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#12 • SÁBADO, 15 ABRIL 2017 • SUPLEMENTO COMERCIAL

Mais conteúdo disponivel em publico.pt/desporto/golfeSuplemento comercial do jornal Público. Não pode ser vendido separadamente.

NAU Hotels & Golf Resorts providencial

no regresso doOpen de Portugal

Entrevista com CEO Mário Azevedo Ferreira

PAG 04

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PUBLICIDADE

RAMIRO JESUS

MASTERS

Sergio Garcia campeão em AugustaPAG 06

DIA MUNDIAL DO GOLFISTA

No Jamor com portas abertas e animação

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PORTO DESTINO DE GOLFE

Campos do Norte juntos para cluster

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02 | GOLFE | SÁB, 15 ABR 2017

O golfe é um desporto de ética e etiqueta, que transmite valores tão importantes como integridade, espírito desportivo, respeito pelo adversário, cortesia, auto-regulação (coisa espantosa, os jogadores são árbitros de si próprios sendo perfeitamente natural na alta competição amadora ou profissional chamarem a eles mesmos penalidades, o que contrasta, por exemplo, no futebol, com a ignomínia dos insultos, da violência, do racismo e das simulações de faltas e agressões em campo, numa modalidade em que ganhar com falsidade é encarado com naturalidade, pois ai de quem se dirija ao árbitro para esclarecer que aquele lance ajuizado em seu favor não o foi correctamente – seria considerado um tonto em praça pública e crucificado pelos adeptos; belo sinal dos tempos actuais, magnífico exemplo para a juventude – mas quem quer saber?).O golfista com fair play é admirado e admirável, pois está em sintonia com o espírito do jogo e em conformidade com a dinâmica própria das pessoas civilizadas. Estes são valores muito apreciados pelas empresas, mas em Portugal, onde o golfe movimenta milhões beneficiando muitas delas directa ou indirectamente, são poucas as que se prestam a investir uns tostões na modalidade. Claro que existem excepções – e neste aspecto a grande referência no apoio ao golfe nacional é o Banco BPI.É por isto que tem de se louvar a entrada em cena da NAU Hotel & Golf Resorts. É graças a este Grupo que se ressuscita uma das mais antigas e emblemáticas provas do golfe profissional europeu, o Open de Portugal, num contrato a três anos com início marcado para Maio num dos seus campos de golfe, o Morgado Golf Course, em Portimão. É quase inédito que um privado queira investir tanto num torneio de golfe nestas circunstâncias (normalmente é o Turismo de Portugal que mete o dinheiro para os grandes eventos do golfe profissional no país, como o Portugal Masters actualmente ou o Open de Portugal no passado), pelo que eu gostaria de pensar que isto reflecte uma nova dinâmica do sector no apoio ao golfe. ¬

O golfe é uma atividade fundamental no turismo português e representa um contributo relevante para a economia nacional.

Uma reportagem do Diário de Notícias anunciava que, de acordo com o CNIG (Conselho Nacional da Indústria do Golfe), Portugal recebe por ano 300 mil turistas de golfe que geram receitas diretas de 120 milhões de euros.

No mesmo artigo, o presidente da FPG (Federação Portuguesa de Golfe), Miguel Franco de Sousa, sublinhou os três mil postos de trabalho diretos proporcionados apenas pelos 90 campos de golfe nacionais. Um número que multiplica-se com hotelaria, restauração, aluguer de automóveis, transportes, organização de eventos de golfe, etc.

Nos últimos tempos tivemos conhecimento das intenções, por parte das entidades competentes, da alteração de algumas regras do jogo. Subjacente a essas intenções estará a necessidade de torná-lo mais rápido e menos complicado, ou seja, tornar a sua prática mais desejável. Comparando com alguns desportos individuais, ex. ténis e agora o popular padel, a prática do golfe na variante de 18 buracos é na verdade demorada, o que tem sido considerado como impedimento à adesão de novos jogadores e causa da diminuição da prática por parte dos existentes.

