suas próprias necessidades” (CMMAD, 1988:28).
2.1.1 Metodologias de Planejamento Ambiental
Dentre as metodologias para o desenvolvimento do Planejamento Ambiental que
foram pesquisadas destacam-se duas:
A) Metodologia proposta por Teixeira
Teixeira (1998) apresenta uma proposta de trabalho para o Planejamento Ambiental,
como pode ser verificado na Figura 1 seguinte.
25
Figura 1: Roteiro de trabalho para formulação do Planejamento Ambiental.Fonte: Teixeira (1998)
Como pode ser observado na ilustração acima (figura 1), na etapa de formulação e
execução de políticas, nota-se que as mesmas, devem ser dinâmicas, exigindo a existência de
uma estrutura permanente, representativa da população e capacitada para tal.
B) Metodologia proposta por Santos
Por outro lado, Santos (2004) apresenta um fluxograma detalhando as fases e
procedimentos a serem realizados para a possível resolução do problema como apresenta a
figura 2.
26
Figura 2: Fluxograma de procedimentos metodológicos em Planejamento AmbientalFonte: Adaptado de SANTOS, 2004, P., 32.
Atri
buiç
ão in
stitu
cion
al
Tomada de Decisão
Definição de Objetivos
Obtenção de consenso entrevertentes
Métodos de inquirição diretaou indireta listagens
Meios de implementação
Delimitação da área deestudo
Seleção da(s) escala(s) detrabalho
Consenso- Institucional- Técnico-científico- comunitário
Recursos (humanos – financeiros)- comprometimento, engajamento de instituições etécnicos- mobilizações de recursos financeiros
Área de influênciaÁrea institucional/bacia hidrográfica global/regional/ local
EscalaSeleção de escalas sintéticas ou análiticas
Inventário
InventárioListagensMatrizesDiagramas e redesde interaçãoMétodos de ordenação eponderação
Diagnóstico
Métodos espaciaisAnálise multivariada
Prognóstico
Construção de cenáriosModelagem e simulaçãoAnálise de agrupamentos
Métodos de ordenaçãoMatrizes cruzadasMétodos multicriteriaisTécnicas econômicas
Formulação de Diretrizes
Árvores de decisãoSistemas especialistas
Banco de dados- definição de categorias, fatores e parâmetrosindicadores- levantamento de dados(secundários, observações diretas)- definição dos tipos de parâmetros indicadores(qualitativo, quantitativo, multicategórico, etc.)- ordenação e ponderação dos parâmetrosindicadores
Análise integrada- avaliação de fragilidades e potencialidades,acertos e conflitos- avaliação dos cenários passado e presente
Avaliação temporais identificação de alternativase construção de possíveis cenários futuros
Seleção de alternativas-avaliação técnica, juridical, administrativa efinanceira das alternativas-hierarquização de alternativas- definição do modelo de organização territorial
Instrumentação técnica jurídica e administrativa- definição de normas para organização territorial- elaboração de planos e programas- propostas de monitoramento e controle- proposição de subsídios ao gerenciamento-elaboração de mecanismos de gestão
fases
procedimentosmétodos
27
2.2 ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO (ZEE)
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o ZEE é um instrumento para planejar e
ordenar o território brasileiro, harmonizando as relações econômicas, sociais e ambientais que
nele acontecem. Demanda um efetivo esforço de compartilhamento institucional, voltado para
a integração das ações e políticas públicas territoriais, bem como articulação com a sociedade
civil, congregando seus interesses em torno de um pacto pela gestão do território.
ZEE surge no bojo da necessidade de se preservar, melhorar e recuperar o meio
ambiente, garantindo um desenvolvimento economicamente auto-sustentável, onde tem por
finalidade propiciar um diagnóstico preciso sobre o meio físico-biótico, sócio-econômico e
sobre sua organização institucional e oferecer, ainda, diretrizes de ação, as quais deverão
refletir os diferentes interesses dos cidadãos. Desse modo, contribui para um sistema de
planejamento mais eficaz, onde os investimentos e esforços, tanto do governo quanto da
iniciativa privada, sejam aplicados de acordo com as peculiaridades das zonas, as quais
passam a ser tratadas como unidades de planejamento (MMA, 2011).
Sob o ponto de vista legal, a Lei federal n. º 6.938, de 31 de agosto de 1981, que
“dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação e dá outras providências”, determina, entre outros, que:
“Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente serãoformuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governosda União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípiosno que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutençãodo equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2ºdesta Lei.....Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:....II – o zoneamento ambiental (Regulamento)” (grifos do original).
Posteriormente esta Lei foi normatizada pelo Decreto n. º 4.297, de 10 de julho de
2002, que “regulamenta o art. 9º, inciso II, da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981,
estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico Econômico do Brasil – ZEE, e dá outras
providências”. O mencionado Decreto estabelece os princípios e objetivos do ZEE, os termos
para sua elaboração, os elementos mínimos que deverão constar de seu conteúdo, o uso, o
armazenamento, a custódia e a publicidade dos dados e informações coletados, entre outros.
28
Apesar de o zoneamento ambiental ter sido criado há mais de duas décadas, inserido
na Política Nacional de Meio Ambiente, como um instrumento de gestão ambiental, percebe-
se que a sua implementação prática ainda não tem conseguido fazer valer toda a
potencialidade deste que pode ser considerado o instrumento de gestão ambiental mais
dinâmico dentre todos os instrumentos preconizados na referida Política (MONTÃO, M.et al,
2007).
2.3 SUSTENTABILIDADE MUNICIPAL
Ao pensar a sustentabilidade sob a ótica do retorno aos primórdios humanos, em
retorno ao modo de vida selvático dos índios brasileiros, Cavalcanti (1998) assevera que “os
índios da Amazônia nos oferecem um caminho para a sustentabilidade” já que a procura por
essa sustentabilidade “resume-se à questão de se atingir harmonia entre seres humanos e a
natureza”. Ao contrário do “homem civilizado” o índio vive de maneira sustentável com a
natureza, com estilo de vida baseado “exclusivamente em fontes renováveis de energia”
(CAVALCANTI, 1998:165).
A sustentabilidade, de acordo com Sachs (1991), “constitui-se num conceito dinâmico,
que leva em conta as necessidades crescentes das populações, num contexto internacional em
constante expansão” (SACHS, 1991: 235-236). Para ele, a sustentabilidade tem como base
cinco dimensões principais que são as sustentabilidades social, cultural, ecológica, ambiental
e econômica, A sustentabilidade social está vinculada ao padrão estável de crescimento,
melhor distribuição de renda com redução das diferenças sociais. Já a sustentabilidade
econômica está vinculada ao “fluxo constante de inversões públicas e privadas” além da
destinação e administração corretas dos recursos naturais. A dimensão sustentabilidade
ecológica está vinculada ao uso efetivo dos recursos existentes nos diversos ecossistemas com
mínima deterioração ambiental. A sustentabilidade geográfica está ligada à má distribuição
populacional no planeta, sendo “necessário buscar uma configuração rural urbana mais
equilibrada”. A sustentabilidade cultural que procuraria a realização de mudanças em
harmonia com a continuidade cultural vigente (SACHS, 1991:235-236). Em 2000 este mesmo
autor acrescenta mais quatro dimensões ou critérios de sustentabilidade: ambiental, territorial,
política nacional e política internacional.
29
A sustentabilidade ambiental permitiria que ecossistemas naturais realizem
autodepuração. A territorial visa à eliminação de disparidades inter-regionais, a destinação
igualitária de investimentos públicos e a “conservação da biodiversidade pelo eco
desenvolvimento”. A sustentabilidade no âmbito das políticas nacionais passaria por “nível
razoável de coesão social”, democracia e capacidade institucional do Estado “para
implementar o projeto nacional”. Quanto a políticas internacionais a sustentabilidade passaria
pela garantia de paz assegurada pelo fortalecimento da ONU, controle do sistema financeiro
internacional, verdadeira cooperação científica e diminuição das disparidades sociais norte-sul
(SACHS,1991:86-88).
A sustentabilidade municipal deve levar em conta os impactos das obras de
urbanização; a permeabilização do solo; o meio periurbano e o rural; o gerenciamento dos
recursos hídricos florestais e das bacias hidrográficas. Mas não é o que acontece, pois nem
sempre é feito um estudo sobre esses impactos, dessa forma sofre a população que vive a
mercê das promessas dos políticos. O crescimento desordenado das cidades e as intensas
atividades antrópicas, transformam o meio ambiente, causando problemas de natureza física,
social e econômica.
Neste contexto, a busca pela sustentabilidade nos municípios é cada vez maior, e para
isto criam-se instrumentos de planejamento e gestão de políticas públicas (RODRIGUES;
AUGUSTO, 2009).
A adoção de políticas públicas buscando a sustentabilidade urbana implica em
repensar o modelo de desenvolvimento adotado e as interfaces da questão ambiental com os
componentes sociais e econômicos. Trata-se, portanto, de uma gestão sustentável do espaço
urbano, tendo em vista estratégias de inclusão social, equidade nos acessos aos recursos
ambientais e a realização da justiça ambiental (CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI, 2007).
A promoção da sustentabilidade deve seguir modelos cíclicos de aperfeiçoamento
contínuo, por meio de avaliação de processos e resultados, promovendo novos debates sobre
questões e necessidades chaves, reflexão e revisão da visão do desenvolvimento, tomada de
decisão e ajuste do sistema (CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI, 2007).
Para isso, é necessário que a administração municipal tenha um Diagnóstico
Ambiental de seu território, com uma perspectiva de longo prazo sobre os problemas que
estão enfrentando e os que estão por vir. E, a partir daí, desenvolver ações concretas para
solucionar os problemas atuais e prevenir os futuros (SCHNEIDER, 2001).
30
Segundo a FAMURS (1998) o governo municipal deve assumir integralmente a
responsabilidade de guiar o desenvolvimento sustentável, bem como os critérios de equidade
social, desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
2.3.1 Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios - IDSM
A diversidade de indicadores faz emergir a necessidade da existência de um número
elevado de sistemas que possam englobá-los, de acordo com seu enfoque, o que justifica a
existência de diversos Sistemas de Indicadores de Sustentabilidade mundialmente conhecidos
com focos e abordagens diversos. O IDSM (Índice de Desenvolvimento Sustentável para
Municípios), criado por Martins e Cândido (2008), surgiu a partir da junção de duas outras
ferramentas: o IDS (Índice de Desenvolvimento Sustentável) Brasil, desenvolvido pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Índice de Desenvolvimento Sustentável
para Territórios Rurais, desenvolvida por Sepúlveda (2005) no Instituto Interamericano de
Cooperação para a Agricultura (IICA) para mensuração do nível de desenvolvimento
sustentável em alguns países da América Latina (AMORIN, CÂNDIDO, SANTOS, 2010).
Conforme Amorin, Cândido e Santos (2010), o IDS Brasil é um documento que
disponibiliza um sistema de informações para o acompanhamento da sustentabilidade no
padrão de desenvolvimento do país, informações estas disponibilizadas pelo próprio IBGE e
outras instituições que possuam uma base estatística sólida.
Para Amorin, Cândido e Santos (2010, pg.3) a concepção norteadora do trabalho:
“Consiste em um conjunto de 59 indicadores, cada um dentro de sua respectivadimensão (ambiental, social, econômica e institucional), capaz de expressar asdiferentes facetas da abordagem da sustentabilidade da forma mais concisa possível.Os indicadores estão organizados em fichas. Como padrão geral, elas contêm adefinição do indicador, a descrição de sua construção e as fontes utilizadas,justificativa e vínculo com o desenvolvimento sustentável, eventuais comentáriosmetodológicos ou auxiliares à interpretação das informações prestadas, além degráficos, tabelas e mapas ilustrativos, constituindo como inovação desta publicaçãouma lista de indicadores interrelacionados”.
Para os autores o Índice de Desenvolvimento Sustentável para Territórios Rurais
consiste em uma metodologia desenvolvida por Sepúlveda (2005) para atender uma demanda
específica da Secretaria do Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) para caracterização, mensuração e análise do nível de
desenvolvimento sustentável dos territórios rurais. Esse Sistema é composto por seis
dimensões: social, demográfica, política, institucional, econômica, ambiental e cultural.
31
Conforme Amorin, Cândido e Santos (2010) essas duas metodologias foram unidas e
ajustadas a fim de que se complementassem. Ainda foram feitas modificações no
posicionamento de alguns indicadores, que ocorreram de acordo com o julgamento e opinião
dos autores.
De acordo com Amorin, Cândido e Santos (2010) com a junção dessas duas
metodologias, Martins e Cândido (2008) criaram uma ferramenta denominada Índice de
Desenvolvimento Sustentável Para Municípios, que consistem em um sistema de indicadores
capaz de medir o nível de sustentabilidade de um município, através do cálculo do índice de
sustentabilidade do mesmo.
O IDSM (AMORIN, CÂNDIDO, SANTOS, 2010) é formado por um conjunto de seis
dimensões (social, demográfica, ambiental, econômica, política-institucional e cultural), cada
qual com seus respectivos indicadores. O IDSM surgiu da carência de dados específicos para
municípios, uma vez que os demais instrumentos referem-se a unidades da federação dos
países.
O quadro 1, mostra de forma simplificada as dimensões do IDSM e seus indicadores:
Quadro 1: Dimensões e Variáveis da Sustentabilidade
DIMENSÃO VARIÁVEIS
DIMENSÃO SOCIAL
Esperança de vida ao nascer
Mortalidade infantil
Prevalência de desnutrição total
Imunização contra doenças infecciosas infantis
Oferta de serviços básicos de saúde
Escolarização
Alfabetização
Escolaridade
Analfabetismo funcional
Famílias atendidas com programas sociais
Adequação de moradias nos domicílios
Mortalidade por homicídio
Mortalidade por acidente de transporte
32
DIMENSÃO VARIÁVEIS
DIMENSÃO DEMOGRÁFICA
Crescimento da população
Razão entre a população urbana e rural
Densidade demográfica
Razão entre a população masculina e feminina
Distribuição da população por faixa etária
DIMENSÃO ECONÔMICA
Produto interno bruto per capita
Participação da indústria no PIB
Saldo da Balança Comercial
Renda familiar per capita em salários mínimos
Renda per capita
Rendimento provenientes do trabalho
Índice de GINE de distribuição do rendimento
DIMENSÃO POLÍTICA-INSTITUCIONAL
Despesas por função: com Assistência Social,Educação, Cultura, Urbanismo, Habitação Urbana,
Gestão Ambiental, Ciência e Tecnologia, Desporto eLazer, SaneamentoUrbano e Saúde.
Acesso a serviço de telefonia fixa
Participação nas eleições
Número de conselhos municipais
Número de acessos a justiça
Transferências Intergovernamentais da União
DIMENSÃO AMBIENTAL
Qualidade das Águas: aferição de cloro residual, deturbidez, de Coliformes Totais.
Tratamento da Águas: tratada em ETA`s e pordesinfecção
Consumo médio per capita de água
Acesso ao sistema de abastecimento de água
Tipo de esgotamento sanitário por domicílio
Tipo de esgotamento sanitário por domicílio
33
Fonte: Adaptado de Martins e Cândido (2008)
2.3.2 Indicadores de sustentabilidade
Para Hammond (1995) apud Van Bellen (2004), o termo indicador é originário do
latim indicare, significa descobrir, apontar, anunciar, estimar. Os indicadores podem
comunicar ou informar sobre o progresso em direção a uma determinada meta, como por
exemplo, o desenvolvimento sustentável, mas também podem ser entendidos como recurso
que deixa mais perceptível uma tendência ou fenômeno que não seja imediatamente
detectável.
De acordo com a Organization for Economic Cooperation and Development (OECD
1993), o indicador deve ser entendido como um parâmetro, ou valor derivado de parâmetros
que apontam e fornecem informações sobre o estado de um fenômeno, com uma extenção
significativa.
De acordo com National Research Council (1999) apud Martins e Cândido (2008,
p.17): As maiores divergências atuais em torno da problemática do desenvolvimento
sustentável consistem em: saber o que deve ser sustentado e o que deve ser desenvolvido, os
tipos de relações que prevalecem entre o sustentado e o desenvolvido, e a extensão do futuro a
ser considerado para assegurar e manter o crescimento econômico e o desenvolvimento,
respeitando os limites estabelecidos pela natureza.
DIMENSÃO VARIÁVEIS
Acesso a coleta de lixo urbano e rural
DIMENSÃO CULTURAL Quantidade de Bibliotecas
Quantidade de museus
Quantidade de ginásios de esportes e estádios
Quantidade de cinemas
Quantidade de unidades de ensino superior
Quantidade de teatros ou salas de espetáculo
Quantidade de centros culturais
34
Conforme Martins e Cândido (2008), os indicadores de sustentabilidade são
ferramentas poderosas capazes de avaliar as formas, condições e conseqüências do modelo de
desenvolvimento, servindo para minimizar as tomadas de decisão dos gestores, definição das
políticas públicas e ações para geração do desenvolvimento de forma sustentável, assim tem-
se uma nova forma de pensamento e conscientização da sociedade para o futuro do planeta em
bases sustentáveis.
Segundo o Manual de Indicadores ambientais FIRJAN (2008), os indicadores são
elementos utilizados para avaliar o desempenho de políticas ou processos com maior grau de
objetividade possível.
Na busca de indicadores de sustentabilidade para municípios Martins e Cândido
(2008), propõem a utilização de um conjunto de seis dimensões e variáveis definidas
buscando caracterizar os espaços geográficos de forma multidimensional, através da
percepção das distinções e identidades próprias.
2.3.2.1 Dimensão Social
A dimensão social aborda os aspectos sociais que influenciam na qualidade de vida da
população de forma igualitária aos serviços oferecidos a população. Tratando de informações
sobre maior expectativa de vida para a população, redução da mortalidade infantil e da
desnutrição, maior abrangência nas imunizações contra doenças infecciosas infantis,
ampliação dos serviços básicos de saúde, atendimento às necessidades de educação, melhores
condições de moradia para a população e redução da violência (MARTINS E CÂNDIDO,
2008).
2.3.2.2 Dimensão Demográfica
De acordo com Martins e Cândido (2008, p. 23) nesta dimensão são geradas
informações produzidas por índices demográficos que oferecem subsídios para controle
populacional, equilíbrio entre a população masculina e feminina, distribuição da população
urbana e rural de forma compatível com a realidade local, bem como, adequação no nível de
concentração da população. Com base nesses aspectos, torna-se possível melhores condições
ambientais e qualidade de vida para a população.
