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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Eliege Pazinato Proposta de Planejamento Ambiental para o Município de Tapera - RS Passo Fundo, 2011.

Proposta de Planejamento Ambiental para o Município de ...usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2011-2/Eliege Pazinato.pdf · Palavras-chaves: Planejamento Ambiental, Zoneamento Ambiental,

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDOFACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Eliege Pazinato

Proposta de Planejamento Ambiental para o Município deTapera - RS

Passo Fundo, 2011.

Eliege Pazinato

Proposta de Planejamento Ambiental para o Município deTapera - RS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso deEngenharia Ambiental, com parte dos requisitos exigidospara obtenção do Titulo de Engenheiro Ambiental.Orientador: Prof°. Marcos Antonio Leite Frandoloso,Mestre

Passo Fundo, 2011.

Eliege Pazinato

Proposta de Planejamento Ambiental para o Município deTapera/RS

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________

Marcos Antonio Leite Frandoloso

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Aline Ferrão Custódio Passini

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 6 de dezembro de 2011.

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, especialmente meus

pais, Elias e Mariza, meu irmão Estevão e meu namorado

Felipe de quem recebi estímulo indispensável para

viabilizar tanto este trabalho como a minha trajetória de

vida. Vocês são o meu referencial que será perpetuado

pela minha existência.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a DEUS por permanecer

sempre ao meu lado nos momentos de medo e

insegurança.

Ao meu orientador Prof. Ms Marcos Antonio Leite

Frandoloso pela dedicação, empenho e paciência na

execução do trabalho.

Aos meus professores pelas orientações dadas e pelo

conhecimento técnico e, principalmente, de vida,

transmitidos ao longo do curso.

A meu namorado, Felipe, pelo carinho, compreensão e

amizade, por estar ao meu lado nos momentos em que

mais precisei e principalmente pelo amor.

Aos meus amigos queridos por estarem sempre ao meu

lado.

E acima de tudo à minha família, pelo amor

incondicional, pelo apoio constante, e pela paciência

sem fim ao longo desta caminhada.

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que

você não conhece como eu mergulhei. Não se

preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer

entendimento”.

Clarice Lispector

RESUMO

Percebe-se que as cidades vêm crescendo desordenadamente nos últimos tempos, sem

preocuparem-se com o planejamento ambiental prévio, necessário para evitar problemas

futuros, que ao acontecerem trazem prejuízos financeiros às famílias, que muitas vezes são

aconselhadas a abandonarem suas casas por riscos de enchente e desmoronamento das

encostas onde as residências são construídas, além de enfrentarem graves problemas com a

disposição inadequada dos resíduos gerados; para que estes problemas sejam resolvidos é

indispensável que as cidades foquem no zoneamento ambiental. Sendo assim, o presente

trabalho teve como principal objetivo propor diretrizes para o Planejamento Ambiental no

município de Tapera - RS, enfocando o zoneamento da atividade suinocultora na localidade

de Linha São Pedro, além de propor ações para o Gerenciamento de Resíduos Sólidos (GRS)

para o município. A metodologia utilizada foi uma pesquisa exploratória, onde se realizou a

coleta de dados junto ao município, dados complementares pela pesquisa bibliográfica e

acervo documental da Prefeitura Municipal. Assim sendo, a proposta do PGRS foi baseada

nos princípios básicos da educação ambiental instrumento da gestão ambiental, onde foram

realizados levantamentos e análise dos diversos tipos de resíduos municipais, formas de

acondicionamento na origem, coleta, transporte, legislação, processamento, recuperação e

disposição final utilizado atualmente, deve-se ressaltar que considerou-se os estudos e

programas já existentes no próprio município. Por fim, pode-se concluir com este trabalho que

é necessário fortalecer o conhecimento sobre tais metodologias e incentivar os municípios

com características semelhantes à Tapera a aplicarem estas ferramentas de gestão ambiental

possibilitando assim que as pequenas cidades alcancem a sustentabilidade ambiental com

pequenos e generosos gestos.

Palavras-chaves: Planejamento Ambiental, Zoneamento Ambiental, Plano de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos

ABSTRACT

It is perceive that the cities have grown disarrange in recent times, without worrying about

environmental planning, necessary to avoid future problems, that could bring financial losses

to families, who are advised to leave their homes because of flood risksand collapse of slope

where the homes are built, and are facing serious problems with the improper waste disposal;

so that, to solve these problems, must be essential for cities to focus on the environmental

zoning. Therefore, this study aimed to propose guidelines for environmental planning in the

municipality of Tapera - RS, focusing zoning activity swine, in São Pedro District, and to

propose actions to Solid Waste Management (WMP) for the municipality. The methodology

used was an exploratory research, where held data collection by the municipality, the

bibliographic data complementary and documentary collection of the City. Therefore, the

proposed SWMP was based on the principles of environmental education tool of

environmental management, where surveys were conducted and by analysis of various types

of municipal waste, types of packaging at source, collection, transportation, legislation,

processing, recovery and currently used disposal, it should be noted that if the studies and

programs already existing in the municipality. Finally, can conclude that this work is

necessary to strengthen the knowledge of such methodologies and encourage municipalities

with similar characteristics to Tapera - RS to apply these tools in environmental management,

thus enabling smaller cities to achieve environmental sustainability with generous and small

gestures.

Keywords: Environmental Planning, Environmental Zoning, Plan of Solid Waste

Management

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

ABINEE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA

ALIBEM: COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA

ARS: ÁGUAS RESIDUÁRIAS DE SUINOCULTURA

BIPERS: BOLETIM INFORMATIVO DE PESQUISA E EXTENÇÃO DO RIO GRANDE

DO SUL

CEMPRE: COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA A RECICLAGEM

CETESB: COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL

CMMAD: COMISSÃO MUNDIAL PARA O MEIO AMBIENTE E O

DESENVOLVIMENTO

CONAMA: CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

CONSEMA: CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE

DBO: DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO

EMATER: EMPRESA BRASILEIRA DE EXTENSÃO RURAL

EMBRAPA: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA

EPA: ENVIRONMENT PROTECTION AGENGY

EPIC: ENVIRONMENT AND PLASTICS INDUSTRY COUNCIL

ETA: ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

FAMURS: FEDERAÇÃO DAS ASSOCIACÕES DOS MUNICÍPIOS DO RIO

GRANDE DO SUL

FIRJAM: FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

GEE: GASES EFEITO ESTUFA

GIRS: GESTÃO INTERGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

GIRSU: GESTÃO INTERGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

GRS: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

GTZ: GESELLSCHAFT FÜR TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT

IBAM: INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACAO MUNICIPAL

IBGE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA

IDS: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

IDSM: ÍNDICE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA MUNICIPIOS

INPEV: INSTITUTO NACIONAL DE PROCESSADORES DE EMBALAGENS VAZIAS

IPT: INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLOGICAS

MDA: MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

MDL: MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO

MGIRS: MANUAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

MMA: MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE

NBR: NORMA BRASILEIRA

OECD : ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO ECONÔMICA E O

DESENVOLVIMENTO

ONU: ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

PAM: PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL

PAMT: PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL DE TAPERA

PER: MODELO PRESSÃO, ESTADO, RESPEITO

PEV’S: PONTOS DE ENTREGA VOLUNTÁRIA

PGRSS: PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE

PIB: PRODUTO INTERNO BRUTO

RSD: RESIDUOS SOLIDOS DOMICILIARES

RSU: RESÍDUOS SOLIDOS URBANOS

SDT: SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

SISNAMA: SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE

USEPA: AGÊNCIA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL AMERICANA

ZEE: ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Roteiro de trabalho para formulação do Planejamento Ambiental. .......................... 25Figura 2: Fluxograma de procedimentos metodológicos em Planejamento Ambiental ........... 26Figura 3: Modelo PER de indicadores ambientais ................................................................... 36Figura 4: Esquema da classificação dos resíduos sólidos......................................................... 45Figura 5: Fases do processo de compostagem.......................................................................... 54Figura 6: Fluxograma esquemático da pesquisa....................................................................... 58Figura 7: Localização do Município de Tapera em relação ao Estado do Rio Grande do Sul. 60Figura 8: Localização dos distritos pertencentes ao Município de Tapera............................... 61Figura 9: Uso e Ocupação do Solo da UPG Colorado na Bacia do Alto Jacuí ........................ 63Figura 10: Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí............................................................................ 72Figura 11: Localização da ARFITA em relação a Cidade de Tapera....................................... 75Figura 12: Localização do município de Tapera e a localidade de Linha são Pedro em relaçãoa RS-223 ................................................................................................................................... 79Figura 13: Localização das propriedades suinícolas do Distrito de São Pedro, Tapera, RS .... 80Figura 14: Demais propriedades que paralisaram a atividade suinocultora temporariamente . 81Figura 15: Mapa do Município com a localização da Zona Urbana, parte da localização daAPP e o Zoneamento Proposto para a atividade suinocultora da Linha São Pedro, Tapera - RS83Figura 16: Fluxograma de uma Usina de Triagem e Compostagem ........................................ 90Figura 17: Setores de coleta ..................................................................................................... 93Figura 18: Etapas de manejo dos resíduos de serviços de saúde.............................................. 98Figura 19: Estrutura para coleta de pilhas e baterias .............................................................. 100Figura 20 : Caixa de coleta para baterias usadas NiCd – SONY. ........................................ 101Figura 21: Caixa de coleta para baterias usadas NiCd – PANASONIC. ............................... 101Figura 22: Lixeira para coleta de pilhas e baterias. ................................................................ 101Figura 23: Cartaz da ABINEE para coleta de baterias veiculares. ......................................... 103Figura 24: Estrutura para coleta de lâmpadas fluorescentes................................................... 104Figura 25: Estrutura para coleta de pneus. ............................................................................. 105Figura 26: Estrutura para coleta de agrotóxicos. .................................................................... 107Figura 27: Fluxo logístico das embalagens vazias. ................................................................ 108Figura 28: Estrutura para coleta de óleos e graxas. ................................................................ 109Figura 29: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 30: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 32: Galpão de alojamento dos bovinos de leite........................................................... 124Figura 31: Vista frontal dos dois galpões de alojamento dos suínos...................................... 124Figura 33: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 34: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 36: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 35: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 38: Local de armazenamento da silagem para os bovinos .......................................... 124

Figura 37: Galpão de alojamento dos bovinos de leite........................................................... 124Figura 40: Local de confinamento dos suínos ........................................................................ 124Figura 39: Vista parcial dos galpões....................................................................................... 124Figura 42: Galpão de alojamento dos bovinos de leite durante a ordenha ............................. 124Figura 41: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 43: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 44: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 45: Galpão de alojamento dos bovinos de leite........................................................... 124Figura 47: Vista dos dois galpões de alojamento dos suínos ................................................. 124Figura 46: Silos de armazenamento da ração para os suínos ................................................. 124Figura 48: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 49: Galpão de alojamento dos suínos.......................................................................... 124Figura 50: Local de armazenamento dos dejetos suínos ........................................................ 124Figura 51: Galpão de alojamento dos bovinos de leite .......................................................... 124

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantidade total gerada de RSU por macrorregião do Brasil .................................. 46Tabela 2: Freqüência da coleta dos resíduos recicláveis e resíduos orgânicos ........................ 94Tabela 3: Formas de Armazenamento das Pilhas e Baterias .................................................. 100

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Dimensões e Variáveis da Sustentabilidade ............................................................ 31Quadro 2: Padrão de cores orientadas pela Resolução do CONAMA no 257 de 2001. ........... 50Quadro 3: Relação entre atividade e efeito sobre a disponibilidade hídrica do município ...... 73Quadro 4: Índices para o Município de Tapera. ....................................................................... 78Quadro 5: Etapas para a elaboração de um PGRS ................................................................... 85Quadro 6: Critérios para priorização das áreas para instalação de Aterro Sanitário (Pré-Seleção) .................................................................................................................................... 88Quadro 7: Classificação e disposição final dos resíduos de construção civil......................... 110Quadro 8: Formas de reuso dos resíduos da construção civil ................................................ 112

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 18

1.1 PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO.............................................................. 18

1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 19

1.3 OBJETIVOS............................................................................................................. 20

1.3.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 201.3.2 Objetivos específicos............................................................................................ 20

1.4 Estrutura do Trabalho ............................................................................................... 20

2 REVISÃO BILIOGRÁFICA ............................................................................................ 22

2.1 PLANEJAMENTO AMBIENTAL .......................................................................... 23

2.1.1 Metodologias de Planejamento Ambiental........................................................... 242.2 ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO (ZEE) .......................................... 27

2.3 SUSTENTABILIDADE MUNICIPAL.................................................................... 28

2.3.1 Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios - IDSM ...................... 302.3.2 Indicadores de sustentabilidade ............................................................................ 33

2.3.2.1 Dimensão Social.......................................................................................... 34

2.3.2.2 Dimensão Demográfica............................................................................... 34

2.3.2.3 Dimensão Econômica.................................................................................. 35

2.3.2.4 Dimensão Político-institucional .................................................................. 35

2.3.2.5 Dimensão Ambiental................................................................................... 35

2.3.2.6 Dimensão Cultural....................................................................................... 36

2.4 POLUIÇÃO.............................................................................................................. 36

2.4.1 Poluição hídrica .................................................................................................... 372.4.2 Poluição do solo ................................................................................................... 382.4.3 Poluição do ar ....................................................................................................... 38

2.5 LEGISLAÇÃO PERTINENTES.............................................................................. 39

2.5.1 Legislação federal e estadual ................................................................................ 402.5.2 Legislação Municipal ........................................................................................... 412.5.3 Resoluções ............................................................................................................ 412.5.4 Normas técnicas.................................................................................................... 422.5.5 Portarias e Decretos .............................................................................................. 43

2.6 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS......................................................................... 43

2.6.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS ........................................ 47

2.6.2 Tecnologias de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares ........................... 472.6.2.1 Reciclagem .................................................................................................. 48

2.6.2.2 Coleta Seletiva............................................................................................. 49

2.6.2.2.1 Vantagens da coleta seletiva...................................................................... 50

2.6.2.2.2 Desvantagens da coleta seletiva ................................................................ 50

2.6.2.3 Educação ambiental..................................................................................... 51

2.6.2.4 Compostagem.............................................................................................. 52

2.6.3 Tecnologias de Disposição final........................................................................... 552.6.3.1 Lixão............................................................................................................ 55

2.6.3.2 Aterro Controlado ....................................................................................... 56

2.6.3.3 Aterro Sanitário ........................................................................................... 56

3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 57

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................ 57

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 60

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO................................................................. 60

4.1.1 História do Município........................................................................................... 614.1.2 Aspectos de tapera ................................................................................................ 62

4.1.2.1 Uso e ocupação do solo............................................................................... 62

4.1.2.2 Economia..................................................................................................... 63

4.1.2.3 Estrutura Administrativa ............................................................................. 64

4.1.2.4 Departamento Municipal de Meio Ambiente.............................................. 65

4.1.2.5 Instrumentos de Gestão ............................................................................... 66

4.1.2.6 Modelo espacial........................................................................................... 67

4.1.2.6.1 Zona Urbana .............................................................................................. 67

4.1.2.6.2 Zona Rural ................................................................................................. 68

4.1.2.7 Meio natural ................................................................................................ 69

4.1.2.7.1 Flora........................................................................................................... 69

4.1.2.7.2 Fauna ......................................................................................................... 70

4.1.2.7.3 Geologia, Geomorfologia, Relevo e Pedologia ......................................... 71

4.1.2.7.4 Recursos Hídricos...................................................................................... 71

4.1.2.7.4.1 Superficiais ......................................................................................... 71

4.1.2.7.4.2 Subterrâneos ...................................................................................... 72

4.1.2.8 Fontes poluidoras ........................................................................................ 73

4.1.2.8.1 Poluição hídrica ......................................................................................... 73

4.1.2.8.2 Poluição atmosférica.................................................................................. 74

4.1.2.9 Resíduos Sólidos ......................................................................................... 74

4.1.2.9.1 Domiciliares .............................................................................................. 74

4.1.2.9.2 Resíduos de serviços de saúde................................................................... 74

4.1.2.9.3 Entulho ...................................................................................................... 75

4.1.2.9.4 Embalagens vazias de defensivos agrícolas .............................................. 75

4.1.2.9.5 Resíduos Industriais................................................................................... 76

4.1.2.9.6 Resíduos especiais ..................................................................................... 76

4.1.3 Indicadores para o Município de Tapera .............................................................. 764.2 ZONEAMENTO AMBIENTAL.............................................................................. 78

4.3 PROPOSTA DE AÇÕES QUE SUBSIDIEM O GERENCIAMENTO DERESÍDUOS SÓLIDOS ......................................................................................................... 84

4.3.1 ETAPA 1 - Aterro Sanitário e Usina de Triagem e Compostagem...................... 884.3.2 ETAPA 2 – Coleta Seletiva .................................................................................. 914.3.3 ETAPA 3 - Varrição, Capina e Poda.................................................................... 964.3.4 ETAPA 4 - Resíduos de Serviços de Saúde ......................................................... 974.3.5 ETAPA 5 - Resíduos Especiais ............................................................................ 99

4.3.5.1 Pilhas e Baterias .......................................................................................... 99

4.3.5.2 Lâmpadas Fluorescentes ........................................................................... 104

4.3.5.3 Pneus ......................................................................................................... 104

4.3.5.4 Agrotóxicos ............................................................................................... 106

4.3.5.5 Óleos e Graxas .......................................................................................... 108

4.3.6 ETAPA 6 - Resíduos de construção civil ........................................................... 1104.3.7 ETAPA 7 - Resíduos Industriais ........................................................................ 1134.3.8 ETAPA 8 – Resíduos Sólidos de Suinocultura .................................................. 113

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................ 115

5.1 CONCLUSÃO........................................................................................................ 115

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................. 116

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 117

ANEXOS................................................................................................................................ 123

18

1 INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO

Percebe-se no panorama atual um grave problema com relação ao planejamento das

cidades, inclusive as pequenas cidades. A maioria delas encontra-se com sérios problemas de

zoneamento, fato que leva a poluição e degradação de sistemas naturais, ou ainda, prejuízos

financeiros às famílias, que são aconselhadas a abandonarem suas casas por riscos de

enchentes e desmoronamento das encostas onde as residências são construídas.

A questão do planejamento municipal deve ser vista como forma de melhoramento da

qualidade de vida de todos os cidadãos, e uma oportunidade de preservação dos recursos

naturais sendo possível assim o cumprimento da legislação vigente.

O Planejamento, segundo Almeida et al. (1993) não é um produto acabado, mas um

processo político/administrativo; propõe-se que o município e a população que nela reside,

envolvam-se como agentes de correção, adaptação e concretização das ações propostas.

O município de Tapera possui 10.448 habitantes segundo IBGE (2010), um número

pequeno comparado com grandes cidades do Brasil, mas que não dispensa mostrar a

importância do planejamento ambiental.

Muitas vezes quando se fala em planejamento ambiental urbano, logo se pensa em

grandes cidades, mas este instrumento de gestão ambiental não deve ser considerado só para

estes grandes centros urbanos, mas também para as pequenas cidades, que contam ainda com

uma vantagem: na medida em que os desequilíbrios não atingiram as dimensões dos

problemas das cidades médias e grandes, eles possuem maiores chances de serem

solucionados.

Entre as estratégias prioritárias para a sustentabilidade das cidades brasileiras

encontram-se: “a necessidade de aperfeiçoamento no uso, ocupação e ordenamento territorial,

o desenvolvimento institucional e a gestão democrática, a mudança no padrão da produção e

consumo da cidade e o desenvolvimento e estímulo à aplicação de instrumentos econômicos

no gerenciamento de recursos naturais, visando à sustentabilidade urbana” (SABESP, 2005).

Nesse contexto percebe-se a importância da introdução da sustentabilidade urbana nas

cidades brasileiras, apesar das enormes dificuldades encontradas para sua implementação que

se inserem na questão da aplicação da gestão urbana e ambiental.

19

1.2 JUSTIFICATIVA

Na busca de seu bem estar social e econômico, o homem interage com a natureza,

dela extraindo o que interessa e nela dispondo as suas sobras. Uma rápida análise comparativa

da qualidade de vida das pessoas um século atrás e hoje em dia, revela que houveram

significativas melhoras em alguns aspectos e pioras em outros, à custa do crescente consumo

do que se convencionou denominar como recursos naturais.

Face ao crescimento populacional, as atividades humanas passaram a ser realizadas em

grande escala, desde o consumo de água potável, exploração de minérios, petróleo, madeiras

nativas, e outros, até as necessidades de espaço para construir e ampliar cidades, estradas,

hidrelétricas, dispor lixo, esgotos e muito mais.

O processo de explorar e reordenar parcelas da natureza para obter benefícios,

obrigatoriamente causa alterações nos ecossistemas, em vários graus de intensidade, criando

desequilíbrios ambientais indesejáveis e prejudiciais ao próprio ser humano.

Diante desses fatos, fica evidente a necessidade de se conhecer a capacidade de

suporte do ambiente às ações antrópicas, no sentido de se planejar, de forma técnica e

integrada, a sua utilização, o que significa adotar um desenvolvimento sustentado. A

sustentabilidade envolve, na sua essência, uma questão ética, pois depende da disposição

(comportamento) dos indivíduos de não usar o recurso, quando não é imprescindível, e fazê-lo

com cuidado, para poder continuar a fazê-lo, quando for necessário.

Esta é, portanto, uma lacuna a ser preenchida, e este trabalho propõe-se a colaborar

como o município de Tapera/RS no que diz respeito a um planejamento ambiental adequado

visando torná-la uma cidade sustentável, onde os Administradores

Municipais passem a incluir, em suas rotinas de trabalho, adequados atenções e ações a esta

indispensável atividade que é o Planejamento Ambiental.

Com isso, o presente trabalho busca realizar um planejamento sustentável

ambientalmente e economicamente ao município Taperense, através de um amplo

diagnóstico, levantamento de dados e alternativas, o que nos levará a uma tomada de decisões.