No entanto outras realidades existem que julgo deverem ser atendíveis para tornar o golfe mais

FICHA TÉCNICA

EditorRodrigo CordoeiroConteúdosGolfTattooProduçãoPúblico

Comentador de ténis e golfe no canal Eurosport

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico

Advogado e golfista. Criou no Facebook o grupo "Golfe Juvenil"

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico

CRÓNICA POR HUGO RIBEIRO

CRÓNICA POR PEDRO GOULÃO

EDITORIAL RODRIGO CORDOEIRO

Suplemento comercial do jornal Público. Não pode ser vendido separadamente.

valor em milhões de dólares do prémio recebido por Sergio Garcia pela vitória de domingo passado no Masters de Augusta National

1,9Golfe na estratégia “Turismo 2027”

No dinamismo se jogam as oportunidades

It’s NAU or never

Em 2007, no “Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT)”, o golfe surgia como um cluster e logo no “Sumário Executivo” lia-se: “Portugal dispõe das ‘matérias-primas’ indispensáveis à consolidação e desenvolvimento de 10 produtos turísticos estratégicos: Sol e Mar, Touring Cultural e Paisagístico, City Break, Turismo de Negócios, Turismo de Natureza, Turismo Náutico, Saúde e Bem-estar, Golfe, Resorts Integrados e Turismo Residencial, e Gastronomia e Vinhos”.

Mais à frente, no capítulo “Detalhe dos Projetos de Implementação”, deparávamos com um tema totalmente dedicado ao golfe: "I.8 – Desenvolver o Golfe".

Prolongava-se por 13 pontos e quando se descriminavam as sete entidades a envolver no plano, surgia a FPG.

O PENT foi revogado pelo Governo anterior com o “Turismo 2020 – Cinco princípios para uma ambição”, mas o golfe nunca deixou de ser uma das prioridades e ao nível do desporto era colocado ao lado do surf como

apetecível. As pressões na duração do tempo de trabalho têm vindo a aumentar, sendo que em muitos sectores económicos essa pressão se expressa no aumento dos períodos médios de trabalho. Atualmente, o período normal de trabalho em Portugal é de 40 horas.

Conjuntamente, outras realidades têm vindo a implementar-se, como a maior flexibilização do horário de trabalho e outros tipos de contratos de trabalho, como o contrato no domicílio.

Como consequência, a dinâmica da prática normal do desporto altera-se, podendo considerar-se que os hábitos dos jogadores se alteram, se adaptam às realidades laborais.

Como forma de as estruturas se adaptarem a essas novas condições julgo que a aposta em organizações mais sociais, clubhouses e ofertas desportivas no contexto social

grandes apostas estratégicas.Entretanto, no mês passado,

na Bolsa de Turismo de Lisboa, foi apresentada a “Estratégia para o Turismo 2027”.

Um documento bem pensado e mais adequado à realidade. O PENT era entusiasmante, mas ninguém previu em 2007 o abalo que a economia mundial sofreu em 2008 e nos anos vindouros, que afetou toda a atividade, incluindo o turismo.

É, contudo, preocupante que a palavra Golfe não apareça uma única vez num documento de 66 páginas.

Há alusões a desporto, natureza, nas quais o golfe pode ser enquadrado, é verdade, mas a palavra “Surf” aparece quatro vezes e em destaque!

O surf é uma aposta ganha e com enorme potencial de crescimento. Portugal só tem a ganhar com ela, mas ausência do golfe num texto que se autoproclama “o referencial estratégico para o turismo em Portugal no horizonte 2017-2027” não é um bom sinal. ¬

poderão ser respostas eficientes Nesta conjuntura, penso que

o aproveitamento das zonas de treino, driving ranges, a criação de circuitos de jogo curto, a aposta em pequenas provas de skills, ajudarão a criar condições de adesão de jogadores e sócios.

Outro aspeto em que o golfe pode sobressair será na sustentabilidade ambiental. Numa época em que a exploração do solo é vista numa perspetiva de confiança da manutenção do planeta para as gerações futuras, a implementação de regras de sustentabilidade ambiental promoverá uma maior integração dos campos junto das comunidades onde se inserem, trazendo um acrescentado intercâmbio.