35
2.3.2.3 Dimensão Econômica
Gera informações relacionadas ao desempenho econômico e financeiro e aos rendimentos
da população, é de significativa relevância para a implementação do desenvolvimento
sustentável, pode gerar melhorias na qualidade de vida da população, através de acesso às
condições econômicas adequadas para atender as necessidades de moradia, alimentação,
vestuário, transporte, lazer, entre outros (MARTINS E CÂNDIDO, 2008).
2.3.2.4 Dimensão Político-institucional
A dimensão político-insituciuonal relaciona-se as despesas orçamentárias, participação
política, capacidade e esforço desprendido para as mudanças requeridas para uma efetiva
implementação do desenvolvimento sustentável (MARTINS E CÂNDIDO, 2008).
2.3.2.5 Dimensão Ambiental
Corresponde aos aspectos relacionados ao uso dos recursos naturais e a degradação do
ambiente, está relacionada na preservação e conservação do meio ambiente, considerados
fundamentais para manter a qualidade de vida e ambiental das atuais e futuras gerações
(MARTINS E CÂNDIDO, 2008).
Aplicáveis as questões ambientais, há três tipos de indicadores: Condição, Pressão e
Resposta como apresenta o Manual de Indicadores Ambientais da FIRJAN, (2008). O
conjunto dos indicadores ambientais pode fornecer uma síntese das condições ambientais, das
pressões sobre o meio ambiente e das respostas encontradas pela sociedade para mitigá-las.
Os indicadores ambientais como sugere o modelo PER (Pressão, Estado, Resposta),
desenvolvido pela OECD (Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento)
e ilustrado na figura 3: de acordo com FIRJAN (2008), geram informações e influenciam as
ações a serem tomadas.
36
Figura 3: Modelo PER de indicadores ambientaisFonte: FIRJAN (2008)
2.3.2.6 Dimensão Cultural
Diz respeito à quantidade de equipamentos culturais existentes em cada município. Este
índice tem objetivo de propiciar melhor qualidade de vida à população através do acesso a
atividades culturais, artísticas, sociais e recreativas (MARTINS E CÂNDIDO, 2008).
2.4 POLUIÇÃO
De acordo com Nass (2002), a questão ambiental vem ganhando grande importância
nos últimos tempos. A ecologia, estudo das relações de interdependência entre os organismos
que constituem a natureza, tem sido mais freqüentemente discutida tanto pela população
quanto pelos meios de comunicação.
Poluição, para Nass (2002) é uma alteração ecológica, ou seja, uma alteração na
relação entre os seres vivos, provocada pelo ser humano, que prejudique, direta ou
37
indiretamente, nossa vida ou nosso bem-estar, como danos aos recursos naturais como a água
e o solo e impedimentos a atividades econômicas como a pesca e a agricultura
Nem toda alteração ecológica pode ser considerada poluição; um lançamento de uma
pequena carga de esgoto doméstico em um rio provoca a diminuição do teor de oxigênio de
suas águas. Mas se esta diminuição de oxigênio não afetar a vida dos peixes nem dos seres
que lhes servem de alimento, então o impacto ambiental provocado pelo esgoto lançado no rio
não é uma poluição (NASS, 2002).
De acordo com o Boletim Informativo de Pesquisa e Extensão do Rio Grande do Sul
(BIPERS 2002), a poluição ambiental por dejetos é um problema que vem se agravando na
suinocultura moderna. Diagnósticos recentes têm demonstrado um alto nível de contaminação
dos rios e lençóis de água superficiais que abastecem tanto o meio rural como o urbano.
A poluição provocada pelo manejo inadequado dos dejetos suínos cresce em
importância a cada dia, quer seja por uma maior consciência ambiental dos produtores, quer
seja pelo aumento das exigências dos órgãos fiscalizadores e da sociedade em geral (BIPERS,
2002).
A Agenda 21 ressalta as dificuldades dos países em desenvolvimento de controlarem a
poluição ambiental e adotarem medidas de proteção à saúde na mesma velocidade do
desenvolvimento econômico (United Nations, 1992), cuja integração é essencial para garantir
melhores padrões de qualidade de vida.
2.4.1 Poluição hídrica
A qualidade dos ecossistemas aquáticos tem sido alterada em diferentes escalas nas
últimas décadas. Fator este desencadeado pela complexidade dos usos múltiplos da água pelo
homem, os quais acarretaram em degradação ambiental significativa e diminuição
considerável na disponibilidade de água de qualidade, produzindo inúmeros problemas ao seu
aproveitamento (PEREIRA, 2003).
Segundo Pereira (2003), água pode ter sua qualidade afetada pelas mais diversas
atividades do homem, sejam elas domésticas, comerciais ou industriais. Cada uma dessas
atividades gera poluentes característicos que têm uma determinada implicação na qualidade
do corpo receptor.
Merten e Minella (2002) afirmam que a água residuária da suinocultura (ARS) é rica
em nitrogênio, fósforo e potássio: o fósforo, juntamente com a alta DBO dos dejetos, causa
grandes impactos ao ecossistema aquático de superfície, sendo o fósforo responsável pelo
38
processo de eutrofização e a DBO pela redução do oxigênio dissolvido na água; já o
nitrogênio oferece maior risco de contaminação das águas subterrâneas quando lixiviado no
solo (MERTEN e MINELLA, 2002).
2.4.2 Poluição do solo
O solo não é uma entidade discreta, isto é, não há um indivíduo solo na natureza, mas
um contínuo na paisagem, com progressiva gradação resultante da combinação dos processos
e fatores pedogenéticos (JENNY, 1941). A erosão é um fenômeno que resulta da
desagregação, transporte e deposição ou sedimentação das partículas de solos pela ação da
chuva ou do vento. A erosão, geralmente, ocorre na superfície do solo removendo a parte
mais fértil do perfil, onde se encontram as melhores condições físicas e biológicas ao
desenvolvimento radicular das plantas (HUDSON, 1995; AGASSI, 1996; HILLEL, 1998).
Para Craul (1999) a erosão ocorre quando o solo permanece desnudo e exposto à ação
abrasiva dos ventos e da água Obras como cortes e aterros podem tornar estes locais mais
suscetíveis à erosão. Robaina et al. (2001) salientam que a retirada da mata ciliar, depósitos
irregulares de lixo e alta impermeabilização da bacia urbana aumentam o transporte e
sedimentação das partículas de solos afetando a freqüência e intensidade das inundações em
cursos d’água.
A poluição do solo por dejetos suínos vem aumentando cada dia mais no Brasil, em
virtude do aumento de consumo da carne suína, porém sabe-se que o potencial poluente dos
dejetos de suínos é muito superior ao de outras espécies animais (PERDOMO, 1995). A
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) deste dejeto pode variar entre 30000 e 52000 mg/L-
1, ou seja, a DBO é cerca de 260 vezes superior à do esgoto doméstico (OLIVEIRA, 1993).
A poluição causada pelos dejetos de suínos tende a crescer no Brasil, devido,
principalmente, ao crescimento do número de suínos, necessário para atender ao consumo
interno e às exportações de carne. O Brasil, no período de 1995-2001, expandiu sua produção
em 55,9%, sendo responsável por 7,5% das exportações mundiais, passando a ser, assim, o
quarto maior exportador de carne suína do mundo (ANUALPEC, 2003).
2.4.3 Poluição do ar
O início da Revolução Industrial na Inglaterra, em meados do século XVIII, marcou o
aumento desenfreado da poluição atmosférica. Tamanha poluição é resultado, principalmente,
39
da queima de combustíveis fósseis, tais como gás natural e derivados do petróleo, que por
sinal, geram energia para os setores industrial, elétrico e de transportes do mundo todo, sendo,
portanto, extremamente complicada a não utilização dos mesmos. A poluição do ar tem
gerado, especialmente nas grandes cidades, fenômenos atmosféricos bastante prejudiciais à
saúde humana e o entendimento de tais fenômenos é de fundamental importância para que se
possa ter noção da gravidade do problema.
Nas décadas de 1930 a 1950, aumentos súbitos e de grande magnitude nas taxas de
adoecimento e de mortalidade durante episódios de poluição atmosférica intensa chamaram a
atenção para os efeitos da poluição do ar sobre a saúde humana (DAUMAS, 2002).
A poluição atmosférica acentuada (MARTIN & BRADLEY, 1960) tornaram evidente
a necessidade de reduzir a emissão de poluentes no ar, dando origem aos Clean Air Acts, uma
série de medidas visando a controlar os níveis ambientais de poluição.
O termo poluição do ar por material particulado se refere a uma mistura de partículas
sólidas e líquidas suspensas no ar, que variam em tamanho, composição, origem e efeitos
(DAUMAS, 2002).
Essa mistura é formada pela condensação de gases ou vapores ou de maneira direta
através de processos mecânicos. Os variados processos de formação levam a diferenças
características no tamanho e composição das partículas (DOCKERY & POPE, 1994).
A produção de suínos segundo Bipers (2002), acarreta um outro tipo de poluição que é
aquela associada ao problema do odor desagradável dos dejetos. Isto ocorre devido à
evaporação dos compostos voláteis, que causam efeitos prejudiciais ao bem estar humano e
animal. Os contaminantes do ar mais comuns nos dejetos são: amônia, metano, ácidos graxos
voláteis, H2S, N20, etanol, propanol, dimetil sulfidro e carbono sulfidro. A emissão de gases
pode causar graves prejuízos nas vias respiratórias do homem e animais, bem com, a
formação de chuva ácida através de descargas de amônia na atmosfera, além de contribuírem
para o aquecimento global da terra (PERDOMO, 1999; LUCAS et al, 1999).
2.5 LEGISLAÇÃO PERTINENTES
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) tem como objetivos definidas
as diretrizes das políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais; definir
as normas necessárias à execução da política nacional do meio ambiente; definir as normas e
40
os critérios para a autorização de atividades efetivamente ou potencialmente poluentes;
contratar a realização de estudos sobre as alternativas e os possíveis efeitos sobre o meio
ambiente de projetos públicos ou privados entre outros objetivos (SCHNEIDER, 2003).
O Conselho de Governo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) tem por
competência assessorar o presidente da República na formulação de diretrizes da ação
governamental e é composto pelos ministros de estado e titulares de outros órgãos
governamentais.
Na esfera estadual, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA), é um órgão
consultivo e deliberativo integrado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e presidido pelo
Secretário de Estado do Meio Ambiente, que tem como atribuições a proposição,
acompanhamento e avaliação da política ambiental estadual, o estabelecimento de normas e
padrões ambientais e a apreciação de Estudos e Relatórios de Impactos sobre o Meio
Ambiente entre outras (SCHNEIDER, 2003).
2.5.1 Legislação federal e estadual
A Constituição Federativa do Brasil promulgada em 05 de outubro de 1988 é
destinada a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.
Ainda, de forma complementar, as legislações pertinentes são as seguintes:
Lei no 6.938 de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus
fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Lei no 9.433 de 1997 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art.
21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
Lei no 10.257 de 2001 regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
Lei no 12.305 de 2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a
Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispondo sobre seus princípios, objetivos e
instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de
41
resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder
público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
Lei estadual nº. 9.921de 1993 criada em 27 de julho de 1993, Dispõe sobre a
gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo 247, parágrafo 3º da Constituição do Estado
e dá outras providências.
Lei estadual nº. 11.520 de 2000 criada em 3 de agosto de 2000, institui o
Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e da outras
providências.
2.5.2 Legislação Municipal
Lei Orgânica do Município de Tapera de 04 de abril de 1990 é uma lei genérica,
elaborada no âmbito do município e conforme as determinações e limites impostos pelas
constituições federais e estaduais.
Na área da proteção ambiental em Tapera encontra-se a Lei municipal no2006 de 2002,
a qual dispõe da política do Meio Ambiente do município.
Para dispor desta lei houveram algumas restrições, onde a lei constava no PAMT
porem não estava disponível no site da prefeitura, algumas pessoas na própria prefeitura não
sabiam da existência da legislação, segundo informações de moradores locais alguns itens que
constam na lei não entram-se em pleno vigor.
2.5.3 Resoluções
Dentre as resoluções cabíveis ao tema, destacamos as seguintes:
Resolução nº257 do CONAMA, criada em 30 de junho de 1999, estabelece a
obrigatoriedade de procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final
ambientalmente adequada para pilhas e baterias que contenham em suas composições
chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos.
Resolução nº 258 do CONAMA, criada em 26 de agosto de 1999, dispõe sobre
o tratamento e a disposição final de pneumáticos e outras providencias.
Resolução no283 do CONAMA, de 2001 que atualiza e complementa a
Resolução no 5, determina que caberá ao responsável legal pelo estabelecimento gerador a
responsabilidade pelo gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a disposição final.
42
Resolução nº 275 do CONAMA, criada em 25 de abril de 2001, estabelece o
código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de
coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Resolução nº 307 do CONAMA, criada em 5 de julho de 2002, estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,
disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.
Resolução nº 358 do CONAMA, criada em 29 de abril de 2005, dispõe sobre o
tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.
Resolução nº 362 do CONAMA, criada em 23 de junho de 2005, dispõe sobre
o tratamento e a disposição final de óleos vegetais e lubrificantes.
Resolução nº 017 do CONSEMA, de 2001 estabelece as ações de saneamento
ambiental apresentam medidas que garanta a adequada ocupação do solo urbano, como o
gerenciamento de resíduos sólidos, o controle de vetores e focos de doenças transmissíveis e,
num conceito mais amplo, a melhoria das condições de habitação e a educação ambiental.
2.5.4 Normas técnicas
As normas técnicas são procedimentos que regularizam e impõe regras para os agentes
públicos e os geradores de resíduos a fim de estabelecer responsabilidades, para
posteriormente realizar fiscalização e cobrar as regras estabelecidas nas normas da ABNT,
para o estudo, destacam-se as seguintes.
NBR 10004/2004 classifica resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais
ao meio ambiente e à saúde pública;
NBR 11174/89 Armazenamento de resíduos classes II (não inertes) e III
(inertes);
NBR 12807/93. Resíduos de serviços de saúde – Terminologia;
NBR 12808/93. Resíduos de serviços de saúde – Classificação;
NBR 12810/1993. Coleta de resíduos de serviços de saúde – Procedimento;
NBR 13853/1997. Coletores para Resíduos de Serviços de Saúde Perfurantes e
Cortantes – Requisitos e Métodos de Ensaio;
43
2.5.5 Portarias e Decretos
RDC ANVISA no 306/04 dispõe sobre o Regulamento Técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
Portaria do MINTERIO nº 53/79 dispõe sobre o destino e tratamento de
resíduos.
Decreto Federal nº. 5.940, de 25 de outubro de 2006, institui a separação dos
materiais recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal
direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos
catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências.
2.6 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Segundo Kuhnen (apud FUSCALDO, 2001, p.38), resíduo é um conceito vinculado e
relativo a um contexto tecnológico, de aprimoramento de produção, por tanto cultural e
histórico.
O modo de produção capitalista é o grande responsável pelo surgimento de novos
tipos de resíduos, a cada dia, através da variedade de produtos criados e comercializados em
todo o mundo. Produtos estes, que cada vez mais estão sendo adquiridos e consumidos pela
sociedade e aglomerados ao montante de resíduos sólidos (CASAGRANDE, 2005).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma Brasileira
Regulamentadora (NBR) 10004 de 2004, define resíduos sólidos como:
“Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades dacomunidade de origem: industrial, domiciliar, hospitalar, comercial, agrícola, deserviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes desistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações decontrole de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidadestornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água ouexijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhortecnologia disponível. (NBR, 10.004)”
A geração de resíduos sólidos tem ocasionado um dos problemas ambientais mais
relevantes da civilização contemporânea. Esse problema tem aumentado nesses últimos anos
44
devido a diversos fatores, como o crescimento gradativo e desordenado da população, a
aceleração do processo de ocupação urbana e do crescimento dos bens de consumo
popularizados pelo aumento da produção industrial. A preocupação com o impacto ambiental
gerado pelo destino inadequado dos resíduos sólidos, assim como pelo desperdício de energia
e de matérias-primas extraídas de fontes naturais não renováveis, constitui uma das grandes
ansiedades da sociedade atual (ESCOSTEGUY, 2003).
No Brasil, a classificação dos resíduos sólidos segue como base os critérios da
Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA). Em agosto de 2010 a Lei nº 12.305,
institui-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual altera a Lei nº 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998 (CAMERA, 2010).
Os resíduos sólidos podem ser classificados (LIMA e SILVA et al., 2002: 204-205) de
acordo com sua natureza física (seco ou molhado), sua composição química (orgânico e
inorgânico) e sua fonte geradora (domiciliar, industrial, hospitalar, etc.). Uma classificação
que se sobrepõe a todas as demais é aquela que considera os riscos potenciais dos resíduos ao
ambiente, dividindo-os em perigosos, inertes e não inertes, conforme a ABNT (NBR 10.004,
2004):
a) Classe I – Perigosos: apresentam periculosidade ou uma das características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade;
b) Classe II A – Não perigosos e não inertes: não se enquadram nas classificações de
resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Podem ter propriedades, tais
como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;
c) Classe II B – Não perigosos e inertes: quando submetidos a um contato dinâmico e
estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não possuem nenhum de
seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de portabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Os resíduos gerados podem ser classificados em diferentes classes, como apresenta a figura 4
abaixo.
45
Figura 4: Esquema da classificação dos resíduos sólidos.Fonte: Cabral (2007)
O conceito de resíduo sólido sempre está ligado a resto, o que sobra, que não é mais
utilizado e necessita de um local para a disposição final. Para Machado (2001), significa lixo,
refugo e outras descargas de materiais sólidos, incluindo resíduos sólidos de materiais
provenientes de operações industriais, comerciais e agrícola e de atividade da comunidade.
Os Resíduos Sólidos produzidos em um país é um indicador importante de
desenvolvimento, quanto maior o poder aquisitivo das pessoas, mais lixo será produzido, pois
é o sinal de que há crescimento e consumo. Tudo aquilo que já foi utilizado uma vez e que
não pode ser aproveitado dentro das possibilidades do homem é considerado lixo (LOPES,
2003).
Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (MGIRS, 2001)
da IBAM (Associação Brasileira de Administração Municipal), a geração de resíduos sólidos
domiciliares no Brasil é de cerca de 0,6kg/hab/dia e mais 0,3kg/hab/dia de resíduos de
varrição, limpeza de logradouros e entulhos.
Algumas cidades, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, como São Paulo, Rio de
Janeiro e Curitiba, de acordo com o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
(2001) alcançam índices de produção mais elevados, podendo chegar a 1,3kg/hab./dia,
considerando todos os resíduos manipulados pelos serviços de limpeza urbana (domiciliares,
comerciais, de limpeza de logradouros, de serviços de saúde e entulhos).
46
Grande parte dos resíduos gerados no país não é regularmente coletada, permanecendo
junto às habitações (principalmente nas áreas de baixa renda) ou sendo vazada em
logradouros públicos, terrenos baldios, encostas e cursos d'água (MGIRS, 2001).
A Tabela 1 apresenta a quantidade de resíduos sólidos domiciliares gerados no Brasil e sua
divisão por macrorregião.
Tabela 1: Quantidade total gerada de RSU por macrorregião do Brasil
Macrorregião RSUColetado
(t/dia)
Taxa deColeta (%)
RSU Gerado(t/dia)
RSU Gerado(kg/hab/dia)
Norte 7.978 73.56 10.846 0.992
Nordeste 31.422 69.51 45.205 1.236
Centro-Oeste 10.181 85.96 11.844 1.040
Sudeste 77.543 92.04 84.249 1.177
Sul 13.787 83.51 16.509 0.749
Brasil 140.911 83.55 168.653 1.106
Fonte: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (2007)
Embora não existam dúvidas sobre a grande importância da atividade de limpeza
urbana para o meio ambiente e para a saúde da comunidade, esta percepção não se tem
traduzido em ações efetivas que possibilitem mudanças qualitativas na situação negativa em
que se encontram de forma geral, os sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos
em toda a América Latina, inclusive no Brasil (FERREIRA e ANJOS 2001).
Os impactos provocados pelos resíduos sólidos municipais podem estender-se para a
população em geral, por meio da poluição e contaminação dos corpos d'água e dos lençóis
subterrâneos, direta ou indiretamente, dependendo do uso da água e da absorção de material
tóxico ou contaminado de acordo com Machado e Prata Filho (1999).
Para Monteiro et. al. (2001) as características a serem apresentadas nos resíduos sólidos
variam segundo alguns indicadores sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos,
ou seja, as comunidades apresentam diferenças entre si que vão refletir na composição física
dos resíduos, aumentando substancialmente as dificuldades nos processos de gestão dos
mesmos.
De acordo com Nunesmaia (1997) uma gestão municipal integrada pode interessar se por
todas as categorias de resíduos, incluindo aqueles provenientes de serviços de saúde, os da
demolição e construção civil, dentre outros. No tocante ao tratamento de resíduos, a
47
preocupação de uma gestão integrada leva a conceber varias linhas tecnológicas de
valorização dos resíduos, como a recuperação de energia e a eliminação final (tratamento).
2.6.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS
Segundo o Centro de Recursos Ambientais, o PGRS busca minimizar a geração de
resíduos na fonte, adequar à segregação na origem, controlar e reduzir riscos ao meio
ambiente e assegurar o correto manuseio e disposição final, em conformidade com a
legislação vigente.
Para Prado (2007) apesar de a população estar contribuindo para a diminuição dos
resíduos enviados ao aterro sanitário, a participação dos diversos setores econômicos
representados pelas pessoas jurídicas ainda é pequena.
Desta forma, é possível a sua reutilização fazendo-se uma triagem, separação e
transporte até a unidade de recuperação desses resíduos (PRADO, 2007)
2.6.2 Tecnologias de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares
A proposta de um modelo de gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos, segundo
Schalch et.al. (2002) exige o conhecimento das distintas formas de tratamento e destinação
final de resíduos.
O tratamento ou a “industrialização dos resíduos” conforme Schalch et.al. (2002)
envolve um conjunto de atividades e processos com o objetivo de promover a reciclagem de
alguns de seus componentes, como o plástico, o papelão, os metais e os vidros, além da
transformação da matéria orgânica em composto, para ser utilizado como fertilizante e
condicionador do solo, ou em polpa para a utilização como combustível.
O tratamento nunca constitui um sistema de destinação final completo ou definitivo,
pois sempre há um remanescente inaproveitável. Entretanto, as vantagens decorrentes dessas
ações, tornam-se mais claras após o equacionamento dos sistemas de manejo e de destinação
final dos resíduos (SCHALCH et.al. 2002); como ressalta Jardim (1995 apud Schalch et.al.
2002), as vantagens são de ordem ambiental e econômica.
De acordo com Schalch et.al. (2002) dentre os fatores que recomendam o tratamento
dos resíduos pode-se citar:
- a escassez de áreas para a destinação final dos resíduos;
- a disputa pelo uso das áreas remanescentes com a população de menor renda;
48
- a valorização dos componentes do lixo como forma de promover a conservação de
recursos;
- a economia de energia;
- a diminuição da poluição das águas e do ar;
- a inertização dos resíduos sépticos;
- a geração de empregos, através da criação de indústrias recicladoras.
2.6.2.1 Reciclagem
Reciclagem segundo Duston (1993) é o processo através do qual qualquer produto ou
material que tenha servido para os propósitos a que se destinava, e que tenha sido separado do
lixo e reintroduzido no processo em um novo produto, seja igual ou semelhante ao anterior,
seja assumindo características diversas das iniciais.
Independentemente da origem dos produtos, as embalagens sempre serão destinadas a
algum local de disposição final, embora, se forem obedecidas as legislações correspondentes,
este volume pode ser reduzido ao mínimo, o qual seria constituído por aquela fração não
reaproveitável dos resíduos, o chamado resíduo último, cujo único destino final é o
aterramento, ao contrário do primeiro ( resíduo sólido) que traria implícita a idéia do
reaproveitamento possível. (GUERA, 2001, p. 72).
Conforme Jardim (1995), antes de uma comunidade decidir estimular ou implantar a
segregação de materiais, visando à reciclagem, é importante verificar se existe na região
mercado para o escoamento desses materiais, pois segregar sem mercado é o mesmo que
enterrar separado.
Reciclar e economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo
produtivo o resíduo que seria jogado fora, para que o mesmo seja usado novamente como
matéria-prima, conforme Ambiente Brasil (2008).
Além de ecologicamente correta, esta pode ser viável econômica e lucrativamente,
tanto para os recicladores como para as indústrias de transformação, segundo Gedea (2008).
Para Jardim (1995), reciclagem é o resultado de uma série de atividades por vias de
materiais que se tornariam lixo ou estão no lixo e são desviados, sendo coletados, separados e
processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens feitos
anteriormente apenas com matéria-prima virgem.
Basicamente, a reciclagem inclui as etapas de coleta, separação, revalorização e
transformação do material coletado, conforme a Associação Brasileira de Embalagens
49
(ABRE, 2007). A coleta e separação são atividades iniciais de triagem por tipo de material
como papel, metal, plástico e madeira. A revalorização é uma etapa intermediaria que prepara
os materiais separados para a etapa de transformação, responsável pelo processamento
industrial dos materiais para a fabricação de novos produtos.
Outro fator importante, diz respeito à sazonalidade de preços para a venda de
recicláveis, que varia de um material para outro. Segundo o Compromisso Empresarial Para a
Reciclagem - CEMPRE (1993), este fato sugere que no planejamento de programas de
reciclagem, deve-se prever um local para o armazenamento dos materiais coletados, para
vendê-los quando os preços estiverem no pico.
2.6.2.2 Coleta Seletiva
Um dos caminhos para a segregação dos materiais recicláveis é a coleta seletiva, que
consiste na separação de papéis, plásticos, metais e vidros na fonte geradora, sendo esses
materiais posteriormente classificados por categoria e encaminhados às indústrias recicladoras
(AMAZONAS, 1992 apud SCHALCH 2002).
Segundo Jardim (1995), o Compromisso Empresarial Para a Reciclagem (CEMPRE) e
o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), constatou-se no ano de 1994 a existência de 82
programas de coleta seletiva operados pelas prefeituras no Brasil. Esses programas se
concentravam nos estados de São Paulo (26 programas), Rio Grande do Sul (12), Paraná (8),
Minas Gerais (8), Santa Catarina (7), Bahia (4), Pernambuco (4), Rio de Janeiro (4), Espírito
Santo (2), Paraíba (2), Acre (1), Brasília (1), Mato Grosso do sul (1), Pará (1) e abrangiam, até
então, desde pequenos municípios até grandes capitais.
A coleta seletiva dos matérias recicláveis como pilhas, baterias, pneus, etc, geralmente
enquadram-se no processo de logística reversa.
Segundo Chaves e Martins (2005) o processo gerencial da logística reversa é
responsável por tornar possível o retorno de materiais e produtos, após sua venda e consumo a
seus centros produtivos e de negócios, por meio de canais reversos de distribuição, agregando
valores aos mesmos, recomenda-se este processo para as pilhas e baterias, pneus, eletrônicos,
etc
“Por trás do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do
ciclo de vida”. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua
entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e deve
50
retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou
reaproveitados.
2.6.2.2.1Vantagens da coleta seletiva
A coleta seletiva apresenta algumas vantagens expressivas, conforme Schalch et.al.
(2002), dentre as quais se sobressai:
- a boa qualidade dos materiais recuperados, uma vez que não ficaram sujeitos à
mistura com outros materiais presentes na massa de resíduos;
- a redução do volume de resíduos a serem dispostos em aterros sanitários;
- o estímulo à cidadania;
- a maior flexibilidade, pois pode ser feita em pequena escala e ampliada
gradativamente;
- a possibilidade de parcerias entre escolas, associações ecológicas, empresas,
catadores, sucateiros, etc.
2.6.2.2.2 Desvantagens da coleta seletiva
Como desvantagens, os autores Schalch et.al. (2002) destacam as seguintes: o elevado
custo da coleta e transporte, pois necessita de veículos especiais, que passam em dias
diferentes dos da coleta convencional e a necessidade de um centro de triagem, onde os
recicláveis são separados por tipo, mesmo após a segregação na fonte.
A resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, estabelece o código de cores
para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e
transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva
Segundo CONAMA (2001), os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no
âmbito de órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e
entidades paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido no quadro 2 abaixo:
Quadro 2: Padrão de cores orientadas pela Resolução do CONAMA no 257 de 2001.
AZUL papel/papelão
VERMELHO Plástico
VERDE Vidro
51
AMARELO Metal
PRETO Madeira
LARANJA resíduos perigosos
BRANCO ambulatoriais e de serviços de saúde
ROXO resíduos radioativos
MARROM resíduos orgânicos
CINZA resíduo geral não reciclável, misturado, ou contaminado nãopassível de separação
Fonte: Ambiente Brasil (2009)
Para Lopes (2003) o êxito dos programas de coleta seletiva, as administrações devem
estar cientes de que é fundamental investir em conscientização das pessoas, quanto da redução
da geração de resíduos. Assim os programas devem ser integrados a Educação Ambiental,
propondo mudanças de hábitos e costumes, divulgando informações sobre o potencial de
reutilização e reciclagem de materiais.
2.6.2.3 Educação ambiental
Schalch et.al. (2002) destacam que uma comunicação cuidadosa e clara com a
comunidade é vital para qualquer programa de coleta seletiva. Se o processo de planejamento
estimular a participação pública, a comunidade provavelmente terá uma identificação com o
programa de reciclagem proposto, bem antes que ele se inicie de fato (SCHALCH et.al.
2002). A educação ambiental tem se mostrado a chave fundamental para o sucesso dos
programas de reciclagem conforme Schalch et.al. (2002), pois propicia a aprendizagem do
cidadão sobre o seu papel como gerador de resíduos, atingindo escolas, repartições públicas,
residências, escritórios, fábricas, lojas, enfim, todos os locais onde os cidadãos geram
resíduos.
A educação ambiental adquire um papel de destaque na geração de resíduos sólidos
urbanos, pois o problema dos resíduos é vivenciado por todas as pessoas em suas casas.
Castro apud Savi (2005) aponta como sendo um dos princípios básicos da educação ambiental
sobre os resíduos, o conceito dos “3 Rs”:
- Reduzir: estimular a população a reduzir a quantidade de resíduos gerada, através do
reordenamento dos materiais usados no seu cotidiano, combatendo o desperdício que resulta em
52
ônus para o Poder Público e, conseqüentemente, para o contribuinte, além de favorecer a
preservação dos recursos naturais.
- Reutilizar: reaproveitar os mesmo objetos são práticas recomendadas para os
programas de educação ambiental, como por exemplo, escrever na frente e verso da folha de
papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins.
- Reciclar: contribuir com programas de coleta seletiva, separando os materiais
recicláveis.
2.6.2.4 Compostagem
Conforme explica Remedio et al. (2002):
A reciclagem é considerada uma prática de desenvolvimento sustentável, mas nãopode ser considerada e nem é uma solução definitiva para o problema dos resíduosindustriais e domésticos. É preciso entender que a solução deve ser uma mistura deatitudes mais abrangentes, que englobem as abordagens de minimização dosresíduos na fonte geradora e reutilização de produtos e embalagens.
KIEHL (1979) apud SCHALCH (2002) define compostagem como sendo um
processo de transformação de resíduos orgânicos em adubo humificado.
A compostagem segundo Lopes (2003) apresenta as seguintes vantagens:
Economia de espaço físico em aterro sanitário;
Aproveitamento de matéria orgânica produzida;
Reciclagem dos nutrientes contidos no solo;
Processo ambientalmente seguro;
Eliminação de patógenos.
Segundo Russo (2003) “a fração de resíduos orgânicos continua a ser a maior das
frações presentes nos RSU, sendo, por outro lado, produzida em outras atividades,
designadamente agropecuárias, agrícolas e certas industriais. A compostagem pode
transformar esses resíduos em composto orgânico, rico em húmus e de grande aplicabilidade
no melhoramento do solo e das culturas.
Nogera (2011) caracteriza a compostagem como sendo a transformação de resíduos
que podem ser compostados, através de processos físicos químicos e biológicos, em um
material orgânico mais estável e resistente á ação de espécies consumidoras, sendo utilizado
como corretivo de solos.
53
A compostagem pode ser aeróbia ou anaeróbia, em função da presença ou ausência de
oxigênio no processo. De acordo com Nogera (2011) o Processo Aeróbio pode ser definido
como sendo a fermentação que ocorre em presença de ar, onde a temperatura da massa em
decomposição é elevada, ocorrendo desprendimento de gases CO, CO2 e vapor de água. Para
operacionalizar o sistema procura-se garantir a presença do oxigênio do ar atmosférico. Já no
Processo Anaeróbio, a fermentação é realizada por microrganismos que podem viver em
ambientes isento de ar; geralmente esta decomposição ocorre com a massa encharcada ou
completamente imersa em água (NOGERA, 2011).
De acordo com Escosteguy; Machado; Schneider (2005), antes de o resíduo orgânico
ser transformado em húmus, o mesmo passa por processos de bio-estabilização, chamado de
material intermediário. Nesse processo ocorrem dois fenômenos a digestão e humificação,
como mostra a Figura 5.
Durante o processo de digestão, as temperaturas devem ser elevadas, ou termófilas
para que ocorra a destruição de patogênicos mais resistentes. Quando termina a fase da
digestão, o material está bio-estabilizado, apresentando relação C/N (Carbono/Nitrogênio)
menor que 18. Com a humificação da matéria orgânica, essa relação se estreita, o que ocorre
na fase de humificação, onde ocorre temperatura mesófila e, no final, equilíbrio com a
temperatura ambiente, como pode ser observado na figura 5.
A temperatura da leira é um dos fatores que seleciona a população microbiana que
atua na compostagem. Quando a temperatura se eleva a valores maiores que 40°C, os
microrganismos, mesófilos, na sua maioria bactérias (cerca de bilhões de células/grama),
tornam-se menos competitivos e são substituídos por microrganismos termófilos, na sua
maioria bacillus sp, os quais predominam em temperaturas menores que 60°C, pois a partir
desse valor, eles são substituídos por espécies de bactérias do gênero Thermus. Como em
temperaturas maiores que 60°C, ocorre a destruição de muitas bactérias e outros
microrganismos, deve-se controlar o processo de compostagem para que a temperatura não
exceda a 55°C, sendo isso obtido com o controle da aeração e, secundariamente, da umidade
das leiras (ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).
54
Figura 5: Fases do processo de compostagemFonte: Escosteguy; Machado; Schneider (2005)
Conforme o modo de aeração, o processo de compostagem pode ser realizado por dois
métodos (IPT/CEMPRE, 2000 apud ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).
Pelo método natural, a fração orgânica do é levada para um pátio e disposta em leiras.
A aeração é feita por revolvimentos periódicos para que ocorra o processo de decomposição
biológica, tendo um tempo estimado de três a quatro meses. Já no método acelerado a aeração
é forçada por tubulações perfuradas onde sobre elas se colocam as leiras, ou em reatores
dentro dos quais são colocados os resíduos. Nesse último, os resíduos avançam no sentido
contrário ao da corrente de ar. Em ambos os casos, o ar é injetado sobre pressão. A duração
desse processo pode variar de dois a três meses.
A aeração das pilhas é um dos fatores fundamentais para que a compostagem ocorra
de forma eficiente, pois a velocidade desse processo aumenta a medida que a atividade
microbiana também aumenta, sendo essa última dependente da disponibilidade de oxigênio no
interior das pilhas. Quando as condições que controlam esse processo são adequadas, o
consumo de oxigênio é muito rápido (escala de horas), após a aeração das pilhas. Isso implica
que a aeração das pilhas deve ser feita periodicamente até que o processo complete a fase de
digestão, a qual se caracteriza por ser o período de maior degradação dos resíduos. Nos
primeiro dias de compostagem, a demanda de oxigênio é alta. Estima-se que nessa época,
cerca de 10 a 20 % de O2 são suficientes para atender a demanda da microbiota aeróbica,
sendo essa demanda reduzida para 5 a 10 %, à medida que o processo avança. Assim, teores
de 10 % de oxigênio são considerados ótimos para a manutenção da compostagem em
condições aeróbicas, principalmente, na fase de digestão (ESCOSTEGUY; MACHADO;
SCHNEIDER, 2005).