20

1.3 OBJETIVOS

Os objetivos do trabalho dividem-se m dois grupos sendo eles:

1.3.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo propor o Planejamento ambiental para o

município de Tapera/RS, enfocando o zoneamento de fontes poluidoras causadas pela

atividade suinocultura na localidade de Linha São Pedro.

1.3.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos do trabalho são:

Conhecer e analisar o Plano Ambiental municipal;

Estudar as ações antrópicas no município de Tapera;

Localizar fontes poluidoras de grau significativo na localidade de Linha São Pedro;

Elaborar ações que darão subsídio para o gerenciamento dos resíduos para o município.

1.4 Estrutura do Trabalho

Este trabalho de Conclusão de Curso está distribuído em cinco capítulos. No presente

capítulo, estão apresentados o problema e contextualização da pesquisa, a justificativa, os

objetivos do trabalho, sendo subdivididos em objetivos gerais e específicos, além da

estruturação do trabalho.

O capítulo dois apresenta uma ampla revisão de literatura, abordando temas

importantes para o desenvolvimento deste trabalho. No terceiro capítulo consta a metodologia

utilizada para a realização do trabalho, além da metodologia aplicável ao Planejamento

ambiental do município e a proposta de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos

para o município.

21

O capítulo quatro expõe os resultados e discussões e, por fim, o quinto capítulo

apresenta as conclusões finais do presente trabalho e sugestões para trabalhos futuros. Após

são apresentas as referências bibliográficas, e anexos necessários.

22

2 REVISÃO BILIOGRÁFICA

De acordo com Santos (2004), o planejamento ambiental pode ser entendido como

sendo o planejamento de uma região, que visa integrar informações, diagnosticar ambientes,

prever ações e normatizar seu uso através de uma linha ética de desenvolvimento. Isto nos faz

entender que o planejamento ambiental se faz necessário para alcançar o desenvolvimento

sustentável, pois analisa sistematicamente as potencialidades e riscos pertinentes a utilização

dos recursos naturais para o avanço no desenvolvimento da sociedade.

Pode-se observar que ao buscar a sustentabilidade ambiental, social e econômica de

uma cidade, o ZEE (Zoneamento Ecológico Econômico) é o instrumento mais importante,

onde tal importância se refere aos conhecimentos sobre as características sociais, culturais,

econômicas e ambientais e a ainda a implementação de políticas públicas por meio desse

zoneamento.

Já com relação à natureza, esse planejamento propõe medidas de proteção aos

ecossistemas levando em consideração as fragilidades e potencialidades do meio ambiente.

O desenvolvimento ambiental das cidades tem se colocado como uma questão

essencial para o planejamento ambiental, pois a cidade representa o mais forte espaço das

interações humanas devido aos problemas ambientais que ela pode enfrentar senão estiver

subsidiada por esse planejamento.

Já com relação ao desenvolvimento do meio rural, a questão do planejamento

ambiental é mais voltada a locais com maior desenvolvimento, onde também é necessário um

planejamento e zoneamento ambiental adequado das atividades ali desenvolvidas, buscando

minimizar os impactos causados.

A relação de dependência entre o desenvolvimento econômico e a preservação

ambiental põe de modo explícito a necessidade do planejamento ambiental, destacando o uso

do ZEE. Isso significa que os processos de industrialização, de urbanização e crescimento

demográfico, degradação e poluição ambiental ao disputar o espaço limitado da terra e da

natureza entram muitas vezes em confronto com o desenvolvimento sustentável, tornando

mais necessário ainda a realização do planejamento ambiental aliado ao zoneamento

ecológico-econômico.

23

2.1 PLANEJAMENTO AMBIENTAL

Segundo Santos (2004), o Planejamento ambiental fundamenta-se na interação e

integração dos sistemas que compõem o ambiente. Tem o papel de estabelecer as relações

entre os sistemas ecológicos e os processos da sociedade, das necessidades socioculturais a

atividades e interesses econômicos, a fim de manter a máxima integridade possível dos seus

elementos componentes.

Planejar um ambiente, talvez seja a principal característica que distingue as atividades

humanas das atividades dos outros animais: pelo fato do homem ser um ser racional, pode

analisar o que ocorreu em situações semelhantes para prever o que é necessário fazer no

futuro, repetindo o que deu certo e evitando os erros do passado; a este processo de organizar

previamente as atividades futuras com base no conhecimento do passado chamamos

“planejamento” (FLORIANO, 2004).

Os planejamentos ambientais são organizados dentro de uma estrutura que envolve

pesquisa, análise e síntese (SANTOS, 2004).

Santos (2004) afirma ainda que para cada fase do planejamento há um conjunto de

métodos que pode ser utilizado para obter o produto desejado. A definição de objetos, por

exemplo, só será concreta à medida que se avaliam as propostas para a área-alvo de pelo

menos três vertentes: de quem contrata o planejamento, do executor do planejamento e dos

órgãos e organizações ambientais que tem o poder de interferência em cada região.

As constantes mudanças no uso e cobertura do solo provocam alterações no balanço

de água, com reflexos nas camadas superficiais e sub-superficiais do solo, resultando em

erosão, transporte de sedimentos e elementos químicos, bem como causando modificações

nos ecossistemas e na qualidade da água (TOLEDO, 2001 apud CASAGRANDE, 2005).

Na área rural o controle da erosão é muito complexo, por envolver questões tanto de

ordem técnica como sócio-econômica, que devem ser conjuntamente avaliadas, visando à

adoção de uma política que contemple a manutenção ou aumento de potencial produtivo de

terras. Nas questões técnicas destacam-se, a utilização adequada de práticas de conservação

do solo, visando o planejamento da ocupação agrícola, considerando a capacidade do uso das

terras (GUERRA et al., 1999).

Na zona urbana, de acordo com Chiquito (2006), o processo de expansão urbana

através da implantação de loteamentos, é considerado o principal responsável pelo

agravamento das voçorocas. Sua localização em áreas não apropriadas sob o ponto de vista

geotécnico, a deficiência na instalação de infra-estrutura, a abertura em períodos chuvosos e o

24

longo de período de exposição do mesmo, a deficiência do sistema de drenagem de águas

pluviais e servidas, traçado inadequado do sistema viário, agravado muitas vezes pela falta de

pavimentação, guias e sarjetas, são fatores que estão relacionados ao agravamento dos

processos erosivos.

O mapeamento geotécnico pode fornecer informações essenciais ao planejamento

urbano, tais como a seleção de área adequada à expansão urbana e/ou contribuição na

obtenção de um plano urbano e regional respeitando e protegendo o ambiente de forma

econômica (MENDES, 2001 apud RODRIGUES; AUGUSTO, 2009).

O conceito de desenvolvimento, de acordo com (DENARDI et al., 2000), possui longa

história de construção, sendo ainda tema de debates e controvérsias.

Segundo este autor, entre o final da Segunda Grande Guerra Mundial e meados dos

anos sessenta, não se fazia distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico. No

entanto, as condições de vida de muitas populações não melhoravam, até pioravam, mesmo

quando os seus países haviam alcançado elevadas taxas de crescimento. Estes fatos

provocaram “grande insatisfação com essa visão do desenvolvimento como sinônimo de

crescimento econômico” (DENARDI et al., 2000).

Mais recentemente, percebeu-se que as bases ambientais de qualquer progresso futuro

poderiam estar sendo comprometidas por crescimento econômico predatório de recursos

naturais e altamente poluidores (DENARDI et al., 2000). O desenvolvimento não é somente a

satisfação das necessidades das pessoas, mas está ligado às suas capacidades. Neste sentido,

ele “está nas pessoas, não nos objetos” (DENARDI et al., 2000).

Já o termo desenvolvimento sustentável é relativamente recente e seu significado

ainda está em construção. Porém várias são as visões propostas: “desenvolvimento sustentável

significa atender às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações

futuras de atender suas próprias necessidades” (CMMAD, 1988:28).

2.1.1 Metodologias de Planejamento Ambiental

Dentre as metodologias para o desenvolvimento do Planejamento Ambiental que

foram pesquisadas destacam-se duas:

A) Metodologia proposta por Teixeira

Teixeira (1998) apresenta uma proposta de trabalho para o Planejamento Ambiental,

como pode ser verificado na Figura 1 seguinte.

25

Figura 1: Roteiro de trabalho para formulação do Planejamento Ambiental.Fonte: Teixeira (1998)

Como pode ser observado na ilustração acima (figura 1), na etapa de formulação e

execução de políticas, nota-se que as mesmas, devem ser dinâmicas, exigindo a existência de

uma estrutura permanente, representativa da população e capacitada para tal.

B) Metodologia proposta por Santos

Por outro lado, Santos (2004) apresenta um fluxograma detalhando as fases e

procedimentos a serem realizados para a possível resolução do problema como apresenta a

figura 2.

26

Figura 2: Fluxograma de procedimentos metodológicos em Planejamento AmbientalFonte: Adaptado de SANTOS, 2004, P., 32.

Atri

buiç

ão in

stitu

cion

al

Tomada de Decisão

Definição de Objetivos

Obtenção de consenso entrevertentes

Métodos de inquirição diretaou indireta listagens

Meios de implementação

Delimitação da área deestudo

Seleção da(s) escala(s) detrabalho

Consenso- Institucional- Técnico-científico- comunitário

Recursos (humanos – financeiros)- comprometimento, engajamento de instituições etécnicos- mobilizações de recursos financeiros

Área de influênciaÁrea institucional/bacia hidrográfica global/regional/ local

EscalaSeleção de escalas sintéticas ou análiticas

Inventário

InventárioListagensMatrizesDiagramas e redesde interaçãoMétodos de ordenação eponderação

Diagnóstico

Métodos espaciaisAnálise multivariada

Prognóstico

Construção de cenáriosModelagem e simulaçãoAnálise de agrupamentos

Métodos de ordenaçãoMatrizes cruzadasMétodos multicriteriaisTécnicas econômicas

Formulação de Diretrizes

Árvores de decisãoSistemas especialistas

Banco de dados- definição de categorias, fatores e parâmetrosindicadores- levantamento de dados(secundários, observações diretas)- definição dos tipos de parâmetros indicadores(qualitativo, quantitativo, multicategórico, etc.)- ordenação e ponderação dos parâmetrosindicadores

Análise integrada- avaliação de fragilidades e potencialidades,acertos e conflitos- avaliação dos cenários passado e presente

Avaliação temporais identificação de alternativase construção de possíveis cenários futuros

Seleção de alternativas-avaliação técnica, juridical, administrativa efinanceira das alternativas-hierarquização de alternativas- definição do modelo de organização territorial

Instrumentação técnica jurídica e administrativa- definição de normas para organização territorial- elaboração de planos e programas- propostas de monitoramento e controle- proposição de subsídios ao gerenciamento-elaboração de mecanismos de gestão

fases

procedimentosmétodos

27

2.2 ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO (ZEE)

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o ZEE é um instrumento para planejar e

ordenar o território brasileiro, harmonizando as relações econômicas, sociais e ambientais que

nele acontecem. Demanda um efetivo esforço de compartilhamento institucional, voltado para

a integração das ações e políticas públicas territoriais, bem como articulação com a sociedade

civil, congregando seus interesses em torno de um pacto pela gestão do território.

ZEE surge no bojo da necessidade de se preservar, melhorar e recuperar o meio

ambiente, garantindo um desenvolvimento economicamente auto-sustentável, onde tem por

finalidade propiciar um diagnóstico preciso sobre o meio físico-biótico, sócio-econômico e

sobre sua organização institucional e oferecer, ainda, diretrizes de ação, as quais deverão

refletir os diferentes interesses dos cidadãos. Desse modo, contribui para um sistema de

planejamento mais eficaz, onde os investimentos e esforços, tanto do governo quanto da

iniciativa privada, sejam aplicados de acordo com as peculiaridades das zonas, as quais

passam a ser tratadas como unidades de planejamento (MMA, 2011).

Sob o ponto de vista legal, a Lei federal n. º 6.938, de 31 de agosto de 1981, que

“dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e

aplicação e dá outras providências”, determina, entre outros, que:

“Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente serãoformuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governosda União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípiosno que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutençãodo equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2ºdesta Lei.....Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:....II – o zoneamento ambiental (Regulamento)” (grifos do original).

Posteriormente esta Lei foi normatizada pelo Decreto n. º 4.297, de 10 de julho de

2002, que “regulamenta o art. 9º, inciso II, da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981,

estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico Econômico do Brasil – ZEE, e dá outras

providências”. O mencionado Decreto estabelece os princípios e objetivos do ZEE, os termos

para sua elaboração, os elementos mínimos que deverão constar de seu conteúdo, o uso, o

armazenamento, a custódia e a publicidade dos dados e informações coletados, entre outros.

28

Apesar de o zoneamento ambiental ter sido criado há mais de duas décadas, inserido

na Política Nacional de Meio Ambiente, como um instrumento de gestão ambiental, percebe-

se que a sua implementação prática ainda não tem conseguido fazer valer toda a

potencialidade deste que pode ser considerado o instrumento de gestão ambiental mais

dinâmico dentre todos os instrumentos preconizados na referida Política (MONTÃO, M.et al,

2007).

2.3 SUSTENTABILIDADE MUNICIPAL

Ao pensar a sustentabilidade sob a ótica do retorno aos primórdios humanos, em

retorno ao modo de vida selvático dos índios brasileiros, Cavalcanti (1998) assevera que “os

índios da Amazônia nos oferecem um caminho para a sustentabilidade” já que a procura por

essa sustentabilidade “resume-se à questão de se atingir harmonia entre seres humanos e a

natureza”. Ao contrário do “homem civilizado” o índio vive de maneira sustentável com a

natureza, com estilo de vida baseado “exclusivamente em fontes renováveis de energia”

(CAVALCANTI, 1998:165).

A sustentabilidade, de acordo com Sachs (1991), “constitui-se num conceito dinâmico,

que leva em conta as necessidades crescentes das populações, num contexto internacional em

constante expansão” (SACHS, 1991: 235-236). Para ele, a sustentabilidade tem como base

cinco dimensões principais que são as sustentabilidades social, cultural, ecológica, ambiental

e econômica, A sustentabilidade social está vinculada ao padrão estável de crescimento,

melhor distribuição de renda com redução das diferenças sociais. Já a sustentabilidade

econômica está vinculada ao “fluxo constante de inversões públicas e privadas” além da

destinação e administração corretas dos recursos naturais. A dimensão sustentabilidade

ecológica está vinculada ao uso efetivo dos recursos existentes nos diversos ecossistemas com

mínima deterioração ambiental. A sustentabilidade geográfica está ligada à má distribuição

populacional no planeta, sendo “necessário buscar uma configuração rural urbana mais

equilibrada”. A sustentabilidade cultural que procuraria a realização de mudanças em

harmonia com a continuidade cultural vigente (SACHS, 1991:235-236). Em 2000 este mesmo

autor acrescenta mais quatro dimensões ou critérios de sustentabilidade: ambiental, territorial,

política nacional e política internacional.

29

A sustentabilidade ambiental permitiria que ecossistemas naturais realizem

autodepuração. A territorial visa à eliminação de disparidades inter-regionais, a destinação

igualitária de investimentos públicos e a “conservação da biodiversidade pelo eco

desenvolvimento”. A sustentabilidade no âmbito das políticas nacionais passaria por “nível

razoável de coesão social”, democracia e capacidade institucional do Estado “para

implementar o projeto nacional”. Quanto a políticas internacionais a sustentabilidade passaria

pela garantia de paz assegurada pelo fortalecimento da ONU, controle do sistema financeiro

internacional, verdadeira cooperação científica e diminuição das disparidades sociais norte-sul

(SACHS,1991:86-88).

A sustentabilidade municipal deve levar em conta os impactos das obras de

urbanização; a permeabilização do solo; o meio periurbano e o rural; o gerenciamento dos

recursos hídricos florestais e das bacias hidrográficas. Mas não é o que acontece, pois nem

sempre é feito um estudo sobre esses impactos, dessa forma sofre a população que vive a

mercê das promessas dos políticos. O crescimento desordenado das cidades e as intensas

atividades antrópicas, transformam o meio ambiente, causando problemas de natureza física,

social e econômica.

Neste contexto, a busca pela sustentabilidade nos municípios é cada vez maior, e para

isto criam-se instrumentos de planejamento e gestão de políticas públicas (RODRIGUES;

AUGUSTO, 2009).

A adoção de políticas públicas buscando a sustentabilidade urbana implica em

repensar o modelo de desenvolvimento adotado e as interfaces da questão ambiental com os

componentes sociais e econômicos. Trata-se, portanto, de uma gestão sustentável do espaço

urbano, tendo em vista estratégias de inclusão social, equidade nos acessos aos recursos

ambientais e a realização da justiça ambiental (CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI, 2007).

A promoção da sustentabilidade deve seguir modelos cíclicos de aperfeiçoamento

contínuo, por meio de avaliação de processos e resultados, promovendo novos debates sobre

questões e necessidades chaves, reflexão e revisão da visão do desenvolvimento, tomada de

decisão e ajuste do sistema (CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI, 2007).

Para isso, é necessário que a administração municipal tenha um Diagnóstico

Ambiental de seu território, com uma perspectiva de longo prazo sobre os problemas que

estão enfrentando e os que estão por vir. E, a partir daí, desenvolver ações concretas para

solucionar os problemas atuais e prevenir os futuros (SCHNEIDER, 2001).

30

Segundo a FAMURS (1998) o governo municipal deve assumir integralmente a

responsabilidade de guiar o desenvolvimento sustentável, bem como os critérios de equidade

social, desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

2.3.1 Índice de Desenvolvimento Sustentável para Municípios - IDSM

A diversidade de indicadores faz emergir a necessidade da existência de um número

elevado de sistemas que possam englobá-los, de acordo com seu enfoque, o que justifica a

existência de diversos Sistemas de Indicadores de Sustentabilidade mundialmente conhecidos

com focos e abordagens diversos. O IDSM (Índice de Desenvolvimento Sustentável para

Municípios), criado por Martins e Cândido (2008), surgiu a partir da junção de duas outras

ferramentas: o IDS (Índice de Desenvolvimento Sustentável) Brasil, desenvolvido pelo IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Índice de Desenvolvimento Sustentável

para Territórios Rurais, desenvolvida por Sepúlveda (2005) no Instituto Interamericano de

Cooperação para a Agricultura (IICA) para mensuração do nível de desenvolvimento

sustentável em alguns países da América Latina (AMORIN, CÂNDIDO, SANTOS, 2010).

Conforme Amorin, Cândido e Santos (2010), o IDS Brasil é um documento que

disponibiliza um sistema de informações para o acompanhamento da sustentabilidade no

padrão de desenvolvimento do país, informações estas disponibilizadas pelo próprio IBGE e

outras instituições que possuam uma base estatística sólida.

Para Amorin, Cândido e Santos (2010, pg.3) a concepção norteadora do trabalho:

“Consiste em um conjunto de 59 indicadores, cada um dentro de sua respectivadimensão (ambiental, social, econômica e institucional), capaz de expressar asdiferentes facetas da abordagem da sustentabilidade da forma mais concisa possível.Os indicadores estão organizados em fichas. Como padrão geral, elas contêm adefinição do indicador, a descrição de sua construção e as fontes utilizadas,justificativa e vínculo com o desenvolvimento sustentável, eventuais comentáriosmetodológicos ou auxiliares à interpretação das informações prestadas, além degráficos, tabelas e mapas ilustrativos, constituindo como inovação desta publicaçãouma lista de indicadores interrelacionados”.

Para os autores o Índice de Desenvolvimento Sustentável para Territórios Rurais

consiste em uma metodologia desenvolvida por Sepúlveda (2005) para atender uma demanda

específica da Secretaria do Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do

Desenvolvimento Agrário (MDA) para caracterização, mensuração e análise do nível de

desenvolvimento sustentável dos territórios rurais. Esse Sistema é composto por seis

dimensões: social, demográfica, política, institucional, econômica, ambiental e cultural.

31

Conforme Amorin, Cândido e Santos (2010) essas duas metodologias foram unidas e

ajustadas a fim de que se complementassem. Ainda foram feitas modificações no

posicionamento de alguns indicadores, que ocorreram de acordo com o julgamento e opinião

dos autores.

De acordo com Amorin, Cândido e Santos (2010) com a junção dessas duas

metodologias, Martins e Cândido (2008) criaram uma ferramenta denominada Índice de

Desenvolvimento Sustentável Para Municípios, que consistem em um sistema de indicadores

capaz de medir o nível de sustentabilidade de um município, através do cálculo do índice de

sustentabilidade do mesmo.

O IDSM (AMORIN, CÂNDIDO, SANTOS, 2010) é formado por um conjunto de seis

dimensões (social, demográfica, ambiental, econômica, política-institucional e cultural), cada

qual com seus respectivos indicadores. O IDSM surgiu da carência de dados específicos para

municípios, uma vez que os demais instrumentos referem-se a unidades da federação dos

países.

O quadro 1, mostra de forma simplificada as dimensões do IDSM e seus indicadores:

Quadro 1: Dimensões e Variáveis da Sustentabilidade

DIMENSÃO VARIÁVEIS

DIMENSÃO SOCIAL

Esperança de vida ao nascer

Mortalidade infantil

Prevalência de desnutrição total

Imunização contra doenças infecciosas infantis

Oferta de serviços básicos de saúde

Escolarização

Alfabetização

Escolaridade

Analfabetismo funcional

Famílias atendidas com programas sociais

Adequação de moradias nos domicílios

Mortalidade por homicídio

Mortalidade por acidente de transporte

32

DIMENSÃO VARIÁVEIS

DIMENSÃO DEMOGRÁFICA

Crescimento da população

Razão entre a população urbana e rural

Densidade demográfica

Razão entre a população masculina e feminina

Distribuição da população por faixa etária

DIMENSÃO ECONÔMICA

Produto interno bruto per capita

Participação da indústria no PIB

Saldo da Balança Comercial

Renda familiar per capita em salários mínimos

Renda per capita

Rendimento provenientes do trabalho

Índice de GINE de distribuição do rendimento

DIMENSÃO POLÍTICA-INSTITUCIONAL

Despesas por função: com Assistência Social,Educação, Cultura, Urbanismo, Habitação Urbana,

Gestão Ambiental, Ciência e Tecnologia, Desporto eLazer, SaneamentoUrbano e Saúde.