Em conclusão, se a sociedade é dinâmica, a prática desportiva como elemento social terá de ser dinâmica. Nesse dinamismo se jogam as oportunidades. ¬

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SÁB, 15 ABR 2017 | GOLFE | 03

FOTO ABERTURAO painel do programa da Manhã da Radio Comercial integrando Nuno Markl, Vasco Palmeirim, Pedro Ribeiro, Luísa Barbosa e César Mourão; a que se junta na imagem Miguel Franco de Sousa (presidente da FPG), Joana Seabra (Marketing da FPG) e Joana Pratas (velejadora olímpica);

NO MEIONuno Markl encantou com a sua falta de jeito para o golfe;

EM BAIXOHumorista José Diogo Quintela e antigo guarda-redes internac-ional Ricardo estiveram entre os convidados do programa da Manhã

10 DE ABRIL, DIA MUNDIAL DO GOLFISTA | POR RODRIGO CORDOEIRO

O golfe saiu à rua com muita animaçãoPortas abertas no Jamor e Manhã da Rádio Comercial ao vivo sob o signo da modalidade

Joana Pratas, e o presidente do Co-mité Olímpico Português, José Ma-nuel Constantino.

“Correu muito bem”, confirma o presidente da FPG, Miguel Fran-co de Sousa, que não deixou de ter a visita também do seu antecessor no cargo, Manuel Agrellos. “Conse-guimos comunicar para fora, fazer aquilo que pretendíamos com es-ta acção, que era não só comunicar com os golfistas mas com a comu-nidade não-golfista, o exemplo dis-se é que vieram até ao Jamor muitas pessoas que nunca tinham visto gol-fe e que só por terem ouvido o pro-grama na rádio vieram cá jogar.” ¬

Nunca o Dia do Golfista, que se celebra a 10 de Abril, teve tanta activi-dade e animação. A Fe-

deração Portuguesa de Golfe (FPG) promoveu no Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor, em Oeiras, a iniciativa “Golfe para To-dos”, abrindo as portas do comple-xo aos que quisessem testar a sua habilidade, e o programa da Manhã da Rádio Comercial fez de lá uma emissão ao vivo, com Pedro Ribeiro, Nuno Markl, Luísa Barbosa, Vasco Palmeirim e Cesar Mourão.

Sob a batuta do Treinador Nacio-nal Nelson Ribeiro, estes tiveram de-pois oportunidade de competir en-tre eles no driving range pela tacada mais longa. Vasco Palmeirim, apesar de ter reconhecido não saber o que significa a expressão green fee (“Tu-do o que seja pagamentos é o meu contabilista que trata”, justificou), foi o vencedor, o que lhe valeu o pré-mio de duas noites num hotel da Sol-verde para duas pessoas ao volante de um Peugeot. O fascínio pelo léxi-co do golfe foi aliás uma constante, com brilhantes deduções. Por exem-plo: driver é o motorista; par é a pes-soa que joga contigo.

Dada a reconhecida inaptidão de Nuno Markl para a prática de des-portos, havia grande expectativa em relação ao seu desempenho, ou me-lhor será dizer temor. Pedro Ribei-ro recordou que da última vez que praticou uma modalidade com ele, no caso o ténis, ele cometeu a proe-za de desafiar as leis da física, dan-do uma raquetada e indo a bola pa-ra trás. “O que pode acontecer no golfe?”, questionava-se. “Quando o Markl tem uma bola na mão e um taco para acertar, estão reunidas as condições para uma tragédia”, expli-cou. Assim, aconselhava a que quan-do chegasse esse momento, todos se afastassem um pouco, para a Mar-gem Sul.

E, com efeito, Markl foi um autên-tico espectáculo, mais parecendo um agricultor de enxada na mão em pleno labor. “Tenho de vir um dia

sem ninguém a olhar, porque acho que o problema é que estava mui-ta gente à espera que eu fizesse as-neira. Obviamente que eu teria de corresponder às expectativas. Para mais, estava genuinamente nervoso – e eu hoje em dia já não fico nervo-so com muita coisa. Estava bastante tenso, fiquei com dores nos braços de estar ali agarrado ao taco, como se estivesse agarrado à minha pró-pria vida.”

Mas não se pense que desistiu do golfe, compreende que “o zen é is-to”, o” ambiente é maravilhoso” e ele até gostaria que as emissões do programa da Manhã fossem todos os dias num cenário assim tão ver-dejante e não num estúdio sem ja-nelas. “Terei de voltar à modalida-de sem ninguém a olhar, uma coisa sossegada. O meu objectivo é depois um dia surgir aclamado já como um mestre. Hoje foi toda a gente a rir, toda a gente rir, mas entretanto eu na penumbra ter-me-ei tornado de facto num campeão. É o meu so-nho, não vai acontecer, mas sonhar é permitido.”