Lopes (2003) afirma que para haver uma compostagem satisfatória, a umidade não
deve exceder o máximo de 60% em massa, durante as fases de digestão e humificação. Se
55
houver um aumento da umidade a atividade biológica será reduzida, pois haverá pouco
oxigênio no interior da pilha, já que esse gás ocorre no mesmo espaço (poros) que é ocupado
pela água. Com excesso de água, forma-se o lixiviado, que é um líquido negro, contendo alta
carga orgânica, de odor característico, resultante da mistura da água com o chorume. Caso o
local onde está sendo feita a compostagem for desprovido de cobertura, o material estará
sujeito às ações da chuva, o que permitirá uma maior produção de lixiviado (ESCOSTEGUY;
MACHADO; SCHNEIDER, 2005).
Como no processo de compostagem há uma queda acentuada do teor de carbono,
enquanto ocorre uma menor diminuição do teor de nitrogênio, Por outro lado, quando a
relação C/N é muito baixa, ou seja, alto percentual de nitrogênio no resíduo em relação ao
carbono, a velocidade de decomposição é alta, mas, como há mais nitrogênio do que a
demanda da biomassa microbiana, esse nutriente pode ser perdido, volatilizando ou lixiviando
da leira (ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).
Para Lopes (2003) a relação ideal entre carbono e nitrogênio (C/N) esteja em torno de
30/1, sendo que o teor de nitrogênio deva estar entre 1,2% a 1,5%. O composto final poderá
ser aplicado no solo, quando apresentar o teor máximo entre C/N igual a 18/1 no processo de
bio-estabilização ou valores inferiores a 12/1 no processo de humificação.
Existe, ainda, o método da vermicompostagem, na qual se utilizam minhocas para
digerir a matéria orgânica. A atividade das minhocas melhora a degradação pelo arejamento e
drenagem do material em fase de maturação (BIDONE e POVINELLI, 1999 apud
ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).
2.6.3 Tecnologias de Disposição final
2.6.3.1 Lixão
Os lixões, de acordo o CEMPRE (2010) são uma forma inadequada de disposição final
de resíduos sólidos municipais, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem
medidas de proteção ao meio ambiente ou a saúde pública. O mesmo que descarga a céu
aberto ou vazadouro.
Resíduos assim lançados acarretam problemas à saúde pública, como proliferação de
vetores de doenças, geração de maus odores e, principalmente, poluição do solo e das águas
subterrânea e superficial pela infiltração do chorume (CEMPRE, 2010).
56
Acrescenta-se a esta situação o total descontrole dos tipos de resíduos recebidos nestes
locais, verificando-se até mesmo a disposição de dejetos originados de serviços de saúde e de
indústrias. Comumente, ainda, associam-se aos lixões a criação de animais e a presença de
pessoas, os quais, algumas vezes, residem no próprio local (MGI, 2010).
2.6.3.2 Aterro Controlado
Segundo o CEMPRE (2010), o aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos
sólidos municipais no solo sem causar danos ou risco a saúde pública e a sua segurança,
minimizando os impactos ambientais. Esse método utiliza alguns princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na
conclusão da jornada de trabalho.
Esta forma de disposição produz poluição, porém localizada, pois, similarmente ao aterro
sanitário, a área de disposição é minimizada. Geralmente, não dispõe de impermeabilização
de base (comprometendo a qualidade das águas subterrâneas) nem de sistema de tratamento
do percolado ou do biogás gerado (CEMPRE, 2010).
Este método é preferível ao lixão, mas devido aos problemas ambientais que causa e aos
seus custos de operação, é de qualidade bastante inferior ao aterro sanitário (CEMPRE, 2010).
2.6.3.3 Aterro Sanitário
O CEMPRE (2010) afirma que aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição
de resíduos sólidos no solo, particularmente lixo domiciliar que, fundamentado em critérios
de engenharia e normas operacionais específicas, permite um confinamento seguro em termos
de controle de poluição ambiental e proteção a saúde pública. Outra definição o apresenta
como forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo mediante confinamento
em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais
específicas de moda a evitar danos ou riscos à saúde publica e a segurança, minimizando os
impactos ambientais.
57
3 METODOLOGIA
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Segundo Laville e Dionne (1999), existem três grandes grupos de categorias de
pesquisa que levam em consideração seus objetivos, sendo as exploratórias, as descritivas e as
explicativas. A presente pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, que
normalmente assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso.
A pesquisa objetiva conhecer e analisar detalhadamente os aspectos da localidade de
Linha São Pedro no município de Tapera, realizando um levantamento direto das principais
fontes poluidoras através de dados coletados nesta localidade, analisando-os e interpretando-
os, na busca de zonear os empreendimentos suinícolas potencialmente poluidores nesta
localidade, além de elaborar uma proposta de ações que gerenciam os resíduos sólidos para o
município, visto que o mesmo possui um déficit na questão de gerenciamento dos resíduos
conforme apresenta o Plano Ambiental Municipal.
A Figura 6 a seguir representa o delineamento da pesquisa com o propósito de explicar
de forma detalhada a maneira como o estudo foi desenvolvido.
58
Figura 6: Fluxograma esquemático da pesquisa
1a Etapa
2a Etapa
3a Etapa
4a Etapa
Análise doMunicípio
Definição da áreade estudo
Definição dosobjetivos do estudo
RevisãoBibliográfica
Aprofundamentoteórico em
PlanejamentoAmbiental Municipal
e GRS
CaracterizaçãoGeral do
Município
Aspectos Sociais,Ambientais e
Econômicos doMunicípio
Escolha do Método dePlanejamento Ambientalmais adequado a situação
Aplicação doPlanejamento
Ambiental
Zoneamento dasAtividades Suinicolas
potencialmente poluidorasda localidade de Linha São
Pedro
Elaboração deações para
gerenciar osresíduos sólidos
no município
59
O desenvolvimento da pesquisa foi dividido em quatro etapas, atendendo ao objetivo
geral e objetivos específicos da pesquisa conforme descrito abaixo:
1a – Etapa: Análise do município de Tapera, para definir a área de estudo, objetivos,
revisão bibliográfica, etc.
2a – Etapa: Escolha do método de planejamento ambiental que melhor se enquadra
para a realização da pesquisa.
Esta etapa consiste na avaliação dos métodos de planejamento apresentados na revisão
bibliográfica, e escolha do método que mais se adapta a realidade da pesquisa.
Com base no exposto o método mais adequado é o proposto por Teixeira (1998), que
divide o estudo em etapas sendo elas: Fase de Levantamentos, Fase de Programas, e Fase de
encerramento. Porém a fase de encerramento não será executada, pois os programas propostos
não serão implementados neste trabalho, sugere-se então a continuação futura deste trabalho.
3a – Etapa: Fase de levantamentos, onde serão diagnosticados, identificados e
analisados os impactos ambientais e socioeconômicos do município de Tapera, além de
programar o zoneamento ambiental para a atividade suinícola da localidade de Linha São
Pedro.
Consiste na aplicação de um formulário de levantamento (anexo B) na localidade de
Linha São Pedro, Tapera - RS, para diagnosticar a geração de resíduos produzidos nas
atividades desenvolvidas pelos proprietários e a destinação final dos mesmos. Nesta etapa
propõem-se também a programação de um zoneamento mais detalhado da atividade suinícola
potencialmente poluidora nesta localidade.
4a – Etapa: Fase de programas e ações, onde serão propostas ações que auxiliem o
município na questão de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, visto que o município já
possui um programa de coleta seletiva, como pode-se observar no anexo A.
Com base na pesquisa realizada, o município possui um programa de coleta seletiva
(Anexo A), que visa o recolhimento de resíduos secos e molhados, onde, alguns resíduos
industriais e resíduos especiais são classificados como resíduos secos e encaminhados para a
central de triagem de Espumoso/RS, a qual muitas vezes não consegue aproveitar os materiais
recicláveis devido à contaminação dos mesmos); nesta etapa será proposta ações que norteiam
o gerenciamento dos resíduos sólidos, onde a coleta, separação e destinação dos resíduos
estejam adequadas com a legislação vigente.
60
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
O município de Tapera tem um total de 10.448 habitantes e área de 180km², segundo
informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, (2010).
Segundo o Plano Ambiental Municipal de Tapera (2004) o município está inserida na
região do Alto Jacuí, ao noroeste do estado do Rio Grande do Sul como pode ser observado
na figura 7; limita-se ao norte com o município de Lagoa dos Três Cantos, a sul com o
município de Espumoso, a leste localizam-se os municípios de Victor Graeff e Espumoso, e
ao oeste faz limite com o município de Selbach.
Figura 7: Localização do Município de Tapera em relação ao Estado do Rio Grande do SulFonte: IBGE (2010)
61
O município é constituído por 16 comunidades, sendo elas: Linha Etelvina, Linha
Cinco Irmãos, São Pedro, São Luiz, Arroio Angico, Vila Raspa, São Rafael, Teutônia, Barra
do Colorado, Linha Santana, Linha Coronel Gervásio, Linha Esquina da sorte, Passo dos
Marianos, Linha Telles, São João, e Vila Paz.
A localização dos distritos pertencentes ao município está indicada na Figura 8.
Figura 8: Localização dos distritos pertencentes ao Município de TaperaFonte: Adaptação Prefeitura Municipal de Tapera
4.1.1 História do Município
De acordo com as informações da Prefeitura Municipal (TAPERA, 2004), o município
de Tapera foi criado pela lei nº 2552, em 18 de dezembro de 1954 e instalado em 28 de
fevereiro de 1955.
A ocupação do território taperense iniciou-se no final do século XIV, surgiu a colônia
chamada Alto Jacuí, e mais precisamente, no ano de 1891 o povoado de Tapera, que na época
pertencia ao município de Passo Fundo/RS. Os primeiros habitantes a habitar o novo local
eram originários de São Sebastião do Caí, Santa Cruz do Sul e Garibaldi.
62
Tapera possuía riquezas a espera de exploração fácil e que exigia pouco trabalho e
nenhum capital, pois se encontravam grandes e imensos pinheirais em todo seu território.
Na história de Tapera registra-se que os primeiros colonizadores que chegaram para
realizar a medição das terras, encontraram um rancho abandonado, onde os viajantes que por
aquela área passavam, paravam no rancho para descansar a sombra, e beber água, pois perto
do local havia um riacho com uma bela aguada (TAPERA, 2004).
Na época com denominação de Casebre Abandonado, onde servia de parada para os
viajantes, passou-se a denominar o local de "Tapera", e neste local passou-se a ocorrer às
transformações, ou seja, crescer e desenvolver-se até tornar-se o município de Tapera. Hoje
Tapera é conhecida como centro da Região do Alto Jacuí, cidade próspera, hospitaleira, sendo
integrante do grupo de cidades Rotas das Terras e rica na produção leiteira e agrícola
(TAPERA, 2004).
4.1.2 Aspectos de tapera
4.1.2.1 Uso e ocupação do solo
A região do Alto Jacuí se caracteriza por ser a região que possui uma boa
diversificação na produção agropecuária do estado do Rio Grande do Sul. O município de
Tapera se destaca pelo seu desenvolvimento na agricultura, haja vista seus altos índices de
produtividade alcançados. O produtor taperense buscou em outras fronteiras agrícolas o
aumento de suas de produção, pois sua área ficou limitada pelos desmembramentos ocorridos
pelas emancipações, levando sua técnica de produção por todo o estado do Rio Grande do Sul
e mesmo fora deste, estando presente como agricultor na maioria dos estados brasileiros
(TAPERA, 2004).
De acordo com o Tapera (2004), o solo do município em mais de 90% de sua área se
identifica por se um Latossolo, unidade de mapeamento Erechim, que se caracteriza por ser
recomendável para o uso na agropecuária, justificando os altos índices de produtividade
alcançados por seus produtores.
As maiores propriedades dedicam-se a produção de soja, trigo, milho e cevada,
enquanto que as pequenas e médias propriedades do município de Tapera desenvolveram uma
63
atividade agropecuária bem diversificada com ênfase nas atividades de bovinocultura leiteira,
suinocultura e avicultura (TAPERA, 2004).
Como pode se observar na Figura 9, o município de Tapera tem seu uso e ocupação do
solo basicamente de Áreas Agrícolas/Perenes Anuais com áreas menores de Campos e
Pastagem.
Figura 9: Uso e Ocupação do Solo da UPG Colorado na Bacia do Alto JacuíFonte: Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, 2010.
4.1.2.2 Economia
O município de Tapera se apresenta em fase de expansão destacando-se no plantio e
na comercialização de grãos coordenados pela COTRISOJA (Cooperativa Tritícola Taperense
64
Ltda), sendo uma das maiores cooperativas de grãos do estado do Rio Grande do Sul
(TAPERA, 2004).
Na área agrícola pela quantidade de seu solo, aliado a tecnologia aplicada devido
principalmente a ação conjunta dos técnicos do município, observa-se um crescimento na
produtividade de seus cultivos, alcançando os maiores índices do pais, assim destacando
algumas culturas que auxiliam no setor econômico do município, se encontram no setor
primário: soja, milho, trigo, cevada, triticale e canola (TAPERA, 2004).
Segundo o Tapera (2004) o município também se destaca por apresentar grandes
produtores de suínos oriundos das unidades de leitão da ALIBEM.
No setor industrial o município de Tapera se destaca pela grande atividade do Curtume
Tapera Ltda, conhecido também como antigo curtume Mombelli, onde oferecem grande
diversidade de mão-de-obra local, assim realizando-se diferentes atividades na área
(TAPERA, 2004).
Já o comércio é responsável por grande parte da participação no PIB municipal,
desempenha papel significativo na economia, possuindo hoje estrutura para suprir a demanda
não só do município, como de toda a região. Além do comércio varejista, podemos destacar o
comércio de medicamentos, insumos e maquinária para a agricultura, insumos para as
construções civis, alimentícias e equipamentos para escritório, restaurantes, emissoras de
radio, empresas jornalísticas, hotéis, indústrias (moveleira, confecções, esquadrias em
madeira e ferro, dentre outras atividades mais, que faz do município um pólo regional
(TAPERA, 2004).
4.1.2.3 Estrutura Administrativa
A organização administrativa do município é constituída dos seguintes órgãos da
administração Direta (TAPERA, 2004):
.
I- ORGÃO DE COOPERAÇÃO
1- Conselho Político
II- ÓRGÃO DE COLABORAÇÃO COM O GOVERNO FEDERAL
1- Junta de Serviço Militar
III- ÓRGÃOS DE ASSISTENCIA IMEDIATA
65
1- Gabinete do Prefeito
2- Gabinete do Vice-Prefeito
IV- ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO
1- Procuradoria Geral do Município
2- Conselhos Municipais
V- ÓRGÃOS DE ADIMINISTRAÇÃO GERAL
1- Secretaria Geral
2- Conselho Político
3- Procuradoria
VI- ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO ESPECÍFICA
1- Secretaria de Saúde e Ação Social
2- Secretaria de Educação, Cultura, Desporto e Lazer
3- Secretaria de Desenvolvimento
4- Secretaria Infra-Estrutura
5- Gerencia Técnica
VII- ÓRGÃOS DE DESCENTRALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
ESPECÍFICA
1- Gerencia Técnica compreende ao Setor Contábil, Setor Financeiro, Setor de
Materiais, Setor de Arrecadação e Tributação e Setor Pessoal.
2- Secretaria de Desenvolvimento compreende o Departamento da Agricultura,
Pecuária e Meio Ambiente.
3- A Secretaria de Educação, Cultura, Desporto e Lazer compreende o Departamento
da Educação e Cultura e o Departamento de Desporto e Lazer
4.1.2.4 Departamento Municipal de Meio Ambiente
O Plano Ambiental Municipal de Tapera (2004) destaca que a Secretaria de
Desenvolvimento é o órgão que define o Departamento Municipal do Meio Ambiente, sendo
66
este o órgão municipal responsável pela qualidade e conservação ambiental do município,
onde o desenvolvimento é ecologicamente sustentável possuindo atribuições como o
planejamento, implementação, execução e controle de atividades da política municipal do
meio ambiente podendo ser também responsável por disciplinar a ocupação do solo urbano e
rural no que conserve a proteção ambiental e ainda pelo controle e fiscalização de fatores
ambientais, assim promovendo a integração do homem pela União e Estado.
4.1.2.5 Instrumentos de Gestão
Segundo Tapera (2004), os instrumentos utilizados na Gestão Ambiental Municipal
são os mencionados na Lei Orgânica promulgada em 1990, onde no Capítulo II "Da
Competência do Município", dedicou a Seção II "Da Competência Comum", em seu Artigo
12, Incisos IV, VII, VIII e X, que se referem ao Meio Ambiente, além do capítulo exclusivo
do Meio Ambiente (Capítulo VIII), em seus artigos 208 até o 219, e juntamente com a
legislação municipal esparsa instrumentalizam a gestão ambiental através do Departamento
Municipal do Meio Ambiente, a saber, com as seguintes responsabilidades e competências:
- Licenciamento Ambiental das diferentes formas, revisão e sua renovação e
autorização;
- Fundo Municipal de Meio Ambiente;
- Cadastro técnico rural e o sistema de informações ambiental municipal;
- Educação Ambiental formal e não-formal;
- Sanções disciplinares e compensatórias ao descumprimento das providencias
necessárias a prevenção e recuperação do dano ambiental;
- Cadastro de atividades urbanas e instrumentos de proteção ambiental;
- Estimulo e incentivo para proteger, manter, melhorar e recuperar a qualidade
ambiental;
- Turismo ecológico;
- Termo de ajustamento de conduta;
- Audiências públicas;
- Fiscalização e monitoramento das atividades potencialmente poluidoras;
- Análise e avaliação de impactos ambientais;
-Gerenciamento, monitoramento e fiscalização dos resíduos sólidos de atividades
urbanas (domiciliares e de limpeza urbana), comerciais, serviços de saúde e industriais, de
prestação de serviços, rurais e de extração mineral e dos sistemas de tratamento de águas e
67
resíduos líquidos cuja operação gere resíduos semilíquidos ou pastosos enquadráveis como
resíduos sólidos a critério do órgão ambiental;
- Fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando compatibilizar o
desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente;
- Zoneamento Ecológico;
-Acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associativos de gerenciamento
de recursos ambientais;
- Elaboração do Código Ambiental Municipal;
4.1.2.6 Modelo espacial
Segundo PAM (2004), foi proposto o desenvolvimento para melhor compreensão e
atuação dividir o município em Zonas, porem não consta no Plano este mapeamento do
modelo espacial do município, consta somente a conceituação de cada uma das zonas.