Acesso a serviço de telefonia fixa

Participação nas eleições

Número de conselhos municipais

Número de acessos a justiça

Transferências Intergovernamentais da União

DIMENSÃO AMBIENTAL

Qualidade das Águas: aferição de cloro residual, deturbidez, de Coliformes Totais.

Tratamento da Águas: tratada em ETA`s e pordesinfecção

Consumo médio per capita de água

Acesso ao sistema de abastecimento de água

Tipo de esgotamento sanitário por domicílio

Tipo de esgotamento sanitário por domicílio

33

Fonte: Adaptado de Martins e Cândido (2008)

2.3.2 Indicadores de sustentabilidade

Para Hammond (1995) apud Van Bellen (2004), o termo indicador é originário do

latim indicare, significa descobrir, apontar, anunciar, estimar. Os indicadores podem

comunicar ou informar sobre o progresso em direção a uma determinada meta, como por

exemplo, o desenvolvimento sustentável, mas também podem ser entendidos como recurso

que deixa mais perceptível uma tendência ou fenômeno que não seja imediatamente

detectável.

De acordo com a Organization for Economic Cooperation and Development (OECD

1993), o indicador deve ser entendido como um parâmetro, ou valor derivado de parâmetros

que apontam e fornecem informações sobre o estado de um fenômeno, com uma extenção

significativa.

De acordo com National Research Council (1999) apud Martins e Cândido (2008,

p.17): As maiores divergências atuais em torno da problemática do desenvolvimento

sustentável consistem em: saber o que deve ser sustentado e o que deve ser desenvolvido, os

tipos de relações que prevalecem entre o sustentado e o desenvolvido, e a extensão do futuro a

ser considerado para assegurar e manter o crescimento econômico e o desenvolvimento,

respeitando os limites estabelecidos pela natureza.

DIMENSÃO VARIÁVEIS

Acesso a coleta de lixo urbano e rural

DIMENSÃO CULTURAL Quantidade de Bibliotecas

Quantidade de museus

Quantidade de ginásios de esportes e estádios

Quantidade de cinemas

Quantidade de unidades de ensino superior

Quantidade de teatros ou salas de espetáculo

Quantidade de centros culturais

34

Conforme Martins e Cândido (2008), os indicadores de sustentabilidade são

ferramentas poderosas capazes de avaliar as formas, condições e conseqüências do modelo de

desenvolvimento, servindo para minimizar as tomadas de decisão dos gestores, definição das

políticas públicas e ações para geração do desenvolvimento de forma sustentável, assim tem-

se uma nova forma de pensamento e conscientização da sociedade para o futuro do planeta em

bases sustentáveis.

Segundo o Manual de Indicadores ambientais FIRJAN (2008), os indicadores são

elementos utilizados para avaliar o desempenho de políticas ou processos com maior grau de

objetividade possível.

Na busca de indicadores de sustentabilidade para municípios Martins e Cândido

(2008), propõem a utilização de um conjunto de seis dimensões e variáveis definidas

buscando caracterizar os espaços geográficos de forma multidimensional, através da

percepção das distinções e identidades próprias.

2.3.2.1 Dimensão Social

A dimensão social aborda os aspectos sociais que influenciam na qualidade de vida da

população de forma igualitária aos serviços oferecidos a população. Tratando de informações

sobre maior expectativa de vida para a população, redução da mortalidade infantil e da

desnutrição, maior abrangência nas imunizações contra doenças infecciosas infantis,

ampliação dos serviços básicos de saúde, atendimento às necessidades de educação, melhores

condições de moradia para a população e redução da violência (MARTINS E CÂNDIDO,

2008).

2.3.2.2 Dimensão Demográfica

De acordo com Martins e Cândido (2008, p. 23) nesta dimensão são geradas

informações produzidas por índices demográficos que oferecem subsídios para controle

populacional, equilíbrio entre a população masculina e feminina, distribuição da população

urbana e rural de forma compatível com a realidade local, bem como, adequação no nível de

concentração da população. Com base nesses aspectos, torna-se possível melhores condições

ambientais e qualidade de vida para a população.

35

2.3.2.3 Dimensão Econômica

Gera informações relacionadas ao desempenho econômico e financeiro e aos rendimentos

da população, é de significativa relevância para a implementação do desenvolvimento

sustentável, pode gerar melhorias na qualidade de vida da população, através de acesso às

condições econômicas adequadas para atender as necessidades de moradia, alimentação,

vestuário, transporte, lazer, entre outros (MARTINS E CÂNDIDO, 2008).

2.3.2.4 Dimensão Político-institucional

A dimensão político-insituciuonal relaciona-se as despesas orçamentárias, participação

política, capacidade e esforço desprendido para as mudanças requeridas para uma efetiva

implementação do desenvolvimento sustentável (MARTINS E CÂNDIDO, 2008).

2.3.2.5 Dimensão Ambiental

Corresponde aos aspectos relacionados ao uso dos recursos naturais e a degradação do

ambiente, está relacionada na preservação e conservação do meio ambiente, considerados

fundamentais para manter a qualidade de vida e ambiental das atuais e futuras gerações

(MARTINS E CÂNDIDO, 2008).

Aplicáveis as questões ambientais, há três tipos de indicadores: Condição, Pressão e

Resposta como apresenta o Manual de Indicadores Ambientais da FIRJAN, (2008). O

conjunto dos indicadores ambientais pode fornecer uma síntese das condições ambientais, das

pressões sobre o meio ambiente e das respostas encontradas pela sociedade para mitigá-las.

Os indicadores ambientais como sugere o modelo PER (Pressão, Estado, Resposta),

desenvolvido pela OECD (Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento)

e ilustrado na figura 3: de acordo com FIRJAN (2008), geram informações e influenciam as

ações a serem tomadas.

36

Figura 3: Modelo PER de indicadores ambientaisFonte: FIRJAN (2008)

2.3.2.6 Dimensão Cultural

Diz respeito à quantidade de equipamentos culturais existentes em cada município. Este

índice tem objetivo de propiciar melhor qualidade de vida à população através do acesso a

atividades culturais, artísticas, sociais e recreativas (MARTINS E CÂNDIDO, 2008).

2.4 POLUIÇÃO

De acordo com Nass (2002), a questão ambiental vem ganhando grande importância

nos últimos tempos. A ecologia, estudo das relações de interdependência entre os organismos

que constituem a natureza, tem sido mais freqüentemente discutida tanto pela população

quanto pelos meios de comunicação.

Poluição, para Nass (2002) é uma alteração ecológica, ou seja, uma alteração na

relação entre os seres vivos, provocada pelo ser humano, que prejudique, direta ou

37

indiretamente, nossa vida ou nosso bem-estar, como danos aos recursos naturais como a água

e o solo e impedimentos a atividades econômicas como a pesca e a agricultura

Nem toda alteração ecológica pode ser considerada poluição; um lançamento de uma

pequena carga de esgoto doméstico em um rio provoca a diminuição do teor de oxigênio de

suas águas. Mas se esta diminuição de oxigênio não afetar a vida dos peixes nem dos seres

que lhes servem de alimento, então o impacto ambiental provocado pelo esgoto lançado no rio

não é uma poluição (NASS, 2002).

De acordo com o Boletim Informativo de Pesquisa e Extensão do Rio Grande do Sul

(BIPERS 2002), a poluição ambiental por dejetos é um problema que vem se agravando na

suinocultura moderna. Diagnósticos recentes têm demonstrado um alto nível de contaminação

dos rios e lençóis de água superficiais que abastecem tanto o meio rural como o urbano.

A poluição provocada pelo manejo inadequado dos dejetos suínos cresce em

importância a cada dia, quer seja por uma maior consciência ambiental dos produtores, quer

seja pelo aumento das exigências dos órgãos fiscalizadores e da sociedade em geral (BIPERS,

2002).

A Agenda 21 ressalta as dificuldades dos países em desenvolvimento de controlarem a

poluição ambiental e adotarem medidas de proteção à saúde na mesma velocidade do

desenvolvimento econômico (United Nations, 1992), cuja integração é essencial para garantir

melhores padrões de qualidade de vida.

2.4.1 Poluição hídrica

A qualidade dos ecossistemas aquáticos tem sido alterada em diferentes escalas nas

últimas décadas. Fator este desencadeado pela complexidade dos usos múltiplos da água pelo

homem, os quais acarretaram em degradação ambiental significativa e diminuição

considerável na disponibilidade de água de qualidade, produzindo inúmeros problemas ao seu

aproveitamento (PEREIRA, 2003).

Segundo Pereira (2003), água pode ter sua qualidade afetada pelas mais diversas

atividades do homem, sejam elas domésticas, comerciais ou industriais. Cada uma dessas

atividades gera poluentes característicos que têm uma determinada implicação na qualidade

do corpo receptor.

Merten e Minella (2002) afirmam que a água residuária da suinocultura (ARS) é rica

em nitrogênio, fósforo e potássio: o fósforo, juntamente com a alta DBO dos dejetos, causa

grandes impactos ao ecossistema aquático de superfície, sendo o fósforo responsável pelo

38

processo de eutrofização e a DBO pela redução do oxigênio dissolvido na água; já o

nitrogênio oferece maior risco de contaminação das águas subterrâneas quando lixiviado no

solo (MERTEN e MINELLA, 2002).

2.4.2 Poluição do solo

O solo não é uma entidade discreta, isto é, não há um indivíduo solo na natureza, mas

um contínuo na paisagem, com progressiva gradação resultante da combinação dos processos

e fatores pedogenéticos (JENNY, 1941). A erosão é um fenômeno que resulta da

desagregação, transporte e deposição ou sedimentação das partículas de solos pela ação da

chuva ou do vento. A erosão, geralmente, ocorre na superfície do solo removendo a parte

mais fértil do perfil, onde se encontram as melhores condições físicas e biológicas ao

desenvolvimento radicular das plantas (HUDSON, 1995; AGASSI, 1996; HILLEL, 1998).

Para Craul (1999) a erosão ocorre quando o solo permanece desnudo e exposto à ação

abrasiva dos ventos e da água Obras como cortes e aterros podem tornar estes locais mais

suscetíveis à erosão. Robaina et al. (2001) salientam que a retirada da mata ciliar, depósitos

irregulares de lixo e alta impermeabilização da bacia urbana aumentam o transporte e

sedimentação das partículas de solos afetando a freqüência e intensidade das inundações em

cursos d’água.

A poluição do solo por dejetos suínos vem aumentando cada dia mais no Brasil, em

virtude do aumento de consumo da carne suína, porém sabe-se que o potencial poluente dos

dejetos de suínos é muito superior ao de outras espécies animais (PERDOMO, 1995). A

demanda bioquímica de oxigênio (DBO) deste dejeto pode variar entre 30000 e 52000 mg/L-

1, ou seja, a DBO é cerca de 260 vezes superior à do esgoto doméstico (OLIVEIRA, 1993).

A poluição causada pelos dejetos de suínos tende a crescer no Brasil, devido,

principalmente, ao crescimento do número de suínos, necessário para atender ao consumo

interno e às exportações de carne. O Brasil, no período de 1995-2001, expandiu sua produção

em 55,9%, sendo responsável por 7,5% das exportações mundiais, passando a ser, assim, o

quarto maior exportador de carne suína do mundo (ANUALPEC, 2003).

2.4.3 Poluição do ar

O início da Revolução Industrial na Inglaterra, em meados do século XVIII, marcou o

aumento desenfreado da poluição atmosférica. Tamanha poluição é resultado, principalmente,

39

da queima de combustíveis fósseis, tais como gás natural e derivados do petróleo, que por

sinal, geram energia para os setores industrial, elétrico e de transportes do mundo todo, sendo,

portanto, extremamente complicada a não utilização dos mesmos. A poluição do ar tem

gerado, especialmente nas grandes cidades, fenômenos atmosféricos bastante prejudiciais à

saúde humana e o entendimento de tais fenômenos é de fundamental importância para que se

possa ter noção da gravidade do problema.

Nas décadas de 1930 a 1950, aumentos súbitos e de grande magnitude nas taxas de

adoecimento e de mortalidade durante episódios de poluição atmosférica intensa chamaram a

atenção para os efeitos da poluição do ar sobre a saúde humana (DAUMAS, 2002).

A poluição atmosférica acentuada (MARTIN & BRADLEY, 1960) tornaram evidente

a necessidade de reduzir a emissão de poluentes no ar, dando origem aos Clean Air Acts, uma

série de medidas visando a controlar os níveis ambientais de poluição.

O termo poluição do ar por material particulado se refere a uma mistura de partículas

sólidas e líquidas suspensas no ar, que variam em tamanho, composição, origem e efeitos

(DAUMAS, 2002).

Essa mistura é formada pela condensação de gases ou vapores ou de maneira direta

através de processos mecânicos. Os variados processos de formação levam a diferenças

características no tamanho e composição das partículas (DOCKERY & POPE, 1994).

A produção de suínos segundo Bipers (2002), acarreta um outro tipo de poluição que é

aquela associada ao problema do odor desagradável dos dejetos. Isto ocorre devido à

evaporação dos compostos voláteis, que causam efeitos prejudiciais ao bem estar humano e

animal. Os contaminantes do ar mais comuns nos dejetos são: amônia, metano, ácidos graxos

voláteis, H2S, N20, etanol, propanol, dimetil sulfidro e carbono sulfidro. A emissão de gases

pode causar graves prejuízos nas vias respiratórias do homem e animais, bem com, a

formação de chuva ácida através de descargas de amônia na atmosfera, além de contribuírem

para o aquecimento global da terra (PERDOMO, 1999; LUCAS et al, 1999).

2.5 LEGISLAÇÃO PERTINENTES

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) tem como objetivos definidas

as diretrizes das políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais; definir

as normas necessárias à execução da política nacional do meio ambiente; definir as normas e

40

os critérios para a autorização de atividades efetivamente ou potencialmente poluentes;

contratar a realização de estudos sobre as alternativas e os possíveis efeitos sobre o meio

ambiente de projetos públicos ou privados entre outros objetivos (SCHNEIDER, 2003).

O Conselho de Governo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) tem por

competência assessorar o presidente da República na formulação de diretrizes da ação

governamental e é composto pelos ministros de estado e titulares de outros órgãos

governamentais.

Na esfera estadual, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA), é um órgão

consultivo e deliberativo integrado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e presidido pelo

Secretário de Estado do Meio Ambiente, que tem como atribuições a proposição,

acompanhamento e avaliação da política ambiental estadual, o estabelecimento de normas e

padrões ambientais e a apreciação de Estudos e Relatórios de Impactos sobre o Meio

Ambiente entre outras (SCHNEIDER, 2003).

2.5.1 Legislação federal e estadual

A Constituição Federativa do Brasil promulgada em 05 de outubro de 1988 é

destinada a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o

bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma

sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e

comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.

Ainda, de forma complementar, as legislações pertinentes são as seguintes:

Lei no 6.938 de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus

fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

Lei no 9.433 de 1997 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art.

21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que

modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

Lei no 10.257 de 2001 regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal

estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

Lei no 12.305 de 2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a

Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispondo sobre seus princípios, objetivos e

instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de

41

resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder

público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

Lei estadual nº. 9.921de 1993 criada em 27 de julho de 1993, Dispõe sobre a

gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo 247, parágrafo 3º da Constituição do Estado

e dá outras providências.

Lei estadual nº. 11.520 de 2000 criada em 3 de agosto de 2000, institui o

Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e da outras

providências.

2.5.2 Legislação Municipal

Lei Orgânica do Município de Tapera de 04 de abril de 1990 é uma lei genérica,

elaborada no âmbito do município e conforme as determinações e limites impostos pelas

constituições federais e estaduais.

Na área da proteção ambiental em Tapera encontra-se a Lei municipal no2006 de 2002,

a qual dispõe da política do Meio Ambiente do município.

Para dispor desta lei houveram algumas restrições, onde a lei constava no PAMT

porem não estava disponível no site da prefeitura, algumas pessoas na própria prefeitura não

sabiam da existência da legislação, segundo informações de moradores locais alguns itens que

constam na lei não entram-se em pleno vigor.

2.5.3 Resoluções

Dentre as resoluções cabíveis ao tema, destacamos as seguintes:

Resolução nº257 do CONAMA, criada em 30 de junho de 1999, estabelece a

obrigatoriedade de procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final

ambientalmente adequada para pilhas e baterias que contenham em suas composições

chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos.

Resolução nº 258 do CONAMA, criada em 26 de agosto de 1999, dispõe sobre

o tratamento e a disposição final de pneumáticos e outras providencias.

Resolução no283 do CONAMA, de 2001 que atualiza e complementa a

Resolução no 5, determina que caberá ao responsável legal pelo estabelecimento gerador a

responsabilidade pelo gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a disposição final.

42

Resolução nº 275 do CONAMA, criada em 25 de abril de 2001, estabelece o

código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de

coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

Resolução nº 307 do CONAMA, criada em 5 de julho de 2002, estabelece

diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,

disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

Resolução nº 358 do CONAMA, criada em 29 de abril de 2005, dispõe sobre o

tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

Resolução nº 362 do CONAMA, criada em 23 de junho de 2005, dispõe sobre

o tratamento e a disposição final de óleos vegetais e lubrificantes.

Resolução nº 017 do CONSEMA, de 2001 estabelece as ações de saneamento

ambiental apresentam medidas que garanta a adequada ocupação do solo urbano, como o

gerenciamento de resíduos sólidos, o controle de vetores e focos de doenças transmissíveis e,

num conceito mais amplo, a melhoria das condições de habitação e a educação ambiental.

2.5.4 Normas técnicas

As normas técnicas são procedimentos que regularizam e impõe regras para os agentes

públicos e os geradores de resíduos a fim de estabelecer responsabilidades, para

posteriormente realizar fiscalização e cobrar as regras estabelecidas nas normas da ABNT,

para o estudo, destacam-se as seguintes.

NBR 10004/2004 classifica resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais

ao meio ambiente e à saúde pública;

NBR 11174/89 Armazenamento de resíduos classes II (não inertes) e III

(inertes);

NBR 12807/93. Resíduos de serviços de saúde – Terminologia;

NBR 12808/93. Resíduos de serviços de saúde – Classificação;

NBR 12810/1993. Coleta de resíduos de serviços de saúde – Procedimento;

NBR 13853/1997. Coletores para Resíduos de Serviços de Saúde Perfurantes e

Cortantes – Requisitos e Métodos de Ensaio;

43

2.5.5 Portarias e Decretos

RDC ANVISA no 306/04 dispõe sobre o Regulamento Técnico para o

gerenciamento de resíduos de serviços de saúde

Portaria do MINTERIO nº 53/79 dispõe sobre o destino e tratamento de

resíduos.

Decreto Federal nº. 5.940, de 25 de outubro de 2006, institui a separação dos

materiais recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal

direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos

catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências.

2.6 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Segundo Kuhnen (apud FUSCALDO, 2001, p.38), resíduo é um conceito vinculado e

relativo a um contexto tecnológico, de aprimoramento de produção, por tanto cultural e

histórico.

O modo de produção capitalista é o grande responsável pelo surgimento de novos

tipos de resíduos, a cada dia, através da variedade de produtos criados e comercializados em

todo o mundo. Produtos estes, que cada vez mais estão sendo adquiridos e consumidos pela

sociedade e aglomerados ao montante de resíduos sólidos (CASAGRANDE, 2005).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma Brasileira

Regulamentadora (NBR) 10004 de 2004, define resíduos sólidos como:

“Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades dacomunidade de origem: industrial, domiciliar, hospitalar, comercial, agrícola, deserviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes desistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações decontrole de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidadestornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água ouexijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhortecnologia disponível. (NBR, 10.004)”

A geração de resíduos sólidos tem ocasionado um dos problemas ambientais mais

relevantes da civilização contemporânea. Esse problema tem aumentado nesses últimos anos

44

devido a diversos fatores, como o crescimento gradativo e desordenado da população, a

aceleração do processo de ocupação urbana e do crescimento dos bens de consumo

popularizados pelo aumento da produção industrial. A preocupação com o impacto ambiental

gerado pelo destino inadequado dos resíduos sólidos, assim como pelo desperdício de energia

e de matérias-primas extraídas de fontes naturais não renováveis, constitui uma das grandes

ansiedades da sociedade atual (ESCOSTEGUY, 2003).

No Brasil, a classificação dos resíduos sólidos segue como base os critérios da

Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA). Em agosto de 2010 a Lei nº 12.305,

institui-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual altera a Lei nº 9.605, de 12 de

fevereiro de 1998 (CAMERA, 2010).

Os resíduos sólidos podem ser classificados (LIMA e SILVA et al., 2002: 204-205) de

acordo com sua natureza física (seco ou molhado), sua composição química (orgânico e

inorgânico) e sua fonte geradora (domiciliar, industrial, hospitalar, etc.). Uma classificação

que se sobrepõe a todas as demais é aquela que considera os riscos potenciais dos resíduos ao

ambiente, dividindo-os em perigosos, inertes e não inertes, conforme a ABNT (NBR 10.004,

2004):

a) Classe I – Perigosos: apresentam periculosidade ou uma das características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade;

b) Classe II A – Não perigosos e não inertes: não se enquadram nas classificações de

resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Podem ter propriedades, tais

como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

c) Classe II B – Não perigosos e inertes: quando submetidos a um contato dinâmico e

estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não possuem nenhum de

seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de portabilidade de

água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Os resíduos gerados podem ser classificados em diferentes classes, como apresenta a figura 4

abaixo.

45

Figura 4: Esquema da classificação dos resíduos sólidos.Fonte: Cabral (2007)

O conceito de resíduo sólido sempre está ligado a resto, o que sobra, que não é mais

utilizado e necessita de um local para a disposição final. Para Machado (2001), significa lixo,

refugo e outras descargas de materiais sólidos, incluindo resíduos sólidos de materiais

provenientes de operações industriais, comerciais e agrícola e de atividade da comunidade.

Os Resíduos Sólidos produzidos em um país é um indicador importante de

desenvolvimento, quanto maior o poder aquisitivo das pessoas, mais lixo será produzido, pois

é o sinal de que há crescimento e consumo. Tudo aquilo que já foi utilizado uma vez e que

não pode ser aproveitado dentro das possibilidades do homem é considerado lixo (LOPES,

2003).

Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (MGIRS, 2001)

da IBAM (Associação Brasileira de Administração Municipal), a geração de resíduos sólidos

domiciliares no Brasil é de cerca de 0,6kg/hab/dia e mais 0,3kg/hab/dia de resíduos de

varrição, limpeza de logradouros e entulhos.

Algumas cidades, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, como São Paulo, Rio de

Janeiro e Curitiba, de acordo com o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

(2001) alcançam índices de produção mais elevados, podendo chegar a 1,3kg/hab./dia,

considerando todos os resíduos manipulados pelos serviços de limpeza urbana (domiciliares,

comerciais, de limpeza de logradouros, de serviços de saúde e entulhos).

46

Grande parte dos resíduos gerados no país não é regularmente coletada, permanecendo

junto às habitações (principalmente nas áreas de baixa renda) ou sendo vazada em

logradouros públicos, terrenos baldios, encostas e cursos d'água (MGIRS, 2001).

A Tabela 1 apresenta a quantidade de resíduos sólidos domiciliares gerados no Brasil e sua

divisão por macrorregião.

Tabela 1: Quantidade total gerada de RSU por macrorregião do Brasil

Macrorregião RSUColetado

(t/dia)

Taxa deColeta (%)

RSU Gerado(t/dia)

RSU Gerado(kg/hab/dia)

Norte 7.978 73.56 10.846 0.992

Nordeste 31.422 69.51 45.205 1.236

Centro-Oeste 10.181 85.96 11.844 1.040

Sudeste 77.543 92.04 84.249 1.177

Sul 13.787 83.51 16.509 0.749

Brasil 140.911 83.55 168.653 1.106

Fonte: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (2007)

Embora não existam dúvidas sobre a grande importância da atividade de limpeza

urbana para o meio ambiente e para a saúde da comunidade, esta percepção não se tem

traduzido em ações efetivas que possibilitem mudanças qualitativas na situação negativa em

que se encontram de forma geral, os sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos

em toda a América Latina, inclusive no Brasil (FERREIRA e ANJOS 2001).

Os impactos provocados pelos resíduos sólidos municipais podem estender-se para a

população em geral, por meio da poluição e contaminação dos corpos d'água e dos lençóis

subterrâneos, direta ou indiretamente, dependendo do uso da água e da absorção de material

tóxico ou contaminado de acordo com Machado e Prata Filho (1999).

Para Monteiro et. al. (2001) as características a serem apresentadas nos resíduos sólidos

variam segundo alguns indicadores sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos,

ou seja, as comunidades apresentam diferenças entre si que vão refletir na composição física

dos resíduos, aumentando substancialmente as dificuldades nos processos de gestão dos

mesmos.

De acordo com Nunesmaia (1997) uma gestão municipal integrada pode interessar se por

todas as categorias de resíduos, incluindo aqueles provenientes de serviços de saúde, os da

demolição e construção civil, dentre outros. No tocante ao tratamento de resíduos, a

47

preocupação de uma gestão integrada leva a conceber varias linhas tecnológicas de

valorização dos resíduos, como a recuperação de energia e a eliminação final (tratamento).

2.6.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS

Segundo o Centro de Recursos Ambientais, o PGRS busca minimizar a geração de

resíduos na fonte, adequar à segregação na origem, controlar e reduzir riscos ao meio

ambiente e assegurar o correto manuseio e disposição final, em conformidade com a

legislação vigente.

Para Prado (2007) apesar de a população estar contribuindo para a diminuição dos

resíduos enviados ao aterro sanitário, a participação dos diversos setores econômicos

representados pelas pessoas jurídicas ainda é pequena.

Desta forma, é possível a sua reutilização fazendo-se uma triagem, separação e

transporte até a unidade de recuperação desses resíduos (PRADO, 2007)

2.6.2 Tecnologias de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares

A proposta de um modelo de gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos, segundo

Schalch et.al. (2002) exige o conhecimento das distintas formas de tratamento e destinação

final de resíduos.

O tratamento ou a “industrialização dos resíduos” conforme Schalch et.al. (2002)

envolve um conjunto de atividades e processos com o objetivo de promover a reciclagem de

alguns de seus componentes, como o plástico, o papelão, os metais e os vidros, além da

transformação da matéria orgânica em composto, para ser utilizado como fertilizante e

condicionador do solo, ou em polpa para a utilização como combustível.

O tratamento nunca constitui um sistema de destinação final completo ou definitivo,

pois sempre há um remanescente inaproveitável. Entretanto, as vantagens decorrentes dessas

ações, tornam-se mais claras após o equacionamento dos sistemas de manejo e de destinação

final dos resíduos (SCHALCH et.al. 2002); como ressalta Jardim (1995 apud Schalch et.al.

2002), as vantagens são de ordem ambiental e econômica.

De acordo com Schalch et.al. (2002) dentre os fatores que recomendam o tratamento

dos resíduos pode-se citar:

- a escassez de áreas para a destinação final dos resíduos;

- a disputa pelo uso das áreas remanescentes com a população de menor renda;

48

- a valorização dos componentes do lixo como forma de promover a conservação de

recursos;

- a economia de energia;

- a diminuição da poluição das águas e do ar;

- a inertização dos resíduos sépticos;

- a geração de empregos, através da criação de indústrias recicladoras.

2.6.2.1 Reciclagem

Reciclagem segundo Duston (1993) é o processo através do qual qualquer produto ou

material que tenha servido para os propósitos a que se destinava, e que tenha sido separado do

lixo e reintroduzido no processo em um novo produto, seja igual ou semelhante ao anterior,

seja assumindo características diversas das iniciais.

Independentemente da origem dos produtos, as embalagens sempre serão destinadas a

algum local de disposição final, embora, se forem obedecidas as legislações correspondentes,

este volume pode ser reduzido ao mínimo, o qual seria constituído por aquela fração não

reaproveitável dos resíduos, o chamado resíduo último, cujo único destino final é o

aterramento, ao contrário do primeiro ( resíduo sólido) que traria implícita a idéia do

reaproveitamento possível. (GUERA, 2001, p. 72).

Conforme Jardim (1995), antes de uma comunidade decidir estimular ou implantar a

segregação de materiais, visando à reciclagem, é importante verificar se existe na região

mercado para o escoamento desses materiais, pois segregar sem mercado é o mesmo que

enterrar separado.

Reciclar e economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo

produtivo o resíduo que seria jogado fora, para que o mesmo seja usado novamente como

matéria-prima, conforme Ambiente Brasil (2008).

Além de ecologicamente correta, esta pode ser viável econômica e lucrativamente,

tanto para os recicladores como para as indústrias de transformação, segundo Gedea (2008).

Para Jardim (1995), reciclagem é o resultado de uma série de atividades por vias de

materiais que se tornariam lixo ou estão no lixo e são desviados, sendo coletados, separados e

processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens feitos

anteriormente apenas com matéria-prima virgem.

Basicamente, a reciclagem inclui as etapas de coleta, separação, revalorização e

transformação do material coletado, conforme a Associação Brasileira de Embalagens

49

(ABRE, 2007). A coleta e separação são atividades iniciais de triagem por tipo de material

como papel, metal, plástico e madeira. A revalorização é uma etapa intermediaria que prepara

os materiais separados para a etapa de transformação, responsável pelo processamento

industrial dos materiais para a fabricação de novos produtos.

Outro fator importante, diz respeito à sazonalidade de preços para a venda de

recicláveis, que varia de um material para outro. Segundo o Compromisso Empresarial Para a

Reciclagem - CEMPRE (1993), este fato sugere que no planejamento de programas de

reciclagem, deve-se prever um local para o armazenamento dos materiais coletados, para

vendê-los quando os preços estiverem no pico.

2.6.2.2 Coleta Seletiva

Um dos caminhos para a segregação dos materiais recicláveis é a coleta seletiva, que

consiste na separação de papéis, plásticos, metais e vidros na fonte geradora, sendo esses

materiais posteriormente classificados por categoria e encaminhados às indústrias recicladoras

(AMAZONAS, 1992 apud SCHALCH 2002).

Segundo Jardim (1995), o Compromisso Empresarial Para a Reciclagem (CEMPRE) e

o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), constatou-se no ano de 1994 a existência de 82

programas de coleta seletiva operados pelas prefeituras no Brasil. Esses programas se

concentravam nos estados de São Paulo (26 programas), Rio Grande do Sul (12), Paraná (8),

Minas Gerais (8), Santa Catarina (7), Bahia (4), Pernambuco (4), Rio de Janeiro (4), Espírito

Santo (2), Paraíba (2), Acre (1), Brasília (1), Mato Grosso do sul (1), Pará (1) e abrangiam, até

então, desde pequenos municípios até grandes capitais.

A coleta seletiva dos matérias recicláveis como pilhas, baterias, pneus, etc, geralmente

enquadram-se no processo de logística reversa.

Segundo Chaves e Martins (2005) o processo gerencial da logística reversa é

responsável por tornar possível o retorno de materiais e produtos, após sua venda e consumo a

seus centros produtivos e de negócios, por meio de canais reversos de distribuição, agregando

valores aos mesmos, recomenda-se este processo para as pilhas e baterias, pneus, eletrônicos,

etc

“Por trás do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do

ciclo de vida”. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua

entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e deve

50

retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou

reaproveitados.

2.6.2.2.1Vantagens da coleta seletiva

A coleta seletiva apresenta algumas vantagens expressivas, conforme Schalch et.al.

(2002), dentre as quais se sobressai:

- a boa qualidade dos materiais recuperados, uma vez que não ficaram sujeitos à

mistura com outros materiais presentes na massa de resíduos;

- a redução do volume de resíduos a serem dispostos em aterros sanitários;

- o estímulo à cidadania;

- a maior flexibilidade, pois pode ser feita em pequena escala e ampliada

gradativamente;

- a possibilidade de parcerias entre escolas, associações ecológicas, empresas,

catadores, sucateiros, etc.

2.6.2.2.2 Desvantagens da coleta seletiva

Como desvantagens, os autores Schalch et.al. (2002) destacam as seguintes: o elevado

custo da coleta e transporte, pois necessita de veículos especiais, que passam em dias

diferentes dos da coleta convencional e a necessidade de um centro de triagem, onde os

recicláveis são separados por tipo, mesmo após a segregação na fonte.

A resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, estabelece o código de cores

para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e

transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva

Segundo CONAMA (2001), os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no

âmbito de órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e

entidades paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido no quadro 2 abaixo:

Quadro 2: Padrão de cores orientadas pela Resolução do CONAMA no 257 de 2001.

AZUL papel/papelão

VERMELHO Plástico

VERDE Vidro

51

AMARELO Metal

PRETO Madeira

LARANJA resíduos perigosos

BRANCO ambulatoriais e de serviços de saúde

ROXO resíduos radioativos

MARROM resíduos orgânicos

CINZA resíduo geral não reciclável, misturado, ou contaminado nãopassível de separação

Fonte: Ambiente Brasil (2009)

Para Lopes (2003) o êxito dos programas de coleta seletiva, as administrações devem

estar cientes de que é fundamental investir em conscientização das pessoas, quanto da redução

da geração de resíduos. Assim os programas devem ser integrados a Educação Ambiental,

propondo mudanças de hábitos e costumes, divulgando informações sobre o potencial de

reutilização e reciclagem de materiais.

2.6.2.3 Educação ambiental

Schalch et.al. (2002) destacam que uma comunicação cuidadosa e clara com a

comunidade é vital para qualquer programa de coleta seletiva. Se o processo de planejamento

estimular a participação pública, a comunidade provavelmente terá uma identificação com o

programa de reciclagem proposto, bem antes que ele se inicie de fato (SCHALCH et.al.

2002). A educação ambiental tem se mostrado a chave fundamental para o sucesso dos

programas de reciclagem conforme Schalch et.al. (2002), pois propicia a aprendizagem do

cidadão sobre o seu papel como gerador de resíduos, atingindo escolas, repartições públicas,

residências, escritórios, fábricas, lojas, enfim, todos os locais onde os cidadãos geram

resíduos.

A educação ambiental adquire um papel de destaque na geração de resíduos sólidos

urbanos, pois o problema dos resíduos é vivenciado por todas as pessoas em suas casas.

Castro apud Savi (2005) aponta como sendo um dos princípios básicos da educação ambiental

sobre os resíduos, o conceito dos “3 Rs”:

- Reduzir: estimular a população a reduzir a quantidade de resíduos gerada, através do

reordenamento dos materiais usados no seu cotidiano, combatendo o desperdício que resulta em

52

ônus para o Poder Público e, conseqüentemente, para o contribuinte, além de favorecer a

preservação dos recursos naturais.

- Reutilizar: reaproveitar os mesmo objetos são práticas recomendadas para os

programas de educação ambiental, como por exemplo, escrever na frente e verso da folha de

papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins.

- Reciclar: contribuir com programas de coleta seletiva, separando os materiais

recicláveis.

2.6.2.4 Compostagem

Conforme explica Remedio et al. (2002):

A reciclagem é considerada uma prática de desenvolvimento sustentável, mas nãopode ser considerada e nem é uma solução definitiva para o problema dos resíduosindustriais e domésticos. É preciso entender que a solução deve ser uma mistura deatitudes mais abrangentes, que englobem as abordagens de minimização dosresíduos na fonte geradora e reutilização de produtos e embalagens.

KIEHL (1979) apud SCHALCH (2002) define compostagem como sendo um

processo de transformação de resíduos orgânicos em adubo humificado.

A compostagem segundo Lopes (2003) apresenta as seguintes vantagens:

Economia de espaço físico em aterro sanitário;

Aproveitamento de matéria orgânica produzida;

Reciclagem dos nutrientes contidos no solo;

Processo ambientalmente seguro;

Eliminação de patógenos.

Segundo Russo (2003) “a fração de resíduos orgânicos continua a ser a maior das

frações presentes nos RSU, sendo, por outro lado, produzida em outras atividades,

designadamente agropecuárias, agrícolas e certas industriais. A compostagem pode

transformar esses resíduos em composto orgânico, rico em húmus e de grande aplicabilidade

no melhoramento do solo e das culturas.

Nogera (2011) caracteriza a compostagem como sendo a transformação de resíduos

que podem ser compostados, através de processos físicos químicos e biológicos, em um

material orgânico mais estável e resistente á ação de espécies consumidoras, sendo utilizado

como corretivo de solos.

53

A compostagem pode ser aeróbia ou anaeróbia, em função da presença ou ausência de

oxigênio no processo. De acordo com Nogera (2011) o Processo Aeróbio pode ser definido

como sendo a fermentação que ocorre em presença de ar, onde a temperatura da massa em

decomposição é elevada, ocorrendo desprendimento de gases CO, CO2 e vapor de água. Para

operacionalizar o sistema procura-se garantir a presença do oxigênio do ar atmosférico. Já no

Processo Anaeróbio, a fermentação é realizada por microrganismos que podem viver em

ambientes isento de ar; geralmente esta decomposição ocorre com a massa encharcada ou

completamente imersa em água (NOGERA, 2011).

De acordo com Escosteguy; Machado; Schneider (2005), antes de o resíduo orgânico

ser transformado em húmus, o mesmo passa por processos de bio-estabilização, chamado de

material intermediário. Nesse processo ocorrem dois fenômenos a digestão e humificação,

como mostra a Figura 5.

Durante o processo de digestão, as temperaturas devem ser elevadas, ou termófilas

para que ocorra a destruição de patogênicos mais resistentes. Quando termina a fase da

digestão, o material está bio-estabilizado, apresentando relação C/N (Carbono/Nitrogênio)

menor que 18. Com a humificação da matéria orgânica, essa relação se estreita, o que ocorre

na fase de humificação, onde ocorre temperatura mesófila e, no final, equilíbrio com a

temperatura ambiente, como pode ser observado na figura 5.

A temperatura da leira é um dos fatores que seleciona a população microbiana que

atua na compostagem. Quando a temperatura se eleva a valores maiores que 40°C, os

microrganismos, mesófilos, na sua maioria bactérias (cerca de bilhões de células/grama),

tornam-se menos competitivos e são substituídos por microrganismos termófilos, na sua

maioria bacillus sp, os quais predominam em temperaturas menores que 60°C, pois a partir

desse valor, eles são substituídos por espécies de bactérias do gênero Thermus. Como em

temperaturas maiores que 60°C, ocorre a destruição de muitas bactérias e outros

microrganismos, deve-se controlar o processo de compostagem para que a temperatura não

exceda a 55°C, sendo isso obtido com o controle da aeração e, secundariamente, da umidade

das leiras (ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

54

Figura 5: Fases do processo de compostagemFonte: Escosteguy; Machado; Schneider (2005)

Conforme o modo de aeração, o processo de compostagem pode ser realizado por dois

métodos (IPT/CEMPRE, 2000 apud ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

Pelo método natural, a fração orgânica do é levada para um pátio e disposta em leiras.

A aeração é feita por revolvimentos periódicos para que ocorra o processo de decomposição

biológica, tendo um tempo estimado de três a quatro meses. Já no método acelerado a aeração

é forçada por tubulações perfuradas onde sobre elas se colocam as leiras, ou em reatores

dentro dos quais são colocados os resíduos. Nesse último, os resíduos avançam no sentido

contrário ao da corrente de ar. Em ambos os casos, o ar é injetado sobre pressão. A duração

desse processo pode variar de dois a três meses.

A aeração das pilhas é um dos fatores fundamentais para que a compostagem ocorra

de forma eficiente, pois a velocidade desse processo aumenta a medida que a atividade

microbiana também aumenta, sendo essa última dependente da disponibilidade de oxigênio no

interior das pilhas. Quando as condições que controlam esse processo são adequadas, o

consumo de oxigênio é muito rápido (escala de horas), após a aeração das pilhas. Isso implica

que a aeração das pilhas deve ser feita periodicamente até que o processo complete a fase de

digestão, a qual se caracteriza por ser o período de maior degradação dos resíduos. Nos

primeiro dias de compostagem, a demanda de oxigênio é alta. Estima-se que nessa época,

cerca de 10 a 20 % de O2 são suficientes para atender a demanda da microbiota aeróbica,

sendo essa demanda reduzida para 5 a 10 %, à medida que o processo avança. Assim, teores

de 10 % de oxigênio são considerados ótimos para a manutenção da compostagem em

condições aeróbicas, principalmente, na fase de digestão (ESCOSTEGUY; MACHADO;

SCHNEIDER, 2005).

Lopes (2003) afirma que para haver uma compostagem satisfatória, a umidade não

deve exceder o máximo de 60% em massa, durante as fases de digestão e humificação. Se

55

houver um aumento da umidade a atividade biológica será reduzida, pois haverá pouco

oxigênio no interior da pilha, já que esse gás ocorre no mesmo espaço (poros) que é ocupado

pela água. Com excesso de água, forma-se o lixiviado, que é um líquido negro, contendo alta

carga orgânica, de odor característico, resultante da mistura da água com o chorume. Caso o

local onde está sendo feita a compostagem for desprovido de cobertura, o material estará

sujeito às ações da chuva, o que permitirá uma maior produção de lixiviado (ESCOSTEGUY;

MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

Como no processo de compostagem há uma queda acentuada do teor de carbono,

enquanto ocorre uma menor diminuição do teor de nitrogênio, Por outro lado, quando a

relação C/N é muito baixa, ou seja, alto percentual de nitrogênio no resíduo em relação ao

carbono, a velocidade de decomposição é alta, mas, como há mais nitrogênio do que a

demanda da biomassa microbiana, esse nutriente pode ser perdido, volatilizando ou lixiviando

da leira (ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

Para Lopes (2003) a relação ideal entre carbono e nitrogênio (C/N) esteja em torno de

30/1, sendo que o teor de nitrogênio deva estar entre 1,2% a 1,5%. O composto final poderá

ser aplicado no solo, quando apresentar o teor máximo entre C/N igual a 18/1 no processo de

bio-estabilização ou valores inferiores a 12/1 no processo de humificação.

Existe, ainda, o método da vermicompostagem, na qual se utilizam minhocas para

digerir a matéria orgânica. A atividade das minhocas melhora a degradação pelo arejamento e

drenagem do material em fase de maturação (BIDONE e POVINELLI, 1999 apud

ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

2.6.3 Tecnologias de Disposição final

2.6.3.1 Lixão

Os lixões, de acordo o CEMPRE (2010) são uma forma inadequada de disposição final

de resíduos sólidos municipais, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem

medidas de proteção ao meio ambiente ou a saúde pública. O mesmo que descarga a céu

aberto ou vazadouro.

Resíduos assim lançados acarretam problemas à saúde pública, como proliferação de

vetores de doenças, geração de maus odores e, principalmente, poluição do solo e das águas

subterrânea e superficial pela infiltração do chorume (CEMPRE, 2010).

56

Acrescenta-se a esta situação o total descontrole dos tipos de resíduos recebidos nestes

locais, verificando-se até mesmo a disposição de dejetos originados de serviços de saúde e de

indústrias. Comumente, ainda, associam-se aos lixões a criação de animais e a presença de

pessoas, os quais, algumas vezes, residem no próprio local (MGI, 2010).

2.6.3.2 Aterro Controlado

Segundo o CEMPRE (2010), o aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos

sólidos municipais no solo sem causar danos ou risco a saúde pública e a sua segurança,

minimizando os impactos ambientais. Esse método utiliza alguns princípios de engenharia

para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na

conclusão da jornada de trabalho.

Esta forma de disposição produz poluição, porém localizada, pois, similarmente ao aterro

sanitário, a área de disposição é minimizada. Geralmente, não dispõe de impermeabilização

de base (comprometendo a qualidade das águas subterrâneas) nem de sistema de tratamento

do percolado ou do biogás gerado (CEMPRE, 2010).

Este método é preferível ao lixão, mas devido aos problemas ambientais que causa e aos

seus custos de operação, é de qualidade bastante inferior ao aterro sanitário (CEMPRE, 2010).