Foi aliás engraçado ver como as “estrelas” da Rádio Comercial vesti-ram a camisola do golfe. César Mou-rão lamentou que o golfe seja visto como um “desporto de elite, o que afasta logo à partida muita gente”. “É uma pena que assim seja, porque o golfe é um tipo de desporto que, como poucos, nos passa uma tran-quilidade, uma paz. O esqui também podia ser considerado um despor-to de elite, mas há cada vez mais pessoas a praticá-lo. O Jamor abriu as portas e muito bem, para que as pessoas se apercebam que cada vez mais o golfe é um desporto como ou-tro qualquer e que adiram.”

Pedro Ribeiro alinhou pelo mes-mo diapasão: “Acho que chegou a hora de se deixar de olhar para o golfe como uma coisa elitista, um clube fechado onde não entra nin-guém e onde é preciso ter mais de 60 anos para se jogar. Isso é um dis-parate, eu hoje vi aqui imensa crian-ças jogar… Agora o desafio em Por-

tugal é abrir o golfe a mais gente de mais idades, a toda a gente, porque no fundo é um desporto fantástico, para todos, que ajuda a limpar a ca-beça, a descontrair, em contacto di-recto com a natureza, só faz é bem.”

Com o notável apoio da Rádio Comercial, este foi sem dúvida um dia de grande promoção do golfe em Portugal, e até houve mais “conheci-dos” a aparecer – estiveram também presentes o humorista José Diogo Quintela, o ex-guarda redes Ricardo Pereira, o presidente do ACP Car-los Barbosa, o director-adjunto do Expresso e director da Exame João Vieira Pereira, a velejadora olímpica

FOTOS: FILIPE GUERRA

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04 | GOLFE | SÁB, 15 ABR 2017

ENTREVISTA A MÁRIO AZEVEDO FERREIRA | POR RODRIGO CORDOEIRO

"Este ano vamos ultrapassar as 100 mil voltas"CEO da NAU Hotels & Resorts explica aposta do grupo no Open de Portugal, que se joga de 11 a 14 de Maio no Morgado Golf Resort, em Portimão

FOTO: RAMIRO JESUS

contribuir para aumentar o prize--money do torneio e elevá-lo à cate-goria de European Tour, o que foi para nós obviamente uma cereji-nha em cima do bolo. Não quería-mos tanto. Queríamos, mas não es-távamos à espera de tanto.Qual o investimento da Nau e que obras de requalificação fo-ram necessárias fazer no resort e no campo nomeadamente?O orçamento era menor no início, quando começámos a pensar nes-te torneio. Evoluiu com o facto de a prova passar a contar para o Euro-pean Tour, praticamente duplicou. Temos todos mais responsabilida-des. A NAU faz um contributo para o prize-money em dinheiro que pre-ferimos não divulgar e cede o cam-po. Este vai estar 15 dias sem operar, o que representa não um custo mas uma redução de receitas. O resort é cercado e desde a porta de entrada da propriedade até ao campo são três quilómetros, que es-tamos a requalificar. Olhando para o campo, digamos que na sua ver-são mais difícil, a partir das bran-cas, era um campo que seria dema-siado fácil. De modo que, como te-mos espaço, entendemos torná-lo mais exigente, e por isso temos vin-do a fazer algumas obras alongando as distância em 12 dos 18 buracos, re-colocando alguns obstáculos, fazen-do alguns tratamentos de bunkers e zonas de rough que necessitavam de alguma atenção e ainda alguns trabalho de embelezamento para o tornar mais bonito e para o tornar mais elegante.O facto de o Open de Portugal ser pontuável para o European Tour trar-lhe-á muito mais mediatismo do que se se tratasse apenas de uma prova do Challenge Tour…Temos grandes expectativas em re-lação a isso, esse é o nosso princi-pal objectivo: que traga repercus-sões positivas não só na actividade de golfe do campo, mas na imagem do resort, que nos permita em me-lhores condições arrancar com os futuros projectos de urbanização e