A preservação do ambiente natural, condição fundamental para o desenvolvimento
sustentável, pressupõe que o zoneamento tenha em sua base, em especial, a conservação e
proteção de mananciais hídricos (TAPERA, 2004).
Em relação aos recursos hídricos, optou-se por considerar todo o município como
manancial de abastecimento de água, com as conseqüentes implicações no planejamento de
sua ocupação do solo (TAPERA 2004).
Assim não basta proteger a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, é necessária uma política
de prevenção das águas do Município como um todo. A preservação dos mananciais é de
responsabilidade de nossa comunidade e de outras esferas de poder (Federal e Estadual). Ao
definirem-se as condições de ocupação das demais Zonas devemos atender a esta diretriz
(Tapera 2004).
4.1.2.6.1 Zona Urbana
A Zona Urbana é de 9.836 km², e nela se concentram 82% da população municipal; a as
áreas não ocupadas dividem-se em a) lotes ocupados, b) vazios urbanos, c) áreas de expansão
urbana (TAPERA, 2004).
68
A cidade apresenta um processo de verticalização da área central, segundo o TAPERA
(2004) possui uma periferia imediata de intensa ocupação uni familiar e áreas periféricas
semi-ocupadas.
O centro verticalizado compreende usos comerciais, de serviços habitacionais,
industriais de pequeno porte e serviços públicos. Sua infra-estrutura básica e seus serviços
com algumas deficiências (TAPERA, 2004).
A periferia imediata, com praticamente toda a sal área loteada, caracteriza-se por
intensa ocupação horizontal (unifamiliar), comércio e serviços locais e indústrias de pequeno
porte. Sua infra-estrutura é semi-completa, com deficiência principalmente, quanto ao esgoto
cloacal. E algumas áreas, em fundos de vales, apresentam áreas com falta de drenagem pluvial
(TAPERA, 2004).
As áreas periféricas de acordo com TAPERA (2004) mesclam espaços não ocupados,
loteamentos com média ocupação, usos industriais, comerciais atacadistas e depósitos. Os
loteamentos mais antigos possuem infra-estrutura incompleta, carecendo, principalmente de
pavimentação e esgoto cloacal. Em novos loteamentos é obrigatória a implantação de infra-
estrutura completa, exceto de rede de esgotamento sanitário, que é substituído por sistema de
tratamento tipo fossa séptica e sumidouro.
4.1.2.6.2 Zona Rural
De acordo com o PAM (2004) a zona rural é caracterizada por áreas homogêneas
situadas nos espaços rurais do município.
Estas unidades de planejamento foram subdivididas em Zona de Proteção dos
mananciais,Zona Rural Agro-Familiar e Zona Rural Mista.
I - Zona de Proteção dos Mananciais:
É constituída pelas áreas rurais das bacias dos rios Colorado e Glória, formadores da
barragem do Passo Real: é constituída de relevo pouco acidentado, formado por médias
propriedades, com culturas extensivas de soja e trigo. Parte das margens destes rios é coberta
por vegetação nativa.
II – Zona Rural Agro-Familiar:
69
Apresenta relevo ondulado e algumas áreas com regular índice de cobertura nativa ou
reflorestada. É a zona com maior numero de localidades rurais. Sua economia é típica das
áreas coloniais, com predominância de pequenas propriedades. É uma região de
empreendimentos mais familiares, que desenvolvem atividades principalmente nos setores de
avicultura, suinocultura, fruticultura, criação de gado leiteiro e produção de hortaliças.
III – Zona Rural Mista:
A Zona Rural Mista é uma região homogênea de transição entre a Zona de proteção
dos Mananciais e a Zona Rural Agro-familiar.
Seu relevo varia do ondulado ao suavemente ondulado. Sua produção agrícola mescla
atividades de produção extensiva, como o cultivo de grãos, com atividades típicas de
pequenas propriedades agro-familiares (cultura de subsistências): avicultura, suinocultura,
produção de hortifrutigranjeiros e criação de gado leiteiro.
A principal atividade desta zona é sem dúvida a produção de grãos.
4.1.2.7 Meio natural
4.1.2.7.1Flora
Conforme apresentado no Plano Ambiental Municipal de Tapera (TAPERA, 2004), o
município está localizado na região do Planalto Médio que é limitado ao Norte pela região do
Alto Uruguai, ao Sul pela Depressão Central e a Leste pela Encosta Superior do Nordeste
Na região onde está localizado o Município de Tapera encontra-se, formações vegetais
da floresta Ombrófila Mista, Floresta de Galeria que acompanha os cursos d’água (TAPERA,
2004).
De acordo com o TAPERA (2004), a floresta de galeria é densa, alta e estreita, são
formações florestais, que acompanham os cursos d’água começando sub-arbustivas nas
fontes, desenvolvendo-se em matinhas na encosta seca e rochosa e terminando em matas de
regular extensão e altura, de acordo com o volume de água e dos terrenos de aluvião.
Segundo o PAM (TAPERA, 2004), as galerias limitadas às margens e a zona de
inundações compõem-se de numerosos exemplares da flora rio-grandense comum nas
ribanceiras, como: sarandis (Terminalia australis), unha-de-gato (Acácia bonariensis),
Camboim (Myrcia multiflora), e outras mirtáceas. De mistura crescem arbustos pertencentes á
70
formação de parques, como branquilo (Sebastiana Klotzschiana), sombra-de-touro
(Acanthosyris spinescens), aroeira (Lithraea brasiliensis). Em alguns lugares ocorre salgueiro
(Salix homboldtiana), mata-olho (Pouteria gaardneriana), corticeira-do-banhado (Erithrina
crista-gali), bem como os aguapés (Eichhornia crassipes e E. azurea), chapéu-de-couro
(Echinodorus aschersonianus) em lugares alagados.
A floresta ombrófila mista, que se mistura á savana, no planalto é formada de espécies
de araucária (Araucaria Angustifólia), no estrato emergente, a canela-areia (Crypto carya sp),
canela-lajeana (Ocotea pulchella), e o pessegueiro-bravo no estrato dominante. Na submata, a
aroeira-preta, o guamirin (Myreeugenia sp), o Cambuí (Myrciaria sp), e a erva-mate (Ilex
paraguariensis) (TAPERA, 2004).
A floresta nativa do planalto basáltico com ocorrência de araucária tem algumas
características próprias. Nela, o pinheiro (Araucaria angustifólia) apresenta grande
participação, especialmente no andar superior. Dada a estrutura do pinheiro, de maior
espaçamento entre os indivíduos arbóreos, a floresta não é densa, embora no Rio Grande do
Sul não ocorre na sua forma pura. Um segundo estrato é formado por espécies de menor
porte, e o terceiro é tipicamente arbustivo. Na verdade, o pinheiro está associado na floresta
subtropical caducifólia. O caráter decidual da floresta é sazonal, de inverno (TAPERA, 2004).
Ainda, de acordo com o Plano Ambiental Municipal de Tapera (2004), no município
ainda são observadas diversas espécies exóticas como: Pinus (Pinus sp), Nespera (Eriobotrya
japônica), Laranjeira, Bergamoteira, Limoeiro (Citrus sp), Cinamomo (Melia azedarach),
Amoreira-Vermelha (Morus nigra), Plátano (Platanus x acerifolla), Abacateiro (Persea
americana), Pessegueiro (Prunus pérsica), Eucalipto (Eucalyptus sp), Uva-do-Japão
(Hovenia duleis).
4.1.2.7.2Fauna
Uma política de prevenção ambiental deve contemplar a diversidade biológica com
áreas representativas dos vários ambientes naturais ainda existentes. No município de Tapera
há uma boa cobertura vegetal, o conhecimento do potencial faunístico de suas diferentes
unidades de relevo e domínios fitogeográficos apresenta-se como fator fundamental para que
se possa avaliar suas condições, como mantedora da biodiversidade (TAPERA, 2004).
71
4.1.2.7.3 Geologia, Geomorfologia, Relevo e Pedologia
De acordo com o PAM (2004), o território de Tapera está localizado numa porção de
um grande conjunto morfológico da América do Sul, conhecido genericamente como derrame
basáltico sul-americano sobre a Bacia Sedimentar do Paraná. Neste contexto predominam as
rochas da Formação Serra Geral, formadas por efusivas básicas continentais toleitíca,
comumente basaltos e fenobasaltos. Os solos que se desenvolveram sobre esta rocha, resultam
da intemperização dos minerais ferro-magnesianos e feldspático-cálcico da rocha em minerais
argilosos, resultando em solos de natureza argilo-siltoso, com teor de argila maior que 60%.
No domínio morfo-estrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares, o município está
inserido na Região Geomorfológica do Planalto das Missões, na Unidade Geomorfológica do
planalto de Santo Ângelo (TAPERA, 2004).
As formas de relevo conforme o PAMT (2004) são bastante homogêneas retratadas de
modo geral por colinas suaves, arredondadas ou às vezes alongadas, regionalmente
conhecidas por coxilhas, esculpidas em rochas vulcânicas básicas da Formação Serra Geral.
O solo predominante do município e Latossolo Rocho Distrófico. São solos derivados
do basalto da Formação Serra Geral, de textura muito argilosa e com elevados teores de
Fe2O3. Apresentam seqüências de horizontes do tipo A, B e C, que são muito profundos,
sendo poucos diferenciados e com transição gradual e plana entre os horizontes. Apresentam
boas características físicas, o que os torna amplamente favoráveis a utilização agrícola, desde
que corrigidas suas deficiências de fertilidade (TAPERA, 2004).
4.1.2.7.4 Recursos Hídricos
4.1.2.7.4.1 Superficiais
O município de Tapera pertence à Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí denominada G50,
representado na figura 10 a seguir.e Região Hidrográfica do Guaíba.
72
Figura 10: Bacia Hidrográfica do Alto JacuíFonte: SEMA (2010)
Os cursos de águas superficiais do município estão hierarquizados no conjunto da rede e
das sub-bacias, sendo designado genericamente de Rios, Arroios, Sangas, sem que para eles
seja possível uma conceituação rigorosa (TAPERA, 2004).
4.1.2.7.4.2 Subterrâneos
O município apresenta em seu subsolo a ocorrência do Aqüífero Serra Geral cuja vazão
varia entre 1 a 150m³/h, e o aqüífero Guarani tendo um grande potencial inexplorado dentro
do limite do município, confinado por uma camada de rochas da formação Serra Geral com
73
aproximadamente 700 metros de espessura, tendo a capacidade de oferecer uma vazão de um
milhão de L/h (TAPERA, 2004).
4.1.2.8 Fontes poluidoras
4.1.2.8.1Poluição hídrica
A utilização do solo nas mais diversas áreas e atividades como apresenta o Plano
Ambiental Municipal de Tapera (2004), tem como efeito a alteração da quantidade e
qualidade das águas. Em termos de uso o quadro 3 abaixo faz relação entre as atividades e
efeitos sobre a disponibilidade hídrica.
Quadro 3: Relação entre atividade e efeito sobre a disponibilidade hídrica do município
Agente modificador Atuação Efeito Resultado na água
Técnicas
Agropecuárias
Preparo da terra Plantio
Tratos culturais
Erosão
Contaminação
Assoreamento
Qualidade Química
Qualidade Biológica
Técnicas industriais Produtos químicos
Temperatura
Contaminação Qualidade Fisico-
Química-Biológica
População Esgoto Contaminação
Lixo Contaminação
Intensidade de consumo
de água
Químico-Biológico Assoreamento
Qualidade Química
Qualidade Física
Qualidade Biológica
Agente modificador Atuação Efeito Resultado na água
Mineração Movimentação do solo Erosão Assoreamento
Turbidez
Loteamentos Movimentação do solo
Permeabilidade do solo
Erosão
Escoamento
superficial
Assoreamento
Turbidez
Fonte: Tapera (2004), p.29
74
4.1.2.8.2Poluição atmosférica
Relativamente à poluição atmosférica, as medidas que estão sendo adotadas resumem-
se em ações de controle do uso de agrotóxicos nos resquícios de lavouras localizadas na
periferia dos limites urbanos.
Impõe-se, também, a realização de estudos e a adoção de medidas de combate a
poluição produzida pelos automóveis, indústrias e queimadas a serem realizadas a médio e
longo prazo (TAPERA, 2004).
4.1.2.9 Resíduos Sólidos
4.1.2.9.1Domiciliares
O município de Tapera segundo o Plano Ambiental Municipal produz cerca de 7 t/d de
resíduos sólidos domésticos.
A coleta, transporte e do destino final dos resíduos, são realizados por empresa
terceirizada (Nova Era) em usina de triagem e aterro sanitário localizado no município de
Espumoso/RS. A coleta de resíduos contempla toda a população urbana da sede do município
e do distrito de São Pedro (TAPERA, 2004).
4.1.2.9.2Resíduos de serviços de saúde
Os resíduos de serviço de saúde têm coleta, transporte e destino final (incineração)
realizado pela empresa Ambicleam – Tratamento de Resíduos Ltda de Santo Ângelo/RS. A
coleta e transporte são feitos por veículo diferenciado, com identificação de resíduos
infectantes nas portas para melhor visualização do que está transportado. O veículo possui
motorista com treinamento e habilitação para transporte de carga perigosa e um coletor,
ambos ainda possuem treinamento em segurança e medicina do trabalho. A empresa
responsável pela coleta destes resíduos exige que os usuários desse serviço usem embalagens
e acondicionamento conforme legislações vigentes: NBR 12.807, NBR 12.808, NBR 12.809,
NBR 12.810, e as Leis Estaduais 9.921 e 10.090 (TAPERA, 2004).
75
4.1.2.9.3Entulho
A situação dos resíduos da construção civil, compostos por materiais de demolição,
restos de obras, solos de escavações diversas, etc, encontra-se em estudo, devido aos
constantes conflitos ambientais causados por deposição irregulares em terrenos baldios
(TAPERA, 2004).
4.1.2.9.4Embalagens vazias de defensivos agrícolas
Este departamento está sendo controlado pela COTRISOJA (Cooperativa Tritícola
Taperense Ltda), onde se tem como responsável técnico um Engenheiro Agrônomo conforme
os dados obtidos. O posto de recebimento de embalagens vazias localiza-se na Linha Cinco
Irmãos (figura 11), tendo-se as atividades regularizadas com licenças ambiental da FEPAM
(Fundação Estadual de Proteção Ambiental), e em convênio com o INPEV (Instituto Nacional
de Processadores de Embalagens Vazias), que servirá para o recebimento das embalagens
vazias dos produtos comercializados pelas empresas do ramo do município, que também são
associados na ARFITA (TAPERA, 2004).
Figura 11: Localização da ARFITA em relação a Cidade de Tapera.Fonte: Adaptado de Google Maps, 2011.
76
Segundo o PAMT (2004) as embalagens são recolhidas e armazenadas por volume (1L,
5L, 10L), até obter uma determinada quantidade de material, onde para a obtenção desta
quantidade o município de Tapera leva em média de tempo de estoque uma semana
(Raramente duas semanas de depósitos). As embalagens vazias são destinadas ao município
de Passo Fundo/RS, onde ocorre o processamento dos materiais, a seguir os mesmos são
enviados à São Paulo/SP.
4.1.2.9.5Resíduos Industriais
Os resíduos industriais gerados pelas indústrias locais são representados por cinzas,
lodos, óleos, resíduos alcalinos, metais, escórias, areais de fundição etc.
O município de Tapera não possui controle sobre o destino final destes resíduos, onde
os geradores de resíduos estão sendo orientados pelos técnicos do Departamento de Meio
Ambiente de modo que os mesmos encaminhem os resíduos para destino final tecnicamente
adequado (TAPERA, 2004).
4.1.2.9.6Resíduos especiais
Os resíduos especiais, tais como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, são
descartados junto aos resíduos sólidos urbanos, não havendo um programa de gerenciamento
e destino final adequado para os mesmos (TAPERA, 2004).
4.1.3 Indicadores para o Município de Tapera
De acordo com Scheneider (2011) que buscou em sua dissertação de mestrado avaliar o
índice de sustentabilidade dos municípios do COREDE do Alto Jacuí, onde o município de
Tapera esta inserido, visando assim gerar contribuições que auxiliem o desenvolvimento
sustentável desses municípios. Em seus objetivos específicos procurou elaborar um banco de
dados das dimensões: social, demográfica, econômica, político-institucional, ambiental, e
cultural para os municípios do COREDE Alto Jacuí, alem de calcular o Índice
desenvolvimento sustentável para municípios (IDSM), que integram o COREDE do Alto
Jacuí.
77
Schneider (2011) afirma que quanto ao índice de desenvolvimento social, Tapera
apresenta um nível aceitável, devido principalmente a ser um dos municípios com menor taxa
de mortalidade por acidente de transporte, uma das maiores expectativas de vida ao nascer,
mas também, é um dos municípios com menor número de leitos hospitalares por mil
habitantes.
Com relação ao índice de desenvolvimento demográfico, o município apresenta um
nível aceitável, devido principalmente a ser um município com maior densidade demográfica,
mas também é um dos municípios com maior diferença entre as populações urbanas e rurais
(SCHNEIDER, 2011).
No que se refere ao índice de desenvolvimento econômico, conforme Schneider
(2011) o município apresenta um nível alerta, principalmente porque o saldo de sua balança
comercial é muito baixo, mas em compensação a maior parte de sua população ganha mais de
um salário mínimo.
O índice de desenvolvimento político-institucional apresenta um nível alerta, devido
principalmente ao fato de ser um dos três municípios que menos investe em saneamento
urbano, não investe em ciência e tecnologia, mas também é um dos municípios que mais tem
número de acessos individuais ao serviço de telefonia fixa (SCHNEIDER, 2011).
Quanto ao índice de desenvolvimento ambiental, apresenta um nível aceitável,
principalmente pelo fato de ser um dos municípios com melhor qualidade de água, por sua
água ser tratada por desinfecção, mas em compensação não tem água tratada por ETA’s, e
também, 96,2% do seu lixo urbano ser coletado e é um dos dois municípios com maior
quantidade de coleta de lixo rural, e é também o município com maior quantidade de
esgotamento sanitário por fossa séptica (SCHNEIDER, 2011).