2.6.3.3 Aterro Sanitário

O CEMPRE (2010) afirma que aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição

de resíduos sólidos no solo, particularmente lixo domiciliar que, fundamentado em critérios

de engenharia e normas operacionais específicas, permite um confinamento seguro em termos

de controle de poluição ambiental e proteção a saúde pública. Outra definição o apresenta

como forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo mediante confinamento

em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais

específicas de moda a evitar danos ou riscos à saúde publica e a segurança, minimizando os

impactos ambientais.

57

3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Segundo Laville e Dionne (1999), existem três grandes grupos de categorias de

pesquisa que levam em consideração seus objetivos, sendo as exploratórias, as descritivas e as

explicativas. A presente pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, que

normalmente assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso.

A pesquisa objetiva conhecer e analisar detalhadamente os aspectos da localidade de

Linha São Pedro no município de Tapera, realizando um levantamento direto das principais

fontes poluidoras através de dados coletados nesta localidade, analisando-os e interpretando-

os, na busca de zonear os empreendimentos suinícolas potencialmente poluidores nesta

localidade, além de elaborar uma proposta de ações que gerenciam os resíduos sólidos para o

município, visto que o mesmo possui um déficit na questão de gerenciamento dos resíduos

conforme apresenta o Plano Ambiental Municipal.

A Figura 6 a seguir representa o delineamento da pesquisa com o propósito de explicar

de forma detalhada a maneira como o estudo foi desenvolvido.

58

Figura 6: Fluxograma esquemático da pesquisa

1a Etapa

2a Etapa

3a Etapa

4a Etapa

Análise doMunicípio

Definição da áreade estudo

Definição dosobjetivos do estudo

RevisãoBibliográfica

Aprofundamentoteórico em

PlanejamentoAmbiental Municipal

e GRS

CaracterizaçãoGeral do

Município

Aspectos Sociais,Ambientais e

Econômicos doMunicípio

Escolha do Método dePlanejamento Ambientalmais adequado a situação

Aplicação doPlanejamento

Ambiental

Zoneamento dasAtividades Suinicolas

potencialmente poluidorasda localidade de Linha São

Pedro

Elaboração deações para

gerenciar osresíduos sólidos

no município

59

O desenvolvimento da pesquisa foi dividido em quatro etapas, atendendo ao objetivo

geral e objetivos específicos da pesquisa conforme descrito abaixo:

1a – Etapa: Análise do município de Tapera, para definir a área de estudo, objetivos,

revisão bibliográfica, etc.

2a – Etapa: Escolha do método de planejamento ambiental que melhor se enquadra

para a realização da pesquisa.

Esta etapa consiste na avaliação dos métodos de planejamento apresentados na revisão

bibliográfica, e escolha do método que mais se adapta a realidade da pesquisa.

Com base no exposto o método mais adequado é o proposto por Teixeira (1998), que

divide o estudo em etapas sendo elas: Fase de Levantamentos, Fase de Programas, e Fase de

encerramento. Porém a fase de encerramento não será executada, pois os programas propostos

não serão implementados neste trabalho, sugere-se então a continuação futura deste trabalho.

3a – Etapa: Fase de levantamentos, onde serão diagnosticados, identificados e

analisados os impactos ambientais e socioeconômicos do município de Tapera, além de

programar o zoneamento ambiental para a atividade suinícola da localidade de Linha São

Pedro.

Consiste na aplicação de um formulário de levantamento (anexo B) na localidade de

Linha São Pedro, Tapera - RS, para diagnosticar a geração de resíduos produzidos nas

atividades desenvolvidas pelos proprietários e a destinação final dos mesmos. Nesta etapa

propõem-se também a programação de um zoneamento mais detalhado da atividade suinícola

potencialmente poluidora nesta localidade.

4a – Etapa: Fase de programas e ações, onde serão propostas ações que auxiliem o

município na questão de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, visto que o município já

possui um programa de coleta seletiva, como pode-se observar no anexo A.

Com base na pesquisa realizada, o município possui um programa de coleta seletiva

(Anexo A), que visa o recolhimento de resíduos secos e molhados, onde, alguns resíduos

industriais e resíduos especiais são classificados como resíduos secos e encaminhados para a

central de triagem de Espumoso/RS, a qual muitas vezes não consegue aproveitar os materiais

recicláveis devido à contaminação dos mesmos); nesta etapa será proposta ações que norteiam

o gerenciamento dos resíduos sólidos, onde a coleta, separação e destinação dos resíduos

estejam adequadas com a legislação vigente.

60

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O município de Tapera tem um total de 10.448 habitantes e área de 180km², segundo

informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, (2010).

Segundo o Plano Ambiental Municipal de Tapera (2004) o município está inserida na

região do Alto Jacuí, ao noroeste do estado do Rio Grande do Sul como pode ser observado

na figura 7; limita-se ao norte com o município de Lagoa dos Três Cantos, a sul com o

município de Espumoso, a leste localizam-se os municípios de Victor Graeff e Espumoso, e

ao oeste faz limite com o município de Selbach.

Figura 7: Localização do Município de Tapera em relação ao Estado do Rio Grande do SulFonte: IBGE (2010)

61

O município é constituído por 16 comunidades, sendo elas: Linha Etelvina, Linha

Cinco Irmãos, São Pedro, São Luiz, Arroio Angico, Vila Raspa, São Rafael, Teutônia, Barra

do Colorado, Linha Santana, Linha Coronel Gervásio, Linha Esquina da sorte, Passo dos

Marianos, Linha Telles, São João, e Vila Paz.

A localização dos distritos pertencentes ao município está indicada na Figura 8.

Figura 8: Localização dos distritos pertencentes ao Município de TaperaFonte: Adaptação Prefeitura Municipal de Tapera

4.1.1 História do Município

De acordo com as informações da Prefeitura Municipal (TAPERA, 2004), o município

de Tapera foi criado pela lei nº 2552, em 18 de dezembro de 1954 e instalado em 28 de

fevereiro de 1955.

A ocupação do território taperense iniciou-se no final do século XIV, surgiu a colônia

chamada Alto Jacuí, e mais precisamente, no ano de 1891 o povoado de Tapera, que na época

pertencia ao município de Passo Fundo/RS. Os primeiros habitantes a habitar o novo local

eram originários de São Sebastião do Caí, Santa Cruz do Sul e Garibaldi.

62

Tapera possuía riquezas a espera de exploração fácil e que exigia pouco trabalho e

nenhum capital, pois se encontravam grandes e imensos pinheirais em todo seu território.

Na história de Tapera registra-se que os primeiros colonizadores que chegaram para

realizar a medição das terras, encontraram um rancho abandonado, onde os viajantes que por

aquela área passavam, paravam no rancho para descansar a sombra, e beber água, pois perto

do local havia um riacho com uma bela aguada (TAPERA, 2004).

Na época com denominação de Casebre Abandonado, onde servia de parada para os

viajantes, passou-se a denominar o local de "Tapera", e neste local passou-se a ocorrer às

transformações, ou seja, crescer e desenvolver-se até tornar-se o município de Tapera. Hoje

Tapera é conhecida como centro da Região do Alto Jacuí, cidade próspera, hospitaleira, sendo

integrante do grupo de cidades Rotas das Terras e rica na produção leiteira e agrícola

(TAPERA, 2004).

4.1.2 Aspectos de tapera

4.1.2.1 Uso e ocupação do solo

A região do Alto Jacuí se caracteriza por ser a região que possui uma boa

diversificação na produção agropecuária do estado do Rio Grande do Sul. O município de

Tapera se destaca pelo seu desenvolvimento na agricultura, haja vista seus altos índices de

produtividade alcançados. O produtor taperense buscou em outras fronteiras agrícolas o

aumento de suas de produção, pois sua área ficou limitada pelos desmembramentos ocorridos

pelas emancipações, levando sua técnica de produção por todo o estado do Rio Grande do Sul

e mesmo fora deste, estando presente como agricultor na maioria dos estados brasileiros

(TAPERA, 2004).

De acordo com o Tapera (2004), o solo do município em mais de 90% de sua área se

identifica por se um Latossolo, unidade de mapeamento Erechim, que se caracteriza por ser

recomendável para o uso na agropecuária, justificando os altos índices de produtividade

alcançados por seus produtores.

As maiores propriedades dedicam-se a produção de soja, trigo, milho e cevada,

enquanto que as pequenas e médias propriedades do município de Tapera desenvolveram uma

63

atividade agropecuária bem diversificada com ênfase nas atividades de bovinocultura leiteira,

suinocultura e avicultura (TAPERA, 2004).

Como pode se observar na Figura 9, o município de Tapera tem seu uso e ocupação do

solo basicamente de Áreas Agrícolas/Perenes Anuais com áreas menores de Campos e

Pastagem.

Figura 9: Uso e Ocupação do Solo da UPG Colorado na Bacia do Alto JacuíFonte: Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, 2010.

4.1.2.2 Economia

O município de Tapera se apresenta em fase de expansão destacando-se no plantio e

na comercialização de grãos coordenados pela COTRISOJA (Cooperativa Tritícola Taperense

64

Ltda), sendo uma das maiores cooperativas de grãos do estado do Rio Grande do Sul

(TAPERA, 2004).

Na área agrícola pela quantidade de seu solo, aliado a tecnologia aplicada devido

principalmente a ação conjunta dos técnicos do município, observa-se um crescimento na

produtividade de seus cultivos, alcançando os maiores índices do pais, assim destacando

algumas culturas que auxiliam no setor econômico do município, se encontram no setor

primário: soja, milho, trigo, cevada, triticale e canola (TAPERA, 2004).

Segundo o Tapera (2004) o município também se destaca por apresentar grandes

produtores de suínos oriundos das unidades de leitão da ALIBEM.

No setor industrial o município de Tapera se destaca pela grande atividade do Curtume

Tapera Ltda, conhecido também como antigo curtume Mombelli, onde oferecem grande

diversidade de mão-de-obra local, assim realizando-se diferentes atividades na área

(TAPERA, 2004).

Já o comércio é responsável por grande parte da participação no PIB municipal,

desempenha papel significativo na economia, possuindo hoje estrutura para suprir a demanda

não só do município, como de toda a região. Além do comércio varejista, podemos destacar o

comércio de medicamentos, insumos e maquinária para a agricultura, insumos para as

construções civis, alimentícias e equipamentos para escritório, restaurantes, emissoras de

radio, empresas jornalísticas, hotéis, indústrias (moveleira, confecções, esquadrias em

madeira e ferro, dentre outras atividades mais, que faz do município um pólo regional

(TAPERA, 2004).

4.1.2.3 Estrutura Administrativa

A organização administrativa do município é constituída dos seguintes órgãos da

administração Direta (TAPERA, 2004):

.

I- ORGÃO DE COOPERAÇÃO

1- Conselho Político

II- ÓRGÃO DE COLABORAÇÃO COM O GOVERNO FEDERAL

1- Junta de Serviço Militar

III- ÓRGÃOS DE ASSISTENCIA IMEDIATA

65

1- Gabinete do Prefeito

2- Gabinete do Vice-Prefeito

IV- ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO

1- Procuradoria Geral do Município

2- Conselhos Municipais

V- ÓRGÃOS DE ADIMINISTRAÇÃO GERAL

1- Secretaria Geral

2- Conselho Político

3- Procuradoria

VI- ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO ESPECÍFICA

1- Secretaria de Saúde e Ação Social

2- Secretaria de Educação, Cultura, Desporto e Lazer

3- Secretaria de Desenvolvimento

4- Secretaria Infra-Estrutura

5- Gerencia Técnica

VII- ÓRGÃOS DE DESCENTRALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

ESPECÍFICA

1- Gerencia Técnica compreende ao Setor Contábil, Setor Financeiro, Setor de

Materiais, Setor de Arrecadação e Tributação e Setor Pessoal.

2- Secretaria de Desenvolvimento compreende o Departamento da Agricultura,

Pecuária e Meio Ambiente.

3- A Secretaria de Educação, Cultura, Desporto e Lazer compreende o Departamento

da Educação e Cultura e o Departamento de Desporto e Lazer

4.1.2.4 Departamento Municipal de Meio Ambiente

O Plano Ambiental Municipal de Tapera (2004) destaca que a Secretaria de

Desenvolvimento é o órgão que define o Departamento Municipal do Meio Ambiente, sendo

66

este o órgão municipal responsável pela qualidade e conservação ambiental do município,

onde o desenvolvimento é ecologicamente sustentável possuindo atribuições como o

planejamento, implementação, execução e controle de atividades da política municipal do

meio ambiente podendo ser também responsável por disciplinar a ocupação do solo urbano e

rural no que conserve a proteção ambiental e ainda pelo controle e fiscalização de fatores

ambientais, assim promovendo a integração do homem pela União e Estado.

4.1.2.5 Instrumentos de Gestão

Segundo Tapera (2004), os instrumentos utilizados na Gestão Ambiental Municipal

são os mencionados na Lei Orgânica promulgada em 1990, onde no Capítulo II "Da

Competência do Município", dedicou a Seção II "Da Competência Comum", em seu Artigo

12, Incisos IV, VII, VIII e X, que se referem ao Meio Ambiente, além do capítulo exclusivo

do Meio Ambiente (Capítulo VIII), em seus artigos 208 até o 219, e juntamente com a

legislação municipal esparsa instrumentalizam a gestão ambiental através do Departamento

Municipal do Meio Ambiente, a saber, com as seguintes responsabilidades e competências:

- Licenciamento Ambiental das diferentes formas, revisão e sua renovação e

autorização;

- Fundo Municipal de Meio Ambiente;

- Cadastro técnico rural e o sistema de informações ambiental municipal;

- Educação Ambiental formal e não-formal;

- Sanções disciplinares e compensatórias ao descumprimento das providencias

necessárias a prevenção e recuperação do dano ambiental;

- Cadastro de atividades urbanas e instrumentos de proteção ambiental;

- Estimulo e incentivo para proteger, manter, melhorar e recuperar a qualidade

ambiental;

- Turismo ecológico;

- Termo de ajustamento de conduta;

- Audiências públicas;

- Fiscalização e monitoramento das atividades potencialmente poluidoras;

- Análise e avaliação de impactos ambientais;

-Gerenciamento, monitoramento e fiscalização dos resíduos sólidos de atividades

urbanas (domiciliares e de limpeza urbana), comerciais, serviços de saúde e industriais, de

prestação de serviços, rurais e de extração mineral e dos sistemas de tratamento de águas e

67

resíduos líquidos cuja operação gere resíduos semilíquidos ou pastosos enquadráveis como

resíduos sólidos a critério do órgão ambiental;

- Fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando compatibilizar o

desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente;

- Zoneamento Ecológico;

-Acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associativos de gerenciamento

de recursos ambientais;

- Elaboração do Código Ambiental Municipal;

4.1.2.6 Modelo espacial

Segundo PAM (2004), foi proposto o desenvolvimento para melhor compreensão e

atuação dividir o município em Zonas, porem não consta no Plano este mapeamento do

modelo espacial do município, consta somente a conceituação de cada uma das zonas.

A preservação do ambiente natural, condição fundamental para o desenvolvimento

sustentável, pressupõe que o zoneamento tenha em sua base, em especial, a conservação e

proteção de mananciais hídricos (TAPERA, 2004).

Em relação aos recursos hídricos, optou-se por considerar todo o município como

manancial de abastecimento de água, com as conseqüentes implicações no planejamento de

sua ocupação do solo (TAPERA 2004).

Assim não basta proteger a Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, é necessária uma política

de prevenção das águas do Município como um todo. A preservação dos mananciais é de

responsabilidade de nossa comunidade e de outras esferas de poder (Federal e Estadual). Ao

definirem-se as condições de ocupação das demais Zonas devemos atender a esta diretriz

(Tapera 2004).

4.1.2.6.1 Zona Urbana

A Zona Urbana é de 9.836 km², e nela se concentram 82% da população municipal; a as

áreas não ocupadas dividem-se em a) lotes ocupados, b) vazios urbanos, c) áreas de expansão

urbana (TAPERA, 2004).

68

A cidade apresenta um processo de verticalização da área central, segundo o TAPERA

(2004) possui uma periferia imediata de intensa ocupação uni familiar e áreas periféricas

semi-ocupadas.

O centro verticalizado compreende usos comerciais, de serviços habitacionais,

industriais de pequeno porte e serviços públicos. Sua infra-estrutura básica e seus serviços

com algumas deficiências (TAPERA, 2004).

A periferia imediata, com praticamente toda a sal área loteada, caracteriza-se por

intensa ocupação horizontal (unifamiliar), comércio e serviços locais e indústrias de pequeno

porte. Sua infra-estrutura é semi-completa, com deficiência principalmente, quanto ao esgoto

cloacal. E algumas áreas, em fundos de vales, apresentam áreas com falta de drenagem pluvial

(TAPERA, 2004).

As áreas periféricas de acordo com TAPERA (2004) mesclam espaços não ocupados,

loteamentos com média ocupação, usos industriais, comerciais atacadistas e depósitos. Os

loteamentos mais antigos possuem infra-estrutura incompleta, carecendo, principalmente de

pavimentação e esgoto cloacal. Em novos loteamentos é obrigatória a implantação de infra-

estrutura completa, exceto de rede de esgotamento sanitário, que é substituído por sistema de

tratamento tipo fossa séptica e sumidouro.

4.1.2.6.2 Zona Rural

De acordo com o PAM (2004) a zona rural é caracterizada por áreas homogêneas

situadas nos espaços rurais do município.

Estas unidades de planejamento foram subdivididas em Zona de Proteção dos

mananciais,Zona Rural Agro-Familiar e Zona Rural Mista.

I - Zona de Proteção dos Mananciais:

É constituída pelas áreas rurais das bacias dos rios Colorado e Glória, formadores da

barragem do Passo Real: é constituída de relevo pouco acidentado, formado por médias

propriedades, com culturas extensivas de soja e trigo. Parte das margens destes rios é coberta

por vegetação nativa.

II – Zona Rural Agro-Familiar:

69

Apresenta relevo ondulado e algumas áreas com regular índice de cobertura nativa ou

reflorestada. É a zona com maior numero de localidades rurais. Sua economia é típica das

áreas coloniais, com predominância de pequenas propriedades. É uma região de

empreendimentos mais familiares, que desenvolvem atividades principalmente nos setores de

avicultura, suinocultura, fruticultura, criação de gado leiteiro e produção de hortaliças.

III – Zona Rural Mista:

A Zona Rural Mista é uma região homogênea de transição entre a Zona de proteção

dos Mananciais e a Zona Rural Agro-familiar.

Seu relevo varia do ondulado ao suavemente ondulado. Sua produção agrícola mescla

atividades de produção extensiva, como o cultivo de grãos, com atividades típicas de

pequenas propriedades agro-familiares (cultura de subsistências): avicultura, suinocultura,

produção de hortifrutigranjeiros e criação de gado leiteiro.

A principal atividade desta zona é sem dúvida a produção de grãos.

4.1.2.7 Meio natural

4.1.2.7.1Flora

Conforme apresentado no Plano Ambiental Municipal de Tapera (TAPERA, 2004), o

município está localizado na região do Planalto Médio que é limitado ao Norte pela região do

Alto Uruguai, ao Sul pela Depressão Central e a Leste pela Encosta Superior do Nordeste

Na região onde está localizado o Município de Tapera encontra-se, formações vegetais

da floresta Ombrófila Mista, Floresta de Galeria que acompanha os cursos d’água (TAPERA,

2004).

De acordo com o TAPERA (2004), a floresta de galeria é densa, alta e estreita, são

formações florestais, que acompanham os cursos d’água começando sub-arbustivas nas

fontes, desenvolvendo-se em matinhas na encosta seca e rochosa e terminando em matas de

regular extensão e altura, de acordo com o volume de água e dos terrenos de aluvião.

Segundo o PAM (TAPERA, 2004), as galerias limitadas às margens e a zona de

inundações compõem-se de numerosos exemplares da flora rio-grandense comum nas

ribanceiras, como: sarandis (Terminalia australis), unha-de-gato (Acácia bonariensis),

Camboim (Myrcia multiflora), e outras mirtáceas. De mistura crescem arbustos pertencentes á

70

formação de parques, como branquilo (Sebastiana Klotzschiana), sombra-de-touro

(Acanthosyris spinescens), aroeira (Lithraea brasiliensis). Em alguns lugares ocorre salgueiro

(Salix homboldtiana), mata-olho (Pouteria gaardneriana), corticeira-do-banhado (Erithrina

crista-gali), bem como os aguapés (Eichhornia crassipes e E. azurea), chapéu-de-couro

(Echinodorus aschersonianus) em lugares alagados.

A floresta ombrófila mista, que se mistura á savana, no planalto é formada de espécies

de araucária (Araucaria Angustifólia), no estrato emergente, a canela-areia (Crypto carya sp),

canela-lajeana (Ocotea pulchella), e o pessegueiro-bravo no estrato dominante. Na submata, a

aroeira-preta, o guamirin (Myreeugenia sp), o Cambuí (Myrciaria sp), e a erva-mate (Ilex

paraguariensis) (TAPERA, 2004).

A floresta nativa do planalto basáltico com ocorrência de araucária tem algumas

características próprias. Nela, o pinheiro (Araucaria angustifólia) apresenta grande

participação, especialmente no andar superior. Dada a estrutura do pinheiro, de maior

espaçamento entre os indivíduos arbóreos, a floresta não é densa, embora no Rio Grande do

Sul não ocorre na sua forma pura. Um segundo estrato é formado por espécies de menor

porte, e o terceiro é tipicamente arbustivo. Na verdade, o pinheiro está associado na floresta

subtropical caducifólia. O caráter decidual da floresta é sazonal, de inverno (TAPERA, 2004).

Ainda, de acordo com o Plano Ambiental Municipal de Tapera (2004), no município

ainda são observadas diversas espécies exóticas como: Pinus (Pinus sp), Nespera (Eriobotrya

japônica), Laranjeira, Bergamoteira, Limoeiro (Citrus sp), Cinamomo (Melia azedarach),

Amoreira-Vermelha (Morus nigra), Plátano (Platanus x acerifolla), Abacateiro (Persea

americana), Pessegueiro (Prunus pérsica), Eucalipto (Eucalyptus sp), Uva-do-Japão

(Hovenia duleis).