ra pelo campo aumentou instanta-neamente. Estamos com três meses de operação em 2017 muito à frente das nossas expectativas de venda e de resultados no campo. Como tem decorrido até aqui a operação da NAU Hotels & Golf Resorts nos seus três campos de golfe? O campo dos Salgados é dos que mais voltas regista anual-mente em Portugal.Não era assim em 2012, 2013, devi-do às dificuldades que a empresa en-frentava, mas de facto em 2016 ul-trapassou as 40 mil voltas pela pri-meira vez nos Salgados. É tanto mais notável por ser um campo que, co-mo disse há pouco, não se situa no triângulo dourado. Há alguns cam-pos de golfe fora dele que têm uma forte actividade junto da população residente, vendendo aqueles car-tões anuais, que são muito interes-santes para vender voltas, mas me-nos interessantes do ponto de vista da rentabilidade. Os dois campos de golfe do Morgado em 2016 ultrapas-saram as 56 mil voltas, o que tam-bém são números notáveis. E vindo os nossos campos de uma situação difícil, foram dos que mais cresce-ram nos últimos quatro anos. Em 2016 fechámos o ano nos nossos três campos com um valor que pela pri-meira vez se aproximou das 100 mil voltas. Esperamos ultrapassar este número em 2016.Já é golfista há muito tempo? Per-gunto-lhe isto para saber se tem algumas memórias do Open de PortugalComecei a jogar golfe depois dos 40 anos. Os meus primeiros con-tactos com a modalidade deram-se quando fui viver para Inglaterra, em 1998, 1999. Na altura era director da promoção turística de Portugal no exterior. Lá, tive ocasião de ir ao British Open três anos seguidos pois tínhamos um stand de promo-ção da nossa oferta de golfe. Fiquei fascinado com aquele mundo on-de tudo começou, os campos míti-cos na Escócia. Deu-me uma gran-de vontade de começar a jogar, co-mecei a ter umas aulas no Verão e

A procura pelo campo do Morgado aumentou desde o anúncio do Open

Qual foi a importância da Nau no regresso do Open ao calendário?O nosso portefólio conta com uma propriedade notável de 1000 hecta-res, chamada Morgado do Reguen-go, em Portimão, onde existe o Hotel Morgado Golf & Country Club, com 98 quartos e dois campos de golfe, mas que é beneficiária de um plano de urbanização bastante mais ambi-cioso, interrompido com a crise eco-nómica e financeira, que afectou o grupo anterior. Trata-se portanto de uma propriedade que carece de in-vestimento e de notoriedade. Por outro lado, os nossos três cam-pos [Morgado, Álamos, ambos no Morgado Golf Resort; e Salgados, em Albufeira] situam-se fora daquilo que podemos chamar do triângulo eldorado do golfe no Algarve, cons-tituído, em termos de destino, por Vilamoura, Quinta do Lago e Vale de Lobo, onde se encontram os re-sorts mais caros e com mais procu-ra e frequentados por uma clientela de nível sócio-económico superior. Os que ficam fora são obviamente atractivos, mas não conseguem atin-gir o mesmo nível de rentabilidade. Uma forma, talvez a melhor forma, de tornar um campo de golfe atraen-te, procurado, acrescentando-lhe valor, pela procura, é o de ser pal-co de eventos desportivos interna-cionais. Assim, nos últimos três anos temos procurado colocar os nossos três campos no panorama competi-tivo/desportivo nacional, seja ama-dor, seja profissional. Mas faltava--nos de facto um grande torneio in-ternacional, pelo que já desde há um ano que vínhamos examinan-do, em conjunto com a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) e a PGA de Portugal, a possibilidade de rece-ber um torneio do Challenge Tour, que é, digamos, o equivalente à se-gunda divisão europeia.Criadas as condições para satisfa-zer as ambições das três entidades, abordámos o European Tour [sob cuja égide se desenrola o Challen-ge Tour], que inicialmente acolheu a ideia de forma entusiástica e que num segundo momento nos propôs

desenvolvimento das áreas que ain-da não estão desenvolvidas e que são a maior parte, quer pelo nosso próprio investimento, quer pelo in-vestimento de terceiros, em parce-ria com outros promotores. Aquele resort permite construir cer-ca de 5000 camas, temos apenas 200 em exploração, há muito para fazer no Morgado do Reguengo, e nós acreditamos que o impacto que a realização do Open este ano e nos próximos dois vai criar condições de imagem e de atractividade que fa-cilitarão o desenvolvimento futuro de outras áreas do resort. Aliás, de-vo dizer-lhe que a partir do momen-to em que o European Tour anun-ciou em conferência de imprensa o seu calendário para 2017, a procu-