Com relação ao índice de desenvolvimento cultural, apresenta um nível crítico de
sustentabilidade, pois o município não tem cinemas, unidades de ensino superior, teatros ou
salas de espetáculos, mas tem centros culturais, bibliotecas, museus, e ginásio de esportes
(SCHNEIDER, 2011).
Os respectivos índices do município de Tapera podem ser observados no quadro 4.
78
Quadro 4: Índices para o Município de Tapera.
Legenda
Fonte: Adaptado de Schneider (2011)
4.2 ZONEAMENTO AMBIENTAL
A localidade de Linha São Pedro encontra-se distante aproximadamente 4 Km, do
centro de Tapera, próximo da RS-223, segundo pesquisa realizada é a localidade que mais
desenvolve a atividade suinocultora no município, com 7 propriedades, alem de 6 produtores
que trabalhavam com a atividade e devido o preço ruim da carne suína acabaram paralisando
a atividade temporariamente.
Na figura 12 a seguir encontra-se a localização do município e a localidade de linha
São Pedro em relação a RS-223.
INDICADOR TAPERA
IDSM Social 0,7224
IDSM Demográfico 0,5370
IDSM Econômico 0,4557
IDSM Político Institucional 0,4009
IDSM Ambiental 0,7052
IDSM Cultural 0,2476
SUSTENTABILIDADE
79
Figura 12: Localização do município de Tapera e a localidade de Linha são Pedro em relação a RS-223
Fonte: Adaptado de Google Earth (2003)
As visitas nas propriedades ocorreram entre os dias 12/10 à 19/10, onde foram
aplicadas fichas técnicas (anexo B), nas quais constam: dados gerais dos produtores,
localização da propriedade, formas de subsistência da propriedade, e disposição dos resíduos
gerados,
Após as visitas foram confeccionados os croquis com a localização das sete
propriedades que trabalham com a atividade de suinocultura (Figura 13), e croquis
localizando as demais propriedades que paralisaram com a atividade temporariamente
(Figura14).
80
(1) (2) (3) (4)
(5)
(6)
Figura 13: Localização das propriedades suinícolas do Distrito de São Pedro, Tapera, RSFonte: Adaptado Google Earth (2003)
(7)
81
Figura 14: Demais propriedades que paralisaram a atividade suinocultora temporariamenteFonte: Adaptado Google Earth (2003)
Segundo a pesquisa realizada no mês de outubro de 2011, analisando-se
cuidadosamente os resíduos gerados pela atividade de bovinocultura pode-se observar
que 3 das 6 propriedades que tem a bovinocultura como uma das formas de
subsistência, não possuem nenhuma forma de armazenamento e disposição destes
resíduos. Sabe-se que na maior parte das vezes, esses resíduos são mal manejados,
constituindo fonte de poluição do meio ambiente.
Os resíduos de bovinocultura têm merecido atenção crescente pelo seu volume
cada vez maior e pelos problemas ambientais relacionados ao seu tratamento e
disposição.
Quanto às embalagens de agrotóxicos todas as propriedades mostraram-se
preocupadas com a destinação das mesmas, onde alguns produtores entregam suas
embalagens nas cooperativas onde as compraram, e outros entregam na Associação para
o recebimento de embalagem de agrotóxicos, denominada ARFITA, a qual é cadastrada
na FEPAM, localizada no mapa da Figura 11.
Pode-se perceber na analise das fichas aplicadas que na maioria das propriedades
existe uma preocupação significativa a respeito do tratamento dos resíduos gerados pela
atividade de suinocultura, onde das sete propriedades analisadas apenas duas não
82
possuem as duas lagoas para a disposição dos resíduos como determina como determina
a Norma Técnica da FEPAM de Novos Empreendimentos Destinados a Suinocultura.
Após a análise das fichas, pode-se realizar um levantamento significativo da
quantidade de propriedades que utilizam a suinocultura como uma das formas de
subsistência, realizando assim um zoneamento da atividade suinícola na localidade de
linha São Pedro, Tapera - RS, como mostra a figura 15 a seguir.
83
Figura 15: Mapa do Município com a localização da Zona Urbana, parte da localização da APP e o Zoneamento Proposto para a atividade suinocultora daLinha São Pedro, Tapera - RS
Fonte: Adaptado, Prefeitura municipal de Tapera, (2011).
LEGENDA
Área dePreservação PermanenteRios Colorado e Jacuí
Zoneamento daAtividade Suinocultorade São Pedro
Zona Urbana
84
4.3 PROPOSTA DE AÇÕES QUE SUBSIDIEM O GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
Neste tópico é apresentada a proposta das ações necessárias para dar subsídio ao
GRS para o município de Tapera -RS, pois analisando o Plano Ambiental Municipal
(Tapera, 2004) pode-se observar falhas na questão de tratamento de alguns tipos de
resíduos, como por exemplo os resíduos de construção civil, denominado no PAM
como entulhos, e os resíduos especiais. Este proposta busca soluções viáveis e
disponíveis no mercado para o destino dos resíduos, aplicando ações que não
demandem grandes investimentos econômicos, porém tendo como principal objetivo a
minimização dos impactos sociais e ambientais.
Para que o município consiga implantar e programar estas ações, a comunidade
em geral deve colaborar, participando das adequações e atualizações constantes dos
Programas Socioambientais; o município também deve atrelar tais Programas às
Campanhas de Educação Ambiental Continuada. Essa medida resolve a deficiência do
acondicionamento e descarte inadequados por meio da mudança de comportamento da
população. Contudo sabe-se que Campanhas de Educação Ambiental são medidas que
alcançam resultados em longo prazo, devido a isso é imprescindível que as Campanhas
sejam contínuas, reforçadas e atualizadas em determinados períodos de tempo,
acostumando a população com as simbologias e o hábito de acondicionamento e
descarte adequados para a coleta.
No quadro 5 a seguir estão detalhadas as etapas a serem cumpridas para a
elaboração das ações de GRS, e os itens a serem cumpridos em cada uma das etapas.
85
Quadro 5: Etapas para a elaboração das ações de GRS
ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DAS AÇÕESPARA GRS
ITENS A SEREM ATENDIDOS EM CADA ETAPA
ETAPA 1
Aterro Sanitário
Estudo LocacionalInfra-estrutura do aterro
Distância Limite ao Centro de Massa de Geração de ResíduosEstudo de Viabilidade Financeira
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL
Usina de Triagem eCompostagem
Estudo LocacionalInfra-Estrutura
Estudo de Viabilidade FinanceiraEducação Ambiental
ETAPA 2 Coleta Seletiva
Setores de Coleta SeletivaDimensionamento da Freqüência
Dimensionamento da Equipe de TrabalhoProcedimentos de Controle e Fiscalização
Educação AmbientalColeta Seletiva em Órgãos e Entidades da Administração Pública
CatadoresCampanhaCadastro
Capacitação
ETAPA 3 Varrição, Capina ePoda
VarriçãoDimensionamento da Freqüência
Máquinas e Equipamentos
86
ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DAS AÇÕESPARA GRS
ITENS A SEREM ATENDIDOS EM CADA ETAPA
ETAPA 4 Resíduos de Serviço de SaúdeLegislação
ResponsabilidadesGeradores Públicos de RSS
Geradores Particulares de RSS
ETAPA 5
Resíduos Especiais LegislaçãoResponsabilidades
Pneus
LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário,
ColetaTransporte
Destinação FinalReciclagem
Agrotóxicos
LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário
ColetaCriação de uma Central e Posto de Recebimento
TransporteDestinação Final
Óleos e Graxas
LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário
ColetaTransporte
Destinação Final
ETAPA 6 Resíduos de construção CivilLegislação
Acondicionamento e Armazenamento TemporárioColeta
87
ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DAS AÇÕESPARA GRS ITENS A SEREM ATENDIDOS EM CADA ETAPA
TransporteDestinação Final
ETAPA 7 Resíduos Industriais Acondicionamento e Armazenamento TemporárioTratamento e Destinação Final,
ETAPA 8 Resíduos sólidos desuinocultura
LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário
ColetaTransporte
Destinação Final
Fonte: Adaptado de ECOTÉCNICA, (2008).
88
4.3.1 ETAPA 1 - Aterro Sanitário e Usina de Triagem e Compostagem
Nesta etapa descrevem-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o
município de Tapera, no que diz respeito a Aterro Sanitário e Usina de Triagem e
Compostagem.
A escolha de uma área para instalação de um Aterro Sanitário é um estudo que
envolve uma série de análises, já que é uma atividade que pode trazer transtornos à vizinhança
e que, do ponto de vista ambiental, implica em medidas específicas para a sua implantação,
portanto, sendo esta sujeito a estudos sobre a sua viabilidade. No quadro a seguir (Quadro 6)
podem ser observados alguns critérios mínimos estabelecidos pelo CEMPRE na escolha da
melhor área.
Quadro 6: Critérios para priorização das áreas para instalação de Aterro Sanitário (Pré-Seleção)
DADOS NECESSÁRIOS ADEQUADA POSSÍVELNÃO-
RECOMENDADA
VIDA UTIL Mais que 10 anos Menor que 10 anos (a critério doÓrgão Ambiental)
DISTÂNCIA DOCENTRO ATENDIDO 5-20 km
Menor que 5km
Maior que 20km
ZONEAMENTOAMBIENTAL
Áreas sem restrições nozoneamento ambiental
ZONEAMENTOURBANO
Vetor decrescimento
mínimo
Vetor decrescimento
intermediário
Vetor decrescimento
principalDENSIDADE
POPULACIONAL Baixa Média Alta
USO E OCUPAÇÃO DOSOLO Áreas devolutas ou pouco utilizadas Ocupação
IntensaVALOR DAS TERRAS Baixo Médio Alto
ACEITAÇÃO DAPOLPULÇÃO E DE
ENTIDADESAMBIENTAIS
Boa Razoável Oposição severa
Fonte: CEMPRE, (2010)
89
Como o município de Tapera dispõe seus resíduos no aterro controlado de Espumoso -
RS, cidade vizinha distante aproximadamente 10 km, esta etapa talvez não se enquadre nas
ações propostas, porém sabe-se que o aterro sanitário de Espumoso não apresenta boas
condições para o recebimento dos resíduos (COMPARIM; ROVANI; TÍMBOLA, 2010,
p.29), onde futuramente o município de Tapera possa vir a ter a necessidade de construir seu
próprio aterro sanitário.
A avaliação da viabilidade financeira da implantação de um aterro sanitário é um item
muito importante para um município de pequeno porte (ECOTÉCNICA, 2008) (tabela 3),
pois pode tornar inviável a construção e operação do aterro para as contas públicas.
Tabela 2: Custo de implantação de um aterro sanitário
DISCRIMINAÇÃO Custo Total (R$)
Mobilização 5.000,00
Serviços preliminares 12.000,00
Proteção da área 20.000,00
Proteção do solo 1.000,00
Movimentação de solos 3.000,00
Acessos 3.600,00
Sistema de drenagem pluvial 10.000,00
Sistema de Drenagem de chorume 20.500,00
Sistema de recirculação de chorume 5.000,00
Sistema de drenagem de gases 3.000,00
Monitoramento ambiental 4.320,00
Infra-estrutura administrativa 87.000,00
TOTAL 164.000,00
Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.
Caso ocorra a implantação de um aterro sanitário no município de Tapera sugere-se a
implantação de um Projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) para este
aterro, tendo este como objetivo buscar alternativas de tecnologias limpas, como por exemplo,
para a geração de energia (Captura do Gás Metano), reduzindo assim a emissão dos Gases
Efeito Estufa (GEE) os quais são prejudiciais a atmosfera.
90
Para que haja a implantação de uma Usina de Triagem e Compostagem (Figura 18) no
município, o mesmo deve possuir um aterro sanitário, e para que esta opção seja viável o
município deve ter consolidado o programa de separação de recicláveis, uma vez que a
implantação da Usina de Triagem não deverá substituir a separação domiciliar. Se a
população aderir a este programa o número de materiais recicláveis deverá aumentar. A Usina
de Triagem não deve se encarregar dos materiais recicláveis advindos de indústrias, somente
da coleta do lixo doméstico.
Figura 16: Fluxograma de uma Usina de Triagem e CompostagemFonte: ECOTÉCNICA, 2008
Na usina de Triagem também deverão ser re-selecionados aqueles materiais que não
podem ser recuperados ou reciclados, como isopor, tecidos, couros, fitas adesivas, celofane,
lâmpadas etc, ou seja, materiais descartados indevidamente.
A triagem e beneficiamento destes materiais podem ser terceirizados, através de
diversas entidades, como por exemplo, uma associação de catadores.
91
Lembra-se que esta implantação só será viável caso o município venha a decidir
implantar um Aterro Sanitário no limites municipais.
Indica-se que a área potencial do aterro sanitário seja utilizada para instalação de um
sistema acoplado de Unidade de compostagem e Central de Triagem.
Deve-se executar antes da implantação um breve estudo da viabilidade financeira do
empreendimento, sabe-se que o custo de implantação de uma usina de Triagem e
Compostagem para um município de pequeno porte é elevado, porém é um ótimo
investimento municipal que está atrelado as questões ambientais.
De nada adianta o município possui uma Usina de Triagem e Compostagem se não
possuir um amplo Programa de Educação Ambiental. Para vingar este programa recomenda-
se que tenha abordagem e linguagem específicas para os diversos agentes integrantes:
- Tomadores de decisão de entidades públicas e privadas (políticos, executivos,
secretários e dirigentes).
- Servidores e funcionários de entidades públicas e privadas.
- Professore de todos os níveis e modalidades de ensino.
- Educadores/amimadores/editor-ambientais
- Técnicos extencionistas, agentes comunitários, etc.
- Grupos sociais em condições de vulnerabilidade ambiental (catadores).
- Estudantes e Voluntários.
- População em Geral.
Infelizmente, não foram disponibilizados os valores para o transporte do lixo de
Tapera – RS até o município de Espumoso – RS, ou mesmo se estes custos são controlados e
quais critérios são adotados, porém pode-se dizer que se o município de Tapera possui-se um
aterro próprio este custo não existiria, e conseqüentemente a taxa de emissões de poluentes
decorrentes dos caminhões seria menor.
4.3.2 ETAPA 2 – Coleta Seletiva
Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o
município de Tapera, no que diz respeito à Coleta Seletiva.
92
O município de Tapera já dispõe de um Programa de Coleta Seletiva (Anexo A),
porém sugere-se modificações no mesmo, onde o sistema de coleta seletiva acontece porta-a-
porta, semelhante ao procedimento clássico de coleta, onde os veículos coletores percorrem as
residências em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta normal, como
ocorre atualmente no município. Recomendam-se que os moradores coloquem os recicláveis
nas calçadas, acondicionados em contêineres distintos os quais que devem ser providenciados
pela administração municipal. Sugere-se também a implantação destas ações no interior do
município, por exemplo, nas sedes de todas as comunidades, onde a disposição dos recicláveis
acontecerá em PEV- Pontos de Entrega Voluntária recomenda-se a instalação de contêineres
específicos de grande volume para cada tipo de reciclável, sendo: o verde para vidro; o azul
para papel; o vermelho para plástico; e o amarelo para metal. Estes contêineres devem ser
instalados em locais retirados, mas de fácil acesso ao público, sugerindo ainda que a coleta
destes materiais ocorra de uma a duas vezes por mês em cada comunidade.
A elaboração dos setores de coleta se faz necessária para tornar a coleta prática. Neste
contexto, os setores de coleta seletiva devem seguir o mesmo padrão da coleta realizada para
os resíduos domésticos em dias não coincidentes, a figura 16 ilustra a divisão da área urbana
em 6 setores de coleta tanto para a coleta seletiva quanto para a coleta dos resíduos
domésticos.
94
A infra-estrutura para a coleta muitas vezes pode ser providenciada remanejando
recursos já existentes no poder público, nem sempre exigindo uma injeção elevada de capital
no programa.
Os veículos coletores devem ser preferencialmente caminhões do tipo baú ou
carrocerias adaptadas com as laterais elevadas para otimizar sua capacidade de carga.
Nos casos dos PEV’s o veículo coletor deve ser adaptado com subdivisões para cada
tipo de material, é importante que esta compartimentação não seja fixa, para eventualmente
carregar outro tipo de produto.
Como o município de Tapera já possui o programa de coleta seletiva, recomenda-se
que na área urbana os recicláveis sejam coletados duas á três vezes por semana, e o doméstico
(orgânico) duas vezes por semana em horários distintos, onde a coleta de entulhos e grandes
volumes podem ser coletados com menor freqüência.
Propõe-se a seguinte freqüência da coleta dos resíduos recicláveis e resíduos orgânicos
para cada setor como mostra a tabela 2.
Para a área rural sugere-se que os matérias recicláveis sejam coletados nos sábados de
manhã, com a seguinte proposta: Linha São Pedro, Linha Etelvina, São Luis e Linha Cinco
irmãos no primeiro sábado do mês. Linha Santana, Linha Coronel Gervásio, Linha Esquina da
Sorte e Linha Passos dos Marianos no segundo sábado do mês. Arroio Angico, Vila Raspa,
São Rafael, e Barra do Colorado no terceiro sábado do mês. Teutônia, Vila Telles, São João e
Vila Paz no quarto sábado do mês.
Tabela 2: Freqüência da coleta dos resíduos recicláveis e resíduos orgânicos
SETOR PERÍODO DIAS DA SEMANA2a Feira 3a Feira 4a Feira 5a Feira 6a Feira Sábado
01 Manhã x x x Tarde o o
02 Manhã o oTarde x x
03 Manhã x xTarde o o
04 Manhã x xTarde o o
05 Manhã o oTarde x x
06 Manhã o oTarde x x
Fonte: Adaptado ECOTECNICA, (2008).