4.1.2.7.2Fauna

Uma política de prevenção ambiental deve contemplar a diversidade biológica com

áreas representativas dos vários ambientes naturais ainda existentes. No município de Tapera

há uma boa cobertura vegetal, o conhecimento do potencial faunístico de suas diferentes

unidades de relevo e domínios fitogeográficos apresenta-se como fator fundamental para que

se possa avaliar suas condições, como mantedora da biodiversidade (TAPERA, 2004).

71

4.1.2.7.3 Geologia, Geomorfologia, Relevo e Pedologia

De acordo com o PAM (2004), o território de Tapera está localizado numa porção de

um grande conjunto morfológico da América do Sul, conhecido genericamente como derrame

basáltico sul-americano sobre a Bacia Sedimentar do Paraná. Neste contexto predominam as

rochas da Formação Serra Geral, formadas por efusivas básicas continentais toleitíca,

comumente basaltos e fenobasaltos. Os solos que se desenvolveram sobre esta rocha, resultam

da intemperização dos minerais ferro-magnesianos e feldspático-cálcico da rocha em minerais

argilosos, resultando em solos de natureza argilo-siltoso, com teor de argila maior que 60%.

No domínio morfo-estrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares, o município está

inserido na Região Geomorfológica do Planalto das Missões, na Unidade Geomorfológica do

planalto de Santo Ângelo (TAPERA, 2004).

As formas de relevo conforme o PAMT (2004) são bastante homogêneas retratadas de

modo geral por colinas suaves, arredondadas ou às vezes alongadas, regionalmente

conhecidas por coxilhas, esculpidas em rochas vulcânicas básicas da Formação Serra Geral.

O solo predominante do município e Latossolo Rocho Distrófico. São solos derivados

do basalto da Formação Serra Geral, de textura muito argilosa e com elevados teores de

Fe2O3. Apresentam seqüências de horizontes do tipo A, B e C, que são muito profundos,

sendo poucos diferenciados e com transição gradual e plana entre os horizontes. Apresentam

boas características físicas, o que os torna amplamente favoráveis a utilização agrícola, desde

que corrigidas suas deficiências de fertilidade (TAPERA, 2004).

4.1.2.7.4 Recursos Hídricos

4.1.2.7.4.1 Superficiais

O município de Tapera pertence à Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí denominada G50,

representado na figura 10 a seguir.e Região Hidrográfica do Guaíba.

72

Figura 10: Bacia Hidrográfica do Alto JacuíFonte: SEMA (2010)

Os cursos de águas superficiais do município estão hierarquizados no conjunto da rede e

das sub-bacias, sendo designado genericamente de Rios, Arroios, Sangas, sem que para eles

seja possível uma conceituação rigorosa (TAPERA, 2004).

4.1.2.7.4.2 Subterrâneos

O município apresenta em seu subsolo a ocorrência do Aqüífero Serra Geral cuja vazão

varia entre 1 a 150m³/h, e o aqüífero Guarani tendo um grande potencial inexplorado dentro

do limite do município, confinado por uma camada de rochas da formação Serra Geral com

73

aproximadamente 700 metros de espessura, tendo a capacidade de oferecer uma vazão de um

milhão de L/h (TAPERA, 2004).

4.1.2.8 Fontes poluidoras

4.1.2.8.1Poluição hídrica

A utilização do solo nas mais diversas áreas e atividades como apresenta o Plano

Ambiental Municipal de Tapera (2004), tem como efeito a alteração da quantidade e

qualidade das águas. Em termos de uso o quadro 3 abaixo faz relação entre as atividades e

efeitos sobre a disponibilidade hídrica.

Quadro 3: Relação entre atividade e efeito sobre a disponibilidade hídrica do município

Agente modificador Atuação Efeito Resultado na água

Técnicas

Agropecuárias

Preparo da terra Plantio

Tratos culturais

Erosão

Contaminação

Assoreamento

Qualidade Química

Qualidade Biológica

Técnicas industriais Produtos químicos

Temperatura

Contaminação Qualidade Fisico-

Química-Biológica

População Esgoto Contaminação

Lixo Contaminação

Intensidade de consumo

de água

Químico-Biológico Assoreamento

Qualidade Química

Qualidade Física

Qualidade Biológica

Agente modificador Atuação Efeito Resultado na água

Mineração Movimentação do solo Erosão Assoreamento

Turbidez

Loteamentos Movimentação do solo

Permeabilidade do solo

Erosão

Escoamento

superficial

Assoreamento

Turbidez

Fonte: Tapera (2004), p.29

74

4.1.2.8.2Poluição atmosférica

Relativamente à poluição atmosférica, as medidas que estão sendo adotadas resumem-

se em ações de controle do uso de agrotóxicos nos resquícios de lavouras localizadas na

periferia dos limites urbanos.

Impõe-se, também, a realização de estudos e a adoção de medidas de combate a

poluição produzida pelos automóveis, indústrias e queimadas a serem realizadas a médio e

longo prazo (TAPERA, 2004).

4.1.2.9 Resíduos Sólidos

4.1.2.9.1Domiciliares

O município de Tapera segundo o Plano Ambiental Municipal produz cerca de 7 t/d de

resíduos sólidos domésticos.

A coleta, transporte e do destino final dos resíduos, são realizados por empresa

terceirizada (Nova Era) em usina de triagem e aterro sanitário localizado no município de

Espumoso/RS. A coleta de resíduos contempla toda a população urbana da sede do município

e do distrito de São Pedro (TAPERA, 2004).

4.1.2.9.2Resíduos de serviços de saúde

Os resíduos de serviço de saúde têm coleta, transporte e destino final (incineração)

realizado pela empresa Ambicleam – Tratamento de Resíduos Ltda de Santo Ângelo/RS. A

coleta e transporte são feitos por veículo diferenciado, com identificação de resíduos

infectantes nas portas para melhor visualização do que está transportado. O veículo possui

motorista com treinamento e habilitação para transporte de carga perigosa e um coletor,

ambos ainda possuem treinamento em segurança e medicina do trabalho. A empresa

responsável pela coleta destes resíduos exige que os usuários desse serviço usem embalagens

e acondicionamento conforme legislações vigentes: NBR 12.807, NBR 12.808, NBR 12.809,

NBR 12.810, e as Leis Estaduais 9.921 e 10.090 (TAPERA, 2004).

75

4.1.2.9.3Entulho

A situação dos resíduos da construção civil, compostos por materiais de demolição,

restos de obras, solos de escavações diversas, etc, encontra-se em estudo, devido aos

constantes conflitos ambientais causados por deposição irregulares em terrenos baldios

(TAPERA, 2004).

4.1.2.9.4Embalagens vazias de defensivos agrícolas

Este departamento está sendo controlado pela COTRISOJA (Cooperativa Tritícola

Taperense Ltda), onde se tem como responsável técnico um Engenheiro Agrônomo conforme

os dados obtidos. O posto de recebimento de embalagens vazias localiza-se na Linha Cinco

Irmãos (figura 11), tendo-se as atividades regularizadas com licenças ambiental da FEPAM

(Fundação Estadual de Proteção Ambiental), e em convênio com o INPEV (Instituto Nacional

de Processadores de Embalagens Vazias), que servirá para o recebimento das embalagens

vazias dos produtos comercializados pelas empresas do ramo do município, que também são

associados na ARFITA (TAPERA, 2004).

Figura 11: Localização da ARFITA em relação a Cidade de Tapera.Fonte: Adaptado de Google Maps, 2011.

76

Segundo o PAMT (2004) as embalagens são recolhidas e armazenadas por volume (1L,

5L, 10L), até obter uma determinada quantidade de material, onde para a obtenção desta

quantidade o município de Tapera leva em média de tempo de estoque uma semana

(Raramente duas semanas de depósitos). As embalagens vazias são destinadas ao município

de Passo Fundo/RS, onde ocorre o processamento dos materiais, a seguir os mesmos são

enviados à São Paulo/SP.

4.1.2.9.5Resíduos Industriais

Os resíduos industriais gerados pelas indústrias locais são representados por cinzas,

lodos, óleos, resíduos alcalinos, metais, escórias, areais de fundição etc.

O município de Tapera não possui controle sobre o destino final destes resíduos, onde

os geradores de resíduos estão sendo orientados pelos técnicos do Departamento de Meio

Ambiente de modo que os mesmos encaminhem os resíduos para destino final tecnicamente

adequado (TAPERA, 2004).

4.1.2.9.6Resíduos especiais

Os resíduos especiais, tais como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, são

descartados junto aos resíduos sólidos urbanos, não havendo um programa de gerenciamento

e destino final adequado para os mesmos (TAPERA, 2004).

4.1.3 Indicadores para o Município de Tapera

De acordo com Scheneider (2011) que buscou em sua dissertação de mestrado avaliar o

índice de sustentabilidade dos municípios do COREDE do Alto Jacuí, onde o município de

Tapera esta inserido, visando assim gerar contribuições que auxiliem o desenvolvimento

sustentável desses municípios. Em seus objetivos específicos procurou elaborar um banco de

dados das dimensões: social, demográfica, econômica, político-institucional, ambiental, e

cultural para os municípios do COREDE Alto Jacuí, alem de calcular o Índice

desenvolvimento sustentável para municípios (IDSM), que integram o COREDE do Alto

Jacuí.

77

Schneider (2011) afirma que quanto ao índice de desenvolvimento social, Tapera

apresenta um nível aceitável, devido principalmente a ser um dos municípios com menor taxa

de mortalidade por acidente de transporte, uma das maiores expectativas de vida ao nascer,

mas também, é um dos municípios com menor número de leitos hospitalares por mil

habitantes.

Com relação ao índice de desenvolvimento demográfico, o município apresenta um

nível aceitável, devido principalmente a ser um município com maior densidade demográfica,

mas também é um dos municípios com maior diferença entre as populações urbanas e rurais

(SCHNEIDER, 2011).

No que se refere ao índice de desenvolvimento econômico, conforme Schneider

(2011) o município apresenta um nível alerta, principalmente porque o saldo de sua balança

comercial é muito baixo, mas em compensação a maior parte de sua população ganha mais de

um salário mínimo.

O índice de desenvolvimento político-institucional apresenta um nível alerta, devido

principalmente ao fato de ser um dos três municípios que menos investe em saneamento

urbano, não investe em ciência e tecnologia, mas também é um dos municípios que mais tem

número de acessos individuais ao serviço de telefonia fixa (SCHNEIDER, 2011).

Quanto ao índice de desenvolvimento ambiental, apresenta um nível aceitável,

principalmente pelo fato de ser um dos municípios com melhor qualidade de água, por sua

água ser tratada por desinfecção, mas em compensação não tem água tratada por ETA’s, e

também, 96,2% do seu lixo urbano ser coletado e é um dos dois municípios com maior

quantidade de coleta de lixo rural, e é também o município com maior quantidade de

esgotamento sanitário por fossa séptica (SCHNEIDER, 2011).

Com relação ao índice de desenvolvimento cultural, apresenta um nível crítico de

sustentabilidade, pois o município não tem cinemas, unidades de ensino superior, teatros ou

salas de espetáculos, mas tem centros culturais, bibliotecas, museus, e ginásio de esportes

(SCHNEIDER, 2011).

Os respectivos índices do município de Tapera podem ser observados no quadro 4.

78

Quadro 4: Índices para o Município de Tapera.

Legenda

Fonte: Adaptado de Schneider (2011)

4.2 ZONEAMENTO AMBIENTAL

A localidade de Linha São Pedro encontra-se distante aproximadamente 4 Km, do

centro de Tapera, próximo da RS-223, segundo pesquisa realizada é a localidade que mais

desenvolve a atividade suinocultora no município, com 7 propriedades, alem de 6 produtores

que trabalhavam com a atividade e devido o preço ruim da carne suína acabaram paralisando

a atividade temporariamente.

Na figura 12 a seguir encontra-se a localização do município e a localidade de linha

São Pedro em relação a RS-223.

INDICADOR TAPERA

IDSM Social 0,7224

IDSM Demográfico 0,5370

IDSM Econômico 0,4557

IDSM Político Institucional 0,4009

IDSM Ambiental 0,7052

IDSM Cultural 0,2476

SUSTENTABILIDADE

79

Figura 12: Localização do município de Tapera e a localidade de Linha são Pedro em relação a RS-223

Fonte: Adaptado de Google Earth (2003)

As visitas nas propriedades ocorreram entre os dias 12/10 à 19/10, onde foram

aplicadas fichas técnicas (anexo B), nas quais constam: dados gerais dos produtores,

localização da propriedade, formas de subsistência da propriedade, e disposição dos resíduos

gerados,

Após as visitas foram confeccionados os croquis com a localização das sete

propriedades que trabalham com a atividade de suinocultura (Figura 13), e croquis

localizando as demais propriedades que paralisaram com a atividade temporariamente

(Figura14).

80

(1) (2) (3) (4)

(5)

(6)

Figura 13: Localização das propriedades suinícolas do Distrito de São Pedro, Tapera, RSFonte: Adaptado Google Earth (2003)

(7)

81

Figura 14: Demais propriedades que paralisaram a atividade suinocultora temporariamenteFonte: Adaptado Google Earth (2003)

Segundo a pesquisa realizada no mês de outubro de 2011, analisando-se

cuidadosamente os resíduos gerados pela atividade de bovinocultura pode-se observar

que 3 das 6 propriedades que tem a bovinocultura como uma das formas de

subsistência, não possuem nenhuma forma de armazenamento e disposição destes

resíduos. Sabe-se que na maior parte das vezes, esses resíduos são mal manejados,

constituindo fonte de poluição do meio ambiente.

Os resíduos de bovinocultura têm merecido atenção crescente pelo seu volume

cada vez maior e pelos problemas ambientais relacionados ao seu tratamento e

disposição.

Quanto às embalagens de agrotóxicos todas as propriedades mostraram-se

preocupadas com a destinação das mesmas, onde alguns produtores entregam suas

embalagens nas cooperativas onde as compraram, e outros entregam na Associação para

o recebimento de embalagem de agrotóxicos, denominada ARFITA, a qual é cadastrada

na FEPAM, localizada no mapa da Figura 11.

Pode-se perceber na analise das fichas aplicadas que na maioria das propriedades

existe uma preocupação significativa a respeito do tratamento dos resíduos gerados pela

atividade de suinocultura, onde das sete propriedades analisadas apenas duas não

82

possuem as duas lagoas para a disposição dos resíduos como determina como determina

a Norma Técnica da FEPAM de Novos Empreendimentos Destinados a Suinocultura.

Após a análise das fichas, pode-se realizar um levantamento significativo da

quantidade de propriedades que utilizam a suinocultura como uma das formas de

subsistência, realizando assim um zoneamento da atividade suinícola na localidade de

linha São Pedro, Tapera - RS, como mostra a figura 15 a seguir.

83

Figura 15: Mapa do Município com a localização da Zona Urbana, parte da localização da APP e o Zoneamento Proposto para a atividade suinocultora daLinha São Pedro, Tapera - RS

Fonte: Adaptado, Prefeitura municipal de Tapera, (2011).

LEGENDA

Área dePreservação PermanenteRios Colorado e Jacuí

Zoneamento daAtividade Suinocultorade São Pedro

Zona Urbana

84

4.3 PROPOSTA DE AÇÕES QUE SUBSIDIEM O GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

Neste tópico é apresentada a proposta das ações necessárias para dar subsídio ao

GRS para o município de Tapera -RS, pois analisando o Plano Ambiental Municipal

(Tapera, 2004) pode-se observar falhas na questão de tratamento de alguns tipos de

resíduos, como por exemplo os resíduos de construção civil, denominado no PAM

como entulhos, e os resíduos especiais. Este proposta busca soluções viáveis e

disponíveis no mercado para o destino dos resíduos, aplicando ações que não

demandem grandes investimentos econômicos, porém tendo como principal objetivo a

minimização dos impactos sociais e ambientais.

Para que o município consiga implantar e programar estas ações, a comunidade

em geral deve colaborar, participando das adequações e atualizações constantes dos

Programas Socioambientais; o município também deve atrelar tais Programas às

Campanhas de Educação Ambiental Continuada. Essa medida resolve a deficiência do

acondicionamento e descarte inadequados por meio da mudança de comportamento da

população. Contudo sabe-se que Campanhas de Educação Ambiental são medidas que

alcançam resultados em longo prazo, devido a isso é imprescindível que as Campanhas

sejam contínuas, reforçadas e atualizadas em determinados períodos de tempo,

acostumando a população com as simbologias e o hábito de acondicionamento e

descarte adequados para a coleta.

No quadro 5 a seguir estão detalhadas as etapas a serem cumpridas para a

elaboração das ações de GRS, e os itens a serem cumpridos em cada uma das etapas.

85

Quadro 5: Etapas para a elaboração das ações de GRS

ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DAS AÇÕESPARA GRS

ITENS A SEREM ATENDIDOS EM CADA ETAPA

ETAPA 1

Aterro Sanitário

Estudo LocacionalInfra-estrutura do aterro

Distância Limite ao Centro de Massa de Geração de ResíduosEstudo de Viabilidade Financeira

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL

Usina de Triagem eCompostagem

Estudo LocacionalInfra-Estrutura

Estudo de Viabilidade FinanceiraEducação Ambiental

ETAPA 2 Coleta Seletiva

Setores de Coleta SeletivaDimensionamento da Freqüência

Dimensionamento da Equipe de TrabalhoProcedimentos de Controle e Fiscalização

Educação AmbientalColeta Seletiva em Órgãos e Entidades da Administração Pública

CatadoresCampanhaCadastro

Capacitação

ETAPA 3 Varrição, Capina ePoda

VarriçãoDimensionamento da Freqüência

Máquinas e Equipamentos

86

ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DAS AÇÕESPARA GRS

ITENS A SEREM ATENDIDOS EM CADA ETAPA

ETAPA 4 Resíduos de Serviço de SaúdeLegislação

ResponsabilidadesGeradores Públicos de RSS

Geradores Particulares de RSS

ETAPA 5

Resíduos Especiais LegislaçãoResponsabilidades

Pneus

LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário,

ColetaTransporte

Destinação FinalReciclagem

Agrotóxicos

LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário

ColetaCriação de uma Central e Posto de Recebimento

TransporteDestinação Final

Óleos e Graxas

LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário

ColetaTransporte

Destinação Final

ETAPA 6 Resíduos de construção CivilLegislação

Acondicionamento e Armazenamento TemporárioColeta

87

ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DAS AÇÕESPARA GRS ITENS A SEREM ATENDIDOS EM CADA ETAPA

TransporteDestinação Final

ETAPA 7 Resíduos Industriais Acondicionamento e Armazenamento TemporárioTratamento e Destinação Final,

ETAPA 8 Resíduos sólidos desuinocultura

LegislaçãoAcondicionamento e Armazenamento Temporário

ColetaTransporte

Destinação Final

Fonte: Adaptado de ECOTÉCNICA, (2008).

88

4.3.1 ETAPA 1 - Aterro Sanitário e Usina de Triagem e Compostagem

Nesta etapa descrevem-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o

município de Tapera, no que diz respeito a Aterro Sanitário e Usina de Triagem e

Compostagem.

A escolha de uma área para instalação de um Aterro Sanitário é um estudo que

envolve uma série de análises, já que é uma atividade que pode trazer transtornos à vizinhança

e que, do ponto de vista ambiental, implica em medidas específicas para a sua implantação,

portanto, sendo esta sujeito a estudos sobre a sua viabilidade. No quadro a seguir (Quadro 6)

podem ser observados alguns critérios mínimos estabelecidos pelo CEMPRE na escolha da

melhor área.

Quadro 6: Critérios para priorização das áreas para instalação de Aterro Sanitário (Pré-Seleção)

DADOS NECESSÁRIOS ADEQUADA POSSÍVELNÃO-

RECOMENDADA

VIDA UTIL Mais que 10 anos Menor que 10 anos (a critério doÓrgão Ambiental)

DISTÂNCIA DOCENTRO ATENDIDO 5-20 km

Menor que 5km

Maior que 20km

ZONEAMENTOAMBIENTAL

Áreas sem restrições nozoneamento ambiental

ZONEAMENTOURBANO

Vetor decrescimento

mínimo

Vetor decrescimento

intermediário

Vetor decrescimento

principalDENSIDADE

POPULACIONAL Baixa Média Alta

USO E OCUPAÇÃO DOSOLO Áreas devolutas ou pouco utilizadas Ocupação

IntensaVALOR DAS TERRAS Baixo Médio Alto

ACEITAÇÃO DAPOLPULÇÃO E DE

ENTIDADESAMBIENTAIS

Boa Razoável Oposição severa

Fonte: CEMPRE, (2010)

89

Como o município de Tapera dispõe seus resíduos no aterro controlado de Espumoso -

RS, cidade vizinha distante aproximadamente 10 km, esta etapa talvez não se enquadre nas

ações propostas, porém sabe-se que o aterro sanitário de Espumoso não apresenta boas

condições para o recebimento dos resíduos (COMPARIM; ROVANI; TÍMBOLA, 2010,

p.29), onde futuramente o município de Tapera possa vir a ter a necessidade de construir seu

próprio aterro sanitário.

A avaliação da viabilidade financeira da implantação de um aterro sanitário é um item

muito importante para um município de pequeno porte (ECOTÉCNICA, 2008) (tabela 3),

pois pode tornar inviável a construção e operação do aterro para as contas públicas.

Tabela 2: Custo de implantação de um aterro sanitário

DISCRIMINAÇÃO Custo Total (R$)

Mobilização 5.000,00

Serviços preliminares 12.000,00

Proteção da área 20.000,00

Proteção do solo 1.000,00

Movimentação de solos 3.000,00

Acessos 3.600,00

Sistema de drenagem pluvial 10.000,00

Sistema de Drenagem de chorume 20.500,00

Sistema de recirculação de chorume 5.000,00

Sistema de drenagem de gases 3.000,00

Monitoramento ambiental 4.320,00

Infra-estrutura administrativa 87.000,00

TOTAL 164.000,00

Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.