FOTO ABERTURAMário Azevedo Ferreira na apresentação do Open de Portugal, no passado mês de Março no Hotel Palácio do Governador, em Belém, Lisboa;

À DIREITAO putting green e a clubhouse do Morgado Golf Course, que será palco, em Maio, do Open de Portugal; perspectiva do Morgado Golf Resort e do Hotel Morgado Golf & Country Club

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FOTOS: BRIAN MORGAN

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hoje em dia sou absolutamente vi-ciado – não consigo passar um fim--de-semana sem pelo menos fazer uma volta de golfe. Em relação ao Open de Portugal, e ao contrário do mais recente Portu-gal Masters, não tenho muitas me-mórias, porque vivi muitos anos fora, mas não esqueço a edição de 2005, quando o nosso Filipe Lima fez aquele chip-in no último bura-co para ficar em terceiro lugar, foi

fantástico. Conheço-o bem, fui tam-bém delegado do ICEP e conselhei-ro económico da embaixada em Pa-ris e estive um pouco envolvido na opção dele para passar a jogar por Portugal em detrimento de França.Como avalia o golfe em Portugal na sua generalidade? Para além dos já consagrados Fili-pe Lima, Ricardo Santos e Ricardo Melo Gouveia, vejo uma jovem ge-ração de jogadores muito promis-

sores e uma FPG e uma PGA dirigi-das por pessoas muito empenhadas em dar um novo impulso ao golfe profissional. Já não vejo com tanto optimismo a evolução do golfe amador, há estag-nação e dificuldades em angariar no-vos jogadores. Os números da FPG assim o demonstram, há vários anos não passamos dos 15 mil. Mas vejo sim uma FPG com sangue novo e a PGA com trabalho notável a fazerem

aquilo que acredito que poderá dar frutos no futuro próximo.A nível turístico estamos a registar os melhores anos de sempre. A nossa oferta mantém-se com uma imagem internacional excelente, não há de-créscimo da qualidade e credibilida-de dos nossos campos, pelo contrário. Temos também um conjunto de novas operações para o Algarve no Inverno que vão facilitar a vinda de escandina-vos, austríacos e alemães, sendo que

os britânicos já nos visitam em gran-de número. Por isso espero um 2017 sob o ponto de vista do golfe turístico em linha com 2016, numa tendência de crescimento e não espero que haja redução nos próximos anos. Como ponto de interrogação, vamos ver o que é que o Brexit poderá ter como consequência económica. Os anos mais difíceis foram a seguir à crise de 2008, pela forma forte co-mo afectou o Reino Unido. ¬

SÁB, 15 ABR 2017 | GOLFE | 05

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Há quase duas décadas que o espanhol Sergio Garcia é um fenómeno na cena mundial, pela sua con-

sistência ao mais alto nível, quase sempre dentro do top-20 do ranking mundial, mais de 30 vitórias e per-to de 30 milhões de dólares em pré-mios já depois de impostos. No en-tanto, ninguém lhe perdoava o facto de nunca ter vencido no Grand Slam.

É no mínimo curioso que, no domingo, no Masters em Augusta National, no estado americano da Georgia, tenha quebrado o engui-ço neste capítulo precisamente na altura em que havia uma grande ex-citação – sobretudo no seu país – em torno do fenómeno Jon Rahm, de 22 anos, o seu fisicamente poderoso compatriota que está a dar cartas no PGA Tour e ocupa já a 13.º posição mundial. É como se tivesse acusa-do o toque e arregaçado as mangas.

Nascido há 37 anos em Borriol, município na província de Castelló, na Comunidade Valenciana, Garcia venceu o primeiro major do ano ba-tendo o inglês Justin Rose no play--off, no dia que teria assinalado o 60.º aniversário de Seve Balleste-ros, o mítico jogador espanhol fale-cido em 2011 aos 54 anos com um tu-mor no cérebro. Estava jogar o seu 74.º torneio no Grand Slam, tendo antes um saldo de 22 top-10’s.