95
x = Coleta dos Materiais Recicláveis Zona Urbanao = Coleta dos Materiais Domésticos Zona Urbana = Coleta dos Materiais Recicláveis nas Zonas Rurais
A equipe de trabalho deve ser organizada pela própria prefeitura ou por empresa
terceirizada, como é o caso de Tapera que possui atualmente o serviço terceirizado pela
empresa Nova Era. Caso a prefeitura queira fazer a coleta por conta própria sugere-se uma
equipe de um motorista e dois coletores. Os funcionários deverão usar uniformes com
identificação da prefeitura ou da empresa terceirizada, e os EPI’s devem ser de uso
obrigatório. Sugere-se que a fiscalização da coleta do lixo seja feita pelo chefe do
Departamento do Meio Ambiente, para evitar transtornos com a coleta, evitando também
problemas ambientais e de saúde da população pelo não recolhimento do lixo.
Recomenda-se que o Sistema de Coleta Seletiva seja criado, bem como o Programa de
Educação Ambiental, ambos devem andar em paralelo e objetivar a continuidade englobando
todas as Secretarias Municipais para a chamada da população.
Para divulgação dos programas de educação ambiental e das ações propostas podem
ser utilizados materiais como: outdoors, banners e cartazes, folders e folhetos, sacolas
retornáveis para compras em geral, sacos de resíduos para carros, sacos plásticos para
separação dos recicláveis, busdoors, ímãs de geladeira, etc. Além da criação de materiais
didáticos e pedagógicos como cartilhas e jogos educativos para escolas.
O objetivo geral deve buscar a conscientização da população sobre a importância de
sua participação e responsabilidade na gestão dos materiais recicláveis e orgânicos produzidos
no Município, promovendo ações conscientes fundamentadas na gestão compartilhada
relativas às questões ambientais, por meio da sensibilização e da difusão de conhecimentos.
Tendo como objetivos específicos:
Mudar hábitos e atitudes de consumo da população;
Reduzir a geração de resíduos sólidos e separarem orgânicos e recicláveis;
Separar os resíduos sólidos recicláveis e orgânicos dos não recicláveis;
Reduzir a poluição e aumentar a vida de aterros sanitários;
Orientar quanto ao desperdício dos recursos naturais: água, luz;
Preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população;
Reunir subsídios para a organização de uma possível gestão integrada dos resíduos
sólidos – PGIRS.
96
O público-alvo da campanha deve atingir funcionários da Prefeitura, professores e
funcionários das escolas, alunos das escolas públicas e privadas, donas de casa, coletores de
materiais recicláveis, movimentos sociais, comunidades religiosas, associações e clubes de
serviços, empresas, gestores e formadores de opinião, geradores de resíduos tóxicos, artesões
e outros que trabalham com resíduos, etc.
Para solucionar as deficiências que poderão ou não serem desenvolvidas com a
implantação destas ações, relacionadas ao trabalho dos catadores de materiais recicláveis no
município de Tapera, sugerem-se algumas proposições descritas a seguir:
Também é necessário o envolvimento dos catadores de materiais recicláveis nas ações
educativas, com o objetivo de:
Valorizar a figura do catador, acabando com o preconceito em relação a esses
profissionais, mostrando para a sociedade a importância do trabalho realizado em prol do
meio ambiente.
Usar o conhecimento adquirido pelos catadores na prática diária com resíduos sólidos,
maximizando as ações pretendidas pelo município.
Sugere-se a elaboração de um cadastramento, por parte da Secretaria de Assistência
Social, dos catadores que tem nos recicláveis sua única ou principal fonte de renda, seguindo-
se os seguintes critérios: elaboração de um formulário padronizado contendo, além dos dados
de identificação, questões sócio-econômicas dos catadores e suas famílias, entre quais,
documentação (quais possui), escolaridade, situação de moradia, situação de trabalho,
participação da família, em especial, crianças, na coleta, pontos de coleta, comercialização
(para quem vende e renda), participação e/ou interesse em participar de uma entidade
representativa (associação ou cooperativa), dificuldades, sugestões, e participação nos
programas sociais existentes na cidade.
4.3.3 ETAPA 3 - Varrição, Capina e Poda
Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o
município de Tapera, no que diz respeito à Varrição, Capina e Poda.
O principal serviço do sistema de limpeza é o de varrição, que deve ocorrer
regularmente nos logradouros públicos, podendo ser executado manualmente, com emprego
de mão-de-obra munida do ferramental e carrinhos auxiliares para recolhimento dos resíduos.
97
O serviço de varrição manual de vias e logradouros públicos pode ser executado por
equipe ou individualmente, e deve obedecer a roteiros previamente elaborados, com horários
e freqüências definidas em função da importância de cada área na malha urbana do
Município, do tipo de ocupação/uso e grau de urbanização do logradouro. Além disso, deve
haver serviços de varrição nos canteiros e áreas gramadas, que deverão ser executados de
maneira análoga ao serviço de varrição de vias.
Recomenda-se que os serviços de poda e capina, bem como o serviço de roçada no
município deverão ocorrer com menos freqüência, sendo realizados conforme a demanda. Os
resíduos resultantes desse serviço poderão ser enviados para decomposição em terrenos
baldios.
A proposta é que o serviço de capina seja realizado, além da demanda por meio das
solicitações com o canal de comunicação com a prefeitura, nos diferentes setores da cidade
com uma freqüência mensal.
Sugere-se também a criação de uma Comissão de Arborização, para que esta possa
orientar quando a poda a ser realizada no município, por exemplo, a época mais adequada
para o manejo (poda) de cada espécie arbórea.
4.3.4 ETAPA 4 - Resíduos de Serviços de Saúde
Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o
município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos de serviço de saúde.
Na poposta das ações de GRS sugere-se a implementação da coleta seletiva de
materiais recicláveis nas unidades públicas de saúde, tendo em vista que as unidades de
serviço de saúde também geram materiais recicláveis do grupo D (ex: caixa de remédios,
embalagens de papelão e plásticos, etc.) recomenda-se que seja ‘implantado a coleta seletiva
nas Unidades Públicas de Saúde, para que entreguem corretamente segregados para coleta.
Outra sugestão é estimular a criação de pontos (postos) de recepção para coleta dos resíduos
gerados (remédios vencidos, frascos de insulinas, etc.) pela população, nos locais prestadores
de serviços de saúde.
Na Legislação Federal, tanto a RDC nº. 306/04 da ANVISA quanto o CONAMA nº.
358/05 determinam que todos os estabelecimentos geradores de resíduos de saúde devem
apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde – PGRSS com o
98
objetivo de minimizar a geração deste tipo de resíduo através da separação organizada de
acordo com as características físicas, químicas e biológicas, proporcionando um
encaminhamento seguro, protegendo os trabalhadores, a saúde pública, os recursos naturais e
o meio ambiente. Sendo que a cobrança da elaboração e implantação do PGRSS, dos
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde do município, deverá ser feita pela
prefeitura Municipal
Em relação às unidades de saúde particulares, sugere-se que a Prefeitura Municipal de
Tapera faça um cadastramento desses estabelecimentos de acordo com a quantidade de
resíduos por elas gerada classificando-as de acordo com seu porte: grandes ou pequenas
geradoras. Este cadastramento e classificação subsidiarão o tipo de PGRSS a ser elaborado e
implantado pelos prestadores particulares de serviços de saúde, possibilitando para os
pequenos geradores a elaboração de um plano simplificado, através do preenchimento de
formulários. Ressalta a importância da efetivação de uma fiscalização por parte da vigilância
sanitária, perante a elaboração dos PGRSS e de sua respectiva implantação.
A Figura 18 a seguir, apresenta o fluxograma onde estão descritas todas as etapas de
manejo dos resíduos de serviços de saúde, seguindo as diretrizes que compõem o PGRSS,
determinadas pela ANVISA/RDC 306, CONAMA 358/05 e NBR 12807, 12808, 12809,
12810. Diretrizes estas, a serem aplicadas nas Unidades de Saúde Pública do Município de
Tapera.
Figura 18: Etapas de manejo dos resíduos de serviços de saúdeFonte: ECOTÉCNICA, 2008.
99
4.3.5 ETAPA 5 - Resíduos Especiais
Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o
município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos especiais, onde a logística reversa deve
ser implementada.
4.3.5.1 Pilhas e Baterias
Recomenda-se que cada cidadão tenha como responsabilidade identificar e realizar a
triagem das pilhas e baterias dos demais resíduos domésticos e encaminhá-los aos postos de
coleta autorizados.
Propões que em cada posto de coleta deverá haver coletor para receber os resíduos.
Antes dos resíduos serem dispostos, as lixeiras deverão estar corretamente acondicionadas e
identificadas com simbologias, assim como os tipos de armazenamento e transportes para
resíduos perigosos, no caso as pilhas e baterias, deverão estar em conformidade com as
normas técnicas da ABNT.
Na figura 19 a seguir encontra-se o fluxograma representado a estrutura necessária
para coleta de pilhas e baterias.
100
Figura 19: Estrutura para coleta de pilhas e bateriasFonte: ECOTÉCNICA, 2008.
Recomenda-se que as pilhas e baterias deverão ser recebidas, acondicionadas e
armazenadas adequadamente de forma separada, obedecendo às normas ambientais e de saúde
públicas pertinentes.
Na tabela 3 a seguir podem ser observadas diferentes formas de armazenamentos
segundo o tipo de bateria:
Tabela 3: Formas de Armazenamento das Pilhas e Baterias
TIPOS DE BATERIA ARMAZENAMENTO
Baterias automotivas(Bateria de Chumbo-Ácido) ContainerBaterias Industriais
(Baterias de Chumbo-Ácido)Baterias de aparelhos celulares e outros aparelhos que
utilizam pilhas e baterias recarregáveis(Pilhas e Baterias de Níquel-Cádmio)
CaixaTambor
BombonaFonte: ECOTÉCNICA, 2008.
101
Nas figuras 20 e 21 podem ser observados alguns tipos de coletores encontrados nas redes
técnicas autorizadas.
Figura 20 : Caixa de coleta para bateriasusadas NiCd – SONY.Fonte: SONY, 2006
Figura 21: Caixa de coleta para bateriasusadas NiCd – PANASONIC.
Fonte: SEMA, 2005
Na figura 22 abaixo pode ser observado um modelo de coletor a ser colocado nos
pontos de devolução de pilhas e baterias do município. Nas lixeiras poderá ser adicionado um
adesivo representativo com o símbolo da campanha de coleta do município para melhorar a
identificação da população com as ações de forma integrada.
Figura 22: Lixeira para coleta de pilhas e baterias.Fonte: NATURALLIMP, 2006.
102
Na área urbana, recomenda-se que o recebimento dos resíduos de pilhas e baterias seja
realizado por meio dos próprios estabelecimentos que comercializam tais produtos
implementando a logística reversa, assim como das redes de assistência técnica autorizadas de
pilhas e baterias, alem de supermercados, postos de venda de celulares, distribuidores de
peças elétricas, entre outros.
Sugere-se ainda que a prefeitura fique encarregada de identificar e convocar os
estabelecimentos julgados adequados para ajustamento como pontos de devolução de pilhas e
baterias. Além disso, a prefeitura deverá orientar tais estabelecimentos sobre o resíduo a ser
coletado como formas de manuseio, armazenamento, legislações pertinentes,
responsabilidades etc.
Visando à participação da população rural com as ações propostas, considerando ainda
a distância das residências aos pontos de devolução bem como das redes autorizadas,
futuramente localizadas na área urbana, recomenda-se que a devolução destes materiais
ocorram juntamente com o local da disposição dos materiais recicláveis, ou seja, nos PEV’s
em todas as comunidades do município.
Recomenda-se que para identificação dos pontos de devolução seja elaborado um
adesivo ou cartaz com a identificação do local como ponto de coleta e distribuído aos devidos
estabelecimentos autorizados pela prefeitura.
O adesivo/cartaz deverá ser elaborado com simbologia e/ou conteúdo fácil cuja função
principal é facilitar a identificação dos pontos de devolução pela população.
Como por exemplo, na Figura 23 pode ser visto o cartaz da ABINEE - Associação
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, chamando a responsabilidade do consumidor e
revendedor na preservação do meio ambiente, bem como para indicar um ponto de devolução
e coleta das baterias veiculares.
103
Figura 23: Cartaz da ABINEE para coleta de baterias veiculares.Fonte: ABINEE, 2006.
Neste item é importante que a administração municipal, em suas campanhas, esclareça
quais os tipos de pilhas e baterias que podem ou não ser descartadas na coleta de resíduo
doméstico. A prefeitura deverá realizar a divulgação dos pontos de devolução de pilhas e
baterias de maneira que aborde toda a população das áreas urbana e rural.
Recomenda-se que o transporte seja realizado por uma prestadora de serviço
terceirizado.
O transporte, procedimento e simbologia deverá estar de acordo com as normas da
ABNT e legislações referentes, como o Decreto Lei nº. 96.044 de 18 de maio de 1988, que
trata do transporte rodoviário de produtos perigosos, legislação e normas técnicas
complementares.
104
4.3.5.2 Lâmpadas Fluorescentes
Assim como as pilhas e baterias sugere-se a implantação de coletores adequados na
área urbana, nos locais de comercialização destes materiais, indica-se que na área rural a
devolução destes materiais ocorra juntamente com o local da disposição dos materiais
recicláveis, ou seja, nos PEV’s em todas as comunidades do município, sugere-se o mesmo
procedimento utilizado para pilhas e baterias como apresenta o fluxograma (figura 24) abaixo.
Figura 24: Estrutura para coleta de lâmpadas fluorescentes.Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.
4.3.5.3 Pneus
Cada cidadão tem como responsabilidade realizar a triagem dos pneumáticos e
encaminhá-los aos postos de coleta autorizados. Sugere-se que nos locais de troca e venda de
pneus, tenha uma estrutura mínima para o recebimento e armazenamento dos resíduos, sendo
que todas as precauções necessárias deverão ser tomadas em todas as etapas de manejo dos
resíduos, conforme especificam as normas e legislações vigentes.
105
Na figura 25 abaixo, pode ser observado um fluxograma das etapas e estruturas
mínimas necessárias.
Figura 25: Estrutura para coleta de pneus.Fonte: ECOTÉCNICA, 2007.
Com respaldo na Resolução CONAMA n°. 258/99, cujas empresas fabricantes e
importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final aos pneus
inservíveis recomenda-se que o recebimento dos resíduos de pneus seja realizado no comércio
de distribuidores e revendedores de pneumáticos. Os moradores na região rural poderão
encaminhar os resíduos de pneus no comércio de distribuidores e revendedores de
pneumáticos mais próximos às suas residências.
Um dos maiores problemas encontrados no armazenamento de pneus para a coleta ou
reciclagem está no fato de propiciar o acúmulo de água quando estocado em áreas sujeitas a
intempéries. Este cenário facilita a criação de diversos vetores causadores de doenças. Nesse
106
sentido, recomenda-se que o acondicionamento de pneus para a coleta siga as seguintes
recomendações:
Nunca acumular pneus, dispondo-os para a coleta assim que se tornem sucata;
Se precisar guardá-los faça-o em ambientes cobertos e protegidos das intempéries;
Jamais os queime.
Por causa dos problemas relacionados à destinação inadequada dos pneus, e a exemplo
do que foi feito para as pilhas e baterias, o CONAMA publicou a Resolução nº. 258/99, onde
"as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar
destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território
nacional".
O pneu pode ser reutilizado ou reciclado na forma inteira ou picada. Quando picado,
apenas a banda de rodagem é reciclada e quando inteiro, há inclusão do aro de aço.
.
4.3.5.4 Agrotóxicos
A Lei n°. 9.974 de 6 de junho de 2000, determina que os usuários de agrotóxicos, seus
componentes e afins deverão efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos
estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas
nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou prazo superior,
se autorizado pelo órgão registrante, podendo a devolução ser intermediada por postos ou
centros de recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente.
O município de Tapera possui um centro de recebimento de embalagens vazias
localizado na localidade de Linha Cinco Irmãos, a qual é associada à ARFITA estando esta
em conformidade com a legislação e licenciada pela FEPAM.
Sugere-se que as embalagens rígidas que contiverem formulações miscíveis ou
dispersáveis em água deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice lavagem,
como vem sendo realizado na maioria dos municípios do estado, conforme normas técnicas
oriundas dos órgãos competentes e orientação constante de seus rótulos e bulas.
Na figura 26 pode ser observado o fluxogramas de estrutura para coleta de
agrotóxicos.
107
Figura 26: Estrutura para coleta de agrotóxicos.Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) recomenda que
a coleta seja realizada por meio de Unidades de recebimento como ocorre no município de
Tapera, cujas mesmas deverão estar ambientalmente licenciadas para o recebimento das
embalagens. As Unidades de recebimento podem ser classificadas em Postos ou Centrais de
acordo com o tipo de serviço efetuado.
Quanto à destinação todas as embalagens lavadas, que não estejam contaminadas,
metálicas, alumínio e papelão seguem para reciclagem, enquanto as embalagens vazias que
não foram tríplice lavadas ou as embalagens não-laváveis (flexíveis ou aluminizadas) seguem
para incineração.
A figura 27 a seguir representa o processo logístico para as embalagens vazias.
108
Figura 27: Fluxo logístico das embalagens vazias.Fonte: inpEV, 2006.
4.3.5.5 Óleos e Graxas
Todos os dias milhões de litros de óleos vegetais são consumidos por restaurantes,
lanchonetes, comércio e nas residências para a preparação de alimentos através da fritura. O
óleo de cozinha lançado diretamente na pia pode prejudicar o meio ambiente, provocando
problemas de poluição das águas e do solo.
O óleo vegetal pode-se tornar uma grande fonte de reutilização do produto pós-
consumo para a produção do biodiesel, sendo um combustível biodegradável derivado de
fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos.
Sugere-se que em cada posto de combustível ou nos locais de troca e venda de óleos
lubrificantes, apresente uma estrutura mínima para o recebimento e armazenamento dos
resíduos, sendo que todas as precauções necessárias deverão ser tomadas em todas as etapas
de manejo do resíduo, conforme especificam as normas e legislações vigentes.
Antes dos resíduos serem dispostos para a coleta, os locais de armazenamento de óleos
e graxas deverão estar corretamente acondicionados e identificados conforme as normas
técnicas da ABNT que regulamentam as formas de armazenamento, transporte e simbologias
para resíduos de óleos e graxas.
109
Na Figura 28 abaixo, pode ser observado um fluxograma das etapas e estruturas
mínimas necessárias.
Figura 28: Estrutura para coleta de óleos e graxas.Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.