Caso ocorra a implantação de um aterro sanitário no município de Tapera sugere-se a

implantação de um Projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) para este

aterro, tendo este como objetivo buscar alternativas de tecnologias limpas, como por exemplo,

para a geração de energia (Captura do Gás Metano), reduzindo assim a emissão dos Gases

Efeito Estufa (GEE) os quais são prejudiciais a atmosfera.

90

Para que haja a implantação de uma Usina de Triagem e Compostagem (Figura 18) no

município, o mesmo deve possuir um aterro sanitário, e para que esta opção seja viável o

município deve ter consolidado o programa de separação de recicláveis, uma vez que a

implantação da Usina de Triagem não deverá substituir a separação domiciliar. Se a

população aderir a este programa o número de materiais recicláveis deverá aumentar. A Usina

de Triagem não deve se encarregar dos materiais recicláveis advindos de indústrias, somente

da coleta do lixo doméstico.

Figura 16: Fluxograma de uma Usina de Triagem e CompostagemFonte: ECOTÉCNICA, 2008

Na usina de Triagem também deverão ser re-selecionados aqueles materiais que não

podem ser recuperados ou reciclados, como isopor, tecidos, couros, fitas adesivas, celofane,

lâmpadas etc, ou seja, materiais descartados indevidamente.

A triagem e beneficiamento destes materiais podem ser terceirizados, através de

diversas entidades, como por exemplo, uma associação de catadores.

91

Lembra-se que esta implantação só será viável caso o município venha a decidir

implantar um Aterro Sanitário no limites municipais.

Indica-se que a área potencial do aterro sanitário seja utilizada para instalação de um

sistema acoplado de Unidade de compostagem e Central de Triagem.

Deve-se executar antes da implantação um breve estudo da viabilidade financeira do

empreendimento, sabe-se que o custo de implantação de uma usina de Triagem e

Compostagem para um município de pequeno porte é elevado, porém é um ótimo

investimento municipal que está atrelado as questões ambientais.

De nada adianta o município possui uma Usina de Triagem e Compostagem se não

possuir um amplo Programa de Educação Ambiental. Para vingar este programa recomenda-

se que tenha abordagem e linguagem específicas para os diversos agentes integrantes:

- Tomadores de decisão de entidades públicas e privadas (políticos, executivos,

secretários e dirigentes).

- Servidores e funcionários de entidades públicas e privadas.

- Professore de todos os níveis e modalidades de ensino.

- Educadores/amimadores/editor-ambientais

- Técnicos extencionistas, agentes comunitários, etc.

- Grupos sociais em condições de vulnerabilidade ambiental (catadores).

- Estudantes e Voluntários.

- População em Geral.

Infelizmente, não foram disponibilizados os valores para o transporte do lixo de

Tapera – RS até o município de Espumoso – RS, ou mesmo se estes custos são controlados e

quais critérios são adotados, porém pode-se dizer que se o município de Tapera possui-se um

aterro próprio este custo não existiria, e conseqüentemente a taxa de emissões de poluentes

decorrentes dos caminhões seria menor.

4.3.2 ETAPA 2 – Coleta Seletiva

Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o

município de Tapera, no que diz respeito à Coleta Seletiva.

92

O município de Tapera já dispõe de um Programa de Coleta Seletiva (Anexo A),

porém sugere-se modificações no mesmo, onde o sistema de coleta seletiva acontece porta-a-

porta, semelhante ao procedimento clássico de coleta, onde os veículos coletores percorrem as

residências em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta normal, como

ocorre atualmente no município. Recomendam-se que os moradores coloquem os recicláveis

nas calçadas, acondicionados em contêineres distintos os quais que devem ser providenciados

pela administração municipal. Sugere-se também a implantação destas ações no interior do

município, por exemplo, nas sedes de todas as comunidades, onde a disposição dos recicláveis

acontecerá em PEV- Pontos de Entrega Voluntária recomenda-se a instalação de contêineres

específicos de grande volume para cada tipo de reciclável, sendo: o verde para vidro; o azul

para papel; o vermelho para plástico; e o amarelo para metal. Estes contêineres devem ser

instalados em locais retirados, mas de fácil acesso ao público, sugerindo ainda que a coleta

destes materiais ocorra de uma a duas vezes por mês em cada comunidade.

A elaboração dos setores de coleta se faz necessária para tornar a coleta prática. Neste

contexto, os setores de coleta seletiva devem seguir o mesmo padrão da coleta realizada para

os resíduos domésticos em dias não coincidentes, a figura 16 ilustra a divisão da área urbana

em 6 setores de coleta tanto para a coleta seletiva quanto para a coleta dos resíduos

domésticos.

93Figura 17: Setores de coleta

Fonte: Adaptado, Prefeitura Municipal de Tapera, (2011).

F

94

A infra-estrutura para a coleta muitas vezes pode ser providenciada remanejando

recursos já existentes no poder público, nem sempre exigindo uma injeção elevada de capital

no programa.

Os veículos coletores devem ser preferencialmente caminhões do tipo baú ou

carrocerias adaptadas com as laterais elevadas para otimizar sua capacidade de carga.

Nos casos dos PEV’s o veículo coletor deve ser adaptado com subdivisões para cada

tipo de material, é importante que esta compartimentação não seja fixa, para eventualmente

carregar outro tipo de produto.

Como o município de Tapera já possui o programa de coleta seletiva, recomenda-se

que na área urbana os recicláveis sejam coletados duas á três vezes por semana, e o doméstico

(orgânico) duas vezes por semana em horários distintos, onde a coleta de entulhos e grandes

volumes podem ser coletados com menor freqüência.

Propõe-se a seguinte freqüência da coleta dos resíduos recicláveis e resíduos orgânicos

para cada setor como mostra a tabela 2.

Para a área rural sugere-se que os matérias recicláveis sejam coletados nos sábados de

manhã, com a seguinte proposta: Linha São Pedro, Linha Etelvina, São Luis e Linha Cinco

irmãos no primeiro sábado do mês. Linha Santana, Linha Coronel Gervásio, Linha Esquina da

Sorte e Linha Passos dos Marianos no segundo sábado do mês. Arroio Angico, Vila Raspa,

São Rafael, e Barra do Colorado no terceiro sábado do mês. Teutônia, Vila Telles, São João e

Vila Paz no quarto sábado do mês.

Tabela 2: Freqüência da coleta dos resíduos recicláveis e resíduos orgânicos

SETOR PERÍODO DIAS DA SEMANA2a Feira 3a Feira 4a Feira 5a Feira 6a Feira Sábado

01 Manhã x x x Tarde o o

02 Manhã o oTarde x x

03 Manhã x xTarde o o

04 Manhã x xTarde o o

05 Manhã o oTarde x x

06 Manhã o oTarde x x

Fonte: Adaptado ECOTECNICA, (2008).

95

x = Coleta dos Materiais Recicláveis Zona Urbanao = Coleta dos Materiais Domésticos Zona Urbana = Coleta dos Materiais Recicláveis nas Zonas Rurais

A equipe de trabalho deve ser organizada pela própria prefeitura ou por empresa

terceirizada, como é o caso de Tapera que possui atualmente o serviço terceirizado pela

empresa Nova Era. Caso a prefeitura queira fazer a coleta por conta própria sugere-se uma

equipe de um motorista e dois coletores. Os funcionários deverão usar uniformes com

identificação da prefeitura ou da empresa terceirizada, e os EPI’s devem ser de uso

obrigatório. Sugere-se que a fiscalização da coleta do lixo seja feita pelo chefe do

Departamento do Meio Ambiente, para evitar transtornos com a coleta, evitando também

problemas ambientais e de saúde da população pelo não recolhimento do lixo.

Recomenda-se que o Sistema de Coleta Seletiva seja criado, bem como o Programa de

Educação Ambiental, ambos devem andar em paralelo e objetivar a continuidade englobando

todas as Secretarias Municipais para a chamada da população.

Para divulgação dos programas de educação ambiental e das ações propostas podem

ser utilizados materiais como: outdoors, banners e cartazes, folders e folhetos, sacolas

retornáveis para compras em geral, sacos de resíduos para carros, sacos plásticos para

separação dos recicláveis, busdoors, ímãs de geladeira, etc. Além da criação de materiais

didáticos e pedagógicos como cartilhas e jogos educativos para escolas.

O objetivo geral deve buscar a conscientização da população sobre a importância de

sua participação e responsabilidade na gestão dos materiais recicláveis e orgânicos produzidos

no Município, promovendo ações conscientes fundamentadas na gestão compartilhada

relativas às questões ambientais, por meio da sensibilização e da difusão de conhecimentos.

Tendo como objetivos específicos:

Mudar hábitos e atitudes de consumo da população;

Reduzir a geração de resíduos sólidos e separarem orgânicos e recicláveis;

Separar os resíduos sólidos recicláveis e orgânicos dos não recicláveis;

Reduzir a poluição e aumentar a vida de aterros sanitários;

Orientar quanto ao desperdício dos recursos naturais: água, luz;

Preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população;

Reunir subsídios para a organização de uma possível gestão integrada dos resíduos

sólidos – PGIRS.

96

O público-alvo da campanha deve atingir funcionários da Prefeitura, professores e

funcionários das escolas, alunos das escolas públicas e privadas, donas de casa, coletores de

materiais recicláveis, movimentos sociais, comunidades religiosas, associações e clubes de

serviços, empresas, gestores e formadores de opinião, geradores de resíduos tóxicos, artesões

e outros que trabalham com resíduos, etc.

Para solucionar as deficiências que poderão ou não serem desenvolvidas com a

implantação destas ações, relacionadas ao trabalho dos catadores de materiais recicláveis no

município de Tapera, sugerem-se algumas proposições descritas a seguir:

Também é necessário o envolvimento dos catadores de materiais recicláveis nas ações

educativas, com o objetivo de:

Valorizar a figura do catador, acabando com o preconceito em relação a esses

profissionais, mostrando para a sociedade a importância do trabalho realizado em prol do

meio ambiente.

Usar o conhecimento adquirido pelos catadores na prática diária com resíduos sólidos,

maximizando as ações pretendidas pelo município.

Sugere-se a elaboração de um cadastramento, por parte da Secretaria de Assistência

Social, dos catadores que tem nos recicláveis sua única ou principal fonte de renda, seguindo-

se os seguintes critérios: elaboração de um formulário padronizado contendo, além dos dados

de identificação, questões sócio-econômicas dos catadores e suas famílias, entre quais,

documentação (quais possui), escolaridade, situação de moradia, situação de trabalho,

participação da família, em especial, crianças, na coleta, pontos de coleta, comercialização

(para quem vende e renda), participação e/ou interesse em participar de uma entidade

representativa (associação ou cooperativa), dificuldades, sugestões, e participação nos

programas sociais existentes na cidade.

4.3.3 ETAPA 3 - Varrição, Capina e Poda

Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o

município de Tapera, no que diz respeito à Varrição, Capina e Poda.

O principal serviço do sistema de limpeza é o de varrição, que deve ocorrer

regularmente nos logradouros públicos, podendo ser executado manualmente, com emprego

de mão-de-obra munida do ferramental e carrinhos auxiliares para recolhimento dos resíduos.

97

O serviço de varrição manual de vias e logradouros públicos pode ser executado por

equipe ou individualmente, e deve obedecer a roteiros previamente elaborados, com horários

e freqüências definidas em função da importância de cada área na malha urbana do

Município, do tipo de ocupação/uso e grau de urbanização do logradouro. Além disso, deve

haver serviços de varrição nos canteiros e áreas gramadas, que deverão ser executados de

maneira análoga ao serviço de varrição de vias.

Recomenda-se que os serviços de poda e capina, bem como o serviço de roçada no

município deverão ocorrer com menos freqüência, sendo realizados conforme a demanda. Os

resíduos resultantes desse serviço poderão ser enviados para decomposição em terrenos

baldios.

A proposta é que o serviço de capina seja realizado, além da demanda por meio das

solicitações com o canal de comunicação com a prefeitura, nos diferentes setores da cidade

com uma freqüência mensal.

Sugere-se também a criação de uma Comissão de Arborização, para que esta possa

orientar quando a poda a ser realizada no município, por exemplo, a época mais adequada

para o manejo (poda) de cada espécie arbórea.

4.3.4 ETAPA 4 - Resíduos de Serviços de Saúde

Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o

município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos de serviço de saúde.

Na poposta das ações de GRS sugere-se a implementação da coleta seletiva de

materiais recicláveis nas unidades públicas de saúde, tendo em vista que as unidades de

serviço de saúde também geram materiais recicláveis do grupo D (ex: caixa de remédios,

embalagens de papelão e plásticos, etc.) recomenda-se que seja ‘implantado a coleta seletiva

nas Unidades Públicas de Saúde, para que entreguem corretamente segregados para coleta.

Outra sugestão é estimular a criação de pontos (postos) de recepção para coleta dos resíduos

gerados (remédios vencidos, frascos de insulinas, etc.) pela população, nos locais prestadores

de serviços de saúde.

Na Legislação Federal, tanto a RDC nº. 306/04 da ANVISA quanto o CONAMA nº.

358/05 determinam que todos os estabelecimentos geradores de resíduos de saúde devem

apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde – PGRSS com o

98

objetivo de minimizar a geração deste tipo de resíduo através da separação organizada de

acordo com as características físicas, químicas e biológicas, proporcionando um

encaminhamento seguro, protegendo os trabalhadores, a saúde pública, os recursos naturais e

o meio ambiente. Sendo que a cobrança da elaboração e implantação do PGRSS, dos

estabelecimentos prestadores de serviços de saúde do município, deverá ser feita pela

prefeitura Municipal

Em relação às unidades de saúde particulares, sugere-se que a Prefeitura Municipal de

Tapera faça um cadastramento desses estabelecimentos de acordo com a quantidade de

resíduos por elas gerada classificando-as de acordo com seu porte: grandes ou pequenas

geradoras. Este cadastramento e classificação subsidiarão o tipo de PGRSS a ser elaborado e

implantado pelos prestadores particulares de serviços de saúde, possibilitando para os

pequenos geradores a elaboração de um plano simplificado, através do preenchimento de

formulários. Ressalta a importância da efetivação de uma fiscalização por parte da vigilância

sanitária, perante a elaboração dos PGRSS e de sua respectiva implantação.

A Figura 18 a seguir, apresenta o fluxograma onde estão descritas todas as etapas de

manejo dos resíduos de serviços de saúde, seguindo as diretrizes que compõem o PGRSS,

determinadas pela ANVISA/RDC 306, CONAMA 358/05 e NBR 12807, 12808, 12809,

12810. Diretrizes estas, a serem aplicadas nas Unidades de Saúde Pública do Município de

Tapera.

Figura 18: Etapas de manejo dos resíduos de serviços de saúdeFonte: ECOTÉCNICA, 2008.

99

4.3.5 ETAPA 5 - Resíduos Especiais

Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o

município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos especiais, onde a logística reversa deve

ser implementada.

4.3.5.1 Pilhas e Baterias

Recomenda-se que cada cidadão tenha como responsabilidade identificar e realizar a

triagem das pilhas e baterias dos demais resíduos domésticos e encaminhá-los aos postos de

coleta autorizados.

Propões que em cada posto de coleta deverá haver coletor para receber os resíduos.

Antes dos resíduos serem dispostos, as lixeiras deverão estar corretamente acondicionadas e

identificadas com simbologias, assim como os tipos de armazenamento e transportes para

resíduos perigosos, no caso as pilhas e baterias, deverão estar em conformidade com as

normas técnicas da ABNT.

Na figura 19 a seguir encontra-se o fluxograma representado a estrutura necessária

para coleta de pilhas e baterias.

100

Figura 19: Estrutura para coleta de pilhas e bateriasFonte: ECOTÉCNICA, 2008.

Recomenda-se que as pilhas e baterias deverão ser recebidas, acondicionadas e

armazenadas adequadamente de forma separada, obedecendo às normas ambientais e de saúde

públicas pertinentes.

Na tabela 3 a seguir podem ser observadas diferentes formas de armazenamentos

segundo o tipo de bateria:

Tabela 3: Formas de Armazenamento das Pilhas e Baterias

TIPOS DE BATERIA ARMAZENAMENTO

Baterias automotivas(Bateria de Chumbo-Ácido) ContainerBaterias Industriais

(Baterias de Chumbo-Ácido)Baterias de aparelhos celulares e outros aparelhos que

utilizam pilhas e baterias recarregáveis(Pilhas e Baterias de Níquel-Cádmio)

CaixaTambor

BombonaFonte: ECOTÉCNICA, 2008.

101

Nas figuras 20 e 21 podem ser observados alguns tipos de coletores encontrados nas redes

técnicas autorizadas.

Figura 20 : Caixa de coleta para bateriasusadas NiCd – SONY.Fonte: SONY, 2006

Figura 21: Caixa de coleta para bateriasusadas NiCd – PANASONIC.

Fonte: SEMA, 2005

Na figura 22 abaixo pode ser observado um modelo de coletor a ser colocado nos

pontos de devolução de pilhas e baterias do município. Nas lixeiras poderá ser adicionado um

adesivo representativo com o símbolo da campanha de coleta do município para melhorar a

identificação da população com as ações de forma integrada.

Figura 22: Lixeira para coleta de pilhas e baterias.Fonte: NATURALLIMP, 2006.

102

Na área urbana, recomenda-se que o recebimento dos resíduos de pilhas e baterias seja

realizado por meio dos próprios estabelecimentos que comercializam tais produtos

implementando a logística reversa, assim como das redes de assistência técnica autorizadas de

pilhas e baterias, alem de supermercados, postos de venda de celulares, distribuidores de

peças elétricas, entre outros.

Sugere-se ainda que a prefeitura fique encarregada de identificar e convocar os

estabelecimentos julgados adequados para ajustamento como pontos de devolução de pilhas e

baterias. Além disso, a prefeitura deverá orientar tais estabelecimentos sobre o resíduo a ser

coletado como formas de manuseio, armazenamento, legislações pertinentes,

responsabilidades etc.

Visando à participação da população rural com as ações propostas, considerando ainda

a distância das residências aos pontos de devolução bem como das redes autorizadas,

futuramente localizadas na área urbana, recomenda-se que a devolução destes materiais

ocorram juntamente com o local da disposição dos materiais recicláveis, ou seja, nos PEV’s

em todas as comunidades do município.

Recomenda-se que para identificação dos pontos de devolução seja elaborado um

adesivo ou cartaz com a identificação do local como ponto de coleta e distribuído aos devidos

estabelecimentos autorizados pela prefeitura.

O adesivo/cartaz deverá ser elaborado com simbologia e/ou conteúdo fácil cuja função

principal é facilitar a identificação dos pontos de devolução pela população.

Como por exemplo, na Figura 23 pode ser visto o cartaz da ABINEE - Associação

Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, chamando a responsabilidade do consumidor e

revendedor na preservação do meio ambiente, bem como para indicar um ponto de devolução

e coleta das baterias veiculares.

103

Figura 23: Cartaz da ABINEE para coleta de baterias veiculares.Fonte: ABINEE, 2006.

Neste item é importante que a administração municipal, em suas campanhas, esclareça

quais os tipos de pilhas e baterias que podem ou não ser descartadas na coleta de resíduo

doméstico. A prefeitura deverá realizar a divulgação dos pontos de devolução de pilhas e

baterias de maneira que aborde toda a população das áreas urbana e rural.

Recomenda-se que o transporte seja realizado por uma prestadora de serviço

terceirizado.

O transporte, procedimento e simbologia deverá estar de acordo com as normas da

ABNT e legislações referentes, como o Decreto Lei nº. 96.044 de 18 de maio de 1988, que

trata do transporte rodoviário de produtos perigosos, legislação e normas técnicas

complementares.

104

4.3.5.2 Lâmpadas Fluorescentes

Assim como as pilhas e baterias sugere-se a implantação de coletores adequados na

área urbana, nos locais de comercialização destes materiais, indica-se que na área rural a

devolução destes materiais ocorra juntamente com o local da disposição dos materiais

recicláveis, ou seja, nos PEV’s em todas as comunidades do município, sugere-se o mesmo

procedimento utilizado para pilhas e baterias como apresenta o fluxograma (figura 24) abaixo.

Figura 24: Estrutura para coleta de lâmpadas fluorescentes.Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.

4.3.5.3 Pneus

Cada cidadão tem como responsabilidade realizar a triagem dos pneumáticos e

encaminhá-los aos postos de coleta autorizados. Sugere-se que nos locais de troca e venda de

pneus, tenha uma estrutura mínima para o recebimento e armazenamento dos resíduos, sendo

que todas as precauções necessárias deverão ser tomadas em todas as etapas de manejo dos

resíduos, conforme especificam as normas e legislações vigentes.

105

Na figura 25 abaixo, pode ser observado um fluxograma das etapas e estruturas

mínimas necessárias.

Figura 25: Estrutura para coleta de pneus.Fonte: ECOTÉCNICA, 2007.

Com respaldo na Resolução CONAMA n°. 258/99, cujas empresas fabricantes e

importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final aos pneus

inservíveis recomenda-se que o recebimento dos resíduos de pneus seja realizado no comércio

de distribuidores e revendedores de pneumáticos. Os moradores na região rural poderão

encaminhar os resíduos de pneus no comércio de distribuidores e revendedores de

pneumáticos mais próximos às suas residências.

Um dos maiores problemas encontrados no armazenamento de pneus para a coleta ou

reciclagem está no fato de propiciar o acúmulo de água quando estocado em áreas sujeitas a

intempéries. Este cenário facilita a criação de diversos vetores causadores de doenças. Nesse

106

sentido, recomenda-se que o acondicionamento de pneus para a coleta siga as seguintes

recomendações:

Nunca acumular pneus, dispondo-os para a coleta assim que se tornem sucata;

Se precisar guardá-los faça-o em ambientes cobertos e protegidos das intempéries;

Jamais os queime.

Por causa dos problemas relacionados à destinação inadequada dos pneus, e a exemplo

do que foi feito para as pilhas e baterias, o CONAMA publicou a Resolução nº. 258/99, onde

"as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar

destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território

nacional".

O pneu pode ser reutilizado ou reciclado na forma inteira ou picada. Quando picado,

apenas a banda de rodagem é reciclada e quando inteiro, há inclusão do aro de aço.

.