Se houvesse uma música pa-ra ilustrar a vitória de Jo-sé Maria Cazal-Ribeiro, on-tem, do Lisbon Sports Club

(em Belas, Sintra) no Campeonato Nacional de Mid-Amateurs BPI (es-calão acima dos 30 anos), no Riba-golfe 1, ela seria o “Perfect Day”, de Lou Reed. “Oh, it's such a perfect day, I'm glad I spent it with you…”

Estava um dia de sol radioso, um campo em grandes condições e os seus parceiros de jogo eram dois “ir-mãos”, o seu primo Francisco e o seu melhor amigo e companheiro de clube, Luís Costa Macedo. Não era a feijões, mas até nisso houve mais gozo.

“Não posso perder dois anos se-guidos no play-off”, disse para o seu caddie, Pedro Nunes Pedro, presi-dente do clube que representa des-de sempre. Dirigiam-se para o tee do 18 (par-4), para o primeiro bu-raco do play-off frente a Costa Ma-cedo, depois de ambos terem con-cluído as duas voltas com 151 pan-cadas (+7).

O ano passado, na sua primeira participação no torneio, José Maria tinha perdido o título para Romeu Gonçalves no desempate. Desta vez não falhou batendo o novo adversá-rio com birdie 3. “Teve de ser ele a sofrer”, lamentou Cazal-Ribeiro, de 40 anos. ¬

A Associação Porto Destino de Golfe (APDG) foi criada oficialmente no ano passa-do, mas tem actividade há

cerca de três anos como cluster, pa-ra a promoção internacional da re-gião Norte como destino de golfe, fa-zendo parte da mesma os cinco cam-pos de 18 buracos da região, quatro hotéis e uma empresa de serviços.

Ao Golfe de Amarante, Estela Golf Club, Oporto Golf Club, Axis Golfe Ponte de Lima e Vidago Golf Course associam-se as unidades hoteleiras Casa da Calçada, Hotel Solverde Spa & Wellness Center, Hotel Axis Golfe Ponte de Lima, Vidago Palace Hotel. Na criação estava também o Prima-vera Perfume Hotel, em Vidago, que decidiu no ano passado suspender a sua condição de membro.

A empresa de serviços é a Golf Concierge, que entrou na fundação do projeto com o serviço de trans-fers e aluguer de automóveis, alar-gando desde o ano passado ao alu-guer de equipamento, estando as-sim a proporcionar a possibilidade de os jogadores encontrarem no destino tudo o que precisam para umas férias de golfe, sem terem de viajar com o equipamento próprio.

“É uma importante viragem nes-te agora destino e irá colmatar a fal-ta de jogadores nacionais e quebrar a sazonalidade da indústria hotelei-

Foi o terceiro espanhol a conquis-tar o Masters, depois do próprio Bal-lesteros (1980 e 1983) e de José Ma-ria Olazábal (1994 e 1999). Facturou um prémio de quase 2 milhões de dólares e subiu de 11.º para 7.º no ranking mundial.

“Eu sabia que estava a jogar bem. Nunca me senti tão calmo num do-mingo de major e mesmo depois de ter feito um par de bogeys manti-ve-me positivo e bati alguns muito bons shots. É espantoso fazê-lo no 60.º aniversário de Seve juntar-me a ele e a Olazábal, os meus dois ído-los no golfe. José mandou-me uma mensagem na quarta-feira dizendo o quão acreditava em mim e o que eu precisava de fazer, acreditar, es-tar calmo e não me deixar afectar pelas coisas como deixei no passa-do”, afirmou.

Charl Schwartzel, o sul-africano campeão em 2011, fez birdie no 18 para um 68 e para acabar isolado em terceiro, a três pancadas dos pri-meiros. O norte-americano Matt Ku-char fez um hole-in-one no 16 que lhe deu alguma esperança mas não por muito tempo – terminaria empata-do no quarto lugar com o estreante belga Thomas Pieters.