Sugere-se que a prefeitura identifique e notifique os postos de combustíveis bem como
os locais de troca e venda de óleos lubrificantes os quais deverão ser identificados e
adequados para ajustamento como postos de coleta e armazenamento dos resíduos de óleo
lubrificantes, bem como dar ajudar na orientação e procedimentos sobre o resíduo a ser
coletado.
Com respaldo na resolução CONAMA n° 362/05, cujos produtores, importadores e
revendedores de óleos lubrificantes são responsáveis pela coleta e destinação final do resíduo,
recomenda-se que o recebimento dos resíduos de óleos e graxas seja realizado nos postos de
combustíveis ou locais devidamente autorizados onde são realizadas as trocas e vendas de
óleo lubrificante.
110
Os moradores na região rural deverão encaminhar seus resíduos de óleos e graxas aos
postos de combustíveis mais próximos às suas residências.
4.3.6 ETAPA 6 - Resíduos de construção civil
A Resolução CONAMA n°. 307 de 5 de julho de 2002, define que os geradores de
resíduos da construção civil deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e,
secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. Sendo que os
resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domésticos, em
áreas de "bota fora", em encostas, corpos d água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.
Segundo o Art. 10 desta lei os resíduos deverão ser destinados conforme demonstra a
Quadro 7:
Quadro 7: Classificação e disposição final dos resíduos de construção civil.
CLASSE CLASSIFICAÇÃO DISPOSIÇÃO FINAL
Classe A
São os resíduos reutilizáveis ourecicláveis como agregados:a) de construção, demolição, reformase reparos de pavimentação e de outrasobras de infra-estrutura, inclusive solosprovenientes de terraplanagem;b) de construção, demolição, reformase reparos de edificações: componentescerâmicos (tijolos, blocos, telhas,placas de revestimento etc.), argamassae concreto;c) de processo de fabricação e/oudemolição de peças pré-moldadasem concreto (blocos, tubos, meios-fiosetc.) produzidas nos canteiros de obras;
Deverão ser reutilizados oureciclados na forma de agregados,ou encaminhados a áreas de aterrode resíduos da construção civil,sendo dispostos de modo a permitira sua utilização ou reciclagemfutura;
Classe BSão os materiais recicláveis para outrasdestinações, tais como: plásticos,papel/papelão, metais, vidros, madeirase outros;
Deverão ser reutilizados, recicladosou encaminhados a áreas dearmazenamento temporário, sendodispostos de modo a permitir a suautilização ou reciclagem futura;
Classe C
São os resíduos para os quais nãoforam desenvolvidas tecnologias ouaplicações economicamente viáveis quepermitam a sua reciclagem /recuperação, tais como os produtos
Deverão ser armazenados,transportados e destinados emconformidade com as normastécnicas especificas.
111
oriundos do gesso;
Classe D
São os resíduos perigosos oriundos doprocesso de construção, tais como:tintas, solventes, óleos e outros, ouaqueles contaminados oriundos dedemolições, reformas e reparos declínicas radiológicas, instalaçõesindustriais, etc.
Deverão ser armazenados,transportados, reutilizados edestinados em conformidade comas normas técnicas especificas.
Fonte: ECOTECNICA, 2008
A classificação dos resíduos de construção civil quanto aos riscos potenciais ao meio
ambiente é considerado resíduo de Classe II B – Inertes, contudo ainda assim devido a sua
periculosidade deverão ter uma coleta diferenciada das coletas convencionais (coleta seletiva
de materiais recicláveis e coleta de resíduos domésticos).
Como a situação dos resíduos de construção civil do município de Tapera encontra-se
em estudo, conforme o PAM de Tapera (2004), para o respaldo do gerenciamento dos
resíduos da construção civil, recomenda-se que seja elaborada uma Lei Municipal que
disponha sobre o descarte e destinação final. Deverá ser abordada a questão da
responsabilidade dos estabelecimentos que trabalham com a coleta e destinação final dos
entulhos proibindo o descarte na coleta doméstica ou seletiva do município.
Recomenda-se que a legislação aborde a realização de um cadastro dos
estabelecimentos que trabalham com a coleta e destinação final dos entulhos localizados no
município a fim de melhorar a fiscalização.
Para a coleta e transporte dos entulhos, sugere-se que a Prefeitura por meio das
Secretarias realize o cadastramento de estabelecimento que trabalham com a coleta e
transporte (caçambas) dos resíduos de construção civil, assim como das empresas geradoras
de resíduos de construção civil existentes no município (empreiteiras, construtoras, etc.).
Após o cadastro a Prefeitura poderá buscar parcerias com a iniciativa privada a fim de
gerenciar o destino final desses resíduos.
Recomenda-se também o reuso dos resíduos da construção civil, independente do uso
que a ele for dado, representa vantagens econômicas, sociais e ambientais, na economia na
aquisição de matéria-prima, substituição de materiais convencionais, pelo entulho, diminuição
da poluição gerada pelo entulho e de suas conseqüências negativas como enchentes e
assoreamento de rios e córregos, e preservação das reservas naturais de matéria-prima. A
112
seguir (quadro 8) são citadas algumas possibilidades de reuso para estes resíduos e as
vantagens específicas de cada uma.
O mais recomendado seria a criação de uma Usina de Reciclagem de Entulhos, porem
o município sendo pequeno, esta opção se tornaria inviável pelo curto que envolve uma usina
deste porte. Recomenda-se a determinação nas várias localidades do município áreas erodida
ou com depressões que possam ser aterradas com entulhos. Na falta destes locais deverá ser
criados bolsões com equipamentos propriamente idealizados para reciclagem de entulhos.
Quadro 8: Formas de reuso dos resíduos da construção civil
FORMAS DEREUSO DESCRIÇÃO VANTAGEM
Utilização empavimentação
A forma mais simples de reusodo entulho é a sua utilizaçãoem pavimentação (base, sub-base ou revestimento primário)na forma de brita corrida ouainda em misturas do resíduocom solo.
O entulho pode ou não ser utilizadocom mistura do solo. Oentulho utilizado com mistura dosolo deve ser processado porequipamentos de britagem e/outrituração até alcançar agranulometria desejada, nesteprocesso pode apresentar umacontaminação prévia por solo, devidoa isso, recomenda-se que a proporçãonão superior a 50% em peso. Oresíduo ou a mistura podem serutilizados como reforço de subleito,sub-base ou base de pavimentação.
Utilização comoAgregado para
o Concreto
O entulho processado pelascentrais de reciclagem pode serutilizado como agregado paraconcreto não estrutural, a partirda substituição dos agregadosconvencionais (areia e brita).
O entulho processado pelas Centraisde Reciclagem, cuja fração mineral ébritada em britadores de impacto, éutilizado como agregado noconcreto, em substituição simultâneaà areia e à brita convencionalmenteutilizadas. A mistura é consideradatradicional, geralmente misturadocom cimento e água, esta emquantidade bastante superior devidoà grande absorção do entulho.
Utilização comoagregado paraa confecção de
argamassas
Após ser processado porequipamentos denominados"argamasseiras", que moem oentulho, na própria obra, emgranulometrias semelhantes asda areia, ele pode ser utilizado
A partir da mistura de cimento, areiae água, a fração mineral doentulho é adicionada a uma caçambade piso horizontal, onde dois rolosmoedores girando em torno de umeixo central vertical, proporciona a
113
como agregado paraargamassas de assentamento erevestimento.
moagem e homogeneização damistura que sai do equipamentopronta para ser usada.
Outros usos doentulho
Utilização de concreto reciclado como agregado;Cascalhamento de estradas;Preenchimento de vazios em construções;Preenchimento de valas de instalações;Reforço de aterros (taludes).
Fonte: ECOTÉCNICA, 2008
4.3.7 ETAPA 7 - Resíduos Industriais
Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o
município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos industriais.
Os resíduos sólidos industriais, por definição, são os mais variados possíveis, sugere-
se então que sejam realizados estudos caso a caso, em função da diversidade de suas
características. Ressaltando que a coleta, o armazenamento, o acondicionamento, o transporte
e a destinação final dos resíduos industriais são de responsabilidades dos geradores,
obedecendo às normas e legislações vigentes. Entretanto, de uma forma ampla podem ser
considerados como padrão as especificações apresentadas nos tópicos seguintes.
Segundo Ecotécnica (2008) as formas mais usuais de se acondicionar os resíduos
industriais são:
Tambores metálicos de 200 litros para resíduos sólidos sem características corrosivas;
Bombonas plásticas de 200 ou 300 litros para resíduos sólidos com características
corrosivas ou semi-sólidos em geral;
“Big-bags” plásticos, que são sacos, normalmente de polipropileno trançado, de
grande capacidade de armazenamento, quase sempre superior a 1 m³;
Contêineres plásticos, padronizados, para resíduos que permitem o retorno da
embalagem;
Caixas de papelão, de porte médio, até 50 litros, para resíduos a serem incinerados.
4.3.8 ETAPA 8 – Resíduos Sólidos de Suinocultura
Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o
município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos sólidos de suinocultura.
114
Os resíduos provenientes da atividade suinícola são de origem orgânica, e devem ser
armazenados em esterqueiras com proteção ao fundo para que os mesmos não infiltrem no
solo. Caso esta infiltração venha a ocorrer os problemas resultantes ao meio ambiente (solo e
água), poderão trazer grandes prejuízos.
A Norma Técnica da FEPAM para novos empreendimentos suinícolas determina que
os resíduos proveniente desta atividade fique armazenado no mínimo 120 dias nas
esterqueiras, para posterior uso no solo como fertilizante orgânico.
Como o município de Tapera tem como uma de suas formas de economia a atividade
suinícola, sugere-se que nesta etapa sejam criados bolsões de resíduos orgânicos provenientes
da atividade, onde os proprietários devem cadastrar a quantidade disponível de resíduo para a
comercialização, visto que grande parte dos produtores não possui a área total necessária para
a disposição destes resíduos.
Sugere-se também que a prefeitura incentive os grande proprietários a instalarem
biodigestores para a captura do gás metano, o qual poderá ser usado como forma de energia
na própria propriedade, ou realizar a queima deste gás que é prejudicial ao meio ambiente.
115
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
5.1 CONCLUSÃO
Através da realização do presente trabalho foi possível desenvolver a percepção da
necessidade de realizar-se o zoneamento ambiental de uma cidade para evitar problemas
futuros, pôde-se perceber também que existe uma precariedade no que diz respeito a
planejamentos ambientais já existentes no município. Através da pesquisa e do pré-
zoneamento realizado na localidade de Linha São Pedro percebe-se que a atividade suinícola
esta saturada nesta região, não só pelo fato da geração de odor concentrado nesta localidade,
mas também pelo amplo local utilizado para a disposição dos resíduos gerados.
Além da falta de planejamento ambiental municipal a gestão dos resíduos sólidos
urbanos é um dos problemas da atualidade do município, este fato é preocupante pelo fato de
que são poucos os municípios que mantém a disposição adequada dos seus resíduos, a maior
parte os faz de forma inadequada, gerando riscos de contaminação do solo, águas subterrâneas
e superficiais.
Com a sugestão das ações propostas e a implantação das mesmas este problema possa
ser remediado. Conclui-se este trabalho tendo a certeza da necessidade da realização de
planejamentos ambientais urbanos e rurais pertinentes, voltados para a preservação ambiental
e a minimização dos impactos gerados pela sociedade atual.
Cabe ressaltar que a legislação ambiental do Município de Tapera, embora existente em
seus aspectos teóricos, é de total desconhecimento dos órgãos municipais diretamente
interessados, inclusive sem uma adequada revisão dos seus termos à realidade municipal,
como por exemplo, a definição do zoneamento sem uma correspondência com a
caracterização de limites e respectivos mapas físicos.
116
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Sugere-se, a partir desta pesquisa, que sejam realizados levantamento da atividade de
suinocultura nas demais localidades do município, ou mesmo de outros municípios com
características similares, além de realizar o levantamento da atividade de bovinocultura nas
localidades do município, inclusive de Linha São Pedro.
Nos aspectos de Tapera segundo o PAM (Tapera, 2004), foram descritas duas zonas,
Zona Urbana e Zona Rural, a zona rural foi dividida em Zona de Proteção dos mananciais,
Zona Rural Agro-Familiar e Zona Rural Mista, porém neste zoneamento não se pôde
identificar visualmente, ou seja, não existe uma representação cartográfica da localização
destas zonas no município, bem como dos limites; sugere-se então que seja feita a
readequação deste modelo espacial, para que este zoneamento já existente se torne dinâmico e
real.
Também se propõe que sejam implantadas as ações proposta para o Gerenciamento de
Resíduos Sólidos para o município a fim de ajustar melhores medidas de controle dos
resíduos em geral, focando sempre na sustentabilidade ambiental do município.
117
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124
ANEXO B – Fichas Aplicadas nas propriedades
FICHA TÉCNICA 1
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: Juliano Leomar Lauxen No da ficha: 1
Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera
LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)
Latitude: 28o38’03,97’’S Longitude:52 o 5’27,12’’O
FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE
(X) Agricultura Quantidade: 30 hectares
(X) Suinocultura Quantidade: 1000 cabeças
( ) Avicultura Quantidade: -
(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 20 cabeças
Outra:
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:
Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura
Avicultura: -
Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido através de raspagem e dispõe em leiras, após ocurtimento de alguns dias espalha nas hortaliças da propriedade
Agricultura (Embalagens): ARFITRA
OBSERVAÇÕES: Possui tratamento da água para consumo pelos suínos, com dosagemde 1 mg/L de Cloro.
125
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
.
Figura 29: Galpão de alojamento dos suínos Figura 30: Local de armazenamento dosdejetos suínos
Figura 31: Vista frontal dos dois galpões dealojamento dos suínos
Figura 32: Galpão de alojamento dosbovinos de leite
126
FICHA TÉCNICA 2
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: Claudir Pilatti No da ficha: 2
Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera
LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)
Latitude: 28o 37’50,17’’S Longitude: 52o55’08,51’’O
FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE
(X) Agricultura Quantidade: 30 hectares
(X) Suinocultura Quantidade: 300 cabeças
( ) Avicultura Quantidade: -
(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 25 cabeças
Outra:
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:
Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura
Avicultura: -
Bovinocultura Leiteira: Sem tratamento, permanece no local
Agricultura (Embalagens): ARFITRA
OBSERVAÇÕES:
127
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 33: Galpão de alojamento dossuínos
Figura 34: Local de armazenamento dosdejetos suínos
128
FICHA TÉCNICA 3
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: Henrique Machiavelli No da ficha: 3
Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera
LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)
Latitude: 28o37’52,08’’S Longitude: 52o54’59,02’’O
FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE
(X) Agricultura Quantidade: 16 hectares
(X) Suinocultura Quantidade: 280 cabeças
( ) Avicultura Quantidade: -
(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 5 cabeças
Outra:
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:
Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura
Avicultura: -
Bovinocultura Leiteira: Sem tratamento, permanece no local
Agricultura (Embalagens): ARFITRA
OBSERVAÇÕES:
129
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 35: Galpão de alojamento dossuínos
Figura 36: Local de armazenamento dosdejetos suínos
Figura 38: Local de armazenamento dasilagem para os bovinos
Figura 37: Galpão de alojamento dosbovinos de leite
130
FICHA TÉCNICA 4
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: Dionísio Vagner No da ficha: 4
Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera
Telefone Fixo: Celular: (54) 81537953
LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)
Latitude: 28o37’43,17’’S Longitude:52o54’39,39’’O
FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE
(X) Agricultura Quantidade: 90 hectares
(X) Suinocultura Quantidade: 1250 cabeças
( ) Avicultura Quantidade: -
(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 14 cabeças
Outra:
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:
Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura
Avicultura: -
Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido através de raspagem, dispondo o mesmo aolado de fora da sala de ordenha.
Agricultura (Embalagens): ARFITRA
OBSERVAÇÕES: A disposição dos resíduos sólido/líquido da atividade debovinocultura não possui tratamento adequado.
131
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 40: Local de confinamento dos suínos
Figura 41: Local de armazenamento dosdejetos suínos
Figura 42: Galpão de alojamento dosbovinos de leite durante a ordenha
Figura 39: Vista parcial dos galpões
132
FICHA TÉCNICA 5
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: Vilson Pasinato No da ficha: 5
Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera
LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)
Latitude:28o38’05,79’’S Longitude:52o54’38,02’’O
FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE
(X) Agricultura Quantidade: 19 hectares
(X) Suinocultura Quantidade: 560 cabeças
( ) Avicultura Quantidade: -
(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 14 cabeças
Outra:
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:
Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura
Avicultura: -
Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido através de raspagem e dispõe em leiras, após ocurtimento de alguns dias espalha nas hortaliças da propriedade
Agricultura (Embalagens): ARFITRA
OBSERVAÇÕES: A segunda esterqueira não possui impermeabilização;
133
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
.
Figura 43: Galpão de alojamento dossuínos
Figura 44: Local de armazenamento dosdejetos suínos
Figura 45: Galpão de alojamento dosbovinos de leite
134
FICHA TÉCNICA 6
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: Afonso Dalanora No da ficha: 6
Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera
LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)
Latitude: 28o37’48,39’’S Longitude:52o54’20,05’’O
FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE
(X) Agricultura Quantidade: 110 hectares
(X) Suinocultura Quantidade: 800 cabeças
( ) Avicultura Quantidade: -
(..) Bovinocultura Leiteira Quantidade:
Outra:
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:
Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura
Avicultura: -
Bovinocultura Leiteira
Agricultura (Embalagens): ARFITRA
OBSERVAÇÕES: não possui cercamento nas esterqueiras
135
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
.
Figura 46: Silos de armazenamento daração para os suínos
Figura 48: Local de armazenamento dosdejetos suínos
Figura 47: Vista dos dois galpões dealojamento dos suínos
136
FICHA TÉCNICA 7
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: Dalmir Dalanora No da ficha: 7
Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera
LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)
Latitude: 28o37’46,87’’S Longitude:52o54’03,71’’O
FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE
(X) Agricultura Quantidade: 38 hectares
(X) Suinocultura Quantidade: 350 cabeças
( ) Avicultura Quantidade: -
(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 22 cabeças
Outra:
LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:
Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura
Avicultura: -
Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido/liquido através de lavagem na sala de ordenha,e dispõe no lado de fora da sala de ordenha.
Agricultura (Embalagens): ARFITRA
OBSERVAÇÕES: A disposição dos resíduos solido/liquido da atividade debovinocultura não possui tratamento adequado