4.3.5.4 Agrotóxicos

A Lei n°. 9.974 de 6 de junho de 2000, determina que os usuários de agrotóxicos, seus

componentes e afins deverão efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos

estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas

nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou prazo superior,

se autorizado pelo órgão registrante, podendo a devolução ser intermediada por postos ou

centros de recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente.

O município de Tapera possui um centro de recebimento de embalagens vazias

localizado na localidade de Linha Cinco Irmãos, a qual é associada à ARFITA estando esta

em conformidade com a legislação e licenciada pela FEPAM.

Sugere-se que as embalagens rígidas que contiverem formulações miscíveis ou

dispersáveis em água deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice lavagem,

como vem sendo realizado na maioria dos municípios do estado, conforme normas técnicas

oriundas dos órgãos competentes e orientação constante de seus rótulos e bulas.

Na figura 26 pode ser observado o fluxogramas de estrutura para coleta de

agrotóxicos.

107

Figura 26: Estrutura para coleta de agrotóxicos.Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) recomenda que

a coleta seja realizada por meio de Unidades de recebimento como ocorre no município de

Tapera, cujas mesmas deverão estar ambientalmente licenciadas para o recebimento das

embalagens. As Unidades de recebimento podem ser classificadas em Postos ou Centrais de

acordo com o tipo de serviço efetuado.

Quanto à destinação todas as embalagens lavadas, que não estejam contaminadas,

metálicas, alumínio e papelão seguem para reciclagem, enquanto as embalagens vazias que

não foram tríplice lavadas ou as embalagens não-laváveis (flexíveis ou aluminizadas) seguem

para incineração.

A figura 27 a seguir representa o processo logístico para as embalagens vazias.

108

Figura 27: Fluxo logístico das embalagens vazias.Fonte: inpEV, 2006.

4.3.5.5 Óleos e Graxas

Todos os dias milhões de litros de óleos vegetais são consumidos por restaurantes,

lanchonetes, comércio e nas residências para a preparação de alimentos através da fritura. O

óleo de cozinha lançado diretamente na pia pode prejudicar o meio ambiente, provocando

problemas de poluição das águas e do solo.

O óleo vegetal pode-se tornar uma grande fonte de reutilização do produto pós-

consumo para a produção do biodiesel, sendo um combustível biodegradável derivado de

fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos.

Sugere-se que em cada posto de combustível ou nos locais de troca e venda de óleos

lubrificantes, apresente uma estrutura mínima para o recebimento e armazenamento dos

resíduos, sendo que todas as precauções necessárias deverão ser tomadas em todas as etapas

de manejo do resíduo, conforme especificam as normas e legislações vigentes.

Antes dos resíduos serem dispostos para a coleta, os locais de armazenamento de óleos

e graxas deverão estar corretamente acondicionados e identificados conforme as normas

técnicas da ABNT que regulamentam as formas de armazenamento, transporte e simbologias

para resíduos de óleos e graxas.

109

Na Figura 28 abaixo, pode ser observado um fluxograma das etapas e estruturas

mínimas necessárias.

Figura 28: Estrutura para coleta de óleos e graxas.Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.

Sugere-se que a prefeitura identifique e notifique os postos de combustíveis bem como

os locais de troca e venda de óleos lubrificantes os quais deverão ser identificados e

adequados para ajustamento como postos de coleta e armazenamento dos resíduos de óleo

lubrificantes, bem como dar ajudar na orientação e procedimentos sobre o resíduo a ser

coletado.

Com respaldo na resolução CONAMA n° 362/05, cujos produtores, importadores e

revendedores de óleos lubrificantes são responsáveis pela coleta e destinação final do resíduo,

recomenda-se que o recebimento dos resíduos de óleos e graxas seja realizado nos postos de

combustíveis ou locais devidamente autorizados onde são realizadas as trocas e vendas de

óleo lubrificante.

110

Os moradores na região rural deverão encaminhar seus resíduos de óleos e graxas aos

postos de combustíveis mais próximos às suas residências.

4.3.6 ETAPA 6 - Resíduos de construção civil

A Resolução CONAMA n°. 307 de 5 de julho de 2002, define que os geradores de

resíduos da construção civil deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e,

secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. Sendo que os

resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domésticos, em

áreas de "bota fora", em encostas, corpos d água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.

Segundo o Art. 10 desta lei os resíduos deverão ser destinados conforme demonstra a

Quadro 7:

Quadro 7: Classificação e disposição final dos resíduos de construção civil.

CLASSE CLASSIFICAÇÃO DISPOSIÇÃO FINAL

Classe A

São os resíduos reutilizáveis ourecicláveis como agregados:a) de construção, demolição, reformase reparos de pavimentação e de outrasobras de infra-estrutura, inclusive solosprovenientes de terraplanagem;b) de construção, demolição, reformase reparos de edificações: componentescerâmicos (tijolos, blocos, telhas,placas de revestimento etc.), argamassae concreto;c) de processo de fabricação e/oudemolição de peças pré-moldadasem concreto (blocos, tubos, meios-fiosetc.) produzidas nos canteiros de obras;

Deverão ser reutilizados oureciclados na forma de agregados,ou encaminhados a áreas de aterrode resíduos da construção civil,sendo dispostos de modo a permitira sua utilização ou reciclagemfutura;

Classe BSão os materiais recicláveis para outrasdestinações, tais como: plásticos,papel/papelão, metais, vidros, madeirase outros;

Deverão ser reutilizados, recicladosou encaminhados a áreas dearmazenamento temporário, sendodispostos de modo a permitir a suautilização ou reciclagem futura;

Classe C

São os resíduos para os quais nãoforam desenvolvidas tecnologias ouaplicações economicamente viáveis quepermitam a sua reciclagem /recuperação, tais como os produtos

Deverão ser armazenados,transportados e destinados emconformidade com as normastécnicas especificas.

111

oriundos do gesso;

Classe D

São os resíduos perigosos oriundos doprocesso de construção, tais como:tintas, solventes, óleos e outros, ouaqueles contaminados oriundos dedemolições, reformas e reparos declínicas radiológicas, instalaçõesindustriais, etc.

Deverão ser armazenados,transportados, reutilizados edestinados em conformidade comas normas técnicas especificas.

Fonte: ECOTECNICA, 2008

A classificação dos resíduos de construção civil quanto aos riscos potenciais ao meio

ambiente é considerado resíduo de Classe II B – Inertes, contudo ainda assim devido a sua

periculosidade deverão ter uma coleta diferenciada das coletas convencionais (coleta seletiva

de materiais recicláveis e coleta de resíduos domésticos).

Como a situação dos resíduos de construção civil do município de Tapera encontra-se

em estudo, conforme o PAM de Tapera (2004), para o respaldo do gerenciamento dos

resíduos da construção civil, recomenda-se que seja elaborada uma Lei Municipal que

disponha sobre o descarte e destinação final. Deverá ser abordada a questão da

responsabilidade dos estabelecimentos que trabalham com a coleta e destinação final dos

entulhos proibindo o descarte na coleta doméstica ou seletiva do município.

Recomenda-se que a legislação aborde a realização de um cadastro dos

estabelecimentos que trabalham com a coleta e destinação final dos entulhos localizados no

município a fim de melhorar a fiscalização.

Para a coleta e transporte dos entulhos, sugere-se que a Prefeitura por meio das

Secretarias realize o cadastramento de estabelecimento que trabalham com a coleta e

transporte (caçambas) dos resíduos de construção civil, assim como das empresas geradoras

de resíduos de construção civil existentes no município (empreiteiras, construtoras, etc.).

Após o cadastro a Prefeitura poderá buscar parcerias com a iniciativa privada a fim de

gerenciar o destino final desses resíduos.

Recomenda-se também o reuso dos resíduos da construção civil, independente do uso

que a ele for dado, representa vantagens econômicas, sociais e ambientais, na economia na

aquisição de matéria-prima, substituição de materiais convencionais, pelo entulho, diminuição

da poluição gerada pelo entulho e de suas conseqüências negativas como enchentes e

assoreamento de rios e córregos, e preservação das reservas naturais de matéria-prima. A

112

seguir (quadro 8) são citadas algumas possibilidades de reuso para estes resíduos e as

vantagens específicas de cada uma.

O mais recomendado seria a criação de uma Usina de Reciclagem de Entulhos, porem

o município sendo pequeno, esta opção se tornaria inviável pelo curto que envolve uma usina

deste porte. Recomenda-se a determinação nas várias localidades do município áreas erodida

ou com depressões que possam ser aterradas com entulhos. Na falta destes locais deverá ser

criados bolsões com equipamentos propriamente idealizados para reciclagem de entulhos.

Quadro 8: Formas de reuso dos resíduos da construção civil

FORMAS DEREUSO DESCRIÇÃO VANTAGEM

Utilização empavimentação

A forma mais simples de reusodo entulho é a sua utilizaçãoem pavimentação (base, sub-base ou revestimento primário)na forma de brita corrida ouainda em misturas do resíduocom solo.

O entulho pode ou não ser utilizadocom mistura do solo. Oentulho utilizado com mistura dosolo deve ser processado porequipamentos de britagem e/outrituração até alcançar agranulometria desejada, nesteprocesso pode apresentar umacontaminação prévia por solo, devidoa isso, recomenda-se que a proporçãonão superior a 50% em peso. Oresíduo ou a mistura podem serutilizados como reforço de subleito,sub-base ou base de pavimentação.

Utilização comoAgregado para

o Concreto

O entulho processado pelascentrais de reciclagem pode serutilizado como agregado paraconcreto não estrutural, a partirda substituição dos agregadosconvencionais (areia e brita).

O entulho processado pelas Centraisde Reciclagem, cuja fração mineral ébritada em britadores de impacto, éutilizado como agregado noconcreto, em substituição simultâneaà areia e à brita convencionalmenteutilizadas. A mistura é consideradatradicional, geralmente misturadocom cimento e água, esta emquantidade bastante superior devidoà grande absorção do entulho.

Utilização comoagregado paraa confecção de

argamassas

Após ser processado porequipamentos denominados"argamasseiras", que moem oentulho, na própria obra, emgranulometrias semelhantes asda areia, ele pode ser utilizado

A partir da mistura de cimento, areiae água, a fração mineral doentulho é adicionada a uma caçambade piso horizontal, onde dois rolosmoedores girando em torno de umeixo central vertical, proporciona a

113

como agregado paraargamassas de assentamento erevestimento.

moagem e homogeneização damistura que sai do equipamentopronta para ser usada.

Outros usos doentulho

Utilização de concreto reciclado como agregado;Cascalhamento de estradas;Preenchimento de vazios em construções;Preenchimento de valas de instalações;Reforço de aterros (taludes).

Fonte: ECOTÉCNICA, 2008

4.3.7 ETAPA 7 - Resíduos Industriais

Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o

município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos industriais.

Os resíduos sólidos industriais, por definição, são os mais variados possíveis, sugere-

se então que sejam realizados estudos caso a caso, em função da diversidade de suas

características. Ressaltando que a coleta, o armazenamento, o acondicionamento, o transporte

e a destinação final dos resíduos industriais são de responsabilidades dos geradores,

obedecendo às normas e legislações vigentes. Entretanto, de uma forma ampla podem ser

considerados como padrão as especificações apresentadas nos tópicos seguintes.

Segundo Ecotécnica (2008) as formas mais usuais de se acondicionar os resíduos

industriais são:

Tambores metálicos de 200 litros para resíduos sólidos sem características corrosivas;

Bombonas plásticas de 200 ou 300 litros para resíduos sólidos com características

corrosivas ou semi-sólidos em geral;

“Big-bags” plásticos, que são sacos, normalmente de polipropileno trançado, de

grande capacidade de armazenamento, quase sempre superior a 1 m³;

Contêineres plásticos, padronizados, para resíduos que permitem o retorno da

embalagem;

Caixas de papelão, de porte médio, até 50 litros, para resíduos a serem incinerados.

4.3.8 ETAPA 8 – Resíduos Sólidos de Suinocultura

Nesta etapa apresentam-se os itens a serem atendidos na presente propostas para o

município de Tapera, no que diz respeito aos resíduos sólidos de suinocultura.

114

Os resíduos provenientes da atividade suinícola são de origem orgânica, e devem ser

armazenados em esterqueiras com proteção ao fundo para que os mesmos não infiltrem no

solo. Caso esta infiltração venha a ocorrer os problemas resultantes ao meio ambiente (solo e

água), poderão trazer grandes prejuízos.

A Norma Técnica da FEPAM para novos empreendimentos suinícolas determina que

os resíduos proveniente desta atividade fique armazenado no mínimo 120 dias nas

esterqueiras, para posterior uso no solo como fertilizante orgânico.

Como o município de Tapera tem como uma de suas formas de economia a atividade

suinícola, sugere-se que nesta etapa sejam criados bolsões de resíduos orgânicos provenientes

da atividade, onde os proprietários devem cadastrar a quantidade disponível de resíduo para a

comercialização, visto que grande parte dos produtores não possui a área total necessária para

a disposição destes resíduos.

Sugere-se também que a prefeitura incentive os grande proprietários a instalarem

biodigestores para a captura do gás metano, o qual poderá ser usado como forma de energia

na própria propriedade, ou realizar a queima deste gás que é prejudicial ao meio ambiente.

115

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

5.1 CONCLUSÃO

Através da realização do presente trabalho foi possível desenvolver a percepção da

necessidade de realizar-se o zoneamento ambiental de uma cidade para evitar problemas

futuros, pôde-se perceber também que existe uma precariedade no que diz respeito a

planejamentos ambientais já existentes no município. Através da pesquisa e do pré-

zoneamento realizado na localidade de Linha São Pedro percebe-se que a atividade suinícola

esta saturada nesta região, não só pelo fato da geração de odor concentrado nesta localidade,

mas também pelo amplo local utilizado para a disposição dos resíduos gerados.

Além da falta de planejamento ambiental municipal a gestão dos resíduos sólidos

urbanos é um dos problemas da atualidade do município, este fato é preocupante pelo fato de

que são poucos os municípios que mantém a disposição adequada dos seus resíduos, a maior

parte os faz de forma inadequada, gerando riscos de contaminação do solo, águas subterrâneas

e superficiais.

Com a sugestão das ações propostas e a implantação das mesmas este problema possa

ser remediado. Conclui-se este trabalho tendo a certeza da necessidade da realização de

planejamentos ambientais urbanos e rurais pertinentes, voltados para a preservação ambiental

e a minimização dos impactos gerados pela sociedade atual.

Cabe ressaltar que a legislação ambiental do Município de Tapera, embora existente em

seus aspectos teóricos, é de total desconhecimento dos órgãos municipais diretamente

interessados, inclusive sem uma adequada revisão dos seus termos à realidade municipal,

como por exemplo, a definição do zoneamento sem uma correspondência com a

caracterização de limites e respectivos mapas físicos.

116

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Sugere-se, a partir desta pesquisa, que sejam realizados levantamento da atividade de

suinocultura nas demais localidades do município, ou mesmo de outros municípios com

características similares, além de realizar o levantamento da atividade de bovinocultura nas

localidades do município, inclusive de Linha São Pedro.

Nos aspectos de Tapera segundo o PAM (Tapera, 2004), foram descritas duas zonas,

Zona Urbana e Zona Rural, a zona rural foi dividida em Zona de Proteção dos mananciais,

Zona Rural Agro-Familiar e Zona Rural Mista, porém neste zoneamento não se pôde

identificar visualmente, ou seja, não existe uma representação cartográfica da localização

destas zonas no município, bem como dos limites; sugere-se então que seja feita a

readequação deste modelo espacial, para que este zoneamento já existente se torne dinâmico e

real.

Também se propõe que sejam implantadas as ações proposta para o Gerenciamento de

Resíduos Sólidos para o município a fim de ajustar melhores medidas de controle dos

resíduos em geral, focando sempre na sustentabilidade ambiental do município.

117

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123

ANEXOS

ANEXO A – Programa de Coleta Seletiva já existente no Município de Tapera

124

ANEXO B – Fichas Aplicadas nas propriedades

FICHA TÉCNICA 1

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: Juliano Leomar Lauxen No da ficha: 1

Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera

LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)

Latitude: 28o38’03,97’’S Longitude:52 o 5’27,12’’O

FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE

(X) Agricultura Quantidade: 30 hectares

(X) Suinocultura Quantidade: 1000 cabeças

( ) Avicultura Quantidade: -

(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 20 cabeças

Outra:

LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:

Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura

Avicultura: -

Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido através de raspagem e dispõe em leiras, após ocurtimento de alguns dias espalha nas hortaliças da propriedade

Agricultura (Embalagens): ARFITRA

OBSERVAÇÕES: Possui tratamento da água para consumo pelos suínos, com dosagemde 1 mg/L de Cloro.

125

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

.

Figura 29: Galpão de alojamento dos suínos Figura 30: Local de armazenamento dosdejetos suínos

Figura 31: Vista frontal dos dois galpões dealojamento dos suínos

Figura 32: Galpão de alojamento dosbovinos de leite

126

FICHA TÉCNICA 2

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: Claudir Pilatti No da ficha: 2

Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera

LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)

Latitude: 28o 37’50,17’’S Longitude: 52o55’08,51’’O

FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE

(X) Agricultura Quantidade: 30 hectares

(X) Suinocultura Quantidade: 300 cabeças

( ) Avicultura Quantidade: -

(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 25 cabeças

Outra:

LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:

Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura

Avicultura: -

Bovinocultura Leiteira: Sem tratamento, permanece no local

Agricultura (Embalagens): ARFITRA

OBSERVAÇÕES:

127

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Figura 33: Galpão de alojamento dossuínos

Figura 34: Local de armazenamento dosdejetos suínos

128

FICHA TÉCNICA 3

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: Henrique Machiavelli No da ficha: 3

Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera

LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)

Latitude: 28o37’52,08’’S Longitude: 52o54’59,02’’O

FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE

(X) Agricultura Quantidade: 16 hectares

(X) Suinocultura Quantidade: 280 cabeças

( ) Avicultura Quantidade: -

(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 5 cabeças

Outra:

LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:

Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura

Avicultura: -

Bovinocultura Leiteira: Sem tratamento, permanece no local

Agricultura (Embalagens): ARFITRA

OBSERVAÇÕES:

129

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Figura 35: Galpão de alojamento dossuínos

Figura 36: Local de armazenamento dosdejetos suínos

Figura 38: Local de armazenamento dasilagem para os bovinos

Figura 37: Galpão de alojamento dosbovinos de leite

130

FICHA TÉCNICA 4

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: Dionísio Vagner No da ficha: 4

Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera

Telefone Fixo: Celular: (54) 81537953

LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)

Latitude: 28o37’43,17’’S Longitude:52o54’39,39’’O

FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE

(X) Agricultura Quantidade: 90 hectares

(X) Suinocultura Quantidade: 1250 cabeças

( ) Avicultura Quantidade: -

(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 14 cabeças

Outra:

LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:

Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura

Avicultura: -

Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido através de raspagem, dispondo o mesmo aolado de fora da sala de ordenha.

Agricultura (Embalagens): ARFITRA

OBSERVAÇÕES: A disposição dos resíduos sólido/líquido da atividade debovinocultura não possui tratamento adequado.

131

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Figura 40: Local de confinamento dos suínos

Figura 41: Local de armazenamento dosdejetos suínos

Figura 42: Galpão de alojamento dosbovinos de leite durante a ordenha

Figura 39: Vista parcial dos galpões

132

FICHA TÉCNICA 5

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: Vilson Pasinato No da ficha: 5

Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera

LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)

Latitude:28o38’05,79’’S Longitude:52o54’38,02’’O

FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE

(X) Agricultura Quantidade: 19 hectares

(X) Suinocultura Quantidade: 560 cabeças

( ) Avicultura Quantidade: -

(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 14 cabeças

Outra:

LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:

Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura

Avicultura: -

Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido através de raspagem e dispõe em leiras, após ocurtimento de alguns dias espalha nas hortaliças da propriedade

Agricultura (Embalagens): ARFITRA

OBSERVAÇÕES: A segunda esterqueira não possui impermeabilização;

133

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

.

Figura 43: Galpão de alojamento dossuínos

Figura 44: Local de armazenamento dosdejetos suínos

Figura 45: Galpão de alojamento dosbovinos de leite

134

FICHA TÉCNICA 6

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: Afonso Dalanora No da ficha: 6

Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera

LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)

Latitude: 28o37’48,39’’S Longitude:52o54’20,05’’O

FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE

(X) Agricultura Quantidade: 110 hectares

(X) Suinocultura Quantidade: 800 cabeças

( ) Avicultura Quantidade: -

(..) Bovinocultura Leiteira Quantidade:

Outra:

LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:

Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura

Avicultura: -

Bovinocultura Leiteira

Agricultura (Embalagens): ARFITRA

OBSERVAÇÕES: não possui cercamento nas esterqueiras

135

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

.

Figura 46: Silos de armazenamento daração para os suínos

Figura 48: Local de armazenamento dosdejetos suínos

Figura 47: Vista dos dois galpões dealojamento dos suínos

136

FICHA TÉCNICA 7

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: Dalmir Dalanora No da ficha: 7

Endereço: Linha São Pedro Cidade: Tapera

LOCALIZAÇÃO (COORDENADAS GEOGRÁFICAS)

Latitude: 28o37’46,87’’S Longitude:52o54’03,71’’O

FORMA DE SUBSISTÊNCIA DA PROPRIEDADE

(X) Agricultura Quantidade: 38 hectares

(X) Suinocultura Quantidade: 350 cabeças

( ) Avicultura Quantidade: -

(X) Bovinocultura Leiteira Quantidade: 22 cabeças

Outra:

LOCAL DE DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS:

Suinocultura: Esterqueira, depois de 120 dias disposição na lavoura

Avicultura: -

Bovinocultura Leiteira: Retira o sólido/liquido através de lavagem na sala de ordenha,e dispõe no lado de fora da sala de ordenha.

Agricultura (Embalagens): ARFITRA

OBSERVAÇÕES: A disposição dos resíduos solido/liquido da atividade debovinocultura não possui tratamento adequado

137

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

.

Figura 49: Galpão de alojamento dossuínos

Figura 50: Local de armazenamento dosdejetos suínos

Figura 51: Galpão de alojamento dosbovinos de leite