E Jon Rahm? Acabou no lote dos 27.º, a 12 pancadas de Garcia. Mas atenção que foi o seu primeiro Masters. ¬

ra”, diz João Silva, director-executi-vo do Golfe de Amarante, encarre-gado da comunicação e imagem da APDG. “Sabemos que temos o han-dicap da distância entre os campos, pelo que temos de nos afirmar não só pelo golfe, mas também pela gas-tronomia e vinhos, o touring cultu-ral, saúde e bem-estar, natureza e turismo náutico, fazendo com que a complementaridade seja aqui um factor determinante para a competi-tividade do destino. Tudo integrado numa região com quatro zonas clas-sificadas como património mundial da Unesco e um clima moderado.”

Já no passado mês de Março a APDG, presidida por Manuel Miguel, da Axis Golfe Ponte de Lima, este-ve presente com um stand no Salon du Golf, em Paris. Marcará também presença este ano também no Lon-don Golf Show (com data ainda por anunciar) e no International Golf Tra-vel Market, de 11 a 14 Dezembro, em Cannes, França. E estará representa-da em torneios internacionais do Eu-ropean Tour – no BMW International Open, de 22 a 25 de Junho, em Muni-que, Alemanha; no KLM Open, de 14 a 17 de Setembro, em Spijk, Holanda. A APDG gere-se com o investimento próprio de cada um dos membros, com quotas anuais de €3.500 para os hotéis e €2.000 os para campos de golfe e empresa de serviços. ¬

THE MASTERS TOURNAMENT

O factor Jon RahmEspanhol Sergio Garcia quebra enguiço no Grand Slam quando era o seu compatriota que mais se destacava

AMADORES

O “Perfect Day” de Cazal-RibeiroNovo campeão nacional mid-amateur

REGIÃO

O Norte de Portugal a marcar posiçãoAssociação Porto Destino de Golfe junta campos e hotéis para promoção internacional da sua originalidade

06 | GOLFE | SÁB, 15 ABR 2017

DR DRFILIPE GUERRA

Cazal-Ribeiro no momento em que meteu o putt vitorioso

O inglês Danny Willett, campeão em 2016, ajuda o seu sucessor a vestir o casaco verde, como é da tradição

A Associação Porto Destino de Golfe presente no Salon du Golf em Paris, em Março

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SÁB, 15 ABR 2017 | GOLFE | 07

O presidente do Governo Regional da Madeira, Mi-guel Albuquerque, o seu antecessor no cargo, Al-

berto João Jardim, e o presidente da Federação Portuguesa de Golfe, Miguel Franco de Sousa, marcaram presença, no último fim-de-semana de Março, no Torneio Aniversário do Clube de Golfe do Santo do Serra – no concelho de Machico – que este ano celebra 80 anos de existência.

Tendo como anfitrião o presiden-te do clube, António Henriques, e o seu director, Ricardo Abreu, Al-buquerque elogiou a colectividade, considerando-a uma “estrutura fun-damental na promoção da Madeira” face ao retorno económico que ofe-rece e dando como exemplo as 22 mil voltas registadas em 2016, dados significativos que demonstram o im-pacto da modalidade junto do mo-tor económico da Região: o turismo.

À margem da competição, Albu-querque reconheceu a importância do golfe para a Região e prognos--ticou que o regresso do Open da

Madeira, que se jogou ininterrup-tamente entre 1993 e 2015, poderá ocorrer dentro de “dois a três anos”.

Pontuável para o European Tour, o Open da Madeira deixou de se jo-gar para que Governo Regional, pro-prietário do complexo, investisse acima de um milhão de euros num novo sistema de rega que se torna-ra imperativo para melhor acudir às épocas de Verão.

De referir ainda a presença de três secretários Regionais – Susana Prada, Ambiente e Recursos Natu-rais; Rui Gonçalves, Finanças e Ad-ministração Pública; e Jorge Carva-lho, Educação. ¬

80.º ANIVERSÁRIO DO CG SANTO DA SERRA

Open da Madeira pode regressar Presidente do Governo Regional e Jardim presentes em torneio comemorativo

DR

Alberto João Jardim e Miguel Albuquerque no meio do casal Saúl e Merícia Gouveia, cujos filhos frequentam a escola de golfe do Santo da Serra

Ricardo Abreu, director do clube, com Alberto

João Jardim

José Carlos Agrellos (BPI), Miguel Sousa (Coral), Nor-

berto Henriques e Miguel Franco de Sousa

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